Jornal Fôlego#22

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FÔLEGO JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR

MAIO/JUNHO 2010

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Conheça o Body Systems, programa de aulas de ginástica que oferece exercícios aeróbicos e anaeróbicos de modalidades diferentes, como lutas, dança, ciclismo, alongamento e musculação. Página 8

N° 22

O Ceará na rota dos mundiais Palco da primeira etapa do campeonato World Cup Skateboarding (WCS), Fortaleza entra no circuito dos grandes eventos esportivos internacionais Geovana Rodrigues, Maria Falcão e Luciana Bezerra

Dos dias 13 a 16 de maio de 2010, a pista de Skate do Parque do Cocó, em Fortaleza, foi palco da 1ª Etapa do Circuito Mundial do World Cup Skateboarding (WCS), na categoria Street Skate Profissional. O esporte, que já foi marginalizado, hoje deu um backside (veja dicionário abaixo) e está entre um dos mais bem vistos no Estado do Ceará. Participaram da fase eliminatória 60 atletas. Já a

última fase do campeonato foi disputada por 12 skatistas, sendo nove brasileiros. O gaúcho Luan de Oliveira foi o grande destaque do campeonato. Em seu primeiro mundial, o skatista superou nomes como o norte-americano Tyler Hendley e o belga Philippe Zwijsen, segundo e terceiro lugares da competição, respectivamente. “Eu estou satisfeito demais, super feliz mesmo. Não imaginava ser campeão. Sinto que minha missão foi cumprida. Skate é isso mesmo, é imprevisível”, disse o campeão. Liberdade e o poder de desafiar os limites da gravidade. Essas são as sensações de quem pratica o Street Skate. Em um shape (confira dicionário) com quatro rodinhas, atletas desafiam os obstácu-

los encontrados nas ruas e dão um show de manobras. O esporte não é apenas um esporte, mas um estilo de vida. O evento contou ainda com espaços dedicados às oficinas de DJs, break, malabares, shapes, grafismo e duelo de rimas, dentro da programação chamada “Heróis de Rua”, que deixou marcada a cultura do skate para os jovens da cidade.

Campeonato mundial de skate foi sediado em Fortaleza e teve como destaque o gaúcho Luan de Oliveira

Pioneirismo A premiação da etapa foi de US$ 25 mil, além de troféus e medalhas e mais

Foto: Maria Falcão

Brasil é o paraíso do skate O skate nasceu na década de 1960 na Califórnia. Nesta época, o surfe reinava. Mas, quando as ondas não eram suficientes, os surfistas pegaram as rodas de seus patins e adaptaram-nas em bases de madeira, os “shapes”, para que assim pudessem surfar em terra firme. O equipamento era muito primitivo, sendo apenas uma tábua e quatro rodinhas. O crescimento do “surfe no asfalto” logo conquistou as ruas como um novo esporte. Surgiam então os primeiros skatistas. Eles usavam bancos de praças, corrimãos, escadas e até piscinas vazias como obstáculos. A modalidade teve uma queda de adeptos na década de 1970 e voltou ao seu auge na década de 1980 com o surgimento de grandes nomes do skate mundial, como Tony Hawk e Rodney Mullen, que chegou a ser expulso de diversos campeonatos por realizar manobras que ninguém mais conseguia. No Brasil, o esporte chegou em meados da década de 1960

Dicionário AIR - Quando o skate sai do chão sem que o skatista dê um salto.

KICKFLIP - Flip do shape como se estivesse dando um chute.

BACKSIDE - Usado para descrever a direção da rotação. É uma manobra em que o skatista está de costas para o obstáculo ou então vira as costas para o que seria a sua frente.

OLLIE - Um salto dado com o skate batendo com o tail (parte traseira) da prancha no chão ou na superfície da rampa, fazendo-o se elevar.

FLIP - Desenvolvido do freestyle (estilo livre). É quando o skate gira (fica de ponta-cabeça e volta à posição normal). FRONTSIDE - Manobra em que está de frente para o obstáculo.

Esporte chegou ao Brasil nos anos 1965 e conquistou vários adeptos

e logo atraiu jovens. O primeiro campeonato do País aconteceu no Clube Federal, Rio de Janeiro, no final de 1974. Em dezembro de 1975 foi inaugurada, em Nova Iguaçu, a primeira pista de skate da América Latina. Outras pistas foram construídas e o Brasil passou a ser conhecido internacionalmente como o paraíso das pistas de concreto e é, atualmente, apon-

Foto: Maria Falcão

tado como a segunda grande potência mundial do esporte, perdendo apenas para os Estados Unidos, com profissionais de ponta como Sandro Dias, Lincoln Ueda, Bob Burnquist, Rodil de Araújo e Carlos de Andrade. O skate, hoje, é um dos esportes radicais mais democráticos, podendo ser praticado por homens e mulheres de todas as idades e classes sociais.

US$ 2 mil para a prova de Best Trick, competição pela melhor manobra. Quem assistiu às provas também ficou com vontade de praticar: “Eu não conhecia o skate, mas quando construíram a pista, passei a me interessar e agora quero praticar”, conta a estudante Lorena de Lima, 12. O evento marca o pioneirismo do Estado do Ceará por ser o único do Nordeste a realizar uma etapa oficial do mundial profissional da WCS. Os cearenses têm um motivo a mais para praticar esse esporte, pois Estado continua fazendo investimentos nessa área. Estão sendo construídas 25 novas pistas em 22 municípios, sendo duas na Capital. A segunda etapa do Circuito da WCS aconteceu no X-Games da China, nos dias 27 a 30 de maio. Os cinco vencedores da categoria Street foram Tyler Hendley, Rodolfo Ramos, Austen SeaHolm, Juergen Horrwarth e Lee Ji-Hun. O Ceará World Cup Skateboard, evento oficial da World Cup Skateboarding (WCS) e da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), contou com apoio da Federação Cearense de Skate (FESk) e patrocínio do Governo do Estado do Ceará.

GRIND - Deslizar com os trucks (peça que une a prancha às rodas) sobre a borda de um objeto ou cano.

PRO - Abreviação de profissional, atleta que é patrocinado. Normalmente tem sua própria assinatura no modelo de shape. SHAPE - Madeira do skate, prancha. STREET – Modalidade de skate praticada em obstáculos naturais de rua. VERT - É abreviação de vertical, parte vertical da rampa (90º). WALLIE - Andar de skate sobre um obstáculo.


