Livro de redação em 2017 completo

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GUIA DE TENDÊNCIAS DE REDAÇÕES Organização LACONCA, Maynor J.; LACONCA , Mere & NAKAMOTO, Alexandre

MAIORES DRAMAS E TRAUMAS DO

MUNDO

MONDAY MORNING GLOBAL INSTITUTE Pesquisa baseada em 5.500 líderes globais

Educatio est omnium

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DESEMPREGO E SUBEMPREGO A taxa de desemprego no Brasil deve continuar crescendo nos próximos dois anos e atingir 7,1% em 2015 e 7,3% em 2016, prevê a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em estudo divulgado nesta segunda-feira. No ano passado, o índice de desemprego no Brasil atingiu 6,8%, nos cálculos da organização. Segundo o relatório "Perspectivas para o emprego e o social no mundo – Tendências para 2015", o desemprego no Brasil também deverá ser de 7,3% em 2017, o mesmo índice do ano anterior. As taxas de desemprego previstas em relação ao Brasil em 2015 e nos dois próximos anos se situam acima da média mundial e também dos índices médios na América Latina e Caribe e dos países do G20, grupo que reúne as principais economias do planeta, entre elas o Brasil. "Pela primeira vez desde 2002, o crescimento do PIB na América Latina em 2014 (e 2015) deverá ser inferior ao das economias avançadas. O desemprego voltou a crescer em toda a região, em particular nos países mais dependentes das exportações de matérias-primas", diz a OIT. "O ritmo do crescimento econômico na região desacelerou claramente, afetando os mercados de trabalho", ressalta a organização. De acordo com o estudo, o desemprego na América Latina deverá ser de 6,8% neste ano e de 6,9% em 2016. Em 2017, a previsão é de leve recuo na região, que deve voltar a registrar uma taxa de 6,8%. Há grandes diferenças entre os países da América Latina. Impulsionado pela recuperação da economia americana, o México deve ter uma taxa de 4,8% neste ano. Já para a Argentina, o índice de desemprego previsto é de 9,5%, segundo a OIT. Na Colômbia, deverá atingir quase 10% e, na Bolívia, apenas 2,7%. O relatório aponta que as perspectivas mundiais de emprego vão se deteriorar nos próximos cinco anos. Em 2014, mais de 201 milhões de pessoas estavam sem emprego, o que representa 31 milhões a mais do que antes do início da crise financeira mundial, em 2008. Segundo a OIT, deverá haver cerca de 3 milhões de novos desempregados no mundo em 2015 e 8 milhões nos quatro anos seguintes. MAIORES DRAMAS E TRAUMAS DO MUNDO

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2 O "déficit de empregos" no mundo, que contabiliza o número de postos de trabalho perdidos desde o início da crise mundial, é de 61 milhões, nos cálculos da organização. "Se levarmos em conta as pessoas que vão entrar no mercado de trabalho nos próximos cinco anos, serão necessários 280 milhões de empregos suplementares até 2019 para absorver esse déficit", afirma a OIT. A organização destaca que a economia mundial continua crescendo a taxas bem inferiores às registradas antes da crise de 2008 e que ela parece "incapaz" de reabsorver o déficit de empregos e reduzir as desigualdades sociais que surgiram nesse período. "O desafio de fazer com que o desemprego e o subemprego voltem aos níveis antes da crise parece ter se tornado uma tarefa insuperável", ressalta a organização, que também alerta para os "sérios riscos sociais e econômicos" da situação. De acordo com o relatório, o desemprego está caindo em algumas economias avançadas, como Estados Unidos, Japão e Grã-Bretanha, mas permanece "preocupante" na maior parte dos países europeus. Nos Estados Unidos, o desemprego deve atingir 5,9% neste ano e 5,5% em 2016, depois de ter atingido 6,2% no ano passado. Apesar da melhoria em algumas economias desenvolvidas, a situação de emprego se deteriora nos países emergentes e em desenvolvimento, diz o estudo. Na China, o desemprego, que deve ser de 4,7% em 2014, segundo estimativas, deverá aumentar para 4,8% neste ano e 4,9% em 2016. Para a OIT, o subemprego e o emprego informal "deverão permanecer irredutivelmente elevados" nos próximos cinco anos na maior parte de países emergentes e em desenvolvimento.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/01/1 50119_taxa_desemprego_df_rb


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DESEMPREGO E SUBEMPREGO

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POBREZA O Brasil, em função de seu histórico de colonização, desenvolvimento tardio e dependência econômica, além dos problemas internos antigos e recentes, possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar um país subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresenta elevados patamares. Segundo um dado oficial do Ministério de Desenvolvimento de Combate à Fome datado de 2011, existiam no Brasil até esse ano cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. Vale lembrar que ultrapassar esse valor não significa abandonar a pobreza por completo, mas somente a pobreza extrema. É preciso dizer, porém, que a pobreza não é uma condição exclusiva de uma região ou outra, como se costuma pensar. Praticamente todas as cidades do país (principalmente as periferias dos grandes centros metropolitanos) contam com pessoas abaixo da linha da pobreza. No entanto, é válido ressaltar que, apesar dos problemas históricos, o Brasil vem avançando na área de combate à fome e à pobreza no país. Segundo um relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de pessoas que abandonaram a pobreza no Brasil em 2012 ultrapassou os 3,5 milhões. Nesse estudo, o critério para pobreza extrema era, inclusive, mais alto que o acima mencionado: R$75,00 por membro da família. Outra boa notícia é a de um relatório apresentado pela Assembleia das Nações Unidas em 2013 que colocou o Brasil como o 13º país que mais investe no combate à pobreza no mundo, em um ranking composto por 126 países em desenvolvimento. Assim, o país investe mais do que todos os demais membros do BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), mas ainda está atrás de nações como Argentina e Venezuela. Ao todo, segundo o relatório, o Brasil gasta quase US$ 4 mil dólares por ano para cada pessoa [1]. O carro-chefe atual das políticas públicas de combate à fome no Brasil é o programa Bolsa Família, criado em 2003. Trata-se de uma política assistencialista de transferência de renda, em que o governo oferece subsídio para famílias em condições de pobreza ou miséria acentuada.

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4 Apesar das muitas críticas e polêmicas na esfera política, o programa vem recebendo elogios por parte de sociólogos e economistas, uma vez que gasta muito pouco (0,5% do PIB) e contribui substantivamente para a melhoria da qualidade vida. Segundo o Ipea, a estimativa é a diminuição de 28% da miséria do país em 2012 somente pelo Bolsa Família. Recentemente, um apontamento do Banco Mundial revelou que o Brasil vem servindo de modelo e exemplo no que diz respeito ao combate à pobreza no mundo, com a redução da miséria, a diminuição de dependentes do próprio Bolsa Família e com a criação do Cadastro Único, que visa a identificar a quantidade de pessoas em extrema pobreza no país [2]. Tais medidas vêm sendo estudadas e até copiadas por especialistas e governantes de outras localidades do mundo. Por outro lado, há uma grande quantidade de pessoas que ainda vivem à margem da sociedade no Brasil, problema que dificilmente se resolverá somente com a promoção de programas assistencialistas. Os principais desafios estão em vencer os problemas nas áreas de saúde e educação, que vêm recebendo tímidos avanços, e ampliar a qualificação profissional e a oferta de emprego no país. Além disso, para muitos especialistas, diminuir o número de pessoas que vivem com menos de US$1,25 por dia – critério elaborado pelo Banco Mundial e pela ONU para definir a pobreza extrema – não é o suficiente. A ideia seria a de elevar esse valor na definição de miséria e traçar uma nova meta para a redução da pobreza no Brasil, principalmente através de medidas que não taxem tanto as classes média e baixa e que consigam encontrar formas de diminuir a desigualdade social e a concentração de renda, que ainda são muito acentuadas no Brasil.

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/ a-pobreza-no-brasil.htm


POBREZA MAPA DE POBREZA NO BRASIL

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BAIXA QUALIDADE DE EDUCAÇÃO A mudança mais popular no grupo, que reúne majoritariamente países ricos e não inclui o Brasil, diz respeito à preparação dos estudantes para o mercado de trabalho, voltado principalmente para o ensino profissional e técnico. Este tipo de mudança tem forte impacto, segundo especialistas, na produtividade dos trabalhadores - o que colabora para fortalecer a economia dos países. A segunda reforma mais popular envolveu melhorias no ambiente escolar, com foco principalmente na preparação de professores. Eis algumas delas compiladas pela BBC Brasil. 1) Mercado de trabalho ou continuidade dos estudos Quase um terço (29%) das reformas implementadas tiveram como objetivo preparar os estudantes tanto para o mercado de trabalho como para continuar seus estudos. O foco principal foram reformas nos sistemas nacionais de ensino profissional ou técnico. Portugal, por exemplo, criou uma estratégia com o objetivo de aumentar o número de jovens matriculados no ensino profissional. Os cursos oferecidos são compatíveis com a demanda do mercado de trabalho. Outra inovação: estão em teste programas de ensino profissional que começam mais cedo, a partir dos 13 anos. Já a Dinamarca reformou seu sistema de ensino profissional com foco na redução da desistência. 2) Melhorias no ambiente das escolas Reduzir o número dos alunos por turma, implementar reformas curriculares e, principalmente, capacitar professores foram o objetivo de 24% das reformas analisadas. A Austrália criou um instituto dedicado apenas ao aprendizado de professores, e a Holanda desenvolveu um programa que visa a atrair os melhores estudantes para faculdades de educação. Já a França reformulou o conteúdo e a estrutura de seus programas de treinamento de educadores, criando escolas que aliam treinamento prático ao teórico. 3) Garantir qualidade e equidade na educação As reformas implementadas pelos países da OCDE também tiveram como objetivo implementar políticas para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a um nível mínimo de educação, independentemente de circustâncias pessoais ou sociais. Ações deste tipo foram 16% das implementadas. O Chile, por exemplo, introduziu um sistema que proíbe que a seleção para escolas de ensino fundamental tenha como critério renda ou performance . A regra também limita a possibilidade de as escolas expulsarem alunos com resultados ruins. Na Nova Zelândia, foram implementadas estratégias para melhorar a educação dos maoris, população nativa que representa cerca de um quarto dos habitantes do país. Entre as iniciativas está um programa para engajar adolescentes com idades entre 14 e 18 anos na área de educação. Na Inglaterra, um programa concede fundos adicionais às escolas para que elas consigam manter nas classes crianças em risco social. A ideia teve um impacto positivo. . A regra também limita a possibilidade de as escolas expulsarem alunos com resultados ruins. Na Nova Zelândia, foram implementadas estratégias para melhorar a educação dos maoris, população nativa que representa cerca de um quarto dos habitantes do país. Entre as iniciativas está um programa para engajar adolescentes com idades entre 14 e 18 anos na área de educação. Na Inglaterra, um programa concede fundos adicionais às escolas para que elas consigam manter nas classes crianças em risco social. A ideia teve um impacto positivo

