O AXÉ NO TERREIRO
Um dos assuntos mais discutido nas rodas entre umbandistas e que acabou se tornando um dos temas mais controversos na Umbanda é com relação à POSSESSÃO, INCORPORAÇÃO nos Terreiros. É sabido que um Terreiro é um campo sagrado com diversos sistemas de totens, chamados de “assentamentos”, onde são feitos os meandros de fixação do axé, da força, dos propósitos da Casa em relação às divindades atuantes. Solo sagrado este, que se torna campo perfeito, para que em momento controlado dentro dos padrões rituais característicos a cada Casa, haja a manifestação das Entidades, a chamada “incorporação”. No começo da jornada dentro da Umbanda, o neófito tem dificuldades em diferenciar o que vamos esboçar aqui neste pequeno artigo: SENSAÇÃO DO CAMPO DO TERREIRO, INCORPORAÇÃO, VIBRAÇÃO DA ENTIDADE E PSIQUE. Médiuns em desenvolvimento todos são, mas pelas vias práticas há os que estão iniciando a jornada e os já com mais bagagem. Este artigo se dirige (tanto aos neófitos que não sabem como gerenciar ainda as quatro forças atuantes, como os mais rodados, que tem noções de como as forças estão presentes e fazem à navegação das quatro forças como se fosse uma só. Terreiro, como costumo dizer, é campo fértil para que haja manifestações advindas de forma externa ou de forma interna, a chamada liberação de personalidades do subconsciente, medos e traumas. Umbanda assim como Candomblé e algumas religiões promovem um sistema altamente catártico, uma catarse na qual o individuo pode se induzir ou ser induzido a uma manifestação muito mais anímica, do que propriamente uma incorporação de Entidade, de um espírito. Sons como atabaques, palmas, “gritos”, brados mais ostensivos entre outros, podem fazer com que a pessoa na ânsia de uma manifestação, sem que venha a perceber tenha muito mais uma externação do seu inconsciente, do que propriamente uma externação de uma força supra humana, e então podemos perigosamente beirar o embuste. No artigo: A possessão como expressão da voz subalterna: o caso da Umbanda, de Barros, Sulivan Charles (UNIEURO) 1, é feita a seguinte citação: “A possessão deve começar e terminar em hora fixa, se desenvolvendo segundo um cenário dado. A cada sessão em que o indivíduo for “possuído”, estará sob os cuidados e orientação do chefe espiritual do ritual. Inicialmente os transes serão intensos, desordenados e agitados. Com o tempo os transes de possessão ficarão mais controlados e o indivíduo, agora denominado de “cavalo”, passa a ter relativo controle sobre ele, fazendo os
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http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st8/Barros,%20Sulivan%20Charles.pdf
seus transes somente nos terreiros, em locais apropriados e nas ocasiões solenes do culto".
Um dos fatores que difere a manifestação das entidades da Umbanda e age como um campo delimitador com a esquizofrenia é justamente o fator “tempo e ambiente controlado”, como cita o parágrafo acima. A esquizofrenia se apresenta de forma desordenada, constante e normalmente alguns de seus sintomas são controlados a partir de cuidados médicos e com a aplicação de medicamentos, o que não é o caso da Umbanda. O Dr. Sergio Felipe de Oliveira, psiquiatra com mestrado na USP que vem estudando a mediunidade há anos, talvez tenha resumido essa questão da melhor forma: “Na doença mental, o paciente não tem crítica da razão; no transe mediúnico, ele tem essa crítica. Quando o médium diz que incorporou tal entidade espiritual, mas que ele, médium, continua sendo determinada pessoa, ele usou a crítica, julgou racionalmente o que aconteceu. Agora, um indivíduo que diz ser Napoleão Bonaparte? Aí ele perdeu a crítica da razão. Essa é a diferença. O que não quer dizer que o indivíduo que esteja em psicose não possa estar em transe também. A mediunidade se instala no indivíduo são, ou pode dar uma dimensão muito maior a uma doença. A mediunidade sempre vai dar um efeito superlativo. Se a pessoa alimenta bons sentimentos, ela cresce. Se ela tem uma doença, aquela doença pode ficar fora de controle”.