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Grande Prêmio Caixa Unifor de Atletismo destacou a atleta Maíla Paula, que ganhou o bronze após uma recuperação de três contusões graves

Foto: Eduardo Buchholz

Retorno para o bronze Maíla Paula Machado volta ao pódio no Grande Prêmio Caixa Unifor de Atletismo, depois de superar três lesões graves. A atleta conquistou o bronze Eduardo Buchholz

Foi em uma manhã quente de domingo, 16 de maio, que atletas de vários países se encontraram na Universidade de Fortaleza (Unifor) para a primeira etapa do Brazilian Athletics Tour 2010. Recordes foram batidos e favoritos caíam até que uma das maiores atletas brasileiras se encaminhou para a raia. A prova era de 200 metros com barreiras e Maíla Paula Machado correu para o bronze, uma das medalhas mais comemoradas por ela e pela sua equipe médica. A atleta fazia a segunda prova após sua terceira grande cirurgia e já conquistara uma medalha no meeting (etapa) de Fortaleza. Maíla começou no atletismo aos 12 anos. Sempre apoiada pela sua mãe, treinava três vezes por semana, sem muito compromisso. O esporte, até então, era apenas uma brincadeira. Mas bons resultados começam a aparecer e a brasileira foi convidada para treinar a sério, de segunda a sábado, ainda em Limeira, sua cidade natal. Os tempos foram melhorando e a atleta recebeu o convite para treinar em São Caetano, na União de Esportes Funilense, atual BM&F São Caetano. Enquanto treinava no complexo do Ibirapuera, Maíla aproveitou para estudar. For-

mou-se em Educação Física, fez pós-graduação em Treinamento e hoje cursa o segundo ano de Psicologia. Ela pretende ingressar na área de Psicologia Esportiva. Em 2006 ela chegou ao topo. Era líder do ranking brasileiro, estava entre as 20 melhores do mundo e acabara de bater o recorde do Troféu Brasil. Mas tudo foi por água abaixo quando ela sofreu, no final daquele ano, uma ruptura patelar total. Fez a primeira cirurgia no joelho e, por consequência, perdeu o Pan-Americano do Rio de Janeiro e o Mundial de Atletismo em Osaka, Japão. A volta por cima A recuperação foi difícil, Maíla não aceitava a contusão, era uma atleta que obedecia à cartilha de treinamento, abdicava da vida noturna e, mesmo assim, sofreu um acidente extremamente grave. Depois de conversar com o médico que a acompanhava, resolveu encarar a situação. Adotou uma rotina de treinamento de oito horas por dia e em tempo recorde ela estava recuperada. Depositava sua esperança de ir à Pequim no Troféu Brasil de Atletismo, porém, dois meses antes da competição, ela sofreu a mesma lesão, mas de menor gravidade, no outro joelho. O tratamento recomeçou do zero. Correndo contra o tempo, Maíla venceu novamente e conseguiu disputar o meeting brasileiro. Na pista do Troféu Brasil de 2007, a mesma de um ano antes, a brasileira corria em busca do índice olímpico. A largada foi

adiada duas vezes e queimada em uma terceira oportunidade. A partir daquele momento, se houvesse outra irregularidade, um erro significaria o banimento da atleta na prova. A tensão fez com que Maíla diminuísse o ritmo de saída do bloco, mas, quando o tiro foi dado, ela correu para 13.02s e alcançou o índice. Do outro lado do mundo seria escrito mais um capítulo na vida dela. Rumo à China, ia a esperança de um país e de uma mulher que tinha visto o sonho do ouro no Pan do Rio de Janeiro se acabar. No entanto, as dores voltaram, dessa vez, no pé. Ela passou a competição inteira tomando medicamentos. Alguns treinos foram cancelados e a dor foi vencida para a prova de estreia. Ela só não esperava pelo seu próprio erro nas passadas iniciais. Acabou perdendo tempo e foi eliminada. Na volta ao Brasil, a dor, que não tinha abandonado a atleta em momento algum, mantevese presente. Maíla participou de uma série de competições pela América Latina, mas as dores não a permitiram terminar a turnê. Já no Ibirapuera, rompeu o tendão de Aquiles e ficou um longo período fora das pistas. Tentou alcançar o índice para o Mundial de Atletismo de 2009, em Pequim. Chegou próximo, mas não conseguiu. Agora, depois da medalha conquistada no GP Internacional Caixa Unifor de Atletismo, ela pretende correr até a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

Maíla, à direita, foi bronze no GP Caixa Unifor de Atletismo

Foto: Eduardo Buchholz

Grande Prêmio Caixa de Atletismo na Unifor A Universidade de Fortaleza (Unifor) sediou o Grande Prêmio (GP) Internacional Caixa Unifor de Atletismo, válido pelo Brazilian Athletics Tour 2010. A competição ocorreu sob sol forte e temperatura de até 39.4ºC, porém, o vento forte foi a principal queixa dos atletas. O público presenciou a queda de grandes favoritos, como a do estadunidense Greg Nixon (2º colocado), vencedor do 400m rasos na edição de 2008 do GP Caixa Unifor, e do atleta de Barbados, Andrew Hinds (7º colocado), também vencedor em 2008, mas nos 100m rasos. Nessa edição do GP, foram batidos cinco Meeting Record

(recorde do torneio): Andres Silva (URU) nos 400m com barreiras, Byron Piedra (ECU) nos 1500m, Jaime Nieto (USA) no salto em altura masculino, Fábio Gomes da Silva (BRA) no salto com vara e Levern Spencer (LCA) no salto em altura para mulheres, Levern conquistou o bicampeonato do meeting de Fortaleza com 1.94m, 4cm menos que sua melhor marca. No quadro de medalhas do GP, o Brasil ficou em segundo lugar, atrás apenas dos Estados Unidos. O Brazilian Athletics Tour 2010 continuou em Belém e seguiu, ainda, para o Rio de Janeiro, Uberlândia e Maringá.

Caderno Fôlego - Fundação Edson Queiroz - Universidade de Fortaleza - Diretora do Centro de Ciências Humanas: Profa. Erotilde Honório - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Eduardo Freire - Professor Orientador: Alejandro Sepúlveda - Projeto Gráfico: Prof. Eduardo Freire - Diagramação: Aldeci Tomaz e Luiza Machado - Estagiários de Produção Gráfica: Luiza Machado - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 500 exemplares - Edição: Gabriela Ribeiro - Redação: Érika Neves, Geovana Rodrigues, Eduardo Buchholz, João Paulo de Freitas , Suiani Sales, Neusa Maria Maia, Maria Falcão, Luciana Bezerra, João Felipe, Júlio Cesar e Camila Marcelo.

