Os din-dins de Dona Inês e seu Alfeu fazem sucesso na Barra do Ceará. O casal, que trabalha no ramo há 32 anos, já chegou a produzir mais 200 din-dins por dia.
Com a promessa de alto desconto em produtos de grife – como roupas, sapatos e acessórios –, bazares cearenses ganham destaque em eventos.
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Colecionadores falam um pouco de sua paixão e cuidado pelo bastante popular fusquinha. Página 7
SOBPRESSÃO JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
FEVEREIRO / ABRIL DE 2013
ANO 12
N° 34
Projetos sociais trabalham reciclando vidas Atividades que promovem boas ações estão em alta dentro e fora da internet. Na matéria, ganha destaque exemplos como os cafês compartilhados; sites que divulgam histórias de solidariedade e gentileza; projetos sociais, como o “Pintar as ruas de alegria” e a “Colcha de história”; e estabelecimentos que usam o lucro financeiro para doações, como A Padaria Pão da Vida, em Viçosa do Ceará. Foto: ianara santana Página 3
Balaio
Coletivo
Belga fala sobre documentário a respeito da Copa
Com maior exposição na internet, ilustradores contam suas experiências com a rede
Em entrevista para o caderno, a jornalista Maryse Williquet, que veio através de intercâmbio, conta sobre seu projeto audiovisual. Intitulado “Copa Para Quem?”, o documentário aborda os movimentos sociais em torno do evento, bem como o legado que ficará para a população.
Meio de fácil acesso e visibilidade, a internet tem ganhado notoriedade. Jovens ilustradores de Fortaleza falam um pouco de como as redes sociais têm contribuido para a divulgação de seus trabalhos, expondo tambtém os pontos negativos que a prática pode acerretar.
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Fôlego
TCC
Inclusão social
Projeto subsidia cegos com o uso de audiolivros Página 4
Diplomacia
Instruções para o ingressar na carreira Página 10
Revitalização
Sustentabilidade
Fórum debate a Copa do Mundo
Trabalho requer maior atenção
Programa visa adoção de praças para Ceará se destaca requalificar espaços públicos em energia limpa
O caderno traz um especial sobre o evento, ressaltando pontos positivos e negativos.
Dúvidas e tensões são comuns na formulação do Trabalho de Conclusão de Curso.
Fortaleza vira palco de revitalização. Programa Adote o Verde incentiva a adoção de praças para aprimoramento da manutenção local.
O Estado lidera ranking nordestino em uso de alternativas sustentáveis.
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FEVEREIRO / ABRIL DE 2013 • # 34
Editorial
Artigo Gustavo Nery
Conjunto de ideias A segunda edição semestral do Sobpressão sempre parece ser mais fácil: os alunos já se acostumaram com o ritmo de produção e conseguem se virar o suficiente pra diagramar suas próprias matérias. Mas, em vez de se sentirem confortáveis, muitos tiveram dificuldade em encontrar outra pauta interessante. A busca por novas histórias é um desafio constante na vida de um repórter e, aqui, a mistura de temas e visões resultou em um trabalho totalmente diferente do primeiro. O crescimento do número de empreendimentos sustentáveis no Ceará gerou uma matéria que engloba sustentabilidade e negócios. Já a adoção de praças mostra que a população continua preocupada com a natureza. Nesse mesmo viés de zelo pela humanidade, a reportagem sobre boas ações explora justamente no lado mais humano das pessoas. O mercado do caranguejos é visto sob um novo ângulo, como também o interessante trabalho daqueles que ganham a vida vendendo din-din. Dessa mesma maneira, algumas pessoas escolhem empregos infor-
Artigo
Baz Luhrmann inova o clássico
mais e diferentes da rotina de quem trabalha em escritório. Além deles, os diplomatas e concurseiros são outras áreas aproveitadas pelos repórters. Resgatando o amor pelo passado, os fuscas ainda podem ser encontrados pelas ruas da cidade. Já de olho no futuro, cada vez mais aparecem salões especializados em fazer unhas bastante diferentes. As compras online em sites com vendedores chineses são uma ótima opção para quem quer pagar menos, mas é preciso muita atenção. O mesmo vale para os bazares que estão sempre acontecendo. Esportes ao ar livre também são uma nova moda para quem quer cuidar do corpo. Outra boa opção são os treinamentos funcionais. Outra matéria interessante é a da produção dos livros falados, criados para substituir a leitura de quem não consegue ver. Esperamos que aproveite este Sobpressão e leia um pouco mais sobre tanta coisa diferente. Thaís Praciano
Lançado em 2013, a recente versão cinematográfica do clássico “O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, dirigida por Baz Luhrmann e estrelada por Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan e Tobey McGuire, destaca-se pelo visual exagerado, já considerado uma das marcas do diretor. A trama desenrola-se em Nova York da década de 1920, trazendo críticas à sociedade fútil da época, característica que consagrou a obra literária. Somos apresentados a Nick Carraway, jovem e esperançoso corretor de valores em Wall Street, que fica intrigado quanto ao seu misterioso vizinho, um milionário que hospeda festas extravagantes em sua mansão. Ao mesmo tempo, Carraway presencia o casamento em crise de sua prima, Daisy, com o famoso jogador de polo Tom Buchanan. Aos poucos, o narrador-personagem encontra-se envolvido em situações permeadas de crime e romance, como um observador abruptamente inserido em circunstâncias íntimas e
Luhrmann dá um tom cenográfico e atual ao roteiro, e abusa de tecnologia para compor um filme visualmente soberbo, que ganha ainda mais detalhes visuais com o acréscimo do 3D. desagradáveis. Luhrmann dá um tom cenográfico e atual ao roteiro e abusa de tecnologia para compor um filme visualmente soberbo, que ganha ainda mais detalhes visuais com o acréscimo do 3D. A trilha, produzida pelo rapper Jay-Z, mescla músicas atuais com o ritmo da época, no objetivo de envolver o espectador de maneira singular; estratégia reforçada pelo enquadramento, que ora prioriza planos dramáticos e psicológicos, e ora proporciona visão
ampla das cenas. A atuação de DiCaprio sobressai-se perante as demais, auxiliando na compreensão da complexidade de Jay Gatsby. McGuire não demonstra êxito ao interpretar Nick Carraway, exibindo uma atuação mediana, mas suficiente para o contexto do filme. Por último, Carey realiza um bom trabalho ao encarnar Daisy Buchanan, transpondo o ar angelical e “inocente” proposto pelo livro. “O Grande Gatsby” de Luhrmann torna-se, então, uma bela adaptação da obra de literatura estadunidense, mas longe de ser um filme valorizado como tal. Entretanto, seu tom contemporâneo e “grandioso” promete agradar ao público, podendo tornar-se memorável para alguns espectadores, destacando-se entre outras adaptações, sendo a de 1974, com Robert Redford e Mia Farrow, a mais conhecida até então. Estudante do 4º semestre de Jornalismo
Estudante do 6º semestre de Jornalismo
Cidney Sousa
Registro fotográfico
Kiera Cass: a escritora popstar No mês de agosto deste ano, Kiera Cass, autora da trilogia A Seleção, veio ao Brasil para um encontro com os fãs na Bienal do Livro em São Paulo. Mas a viagem não parou por ai, a escritora ainda passou por Fortaleza e Recife, causando filas quilométricas. Cass é conhecida como uma escritora popstar, pois conquistou o primeiro lugar de vendas em vários países. A história dos livros surgiu de uma tragédia real, após o massacre na universidade Virginia Tech, em 2007, que resultou em 33 mortes, incluindo a do atirador, e 21 feridos. Com isso, Cass passou a escrever como forma de extravasar suas emoções, ela costuma dizer que as palavras salvaram sua vida e a de sua família. Suas histórias se passam numa realidade futura e num país inexistente (Iléa), mas reúnem os ingredientes clássicos de uma boa trama romântica: amores, príncipes, princesas e diferenças sociais atrapalhando os sonhos das pessoas. Os livros mostram muito mais que um mundo fictício, é possível encontrar bastante da nossa realidade nesse conto de fadas. As pessoas são divididas em oito castas, que podem designar sua profissão, quantidade de dinheiro e posição na sociedade. A casta número “Um” é a realeza, e somento através do grande concurso A Seleção que uma garota tem a oportunidade de pertencer à linhagem. Enquanto as princesas se casam entre nobres para fortalecer alianças, o príncipe se casa com uma plebeia. Para isso, um grande concurso é organizado e um reality show transmitirá ao país a disputa entre as garotas para impressionarem o príncipe. América, a protagonista, é uma garota da casta Cinco, a dos artistas. Ela nutre um romance proibido com Aspen, da casta Seis. Porém, ela acaba recebendo a carta de convocação para A Seleção e acha um absurdo participar de um concurso para ser a esposa de alguém que nem conhece direito. A resistência de América resultou em mais dois livros, A Elite, que de 35 garotas só restaram seis em disputa por uma coroa. E A Escolha, onde a decisão do príncipe será tomada. Kiera lançará outro livro intitulado A Rainha, ainda sem previsão de lançamento. Estudante do 5º semestre de Jornalismo
A equipe de fotografia do Núcleo Integrado de Comunicação (FotoNic), a fim de diversificar suas atividades produziu, no semestre de 2014.1, um catálogo de moda em prceria com a Agência Nic e o curso de Desing de Moda da Universidade de Fortaleza. Na foto, a modelo Luana Falcão ilustra uma parte do produto, que teve como tema: Egito e Abstrato. Fotografia: Eduardo Cunha
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Texto: Thiago Gadelha
Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) Fundação Edson Queiroz Diretora do Centro de Comunicação e Gestão: Profª. Maria Clara Bulgarim - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Disciplina: Projeto Experimental em Jornalismo Impresso (semestre 2013.2) - Reportagem: Ahynnsa Thamir, Ana Beatriz Vieira, Bruna Bezerra, Carla Raquel, Capucine Anhalt, Elisangela Rocha, Emília Andrade, Emilly de Sousa, Fabiola Cordeiro, Gabriela Nunes, Hamlet Ribeiro, Iara Sá, João Paulo de Freitas, Katy Caroline, Kévila Cardoso, Leticia Késsia, Lígia Franco, Lyzia Hanna, Lise Ane Alves, Lucas Reboucas, Luiz Carlos Bomfim, Mariana Paula, Marina Freire, Marília Ceres, Mateus Ramos, Rayana Fortaleza, Tircianny Araújo, Thaís Praciano, Renata Larocca, Sabrina Coriolano, Sara de Sousa, Suellen Sales e Wilson Lennon - Projeto gráfico: Prof. Eduardo Freire - Arte final: Aldeci Tomaz - Professores orientadores: Eduardo Freire e Janayde Gonçalves - Coordenação de Fotograf ia - Júlio Alcântara - Revisão: Prof Celiomar Pinto - Conselho Editorial: Wagner Borges e Adriana Santiago - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 750 exemplares - Estagiário do Laboratório de Jornalismo (Labjor): Thaís Praciano - Estagiário de Fotograf ia: Thiago Gadelha - Estagiário de Produção Gráfica: Claudia Cabral - Edição: (Monitor da disciplina): Wolney Batista • Sugestões, comentários e críticas: jornalsobpressao@gmail.com
Falha nossa - Na edição 33 do Sobpressão, esquecemos de dar o crédito da foto do Luís Barbosa, a quem pedimos desculpas
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Mercado de boas ações está em alta Boas ações têm sido estimuladas em todos os lugares, por pessoas de diversas idades, religiões e culturas. Não há fronteiras para se fazer o bem Ahynssa Thamir e Thaís Praciano
O compartilhamento de boas ações está crescendo em todos os meios, inclusive na Internet. O Facebook se mostrou um terreno fértil para o compartilhamento e o engajamento a causas sociais. E fora do universo virtual, pessoas comuns também cultivam suas pequenas gentilezas que conseguem transformar a vida de quem recebe. O ato de dar algo espontaneamente, sem esperar nada em troca, apenas pelo bem do outro, parece estar sendo mais bem visto pela sociedade. Um bom exemplo é o café compartilhado. Ele surgiu em Nápoles, na Italia, onde as pessoas deixavam um café e comida para quem não tinha condições. Nas cafeterias, tornou-se comum em lugares frios ao deixar um café para quem mora na rua e precisa se esquentar. “Aqui, ele ganhou um caráter de gentileza e agora as pessoas querem deixar bilhetinho e continuar a corrente”, conta Danielly Gomes, proprietária da cafeteria Amika Coffeehouse. O café compartilhado é simples: você pode pedir para deixar um café pago e em um quadro fica o número de cafés cedidos. Quem chegar pode ver se tem algum disponível e sim-
Existe bondade na Internet Mesmo sendo comum vermos o compartilhamento de tragédias nas redes sociais, é possível encontrar boas ações na internet. O site Razões para Acreditar foi criado pelo publicitário Vicente Carvalho e se destina exclusivamente a propagar o que há de bom da humanidade. Quem quiser, também pode mandar a sua história e vê-la junta de outras como a do pai com doença terminal que entrou no casamento da filha em uma maca e do garoto de 8 anos que juntou dinheiro para comprar uma cadeira de rodas para seu cachorro. Outro site que ajuda a colorir a vida dos internautas é o Hypeness, um projeto do casal Eme Viegas e Jaqueline Barbosa. A página é o local ideal para se encontrar inspirações de arte, design, cultura e tudo o que for incrível, mostrando também que o ser humano é capaz de atingir grandezas quando deseja.
plesmente pedir. Você toma a bebida e lê o bilhete escrito por quem pagou e não é obrigatório deixar outro de volta. Mas, quase sempre, o prazer de experimentar a gentileza faz com que se queira retribuir e pagar o próximo para alguém. Colorindo a cidade O projeto “Pintar as ruas de alegria” surgiu no final de junho de 2012 por iniciativa de alunos da Universidade Federal do Ceará (UFC). Após marcar um local de encontro, os estudantes faziam intervenções em Fortaleza, modificando o dia e a paisagem de quem os encontrava. Uma de suas ações era o “Rodízio de Praças” em que eles entregam poesias, outras se vestem de palhaço e algumas simplesmente sentam para conversar com quem aparece. Já no “Flanelinha”, todos vão bem vestidos com roupa formal para limpar os vidros dos carros e, em vez de receber dinheiro, eles é que dão. “A gente acredita que se eu estou intervindo eu posso estar fazendo uma besteira, mas por você parar e ver aquela besteira, você esteve lá de verdade. Por isso que a gente gosta muito de fazer coisas na rua, porque a pessoa que tá passando na rua ela não tá ali, ela tá pensando em outras coisas, não está vivendo aquele momento”, explica George Henrique, um dos organizadores do projeto. Em uma de suas outras intervenções, “Colcha de Histórias”, os participantes chama-
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Café compartilhado pode ser pago e pedido por quem quiser Foto: Thaís Praciano
vam as pessoas para contar alguma história e depois escreviam um trecho em um retalho e costuravam todos em uma colcha. “Tinha muita gente que se sentia livre porque nunca mais vai ver o outro na vida. Uma mulher contou que teve o sobrinho que morreu seis meses depois do marido, até pra gente escutar é difícil de engolir”, conta o estudante. Poder da multiplicação Estabelecimentos que usam todo o seu lucro para doar aos outros é uma prática que surpreende, mas que tem se tornado comum. A Padaria Pão da Vida, em Viçosa do Ceará, surgiu em 2001 pelo desejo de alcançar a sustentabilidade da obra social que lhe deu origem, o Centro Espírita “O Pobre de Deus”. A obra teve apoio da
comunidade assistida, dos moradores da cidade e de instituições que acreditaram na seriedade do projeto. “Atualmente, a presença das pessoas que compram os alimentos é nossa maior energia. Parece que o dinheiro que elas investem vem adocicando com bondade e vitaminado com o poder da multiplicação”, conta Everaldo Mapurunga, um dos idealizadores e fundadores da padaria. Os funcionários, em sua maioria, são da própria obra social: ex-alunos, que agora trilham o caminho dos estudos ou da sonhada profissão, e mães co-participantes, também vindas da comunidade assistida. O lucro da Padaria possui três destinos certos, sendo primeiramente investido no aperfeiçoamento do trabalho e manutenção do estabeleci-
mento, a outra parte destinada à equipe que produz e comercializa e por último a renúncia de algumas pessoas que trabalham na obra sem remuneração. Esta parte atende à finalidade essencial, que é manter uma centena de crianças e adolescentes em atividades socioeducacionais por meio da assistência social. “Não há nenhum custo para os beneficiários, que neste caso atuam como co-participantes do processo de promoção social e não como meros recebedores”.