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6 4) Sistemas de avaliação Sistemas de avaliação são considerados importantes pela OCDE porque apontam áreas em que é preciso melhorar. Implementar essas políticas, que visam a medir os resultados tanto dos alunos quantos das escolas, responderam por 14% das reformas. No México, um instituto nacional de avaliação ganhou, em 2013, autonomia para desenvolver uma estratégia de acompanhamento válida para todo o país. Padronizar as avaliações facilita a comparação de resultados. Na Itália, um projeto piloto acabou sendo expandido devido a seu sucesso. O projeto permite que as escolas decidam se serão avaliadas ou não. O processo envolve uma auto-avaliação da escola e uma avaliação externa, que é usada para estabelecer metas. Essas informações são divulgadas publicamente. 5) Reformas de financiamento Conseguir melhorar as formas de financiar os sistemas de educação é um dos grandes desafios das escolas. Incrementar o financiamento foi o objetivo principal de 12% das medidas avaliadas. Nos EUA, teve início em 2009 o programa Race to the Top, que atrela o financiamento das escolas à implementação de reformas e inovações na área de educação. Os Estados recebem fundos com base em seus planos para o futuro e também na qualidade dos professores, alunos e escolas. Eles precisam também ter competência para processar dados e informações estatísticas de educação. Na Alemanha, dentro de um projeto criado para estimular a atividade econômica durante a crise financeira, o governo federal deu apoio a investimentos de Estados e comunidades em educação. Foram destinados 8,7 bilhões de euros (cerca de R$ 26,5 bilhões) a áreas como educação infantil, estrutura escolar e universitária e pesquisa. 6) Governança A organização do sistema educacional e a definição de uma política nacional de educação foram foco das ações de 9% das reformas. Ter uma estratégia nacional é importante, de acordo com estudiosos, porque proporciona parâmetros que devem ser seguidos nacionalmente. Na Dinamarca, uma reforma nas escolas públicas, possibilitada por um acordo que envolveu todos os partidos políticos, foi feita para elevar expectativas, simplificar objetivos curriculares e abrir escolas para as comunidades. Já a Estônia estabeleceu cinco metas para a educação no país. Entre elas está o uso de tecnologia digital no processo de aprendizado e uma maior correspondência entre o que é ensinado e as necessidades do mercado de trabalho

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/01/ 150116_ocde_educacao_lab.shtml


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BAIXA QUALIDADE DE EDUCAÇÃO EVASÃO ESCOLAR NO BRASL

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Desigualdade perversa A recuperação de algumas economias não está favorecendo a redução das diferenças

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A evidência dá pouco lugar a dúvidas: a desigualdade na distribuição da renda nas economias avançadas está em níveis máximos. Não existe instituição multilateral que não destaque suas perversas consequências como um dos obstáculos, não só para a necessária coesão social, como para a manutenção de um ritmo aceitável de crescimento econômico e da estabilidade financeira.

Nas duas últimas décadas a distribuição entre economias avançadas e menos desenvolvidas diminuiu, mas a correspondente dentro dos países aumentou. Dentro dos desenvolvidos, a distribuição desigual da renda teve lugar em muitos países, inclusive na Espanha. Essa evidência é fornecida pela evolução do índice mais amplamente usado para tal medição, o coeficiente de Gini. PUBLICIDADE inRead invented by Teads A OCDE acaba de publicar seu Income Inequality Update, no qual destaca que a desigualdade na distribuição de renda “permanece em níveis recorde em muitos países, apesar do declínio nas taxas de desemprego e da melhora nas taxas de emprego.” Nos anos oitenta, 15% da população mais rica dos países da OCDE tinha um rendimento sete vezes maior do que o obtido por 10% da população mais pobre. Agora é dez vezes mais. Essas diferenças são ainda mais expressivas quando referenciadas ao topo da pirâmide de renda: na década de oitenta, a parcela de 1% dos assalariados com maiores rendas tinha menos de 10% do total da renda antes dos impostos em cada país da OCDE, mas trinta anos depois sua participação era superior a 10% em pelo menos nove países da OCDE e superior a 20% nos Estados Unidos, de acordo com dados dessa mesma organização no amplo estudo de Brian Keeley. Quando a pobreza e outras formas de variação da riqueza são incluídas, a situação é ainda pior: em 2012, os 10% mais ricos controlavam a metade da riqueza total das famílias e o 1% mais rico o fazia sobre 18%, em comparação com 3% para os 40% mais pobres. Em ambos os indicadores, distribuição de renda e da riqueza, a posição da Espanha não deixa muito espaço para a complacência. Mas também nos indicadores complementares de pobreza a posição é pouco favorável. Se a evidência sobre a ampliação da desigualdade na distribuição da renda é inquestionável, outro tanto começa a acontecer com suas consequências adversas. Claro, sobre o crescimento econômico. A própria OCDE e o FMI deram uma medida concreta desse impacto negativo em pesquisas recentes. Não menos importantes são as implicações dessa distribuição regressiva da renda e da riqueza sobre a coesão social e a identificação com o sistema econômico. Parte do descontentamento que está ocorrendo em algumas economias avançadas, certamente na Europa, deve ser explicada pelos resultados desiguais que o sistema oferece. Especialmente depois da gestão da crise da qual ainda são evidentes as consequências na população com rendimentos mais baixos. Na verdade, a recuperação de algumas economias, entre elas a espanhola, com uma qualidade do emprego muito baixa, não está favorecendo exatamente o estreitamento da desigualdade. Essa tendência deve ser uma prioridade, e fazê-lo por meio da política fiscal é a forma mais imediata, sem diminuir a atenção à garantia de igualdade de oportunidades, à prédistribiução, de efeitos mais visíveis a médio prazo. http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/02/opinion/1480678061_346719.html MAIORES DRAMAS E TRAUMAS DO MUNDO


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DESIGUALDADE ECONÔMICA

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1 0 O número de pessoas que são atingidas pela fome em nível mundial diminuiu em mais de 100 milhões na última década, mas há ainda cerca de 805 milhões – ou seja, um de cada nove habitantes do planeta não tem alimentos suficientes. As conclusões foram divulgadas nesta terça-feira (16) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em novo relatório que abordou a insegurança alimentar. O documento diz ainda que o Brasil reduziu à metade a porcentagem de sua população atingida pela fome, cumprindo assim um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), fixados pelas Nações Unidas para 2015. Os ODMs são uma lista de oito pontos, estabelecidos pelas Nações Unidas em 2000, que têm o propósito de melhorar as condições de vida das pessoas no horizonte de 2015. Até o momento, 63 países em desenvolvimento alcançaram o objetivo, entre eles o Brasil, e outros seis estão na caminho de consegui-lo em 2015. "Isto prova que podemos ganhar a guerra contra a fome e devemos inspirar os países a seguir adiante, com a assistência da comunidade internacional se for necessário", afirmam o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, o presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Kanayo F. Nwanze, e a diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Ertharin Cousin. Avanços, mas nem tanto Plantação de soja em Paragominas, sul do Pará (Foto: Fernando Araujo/O Liberal) O relatório explica que "o acesso aos alimentos melhorou significativamente em países que experimentaram um progresso econômico, especialmente em zonas do leste e do sudeste da Ásia". Houve melhora na alimentação em lugares do Sul da Ásia e da América Latina, mas sobretudo em países que dispõem de redes de segurança e outras formas de proteção social, incluídas também as pessoas que sofrem com a pobreza no campo. A América Latina e o Caribe, aponta o relatório, alcançaram importantes avanços ao aumentar a segurança alimentar. No entanto, o documento ressalta que "apesar do progresso significativo geral, ainda persistem várias regiões que estão na retaguarda" na Ásia e na África Subsaariana. As organizações destacam a necessidade de renovar o compromisso político para combater a fome através de ações concretas e encorajam o cumprimento do acordo alcançado na cúpula da União Africana, realizada em junho de 2014, de acabar com a fome no continente em 2025. O texto destaca que a insegurança alimentícia e a desnutrição são problemas complexos que devem ser resolvidos de maneira coordenada e pedem aos governos para trabalhar em estreita colaboração com o setor privado e a sociedade civil. O documento insiste que "a erradicação da fome requer o estabelecimento de um entorno propício e um enfoque integrado", que inclua investimentos privados e públicos para aumentar a produtividade agrícola, o acesso à terra, aos serviços, às tecnologias e aos mercados. Brasil Sobre o país, o relatório da FAO assinala que o programa "Fome Zero" fez da fome um problema fundamental incluído na agenda política do Brasil a partir de 2003. Desta maneira, nos períodos 2000 a 2002 e 2004 a 2006, a taxa de desnutrição no Brasil caiu de 10,7% para menos de 5%. Segundo a ONU, o programa federal foi o primeiro passo dado para acabar com a fome e, com os anos, ganhou impulso através do fortalecimento do marco jurídico para a segurança alimentar. As políticas econômicas, diz o relatório, e os programas de proteção social, combinados ao mesmo tempo com programas para a agricultura familiar, contribuíram para a criação de emprego e ao aumento de salários, assim como à diminuição da fome. De acordo com a ONU, esses esforços realizados pelo Brasil permitiram que a pobreza diminuísse de 24,3% a 8,4% entre 2001 e 2012, enquanto a pobreza extrema também caiu de 14% a 3,5%. A ONU também lembra que em 2011 o país introduziu novas políticas para tratar a pobreza extrema, que contemplavam uma melhora no acesso aos serviços públicos para fomentar a educação, a saúde e o emprego. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/09/onu-denuncia-que-1-de-cada-9-pessoas-sofre-com-fome-no-mundo.html