Sugestões, comentários e críticas: equipelabjor@gmail.com


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Enquete

Por que torcer por times de fora?

O amor e a dedicação por times de outros estados, como o Fluminense e o Flamengo, garantem a animação dos encontros dos torcedores em Fortaleza Fotos: Divulgação

Futebol supera distâncias A paixão por clubes de futebol de outros estados supera a distância e faz com que cearenses se organizem em comunidades para torcerem e ajudarem seus clubes João Felipe e Julio Cesar

“A distância é como os ventos: apaga as velas e acende as grandes fogueiras”. A frase de Machado de Assis exemplifica bem esse caso curioso do futebol. Apesar de morarem a vários quilômetros de distância de seus clubes do coração e mesmo, por muitas vezes, nunca têlos vistos sequer atuando a não ser pelos meios de comunicação, pessoas escolhem times de outro estado para torcer. Tudo começou com o início das transmissões ainda pelo rádio. Na década de 30, a Rádio Nacional já transmitia para todo o País jogos do campeonato carioca. Portanto, era comum que pessoas de outros estados acabassem criando uma ligação com um time que nem mesmo viam jogar. Com a invenção da TV, esse fanatismo só fez expandir ainda mais. Os títulos nacionais e os re-

sultados internacionais expressivos de clubes, principalmente do Rio de Janeiro e de São Paulo, também foram um impulso para que essa paixão aumentasse. “Escolhi o São Paulo para torcer ainda na década de 90. O time bi-campeão mundial com Raí, Juninho, Zetti e companhia, foi com certeza decisivo para minha escolha”, comenta Lia Leão, 27, cearense e fiel torcedora do tricolor paulista. A paixão hereditária também conta na hora de escolher por qual clube o coração irá pulsar mais forte. São pais que incentivam os filhos a continuar com a admiração pelo time, mesmo distante. Esse foi o caso de Rui Kléber, 24, torcedor do Fluminense que mora em Fortaleza. “Meu pai era tricolor. Costumava assistir aos jogos junto com ele e acabei me tornando Fluminense. O momento que acho decisivo foi na final do Campeonato Carioca de 95, quando o fluzão levou o caneco”, recorda. Com torcidas cada vez maiores em outros estados, os clubes resolveram investir para que esses torcedores passassem a ter ligações ainda mais próximas do time. O Flamengo, por exemplo, criou o projeto “Em-

Pesquisa de Torcidas

Flamengo atinge 17% das menções. Fortaleza e Ceará atingem 8% cada, percentual idêntico ao dos que citam o Corinthians como time do coração e próximo ao dos que citam São Paulo e a seleção brasileira (7%). Fonte: Instituto Datafolha 2007

baixadas da Nação”, que consiste em indicar um grupo de torcedores para serem os representantes do clube na cidade. Esses embaixadores também passam a reunir flamenguistas para acompanhar os jogos do time e não são ligados a nenhuma torcida organizada. No dia 26 de agosto de 2007, foi fundada em Fortaleza a “Fla Fortal”. As reuniões dos rubro-negros fanáticos costumam acontecer em uma

churrascaria e recebem cerca de 70 flamenguistas, em média. Em jogos importantes, os números são maiores, como na final do campeonato nacional de 2009, quando mais de mil torcedores assistiram juntos ao Flamengo sagrar-se hexacampeão brasileiro. Esse envolvimento com o time também pode ser presenciado na Internet. Mais de 1500 pessoas participam da comunidade oficial da Fla Fortal no Orkut. Controvérsias Uma pesquisa do instituto DataFolha, publicada em 2007, indica as torcidas do Flamengo e do Corinthians como as maiores do estado. Entretanto, para Glaydson Galeno, que trabalha na assessoria de imprensa do Fortaleza Esporte Clube, a realidade é bem diferente. “A torcida do São Paulo tem crescido bastante, devido aos vários títulos nos últimos anos, e a do Flamengo e Corinthians sempre foram grandes. Mas eu acho muito difícil que alguma torcida seja maior do que as torcidas de Fortaleza e Ceará no Estado. Basta andar nas ruas para ver isso”, afirma.

Marketing ajuda a aumentar torcidas de clubes Diferente de outras áreas comerciais, o consumidor de futebol é fiel a sua marca, mesmo quando não está satisfeito com os resultados. No máximo ele se desinteressa, mas raramente troca de time. Esses torcedores já foram conquistados. Porém, existe um nicho que pode ser explorado pelos clubes: os torcedores que ainda não se definiram. As crianças fazem parte desta parcela e são vistas como futuros consumidores. Pensando nisso, publicitários e marketeiros dos times elaboram campanhas voltadas para esse público. O São Paulo se destaca com o “Batismo tricolor”, projeto que pretende aderir novos torcedores, e para

isso, simula um batismo em pleno Morumbi com o mascote do time, o Santo Paulo. Os recémbatizados ainda ganham um pedaço da grama do estádio. Mais ambicioso foi o projeto do Coritiba, que durante o seu centenário, em outubro de 2009, tentou fidelizar seus torcedores já no nascimento. O “Coxa de berço” levou brindes do clube para os recém-nascidos ainda na maternidade, o Certificado de Nascimento Coxa-Branca, além de fotos para registrar o momento. Lucros Além de ser considerado o maior patrimônio de um clube, esse não é o único motivo que faz com que haja tanta dedica-

Crianças e adultos recebem certificado no “Batismo tricolor”

ção para aumentar a quantidade de torcedores: os lucros que eles trazem justificam o esforço. Bilheteria dos jogos, roupas e acessórios oficias e o cachê pago por emissoras de TV movimentam altas cifras para os times. “Os torcedores são

Foto: Divulgação

a principal fonte de renda dos times. Eles vão aos estádios, compram produtos oficiais. Os patrocinadores procuram os clubes com maior número de torcida”, explica Eduardo Buchholz, embaixador do Flamengo em Fortaleza.