Serviço Amika Coffeehouse: Rua Ana Bilhar, 1136 B - Varjota Padaria e Confeitaria Pão da Vida: Praça General Tibúrcio, 594 Viçosa do Ceará
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1 Cupidos chamam as pessoas para contar histórias de amor Foto: Marcos Ítalo 2 Ações no “Colcha de Histórias” reúne em pequenos retalhos trechos de sonhos, desabafos e amor. Foto: Marcos Ítalo 3 No “Ato do Sinal”, cartazes trazem humor e estranhamento aos motoristas em avenidas da cidade. Foto: Divulgação
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Audiolivro contribui com inclusão social dos cegos O projeto Livro Falado surgiu em 1994, ainda com a utilização de fitas cassetes, onde eram gravadas as rádio novelas. Hoje, o projeto conta com a tecnologia. Lise Ane Alves
Inclusão social é um dos objetivos do Projeto Livro Falado dos Instituto de Assistência aos Cegos de Fortaleza. O projeto surgiu em 1994 e tinha como incentivadora e coordenadora do prof.ª Ruth Queiroz, que incentivava os alunos a gravarem rádio novelas. O projeto além de fornecer a inclusão, contribui com a formação de alunos que frequentam a escola do Instituto. Assim como as escolas regulares recebem alunos com alguma deficiência, a escola do Instituto dos cegos, recebem alunos ditos “normais” para integrarem seu quadro e com isso enriquecer o aprendizado de ambas as partes. Em 2003 o instituto produziu o primeiro programa de rádio da Rádio Dosvox, chamado “Conversa que interessa”, composto por Paulo Roberto Cândido, na produção e apresentação, Ana Paula Teixeira na edição de áudio, e alexandra Almeida na coordenação geral.
Já no ano de 2004 com a tecnologia em ascendência, Silvia de Paula recebeu o convite para ser a responsável pelo setor do Livro Falado. Sílvia conheceu o projeto ainda quando estava na faculdade e procurou o instituto para realizar uma atividade acadêmica, e hoje fala com bastante empolgação de como esse tipo de trabalho é útil para a sociedade. O projeto conta atualmente com 63 voluntários, nos quais 29 são adultos e 34 cianças. Os adultos são convidados a gravarem livros de estilos variados, que vai da poesia à apostilas para concursos. A escolha dos livros quem faz são os alunos da escola do instituto. Para Sílvia de Paula “todo tipo de leitura é bem-vinda”. Todo o acervo vai para a Biblioteca Braille Josélia Almeida. A Biblioteca foi reorganizada em 1996, com o objetivo de integrar os alunos e assistidos da Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), à sociedade de inclusão. Trabalhando sempre com atividades diversas e levando ao aluno o desejo de se tornarem leitores fluentes. As pessoas que são assistidas, assim como os alunos, do Instituto Hélio Góes podem ouvir os seus livros prediletos
Audiolivro, é uma das formas que o Instituo dos Cegos encontrou para trabalhar a inclusão social Foto: Lise Ane Alves
Paulo Roberto Cândido
Procuramos incluir de todas as maneiras possivéis nossos alunos na sociedade. Observando que a acessibilidade é palpável no instituto. Coordenador do laboratório de informática.
ou estudarem através de CD, usando o sistema de empréstimo como em qualquer outra biblioteca. Além dos livros em Braille o acervo conta com livros em tinta com caracteres ampliados e livros falados em CD e fita K-7, gravados no Centro de Gravação do Livro Falado do Instituto dos Cegos. São obras literárias, paradidáticos infantil e infanto-juvenil, didáticos, periódicos onde os alunos têm acesso aos jornais “Diário do Nordeste” e “O Povo” em Braille e com caracteres ampliados. Os voluntários curumins,
Danças, canções e oralidades foram conservadas entre as tribos, apesar do mito do desaparecimento Foto: Raphael Villar
que são crianças com faixa etária até 12 anos participam da gravação de histórias utilizando a imaginação. E com a ajuda de softwares a leitura e informação é facilitada. O Dosvox, por exemplo, é o software utilizado pelos alunos no laboratório de informática, que fornece a leitura de jornais, revistas, notícias de sites, etc. O idealizador do Dosvox foi o professor José Antonio Borges, da Universidade Federal do Rio de janeiro. O setor de Livro falado do Instituto dos cegos de Fortaleza promove a publicação semanal de um programa de entrevista chamado Conversa que Interessa para a Rádio Dosvox. Existem aproximadamente mais de 331 programas já gravados, que podem ser ouvidos na internet. A Rádio não é concretamente uma rádio, pois não existe uma difusão através de ondas hertzianas. É um domínio onde programas de interesse do público deficiente visual são armazenadas ou referenciadas. A Rádio Dosvox é mantida pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/ UFRJ). Atualmente existem em média 30 pessoas cadastradas para realizarem a gravação. E já existe fila de espera. O acervo da audioteca conta com 1243 livros gravados, até Abril de 2013.
Serviço
Sociedade de Assistência aos Cegos: Av. Bezerra de Menezes, 892 São Gerardo - Fortaleza - (85) 3206.6828 (falar com Claúdia, Serviço Social). http://www.sac.org.br Horários de gravação: segunda a quinta, manhãs e tardes. Danças, canções e oralidades foram conservadas entre as tribos, apesar do mito do desaparecimento Foto: Raphael Villar
Fundação Dorina é tida como exemplo na Inclusão de cegos Criada em 11 de março de 1946 por Dorina Nowill, a Fundação Dorina é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico, que tem como objetivo a produção de livros em braille, assim como a educação e inclusão social dos cegos na sociedade. O curso de especialização para educação de deficientes visuais foi o passo inicial de ensino de cegos na educação brasileira. Nesse período de existência da fundação houve a distribuição gratuita de livros em braille, falados, e digitais para mais de 1.400 escolas, organizações e bibliotecas de todo o Brasil. A instituição produziu mais 1.600 obras em áudio e mais de 900 títulos digitais acessivéis. Os audiolivros são os mais variados: infantis, didáticos, literários, manuais, catálogos, etc. A fundação oferece também o serviço de consultoria técnica em serviços de acessibilidade, onde trabalham com treinamentos e palestras, com intuíto de incluí-los no mercado profissional.
Saiba mais...
190 mil
livros e revistas aproximadamente, foram distribuidos no formato braile, falado e digital em 2011.
7 mil
organizações, escolas e bibliotecas foram atendidas.
900 mil
deficientes visuais de todos os estados do Brasil recebem semanalmente uma revista de circulação nacional, em áudio, gravada nos estúdios da Fundação Dorina.
200
voluntários estão atuando atualmente na Fundação.
211
livros já foram produzidos no formato braile.
1400
pessoas com deficiência visual foram reabilitadas no último ano.
37.096
livros digiais acessivéis distribuidos a deficientes visuais desde 2007.
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Há 32 anos o din-din feito por D. Inês é sucesso na Barra do Ceará O picolé artesanal preparado dentro de pequenos sacos plásticos continua garantindo a sustentabilidade do casal de aposentados.
D. Inês
Eu tinha vontade de fazer alguma coisa pra mim ganhar num sabe, aí aquilo veio no meu pensamento: Dindin
Emilia de Andrade
Dona Inês e seu Alfeu têm 58 anos de Ceará, desse tempo todo 32 anos são dedicados para fazer din-din. Eles saíram de Monteiro, uma cidade no interior da Paraiba, lá viviam da roça. Seu Alfeu, esposo de dona Ines, diz que no interior só se espera pela chuva, essa espera foi uma das motivações que fizeram com que eles trocassem a vida da roça pela vida na cidade grande. Moraram nos bairros da Parquelandia, Parque Rio Branco e Caucaia, em cada um desses lugares houve a tentativa de ganhar a vida com algo. Nos anos 80, chegaram à Barra do Ceará, e foi neste bairro que a ideia do picolé artesanal veio a tona. Dona Inês me revela: “eu tinha vontade de fazer alguma coisa pra mim ganhar num sabe, aí aquilo veio no meu pensamento: din din”. A fala dela carrega uma característica da Paraíba, din-din é falado com o “d” seco, sem o chiado típico daqui de Fortaleza, é dito com a língua atrás dos dentes, uma singularidade que o tempo nem a distancia
Tem gente nossa que quando vai viajar vem aqui e encomenda é de isopor de din din pra levar Aposentada, vendedora de dindin Dona Inês e seu freezer abastecido de din din Foto: Emilia Andrade
conseguiram desfazer. Todo dia é dia de fazer din-din , eles levantam cedo. “É o primeiro café da manhã”, diz dona Inês. Chegam a produzir mais de 200 por dia, hoje em dia a produção é reduzida se comparada há alguns anos em que a produção era realizada ao longo do dia, chegavam a utilizar 50 litros de leite diariamente. Os sabores feitos são de coalhada, castanha, biscoito, coco com nescau, coco e maracujá. Um insumo que garante a qualidade do din-din é o leite,
Saiba mais...
o leite utilizado na fabricação é fornecido há vários anos por uma vacaria do bairro, eles não utilizam leite industrializado. Seu Alfeu de longe faz suas colaborações pra entrevista e solta: “Aquilo é leite de laboratório” Vender ou não vender Antes de morar na atual casa, dona Inês morou em outra, no mesmo bairro da Barra. Quando se mudaram, ficaram receosos com a venda, não demorou muito e os antigos clientes Registro fotográfico
Sabores Extintos
descobriram o novo endereço do casal, enquanto estive por lá apareceu um destes clientes, Meire, 25 anos, auxiliar de dentista, mora perto do antigo endereço e desde criança é cliente, ela declara: “o dindin deles é o melhor e incomparável”. Logo em seguida, se despede, senta na garupa de uma moto e sai com sua sacola abastecida. O sucesso é mantido pelo boca a boca, não existe nenhuma placa escrito: “ Vende-se din-din” na faixada da
casa. Os din-dins de dona Ines cruzam os céus armazenados dentro de isopores para serem desfrutados em outros estados. “Tem gente nossa que quando vai viajar vem aqui e encomenda é de isopor de dindin pra levar”. O segredo não precisei perguntar, ela me falou gratuitamente no nosso papo o motivo do sucesso. “So faço se for bem feito, se não for bem feito eu nao faço, por que você sabe se você faz uma coisa bem feita todo mundo quer, não sobra”.
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No decorrer desses anos, alguns sabores deixaram de ser produzidos por Dona Ines saiba o porquê.
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Coco Queimado
Frutas
Batata com Coco
O fruto tem na fartura aqui na nossa região, mas o principal fator que contribuiu pra que o dindin não fosse mais produzido é o preço do gás. Para atingir o ponto do coco queimado D. Ines ficava 3 horas no pé do fogão. O custo para produzir sai caro e vocês sabem: din-din tem que ter preço popular.
Este sabor Dona Ines lamenta não poder mais fazer, não que ela não queira, o motivo está na péssima qualidade das frutas que são produzida hoje em dia. “Antigamente, a gente fazia muito de fruta, mas hoje as frutas são retiradas verdes, não amadurecem, aí as frutas não prestam, por isso a gente não faz mais de fruta”.
Dona Inês justifica me narrando o passo a passo Cozinha a batata Espera esfriar Descasca a batata Corta ela miudinha Raspa o coco Passa no liquidificador Coa o coco Bota a batata dentro e bate Vai coar de novo Pra depois amarrar Cansou?Imagine Dona Ines.