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FOME E SUBNUTRIÇÃO

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MAPA DA FOME NO MUNDO 2015

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Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York. Um novo relatório da ONU afirma que os planos de 146 países para reduzir as emissões de carbono não serão suficientes para manter o aumento da temperatura média global abaixo dos 2º C. Segundo o documento divulgado esta sexta-feira pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Unfccc, a alta da temperatura mundial deve chegar a 2,7º C até o ano 2.100. Impactos Cientistas do mundo inteiro chegaram a um consenso de que o aumento da temperatura acima de dois graus centígrados terá impactos climáticos significativos e perigosos, principalmente nas populações mais pobres. A secretária-executiva da Comissão Quadro sobre Mudança Climática, Christiana Figueres, afirmou que a previsão de uma alta de 2,7º C não é suficiente, mas é muito menor do que as projeções de 4 ou 5 ou mais graus feitas antes das promessas de cortes dos países. Os 146 planos, também chamados de Contribuições Voluntárias Nacionais, Indcs, para a redução das emissões de dióxido de carbono e outros gases poluentes incluem todos os países desenvolvidos e três-quartos dos em desenvolvimento. Eles pertencem à Convenção Quadro da ONU sobre Mudança Climática. Emissões Globais Esses países são responsáveis por 86% das emissões globais dos gases que causam o efeito estufa, nível quase quatro vezes maior do que o registrado na assinatura do Protocolo de Kyoto, que foi o primeiro tratado internacional para a redução das emissões nas economias industrializadas. De acordo com as previsões dos impactos climáticos, os países estão determinados a aumentar os esforços de adaptação com fundos suficientes, capacidades técnicas e tecnologia. Para implementar essas mudanças, calcula-se que as nações vão precisar entre US$ 100 milhões e US$ 200 bilhões. Possível O relatório diz ainda que é possível que os países atinjam a meta de 2º C se os esforços forem ampliados. Segundo o documento, apesar das emissões globais continuarem altas, se comparadas aos níveis de 1990, 2000 e 2010, a ONU diz que as emissões de gases "per capita" devem diminuir 8% até 2025 e 9% até 2030. Figueres afirmou que "os planos agora determinam um caminho específico, reconhecendo claramente que o sucesso das ações climáticas vão alcançar não somente baixas emissões de gases mas também um grande número de benefícios econômicos e sociais". O novo acordo sobre o clima será firmado na conferência chamada COP 21, em Paris, em dezembro http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2015/10/onu-promessas-para-cortar-emissoes-de-carbono-nao-atingemmeta/#.WFQ1RIWcHIU

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EMISSÃO DE GÁS CARBÔNICO NA ATMOSFERA

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1 4 A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório sobre o acesso à água segura e ao esgotamento sanitário que revelou que esses recursos não estão disponíveis da mesma forma para homens, mulheres e outras identidades de gênero. O relator especial da ONU sobre esses direitos, Léo Heller, que também coordena o Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas e Saneamento da Fiocruz Minas, acaba de elaborar o relatório “Igualdade de gênero e direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário”, no qual destaca que as disparidades em relação a essas prerrogativas potencializam outras desigualdades. O documento aponta uma série de aspectos relacionados a esses direitos em que as mulheres aparecem em situação de desvantagem, como o de atribuir à elas a tarefa de coletar água em localidades onde há falta ou má distribuição de água. "Mulheres e meninas ficam geralmente com a responsabilidade de limpar a casa e, quando não há água disponível, têm que buscar em algum lugar. Isso subtrai delas um tempo que poderia estar sendo empregado em educação e em atividades remuneradas. Tal situação reforça a dependência econômica com homens, interferindo, inclusive, na capacidade delas de pagar por serviços de água e esgotos”, explica ele. AO relatório aponta ainda que meninas e mulheres experimentam o stress psicossocial, causado pelo medo da violência sexual em banheiros coletivos, ou como o pânico de serem atacadas por animais, como cobras e mosquitos, durante a atividade de transportar a água. Algumas mulheres chegam a diminuir a quantidade de ingestão de líquidos para não ter necessidade de urinar. Tal fato afeta também a saúde, causando aumento de risco de infecções de bexiga e rins. TRANSGÊNEROS A inadequação dos espaços públicos atinge não apenas as mulheres, mas também transgêneros que, ao usarem instalações sanitárias separadas pelo sexo biológico, ficam expostas a agressões morais e físicas. Estudos realizados na Índia revelam que os transexuais enfrentam dificuldades em encontrar casas para alugar, sendo forçados a viver em favelas e áreas remotas, com sérios problemas de esgotos e distribuição de água. Outro grupo atingido é a população em situação de rua. Em Belo Horizonte, por exemplo, um estudo que vem sendo realizado pelo grupo coordenado por Léo Heller mostra que os albergues e as unidades de acolhimento -espaços que contam com instalações sanitárias- não dão conta do número de pessoas sem moradia. Embora a maior parte desse público seja composta por homens, são as mulheres que mais sofrem com a falta de privacidade. D acordo com o pesquisador, as desigualdades apontadas no relatório estão presentes em boa parte dos países. Ele destaca que o combate a essas disparidades deve passar, primordialmente, pela participação do público feminino e demais identidades de gênero nas esferas de decisão e planejamento. Para o relator, a participação é não apenas um direito em si, mas ainda um imperativo para se colocar em prática outros direitos. Com Informações da Fiocruz http://www.jornalfloripa.com.br/geral/relatorio-da-onu-aponta-que-acesso-a-agua-e-ao-saneamentoreflete-desigualdade-de-genero/

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DESIGUALDADE NO ACESSO À ÁGUA, ENERGIA E SAÚDE

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A ONU e a água Estima-se que um bilhão de pessoas carece de acesso a um abastecimento de água suficiente, definido como uma fonte que possa fornecer 20 litros por pessoa por dia a uma distância não superior a mil metros. Essas fontes incluem ligações domésticas, fontes públicas, fossos, poços e nascentes protegidos e a coleta de águas pluviais. As Nações Unidas vêm enfrentado a crise global causada pela crescente demanda global de recursos hídricos para atender às necessidades agrícolas e comerciais da humanidade, bem como crescente necessidade de saneamento básico. A Conferência das Nações Unidas para a Água (1977), a Década Internacional de Abastecimento de Água Potável e Saneamento (1981-1990), a Conferência Internacional sobre Água e Meio Ambiente (1992) e a Cúpula da Terra (1992) foram todas voltadas para este recurso vital. A Década, em especial, ajudou cerca de 1,3 bilhão de pessoas nos países em desenvolvimento a obter acesso à água potável. Causas de abastecimento inadequado de água incluem o uso ineficiente, a degradação da água pela poluição e a superexploração das reservas de águas subterrâneas. Ações corretivas visam a alcançar uma melhor gestão dos escassos recursos de água potável, com foco particular na oferta e na demanda, quantidade e qualidade. Atividades do Sistema das Nações Unidas visam ao desenvolvimento sustentável dos recursos finitos e frágeis de água doce, que estão sob pressão crescente com o crescimento populacional, a poluição e as demandas de usos agrícolas e industriais. A importância crucial da água para muitos aspectos da saúde humana, do desenvolvimento e do bem-estar levou a objetivos específicos relacionados à água no apoio a cada um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Essas metas referem-se a: erradicar a extrema pobreza e a fome, alcançar a educação primária universal, promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças, garantir a sustentabilidade ambiental e desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento. Para ajudar a sensibilizar o público sobre a importância do desenvolvimento inteligente dos recursos de água, a Assembleia Geral declarou 2003 o Ano Internacional da Água Potável. Também em 2003, o Conselho Diretor Executivo (CEB), órgão de coordenação do sistema inteiro das Nações Unidas, criou a “ONU Água” – um mecanismo interagencial para coordenar as ações do Sistema das Nações Unidas para alcançar as metas relacionadas à água. Para reforçar ainda mais uma ação global para atender às metas dos ODM relacionadas à água, a Assembleia Geral proclamou a Década Internacional de Ação, “Água para a Vida” (2005 – 2015). A Década começou em 22 de março de 2005, data na qual é comemorada anualmente o Dia Mundial da Água. Anualmente, a “ONU Água” e as agências parceiras do Sistema ONU, trabalhando em parceria com governos, organizações internacionais, organizações não governamentais e outras partes e grupos de peritos interessados, publica o Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água, desenvolvido pelas Nações Unidas para analisar os dados e tendências que afetam os recursos mundiais de água doce. Em setembro de 2015, os 193 Estados-membros da ONU aprovaram novas metas, após os ODM terem vencido, ao final de 2015. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável prevê 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que devem ser cumpridos até 2030, sendo que um dos objetivos — o número seis — busca “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.

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https://nacoesunidas.org/acao/agua/

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RECURSOS ESCASSOS

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ONU: população precisará de 40% a mais de água em 2030

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Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água (22 de março), a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, em 2030, a população global vai necessitar de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia. Neste ano, as celebrações giram em torno do tema Água e Energia e a relação arraigada entre esses dois elementos foi destaque na reunião da ONU, em Tóquio, para celebrar o dia. Água e energia estão entre os desafios globais mais iminentes, segundo o secretário-geral da Organização Meteorológica Global e membro da ONU-Água, Michel Jarraud, em nota divulgada pela organização. Atualmente, 768 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada, 2,5 bilhões não melhoraram suas condições sanitárias e 1,3 bilhão não têm acesso à eletricidade, de acordo com a ONU. A situação é considerada inaceitável por Jarraud. Segundo ele, outro agravante é que as pessoas que não têm acesso à água tratada e a condições de saneamento são, na maioria das vezes, as mesmas que não têm acesso à energia elétrica. O Relatório Global sobre Desenvolvimento e Água 2014, de autoria da ONU-Água, reforça a necessidade de políticas e marcos regulatórios que reconheçam e integrem abordagens sobre prioridades nas áreas de água e energia. O documento destaca como assuntos relacionados à água impactam no campo da energia e vice-versa. Um dos exemplos citados lembra que a seca diminui a produção de energia, enquanto a falta de acesso à energia elétrica limita as possibilidades de irrigação. Ainda de acordo com o relatório, 75% de todo o consumo industrial de água é direcionado para a produção de energia elétrica. Energia e água estão no topo da agenda global de desenvolvimento, segundo o reitor da Universidade das Nações Unidas, David Malone, que este ano é o coordenador do Dia Mundial da Água em nome da ONU-Água, juntamente com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). O diretor-geral da Unido, Li Yong, destacou a importância da água e da energia para um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. “Há um forte clamor hoje para a integração da dimensão econômica e o papel desempenhado pela indústria das manufaturas em particular, na direção das prioridades de desenvolvimento pós‐2015. A experiência mostra que intervenções ambientalmente saudáveis nas indústrias de transformação podem ser altamente efetivas e reduzir significativamente a degradação ambiental. Eu estou convencido que um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável será um elemento chave para uma integração bem sucedida das dimensões econômica, social e ambiental,” declarou Li, em nota da ONU. O Dia Mundial da Água foi instituído em 1992. Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, a data é referência para as discussões em busca de soluções para os conflitos existentes entre oferta e demanda de água ao redor do mundo. *Colaborou o tradutor Augusto Queiroz http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/201403/onu-populacao-precisara-de-40-mais-de-agua-em-2030