“Eu virei Fluminense em 88, assistindo às quartas-de-final do Campeonato Brasileiro. O Vasco tinha um timaço e era o favorito, mas o Fluminense tinha vencido o primeiro jogo. No segundo jogo, o Giovani, do Vasco, fez um gol no fim da partida, levando a decisão para a prorrogação. O Fluminense venceu por 2 a 0, com um golaço do Washington, e passou para a semifinal. Eu me apaixonei pela torcida tricolor.” Rodrigo de Alencar Professor de matemática

“Eu virei Flamengo em 94, graças à influência do meu primo. Meu pai torce pelo Ceará e tentou fazer com que eu também torcesse, mas eu achava os times cearenses muito fracos. Na época, o Flamengo já era pentacampeão brasileiro. No ano seguinte, trouxe o Romário, que tinha acabado de ser o herói do título brasileiro na Copa do Mundo de 94 e era o maior ídolo do futebol brasileiro. “ Luis Marcio Estudante de Jornalismo

“Eu virei são paulino por causa da minha tia Claudia, de São Paulo. Todo ano, o São Paulo é campeão. Pra mim é o melhor time do mundo. O Rogerio Ceni é meu ídolo. Ele é o melhor goleiro do Brasil e faz vários gols. Tenho vários amigos no meu prédio, e o João Angelo no colégio, que também torcem pelo São Paulo.“ João Pedro Mazo Estudante da 6ª série

Hoje sou torcedor fiel da Sociedade Esportiva Palmeiras, só que o motivo que me fez começar foi bem simples. Um dia, ganhei de presente do meu pai um time de futebol de botão do Palmeiras. Eu era muito novo, minha paixão não começou logo de cara. Mas com o tempo, comecei a acompanhar o futebol, indo para o estádio e pela televisão. E dei preferência ao Palmeiras por me identificar desde o tempo do futebol de botão. Hoje, acompanho por ser um time vencedor. Samuel Ferreira Estudante de Direito


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Cresce atuação das mulheres no futebol O esporte mais popular entre os homens brasileiros conquista cada vez mais o público feminino, que já ocupa posições de destaque dentro e fora dos campos Neusa Pires

“Futebol é para homem”. Essa frase nunca esteve tão longe da realidade. Hoje, vemos com maior frequência mulheres nas arquibancadas se misturarem em meio a uma multidão de homens e, dentro dos campos de futebol, como jogadoras e árbitras. Há, também, as que realizam coberturas jornalísticas sobre o esporte, inclusive em Copas do Mundo. A proliferação de alguns produtos criados para uso específico do público feminino demonstra que o interesse só cresceu nos últimos anos, assim como o número de torcidas organizadas só para o público feminino. A equipe do Fôlego conheceu algumas mulheres que fazem parte do atual cenário do esporte cearense e, apesar de terem atividades diferentes, têm em comum o fascínio pelo futebol. Elas relataram seu interesse na atividade e suas experiências. A jogadora Aurinete Moreira joga no Fortaleza Esporte Clube e considera que o fato de o esporte ainda ser mais praticado por homens não foi um empecilho para

ela. “Desde criança, jogava futebol com meus amigos. Montávamos uma equipe de meninas pra jogar. Como ainda não tinham muitas que gostavam, a gente jogava com os meninos. Aos 18 anos vim pra Fortaleza trabalhar e estudar. Cheguei a disputar alguns campeonatos de futsal pelo colégio. No começo minha mãe não queria, tinha medo que eu me machucasse e dizia que era coisa pra homem. Mas hoje ela aceita”. A jogadora do Leão diz ter realizado seu sonho ao jogar um campeonato cearense. Aurinete ressalta que o futebol feminino ainda passa por muitas dificuldades, como a falta de investimentos. “Apesar de hoje jogar em um clube de nome e status considerado grande, se não tivesse um trabalho ‘morreria de fome’, porque pra viver do futebol não dá. Ainda estou praticando porque gosto do esporte, me sinto bem, mas tenho que me dividir entre trabalho, treinos e jogos”. O preconceito ainda está muito presente no dia a dia das praticantes de futebol, que, muitas vezes, têm sua sexualidade questionada. “Uma vez um repórter me perguntou se eu era mulher dentro e fora de campo. Não gostei e perguntei se ele queria saber do jogo ou da minha vida. Saí e não dei mais entrevista. As meninas da minha equipe já passaram por algumas situações constrangedoras. Uma delas foi quando foi apontada na rua como homossexual”, recorda Aurinete. A árbitra

Eveliny é a única cearense árbitra da FIFA e conquistou o respeito dos colegas de profissão Foto: arQuivo PEssoal

Influenciada pelo pai e pelo irmão mais velho, também árbitros de futebol, Eveliny Almeida iniciou sua carreira na arbitragem cearense em 2001 e já fez parte também do quadro de árbitros da Federação Paulista de Futebol, nos anos de 2005 e 2006. Em 2009, conquistou o mais alto patamar da arbitragem, o escudo

FIFA. “Ainda quando eu fazia o curso dizia que queria chegar à FIFA e algumas pessoas riram disso. Hoje mostrei que consegui e vejo isso como um objetivo alcançado que me trouxe felicidade, mas também muita cobrança e visibilidade, pois a responsabilidade é maior”, diz. Eveliny acredita ter o respeito e credibilidade dos colegas de trabalho, mas essa situação foi conquistada por sua postura. “Desde quando comecei na arbitragem, tomei uma postura muito diferente, sou mais séria e muito profissional. Talvez por isso que não recebo cantadas, sou respeitada dentro de campo”.Apesar disso, a relação com os jogadores e dirigentes dos clubes é muito diferente. O tratamento dirigido à árbitra mulher, quando ocorre um erro, ainda é diferente da abordagem dada aos árbitros homens que erram. Costumam atacar a moral da mulher. A jornalista Mariana Sasso, em entrevista na sala de redação da TV Verdes Mares, onde trabalha como apresentadora de um programa esportivo, conta as dificuldades do início da sua carreira e diz nunca ter pensado em seguir esse caminho. “Apesar de já ter praticado vários esportes e até jogado futebol, na verdade eu queria um jornalismo de entretenimento. Comecei na TV ainda como estagiária, apresentando um programa de forró, já passei também pelo policial. Mas, em 2006, quando já estava formada, recebi o convite para trabalhar no Globo Esporte. Fiz o teste e passei. Estou há quatro anos e me apaixonei, já lutei muito para aumentar o tempo do programa”. O começo de sua carreira, porém, não foi muito fácil, “Ah! Já especularam muitos casos com jogadores, alguns já me chamaram para jantar, já recebi presentes, flores, urso de pelúcia e até jóia dos próprios jogadores e gente da imprensa também. Quando vinham identificados, eu devolvia, tenho que saber separar as coisas. É complicado isso, tenho que saber lidar bem com a fonte, para