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Uma tarde na calçada 1 Seu Alfeu respondendo a famosa pergunta: Tem de quê? 2 D. Ines e seu Alfeu atendendo seus clientes. 3 Agora sim, amenizando o calor de um domingo ensolarado. 4 Paulo, estudante, era um menino menor que esses ao lado quando descobriu os sabores do casal. 5 Devidamente abastecido. 6 Algazarra na espera pelo din din
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Bazares de moda entram para o calendário varejista cearense Ponto de encontro de marcas e estilos, esses eventos também reúnem música, gastronomia e oportunidades de compras para vários segmentos Emilly Sousa e Mariana Paula
O que anteriormente era apenas uma forma de renovar o guarda-roupa com produtos de qualidade a preços menores acabou se transformando em uma significativa contribuição ao calendário varejista local. São os bazares, que unem uma grande quantidade de marcas de roupas, sapatos e acessórios com promessa de descontos que variam de 70% a 80%. Projeto múltiplo e destinado a toda família, os espaços onde acontecem esses eventos ainda oferecem opções como brinquedoteca, exposições de arte e cuidados com a beleza, além de shows musicais Um desses eventos é o Bazar La Boutique, criado em 2010 com o intuito de vender as peças que ficavam paradas nos estoques das lojas. O Bazar foi a oportunidade de expor as roupas que eram lançadas nas coleções, entravam em liquidação e que por fim não conseguiam ser vendidas. Dessa forma, o La Boutique foi uma nova opção das marcas de lucrarem com esses produtos e também de iniciar uma relação de fidelidade com os clientes. Reunindo grifes femininas, masculinas e infantis, além de marcas de calçados, cosméticos, lingeries, dentre várias outras, a distribuição das marcas é feita por estandes de acordo com a categoria. Além dos descontos, elas também realizam entrega de brindes, sorteios e promoções. Já em sua 10ª edição, o evento reúne em três dias cerca de 80 marcas e gera 3 mil empregos diretos e indiretos, como também a alta geração de impostos viabilizada pela venda dos produtos. “A venda dos produtos que não são das coleções mais recentes serve para a compra das novas coleções, criando um ciclo importante para que a máquina comercial não pare”, observa Angelo Bau, iedealizador da iniciativa. A arquiteta Débora Alves é uma das consumidoras que aprova a ideia. “Já participei das outras edições e sempre saio com sacolas, os descontos são realmente bons e ainda há outros benefícios aqui, como a
Descontos, de 70% a 80% é um dos principais atrativos do Bazar La Boutique Foto: Emilly Sousa
Clientes, visitam estandes e causam lotação nos ambientes Foto: Divulgação
Grifes, como Arezzo, Cantão, Cipolla Jeans, dentre outras, participam do evento Foto: Divulgação
boa organização e os espaços alternativos, que agregam todos os públicos”. Porém, a graduanda em jornalismo Fabíola Cordeiro, não observou tantas vantagens no La Boutique: “O evento é mais organizado e planejado, ao contrário de outros bazares que já frequentei, porém vejo que os preços de alguns estandes ainda estão muito caros. Acredito que como as marcas que estão aqui vendem roupas com preços muito altos, mesmo que elas façam um bom desconto nos produtos, os valores continuam sendo altos, levando em consideração o valor que eu quero pagar”, afirma. Marcas cearenses Seguindo a mesma ideia de esvaziar os estoques antigos a preços mais baixos, lojas cearenses também estão presentes em diversos bazares
que contam com benefícios como pagamento em cartões de crédito e débito, serviço de lanchonete, participação de artistas e bate-papo com blogueiras. O mais importante deles, o Bazar das Blogueiras, inicialmente era para ser um evento menor, mas que com o grande interesse das marcas cearenses hoje é um dos eventos mais esperados pelo público feminino. “No início planejamos fazer apenas um bazar com as nossas roupas do guarda-roupa e divulgamos nas redes sociais. Acontece que algumas lojas começaram a nos procurar com o desejo de vender sues produtos no nosso evento, a busca foi crescendo. E aí decidimos criar o primeiro Bazar das Blogueiras, que foi um sucesso. Já estamos na quinta edição e os resultados são só positivos”, afirmou a designer de moda e uma das autoras do blog Uma
Dica a Mais” Carla Amaral, que junto com a outra blogueira da página, Thais Farias, e com Carla Amaral
Lançamos uma convocatória e vemos a qualidade das peças. A gente não leva em consideração a loja ser conhecida ou não, se nós gostamos dos looks que elas produzem, ela é convidada a montar seu estande e expor as roupas. Organizadora do Bazar das Blogueiras
a redatora do blog Pensando Moda , Marjorie Menezes, criaram o evento. Uma particularidade presente no Bazar das Blogueiras é a valorização das marcas locais. “Lançamos uma convocatória das lojas interessadas em participar do bazar e analisamos a qualidade das peças que serão vendidas. A gente não leva em consideração a loja ser conhecida ou não, se nós gostamos dos looks que elas produzem, a loja é convidada a montar seu estande e expor as roupas”, ressalta Carla. A aprovação da iniciativa por parte dos consumidores é imediata. A estudante de enfermagem Rafaelle Freitas afirma que comprou várias peças.”È melhor comprar aqui do que em um shopping, é mais barato. Ultrapassou as minhas expectativas. Comprei várias blusas”.
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Fusquinha continua em alta e atraindo gerações Com quase oito décadas de existência, o Fusca segue sendo admirado e desejado. Não importa a idade, nem o sexo, o Fusquinha caiu mesmo no gosto do brasileiro. Elisangela Lopes e Suellen Sales
Carro quando sai de linha perde espaço no mercado, certo? Errado! Vários são os modelos de carros que ganham as ruas em todo mundo. Mas poucos são aqueles que são tão lembrados e almejados como o Fusca no Brasil. O cearense Antônio Ribeiro é dono de 36 Fuscas e cuida como se fossem joias, cada uma deles, com suas mais variadas cores, azul metálico, o famoso fusca preto, vermelho e por aí vai. Assim como os modelos 58, 66 e os três modelos Itamar - linhas de Fuscas que foram fabricados na gestão do presidente Itamar Franco, que também era um apaixonado
pelo carro. Com todo cuidado para mantê-los bem conservados, Antônio, que mora em um apartamento, guarda os carros em galpões alugados, oficinas, casas de amigos e reveza as vagas do condomínio. A coleção não alimenta só o hobbie pelo veículo, mas também lhe traz retornos finaceiros, como por exemplo as peças que são vendidas para as sucatas. Quanto a abrir mão de algum de seus “xódos” Antônio é enfático: “já apareceu muitos compradores, mas nenhum que pagasse o valor que eles mereciam. Tenho carros que já gastei mais do que eles valiam.” Apesar de não ter costume de vender ele já vendeu para colecionadores. Além dos Fuscas, o colecionador possui outros modelos, como : Jipe, Rural, Mustang. A família não se importa com o excesso de paixão que Antônio tem pelos veículos. Ele até brinca: “o meu hobbie é bem comportado”. Para manter todos esses carros em bom estado, ele gas-
ta em média 3 mil reais por mês sem reclamar. Quando tudo começou A história do Fusca começou após uma dura recessão que a Alemanha vivia em 1930. Como naquela época a maioria das fábricas eram especializadas em fabricar carros de luxos, que eram montados à mão, as montadoras viram a necessidade de pensar em um carro mais popular, ou seja, menor, mais acessível. Era o inicio de uma era de imponente crescimento para o mercado automobilístico alemão. Um dos maiores responsáveis pelo sucesso que esse pequeno automóvel teve e tem na história foi Adolf Hitler, que sempre foi um entusiasta. Ele era favorável ao desenvolvimento de carros modernos. Segundo historiadores, a pedido do líder nazista, Ferdinand Posch teria projetado o modelo que era simples, barato e de fácil manutenção. Era o conceito de “Volks Auto” ou “Volks Wa-
Coleção, Antônio Ribeiro ao lado de um dos Fuscas da sua coleção composta por 36 carros. Foto: Suellen Sales
gen”: expressões alemãs que traduziam o conceito de “carro popular”. Mas foi somente em 1938 que a idéia ganhou vida com a fabricação do Fusca na Alemanha. No começo, o carro não obteve muito sucesso, pois causou um certo estranhamento pelo layout. No mercado americano o volume de vendas foi bem abaixo do esperado, ape-
nas duas unidades vendidas. Mas, com o esforço da publicidade da marca ao utilizar os slogans: “Pense pequeno”, “A tartaruga mais veloz” e “Lave e use” , o carro acabou caindo no gosto popular. Prova disso foi a produção de cerca de 22 milhões de exemplares. Destes 3 milhões só no Brasil. O último foi fabricado em 2003 no México.
Paixão por carros antigos não tem preço nem idade O desejo de possuir um carro “antigo” não tem idade. Geralmente acontece na infância por conta de alguma influência familiar. Foi exatamente assim que aconteceu com Ítalo, funcionário público, que teve o avô como inspiração. Ao lembrar da década de 80 em que os fuscas eram utilizados para táxis, e o avô era taxista. A partir daí ele sonhou em possuir o mesmo carro. O cheiro da gasolina foi o que mais atraiu o rapaz. Hoje o sonho se tornou realidade e ele admite que boa parte do seu salário é destinado a encher o carro de “mimos”. As transformações realizadas no carro de Ítalo são feitas pelas mãos de Carlinhos, um profissional experiente neste tipo de veículo. O mecânico já teve o desafio de transformar um Fusca antigo nos padrões de um Fusca novo.
Nem mesmo as mulheres deixam de ser “seduzidas” pelas arredondadas curvas do Fusquinha. Exemplo disso é Claudizia Santos que ganhou o primeiro carro aos 18 anos, um modelo 78, de cor bege. Mas não foi fácil encontrar um O Pioneiro no Brasil
O primeiro Fusca nacional foi comprado por Eduardo Andrea Matarazzo em 3 de Janeiro de 1959, mas quem teve o primeiro Fusca oficialmente importado para o Brasil foi Rodolfo Maer em 1950.
Clube, integrantes do Fortal Fusca Clube de Fortaleza Foto: Samuel Rodrigues
carro que se adequasse às suas exigências. “As pessoas observam esse meu amor pelo meu carro, meu fusquinha. Muita gente até brinca que eu amo mais o meu carro do que meu próprio marido”. Claudízia trocou de carro em 1995 pela versão 86 que tem até hoje. Assim como ela milhares de brasileiros dedicam grande parte do tempo a viagens, encontros regulares com outros colecionadores. Além de frequentarem clubes que são destinados aos apaixonados pelo Fusca. Serviço Oficina o Carlinhos: Rua Tenente Benévolo 472 (esquina com Dom Joaquim) Praia de Iracema / tel: (85) 8644. 4158
Transformação, interior do Fusca de ítalo depois de passar por várias mudanças Foto: Samuel Rodrigues
EncontrosFotal Fusca Clube: Praça Argentina Castelo Branco (próximo ao Restaurante Raízes) – Bairro de Fátima / tel: (85) 8603 2333 (Claudizia)
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Há um novo segmento de unhas em Fortaleza Com a diversificação das unhas decoradas, hoje tê-las bem feitas e diferentes são um símbolo de status, cada ano, elas ganham mais modelos para chamar atenção. Bruna Bezerra e Fabíola Cordeiro
O Le Vernis Nail Bar foi inaugurado em agosto e tem como proposta um ambiente bem decorado e aconchegante, cheio de mordomias, com direito a drinks e petiscos variados. Há cerca de um ano e meio um novo conceito de salão de beleza ganhou força no mercado brasileiro: o nail bar que oferece além de manicure e pedicure, serviços típicos de um bar. O conceito surgiu nos Estados Unidos, mas foi na Europa onde ganhou adaptações e se consolidou. No Brasil, já existem franquias em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Teresina, Natal e agora, em Fortaleza. Para Kaline Lima, proprietária do salão, o Le Vernis tem um grande diferencial. “Você pode convidar as amigas para fazer um happy hour. Tem um bar que funciona com um barman que faz drinks dias de quinta, sexta e sábado. Durante a semana tem as outras bebidas convencionais que é a cerveja, “champanhe”, suco,
cappuccino. Sempre tem um atrativo para o cliente. Diferenciais que os outros salões não possuem”. O salão trabalha com uma extensa gama de marcas, nacionais e internacionais, e em todas as cores possíveis. As clientes podem escolher a técnica que quiser: caviar nails, ombré nails, degradê, francesinha, etc. Segundo Kaline, as marcas mais pedidas são Chanel, Yves Saint Laurent e MAC. De acordo com Kaline, a aceitação do público foi bastante positiva. “No mercado da beleza, é difícil você conquistar, mas como o salão é um projeto inovador, a aceitação foi muito boa. Por ter o diferencial do bar, a parte de loja que também temos; a pessoa pode escolher uma roupa, tomar um drink, chamar as amigas. Isso faz com que ela se sinta mais a vontade, como se estivesse em uma balada, e não em um salão de beleza com aquele barulho de secador, aquela coisa chata de ficar num salão esperando”, conta. O marketing da empresa se deu mais pelo boca a boca, já que a o conceito do salão se vende por si mesmo, tanto pela arquitetura como pelo formato do salão. E outra coisa que a firma está querendo inserir no dia a dia do salão, são festas temáticas. “Para começar estamos querendo fazer a festa de halloween daqui. Nós vamos
Beleza, salão Le Vernis especializado em unhas Foto: Fabíola CordEiro
Beleza, stand de esmaltes importados Foto: Fabíola CordEiro
servir drinks chamados Beijo do vampiro, ele é bem vermelho, parece sangue,”. O salão estará aberto para outros eventos, como Despedidas de solteiras, aniversários, lançamentos de lojas. “Queremos principalmente chamar a atenção das noivas com a despedida de solteira. Por exemplo se a festa é no outro dia, reúne as amigas pra se arrumar e ficar pronta para o dia seguinte, com o cabelo hidratado, unha feita, depilação e sobrancelha tirada”, conclui Kaline. Quem frequenta Quanto ao público é uma classe bem selecionada, muito exigente. “Eles gostam do que é bom, conhece o que é bom.” E não é só mulher, “Os homens vem pra acompanhar esposas e
namoradas, e enquanto esperam tomam uma cerveja, mas o salão é unissex,” explica Kaline. Para Sarah Fortes, cliente do salão, o que mais a atrai é o atendimento. “Não tem nada melhor do que chegar á um salão e ser atendida na hora, com profissionalismo e se sentir á vontade. Poder tomar um drink e relaxar. Quando estou aqui ás vezes nem vejo o tempo passar”. Quem investe neste nicho de negócio sabe que as unhas são acessórios de moda. E como tais, elas ditam tendências. Muitas empresas já conseguiram enxergar isso, e vão aderindo novos caminhos, como lançar a mesma de linha de esmaltes e roupas, ou esmaltes com maquiagens, como a MAC por exemplo. De
acordo com o Sebrae, o investimento deste tipo de negócio, o nail bar, é de cerca de R$ 200 mil. A taxa de retorno é de 40%. Já para a cliente, a manicure e pedicure pode sair a partir R$ 35, dependendo do esmalte escolhido. Se for importado, o valor é acrescido em cerca de R$ 15. E com a grande demanda de clientes que o salão está tendo irá ser aberto outra franquia na Av. Desembargador Moreira, que vai ser o Le Vernis Jardim. Ele vai ser o primeiro salão ecológico do Ceará. De acordo com a dona da franquia, o aquecimento de água vai ser através de energia solar e papel reciclado. As obras estão previstas para o começo de janeiro e a inauguração vai ser em junho.
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Você sabia que existem mais de vinte tipos de unhas? Pelúcia São unhas com veludo flocado, que geralmente são usadas em artesanato. São bastante ousadas e o aspecto final é de pelinhos. São encontradas em várias cores.
Meia lua Também pode ser chamada de francesinha invertida. Muito popular na década de 20, a ideia era deixar a parte côncava da cutícula sem esmalte, e o resto vermelho.
Holográfico Essa tem um diferencial quando a luz bate. Com esse efeito a cor fica diferenciada. Na luz do sol, por exemplo, o efeito fica parecendo um arco- íris.
Magnético Pra esse efeito ser obtido é preciso usar um ímã. Através da atração existente entre o magneto e o esmalte se originam as unhas com efeito magnético.
Degradê É uma mescla de tons nas unhas. Para ter esse efeito é preciso pegar duas dores de esmaltes e uma esponja. Com a base da unha feita, esfumaça-se com a esponja.
Piercing Deve se preparar a unha normalmente. Com uma broca especial se faz um furo na unha. Não tendo a broca pode se usar uma agulha bem fina, mas com muito cuidado;
Casca de ovo Para quem gosta de decorar as unhas de uma forma bem inusitada. Partindo a casca do ovo em pedaços bem pequenos e proporcionais, e vai colando com o esmalte até secar.
De bordas Uma decoração nada convencional. Você precisará de dois esmaltes diferentes, um para fazer a borda e o outro para dar o contraste . A borda pode ser de pontinhos, linhas.
3D O efeito 3D é como se fosse um glitter com alto relevo, também podendo ser colocada massa acrilíca, que vai se moldando a unha, o que é comum no Japão.
Caviar As unhas caviar são feitas com pequenas bolinhas, que lembram as ovas de peixes. A marca Ciaté foi a primeira a lançar o kit das unhas caviar. Dura em média dois dias.
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Ceará é líder no ranking de obras com selo sustentável
Energia Solar, é uma boa opção na busca por alternativas menos agressivas ao meio ambiente, pois consiste numa fonte energética renovável e limpa.