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FALTA DE ÁGUA POTÁVEL

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A violência é o principal item que puxa para baixo o desempenho do Brasil em qualidade de vida, de acordo com dados do relatório Índice de Progresso Social (IPS) divulgado nesta sexta-feira (4). Entre os 132 países analisados pelo documento, o Brasil aparece como na 122ª posição no ranking de segurança pessoal. Ou seja, considerando o final do ranking como o de país mais inseguro, o Brasil aparece em 11º lugar. A lista ém encabeçada pelo Iraque, considerado o país mais inseguro do mundo. Em seguida aparecem Nigéria, Venezuela, República Centro-Africana, África do Sul, Chade, República Dominicana, Honduras, México, Sudão e Brasil. •saiba maisBrasil fica em 46º lugar em novo índice que mede a qualidade de vida Países que recentemente foram alvos de manifestações violentas como Egito, Líbano, Ucrânia e Iêmen tem índice de segurança pessoal maior que o Brasil. O IPS é elaborado pela da organização sem fins lucrativos Social Progress Imperative e seus dados estão divididos em três grupos: necessidades humanas básicas, fundamentos de bem estar e oportunidades. Cada um tem quatro indicadores de qualidade. No índice geral de qualidade de vida, o Brasil ficou na 46ª posição na edição de 2014 do IPS. O Brasil soma 37,25 pontos em segurança pessoal em uma escala de 0 a 100. O Iraque tem 21,52 pontos. O país mais seguro do mundo, segundo o índice, é a Islândia, com 93,45 pontos, seguida por Suécia, Suíça, Noruega, Dinamarca e Japão. Na América do Sul, o Brasil aparece como menos inseguro apenas que a Venezuela. Depois vêm Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai, este, o com a maior pontuação em termos de segurança (72,01 pontos). São cinco os quesitos usados para avaliar o nível de segurança dos cidadãos de cada país: a taxa de homicídios, o nível de crimes violentos, a percepção sobre a criminalidade, o terror político e as mortes no trânsito. O Brasil é um dos 24 países com maior média de mortes violentas, com mais de 20 homicídios por 100 mil habitantes, segundo dados compilados pelo relatório a partir de informações da Unidade de Inteligência da revista britânica The Economist. Em uma classificação de 1 a 5 para medir o nível de problemas que o governo e os negócios podem sofrer nos próximos dois anos por causa da criminalidade, o Brasil ficou com o nível 4. Em termos de percepção geral da criminalidade, o Brasil também ficou no nível 4, em uma escala de 1 a 5, onde 5 representa a menor confiança possível na maioria dos cidadãos. O relatório também inseriu na comparação entre países alguns dados de relatórios da Anistia Internacional e do governo dos Estados Unidos sobre o terror político, ou seja, a atuação dos governos em relação a opiniões opositoras. Nesse caso, o Brasil ficou com a pontuação 3,5, entre os níveis 3, que indicam características de um Estado que aceita prisões por motivações políticas, com ou sem julgamento, e 4, referentes a um governo que viola direitos civis e políticos sistematicamente, e onde tortura e desaparecimentos são fenômenos cotidianos. Já entre as mortes no trânsito, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país ficou na 29ª posição, com 22,5 mortes a cada 100 mil habitantes. Percepção de tolerância O terceiro grupo de indicadores do IPS, que se refere às oportunidades aos cidadãos em uma sociedade, também traz diversos quesitos que abordam as percepções de tolerância de grupos sociais diversos, como mulheres, imigrantes e homossexuais. O Brasil ficou com 5,9 pontos em uma escala de um a dez que analisa o nível de pressão que alguns grupos sofrem em termos de discriminação, sentimento de impotência, violência étnica, comunitária, sectária e religiosa. Nesse quesito, o país ficou na 71ª posição, segundo dados da ONG Fundo para a Paz. Os dados do IPS reuniram também respostas de uma pesquisa feita pela Gallup World Poll com mulheres, homossexuais e imigrantes. A pesquisa perguntou a mulheres se o tratamento que elas recebem em seu país é respeitoso e digno. No caso do Brasil, só 28% das participantes da pesquisa disseram que sim (número mais alto que apenas em seis outros países). O instituto de pesquisas também perguntou à população se a cidade onde eles moram era boa para imigrantes de outros países, e 69% dos respondentes brasileiros concordaram. No ranking mundial, o Brasil ficou na 37ª posição entre os países mais intolerantes a imigrantes. Também foi feita a mesma pergunta em relação à aceitação de gays e lésbicas. Nesse caso, 62% dos brasileiros afirmaram que sim. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/04/brasil-e-o-11-pais-mais-inseguro-do-mundo-no-indice-de-progresso-social.html

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CRESCIMENTO DO CRIME

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AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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O que é Aquecimento Global? Aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície da Terra que pode ser consequência de causas naturais e atividades humanas. Isto se deve principalmente ao aumento das emissões de gases na atmosfera que causam o efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2). O que é Efeito Estufa? O Efeito estufa corresponde a uma camada de gases que cobre a superfície da terra, essa camada composta principalmente por gás carbônico (CO²), metano (CH4), N²O (óxido nitroso) e vapor d água, é um fenômeno natural fundamental para manutenção da vida na Terra, pois sem ela o planeta poderia se tornar muito frio, inviabilizando a sobrevivência de diversas espécies.

Normalmente parte da radiação solar que chega ao nosso planeta é refletida e retorna diretamente para o espaço, outra parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície terrestre e uma parte é retida por esta camada de gases que causa o chamado efeito estufa. O problema não é o fenômeno natural, mas o agravamento dele. Como muitas atividades humanas emitem uma grande quantidade de gases formadores do efeito estufa (GEEs), esta camada tem ficado cada vez mais espessa, retendo mais calor na Terra, aumentando a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos e ocasionando o aquecimento global. Quais as principais consequências do aquecimento global? São várias as consequências do aquecimento global e algumas delas já podem ser sentidas em diferentes partes do planeta. Os cientistas já observam que o aumento da temperatura média do planeta tem elevado o nível do mar devido ao derretimento das calotas polares, podendo ocasionar o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas densamente povoadas. E há previsão de uma frequência maior de eventos extremos climáticos (tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca, nevascas, furacões, tornados e tsunamis) com graves consequências para populações humanas e ecossistemas naturais, podendo ocasionar a extinção de espécies de animais e de plantas. Quais as causas das mudanças climáticas e do aquecimento global?

As mudanças climáticas podem ter causas naturais como alterações na radiação solar e dos movimentos orbitais da Terra ou podem ser consequência das atividades humanas. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas, responsável por produzir informações científicas, afirma que há 90% de certeza que o aumento de temperatura na Terra está sendo causado pela ação do homem. A partir da Revolução Industrial o homem passou a emitir quantidades significativas de gases de efeito estufa (GEE), em especial o dióxido de carbono. Neste período, a concentração original de 280 ppm4 deste gás cresceu até os atuais 400 ppm5 , intensificando significativamente o efeito estufa. Assim, as atividades humanas passaram a ter influência importante nas mudanças climáticas. Quais as principais atividades humanas que causam o aquecimento global? Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global e consequentemente as mudanças climáticas, a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia, atividades industriais e transportes; conversão do uso do solo; agropecuária; descarte de resíduos sólidos (lixo) e desmatamento. Todas estas atividades emitem grande quantidade de CO² e de gases formadores do efeito estufa. No Brasil, as mudanças do uso do solo e o desmatamento são responsáveis pela maior parte das nossas emissões e faz o país ser um dos líderes mundiais em emissões de gases de efeito estufa. Isto porque as áreas de florestas e os ecossistemas naturais são grandes reservatórios e sumidouros de carbono por sua capacidade de absorver e estocar CO². Mas quando acontece um incêndio florestal ou uma área é desmatada, esse carbono é liberado para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e o aquecimento global. Mas as emissões de GEE por outras atividades como agropecuária e geração de energia vem aumentando consideravelmente ao longo dos anos.

http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_i mpactos2/clima/mudancas_climaticas2/

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DESERTIFICAÇÃO

A desertificação é definida como um processo de destruição do potencial produtivo da terra por meio da pressão exercida pelas atividades humanas sobre ecossistemas frágeis, cuja capacidade de regeneração é baixa. A ONU classifica de desertificação apenas os danos nas áreas de ocorrência localizadas nas regiões de clima semiárido, árido e subúmido seco. Esse processo provoca três tipos de impactos: ambientais, sociais e econômicos.

