Jornal Folêgo 24

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FÔLEGO JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR

OUT/NOV DE 2010

ANO 7

Conheça as curiosidades da vaquejada, que deixou de ser apenas um hobby e virou um esporte levado a sério. Seus praticantes contam os desafios e os prazeres desse esporte que se estendeu a todos os públicos, inclusive o feminino. Páginas 4 e 5

N° 24

Adrenalina nas águas O Wakeboard evoluiu impulsionado por diferentes técnicas e iniciativas. Antes, uma alternativa; hoje, um esporte respeitado e que está em constante expansão Camila Holanda

Por décadas, o Surf foi o esporte aquático predileto entre os frequentadores das praias. Com a evolução das técnicas e a necessidade de novas modalidades de esportes marítimos, o wakeboard surgiu na década de 1970, nos EUA, como uma alternativa para os surfistas nos dias de pouca onda. Barcos começaram a rebocá-los por intermédio de um cabo. Com o tempo, as pranchas foram diminuindo e lanchas passaram a puxá-las. Hoje ele tem uma dimensão mundial, e no Brasil tem crescido muito. Pode-se dizer que este esporte é uma fusão do esqui aquático com surf. A prancha deve ser proporcional ao peso e altura do atle-

ta. Deve ser menor que a utilizada no surf, possibilitando maior velocidade. A corda deve estar sempre esticada, pois o wakeboarder (nome que se dá ao atleta desse esporte) precisa manter o equilíbrio ao realizar uma manobra. O campeão do circuito cearense de 2008, Iugo Borges, afirma que o pré-requisito para praticar é “apenas ter alguma vivência na água e saber nadar, para não se apavorar muito”. Quando o esporte foi iniciado no Brasil, em 1990, e a Associação Brasileira de Wakeboard foi fundada, (ABW) em 1998, por Betinho e Flavio Castello Branco, o primeiro circuito nacional teve 6 fases pelo País. A classificação era feita de uma forma objetiva e com técnicas préestabelecidas. Em 1999, os critérios ficaram mais subjetivos, deixando os atletas mais livres para fazerem outras manobras. Nesse novo formato, o que contava era o estilo, o que facilitou mais. No ano seguinte, obstáculos como rampas e corrimãos passaram a ser utilizados nos campeonatos, criando ainda mais opções para os wakeboarders exibirem suas habilidades.

Há o campeonato nacional e os estaduais. Em 2010, Fortaleza foi sede da 3ª etapa do Circuito Brasileiro, nos dias 12, 13 e 14 de novembro. Tal fato é a consolidação de que o Ceará tem força, sendo reconhecido como um dos principais pólos do esporte no País. Antes da competição, Iugo Borges afirma que “os atletas estão muito pilhados, e treinando toda semana”. Pela terceira vez consecutiva, o paulistano Luciano Rondic conquistou o título de campeão brasileiro na categoria Profissional. O favorito era Mário Manzolli, mas ficou em segundo. Eduardo Martins levou o bronze. Segundo Iugo Borges, um critério observado nos campeonatos é que “os wakeboarders devem se concentrar na qualidade das manobras, não na quantidade”. Eles não devem repeti-las e serão “julgados na dificuldade e competência das que forem realizadas”, complementa. Os juízes pontuam os competidores em cada um dos três critérios: execução, intensidade e composição.

Lagoa do Colosso foi sede da 1ª etapa do campeonato cearense

Foto: Justi FreitAs

Cearense radical O Wakeboard chegou ao Ceará na década de 1990. Mas foi só após o primeiro campeonato na Lagoa do Uruaú, Beberibe, em 2004, que ele passou a ser mais conhecido. O atleta cearense Rodrigo Frota é um dos responsáveis pela disseminação do esporte no Estado. Iugo Borges, professor da escola 30 Knots, afirma que ele é uma espécie de “embaixador do esporte aqui”. O Ceará está entre os oito principais locais responsáveis pelo crescimento do wakeboard no Brasil, ao lado dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Tocantins, Brasília e Amazonas. A estudante de Publicidade da Universidade de Fortaleza, Letícia Brayner, começou a praticar através de amigos. Ela afirma que admira muito o esporte e é estimulante vê-lo crescendo no Ceará. “Logo na primeira experiência já me empolguei. Já conhecia o Wake,

mas nunca havia praticado ou visto de perto como era”, complementa. O sistema de Cable 2.0, inovação no esporte que traz um sistema de cabos que puxa o wakeboarder por cima, utilizando a eletricidade, foi inaugurado na Lagoa do Colosso, em Fortaleza, nos dias 4 e 6 de setembro de 2010, quando ocorreu a 1ª etapa do campeonato cearense. O uso de lanchas pode ser, então, dispensado. Mas nas aulas ainda são utilizadas. No Brasil, atualmente, há 3 Cables. Eles podem ser encontrados no Naga Cable Park, na cidade de Jaguariúna, São Paulo; no 2D Cable Park, município no município de Cotia, São Paulo; e na Lagoa do Colosso, em Fortaleza. As categorias do circuito cearense são dividas em iniciante, intermediário, feminino, avançado e open. Essa última é a mais difícil e é recomendada para profissionais.

O wakeboard, apesar do pouco reconhecimento no Estado, é um dos esportes mais procurados no litoral cearense Foto: Justi FreitAs


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