O selo americano LEED (de baixa energia e design ambiental) colocou o Estado em 1º lugar no ranking do Nordeste. Seguido da Bahia e de Pernambuco Ana Beatriz e Marina Freire
De acordo com pesquisa realizada pela EY (antiga Ernest Young), existem no Ceará 16 empreendimentos registrados para a obtenção do selo LEED (Leadership in Energy and Enviromental design), colocando o Estado a frente de todo o Nordeste. Em segundo lugar está a Bahia, com dez construções, e em terceiro Pernambuco, com oito. O estudo também aponta que em 2010 as construções sustentáveis no Brasil atingiram um percentual de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) setorial, e no ano passado a porcentagem aumentou para 8.3% no total. A empresa acredita que o país logo deverá alcançar a terceira posição, desbancando os Emirados Árabes e ficando atrás somente de Estados Unidos da América e da China. Desde o iníco das obras as construções sustentáveis já
diminuem a quantidade de sobras produzidos. Prédios bem projetados têm conseguido reduzir cerca de 30% o consumo de energia dentro da edificação, de 30% a 50% o volume de água utilizada e podem restringir de 60% a 80% a gestão de resíduos, aponta o GBC (Green Building Council) Brasil. Ainda de acordo com o GBC, o preço destes imóveis podem aumentar de 10% a 20% . Com a necessidade de minimização dos impactos ambientais criados pelos edifícios e a multiplicação dos conceitos de desenvolvimento sustentável, levaram o setor a buscar construções com melhor desempenho ambiental. No Ceará, a construtora Idibra (Incorporadora e Construtora Dias Branco) é pioneira. Com o seu terceiro edifício sustentável construído, o Green Life, a empresa visa unir o respeito ao meio ambiente e as necessidades de seu cliente. O engenheiro técnico, Geraldo Magela, que faz parte da empresa precursora na cidade de Fortaleza comenta que por volta de 2008 a empreiteira começou a se preocupar com a questão da sustentabilidade. “Essa preocupação gerou um raciocínio: De que forma a sus-
Ricardo Barretto
Morador do Edifício Sustentável Green Life
tentabilidade podia contribuir para ajudar a sociedade brasileira?”, questiona. Por seus diferenciais ecológicos o empreendimento contribui com a preservação do meio ambiente a partir do primeiro habitat: o condomínio. “Foi o primeiro prédio no Brasil a ter um aerogerador domiciliar. Nele, colocamos as lâmpadas LED, que além da durabilidade muito grande tem redução no consumo de energia. Usamos também uma ferramenta para outro grande vilão no custo, que é o aquecimento de água, e para essa função passamos a utilizar as placas solares. Todas duas patrocinadas pela natureza”, explica o engenheiro.
Conheça os selos ambientais de construções Acqua O selo AQUA demonstra a alta aualidade ambiental do empreendimento, provada por meio de auditorias independentes, como por exemplo, energia e disposição de resíduos.
Registro fotográfico
Cada vez mais será uma tendência positiva, e que a grande maioria das construtoras terão que disponibilizar em seus edifícios.
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Leed É um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações com diferentes tipos e necessidades. Possui diferentes níveis de acordo com o desempenho do empreendimento.
Foto: Marina Freire
Casa Azul O selo exige que a construção seja aprovada a partir da avaliação de 53 critérios, entre obrigatórios e de livre escolha, como por exemplo, qualidade urbana e gestão da água.
Jardim Suspenso é uma ideia ecológica e prática que têm ganhado espaço no paisagismos brasileiro. Apropriados para ambientes pequenos, basta ter uma parede disponível para instalá-lo. Além da sua versatilidade, beleza e simplicidade, possui um sistema fácil de instalação. Os jardins Suspensos podem ser feitos com vários materiais (garrafas pets, lata de leite em pó, sobras de produtos de limpeza e materiais de construção, e até lâmpadas incandescentes). O importante é poder criar ambientes aconchegantes e elegantes de acordo com o gosto pessoal de cada um. Foto: Divulgação
O prédio ainda conta com tratamento de esgoto, que é um ponto exclusivo para água potável. Esquadrias de PVC com vidro duplo, que tem a capacidade de promover um maior isolamento térmico, ou seja, remove menos calor para o interior do apartamento diminuindo o consumo, inclusive do ar-condicionado, sendo um conforto adicional. Um outro grande vilão para o meio ambiente é o óleo de cozinha, onde é jogado na rede de esgoto. “Nós temos uma tubulação específica para coletar o óleo, que é levado para o subsolo e em seguida para um recipiente apropriado, que pode ser revendido ocasionando renda para o condomínio”, afirma. Para o engenheiro, é muito importante também se preocupar com o destino final do lixo, e foi colocado nos condomínios recipientes para a coleta seleti-
va. “Na coleta seletiva nós estamos propiciando também que baterias e outros objetos que são muito prejudiciais a natureza tenham recipientes próprios para serem coletados.”, comenta. Para o morador do edifício Green Life, Ricardo Barretto, é uma satisfação saber que você está fazendo sua parte para reduzir interferências no meio ambiente, além dos benefícios na economia, com redução em taxas condominiais, energia elétrica, água e taxa de esgotamento sanitário. “Certamente é um investimento, principalmente devido às economias proporcionadas pelas boas soluções ecológicas aqui implementadas.”, argumenta. E complementa, “Cada vez mais essa será uma tendência positiva, e que a grande maioria das construtoras terão que disponibilizar em seus empreendimentos”.
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Diplomacia é opção de carreira para concursandos
Quem foi Barão do Rio Branco
Apesar da concorrência elevada e das dificuldades inerentes ao exame de admição a procura pela carreira de diplomata é grande e marcada pela identificação pessoal Luiz Carlos Bomfim
O concurso do Itamaraty é um dos mais exigentes do país. É por meio dele que são selecionados os aspirantes à carreira diplomática. A procura certame é motivada por diversos interesses. Muitos dizem que a boa remuneração, que inicialmente, é de R$ 13.623,19 e a estabilidade financeira são atrativos, no entanto há outros fatores que servem como motivação à busca pela aprovação. Thales Veras, Paula Firmeza e Caio Rabelo são unânimes em afirmar que além da boa remuneração o fator que mais pesa para escolha é a identificação pessoal com a atividade. ”Desde o ensino médio - época em que tive o primeiro contato com a diplomacia -, sempre me identifiquei com a carreira e sempre tive certeza de que era o que eu queria como profissão”, pontua Thales. Apesar de saber que a carreira diplomática exige muito do seu tempo, sendo, muitas vezes, exaustiva e, até mesmo estressante, Thales afirma que “a possibilidade de poder representar os interesses do Brasil no exterior e de poder viajar para locais diferentes, além de todo o impacto cultural que com isso se relaciona, são coisas que realmente me fascinam e que espero que um dia se realizem”. Eles estão na faixa dos 20 a 25 anos e já concluíram ou estão concluindo uma graduação. Ser graduado é uma das exigências para se inscrever no concurso, independente da área. Thales e Paula são graduados em Direito e Caio Rabelo está concluindo Ciências Sociais, mas é possível encontrar também graduados em medicina, educação física, engenharia, entre outros. Muitos interessados na carreira diplomática descobrem o interesse muito cedo. “Desde antes de entrar na faculdade já sabia que queria seguir essa carreira. Como não havia curso de relações internacionais aqui na época, acabei optando pelo Direito”, afirma Paula. Com essa descoberta antes da graduação, muitos dos concurseiros passam a estudar paralelamente à faculdade. “Por enquanto tenho que dividir as atenções entre os estudos para a carreira diplo-
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Palacio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores em Brasília Foto: Internet
Thales Veras
Paula Firmeza
Caio Rabelo
Sempre me identifiquei com a carreira e sempre tive certeza de que era o que eu queria como profissão.
Ajudar a conduzir as relações do meu país no exterior e ter a oportunidade de conhecer o mundo e outras culturas.
Poderei dar minha parcela de contribuição para um mundo melhor, mais justo e menos desigual.
mática e a conclusão do meu curso superior. Mas o planejamento após formado é de assistir aulas pela manhã e ter no mínimo mais oito horas diárias de estudo, inclusive nos finais de semana.” explica Caio Rabelo.
A preparação para o concurso deve ser muito completa, além de conteúdos de língua portuguesa o concursando deve dominar um inglês e espanhol fluente além do frances. São exigidos conhecimentos em História do Brasil,
História Mundial, Geografia e Noções de Economia e de Noções de Direito e Direito Internacional Público. Estar bem informado dos acontecimentos contidianos é fundamental para um bom desempenho; “procuro também fi-
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Conheça as exigências da prova para diplomata O Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) é dividido em quatro fases. A primeira, objetiva, é de caráter eliminatório e classificatório e exige do canditado conhecimentos de Língua Portuguesa, História do Brasil, História Mundial, Geografia, Política Internacional, Língua Inglesa, Noções de Economia e de Direito e Direito Internacional Público; a segunda fase consiste de prova escrita de Língua Portuguesa, de caráter eliminatório e classificatório; na terceira fase são realizadas provas escritas de História do Brasil, Geografia, Política Internacional, Língua Inglesa, Noções de Economia
e Direito e Direito Internacional Público, de caráter eliminatório e classificatório; já na quarta fase o aspirante à diplomata deve fazer provas escritas de Língua Espanhola e Língua Francesa, de caráter classificatório. A aprovação no concurso habilita o candidato a ingressar em cargo da classe inicial da Carreira de Diplomata (Terceiro Secretário), de acordo com a ordem de classificação obtida. Segundo o edital de 2013 “aos servidores da Carreira de Diplomata incumbem atividades de natureza diplomática e consular, em seus aspectos específicos de re-
presentação, negociação, informação e proteção de interesses brasileiros no campo internacional”. Para admissão no concurso é necessário ser brasileiro nato, estar em dia com as obrigações do Serviço Militar, para os candidatos do sexo masculino, estar em dia com as obrigações eleitorais, apresentar diploma de graduação superior, ter idade mínima de 18 anos. Ainda de acordo com o edital é preciso ”apresentar aptidão física e mental para o exercício das atribuições do cargo, verificada por meio de exames pré-admissionais”.
José Maria da Silva Paranhos Júnior, (1845-1912) barão do Rio Branco foi diplomata, advogado, geógrafo e historiador brasileiro. É considerado o patrono da Diplomacia Brasileira, recebendo sua homenagem na criação do Instituto Rio Branco. Participou das negociações de grande parte das fronteiras brasileiras. Em 1894 defendeu os limites territoriais brasileiros de Santa Catarina e Paraná, com a Argentina. Em 1900 resolveu a pendência territorial entre o Brasil e a Guiana Francesa sobre a região do Amapá, recebendo o título de Barão, pelo feito. Em 1902 realizou as negociações entre o Acre e a Bolívia. José Maria também atuou como cônsul geral do Brasil em Liverpool em 1876. Produziu várias obras dentre elas: Memória sobre o Brasil, apresentou contribuições para a Grande Encyclopédie, de Levasseur, na parte relativa ao Brasil. Depois da Proclamação da República do Brasil, ele foi nomeado superintendente na Europa, dos serviços de emigração. Quando era Ministro do Brasil em Berlim foi convidado pelo Presidente Rodrigues Alves para se tornar Ministro das Relações Exteriores.
car atento às notícias que saem na imprensa internacional, pois o concurso costuma cobrar assuntos bem atuais.” explica Thales Veras. Já Paula Firmeza destaca que procura ficar em dia com a leitura de notícias sobre a política externa brasileira, nos jornais nacionais e internacionais. “Alguns candidatos lêem diariamente o The Economist, o Le Monde, a Foreign Policy”, destaca. Caio acrescenta que “ler jornais internacionais em suas línguas e acompanhar os trabalhos do MRE (Ministério das Relações Exteriores) podem ser uma ferramenta útil para manter-se atualizado dos assuntos que podem ser abordados no exame de seleção. “Portanto é importante ler não apenas os livros, textos, leis, recomendados na preparação, mas manter-se atualizado tentando sempre aplicar as teorias estudadas na realidade que vemos.” A dedicação, o altruísmo, a empatia e a vontade de conhecer novas realidades são as caracteristicas comuns entre os aspirantes à carreira diplomatica.
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Mercado dos concursos cresce cada vez mais no estado do CE Cresce a procura por cursinhos preparatórios que auxiliam nos estudos e na aprovação dos concurseiros, que cada vez mais lotam as salas de aula Hamlet Victor e Lucas Pessoa
Dentre as vagas de emprego mais almejadas atualmente, as provindas via concurso público estão entre as opções onde os brasileiros mais encontram benefícios que dificilmente veem em trabalhos para empresas particulares. As principais vantagens apontadas são a estabilidade, os altos salários e possibilidade de crescimento na carreira, mesmo para vagas de nível médio. Por conta desse nicho de mercado, diversas escolas surgiram ou se adaptaram para atender uma quantidade cada vez maior de estudantes em busca de aprovação nas provas. Em Fortaleza, o Colégio Tiradentes foi pioneiro na preparação para concursos públicos, onde se tornou referência graças aos bons resultados obtidos. De acordo com o diretor da sede Aldeota, Eugênio Barbosa, o que faz a diferença na preparação dos concurseiros é o tempo de dedicação a resolução dos exercícios combinado com professores atualizados com o que vem sendo pedido nas provas. De acordo com Eugênio, a demanda por cursinhos aumentou de tal forma nos últimos anos, que mesmo com as escolas concorrentes que surgiram,
muitas turmas de concursos concorridas continuam a lotar salas em todas as sedes na cidade. “O nosso número de alunos é sazonal, variando de concurso pra concurso”, completa. Em dado divulgado pela Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), os concurseiros movimentam um mercado de R$50 bilhões por ano, podendo chegar a um gasto individual de R$4000,00. Para a estudante de teatro Naíra Farias, a dedicação para ser aprovada no concurso da Caixa Econômica fez com que trancasse a faculdade por um semestre para focar-se exclusivamente nos estudos. “O único concurso que me interessa é esse. Soube que ia sair o edital e comecei a estudar. Frequento as aulas preparatórias e estudo durante toda a tarde para me preparar”, afirma. O professor da área de Direto, Gustavo Brígido, é também proprietário de um curso online voltado para concursos. As aulas são para todo o Brasil, não só para alunos de Fortaleza. Ao todo, o curso atende cerca de 10 mil alunos. O curso funciona da seguinte forma: o aluno acessa o site, adquire um pacote no formato PDF e recebe constantemente vídeos com as aulas dos professores. Para ele, esta ferramenta trás comodidade e conforto para os concurseiros. “Em um tempo de tanta insegurança, dificuldade de deslocamento e de mobilidade
Estudantes marcam presença em todas as aulas para resolverem questões de concursos anteriores Foto: Hamlet Victor
Gustavo Brígido
Em um tempo de tanta insegurança, dificuldade de deslocamento e de mobilidade urbana, é importante que ele possa assistir da sua própria casa, na hora que ele quiser. É importante observar a comodidade que ele tem e a facilidade. Professor de Direito
Muito estudo e retorno rápido Para alguns, a aprovação vem rápida, mas cobrando o sua cota de abdicação e diversas horas de estudo. O atual Analista Tributário da Receita Federal, Lauro Olinda, escolheu prestar concurso por conta de uma decisão profissional. Na época, cursava a faculdade de Comércio Exterior e de Direito, pretendendo trabalhar com o ramo. Ao buscar informações com seu pai, descobriu que era na Receita o lugar certo para sua área de interesse. Após trancar a faculdade de Comércio Exterior, passou a dedicar-se mais profundamente ao estudo do concurso que ocorreria no final de setembro. “Dia 27 de maio comecei com força total nos estudos. Para a minha sorte, a UFC (Universidade Federal do Ceará) entrou em greve em maio, e fiquei so-
Lauro De concurseiro a Analista Tributário . Foto: Arquivo pessoal
mente com o estágio. Todo o resto do meu tempo estava livre para estudar”. Aproveitando a greve da Universidade, sua rotina de estudos aumentou, englobando quatro horas pela manhã, aliadas a outras cinco durante a noite, resultando em nove horas por dia.