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Causas da desertificação O problema da desertificação passou a despertar o interesse da De maneira geral, como causas da desertificação podem ser comunidade científica há 80 anos, contudo somente nos últimos apontadas: dez anos passou a ser destacado como um sério problema •Sobreuso ou uso inapropriado da terra (monoculturas ambiental, devido ao seu impacto social e econômico, uma vez comerciais como a cana-de-açúcar, soja, trigo, no Brasil); que o processo ocorre de forma mais acentuada em áreas Desmatamento; correspondentes aos países subdesenvolvidos. Além disso, a Utilização de técnicas agropecuárias impróprias; perda de solo agricultável vem aumentando significativamente, Exploração descontrolada de ecossistemas frágeis; agravando ainda mais a situação das economias desses países. Queimadas; É importante ressaltar, porém, que o processo de desertificação Mineração; ganhou relevância a partir de um intenso processo de Uso excessivo de agrotóxicos; degradação do solo que ocorreu nos estados americanos de Poluição; Oklahoma, Kansas, Novo México e Colorado. Tal processo levava Secas; essas áreas a uma perda progressiva das condições de agricultura e à desagregação do solo. Nessas áreas ocorre o clima Além dos fatores citados, causados pelo homem, há o fenômeno semiárido, portanto os cientistas passam a classificar o problema climático chamado de El Niño, que colabora para o agravamento como desertificação. do processo de desertificação. Sobrecarrega áreas semiáridas Semiárido com longas secas e posteriormente causa inundações com Desde então os cientistas vêm acompanhando esse fenômeno chuvas intensas. Esse fator, porém, é controverso, pois muitos nas áreas onde ocorre o clima semiárido em todo o mundo, cientistas acreditam que a desertificação acaba por interferir nas principalmente naquelas que apresentam secas periódicas, pois mudanças climáticas, como o regime de chuvas. essas áreas se tornam suscetíveis ao processo de desertificação Atualmente vários países apresentam sinais de desertificação em pelas próprias características físicas dos seus solos, que são seus territórios como o EUA, o sul do continente africano, rasos, ácidos ou salgados, com pouca vegetação. Austrália e Brasil, por exemplo. Na década de 70, no Sahel, sul do Saara, na África, ocorreu uma Consequências da desertificação grande seca, que aliada à fragilização do solo, tornou inviável a •Redução das áreas cultivadas; agricultura, matando de fome meio milhão de pessoas. Após •Diminuição da produtividade agropecuária das áreas afetadas; essa catástrofe foi realizada em Nairóbi, no Quênia, a Redução dos recursos hídricos; Conferência Internacional das Nações Unidas para o Combate à Aumento da poluição hídrica; Desertificação. Aumento das cheias; Nessa conferência criou-se um programa de ação internacional Aumento de areia nas áreas afetadas; visando implementar ações para combater o processo de Destruição da fauna e da flora; desertificação no mundo. Foi elaborado o Plano de Ação de Essas situações relacionam-se à questão ambiental, contudo Combate à Desertificação - PACD, com objetivos de âmbito devemos lembrar que existem também os impactos de ordem mundial. No entanto, já se realizaram avaliações do plano e social e econômica das áreas afetadas, como: concluiu-se que seus resultados foram bastante modestos. •Migração descontrolada para as áreas urbanas; Muitos países não se comprometeram com o PACD e nada Desagregação familiar devido ao êxodo; efetivamente fizeram para frear o processo em seus territórios. Crescimento da pobreza; Agenda 21 Aumento das doenças devido à falta de água potável e A situação agravou-se, principalmente, nos países subnutrição; subdesenvolvidos, e o debate continuou no meio científico e na Perda do potencial agrícola; ONU durante toda a década de 1980. Em 1992, na ECO-92, Perdas de receita econômica. realizada no Rio de Janeiro, consolidou-se por fim um Contudo, é preciso ressaltar que o processo de desertificação documento, a chamada Agenda 21, que, em seu capítulo 12, pode ser controlado, evitado, e até mesmo revertido, desde que trata do fenômeno da desertificação como sendo "a degradação haja o envolvimento dos governos, oferecendo auxílio técnico da terra nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, para o manejo dessas áreas e incentivando a preservação resultantes de vários fatores, entre eles, a variação climática e as ambiental, de maneira que não ocorra uma sobrecarga de atividades humanas". Por degradação da terra, entende-se a problemas nas áreas de risco. Nos locais onde o processo de degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a desertificação já se instalou são necessários investimentos para redução da qualidade de vida das populações afetadas. sua contenção; porém, o custo é da ordem de bilhões de dólares.

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/desertificacao-causas-e-consequencias-do-mau-uso-do-solo.htm

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DESERTIFICAÇÃO, DEGRADAÇÃO DO SOLO E PERDA DA BIODIVERSIDADE

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2 6 A situação epidemiológica das doenças transmissíveis tem apresentado mudanças significativas, observadas através dos padrões de morbimortalidade em todo o mundo. Este grupo de doenças continua a oferecer desafios aos programas de prevenção, com a introdução de novas doenças, a exemplo da AIDS, ou de agentes que sofrem modificações genéticas e se disseminam rapidamente através das populações de países e continentes, a exemplo da atual pandemia produzida pelo vírus da Influenza A(H1N1). Doenças “antigas”, como a Cólera e a Dengue, ressurgiram e endemias importantes, como a Tuberculose e as meningites persistem, fazendo com que esse grupo de doenças continuem representando um importante problema de saúde pública, inclusive em países desenvolvidos. Esse cenário reflete as transformações sociais ocorridas a partir da década de setenta, caracterizadas pela urbanização acelerada, migração, alterações ambientais e facilidades de comunicação entre continentes, países e regiões, entre outros fatores que contribuíram para o delineamento do atual perfil epidemiológico das doenças transmissíveis em todo o mundo. No Brasil, os diversos estudos sobre a situação de saúde da população apontam para a ocorrência, no final do século XX, de declínio nas taxas de mortalidade devido às Doenças Infecciosas e Parasitárias/DIP e, em especial, às Doenças Transmissíveis, para as quais se dispõe de medidas de prevenção e controle. Por outro lado, embora a tendência verificada para a morbidade por esse grupo de causas seja igualmente decrescente, este declínio não apresenta a mesma intensidade observada na mortalidade. Por exemplo, a mortalidade por DIP, em 1930, era responsável por 45,7% de todos os óbitos do país. Em 1980, esse percentual era de 9,3% e, no ano de 2006, já se encontrava em 4,9%, enquanto sua taxa de mortalidade cujo valor era de 59,3/100 000 em 1990, reduziu para 48,8/100 000 habitantes em 2006. Por sua vez, as internações por esse grupo de doenças, entre 1980 e 1990, contribuíam com cerca de 10% do total de internações no país e, no período de 2000 a 2007, ainda se mantinham em torno de 8,4%. Nas regiões Norte (13,6%) e Nordeste (11,9%), os valores são ainda mais elevados. Apesar da redução na mortalidade pelas doenças infecciosas e da diminuição significativa na morbidade por um conjunto importante dessas doenças, ao mesmo tempo, em outra direção, configura-se, no Brasil, um quadro que, além de expor as frágeis estruturas ambientais urbanas do país, que tornam as populações vulneráveis a doenças que pareciam superadas, amplia a já alta carga de doenças da população. Esses fatores agregam-se ao surgimento de novas doenças ou novas formas de manifestação das doenças na população, aumento na severidade, causado pelo surgimento de novas cepas patogênicas, ampliação da resistência aos antimicrobianos e persistência de problemas como a desnutrição e doenças endêmicas, a exemplo da Tuberculose. Essa situação implica na manutenção de estruturas dispendiosas de atenção, que competem por recursos escassos, os quais poderiam, caso não existissem esses problemas, vir a ser utilizados na solução de questões de saúde de maior magnitude, para as quais há menores possibilidades de prevenção em curto prazo, como as doenças crônicas não-transmissíveis. Entende-se que a melhoria da qualidade da assistência médica, principalmente no que diz respeito ao correto diagnóstico e tratamento dos pacientes, associada ao encaminhamento e adoção das medidas de controle indicadas em tempo hábil, desempenham importante papel na redução de uma série de doenças infecciosas e parasitárias. Para enfrentar esse quadro, ressalta-se o papel da integração das ações de controle com a atenção básica, através da adequada incorporação das rotinas de prevenção e controle nas equipes de saúde da família, respeitando-se as especificidades referentes à atuação de cada profissional envolvido nessas equipes. Nessa perspectiva, o principal propósito deste Guia de Bolso é divulgar para os profissionais de saúde, em especial os médicos, orientações sintéticas das estratégias que devem ser adotadas como contribuição para o controle desse processo.

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http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1706/situacao _epidemiologica_das_doencas_transmissiveis_no_brasil.htm


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DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

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(CÂNCER, DIABETES, CARDIOVASCULARES ETC.).

BRASIL

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2 8 Às vésperas da última votação no Senado da PEC 55, O governo contra-argumenta com a previsão de que somente organizações internacionais se pronunciaram contra mudança com a implementação da PEC 55 será possível obter um saldo na base da legislação brasileira positivo entre arrecadação e gastos da ordem de 2,5% do PIB em Às vésperas da última votação no Senado do Projeto de 2026. Emenda Constitucional, PEC 55, que irá limitar os gastos Desafio públicos pelos próximos 20 anos, organizações internacionais se pronunciaram contra a mudança na base da legislação brasileira O Ministério ainda afirmou que a preocupação urgente com o e afirmam que ela resultará em atraso no desenvolvimento corte de gastos é garantir estabilidade, para que se possa reduzir econômico do país, aumentando a desigualdade social. no futuro o pagamento de juros, o que consome cerca de 8% de O projeto, cuja última votação no Senado ocorre nesta terçatoda a riqueza produzida pelo país a cada ano. "Uma vez que o feira (13), prevê que os gastos com políticas sociais, em especial controle sobre gastos públicos reduzir o desequilíbrio fiscal, os educação e saúde, sejam apenas corrigidos pela inflação do ano juros irão cair. Como resultado, haverá mais dinheiro disponível anterior dentro das próximas duas décadas, não recebendo para gastos em políticas sociais". aumento conforme previsto no texto de 1988. Gottschalk, concorda que há a necessidade de um ajuste fiscal, Em entrevista à BBC Brasil, um especialista da UNCTAD, agência mas questiona se a PEC 55 foi bem calibrada, adotando das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento, disse que elementos que correspondam aos interesses da maioria da a emenda é "radical" e seria uma "camisa de força", que sociedade e não pesando apenas sobre os mais pobres. comprometeria a flexibilidade necessária para responder às "As consequências para os segmentos mais vulneráveis da mudanças que mercados enfrentam. população podem ser bastante fortes e nocivos (…) a sociedade O economista e pesquisador da organização, Ricardo Gottschalk, brasileira não teve a chance de debater a PEC 55 ou propor reconhece que é necessário se aplicar um controle às contas alternativas. Isso é lamentável, porque é perfeitamente possível públicas, mas questiona se a desigualdade social gerada pela se desenhar um caminho central para o equilíbrio dos gastos medida fará sentido. públicos (e dívida pública), que esteja ao mesmo tempo de "O objetivo da PEC 55 é sinalizar aos mercados que o Brasil está acordo com as necessidades sociais e econômicas do Brasil e levando a sério a austeridade fiscal e que a dívida nacional não que seja sustentável ao longo do tempo". vai ficar fora de controle nos próximos anos. Entretanto, aprovar uma medida que congela os gastos públicos em termos reais pelos próximos 20 anos é bastante radical", afirmou Gottschalk. "Isso vai retirar a flexibilidade das políticas econômicas. Os gastos fiscais estarão amarrados por uma camisa de força, o que a UNCTAD não acredita que seja o melhor para qualquer país, seja ele desenvolvido ou em desenvolvimento. A política fiscal precisa ser flexível e ser aplicada de forma anticíclica, especialmente em tempos de recessão", explica o especialista. Longo Prazo Gottschalk argumenta que o problema está no longo prazo, pois a PEC 55 "afetará uma geração inteira de brasileiros, com consequências cada vez mais negativas à medida em que os anos passam". "A longo prazo, as implicações serão de que os gastos públicos em proporção do PIB [Produto Interno Bruto] irão decair cada vez mais a cada ano em termos reais. Isso, naturalmente, vai afetar a capacidade de se investir em infraestruturas econômicas e atender demandas sociais, como investimentos em programas de bem-estar social, saúde e educação." O engessamento do Brasil nesse rumo, sem a possibilidade de reavaliação de rota, é uma escolha com impactos estratégicos que preocupa Gottschalk, pois afetará toda a dinâmica da estrutura de investimento do governo e a capacidade da sociedade se desenvolver. "Haverá implicações enormes para a composição do gasto público total", prevê. Segundo o economista, a alocação dos recursos públicos se dará pela manipulação da influência do lobby, de modo que setores frágeis, como o das políticas sociais, sairão perdendo.