Acredita-se na Umbanda que embora não sejam onipresentes a um nível de “Deus”, as Entidades estão dando guarida o tempo todo. Nos momentos que são invocadas mentalmente através de preces ou pedidos, ou através de ritos específicos da religião, com todos os aparatos peculiares, como: comidas, fumos, velas, agrados, flores, plantas. Isso faz um elo de rememoração com os espíritos ancestrais, com padrões típicos brasileiros, no caso: pretos velhos, caboclos, baianos, entre tantos. Dentro do chamado Terreiro, acreditamos que as Entidades em suas formas etéreas estão mais atuantes, presentes, fazendo e executando, de formas as quais fogem a nossa compreensão humana, expansão de forças e o chamado “movimento do axé”. Temos ainda o que algumas literaturas espiritualistas chamam de “fluido cósmico”, o qual dentro da cultura umbandista denominasse “axé”. Todas as pessoas dentro de um “Campo santo”, consagrado, seja em qualquer forma religiosa ou templo estarão envoltos com mais força por este campo de “axé”. Especialmente na Umbanda, onde sentimentos e propósitos são tratados de forma mais direta, as pessoas tendem a se sentirem mais envoltas pelo processo. A grande confusão começa a residir a partir deste ponto, onde as pessoas envoltas com o axé e as forças do Terreiro passam a acreditar que haja a interferência e a obrigatoriedade de que a Entidade venha a se manifestar; quando na verdade o que sentem são sensações inerentes ao campo.
E aí temos um segundo erro, onde de formas “forçadas”, temos um padrão quase anímico. Para esse tipo de desempenho, costuma-se dizer que foi o “médium que incorporou na Entidade”, uma via inversa. Tal processo devido à falta de traquejo do neófito, aliada a falta de orientação dos sacerdotes, acaba sendo realizado de forma inconsciente e inocente, caracterizando performances de gestualidades típicas das Entidades. Notoriamente em alguns casos há um exacerbamento por parte do médium, o qual acaba extrapolando limites do bom senso, criando uma Entidade onde não há a real manifestação, e sim apenas a influência do axé, do meio, na pessoa. Nestes casos há também a falta de conhecimento dos mais experientes do Terreiro ou especificamente do sacerdote, que vendo as pessoas influenciadas pelo axé do campo, usam de métodos corriqueiros como: girar, passar pembas, ervas, gritos, batidas, para forçar a manifestação. O Médium então, já influenciado pelo campo do axé acaba se deixar envolver pelos mandos e muitas vezes com medo de constranger o executante, acaba inventando uma manifestação, uma incorporação. Costumo chamar isto de “pacto da burrice”, onde um faz de conta que sabe e o outro faz de conta que acredita. Devemos ressaltar mais uma vez que neste campo de axé não somente temos uma “sopa cósmica” oriunda de forças externas, mas sentimentos e forças geradas pelo campo “humano”, onde além de gestualidade, palavras, olhares temos campos emotivos e espirituais dos mesmos. Em outro momento temos a vibração exercida pela Entidade junto a uma pessoa em particular. No caso o médium o qual interage em conjunto e ás vezes em um grupo. Normalmente as vibrações específicas são sentidas pelo médium de paridade uma com a “sua” Entidade. Este sem saber discernir que seja somente a vibração da presença da Entidade, somada ao axé da casa, também pode acabar se sentindo na obrigação de uma incorporação. Desta forma, a manifestação seria mais por vontade própria do médium, do que pela necessidade de manifestação da Entidade para a comunicação com o mundo do Terreiro, através dos ritos específicos com a gestualidade. Certamente ao adentrar em território sagrado, o médium deve estar preparado e pré-disposto à manifestação da Entidade, afinal é o campo controlado, com pessoas que ajudam, servem com os apetrechos ritualísticos, e no caso de iniciantes, fazem as interlocuções para que haja entendimentos dos ditos de tais Entidades manifestadas. Mas não é só isso que basta. Todo Terreiro tem uma figura central denominada ENTIDADE CHEFE, a qual através de seu par, O SACERDOTE é quem compreende e direciona as determinações entre estes três campos: o axé presente, a vibração da Entidade e a ordem para que haja as incorporações livremente, pois neste caso último é quando se torna gira de “desenvolvimento”, onde praticamente todos da Casa passam a receber as Entidades.