Para se preparar em matérias que não dominava, iniciou um cursinho preparatório. “Somente assisti as aulas das matérias exatas, como raciocínio lógico, estatística, matemática financeira e contabilidade. As matérias de direito e linguagem eu estudava sozinho, por meio de livros”. Complementando essa rotina, resolvia questões de provas específicas durante o estágio no período da tarde. O concurso almejado por Lauro tinha uma concorrência de 130 pessoas por vaga. Após os quatro meses intensos de estudo e uma prova extensa, foi aprovado aos 22 anos. “Eu não esperava passar tão cedo. No entanto, após todo meu estudo, eu fui para a prova confiante e esperando passar”, relembra.
urbana, é importante que ele possa assistir da sua própria casa, na hora que ele quiser os vídeos que nós disponibilizamos. O aluno tem direito às aulas durante todo o prazo de validade do seu curso. É importante observar a comodidade que ele tem e a facilidade. Claro que tudo isso a gente vai depender também do aprimoramento no Brasil de serviço de internet”, explica. A interação entre professor e aluno é diferente do momento em sala de aula, onde o contato pode ser feito diretamente. Nos cursos preparatórios para concursos online, esta interação é estabelecida via e-mail. “O principal canal de tira dúvidas é o e-mail, onde o aluno encaminha as dúvidas ao
professor, onde é respondido em pouco tempo. Mas pra aumentar a interatividade nós temos um cardápio de aulas ao vivo todo dia. Esses momentos são pr-determinados, temos uma agenda dessas aulas. Julyana Moreira é uma das alunas matriculadas nos cursos preparatórios à distância e não só aprova a iniciativa online, como também não se arrepende de preferir os encontros presenciais. “Em síntese, este método é o mais eficiente possível, pois une praticidade, economia e, o mais importante de tudo, não prejudica em nada o fato de não ter um professor naquele momento em sala de aula, pois somos respondidos rapidamente, muitas vezes no mesmo dia, justifica.
Enquete
Como foi a preparação para o concurso? Alunos que se prepararam relatam suas experiências e rotinas de estudo. “Estudo quatro horas diárias em casa, além do cursinho, mas sem nada especial. Estudo há um ano e como sou formada em Direito, procuro me focar nessa área.” Isadora Colasso
“Eu não tinha exatamente uma estratégia de estudo, mas acredito que o foco na resolução de questões foi uma estratégia que me ajudou bastante a consolidar meus conhecimentos acerca do conteúdo.” Juliana Albano
“Pra ser sincero não estava estudando pra concursos ainda quando passei no TRE. Depois estudei com regularidade e passei em outros concursos, mas nao assumi nos que fui chamado, preferi o TRE.”
“Eu fazia muito exercício das aulas, mas não estudava muito. As minhas estratégias de estudo eram fazer exercícios das matérias que tava assistindo aula no cursinho e provas passadas.”
Humberto Mourão
Gerardo Milton
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O TCC não é nenhum “bicho de sete cabeças” Medo, stress e pressão estão presentes na vida dos universitários que no final do semestre apresentam o Trabalho de Conclusão de Curso. Carla Raquel e Kévila Cardoso
Tensão, ansiedade e stress estão presentes na vida dos estudantes, principalmente aqueles que estão fazendo o trabalho de conclusão de curso (TCC). A monografia é vista por muitos alunos como um “bicho de sete cabeças”, principalmente aqueles que têm problemas e medo de falar em público. O lado emocional causa ansiedade e medo de se perder durante a apresentação, imediatamente dar um “branco”, tremedeira e também de parecer ridículo. Para a estudante Hyana Rocha, 8º semestre de jornalismo da Unifor, cujo tema da monografia é Rock Cearense, conta que seu maior medo é de não ser aprovada e por isso não conseguir se formar. Além disso, fala que nunca gostou de apresentar trabalhos, e o TCC é uma apresentação importante, pois é o fim do curso. O TCC e seus desafios A professora orientadora Xênia Benfatti da Universidade de Fortaleza, diz quais as maiores dificuldades encontradas pelos alunos durante a ela-
Apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso - TCC.
boração do TCC, e explica porque a monografia é vista como um “bicho de sete cabeças”. Xênia avalia que o TCC traz um grande desafio para o aluno, que é escrever. O aluno se vê diante de uma tarefa complexa, de investigar, analisar o conteúdo, e por meio da interpretação produzir então um texto. O TCC por sí só traz essa dificuldade, pois tem um processo, e também trabalha as competências que o aluno tem que ter. Não é só você ler para dar uma resposta, nao é só ler o que alguém disse e dizer o que esse alguem falou, mas você tem que analisar e interpretar o que foi dito. Dessa forma, o TCC coloca os alunos frente ao desafio de encontrar um
Foto: Internet
problema de pesquisa, de coletar dados e analisar e depois escrever. Os professores observam que o aluno chega no ensino superior com grandes dificuldades de leitura e escrita, são relacionadas a interpretação. Então o aluno lê pouco e escreve pouco, assim têm dificuldades de interpretar. O TCC junta tudo, coloca diante da necessidade de ler, interpretar e escrever. Apresentação é mais do que natural você se sentir tenso, ancioso, sabendo que você desenvolveu um trabalho e o mesmo está sendo avaliado. A situação de avaliação é uma situação de tensão. Geralmente na véspera da apresentação do trabalho, o aluno olha e tem a sensação de que
não está bom, que falta alguma coisa, tudo isso gera stress. São três professores avaliando, às vezes os professores têm notório saber na área e grandes experiências na pesquisa ou na área profissional que o projeto está inserido. “Se você junta tudo isso, as dificuldades de produzir uma pesquisa, a situação de avaliação e sua própria exposição,é uma situação permeada pelo stress e tensão”, enfatiza Xênia. Não é avaliado apenas o projeto, é avaliada também a desenvoltura do aluno. Os professores avaliam também se o aluno tem segurança, se defende bem a ideia, se tem propriedade da conclusão e dos dados do resultado da pesquisa.
Dicas
Kátia Regina
Tem que gostar do tema do TCC A professora orientadora do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza, Kátia Regina Patrocínio, dá dicas de como você pode se dá bem na sua monografia e também do que você nunca deve fazer. Preste atenção e ponha em prática. Primeira coisa, você tem que escolher um tema que você se identifique e goste. A partir dai, dessa escolha do tema, é importante começar a procurar leituras para conhecer melhor o objeto. Saber como pode ter uma funtamentação mais aprofundada, na medida que vai fazendo as leituras, é importante fazer fichamentos, grifando e fazendo determinadas observações e lembre-se o número da página. Depois, procurar o orientador que entenda do assunto para que possa trabalhar em conjunto com ele. E claro, é fundamental gostar do assunto porque você acaba se deparando com alguns impecilhos, pois quando a gente têm aproximação com esse objeto, esses impecilhos ficam mais fáceis de serem superados. O que nunca fazer? Um projeto e de repente, mudar totalmente o seu tema. Isso é uma coisa que não é aconselhável, pois terá que comerçar do zero e conseqüentemente mais trabalho, assim terá menos vontade de continuar o trabalho, podendo fugir dos seus objetivos.
Saiba quais são os principais tipos de TCCs Existem alguns tipos de TCC: estudo de caso, revisão de bibliografia, pesquisa de recepção, projeto arquitetônico e/ ou urbanístico etc. E os tipos de pesquisa mais utilizados nos trabalhos acadêmicos são: pesquisa exploratória, pesquisa explicativa, pesquisa experimental, pesquisa de ação e pesquisa de caso. O trabalho de conlusão de curso (TCC) é considerado o fim de um ciclo na maioria da vida dos estudantes. Utilizado no ensino superior, que tem como objetivo avaliar os alunos durante todo o curso, sendo aprovados então, possam exercer a sua profissão almejada. O TCC é realizado através da escolha de um tema, é um trabalho que envolve pesquisa experimental, bibliográfica, assim a execução e a apresentação de um projeto diante de uma banca com 3 a 4 professores.
A banca examinadora tem como função analisar e avaliar o projeto e o aluno. Não basta
HQ, Calvin de Bill Watterson.
Foto: Internet
apenas apresentar, tem que dominar o assunto. A escolha do tema do TCC é escolhido pelo
aluno, no qual ele possui afinidade, pois será preciso passar até seis meses pesquisando e escrevendo sobre o assunto. Além da afinidade, o assunto precise render e condizer aos propósitos acadêmicos e profissionais do curso, e também possuir material bibliográfico para pesquisas. Existem cursos em que é necessário produzir dois TCC. Como por exemplo, cursos da área da saúde. A aluna Fernanda Pinheiro do curso de Nutrição da Unifor, conta como foi essa experiência. “No primeiro, o tema foi avaliação de materiais educativos institucionais voltados a prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis. O segundo, vai mudar porque dentre as doenças crônicas resolvi focar em câncer. Ainda não sei com qual vou ficar.” Fernanda, fala também das suas maiores dificuldades. “Na
elaboração não houve grandes necessidades, apenas o tempo. Já que havia outras tarefas (relatórios, casos clínicos) de estágio para fazer e entregar, no mais foi apenas isso. Com relação a apresentação, antes estava nervosa, mas quando começou a explicar tudo foi fluindo tranquilamente e deu tudo certo.” Nos cursos de comunicação social, é possível ainda fazer um produto ao invés da monografia, por exemplo, no jornalismo você pode fazer um livro-reportagem, documentário, ensaio fotográfico ou plano de comunicação de empresas, mas ainda assim é preciso fazer um relatório sobre o seu tema. Lembre-se de não deixar para última hora, é essencial começar a pesquisa antes do semestre de conclusão do curso para realizar um bom trabalho e ser aprovado.
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# 35 • AGOSTO / SETEMBRO DE 2013
Albergues: por que escolher esses lugares para se hospedar? Apesar da falta de conhecimento de muitas pessoas, os albergues são excelentes escolhas na hora de escolher onde se hospedar.
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Um pouco de história
Mateus Costa Ramos
Que tal sair de viagem, conhecer novos lugares, novas culturas e de quebra, além disso tudo, conhecer várias pessoas de diversos locais do mundo todo? E o melhor, gastando pouco e se hospedando em locais confortáveis e seguros. Se você acha que isso é difícil, saiba que não é. Um costume bastante comum na Europa, que há muito tempo ganhou o mundo e que de algum tempo para cá vem se fixando também no Brasil, são os albergues, mais conhecidos no mundo afora como ‘Hostels’. Nesses locais o hóspede paga para dormir em quartos onde divide o espaço com mais pessoas. Normalmente o quarto é unissex e pode ser dividido com 2 ou até mesmo 70 pessoas. Não há um limite para esse número. O que a primeira vista parece ser algo desconfortável e perigoso, pode se mostrar uma experiência diferente e que pode mudar conceitos de vida, como foi o caso de Jean Ricardo, coordenado de um colégio de Fortaleza. “Em outubro viajei para Argentina com uns amigos e como o dinheiro estava curto, resolvemos nos hospedar em um albergue, a princípio eu fiquei meio desconfiado, mas um amigo que ia conosco já havia se hospedado em albergues antes e garantiu que era maravilhoso, e ele estava certo, não troco mais esse tipo de hospedagem por nenhum hotel 5 estrelas”. A principal vantagem de se hospedar em albergues, é a oportunidade de conhecer pessoas de diferentes locais do mundo, mas não é só isso. Vários hostels oferecem diver-
Descontração, essa é a marca registrada dos albergues. Lugar onde fazer amizades faz parte da viagem.
sos tipos de atividades, desde simples passeios até aulas de dança típica do local onde se está, e tudo isso de graça. “O que mais me chamou atenção no albergue que fiquei, foi que dividi o quarto com um cara de Hong-Kong , uma garota da Holanda, além de outro brasileiro. Eu não falo nada além do português, mas até consegui me comunicar arranhando um pouco o inglês, foi incrível. Além disso, como estava em Buenos Aires, em um dos dias o pessoal do albergue oferecia aulas grátis de Tango. Eu não fiz, mas achei o máximo”, relatou Jean. Não há um número exato de quantos albergues existem no mundo, mas segundo o site ‘Hostel World’, premiado como o portal mais seguro para reservas de diárias nesse tipo de hospedagem, existem mais de 35 mil espalhados pelo mundo.
No Brasil ainda não há uma cultura tão forte como é na Europa, e há várias razões para isso, como explica Diogo Candeias, gerente de uma das redes de albergues mais premiadas no mundo. “Estivemos no Brasil para estudar a possibilidade de abrir uma filial por lá, mas notamos que ainda não há um público tão forte para um investimento tão alto, na Europa os hostels se tem uma maior procura pelo simples fato de ser mais barato viajar entre os países europeus que viajar entre as cidades brasileiras. Lá (na Europa) possuímos mais meios de transportes, além de companhias aéreas de baixo custo, então as pessoas que viajam para Portugal, por exemplo, acabam indo também para outros países e isso ajuda muito, pois mantém o turismo em atividade em vários países”. Apesar de todas essas difi-
Foto: Igor Queiroz
culdades há que acredite no modelo de hospedagem aqui no país. Igor Queiroz, advogado e Claudio Vaz, administrador são dois amigos que apostam nisso. “Viajamos para um evento esportivo fora do país, e a conselho de um amigo que ia conosco, resolvemos nos hospedar em um albergue, coisa que nunca havíamos feito antes. A experiência foi tão boa que junto com dois outros amigos, pretendemos abrir um aqui no Brasil”, explicaram. “O Brasil pode não ter tantos turistas em movimento como na Europa, mas acreditamos que após a copa do mundo e as Olimpíadas, mais eventos a nível internacional virão para cá, então acreditamos que esse seja o melhor momento para investir nesse tipo de negócio.”
Qual o conhecimento dos jovens acerca dos albergues? Durante mais de uma semana realizamos uma pesquisa com 200 pessoas, de 18 a 39 anos. Perguntamos a eles se já ouviram falar nos hostels, quem já havia se hospedado, se voltariam a se hospedar e se tem vontade de conhecer esse tipo de hospedagem. Essas foram as respostas obtidas: 43 pessoas. Esse foi o número de entrevistados que disseram já ter se hospedado em albergues pelo menos uma vez na vida.
Das 43 pessoas que disseram já ter se hospedado em albergues, 39 disseram que voltariam a se hospedar outras vezes.
Os melhores albergues pelo mundo Após algumas pesquisas realizadas por instituições especializadas, apresentamos agora os melhores albergues do mundo, da América Latina e do Brasil, respectivamente.