Aurinete, no time do Fortaleza, é a última jogadora agachada do lado direito. Ela e outras at

Mais mulheres vão a estádios e demonstram paixão por seus times

não perdê-la, mas tenho que impor os limites”. Mariana também recebeu muitas críticas no começo de sua carreira como apresentadora fixa do Globo Esporte. “Já tive que ouvir aqui dentro mesmo, que eu era só um rostinho bonitinho que não ia durar seis meses e que eu não sabia de nada. Na minha estréia de apresentação me sabotaram e até meu texto trocaram. Muitos duvidaram de mim, os próprios colegas da imprensa, alguns até diziam que acreditavam, apoiavam,

Foto: arQuivo PEssoal

mas no fundo eu sabia que duvidavam. Mas, com a força de Deus e o apoio do meu pai e do meu diretor, superei essas coisas e segui em frente”, desabafa. A torcedora Para a contadora Yanna Manso, a proximidade e paixão pelo futebol foi através das arquibancadas. Apesar de os seus familiares torcerem pelo Ceará, ela se mostra cada vez mais interessada pelo esporte e vibra a cada vitória do Fortaleza. Aos 15 anos, foi pela


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Camila Marcelo

Êxodo desportista

tletas já sofreram preconceito por jogarem futebol

Foto: arQuivo PEssoal

Yanna Manso é torcedora do Fortaleza e joga bola nos finais de semana

primeira vez ao estádio, no clássico das cores, entre Fortaleza e Ferroviário. Desde então, se apaixonou. “Eu já simpatizava com o time. Depois de ver a torcida e a emoção que é ir ao estádio, acompanhar o time passou a fazer parte da minha rotina. Acho que até já paguei mico que foi ter entrado no PV (Estádio Presidente Vargas) com a faixa para a divulgação do sócio torcedor. O mico só não foi maior, porque as outras meninas que entraram comigo eram minhas amigas”.

Foto: arQuivo PEssoal

A paixão não ficou só pelas arquibancadas. Yanna também é jogadora. “Tudo começou quando eu e uma amiga tivemos a ideia de jogar bola. Chamamos outras meninas e formamos o time e todo final de semana a gente bate um racha”. Em relação aos comentários referentes à sua paixão pelo futebol, Yanna mostra-se tranquila e acha que as mulheres de hoje estão preparadas para discutir sobre esportes. “Já ouvi alguns comentários no trabalho, mas são irrele-

Mariana Sasso não teve um começo fácil no jornalismo esportivo Foto: arQuivo PEssoal

vantes, não merecem consideração. Hoje, muitas mulheres andam em estádios e acompanham seus times. Acho que não tem mais espaço para os homens que têm esse tipo de preconceito. Lugar de mulher também é no estádio. Eu, pelo menos, vou ao estádio sempre acompanhada do meu marido e posso ver que o número de mulheres aumenta a cada jogo. Modéstia à parte, acho que entendo muito mais de futebol que muito marmanjo preconceituoso!”, garante a torcedora.

Um jornalista, em seu ambiente de trabalho, pode tanto defender a linha editorial da empresa aliada, quanto simplesmente trabalhar por amor ao que faz. Seguindo esse raciocínio, pode trabalhar o jogador de futebol. Ele talvez tenha a possibilidade de defender a camisa do seu time preferido ou meramente seguir a sua vocação e jogar. Em todas as profissões busca-se ascensão e destaque na carreira. Não é diferente no mundo desportista. O fluxo de mudanças entre os times é intenso. Quando começa a se associar nomes de jogadores e técnicos aos clubes, tudo muda. Procuram-se salários mais altos e um ambiente que invista nas habilidades técnicas. É nesse meio de extremas modificações que entra a “Lei Pelé” (9.615/98). Em vigor desde 24 de março de 1998, ela mudou a Lei do Passe ou a chamada “escravidão”, que aliava o vínculo trabalhista ao amor ao clube e, assim, tornava o atleta patrimônio do clube. Depois da implantação da Lei Pelé, o vínculo entre estes dois ficou estritamente trabalhista, facilitando contratações com diferentes times do País e do mundo. O convênio é fechado de dois a cinco anos, podendo ser renovado, caso não apareçam oportunidades mais atraentes. As alterações propostas pelo Projeto de Lei 9/2010 foram aprovadas, em junho deste ano, em uma reunião entre as comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais e Educação, Cultura e Esporte (CE). Se sancionadas pelo Presidente Lula, as emissoras que não comprarem o direito de transmissão não terão mais 90 segundos como previsto antes, elas

poderão transmitir apenas 3% do total da partida. Além disso, proibiu-se a venda de ingressos superior à capacidade máxima dos estádios e ginásios onde ocorram as competições esportivas. O projeto também garante aos jovens o poder assinar os seus contratos a partir dos dezesseis anos. Eles terão 5% sobre o Direito de Arena (cachê pago pelas emissoras de televisão aos clubes pela transmissão de jogos e espetáculos de que os jogadores participem) e o completo direito de imagem, ao contrário da situação atual, na qual a renda pertence ao clube. Não há vantagens apenas para os atletas. Aqueles clubes que provarem ter investido na base da carreira, como exige a lei, custeando tratamentos médico, fisiológico e odontológico, por exemplo, terão ressarcimento de 0,5% a 5% do valor de cada negociação que o jogador assine. Para o caso de quebras de contrato, se o clube recindi-lo, o jogador terá direito a receber, no mínimo, 100% do restante a ser pago até o término do acordo e, no máximo, até 400 salários mensais. Se for decisão dele transferirse para outro clube brasileiro durante a vigência do contrato, então ele será até 2 mil vezes o valor médio do salário. Para as transferências internacionais, em ambas as situações, não haverá limite de multas. Dessa forma, os atletas não são obrigados a ficar reféns de um papel assinado, muito menos um clube irá se desiludir em buscar talentos e mostrar novas referências em campo. Assim, alia-se negócios ao futebol arte. (Estudante do 5° semestre de Jornalismo na Unifor)


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F-1: 60 anos de velocidade A Fórmula 1 completou 60 anos, nela construíram mitos, nasceram vilões, campeões e gênios. A vida boêmia dos antigos pilotos deu lugar a atletas de ponta, tecnologia de primeira e segurança acima de tudo

