Coletivo 6

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Um movimento aberto que intensifica a relação do grupo com a arte em suas diversas vertentes. O Espiralados surgiu nos cursos de Artes Cênicas e Artes Visuais da Universidade de Fortaleza (Unifor) Página 4 JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR

AGOSTO/OUTUBRO DE 2012

ANO 3 N° 6

Transplantes crescem, mas ainda faltam doadores Hospitais de Fortaleza possuem um grande número de transplantes, mas a fila de espera ainda é extensa.

O número de doadores de órgãos cresce em um ritmo menor que a fila de espera. Apesar disso, Fortaleza se destaca como a terceira cidade onde mais realiza-se transplantes. Manoel Cruz

Apesar do número de transplantes de órgãos e tecidos ter aumentado na última década no Brasil, a quantidade de doadores de órgãos ainda é um problema para os pacientes que aguardam na fila de espera por um transplante, no Hospital de Messejana, em Fortaleza. De acordo com a assistente social da Equipe Multidisciplinar de Transplante de Coração da unidade, Marilza da Silva Pessoa, o número de transplantes por ano feitos pelo Hospital só não é maior pela carência de doadores, pois a demanda é sempre muito extensa. “Demanda sempre tem, pois, até mesmo pacientes de outros estados vêm para cá com a intenção de entrar na fila de espera”, explica. Exatamente dezoito transplantes cardíacos já foram realizados em 2012 e mais dez pacientes estão, atualmente, na fila à espera de um novo órgão. O número deve ultrapassar a quantidade total feita em 2011, quando foram realizados 25 transplantes cardíacos no hospital. Miquéias de Almeida tem um ano e está na fila de espe-

ra para transplante de coração. Metade dessa curta existência foi vivida no Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes onde, há seis meses, passou a morar junto com sua mãe, a dona de casa Vanessa Almeida Gonçalves, de 21 anos. Assim como o pequeno Miqueias, outras cinco crianças estão à espera de um coração. Em uma entrevista concedida a um jornal da Cidade, a chefe de transplante cardíaco pediátrico do mesmo hospital, Klébia Castelo Branco, afirmou que a mortalidade de quem precisa fazer um transplante, nessa faixa etária, é

Foto: DivulGAÇÃo

alta. Segundo ela, o hospital perdeu cerca de 30% dos nossos pacientes com até 18 anos. Entre as crianças e lactentes, o tempo de espera por um órgão é até quatro vezes maior do que o de um adulto. Em média, essas crianças demoram um período de seis meses a dois anos para fazerem o transplante. Isso acontece porque a maioria dos doadores são adultos. Aproximadamente, 70% dos que poderiam doar têm entre 18 e 50 anos. Para a doação ser efetivada, é preciso que haja compatibilidade de peso.

Por isso, a situação das crianças é tão complicada. Decisão difícil Algumas pessoas são contrárias à doação dos seus órgãos. A agente administrativa Matilde dos Santos é uma delas. “Eu acho que cada um nasceu com o seu, então cada um tem que morrer e levar seu órgão”, comenta. Segundo Matilde, “a pessoa que recebe o órgão, muitas vezes morre do mesmo jeito, pois o corpo rejeita, por isso acho que tem que ser enterrada com todos os seus órgãos”. Quem também se manifesta

contra é o estudante de Engenharia Civil, Arthur Magalhães. “Apenas não concordo, eu acho que cada um tem o seu corpo e é de propriedade do portador”, diz. Os devotos da igreja Testemunhas de Jeová informa, no seu site Centro de Mídias Independentes (CMI Brasil), que as pessoas não são proprietárias do próprio corpo e indagam: “quem você acha que pagou para escreverem as leis de direitos humanos e de doação de órgãos?”. Compatibilidade A doação pressupõe critérios mínimos de seleção. A idade, o diagnóstico que comprova a morte clínica e o tipo sanguíneo são itens estudados do provável doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição absoluta à doação de órgãos, a não ser para portadores do vírus HIV e pessoas com doenças infecciosas ativas. Em geral, fumantes não são doadores de pulmão. A doação de órgãos como rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida. Em geral, nos tornamos doadores em situação de morte encefálica e quando a nossa família autoriza a retirada dos órgãos. Cerca de 86% das cirurgias são financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria dos planos privados de saúde não cobre este tipo de tratamento, cujo custo pode variar entre menos de mil reais (transplante de córnea) e quase 60 mil reais (transplante de medula óssea).


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