Yes! Hostels Vencedor por 3 anos seguidos do ‘Hostel Award’, realizado pelo Hostel World
Enquete
Das 200 pessoas entrevistadas, todas elas disseram que já ouviram falar de Albergues ao menos uma vez na vida. Bem ou mal.
Uma das maiores redes de albergues do mundo, a Hostelling International, começou com um experimento de um professor alemão. Richard Schirmann dedicava parte de seu tempo a criar programas de convivência para seus alunos. Em um de seus experimentos, ele resolveu realizar pequenas viagens de estudos. Foi assim que ele descobriu a possibilidade de criar uma alternativa para acomodar os alunos, que não fosse apenas o pernoite em hospedarias. Assim nasceu o primeiro Albergue da Juventude- HOSTEL, em Altena, Alemanha, no ano de 1912, que funciona até hoje. Em 1932 foi criada a Federação Internacional de Albergues da Juventude, a Hostelling International. Na década de 60 a ideia chegou ao Brasil, inspirada na geração do movimento hippie e estudantis no mundo. No ano de 1971 foi criada a Federação Brasileira dos Albergues da Juventude e começou a fazer parte do Movimento Alberguista. Atualmente a Hostelling International é a maior rede de hospedagem do mundo, presente nos 5 continentes.
157 pessoas. Esse foi o número de pessoas que afirmaram nunca ter se hospedado em albergues. Desses, outros 78% disseeram não ter vontade de se hospedarem nos hostels.
America Del Sur Localizado na Argentina, foi indicado como o melhor da América Latina Hostel Bonito É o vencedor nacional. Oferece várias atividades para seus hóspedes.
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Caranguejo: saboroso e benéfico à saúde Já é tradição pessoas saírem à noite em busca da carne branca e macia do crustáceo. Mas será que elas sabem o que acontece antes daquele prato delicioso chegar?
Lyzia Hanna
O caranguejo é cozido e logo depois, servido dentro de um caldo cheio verduras, acompanhado de farofa e um molho. Na praia, ele já é o prato principal. A ideia do ritual de quinta-feira iniciou há quase trinta anos quando três casais turistas, vindos de São Paulo, passavam o dia em uma das barracas da Praia do Futuro, em Fortaleza. Era aniversário de um deles e a brincadeira se estendeu até à noite, dando então, inicio ao Dia do Caranguejo. Durante a semana, cerca de 40 a 50 funcionários trabalham nas barracas para atender a todos os clientes e a alta demanda da noite Porém, é no fim de semana que esse valor dobra para cerca de 120 funcionários. José Queiroz, gerente a mais de dez anos da barraca Chico do Caranguejo, afirmou que na quinta à noite, cerca de cinco a seis mil clientes, dentre eles turistas e os próprios fortalezenses, são recebidos na barraca. Já o consumo de caranguejo
na semana, é em torno de 600. No domingo, esse valor aumenta consideravelmente. São consumidos de 1.800 a 2.000 caranguejos, totalizando uma média de 4.400 caranguejos por semana.“O fortalezense é o principal consumidor do caranguejo, mas também somos conhecidos internacionalmente. Os turistas têm uma maior dificuldade para comer, mas alguns perguntam ao garçom
De segunda à sábado, são consumidos em torno de 600 caranguejos. No domingo, esse valor aumenta consideravelmente. São consumidos de 1.800 a 2.000 caranguejos, totalizando uma média de 4.400 por semana. como se faz e a técnica que mais se usa para quebrar o caranguejo”, afirma o gerente. O carioca, Thiago Camelo, que escreve para o blog Overmundo, após visitar Fortaleza
Quinta-feira ficou conhecida pelo Dia do Caranguejo devido a grande procura pelo crustáceo.
e experimentar a caranguejada, lembra que nenhum do Rio de Janeiro, se compara aos que ele comeu na cidade. “Já ouvi da boca de cearenses ‘não tem como não comer caranguejo pelo menos uma vez por semana’. Muitos dizem que a ‘caranguejada de quinta’ foi criada para esse fim - impedir que se cometa o pecado de não se comer o crustáceo pelo menos uma vez a cada sete dias.” Prato Para quem não gosta de pedir a tradicional caranguejada, também são servidos alguns pratos que são reaproveitados dos restos do crustáceo, como a patinha de caranguejo, que são servidas e enfeitadas com folhas e um molho rosé e a casquinha de caranguejo, onde as casquinhas são cheias com um tempero e a carne do crustáceo. Antes de serem servidos, os caranguejos são abatidos, limpos e fervidos. Depois são conservados em caixas térmicas, onde são alternadas camadas de caranguejos e camadas de
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Tipos de caranguejo Existem várias espécies do crustáceo, mas a que mais é consumida em Fortaleza é a uçá, também conhecida como caranguejo-verdadeiro ou uçaúna, que pode apresentar cores que vão do azulado e roxo ao amarelo e marrom. Esses caranguejos geralmente vivem no mar ou à beira-mar
e enquanto a maré está baixa, eles se escondem entre algas e corais até que ela fique cheia para que eles possam sair e se alimentar geralmente de vegetais e animais ou matéria orgânica em decomposição. O caranguejo é um animal invertebrado que possui dez patas articuladas, onde as duas primeiras são maiores e com uma pinça que ele utiliza para caçar e se alimentar. Ele possui um grande número de apêndices perto da boca e seu corpo é composto de uma cabeça, um tórax, um abdômen e o telso, que integra a nadadeira caudal. Esse animal traz vários benefícios para a saúde. Além de ser rico em proteínas, ele possui ômega 3, que é muito importante para a prevenção de doenças cardiovasculares. E mesmo sendo pobre em calorias, o crustáceo possui uma boa fonte de vitaminas, que ajudam a melhorar a depressão e a ansiedade, a prevenir o câncer e a melhorar o metabolismo de açúcar no sangue. Para quem deseja controlar o peso, é uma ótima pedida.
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Receita da caranguejada cearense
Ingredientes Molho 01 cebola picada 01 tomate picado 01 pimentão verde picado 02 maços pequenos de cheiro-verde picados 01 colher de chá de sal 02 colheres de sopa de colorau 02 colheres de sopa de azeite de oliva 02 colheres de sopa de azeite de dendê 02 colheres de sopa de trigo
gelo com sal. Esse processo é repetido a cada dois dias para que o sabor e a textura do animal não sejam alterados. Nos meses de reprodução, que acontece de dezembro a março, os caranguejos realizam o que se chama de andada - quando as fêmeas e os machos saem das tocas para se acasalarem. Como nesse período eles transitam pelos mangues com mais intensidade, a caça é proibida. Esse período é determinado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e antes dele chegar, as barracas compram os crustáceos e os deixam estocados.
Foto: Divulgação / Restaurante Dona dê
01 garrafa pequena de leite de coco 02 litros de leite 02 tabletes de caldo e galinha 04 dentes de alho pisados Caranguejos 05 caranguejos Sal e molho de pimenta a gosto 03 limões Modo de preparo Coloque uma panela com água, sal e molho de pimenta em fogo alto e deixe ferver. Arescente os caranguejos com três bandas de limão, sem espremê-los, e deixe cozinhar até fiquem avermelhados. Tire-os da água e deixe o lí-
quido escorrer. Para o molho, refogue o alho e a cebola no azeite de oliva. Quando ficarem dourados, acrescente azeite de dendê, cebola, tomate, pimentão, colorau, tabletes de caldo de galinha e leite de coco. Dissolva o trigo em um pouco de leite e misture ao restante do molho. Coloque o cheiro-verde e deixe o molho ferver até engrossar. Deixe o fogo bem baixo. Coloque os caranguejos dentro da panela junto do molho por alguns minutos. E está pronto. Fonte: http://www.g1.globo.com/ceara
A arte de comer caranguejo
Quando servida, a caranguejada vem acompanhada de farofa e um molho. Para saboreá-la, não há segredo, é preciso apenas seguir alguns passos, pois encontrar a carne do caranguejo é um pouco trabalhoso. Por onde começar: Coloque o caranguejo cozido sobre o prato e comece torcendo e puxando as patas do caranguejo.
Casca: Para comer o corpo, vire o caranguejo e retire o avental – uma espécie de trava – puxando-o para fora.
Patinha por patinha: Com a marreta, vá batendo devagar e delicadamente nas patas até quebrar a casca e retirar a carne.
Filé: Abra o caranguejo ao meio e vá retirando e comendo toda a carne que encontrar com a ajuda dos dedos.
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Adoção de praças requalificam os espaços públicos na Capital Tomando como exemplo várias outras cidades do Brasil, Fortaleza também entrou da onda verde e passou a preservar praças e parques voluntariamente. Sara Sousa e Wilson Lennon
Adoção de espaços públicos está se popularizando em Fortaleza e dando um novo aspecto a praças, canteiros e parques da Cidade. O “adote o verde’’ programa que a prefeitura lançou para incentivar a adoção de espaços públicos, está no primeiro ano de adesão, no entanto, determinados espaços públicos já eram mantidos por iniciativas privadas. Exemplo disso é a praça que fica em frente ao Instituto da Primeira Infância (Iprede) que foi adotada pelo órgão desde o início das suas atividades. Segundo o secretário executivo do Iprede, Hiro Ponte, a iniciativa foi automática, pois a praça já era uma grande referência para a instituição e todos já a chamavam de ‘‘pracinha do Iprede’’. “Nós podamos, limpamos e damos os reparos básicos no ambiente. Hoje é uma praça bem cuidada e fazemos isso com prazer”, conta. Cartão Postal Outra praça referencial e bastante conhecida dos fortalezenses e um dos principais pontos turísticos da Capital, é
Jardim Japonês é outro lugar canções e oralidades foram conservadas entre as tribos, apesar do mito do desaparecimento
A Praça do Ferreira é adotada pela Casa Pio, a empresa é responsável pela manutenção da praça que é ícone e cartão postal da nossa Cidade. Fotos: Sara Sousa
a saudosa Praça do Ferreira, situada no Centro da Cidade. O logradouro é mantido pela Casa Piu. Ainda no bairro Centro, outras importantes praças também foram adotadas, são elas: Parque da Liberdade (Cidade da Criança), Praça da Sé, Praça Clóvis Beviláqua (da Bandeira), Passeio Público e a Praça Capistrano de Abreu (Lagoinha). Atualmente, segue em vigor o Decreto nº 13.142, de 29 de abril de 2013, chamado Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes, que regulamenta a realização de parceria com a iniciativa privada e a socieda-
de civil organizada para manutenção de espaços públicos no Município de Fortaleza. Programa Com intuito de dividir a responsabilidade e os cuidados dos espaços públicos a prefeitura lançou o programa, “Adote o verde”, que está sendo visto com bons olhos pela sociedade e pelos adotantes. Para aderir ao projetos, os interessados participam dos editais que a prefeitura lança periodicamente. Ao mostrar interesse em determinado espaço, deve-se apresentar um projeto paisagístico para a
Outro espaço adotado por iniciativa privada foi a Praça dos Leões, no Centro
Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Fortaleza SEUMA, órgão que gerencia ações de meio ambiente na Cidade. A Seuma vai verificar o projeto para aprovar ou identificar eventuias falhas. De acordo com o órgão, das 475 praças e áreas verdes da Cidade, 124 foram “adotadas” ou por cidadãos ou por empresas privadas. A ação contribui com exemplos de cidadania e responsabilidade social. Vantagens Conforme a gerente de Célula de Planejamento e Gestão dos
O Iprede se prontificou a zelar a praça que fica em frente a instituição.
Sistemas Naturais da Seuma, Thaís Holanda, a Intenção da iniciativa é contribuir para um ambiente mais agradável do ponto de vista paisagístico e para a ampliação das áreas verdes da cidade. As vantagens diretas para os adotantes destes espaços dizem respeito à publicidade no local, com direito a placas padronizadas da prefeitura e com a logomarca ou identificação da empresa/instituição/pessoa física, bem como publicidade em outras mídias. Além disso, o responsável recebe da prefeitura um certificado de cidadão ou empresa cidadã.
Moradores do Cocó transformam a Praça Martins Dourado em referência de revitalização Dar o bom exemplo em zelar espaços públicos pelo bem de todos, têm motivado as associações comunitárias de vários bairros em Fortaleza. No Cocó por exemplo, a Praça Martins Dourado, localizada entre as ruas Gilberto Sturdat e Alboquerque Almeida, é resultado de uma ação bem sucedida. Nesta praça, os residentes dos prédios que a rodeiam, se revezam em seus cuidados. Cada canteiro da praça é adotado por uma pessoa ou por um grupo de moradores. Os que apadrinham a praça, são responsáveis pela poda das plantas, higienização do lugar e manutenção do jardim e equipamentos. Durante o dia, quem faz a segurança são os guardas da
Antônio Oliveira
Um exemplo de espaço requalificadow pela comunidade é a Praça Martins Dourado
Polícia Militar (PM), mas que, como em todos os pontos onde prestam serviço, a população reclama de falhas e ausências. Para evitar estes transtornos nos horários de pico, que se
inicia às 16h e se prolonga até 21h, e manter um serviço de segurança regular assíduo, o grupo optou por pagar por vigilância particular. A despesa é dividida entre os moradores.
Há 6 anos, quando eu comecei a trabalhar aqui, o lugar era completamente abandonado. Não existia jardim, nem brinquedo para as crianças e nem lixeiras. Era muito diferente só tinha o pátio vazio. Proprietário da única banca de revistas da praça.
O proprietário de uma banca de revistas que trabalha na praça, Antônio Oliveira, conta que o lugar evoluiu bastante depois que os moradores se uniram para restaurá-lo. Ele, que depende de uma boa movimentação na praça para comercializar seus produtos, é testunha do quanto o espaço mudou. Segundo conta, as mudanças começaram em 2009. Na época, Antônio tinha alguns clientes na praça, mas depois da adoção por parte dos moradores, seu negócio cresceu bastante. Com todas estas intervenções, a praça Martins Dourado é bem frequentada e um exemplo de dedicação e empenho da comunidade zelando os espaços públicos.
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Um “castelo” com 40 anos de tradição, histórias e emoções Uma das praças esportivas mais tradicionais do Nordeste, o Estádio Governador Plácido Castelo, conhecido popularmente como Castelão, completou 40 anos. Wilson Lennon e Sara Sousa
No dia 11 de novembro de 1973, Ceará e Fortaleza jogavam o jogo de inauguração do Estádio Governador Plácido Castelo. O público de 70 mil pessoas, que se dividiram em dois lances de arquibancadas (pois a parte que fica atrás dos gols ainda seriam feitas) pouco se importaram com o resultado do jogo, 0x0, pois naquele momento, estava sendo dado o ponta pé inicial de muitas emoções que estavam por vim durante as próximas décadas. Hoje, o Castelão se tornou uma Arena Multiuso, e está prestes a receber o maior evento de futebol do planeta: a Copa do Mundo. Segundo o jornalista Gomes Farias, em entrevista à rádio verdes mares, a ideia de construir o Castelão partiu do comentarista de rádio Paulino Rocha, em uma conversa que os dois tiveram com o então chefe da Casa Civil do governo, Dário Macedo. “Paulino, o que você acha que o governador deveria fazer para se tornar imortal? Ele, imediatamente, disse: “rapaz, fazer como nos outros estados: todo mundo está fazendo um grande estádio’”, recorda Farias. A partir deste papo,
pensou-se e ergue-se o fabuloso Castelão.
mentos se tornam quase impossíveis nos dias atuais.