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http://oglobo.globo.com/economia

INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURAS

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A Suíça não é perfeita, mas, a julgar por como andam os países, é difícil encontrar algum muito melhor.

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Quanto mais se conhece sobre a Suíça, mais se tende a admirá-la. Por quase todas as medidas de realização humana e, particularmente, ao criar o mais bem-sucedido modelo de governo, os suíços são, claramente, líderes mundiais. A Suíça é um pequeno enclave, desprovido de recursos naturais dignos de nota, que logrou permanecer afastado de quaisquer guerras durante duzentos anos e desenvolveu uma democracia de longo prazo, multilíngue e plurirreligiosa, sem tensões. O império da lei conta com juízes competentes e imparciais, e a propriedade privada é fortemente protegida. Entre os países do mundo, a Suíça destaca-se como:

•nº 1 em “satisfação com a vida” (“Índice para uma Vida Melhor”, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico); •nº 1 em “competitividade global” (Índice de Competitividade Global, Fórum Econômico Mundial); •nº 2 em “taxa de participação na força de trabalho” (Estatísticas da Força de Trabalho, OCDE); •nº 3 em “felicidade” (Relatório de Felicidade Global da Organização das Nações Unidas); •nº 4 em “liberdade econômica” (Relatório de Liberdade Econômica do Mundo, Institutos Fraser e Cato); •nº 7 em “renda per capita” com base na paridade do poder de compra (Panorama Econômico do Fundo Monetário Internacional); •nº 2 em “prosperidade geral” (Índice de Prosperidade do Instituto Legatum); e •nº 1 em “expectativa de vida ao nascer” (Índice para uma Vida Melhor, OCDE). A Suíça também pontua acima da média entre os países da OCDE (as 35 economias mais desenvolvidas do mundo) em níveis de educação e avaliações estudantis, e tem baixos índices de poluição do ar e da água. As liberdades civis são igualmente asseguradas, incluindo liberdade de expressão, religião, imprensa, associação, e até mesmo o direito de possuir armas. Não se poderia desejar muito mais do que isso. Os suíços evitaram criar o “culto à personalidade” em torno de suas lideranças eletivas. Os dirigentes eleitos da Suíça não são íntimos de seus compatriotas e, para o resto do mundo, passam-se quase invisíveis. Grandes são as chances de que você nunca tenha ouvido falar de Didier Burkhalter. Ele é o atual presidente da Suíça. A história está repleta de líderes que detiveram demasiado poder e visibilidade. Talvez a razão pela qual os suíços tenham cometido menos erros em política externa e econômica do que outros países seja, em parte, porque não possuam líderes poderosos que possam impulsionar más políticas. Muitos veem o sistema suíço de democracia direta com embaraço, mas, como um amigo daquelas terras disseme certa vez, “Não é que nós, suíços, sejamos mais inteligentes que os demais; mas, dado o nosso sistema político, quando finalmente nos dispomos a fazer alguma grande mudança, outros países já a fizeram e provaram que se trata de uma má ideia”. O mundo é um lugar invejoso (a inveja sendo um dos sete pecados capitais) e, por conseguinte, pendem contra os suíços volumosas difamações de parte dos ciumentos e ignorantes. Atuando como conselheiro de diversos governos durante as últimas décadas, frequentemente os encorajei a encarar a Suíça como um modelo que funciona. O modelo suíço é particularmente relevante para países com grupos étnicos ou religiosos rivais, mas, infelizmente, pouquíssimos outros países o adotaram... Eles exportam com sucesso relógios, chocolates, fármacos, maquinário de precisão e muitos outros produtos grandiosos, mas falham a exportar seu modelo de governança limitada e descentralizada para o resto do mundo — o qual poderia ser sua mais importante pauta de exportação. Em parte, isso acontece porque os suíços são por demais modestos. Seu fracasso em vender — ou mesmo explicar — o modelo suíço ao resto do mundo custou-lhes muitos problemas. Poucos entendem o sistema financeiro suíço e os grandes benefícios para o mundo causados por seu sistema bancário privado, com séculos de confiabilidade. Como resultado, os suíços são frequentemente caracterizados pela imprensa global como vilões gananciosos, ao invés de mocinhos que protegem os direitos humanos e a liberdade, assim como alocam capital global para seus melhores e mais elevados usos. Está na moda considerar que os países sejam crescentemente ingovernáveis. Os suíços provam não ser esse o caso.

http://www.leonardofaccioni.org/2014/10/o-melhor-governo-do-mundo.html

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INCOMPETÊNCIA GOVERNAMENTAL

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NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS, O BRASIL PASSOU POR PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS, TORNOU-SE A SEXTA ECONOMIA MUNDIAL, MAS CONTINUOU, PRATICAMENTE, COM A MESMA INFRAESTRUTURA. O COMÉRCIO EXTERIOR CRESCEU QUASE CINCO VEZES NO PERÍODO, DE US$ 100 BILHÕES PARA QUASE US$ 500 BILHÕES. A MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS PELOS PORTOS SALTOU DE 571 MILHÕES DE TONELADAS, EM 2003, PARA 904 MILHÕES DE TONELADAS EM 2012. ESTES DADOS TORNAM CLARA A NECESSIDADE DE MODERNIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DO PAÍS, INCLUINDO A PORTUÁRIA, AGORA ALTERADA COM A SANÇÃO DA LEI DOS PORTOS. A MP EVIDENCIOU QUE É PRECISO AVANÇAR NA MUDANÇA DOS MARCOS LEGAIS, QUE EMPERRAM E DIFICULTAM A MODERNIZAÇÃO DO PAÍS. MUDAR NÃO SIGNIFICA PRIVATIZAR, COMO OCORREU NO GOVERNO FH. NA PRIVATIZAÇÃO, O PATRIMÔNIO É VENDIDO E TRANSFERIDO EM DEFINITIVO À INICIATIVA PRIVADA. NA CONCESSÃO, CABE À INICIATIVA PRIVADA, POR PERÍODO DETERMINADO, EXPLORAR UM SERVIÇO, REMUNERADO SOB CUMPRIMENTO DE METAS. O LANÇAMENTO DE PROGRAMAS DE CONCESSÕES DE RODOVIAS, FERROVIAS, AEROPORTOS E PORTOS INTEGRA UM AMPLO PLANO DE INVESTIMENTOS DO ESTADO BRASILEIRO EM INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA, QUE VAI DOTAR O PAÍS DE UMA ESTRUTURA DE TRANSPORTE COMPATÍVEL COM O TAMANHO DE NOSSO TERRITÓRIO. OS GOVERNOS LULA E DILMA ENCARAM A RESPONSABILIDADE. O ESTADO PLANEJA, INVESTE, INCENTIVA O INVESTIMENTO PRIVADO E CONCEDE, SOB CONTROLE PÚBLICO, PARTE DOS SERVIÇOS. É FUNDAMENTAL ENFRENTAR AS BARREIRAS BUROCRÁTICAS QUE IMPEDEM O AVANÇO DAS OBRAS DE INFRAESTRUTURA. UMA MEDIDA EXITOSA, QUE DEVE BALIZAR A DISCUSSÃO, FOI A ADOÇÃO DO REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES (RDC) PARA AS OBRAS DA COPA E OLIMPÍADAS, ESTENDIDO A AÇÕES DO PAC E OBRAS NO SISTEMA PÚBLICO DE ENSINO E NO SUS. ABRIU-SE CAMINHO PARA MODERNIZAR A LEGISLAÇÃO DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS. A PRINCIPAL INOVAÇÃO É A CONTRATAÇÃO INTEGRADA, QUE IMPÕE ÀS EMPRESAS A ENTREGA DA OBRA EM PLENAS CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO, RESTRINGINDO OS ADITIVOS. OS ESTÁDIOS DA COPA, ENTREGUES NO PRAZO, E AS OBRAS DOS AEROPORTOS, SEM INTERRUPÇÃO, EXEMPLIFICAM A EFICIÊNCIA DO SISTEMA. A LEI 8.666/93, DEFASADA, NÃO ATENDE MAIS AOS PARÂMETROS UTILIZADOS INTERNACIONALMENTE PARA COMPRAS PÚBLICAS, ESPECIALMENTE EM CONTRATOS DE GRANDE VULTO. ESPELHANDO-SE NO RDC, UMA NOVA LEGISLAÇÃO PODERÁ SER MAIS RIGOROSA, AMPLIAR A COMPETITIVIDADE E GARANTIR MAIOR CONTROLE POR PARTE DOS ÓRGÃOS ESPECIALIZADOS. OS ÓRGÃOS DE CONTROLE, ALIÁS, CONTRIBUÍRAM NA FORMATAÇÃO DO RDC, CRIADO PELA MP 527/11, DA QUAL FUI RELATOR NA CÂMARA. AS OBRAS INCLUÍDAS NO RDC FORAM REALIZADAS A CONTENTO E NO PRAZO, COM RÍGIDO ACOMPANHAMENTO PELOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO. O BRASIL MODERNIZOU E RACIONALIZOU OS PROCEDIMENTOS DE CONTRATAÇÃO, UTILIZANDO MODERNOS PADRÕES INTERNACIONAIS, COMO OS ADOTADOS PELA UNIÃO EUROPEIA E PELOS EUA. PRECISAMOS DAR UM PASSO ADIANTE, COM UM RDC AMPLO, GERAL E IRRESTRITO.