Em alguns casos as responsabilidades são divididas, passando o sacerdote ou a Entidade chefe à tarefa de “cuidar da gira”, ou ainda, a pessoas cuja a responsabilidade hierárquica e de vivência permite que sejam os cuidadores da gira. Entendemos como giras de desenvolvimento, quando o campo é preparado para que as Entidades se manifestem e ambos, médium e Entidade vão se afinizando com a simbiose, com a mistura sagrado e humano. Metaforicamente podemos dizer que um campo, uma bolha de axé é preparada para que o padrão de manifestação ocorra, com os médiuns às vezes sentindo tonturas, suores, desequilíbrios, batimentos acelerados, dando mais ênfase aos cuidados para que os encaixes ocorram. O campo do axé é ajustado, e através da Entidade chefe que repassa ao dirigente as ordens, então se passa a exercer um direcionamento de segurança ao neófito, mentalizando, dando segurança a ele com palavras, com reverências às quais acaba facilitando a “entrada” da Entidade, que em nossa concepção procura fazer isto de forma mais branda possível. Pontuamos aqui uma diferença entre a preparação do Axé da Casa para dias de atendimento geral e dias de preparação para o desenvolvimento dos médiuns. Tanto os rigores espirituais quanto os rigores físicos da Casa são ajustados de maneiras até semelhantes, mas certamente diferenciados. É muito comum, especialmente quando médiuns visitam outras Casas se depararem com as mesmas forças e então cometem o erro duplicado. Além de não saberem distinguir as forças e as necessidades, externam incorporações, quebrando a ordem tanto de seu sacerdote (o qual ás vezes nem fica sabendo da visita à outra Casa) e quebrando as ordens do Terreiro o qual está visitando, em uma demonstração muito mais de ego, do que da real necessidade da manifestação. A manifestação na Umbanda tem muitos diferenciais em relação aos cunhos espíritas, por exemplo, onde a Entidade atua sobre o córtex cerebral transmitindo ordens e mensagens pela escrita, pela fonia especificamente, sem que haja a composição de um “personagem”. Na Umbanda além de toda a composição de um personagem chamado “Entidade”, esta traz uma gestualidade corporal, além do ato das falas, que além dos ritos com símbolos se torna o grande axis, onde o sagrado fala , aconselha, determina. Dentro da falta de percepção do que sejam as forças atuantes em um Terreiro de Umbanda e por falta de uma consistência, o médium tanto pode dar campo a uma pseudo manifestação externa, quanto há uma interna. Por falta de conteúdo tanto o médium pode acreditar que seja uma “Entidade ruim” se passando por “Entidade boa”, quanto também os demais da Casa, incluindo o Sacerdote, podem acreditar que seja algo ruim. No caso, fica um preparado, se há espíritos “ruins” manifestem em pessoas?
paradoxo. Se há toda uma preparação de campo, o solo é Entidades em essência atuando, como se permite que tais estejam presentes? Como também permitem que se médiuns, causando confusão ou constrangimentos as
Algumas justificativas como “é preciso para doutrinação” parecem ser falhas. Como humanos podem doutrinar espíritos, sendo que seria muito mais fácil e direto a intervenção pelas Entidades, os guias junto aos espíritos “ruins” diretamente com mundo astral? Entre os fatores que tendem a influenciar as pessoas a confundirem o campo de vibração e campo de axé, com campo de incorporação, sem dúvida temos os fatores emocionais do indivíduo, que na ânsia de estar possuído por uma força supra humana, para que suas mazelas sejam curadas, acaba dando ênfase ao placebo como já citamos. Obvio que a Umbanda funciona como um “divã” popular onde diversas características são trabalhadas, desde aflições, insatisfações emocionais, doenças e dificuldades de auto afirmação. Neste caso a presença de uma personalidade externa ajuda a tampar por um breve momento as aflições. Contudo salientamos que todo este processo deve ser observado, controlado por um responsável, no caso o dirigente ou sacerdote e sempre levado ao conhecimento da Entidade chefe que gerencia os trabalhos. Concordamos que discernir quando seja o momento certo e adequado para que as Entidades estabeleçam o processo de incorporação, não é uma tarefa das mais simples, requerendo muita disciplina e prática de constância junto ao Terreiro, participando das giras afinando a interlocução com as Entidades, aliada ao estudo dirigido pelo Terreiro. Acredito que em todos estes padrões de forças e axés as Entidades, Guias e protetores, têm a exata noção da regras e formas de andar sobre este “mar de energias”. O que eximo a qualificação de “doutrinar Entidade”, deixando então as nuances de desconhecimento e ajustes a cargo dos médiuns. Normalmente os processos “obrigatórios” de incorporação acabam se dando quando o médium juntamente com a Entidade já está estabelecendo um padrão de atendimentos constantes dentro do Terreiro, seja para os internos ou externos. Neste caso, são pessoas junto com suas Entidades que já passaram do estágio de “desenvolvimento”. Para tal ato então, há toda uma composição ritual que começa desde os preparativos de saída em direção ao Terreiro, com a organização dos apetrechos ritualísticos, roupas e banhos, passando a chegada no Terreiro com saudações aos membros e as reverências rituais junto aos assentamentos, criando desde um campo mental satisfatório a manifestação, quanto uma preparação do corpo para um bom “encaixe” entre o médium e a Entidade. Os preparativos tanto para trabalho, quanto para desenvolvimento de acordo com cada situação, com cada padrão de axé de cada trabalho, são ajustados; afinal nunca há uma gira igual à outra. Embora cada Casa tenha um padrão de execução, trabalhando com números de Entidades variáveis, há médiuns de Umbanda que se negam trabalhar com determinada linha de Entidades, com justificativas nem sempre palatáveis, sendo que é mais uma questão de conceito e como já foi