Entre as traves Criado para receber partidas de futebol, o Castelão teve suas redes balançadas pela primeira vez no ano de sua inauguração, em 1973. No dia 18 de novembro daquele ano, o Ceará venceu o duelo contra o Vitória pelo placar de 1 a 0, valendo pela 1ª Fase do Campeonato Brasileiro. O único gol da partida, e primeiro do Castelão foi marcado pelo atacante alvinegro, Erandy Pereira Montenegro. Porém, o goleador do estádio é outro. José Geraldo Olímpio de Souza, mais conhecido como Geraldino Saravá, que hoje mora em Juazeiro do Norte, ele marcou nada, nada menos do que 98 gols, entre 1973 e 1985. O jogador teve passagem marcante pelo Fortaleza, onde atuou por 7 anos, Saravá ainda jogou no Icasa-CE, Ceará, Ferroviário-MA, Tiradentes-CE, Guarany de Sobral, Sampaio Corrêa-MA e Campinense-PB.
Visitas ilustres Após sete anos de existência, o estádio recebeu um evento que ficou eternizado: a visita do Papa João Paulo II, pelo X Congresso Eucarístico Nacional. Na oportunidade, o Castelão recebeu o maior público de sua história: 120 mil pessoas. Talvez um dos momentos mais marcantes do Gigante da Boa Vista, a visita do pontífice comoveu muitas pessoas. “Foi um dia inesquecível na minha vida. Nunca tinha visto tantas pessoas em um mesmo espaço. Foi muito marcante. Meus irmãos que moravam no interior, se espremeram pra assistir numa pequena TV em preto em branco”, contou a enfermeira, Maria Filha. Além do Papa, o Castelão recebeu no dia 22 de dezembro de 1995, a banda Mamonas Assassinas, levando uma multidão de jovens ao estádio. Outra visita ilustre foi a da consagrada ‘Rainha dos Baixinhos’, Xuxa Meneghel. Em 10 de dezembro de 96, Xuxa se apresentou para centenas de crianças e pais. Mais recentemente, em maio de 2013, o Castelão voltou a receber grandes eventos musicais quando Paul McCartney, ex-Beatle, se apresentou em um mega show que reuniu gerações. No mesmo ano, em setembro, foi a vez de uma dasprincipais divas do pop mundial, Beyoncé, reunir fãs na Arena Castelão.
Hora do Pobre Inexistente nos dias de hoje, e muito presente nos anos passados, a hora do pobre era um momento esperado por muitos. Com a jogo se aproximava do fim, alguns torcedores, sejam aqueles que não gostam de enfrentar o trânsito pós jogo, ou até mesmo os que saiam chateado com o resultado do seu time, deixavam o estádio.
Gigante da Boa Vista, nos anos 90. Nessa época, a capacidade do estádio era de 120 mil pessoas. Foto: Arquivo
Arena Castelão em 2013, recebendo sua primeira competição internacional, a Copa das Confederações. Foto: Wilson Lennon
Do lado de fora, existia uma grande espera. Enquanto uns torcedores saiam, outros entravam. Esses momentos ocorreram muito nas praças esportivas do Ceará, e é conhecido como: A hora do pobre. ‘“A hora do pobre era algo
bem interessante. Dependendo do humor do torcedor, uns davam comida, outros xingavam, isso variava com o resultado da partida”’, recorda o torcedor Wilson Pereira. Com as reformas dos estádios e ascensão das classes, esses mo-
O quarentão reformado, moderno e funcional Curiosidade
Aquele ditado em que “a vida começa aos 40” se encaixa perfeitamente ao Castelão. Após passar por duas grandes reformas nessas quatro décadas, o estádio se tornou uma Arena com padrão Internacional Fifa e está pronto para receber o maior evento de futebol mundial: a Copa do Mundo. A primeira grande reforma do Castelão foi em 2000. Após receber um comunicado da Fifa, por motivos de segurança, exigindo a redução da capacidade de 120.000 para pouco mais de 60 mil. Reformas Durante a primeira obra, o estádio ficou fechado por dois anos, e só foi reinaugurado em 2002, com um jogo do seleção brasileira. A segunda e última grande reforma teve início em 2011 para a Copa do Mundo.
Amuleto da sorte
Após a segunda reforma, o Castelão está apto para receber a Copa do Mundo
Após a demolição parcial do estádio, foram iniciadas as obras para receber a Copa das Confederações e, posteriormente, a Copa do Mundo de Futebol. Segundo o site oficial
Foto: Arquivo
da Arena Castelão, foram investidos R$ 518, 6 milhões. Com esta última intervenção, o estádio teve a sua capacidade ampliada para 63.903 pessoas. Após passar por muitas
transformações ao longo desses 40 anos, o Castelão continua sendo o principal palco do futebol cearense, com muitas histórias pra contar, e muitas ainda pra viver.
Jogar em terras alencarinas quase sempre foi sinônimo de bons resultados para a seleção brasileira. A estreia em solos cearenses foi em 1980, quando o Brasil venceu o Uruguai por 1x0, registrando o maior público em uma partida de futebol do estádio: 118.496 pessoas. O retrospecto da seleção canarinho é o seguinte: ao todo, o Brasil marcou 21 gols e sofreu 3. Venceu 7 partidas e perdeu apenas uma, contra a seleção do Paraguai em 2002, após a conquista do Pentacampeonato Mundial. No Castelão também foi realizada a última partida antes da arrancada ao penta da Copa do Mundo, no Japão, em 2002.
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Cine Holliúdy traz o jeito cearense de fazer cinema Sucesso de bilheteria no Norte/ Nordeste, o longa do diretor Halder Gomes se aventura em outras regiões brasileiras Gabriela Nunes
Os cearenses, estes que, como dizem por aí, podem ser encontrados em toda parte, invadiram, também, os cinemas. Sucesso absoluto de bilheteria no Norte/Nordeste, com mais de 446 mil espectadores e R$ 4,5 milhões arrecadados, o filme cearense “Cine Holliúdy” chegou, também, à Região Sudeste trazendo as desventuras de Francisgleydisson, um apaixonado pela sétima arte que insiste em abrir uma sala de cinema no interior do Ceará, na década de 70 – época em que a televisão era a grande novidade nas pequenas cidades. “Não dizem que os cearenses vão dominar o mundo? Pois, então, vamos começar pelo cinema!”, brinca Halder, natural de Senador Pompeu, cidade do Sertão Cearense. O filme, conta o cineasta, é um resgate de suas memórias de infância e daquilo que Hollywood representava para ele na época. “É uma Hollywood de pessoas que vivem no interior do Ceará, numa cidade perdida no meio do nada, mas que, mesmo assim, chega com sua influência.”, relata. Inspirado no premiado curta “O Astista Contra o Caba
Filme traz um núcleo de personagens que cercam o universo de todo interior nordestino Foto: Divulgação
Números
446 mil
espectadores assistiram a Cine Holliúdy nas regiões Norte/Nordeste
11.446
pessoas, distribuídas em 40 salas, viram o filme nas cidades do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Belo Horizonte e São Paulo, desde a estreia no Sudeste
289 mil
é o número de pessoas que ocuparam as salas de cinema para assistir ao longa, só na Capital
do Mal”, Cine Holliúdy abusa do “cearensês” como elemento vivo de nossa cultura e tem em Francisgleydisson, interpretado por Edmilson Filho, um retrato do nordestino desbravador que luta por aquilo acredita. Para compor o personagem, Edmilson diz que ser cearense foi condição fundamental. “Ser do Ceará foi o meu principal foco de inspiração. Saber do que o cearense gosta, para que as pessoas se vejam na tela”, conta. Apesar de quase estrangeiro de tão próprio da cultura local, o sotaque presente na película não parece ser uma barreira no
Comédia “Made in Ceará” O ator e comediante Edmilson Filho, sucesso com o personagem Francisgleydisson no aclamado Cine Holliúdy, também se arrisca nos palcos do teatro com a peça “Made In Ceará”. Sob direção de Halder Gomes, o monólogo fala sobre as diferenças culturais entre brasileiros e americanos através do olhar particular e bem humorado de Edmilson, que mora nos Estados Unidos há 13 anos. Ele explica que “Made In Ceará” não funciona nos moldes do stand up comedy – também chamado, aqui no Brasil, de humor “de cara limpa” -, em que o comediante se apresenta, geralmente, em pé e sem mais recursos cenográficos, diferenciando o estilo de um monólogo tradicional. “Não chega a ser um stand up, mas é o que a gente cha-
diálogo com o público de outros estados e países. Exibida no Festival de Bangkok, por exemplo, a história de Francisgleydisson conseguiu arrancar gargalhadas da plateia tailandesa. “Eles conseguiram ver humor no que a gente fez”, afirma Edmilson, que mora em Los Angeles e já apresentou a Hollywood cearense aos amigos americanos. “Eles riem e gostam da mesma forma. O filme traz um tipo de humor que para eles é até inovador”, completa. Em exibições fora do Estado, Halder costuma entregar à plateia um glossário de ce-
Saiba mais...
Pequeno dicionário de “cearês” Você está por dentro do “cearensês”? Confira abaixo algumas das principais gírias usadas pelos cearenses: “Aí dento” Resposta a qualquer provocação, antibullying cearense. “Ispilicute” Do inglês “she’s pretty cute”. Significa engraçadinha, mulher muito faceira.
Danças, canções e oralidades foram conservadas entre as tribos, apesar do mito do desaparecimento Foto: Raphael Villar Filme traz um núcleo de personagens que cercam o universo de todo interior nordestino Foto: Divulgação
ma, nos Estados Unidos, de ‘One Man Show’. Estou sempre trocando e transitando entre personagens que podem ser minha mãe, uma criança, um cearense perdido pela rua ou um americano que encontra
com outro no centro da cidade”, ilustra. “Por conta do sucesso do filme, o pessoal agora quer me ver em 4D”, brinca o intérprete de Francisgleydisson.
arensês com palavras da nossa “gramática”. Segundo ele, isso causa uma aproximação maior do público com o enredo. “As pessoas guardavam com o maior carinho do mundo, discutiam as gírias na fila e ao final, saíam falando aqueles jargões”. O sucesso de bilheteria e a identificação imediata do público do Norte e Nordeste podem ser explicados pela forma como o cearense – e o nordestino, de maneira geral -, é apresentado no filme: longe de estereótipos e sotaques genéricos. “As pessoas se identificaram porque é diferente das tentativas de mostrar o cearense através de personagens que não têm nada a ver com o Ceará e com o Nordeste. Tentam inserir um sotaque que não é de ninguém em personagens com trejeitos que não pertencem a nenhum de nós.”, critica Halder. Para o cineasta, quando o espectador se reconhece na tela de forma legítima, assume, também, o compromisso de divulgador. “As pessoas se tornaram verdadeiros cabos eleitorais do filme.”, comemora. Além de aspectos da cultura cearense, o filme traz um núcleo de personagens que cercam o universo de todo interior nordestino, como o cego Isaías, interpretado pelo cantor Falcão, que vai ao cinema acreditando ter ido assistir a um filme pornô e Lhé Gué Lhé, vivido pelo humorista João Netto, um bêbado que faz de tudo para conseguir beber de graça. “Outro dia, vi uma matéria na internet que o título era ‘Cine Holliúdy – Filme feito no Ceará, com a cara do Maranhão’”, comenta Edmilson. “É a verdade que o filme traz. Ele é muito verdadeiro em relação ao que a gente é, não só como cearense, mas como nordestino e até brasileiro mesmo”.
“Indarrai?” Palavra indiana, ainda inédita na Índia, que indaga sobre uma nova tentativa a quem acabou de se estrepar.
“Verminoso” Sujeito viciado em alguma coisa. “Paia” Usada para denominar algo ruim, feio ou de mau gosto. “Úricupadi” Expressão usada por pessoa impressionada. “Olha o meio” Maneira indelicada de se pedir licença. “Diabéisso” Expressão de espanto, usada para questionar.
“Macho ou machorréi” Cara, amigo. Ex.:“olá macho réi!”
“Coisar” Verbo usado para substituir aquele que a pessoa esqueceu.
“Frivião” Inquietação.
“Esfolado” Machucado.
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Cearenses destacam-se no The Voice Brasil
vivenciando uma das experiências mais incríveis de sua carreira. Primeiro por causa do contato entre os selecionados. A convivência faz com que cada um vá se aproximando cada vez mais. Segundo ele, cada candidato defende um tipo de estilo musical diferente, por exemplo, rock, sertanejo, pop e está sendo muito enriquecedora essa união de vários estilos. “Ter esse retorno deles de uma forma horizontal, de igual pra igual, e não vertical é incrível. Saber que eles nos conhecem e nos respeitam pelo nosso trabalho”, comenta.
A segunda temporada do The Voice Brasil conta com a participação de três candidatos cearenses na disputa: Marcos Lessa, Débora Cidrack e Sam Alves. Letícia Késsia e Sabrina Coriolano
Na segunda temporada do The Voice Brasil, que estreou no dia 7 de outubro, três dos cearenses que participaram da fase das audições às cegas, conseguiram se classificar na competição e estão concorrendo ao título de melhor voz do Brasil. O The Voice Brasil é uma versão brasileira da competição musical holandesa The Voice of Holland, criada pelo produtor Jonh de Mol. Diferente de outros programas musicais, o The Voice não leva em consideração estilo e aparências físicas, o que interessa é apenas o talento musical do cantor. A primeira edição do The Voice Brasil estreou no dia 23 de setembro de 2012, com apresentação de Tiago Leifert. A vencedora da primeira temporada do programa foi a Brasiliense Ellen Oléria. Os cearenses Sam Alves, logo de cara, conquistou os quatro jurados nas “audições às cegas”, porém ele escolheu ficar no time de Cláudia Leitte. O cantor foi convocado pela técnica a participar das “batalhas”, e dividiu o palco com a paulista Marcela
Competição, cantores cearenses encantam os jurados em suas apresentações. Fotos: Internet
Bueno, também integrante do seu time. Os dois cantaram o hit de Christina Perri A Thousand Years. Esta foi considerada uma das apresentações mais equilibradas desta fase, foi notável a emoção dos jurados. Rendeu elogios inclusive de Christina Perri, que aprovou a performance da dupla e usou o twitter para elogiá-los. “Queridos @samalvesmusic e @marcelavbueno, parabéns aos dois. Esse é o meu cover favorito até agora de A Thousand Years. Absolutamente linda!”,
escreveu a norte-americana. “É uma honra saber que você aprovou nossa humilde tentativa de interpretar palavras tão bonitas escritas por você”, respondeu o cantor na rede social. Ele venceu a fase e continua na competição. Sam é cearense, mas mora nos Estados Unidos. Ele participou das seletivas da versão americana do programa e quase foi aprovado por Shakira. Outro cearense que continua na competição do The Voice é Marcos Lessa que está
Cresce audiência Marcos já recebe o reconhecimento das pessoas nos aeroportos, na rua, na padaria, pois o The Voice Brasil tem uma audiência muito boa, mais de 20 milhões de pessoas assistindo a cada programa. O público cada vez mais tem torcido para o candidato, a cada avanço na competição o número de fãs vai crescendo, e a família Lessa está mais que orgulhosa da evolução e do reconhecimento do cantor. Marcos defende a música brasileira no programa: “Quero cantar meu país e essa diversidade musical linda que nós temos”, e está muito animado e curioso para saber o que irá enfrentar nas próximas fases. Quando foi aprovado na primeira fase o cearense disse sentir-se aliviado, não queria receber um “não” dos jurados, pois ele tem uma responsabilidade com ele mesmo e com as pessoas que acreditam e o acompanham desde antes do The Voice, e não queria desaponta-las, é claro. Débora Cidrack também é uma das candidatas . Na última batalha Débora venceu e continua no time de Cláudia Leitte. Em 2007, se inscreveu no concurso do programa Domingão do Faustão que iria escolher a nova vocalista da banda Domingão. E ficou entre as 16 semi-finalistas do programa.