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DEGRADAÇÃO DAS REGRAS E DAS LEIS

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33 O Brasil possui as Leis mais MODERNAS DO MUNDO.

Radiografía de los derechos de las personas homosexuales

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Líderes do mundo inteiro pediram nesta quarta-feira uma mobilização de governos, médicos, laboratórios e consumidores para frear a ameaça crescente das chamadas superbactérias, resistentes a todos os antibióticos conhecidos, que geram um grande número de doenças cada vez mais difíceis de curar. "A resistência antimicrobiana representa uma ameaça fundamental de longo prazo para a saúde humana, a produção de alimentos e o desenvolvimento", declarou o secretário-geral da ONU, Ban Kimoon, ao abrir a primeira reunião sobre este assunto convocada em uma Assembleia Geral da ONU. "Estamos perdendo nossa capacidade de proteger tanto os humanos como os animais de infecções mortais", acrescentou. Como exemplo, citou uma epidemia de febre tifoide resistente aos antibióticos que está se espalhando na África, a crescente resistência aos tratamentos contra a Aids e a progressão de uma forma de tuberculose resistente a antibióticos já registrada em 105 países. Segundo um estudo britânico recente, estas superbactérias poderiam chegar a matar até 10 milhões de pessoas por ano em 2050, ou seja, serão tão mortais quanto o câncer. "A situação é ruim e está piorando. Alguns cientistas falam de um tsunami em câmera lenta", expressou a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan. "Se continuarmos assim, uma doença banal como a gonorreia se tornará incurável. Você irá ao médico e o doutor se verá obrigado a te dizer: 'sinto muito, não posso fazer nada por você'", disse. Chan ressaltou que durante anos não se desenvolveu nenhuma nova classe de antibióticos, e que o retorno do investimento neste tipo de medicamentos é insuficiente para a indústria farmacêutica. Ela pediu uma ação coordenada de todos os setores, tanto públicos como privados, governos, profissionais de saúde, laboratórios e consumidores. Estes últimos "devem poder comer carne sem antibióticos", disse, em relação à transmissão de infecções resistentes aos antibióticos a partir da carne de animais para os consumidores, amplamente documentada. Para impulsar todos os agentes públicos e privados a participarem desta luta, os líderes reunidos em Nova York aprovaram uma declaração em que se comprometem a reforçar a regulação do uso de antibióticos, disseminar o conhecimento sobre este fenômeno, incentivar a busca de novas classes de antibióticos e estimular os tratamentos alternativos.

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A Assembleia Geral das Nações Unidas colocou as bactérias resistentes a antibióticos no mesmo patamar do HIV e do Ebola. É a quarta vez na história das Nações Unidas, que a organização eleva um problema de saúde para o nível de crise. Nos seus 70 anos de história, as Nações Unidas tiveram encontros similares para falar sobre o HIV, doenças não transmissíveis, como doenças do coração, e Ebola. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) estima que 23 mil pessoas morrem anualmente no país por conta da resistência ao antibiótico. Uma das grandes polêmicas diz respeito ao mercado das carnes. Todo os anos, companhias alimentícias e fazendeiros usam antibióticos não só para tratar as doenças dos animais, mas também para preveni-las. Segundo um novo relatório publicado pelo Conselho de Defesa dos Recursos Naturais e uma coalizão de outra grupos, apenas no ano passado, o número de cadeias de fast-food dos Estados Unidos que adotaram políticas destinadas a reduzir a exploração do uso de antibióticos para os produtos de carne duplicou. No entanto, o problema resiste. Atualmente, a aplicação da utilização de antibióticos segue legislações diferentes dependo do país. Isso dificulta que grandes cadeias como o McDonald’s possam confirmar a eliminação do uso do medicamento.

http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/onu-equipara-superbacterias-a-hiv-e-ebola/

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RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS

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PEDAGOGIA INTELIGENTE A Organização Pan-Americana da Saúde é um organismo internacional de saúde pública com um século de experiência, dedicado a melhorar as condições de saúde dos países das Américas. A integração às Nações Unidas acontece quando a entidade se torna o Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde. A OPAS/OMS também faz parte dos sistemas da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU). A Organização exerce um papel fundamental na melhoria de políticas e serviços públicos de saúde, por meio da transferência de tecnologia e da difusão do conhecimento acumulado por meio de experiências produzidas nos Países-Membros, um trabalho de cooperação internacional promovido por técnicos e cientistas vinculados à OPAS/OMS, especializados em epidemiologia, saúde e ambiente, recursos humanos, comunicação, serviços, controle de zoonoses, medicamentos e promoção da saúde. Todo esse esforço é direcionado para alcançar metas comuns, como iniciativas sanitárias multilaterais, traçadas pelos governos que fazem parte da OPAS/OMS, sempre com uma atenção especial aos grupos mais vulneráveis: mães e crianças, trabalhadores, idosos, pobres, refugiados e desabrigados.

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A promoção e apoio a campanhas para erradicação ou eliminação de doenças transmissíveis, o esforço para deter epidemias como a de cólera, a cooperação em situações de emergência e na coordenação de socorro em casos de desastres, a promoção de estilos saudáveis de vida, a redução dos riscos de saúde ocupacional, a capacitação de trabalhadores de saúde e o desenvolvimento de programas de melhoria da saúde da mulher são algumas das frentes de trabalho da OPAS/OMS junto a governos e instituições dos EstadosMembros. A melhoria das condições nutricionais, a redução da mortalidade e da morbidade por doenças diarreicas e a provisão de água potável, saneamento e proteção ambiental são outros importantes campos de colaboração da organização com os diversos países. A OPAS/OMS executa projetos em conjunto com outros organismos do sistema das Nações Unidas, como o Sistema Interamericano de Cooperação da OEA, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, e também diversos governos e fundações filantrópicas. Organizações comunitárias, agências bilaterais, universidades, faculdades e escolas de saúde pública também estão entre os parceiros da OPAS/OMS, que possui um amplo programa de publicações para difundir informações técnicas e científicas. A OPAS/OMS propõe e apoia campanhas para erradicar ou eliminar doenças transmissíveis, a exemplo do que aconteceu com a varíola em 1973. Mais tarde, em 1985, os países das América decidiram ter como missão erradicar a poliomielite, meta que foi alcançada e ratificada em 1994. A Organização coopera com os países nos preparativos para situações de emergência e na coordenação de socorro em casos de desastres, bem como no controle à doenças transmissíveis como malária, chagas, raiva urbana, lepra e outras que afetam a população americana. Um grande esforço é empreendido para deter epidemias como a de cólera, através da elaboração de planos nacionais de emergência e de planos regionais de investimentos em meio ambiente e saúde. A OPAS/OMS trabalha para reduzir a mortalidade e a morbidade por doenças diarreicas promovendo o atendimento aos casos e a reidratação oral, divulgando também o diagnóstico adequado e o tratamento das infecções respiratórias agudas. Outro campo de colaboração com os países é relacionado com a provisão de água potável, sane- amento e proteção ambiental às comunidades pobres, para reduzir as enfermidades associadas com a má qualidade da água e deterioração do meio-ambiente. Os problemas nutricionais e a redução dos riscos de saúde ocupacional na região, também integram o trabalho de cooperação da OPAS/OMS com os países. A Organização colabora para acelerar a promoção de estilos de vida saudáveis, prevenindo os problemas de saúde típicos do desenvolvimento e da urbanização, como as enfermidades cardiovasculares, câncer, diabetes, acidentes de trânsito, fumo, drogas e alcoolismo. Ela utiliza tecnologias modernas de comunicação e atividades de informação, educação e promoção de saúde. São desenvolvidos também programas destinados a melhorar a saúde da mulher e sua integra- ção à sociedade, assim como sua importância em relação aos serviços de saúde como cliente e como provedora do atendimento. A Organização cumpre a importante função de facilitar a capacitação de trabalhadores de saúde por meio de bolsas, cursos, seminários e fortalecimento de instituições docentes nacionais, e tem um programa de publicações que difunde informações técnicas e científicas, além de uma rede de bibliotecas acadêmicas, centros de documentação e bibliotecas locais especializadas em saúde.

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DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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(AIDS, EBOLA, ZIKA, DENGUE ETC.).

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Dentre os fatores que influenciam os processos migratórios, o trabalho é o preponderante. Esse movimento pode ocorrer dentro de um mesmo país, estado ou município. São as chamadas migrações internas, que são aquelas em que as pessoas se deslocam dentro de um mesmo território. Dentre as migrações internas temos os seguintes movimentos: •Êxodo rural: tipo de migração que se dá com a transferência de populações rurais para o espaço urbano. As principais causas são: a industrialização, a expansão do setor terciário e a mecanização da agricultura. •Migração Urbano-Rural: tipo de migração que se dá com a transferência de populações urbanas para o espaço rural. Hoje em dia é um tipo de migração muito incomum. •Migração urbano-urbano: tipo de migração que se dá com a transferência de populações de uma cidade para outra. Tipo de migração muito comum nos dias atuais. •Migração sazonal: tipo de migração que se caracteriza por estar ligada às estações do ano. É uma migração temporária, onde o migrante sai de um determinado local, em determinado período do ano, e posteriormente volta, em outro período do ano. É conhecida também de transumância. É o que acontece, por exemplo, com os sertanejos do Nordeste brasileiro. •Migração pendular: tipo de migração característico de grandes cidades e regiões metropolitanas, no qual centenas ou milhares de trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa (em determinada cidade) em direção ao seu trabalho (que fica em outro município), retornando no final do dia. •Nomadismo: tipo de migração que se caracteriza pelo deslocamento constante de populações em busca de alimentos, abrigo etc. Esse tipo de migração é típico de sociedades primitivas e por conta disso encontra-se em extinção.