Eduardo Buchholz

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feridas da Segunda Guerra Mundial, 23 pilotos percorreram 4700 metros por 70 vezes numa base aérea britânica em Silverstone. O circuito inglês foi, posteriormente, apelidado de “Silvastone”, uma homenagem feita pelos ingleses a Ayrton Senna da Silva, que dominava as corridas naquela pista desde as categorias de base. O italiano Giuseppe Farina venceu a primeira corrida de Fórmula 1 em 13 de maio de 1950. Essa foi uma das três corridas que ele venceria naquela temporada, que o consagrou como campeão mundial de Fórmula 1, quando decidiu o título em casa, em Monza. Desde então, só um piloto voltou a decidir um título em sua pá-

tria mãe, Felipe Massa em 2008, quando decidiu o título em São Paulo. Porém, ao contrário do que aconteceu em 1950, o piloto da casa saiu derrotado no campeonato. Presente no seu dia a dia Muitos dos avanços tecnológicos alcançados na Fórmula 1 são repassados para os carros de passeio, esses que temos acesso no dia a dia. Em 1975, por exemplo, a Ferrari lançou o câmbio transversal, usado nos carros comuns até hoje, assim como o motor turbocomprimi-

Foto: divulgação

A Fórmula 1 já faz parte da rotina dominical do brasileiro, pois o País se acostumou a ver vitórias e títulos de seus principais pilotos. O Brasil acompanhou a categoria nascer, com as narrações de Wilson Fittipaldi, o Barão, no rádio ainda em 1949, e crescer, com o time de comentaristas da Rede Globo. Na pista, a participação brasileira começa ainda em 1948, na antiga Grand Prix, que usava carros desenvolvidos de 1930 a 1950 e de velocidade superior a 200km/h, quando Chico Landi corria para a vitória do Grande Prêmio de Bari (Itália), a primeira de um carro da Ferrari. Nessa época, iniciava-se uma preocupação com a aerodinâmica e com a segurança, praticamente inexistente naquele tempo.Em 1950 nascia a Fórmula 1. Enquanto o mundo ainda tentava curar as

do, ou simplesmente turbo, desenvolvido em 1978. A “era high-tech” dos carros de F1 começou em 1992, quando McLaren e Williams apresentaram seus carros com controle de tração, câmbio automático e suspensão ativa. Hoje em dia, esses equipamentos são cada vez mais usados. A tecnologia da categoria também passa pelo tanque dos nossos carros. A Petrobras passou dez anos na Fórmula 1 e deve

voltar em 2011. Com os carros de corrida, a estatal pôde desenvolver o diesel e a gasolina que são usadas nos postos. O combustível usado pelas equipes é o mesmo que abastece os carros de passeio da Europa. No Brasil, há padrões diferentes, como o uso de 25% do álcool no produto final. Porém, a Petrobras criou para os carros comuns a gasolina Podium, que tem muitos dos desenvolvimentos alcançados graças à competitividade da categoria.

Os grandes nomes O escocês voador

A estrela brasileira

O professor

O show man

Juan Manuel Fangio O piloto argentino é indiscutivelmente um dos personagens mais importantes dessa história que já dura 60 anos. Ele foi pentacampeão mundial e espantou o mundo por sua perícia e coragem de guiar um carro que mais parecia uma bomba-relógio a mais de 200km/h nos anos 1950.

Jim Clark O fazendeiro foi o primeiro a bater os recordes de Fangio, exceto os 5 títulos. O piloto foi arrasador no seu primeiro título, em 1963, vencendo sete de dez corridas. Em 1965, foi campeão novamente. Clark venceu a primeira etapa do mundial de 1968, mas morreu em uma prova extra campeonato.

Emerson Fittipaldi Foi o primeiro brasileiro vencedor e o mais jovem campeão mundial durante 33 anos. Chegou à F1 para substituir Rindt, em 1970, mas havia recebido o convite para correr pela Lotus em 1968, substituindo Clark. Após faturar dois títulos, montou e correu por sua própria equipe na F1, a Copersucar Fittipaldi.

Alain Prost Nascido na França, Prost se destacou graças à sua competitividade e à competência nas corridas sendo tetracampeão mundial. Até hoje mantém-se como segundo maior piloto da história em número de pódios, vitórias e pontos, além de ficar marcado na categoria pela rivalidade com os brasileiros Senna e Piquet.

Ayrton Senna O tricampeão foi um dos maiores nomes que já passaram pela F1. O bom desempenho de Senna já era destacado desde as categorias de base e sua ousadia lhe rendeu o título de Rei de Mônaco. O brasileiro morreu em 1994, após um grave acidente em Ímola, Itália, quando corria pela Williams.

Campeão de tudo

A eficiência

O homem-fogo

O polêmico

O maior

Jack Brabham O tricampeão mundial conquistou o último título correndo por sua própria equipe, a Brabham. Com ela, venceu dois mundiais de construtores (onde ganha o melhor carro) e quatro entre os pilotos.

Jack Stewart Tricampeão, foi um dos primeiros a erguer a bandeira da segurança. Aposentou-se em 1973, logo após perder seu companheiro de equipe, François Cevert. No final dos anos de 1990 montou sua equipe, a Stewart.

Niki Lauda Conquistou três vezes o título e foi protagonista de uma das maiores histórias da F1, ao ser envolto pelas chamas de seu carro, após um acidente. O austríaco recuperou-se e ganhou mais um campeonato.

Nelson Piquet Muitos têm aversão a Piquet, mesmo sem conhecer a história desse mito. O brasileiro faturou o mundial três vezes e revolucionou a categoria com suas estratégias brilhantes.

Michael Schumacher O alemão tem praticamente todos os recordes: são 7 títulos, 91 vitórias, 68 poles, 76 voltas mais rápidas e 154 pódios. Começou em 1991 pela Jordan e hoje corre pela Mercedes GP.

Fotos: divulgação

O primeiro gênio


SOBPRESSÃO

FÔLEGO

MAIO / JUNHO DE 2010

Agulhas mágicas

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Sprint

Uma nova batalha nas Américas Foto: Divulgação

Passada a Copa Libertadores da América, terá início a Copa Sul-Americana 2010. A competição será disputada de 4 de agosto a 8 de dezembro e contará com 39 equipes de dez países. O Brasil terá oito vagas nesta edição (Palmeiras, Avaí, Atlético Mineiro, Grêmio, Goiás, Grêmio Prudente, Santos e Vitória). Nossos participantes duelarão na primeira fase em jogos eliminatórios de ida e volta, os vencedores desses confrontos vão para as oitavas-de-final da Copa.