citado em outro artigo, preconceito. Infelizmente há médiuns de Umbanda que se negam a trabalhar com pretos velhos ou baianos, por exemplo, recebendo então somente manifestações de Exus ou Entidades menos “subalternas”, como “doutores, médicos” ou “Entidades ilustres”. Consideramos sem dúvida que também há um padrão que pode ocasionar que pessoas desprovidas dos preconceitos acima citados, tenham mais ligações com determinadas forças/Entidades do que outras. Nestes casos, umas Entidades se manifestam mais. Há também outros fatores que contribuem, desde formação, conceitos, energia, sustentação física (médiuns idosos, doenças, deformações) facilidade comunicativa, performatização e falta de constância com a Entidade. Embora o estudo seja fator preponderante dentro de qualquer contexto religioso, na Umbanda especificamente devido às condições de performances unas de cada pessoa em conjunto com suas Entidades, é indispensável à prática com o gerenciamento do Terreiro, com os aparatos peculiares de cada Casa. Nem todos têm a função de estar dentro de um Terreiro com a obrigatoriedade de haver a manifestação, e mesmo neófitos ansiosos em incorporar precisam ter a noção que Umbanda também se faz com a ajuda humana, nas mais diversas tarefas dentro do Terreiro. As forças estão presentes no Terreiro e cabe a todos, com bom senso saber discernir quando é momento de receber as Entidades por ordem delas, pelas regras do Terreiro e quando elas não virão. Atuantes estarão e o Axé, a energia do conjunto é que pode dar garantias de um bom padrão de caminhada dentro da Umbanda. Este artigo não tem a intenção de se tornar uma regra e foi esboçado a partir de vivências pessoais dentro da Umbanda, as quais sabemos são diferenciadas para cada pessoa e em cada terreiro. Assim como não é tarefa fácil fazer um diagnóstico das confusões exercidas entre os campos, seja neófitos e até mesmo mais velhos dentro da religião, também é muito difícil estabelecer um método para que estes campos sejam sumariamente respeitados. Contudo, acreditamos que a maneira de saber os momentos os quais os axis estão estabelecidos é através dos parâmetros rituais de cada terreiro, onde em média temos uma defumação, uma abertura, gesto de saudar o congá, cantos e pontos de então “chamar” a Entidade, onde neste caso as regras do dia e da casa devem estar sempre bem as claras, caso seja um dia de festas, de desenvolvimento ou de atendimentos. Neste ponto podemos chamar a atenção da responsabilidade do sacerdote e dos responsáveis do terreiro, para que haja sempre de forma clara orientação a todos. O espaço denominado ritual tem por si esta característica, ou então se não fosse desta forma, as pessoas chegariam ao terreiro sem necessidade nenhuma de padrões litúrgicos e fariam cada um de maneira própria, sem a
necessidade de um padrão normativo, manifestariam da forma que bem entendessem e em vez de religião, teríamos anarquia. O que há de se ponderar é que as pessoas que ali estão dentro do terreiro em dado momento foram qualificadas como médiuns, ganhando aval da entidade chefe do terreiro, ou seja, mesmo com confusões a principio em saber discernir qual campo (terreiro, vibração, incorporação, psique) está agindo no momento, elas possuem o dote, a vocação de “cavalos de Umbanda”. Assim sendo, por mais que haja nitidamente em alguns casos um estado muito mais mental do médium, apresentando inconscientemente um estado de manifestação, incorporação, jamais deve ser ridicularizado ou tratado com desdenho e muito menos dito que ali não há entidade, no caso de um estado inconsciente de não saber ainda de como gerenciar a sua presença como médium dentro do terreiro e diante das forças. Afinal de contas, pois mesmo sendo um estado anímico, vibracional ou o axé, seguramente de forma etérea a entidade está presente entre todos dentro do terreiro e o respeito dado ao “seu” médium pelo terreiro, acaba dando base a ele mesmo, médium, segurança para a incorporação da entidade. Os chamados “embustes conscientes” nem perderemos linhas em esboçar algo a respeito, pois em dados casos é tão evidentemente nítida a forja de uma entidade que mesmo pessoas que não são do meio religioso com responsabilidades sabem dizer que não há entidade nenhuma atuando, e muito menos qualquer sintoma de axé ou de vibração, pois não é preciso ser um grande médium ou sensitivo para sentir a entidade em uma pessoa, quiçá as palavras. Acredito que nestes casos, o sistema do terreiro naturalmente exclui uma pessoa de má fé, pois da mesma forma que espíritos são bloqueados, humanos que querem usar a Umbanda apenas como palco para se divertir, também são bloqueados. Em prol de contribuir para que haja sempre bom respaldo e seriedade dos humanos para uma boa composição de vinda das entidades, para que possam exercer aquilo que compete, dizemos: Paz, Saúde e Prosperidade a todos! Laércio Adriano Benazzi Dirigente/Sacerdote da Casa de Umbanda da Terra e da Vida SagradaLondrina/PR