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Relembrando onde tudo começou... Com origem na década de 50, os programas de auditório eram atração do rádio e da televisão. Ainda hoje encontram espaço nas grades de programação das principais redes. Um dos primeiros programas de calouros no Brasil foi o “Noite de Gala”. Em 1957, estreava na TV Tupi do Rio de Janeiro o programa “Um Instante Maestro”, apresentado por Flávio Cavalcanti.
Noite de Gala 1950
Um dos programas mais conhecidos foi o de Abelardo Barbosa, o Chacrinha, apresentando três programas de auditório: Discoteca do Chacrinha, Buzina do Chacrinha e a Hora do Chacrinha, sendo Hora do Chacrinha o primeiro programa de calouros da televisão brasileira. Outro que ainda é bastante conhecido é Sílvio Santos que iniciou com o quadro “Show
Um instante Maestro 1957
Chacrinha 1970
de Calouros”, que ficou no ar por mais de 23 anos, entre 1973 e 1996. Em 1984, surge o “Perdidos na Noite” , apresentado por Fausto Silva. O programa ficou no ar até 1988, quando Fausto foi contratado pela Rede Globo para apresentar o atual programa Domingão do Faustão. O “Viva a Noite” apresentado por Augusto Liberato inicou em 1982 aos sábados à noite.
Sílvio Santos 1973
Domingão do Faustão 1989
Entrevista Nayra Costa
Nayra Costa, a cearense da 1ª temporada A cearense Nayra Costa participou da primeira temporada do The Voice Brasil em 2012 e ficou entre as dez finalistas. A cantora se classificou nas “audições” e chegou a ser eliminada nas “batalhas”, mas foi salva no “peguei” e entrou para o time de Claudia Leitte. Nayra foi eliminada nas semifinais durante os “shows ao vivo”. Pergunta - Como foi para você participar da primeira edição do programa? Resposta - Foi uma das melhores coisas que me aconteceu, a mídia que deu ao meu trabalho foi maravilhosa, e me orgulho muito de ter participado, principalmente do primeiro, onde era tudo novidade. O nervosismo foi grande (risos). Mas foi ótimo ter participado. Pergunta -O que mudou na sua carreira depois da participação no The Voice? Resposta - O que mudou foi o reconhecimento do meu trabalho que se tornou a nível nacional e os contratos aumentaram também, com a graça de Deus e do The Voice Brasil (risos). E tambem estou mais conhecida aqui em Fortaleza. Muito bom isso. Pergunta - O que você está achando dessa nova edição com a participação de vários cearenses? Já tem torcida para algum candidato? Resposta - Tô adorando ver os amigos nessa edição do The Voice Brasil! Eles foram super, hiper bem. Cada um já de cara mostrou qual é seu potencial. Estou super orgulhosa deles e fazendo campanha por aqui. Para cada um. Sinceramente não tenho preferido. Débora Cidrack e Marcos Lessa estão no meu coração e tenho certeza que eles vão muito longe na competição. Como eles estão em times diferentes dar pra votar nos dois, ai quando eles chegarem na final e se Deus quiser vão, ai eu escolho! (risos).
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Teste
Você é viciado(a) em compras? 1. Compro tudo rápido sem pensar duas vezes. a) Claro! Vai que acabe? b) Depende do valor da peça. c) Não, levo dias para me decidir. 2. Compro exatamente o que estou precisando. a) Ou o que amei na hora. b) Ás vezes me faço um mimo. c) Sim!
Compras online. Mariana aproveita os preços atrativos para comprar mais barato
Foto: thYago souza
O lado positivo e negativo de comprar da China Preços baixos, peças diferenciadas e demora na entrega fazem parte dos aspectos positivos e negativos de se comprar em lojas online chinesas Iara Sá e Marília Ceres
A sensação que usufruímos ao fazer compras pode, muitas vezes, ser comparada ao efeito que substâncias como o álcool e a nicotina proporcionam ao organismo. Quando se pode adquirir tudo que se deseja a um clique de distância, esse sentimento é ainda mais intensificado. É nesse contexto que sites como AliExpress. com e Ebay.com ganham cada vez mais espaço entre jovens e adultos. Neles é possível adquirir blusas, sapatos, bolsas e eletrônicos por valores até 200% menores do que os apresentados no Brasil. O prazer, no entanto, semelhante as outras práticas, pode acabar se aliando ao vício. Maria Gabriela conta que conheceu os sites há aproximadamente quatro meses. A
advogada de 27 anos costuma comprar, em média, 4 vezes por mês. Em cada compra, chega a adquirir até 3 itens. De acordo com ela, o grande atrativo das páginas é, primeiramente, o preço. Em seguida, a facilidade de acesso aos produtos. “Basta um computador ou um celular com acesso à internet”, conta. Mesmo procurando não comprar por impulso, a jovem admite que muitas vezes já chegou a pagar por produtos supérfluos, que não eram necessários no momento, apenas porque o preço estava bastante atrativo. “Uso do baixo custo para me presentar sem motivo também. Sinto que é um mimo comigo mesma”, explica. A advogada, que chega a gastar, em média, 50 dólares por mês, conta também que se sente muito bem depois de inserir o número do cartão e finalizar o processo de compra. “Triste mesmo só fico quando chega a fatura”, brinca. Segundo Valdir Lima, psicólogo do Instituto Sherpa, essa prática não é desencadeada apenas pela oportunidade, mas por diversos outros fato-
Mariana Bandeira
“Quando me deparo com os valores que as lojas cobram por roupas que sei que posso comprar por um preço muito menor, acabo optando pela internet”. Estudante de Direito
Fique de Olho Paciência: O processo de envio da China para o Brasil pelos Correios é lento e pode aborrecer pessoas ansiosas. As encomendas podem demorar até 3 meses para chegarem suas mãos. “Feedbacks”: É possível verificar se o vendedor é confiável antes de realizar a compra. Uma porcentagem de aprovação de consumidores anteriores é estipulada ao lado do nome da loja. Medidas: Roupas chinesas costumam ser bem menores que as feitas no Brasil. Antes de efetuar o pagamento, verifique com uma fita métrica se suas medidas são compatíveis com as do produto.
res. “A compulsão por comprar pode caracterizar uma séries de questões pessoais de cada cliente. Frustrações, sofrimentos, defesas psíquicas, que se representam como uma estratégia quase desesperada de obter sentido, de se valorizar, de aliviar suas tensões e problemas existenciais. Situado na história de vida de cada pessoa, quando o comprar surge como um ato compensatório, sem razões ou motivos aparentes, então existe a possibilidade dessa pessoa se encaixar no perfil de um comprador compulsório”, explica. Mariana Bandeira, estudante de 22 anos, conheceu o Ebay há cerca de um ano. Desde então, assume encontrar dificuldades para conseguir comprar roupas em lojas físicas. “Quando me deparo com os valores que as lojas cobram por roupas que sei que posso comprar por um preço muito menor, acabo optando pela internet”. No entanto, a jovem procura se policiar. “Tento comprar uma vez a cada dois meses, somente quando preciso. Procuro não investir muito do meu tempo nisso, apesar de gostar muito.”
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Onde comprar?
Ebay.com É atualmente o maior site do mundo de compra e venda. Fornece uma plataforma global de negociações onde qualquer pessoa pode negociar qualquer coisa com qualquer outra pessoa.
AliExpress.com Site chinês que também oferece uma plataforma de negociações, traz produtos com preços de atacado até mesmo em pequenos pedidos. Dependendo do vendedor, o frete pode sair de grátis.
DealExtreme.com É uma empresa chinesa de comércio eletrônico que oferece serviços com preços bastante atrativos, embora os prazos de entrega sejam bem elevados podendo levar meses.
SammyDress.com É Site que vende roupas, sapatos, acessórios, utensílios para casa etc. É cobrado frete, mas é só ficar atento às promoções de frete grátis que acontecem vez ou outra.
3. Costumo ir ao shopping quando estou triste, insegura ou sozinha e já comprei algo para me distrair. a) Ah, que mal faz um presentinho barato? b) Faço ás vezes mais sempre me arrependo. c) Nessas horas, fujo do shopping como se o cara mais lindo do mundo estivesse na porta me esperando. 4. Eu realmente precisava das coisas que levei e sei que elas serão muito úteis para mim. a) Olha, não sei se usarei tanto assim, mas são lindas e custaram uma boa grana. b) Precisar, eu não precisava. c) Comprei para repor uma peça que usei até gastar. 5. Depois que saio da loja, penso que não deveria ter comprado. a) Só se eu ficar de castigo por gastar muito. b) Talvez sim. c) Quase nunca. 6. Sei que o uso da peça que comprei me dará satisfação por bastante tempo. a) Ih, a moda muda tanto.. b) Tomara! c) Com certeza, afinal, comprei um clássico. Se você assinalou mais com a letra: A-COMPULSIVA Você ama comprar, até virou uma necessidade. Uma comprinha ás vezes é bom, mas não todo dia. Se tiver dificuldade de parar com essa mania peça ajuda. B-CONTROLADA Tudo bem, você exagerou na última compra, mas não costuma ser assim. Evite o habito de descarregar as suas frustrações nas lojas, mas tudo bem, isso é um comportamento muito difícil ás vezes de ser controlado. C-PÃO-DURA Mesmo planejando bem os seus gastos você pensa duas vezes, três, mil vezes antes de comprar. Isso pode ser bom, mas não esqueça, todo mundo merece um mimo de vez em quando.
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Treino funcional é procurado na web por 2,5 mi de pessoas Alternativa dinâmica aos exercícios convencionais, o treinamento funcional é a nova moda do mercado fitness e fenômeno de procura na internet Lígia Franco
Para muitas pessoas, o ambiente de academias e os movimentos repetitivos da musculação podem ser pouco atraentes e grandes desmotivadores. Seguindo a mesma linha do Pilates e do RPG, o treino funcional aparece como uma alternativa de exercício mais dinâmica, principalmente para os sedentários de plantão. A modalidade, apesar de ter se tornado fenômeno de procura e gerar 2,5 mihões de procura na internet, não é de fato nenhuma novidade. Em 1998, através do preparador físico Luciano D’Elia, o treinamento funcional chegou ao Brasil, oriundo de técnicas como reabilitação e atletismo, começou como um novo caminho para a preparação esportiva de alto rendimento, até se consolidar como uma modalidade que abrange todo tipo de individuo. Hoje, o treino funcional utiliza-se de equipamentos como bolas, elásticos, cordas e cones para trabalhar as funções básicas de cada ser humano. Funções estas que exercemos todos os dias: correr, agachar, pular, puxar, empurrar, etc. O que pode parecer simples a primeira vista mostra ser tão puxado quanto um treino de musculação, trabalhando tanto o equilíbrio e agilidade, como força e resistência. Do ponto de vista médico, Miller Barreto, médico generalista, defende que qualquer atividade física é benéfica, desde que feita de forma ponderada e supervisionada. Dessa forma, o treinamento funcional é
Remada aberta: trabalha a musculatura das costas. Foto: Lígia Franco
Aquecimento dinâmico de estabilização de glúteo e tronco
Aquecimento dinâmico de estabilização lateral,
Foto: Lígia Frano
altamente recomendável, principalmente para àqueles que não são adeptos aos exercícios físicos mais clássicos. Porém, acredita que ainda não temos essa modalidade totalmente disseminada e acessível para maior parte da população. Em Fortaleza, a nova moda do mercado “fitness” se tornou o exercício queridinho do momento, exibindo seus adeptos nas praias e academias da cidade. Para a professora de Educação Física, Herlane Macambira, que dá aulas de funcional diariamente no Aterro da Praia de Iracema, a modalidade ficou tão popular devido a facilidade de praticá-la: “ O treinamento funcional proporciona uma au-
Miller Barrêto
O treinamento funcional é altamento recomendável, principalmente para àqueles que não são adeptos ao exercícios físicos mais clássicos. Porém ainda não temos essa modalidade totalmente disseminada. Médico Generalista
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Glossário do treinamento funcional Conheça três equipamentos práticos e baratos frenquentemente utilizados no treino funcional Extensor Multifuncional O elástico pode ser usado de várias formas durante os exercícios funcionais e podem apresentar diferentes tipos. Intensifica os resultados ao forçar ainda mais os músculos.
Bola Suíça Ótima para trabalhos de força, equilibrio, coordenação, flexibilidade e trabalho aeróbico, a bola suíça também pode ser usada como recurso adicional no tratamento das incapacidades funcionais, pois busca recuperar as atividades motoras de forma globalizada, tendo se tornado um instrumento terapêutico muito aceito.
Chapéu Chinês Indicados para todas a modalidades esportivas que necessitam de velocidade e explosão - principalmente em treino de agilidade - o chapéu chinês serve para delimitar espaços, como quadras, campos e tatames. Possui cores fortes que facilitam a visualização e sua flexibilidade o torna muito mais durável. Também usado como barreira para saltos.
Foto: Lígia Franco
Aquecimento dinâmico dos adutores e abdutores para liberar o quadril Foto: Ligia Franco
tonomia para realizar os exercícios em qualquer ambiente. Os materiais são baratos e práticos. Além disso, outro fator que gera grande aceitação por parte dos praticantes são os resultados rápidos, justamente por trabalhar valências diferentes no mesmo treino.” Assim como tudo em excesso pode ser maléfico, a grande proliferação de aulas de treino funcional em academias evidencía professores desqualificados para dar aula, muitas vezes desvirtuando o foco principal da modalidade. “A maioria das academias querem mesmo é lucrar, e acabam contratando profissionais que não possuem nenhum tipo de curso na área – o que é essencial – somente para suprir a procura do mercado. ” completa Herlane.
Funcional x Musculação Muitos acreditam que a febre do treino funcional apareceu como uma alternativa para a musculação, possivelmente até um substituto. Porém, para a personal trainer, Mara Lima, a história não é bem assim: “O funcional veio para complementar a musculação, não para substituir, cada modalidade tem objetivos diferentes. A musculação é caracterizada pelo uso de aparelhos fixos, trabalhando movimentos especificos e com o foco principal na hipertrofia. Já o treino funcional utiliza pesos livres – como o peso do próprio corpo - trabalhando várias valências ao mesmo tempo. O foco principal é melhorar a qualidade de vida através movimentos que simulem atividades diárias.
Serviço Herlane Macambira: Professora de Educação Fisica - (85) 97490043 Miller Barrêto: Médico Generalista - (85) 88064778