Temporada 2010/2011 Clínica de acupuntura utilizada para sessões de auriculoterapia. À direita, pontos de aplicação das agulhas

Com a evolução da medicina e as novas técnicas de tratamento para as doenças, muitas pessoas se tornaram adeptas de tratamentos alternativos João Paulo de Freitas

ferramenta porque é de fácil aplicação, não incomoda e gera resultados significativos. Isabel ressalta que o uso de piercing e brincos em grandes quantidades na orelha pode atrapalhar no tratamento, que corre o risco de não surtir efeito. “Os pontos estão bem distribuídos. Quando se coloca piercing ou muitos brincos, danificam-se esses pontos e, consequentemente, não produzem mudanças com o tratamento”, explicou a profissional. Não existe profissional exclusivo para a aplicação desse tratamento. Qualquer especialista da área da saúde que tenha habilidade para promover esse tratamento pode realizá-lo. Como a auriculoterapia não é, via de regra, um tratamento isolado e está dentro da acupuntura, as sessões variam de R$50 a R$60. A estudante de enfermagem Edsonete Silva, 21, da Faculdade Católica Rainha do Sertão, em Quixadá, é adepta da auriculopuntura e reforça a qualidade desse tratamento, que está sendo usada por muitas pessoas. “Os resultados são quase que imediatos. Geralmente, aplico nos pontos que controlam a ansiedade e a fome. É prático e fácil. Posso até dizer que é o meio mais fácil para chegar a um controle de um estado psicológico ou fisiológicos que está desregulado”, diz Edsonete.

Chegou a hora da temporada 2010/2011 do futebol europeu, com expectativa de ser uma das mais disputadas da história. Confira a data de início das principais competições: 29 de Julho Liga Europa 07 de Agosto Campeonato Francês 14 de Agosto Campeonato Inglês 17 de Agosto UEFA Champions League 20 de Agosto Campeonato Alemão 28 de Agosto Campeonato Espanhol* 28 de Agosto Campeonato Italiano* *data prevista, mas sem confirmação

Últimos ingressos para o GP do Brasil de F1 Enquanto a temporada 2010 da Fórmula 1 pega fogo, o público faz aquecer a venda de ingressos para o Grande Prêmio do Brasil, em Interlagos (SP). Desde janeiro, há setores com ingressos esgotados e, ficando mais próximo do evento, começam a restar bilhetes apenas para os setores mais caros. Os ingressos vão de R$ 395,00 a R$ 2.385,00 nos setores oficiais. A área VIP varia de 3.090 a 7.290 reais, enquanto o paddock fica por R$ 9.550,00. O Grande Prêmio do Brasil será realizado nos dias 5, 6 e 7 de novembro e é a penúltima etapa do calendário.

Foto: Divulgação

A auriculopuntura é um novo tratamento dentro da acupuntura moderna, feito à base de microagulhas que tocam pontos patógenos na orelha, locais que estão causando algum desconforto, como estresse, ansiedade, raiva. Além de problemas neurológicos, essa terapia trata também de problemas fisiológicos, como obesidade, acne, alergias, entre outros. Ao tocar esses pontos sensitivos, a agulha promove a mudança de estado que está causando desconforto, estimulando, sedando e equilibrando os pontos doentes. Na primeira consulta, busca-se conhecer o tipo de deficiência energética e emocional do paciente. São selecionados os pontos de acordo com o diagnóstico. Após a limpeza da pele, as agulhas descartáveis são inseridas e deixadas no local por 7 dias e, então, são removidas ou caem naturalmente. Usualmente a frequência é de uma vez por semana, porém, em casos agudos, sessões diárias são necessárias. A duração do tratamento depende do tempo de existência da doen-

ça: quanto mais recente, mais rápido o resultado. Algumas doenças respondem mais rapidamente que outras. Por exemplo, dores lombares de origem muscular com menos de seis meses de duração exigem, em média, de 8 a 10 sessões. À primeira vista, pode parecer que não afetou em nada, mas, dependendo do caso, o resultado é muito rápido. Essa terapia é parte integrante da medicina chinesa. Surgiu há aproximadamente 4.500 anos, e cresce a cada dia. Esse tratamento não tem contra-indicação. A auricolo terapia não visa apenas a tratar o local ou órgão comprometido. Ela age em todo o sistema, regulando e normalizando as funções orgânicas como um todo. Para a fisioterapeuta e acupunturista do Núcleo de Atendimento Médico Integrado da Unifor, Isabel Gurgel, 47, esse tratamento é muito eficaz, pois atinge diretamente o ponto sensitivo que comanda o estado de desconforto. “ O tratamento para amenizar a dor é o mais procurado. Em poucos dias, essa sensação some. Tenho um paciente que é atleta, regularmente ele faz esse tratamento para ajudar na respiração e no controle dos batimentos cardíacos”, afirma a fisioterapeuta. No Ceará, esse tratamento alternativo cresce a cada dia. Os acupunturistas usam essa

Fotos: Fabiane de Paula

Hora da bola laranja Acabou a Copa do Mundo. Agora é a hora de torcer para o Brasil no Campeonato Mundial de Basquete 2010. A competição organizada pela FIBA (Federação Internacional de Basquetebol) será disputada na Turquia, no período de 28 de agosto a 12 de setembro. O Brasil está no Grupo B, juntamente com EUA, Eslovênia, Croácia, Irã e Tunísia. O primeiro jogo acontecerá dia 28, em Istambul, contra os iranianos.

O último Grand Slam

O fumo é um dos maiores problemas a ser combatidos no mundo moderno. A ciência, em especial, busca fórmulas químicas e biológicas para que ocorra a redução do número de fumantes através de medicamentos. O hábito de fumar causa transtornos físicos e psíquicos, ocorrendo o efeito nicotínico, que causa dependência. É aí que entra auriculoterapia, com o objetivo de atenuar esse

desequilíbrio do sistema nervoso provocado pela nicotina. Parece difícil para um tratamento alternativo, mas 85% dos fumantes param ou diminuem o hábito com essa terapia. Ao se consultar, o indivíduo não deve ter fumado nenhum cigarro no dia, para que esteja em desequilíbrio, pois só assim se consegue detectar os pontos patógenos. É claro que, sozinha, a auriculopuntura não resolve

nada. É importante que o paciente procure o tratamento em uma época de equilíbrio psíquico, sem estresse interno ou externo e, se necessário, fazendo outras terapias como acupuntura sistêmica, tratamento que restabelece o equilíbrio energético, ou homeopática, que trata de problemas relacionados a alergias e reações alérgicas, como febre, calafrios, entre outros.