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http://brasilescola.uol.com.br/geografia/migracoes-internas.htm


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MIGRAÇÃO URBANA

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4 0 O atual modelo de urbanização global é insustentável, sendo necessário criar novos padrões para responder a desafios como desigualdades sociais e a proliferação de favelas, especialmente nos países em desenvolvimento, concluiu relatório “Cidades do Mundo”, divulgado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). O documento analisa o desenvolvimento urbano no mundo nos últimos 20 anos, e traz evidências de que “novas formas de colaboração, cooperação, planejamento, governança, financiamento” são necessárias para trazer mudanças positivas nas cidades globalmente. Atualmente, 54% da população mundial vive em cidades, e a expectativa é que em meados deste século esse percentual suba para 66%, segundo projeções das Nações Unidas. Cidades grandes e mega dobraram em 20 anos O relatório mostrou que, nos últimos 20 anos, houve um forte aumento do número de grandes e megacidades no mundo — sendo as cidades grandes aquelas com de 5 milhões a 10 milhões de habitantes, e as megacidades aquelas com mais de 10 milhões de habitantes. Enquanto em 1995 havia 22 grandes cidades e 14 megacidades no mundo, em 2015 esse número era de 44 e 29, respectivamente. A maior parte das megacidades está localizada em países em desenvolvimento, tendência que deve continuar já que muitas cidades de Ásia, América Latina e África devem se tornar megacidades até 2030, segundo o relatório. Atualmente, as 600 principais cidades do mundo têm 1/5 da população mundial e geram 60% do Produto Interno Bruto (PIB) global, e estão localizadas principalmente em países desenvolvidos. Em 2025, a previsão é de que a contribuição dessas cidades para a economia mundial permaneça a mesma, mas sua composição irá mudar, com uma maior presença de municipalidades de China, Índia e América Latina — um indicativo de que o centro de gravidade do mundo urbano está se movendo para os países em desenvolvimento, particularmente para o sudeste da Ásia. Problema das favelas continua Muitas cidades do mundo não conseguiram resolver o problema das favelas e das moradias precárias, um problema já presente há 20 anos, particularmente nos países em desenvolvimento, lembrou o documento. “Sem uma ação séria e concertada por parte das autoridades municipais, nacionais e atores da sociedade civil e da comunidade internacional, o número de favelas deve crescer na maior parte dos países em desenvolvimento”, disse o documento. Apesar de o problema persistir, houve uma queda da proporção da população dos países em desenvolvimento vivendo em favelas nos últimos 20 anos. Esse percentual caiu de 46,2% em 1990 para 29,7% em 2014, disse o ONU-Habitat. No entanto, o número absoluto subiu no mesmo período, de 689 milhões em 1990 para 880 milhões em 2014. “Isso significa que ainda há um longo caminho a percorrer em muitos países para reduzir a grande lacuna entre os moradores de favelas e o restante da população urbana vivendo em habitações adequadas com acesso a serviços básicos”, afirmou o relatório. Para o ONU-Habitat, os problemas das cidades serão enfrentados com base nas propostas da chamada Nova Agenda Urbana. Prevista para ser lançada na Habitat III — Conferência das Nações Unidas para a Habitação e o Desenvolvimento Urbano Sustentável, em Quito, entre 17 e 20 de outubro —, a Nova Agenda Urbana envolve propostas de novas regulações para projetos urbanos e novos mecanismos de financiamento municipal.

https://nacoesunidas.org/atual-modelo-de-urbanizacao-e-insustentavel-onu-habitat-relatorio/

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URBANIZAÇÃO INSUSTENTÁVEL

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PEDAGOGIA INTELIGENTE Um projeto na esfera federal e dois na esfera estadual – Rio Grande do Sul e Pernambuco – estão entre os contemplados com um prêmio global da ONU que reconhece projetos inovadores no combate à pobreza e na promoção do desenvolvimento sustentável. A cerimônia de premiação ocorrerá esta semana, de 23 a 26 de junho, durante um encontro em Seul, na Coreia do Sul. O Fórum, o Dia e a Cerimônia de Premiação das Nações Unidas para o Serviço Público vão homenagear 19 iniciativas de 14 países que se destacaram por projetos de implementação de soluções inovadoras visando à melhoria da prestação de serviços públicos e à promoção do desenvolvimento sustentável. Um dos prêmios foi destinado ao Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão e à Secretaria-Geral da Presidência da República, para a iniciativa “Fórum Interconselhos”, que estimula a participação social no monitoramento dos Planos Plurianuais (PPA). No último PPA, foram apresentadas 629 contribuições da sociedade civil, das quais 77% foram incorporadas integralmente. Como inovação, foi constituída uma instância de monitoramento do PPA pela sociedade civil – o Fórum Interconselhos –, que reúne periodicamente representantes dos diversos conselhos para avaliar o cumprimento dos objetivos e metas estabelecidas. Já o Governo do Estado do Rio Grande do Sul foi premiado com o projeto “Central do Cidadão, Transparência e Acesso à Informação: uma política de Estado no Governo do Rio Grande do Sul”. A iniciativa diz respeito ao portal “Central do Cidadão” e às ferramentas implementadas pelo governo gaúcho para atender as determinações da Lei de Acesso à Informação. A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco também receberá a premiação, por meio do projeto “Programa Mãe Coruja Pernambucana”, cujo objetivo é garantir uma boa gestação e um bom período posterior ao parto, além de promover o direito das crianças a um nascimento e desenvolvimento saudável. “A celebração anual do Dia das Nações Unidas para o Serviço Público destaca as valiosas contribuições dos funcionários públicos e administradores em nossos esforços para construir um mundo melhor para todos”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. “Em um momento de desafios globais complexos e interdependentes, uma governança eficaz e uma administração pública eficiente são fundamentais para cumprir os nossos objetivos de desenvolvimento. Eles também serão vitais para a implementação da agenda de desenvolvimento pós-2015.” Os Prêmios das Nações Unidas para o Serviço Público homenageiam projetos que combatem a pobreza e promovem o desenvolvimento sustentável. Os vencedores serão apresentados às delegações de todo o mundo durante uma cerimônia de premiação de alto nível na próxima quinta-feira, dia 26 de junho. “Essas instituições vencedoras demonstram os princípios que apoiam uma governança transparente, responsável e colaborativa. Elas têm explorado novos caminhos para melhorar o papel da governança participativa e responsável para o desenvolvimento sustentável”, disse Wu Hongbo, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, que vai abrir a cerimônia. Os projetos vencedores deste ano envolvem a melhoria da educação; o aumento do acesso à água potável nas zonas rurais; a melhoria do acesso e da qualidade da saúde; a integração de dados governamentais, incluindo os sistemas de segurança social; o aumento da transparência através de um maior acesso à informação para os cidadãos; e a redução da taxa de mortalidade infantil, entre outros esforços. Os vencedores são dos seguintes países: África do Sul, Áustria, Barein, Brasil, Camarões, Cingapura, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Marrocos, Omã, Tailândia, Turquia e Uruguai. Fórum de Serviço Público sobre Governança e Inovação O Fórum de Serviço Público da ONU deste ano vem em um momento em que os governos estão fazendo um balanço dos progressos, obstáculos e desafios enfrentados e consolidando os seus esforços para alcançar a prestação de serviços eficiente e equitativa como forma de melhorar o padrão de vida dos seus cidadãos. O tema deste ano é “Governança e inovação para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das pessoas”. Cerca de mil participantes são esperados para participar, incluindo personalidades de alto nível, ministros, funcionários do alto escalão dos governos e representantes da sociedade civil, da academia, do setor privado e de organizações internacionais e regionais. O Fórum e o Prêmio são apoiados pelo Governo da Coreia do Sul e organizados pelo Departamento da ONU de Assuntos Econômicos e Sociais (DESA), em parceria com a ONU Mulheres e o Centro Global para a Excelência do Serviço Público do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), entre outros. Em 2003, a Assembleia Geral da ONU designou o dia 23 de junho como o Dia das Nações Unidas para o Serviço Público. O Fórum, o Dia e a Cerimônia de Premiação sobre o tema visam a apoiar a realização dos objetivos de desenvolvimento acordados internacionalmente, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

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SERVIÇOS PÚBLICOS

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4 4 Diante de recentes fatos ocorridos no país no que se refere à violência sexual, a UNESCO no Brasil reafirma seu compromisso com a garantia dos direitos das mulheres e da população LGBT, sendo contrária a toda forma de discriminação e violação dos diretos humanos em qualquer circunstância e, em especial, em espaços educativos. As desigualdades de gênero, muitas vezes evidenciadas pela violência sexual de meninas, expõem a necessidade de salvaguardar marcos legais e políticos nacionais, assim como tratados internacionais no que se refere à educação em sexualidade e de gênero no sistema de ensino do país. Para a UNESCO no Brasil não resta dúvida de que a legislação brasileira e os planos de educação devem incorporar perspectivas de educação em sexualidade e gênero. Isso se torna ainda mais importante uma vez que a educação é compreendida como processo de formar cidadãos que respeitem às várias dimensões humanas e sociais sem preconceitos e discriminações. Um dos grandes compromissos dos países-membros das Nações Unidas é garantir o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada pelo Brasil e todos os outros Estados-membros da ONU, em 2015. Dentre os 17 objetivos globais da Agenda está a garantia de ambientes de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e eficazes, e a promoção da educação para a igualdade de gênero e os direitos humanos. Resultado de amplo debate internacional, o Marco de Ação Educação 2030 (em inglês) joga luz sobre a importância da perspectiva de gênero na educação. "Esta agenda dedica especial atenção à discriminação baseada em gênero, bem como a grupos vulneráveis, e para assegurar que ninguém seja deixado para trás. Nenhum objetivo de educação deve ser considerado cumprido a menos que seja alcançado por todos", diz trecho do documento da reunião, realizada em 04/11/2015, paralela à 38ª Conferência Geral da UNESCO, com a presença de ministros e especialistas. Aprofundar o debate sobre sexualidade e gênero contribui para uma educação mais inclusiva, equitativa e de qualidade. A UNESCO ressalta em todos os seus documentos oficiais que estratégias de educação em sexualidade e o ensino de gênero nas escolas é fundamental para que homens e mulheres, meninos e meninas tenham os mesmos direitos, para prevenir e erradicar toda e qualquer forma de violência, em especial a violência de gênero. Na lista abaixo se encontram diversos materiais que podem ajudar os educadores do país a incluírem questões de gêneros nos debates de suas aulas e seus espaços educativos. A eliminação das desigualdades de gênero é determinante para a construção de uma sociedade inclusiva e equitativa. Todos os estudantes têm o direito de viver e aprender em um ambiente livre de discriminação e violência. Com educação e diálogo é possível prevenir a violência de gênero.

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DESIGUALDADE DE GÊNEROS

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Brasil melhora 20 posições em ranking de desigualdade de gêneros O Brasil ganhou 20 posições em um ranking global sobre desigualdade de gêneros, graças aos avanços na educação para mulheres e no aumento da participação feminina em cargos políticos.

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