Mais uma vez os olhos do mundo vão se voltar ao duelo Federer contra Nadal, agora nos Estados Unidos pelo torneio US Open, o último Grand Slam disputado no ano. O espanhol Rafael Nadal recuperou o posto de número um no ranking da ATP (Associação de Tênis Profissional) ao faturar o troféu de Roland-Garros, passando o suíço, Roger Federer (2º), e Novak Djokovic (3º), da Sérvia. Federer é pentacampeão do aberto e conquistou o vice-campeonato em 2009 ao ser derrotado pelo argentino Del Potro. Nadal nunca conquistou o torneio e busca o título para manter a liderança do ranking. O Grand Slam acontece entre os dias 30 de agosto e 12 de setembro.

Foto: Divulgação

Terapia combate tabagismo


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SOBPRESSÃO

FÔLEGO

MAIO/ JUNHO DE 2010

Saiba mais...

Programas Body Pump Exercícios aeróbios e localizados ao mesmo tempo, em que são utilizadas barras e anilhas. Representa a musculação, mas feita em conjunto e com o objetivo de resistência muscular. Body Combat Aula de condicionamento físico que tem como base movimentos de artes marciais (socos, chutes etc).

Sistema traz aulas com movimentos de lutas, de danças, de aulas de step, de hidroginástica e até treinamento de ciclismo

Foto: hYana rocha

Body systems oferece variedade de exercícios O sistema de aulas possibilita a realização de exercícios dinâmicos, que vão de aeróbica à simulação de exercícios de musculação, com grande gasto calórico

Body Balance Aula que visa o condicionamento postural, através de movimentos de ioga, shiatsu e tai chi chaun. Body Attack Aula com os mais simples exercícios aeróbios, como corrida e polichinelo. Os movimentos exigem força na parte superior do corpo, indo desde a parte dorsal até o abdômen e braços. Body Jam Exercícios aeróbios executados como passos de dança. O objetivo é que a pessoa queime calorias dançando. As músicas são atuais e geralmente as que tocam nas baladas.

Suiani Sales

Cansado da musculação convencional? Então, está na hora de conhecer os programas da Body Systems, como Body Pump, Body Combat e Body Attack, que várias academias de Fortaleza oferecem. As aulas são recomendadas por serem eficientes, motivadoras e por mudar a rotina da musculação tradicional. Basta escolher qual o programa que mais lhe agrada e se exercitar. Ao som das mais agitadas músicas, geralmente tocadas nas “baladas”, essas aulas possuem mais coisas em comum que a palavra “body” no nome: todas promovem um alto gasto calórico. Cada aula possui no máximo 1 hora de duração, oferecendo uma sequência de exercícios que proporcionam, ao mesmo tempo, entretenimento e resultados eficientes no físico dos alunos. A proposta surgiu por intermédio da empresa Les Mills Internacional, que teve origem em 1997, na Nova Zelândia, e criou os vários programas de aulas em grupo. No Brasil, essa empresa é representada pela Body Systems. Qualquer pessoa que pretende entrar em forma, ou que apenas deseja praticar algum exercício físico para sair do

Body Step Aula que utiliza o step (um banco) como base dos exercícios de condicionamento aeróbio. As aulas são montadas a partir de exercícios simples, mas que exigem resistência. Além do condicionamento aeróbio, coxa e glúteo são trabalhados.

RPM É um treinamento de ciclismo. Power Jump Aula que utiliza um trampolim como base dos exercícios de condicionamento aeróbio.

Aula de Body Pump utiliza pesos e trabalha os músculos com exercícios localizados

sedentarismo, pode procurar os programas da Body Systems e participar das aulas independentemente da idade, pois cada um possui condições de acompanhar os exercícios de acordo com o seu ritmo. Sendo assim, não existe turma específica para iniciantes ou avançados, não precisando os alunos preocupar-se com isso. A aluna Gladiane de Oliveira, 24 anos, começou a praticar as aulas de Jump, Pump e Attack há três meses e já sente resultados em seu corpo. “Já tinha ouvido falar dos programas da Body Systems, daí resolvi participar das aulas. Nos primeiros dois meses de prática, não percebi muita diferença no meu corpo, mas nesse último mês, perdi cerca de 3,5 kg. Adoro fazer as aulas e minha resistência atualmente é bem melhor do que era antes”, constata Gladiane.

Foto: hYana rocha

Os professores destas modalidades precisam ser formados em Educação Física, possuir filiação ao Conselho Regional de Educação Física (Cref), bem como passar por um treinamento específico para ministrar as aulas dos programas da Body Systems. Obtendo o certificado, o professor está apto a dar as aulas. Cada programa possui uma finalidade diferente. O Body Pump, por exemplo, trabalha cada grupo muscular no decorrer da aula. O uso de peso é uma das essências da aula. Já o Body Combat, Power Jump e o Body Attack possuem características de uma aula intensa de aeróbica. Além disso, a cada três meses os professores passam por um aperfeiçoamento nos workshops, quando um novo treinamento e novas coreografias chegam

para inovar as aulas. É justamente por todo esse preparo que os professores estão aptos a atender às necessidades de cada um, de acordo com a desenvoltura dos alunos. A professora de Educação Física, Angélica Mota, 29 anos, começou a dar aulas de Body Systems em 1999. “Algumas dessas modalidades possuem restrições. Uma grávida, por exemplo, tem que comunicar ao professor antes de iniciar os exercícios, quais as suas condições, pois existem algumas posições nas quais ela não poderá ficar. Quem possui problemas no joelho, não pode participar das aulas de Body Attack por ela ter um certo grau de impacto com o chão. Já no Power Jump, quem sofre de labirintite também não deve participar dessa aula”, explica a professora.

Power Pool Aula que promove gasto calórico dentro da piscina. Nela, são executados exercícios aeróbios que trabalham os membros inferiores e superiores. Ou seja, é uma aula de hidroginástica mais potente.

Fonte: Long Life Academia. Site: www. academialonglife. com.br Body Systems tem modalidades que possuem algumas restrições. É preciso checar com o educador físico antes de praticá-las Foto: hYana rocha


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