Aventuras de um sertanejo - José Maciel de Freitas

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Aventuras de um sertanejo

JosĂŠ Maciel de Freitas


A

preparação e a organização deste livro para publicação foi para mim um momento de efervescência emocional. Por um bom tempo no passado recente, não me sentia pronta para enfrentar tantos tumultos no recôndito da minha alma. As interrupções foram, por vezes, momentos de tristeza, de reflexões, de angústia e fortalecimento necessários para vivenciar cada verso e tentar entendê-los, ciente das minhas limitações interpretativas, emprestando meus significados àquelas palavras únicas, sábias, melódicas, do fundo do coração. Ainda agora experimento aquelas mesmas emoções, revivendo este caminho percorrido. Sou até capaz de dizer que a organização deste livro foi um dos melhores momentos que a vida me proporcionou, uma sensação exuberante de plenitude, não me entregando à tristeza e à melancolia, mas desfrutando de uma releitura agora mais profunda e completa de nossas vidas. Não fugindo quando a angústia me dominava completamente, mas deixando a força dos sentimentos extravasados em seus versos me levarem a mundos desconhecidos ou inexplorados. E quando as surpresas dos depoimentos me aguçavam de maneira extrema a curiosidade me sentia flutuar de um pensamento a outro, tentando avidamente extrair a essência deste ser humano, deste pai, que para privilégio nosso se mostra mais uma vez, na versão por ele escolhida, expondo os cantinhos mais ocultos de sua alma. Este livro exprime um caminho percorrido, explorado e vivido com grande entusiasmo, sabedoria, dignidade, alegria, responsabilidade e muitos sonhos. Uma viagem com erros e acertos e muita poesia. Helena Maciel


Aventuras de um sertanejo


F866a Freitas, José Maciel de. 2016 Aventuras de um sertanejo / José Maciel de Freitas; organização: Helena Maciel, Mariana Maciel Gregori, Viviane Augusto. – Belo Horizonte : Frente Verso Editora, 2016. 127 p. : il.

1. Freitas, José Maciel de. 2. Autobiografia. 3. Literatura brasileira.

I. Maciel, Helena. II. Gregori, Mariana Maciel. III. Título.

CDD: 928


Aventuras de um sertanejo

JosĂŠ Maciel de Freitas

Belo Horizonte - 2016


Dedicatórias

Para a Mãe Natureza, para os meus filhos, genros e noras, os meus netos, bisnetos e tataranetos. José Maciel

Para os nossos pais pela comemoração de seu centenário de nascimento. Seus Filhos


Agradecimentos

A

gradecemos a todos que inspiraram nosso pai em sua trajetória de vida, possibilitando a criação destes versos tão lindos e tão intrigantes. Ao seu amigo de juventude e de sua vida madura, Dinho do Olegário, também falecido, pelas lindas palavras na passagem dos seus 90 anos, transcritas no prefácio deste livro. “Aventuras de Um Sertanejo” não seria um livro possível sem a disponibilidade e a dedicação da Mariana na organização, na digitação de grande parte das poesias e na criação da capa. A paciência e o carinho da Roberta nas digitações iniciais e a grande colaboração da Viviane na organização do livro e na criação da capa.


Sumรกrio

Palavras do autor................................... 11 Palavras de um amigo............................ 15 Palavras dos seus filhos........................... 17 Aventuras de um sertanejo...................... 20


Palavras do autor

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minha luta incansável na vida, começou aos seis anos de idade. Como eu era o mais velho dos homens, fui castigado pelo serviço. Começando minha tarefa, enfrentando a madrugada fria, eu era tocador de bois no engenho começando às 2 horas da madrugada. Aos nove anos, ia para uma escola particular em que fiz com esforço e vontade. Fiz o 1º e 2º ano em um ano só. Depois fui para uma escola pública, rural, a seis quilômetros de distância. Eu estudava e trabalhava, mesmo assim aprendi tudo que a professora ensinou, que, por sinal, era ótima professora. Modéstia à parte éramos 24 alunos e eu era considerado o primeiro da turma. Só fiz até o terceiro ano primário porque não havia professor formado para dar diploma de primário. Com o passar do tempo, certa vez eu fui carreiro, mas não gostava da profissão. Trabalhei no engenho de cana fazendo açúcar, rapadura e cachaça para vender por pouco mais de nada.

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Em 1943 me casei, comprei um pedaço de terra e fui trabalhar com gado de boiada. Foi vida dura enfrentando a difícil tarefa de transporte pelas matas do sertão, dormindo ao relento ás vezes, quando não alcançava o ponto de pouso. Vida dura de boiadeiro. Eu fui criado no sertão e lá continuei no mesmo lugar, criando família, mas sempre pensando em estudar os filhos. Eu que nunca foi intimidado por coisas difíceis em meu caminho, resolvi mudar para cidade. Aí é que foi o dilema. Toda gente da família era contra minha mudança. Até os amigos, vizinhos, todos me pressionando para desistir, citando para mim que diversos fazendeiros que tinham mudado pra cidade, voltaram quebrados, sem conseguir formar ninguém. Um dia um amigo pregava pra mim as dificuldades da vida na cidade, me aconselhando desistir desta ideia. Ele que era igual a mim mesmo, nunca morou em cidade, perguntei: já viu algum homem do campo, sem dinheiro, por mais motivado que seja, formar algum filho? Ele disse “não”. É Doutor, comprar fazenda é comum e mais fácil. Ele sorriu e disse: você está com a razão. Nesta altura dos acontecimentos eu já tinha comprado 40 alqueires de terra e muito bem colocada. Tomei a resolução. Não escutar nada da cabeça de ninguém. Os meninos já com diploma de grupo e outros a terminar.


Em abril de 1962, mudei pra cidade, deixando tudo pra trás. Pouco tempo depois vendi os 40 alqueires de terra por 40 mil cruzeiros. Foi aí que pude realizar, com ajuda do Redentor e da Virgem do Pilar, meu sonho que era estudar os filhos. E consegui. Menos minha filha mais velha que havia se casado e ficou morando em Vargem Grande. Já na cidade passei a trabalhar com caminhão de transporte de leite, tarefa de alguma forma ligada à minha terra. Naquele tempo as estradas eram precárias e o caminhão era velho. Foi outra luta dura. Quando podia transportava minério, calcário e tudo que precisava. Para os fazendeiros eu era o contato certo com a cidade. Mesmo assim trabalhei 12 anos nesta dura batalha. Adoeci e tive que parar. Passei a trabalhar com construção e achei de novo uma paixão. Construí alguns imóveis que hoje me dão mais renda que a fazenda e com muito menos trabalho. Nas horas vagas, dedicava à leitura de romances, estudando os livros antigos, pesquisando histórias do passado e transformando em poesia. Descobri que isto eu adorava e passei a registrar meus pensamentos e minhas lembranças. Eu havia escrito modinhas no passado, mas isto ficou esquecido por muitos anos. Minha filha ficou entusiasmada com as minhas pesquisas e meus versos e montou os meus livros e me registrou como escritor. Fiquei até vaidoso. Imagina, já com 90 anos. As pessoas ficaram me dando títulos

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e placas, fazendo entrevistas e usando um de meus livros nas escolas de Pitangui porque eu escrevi a história da cidade e em versos. Era tudo verdadeiro. Fiz pesquisa por quatro anos. Um dia, no aniversário de 90 anos, meu e da Ção, minha mulher, me fizeram a surpresa de me mostrar este livro pronto. Em 2010, outra surpresa de aniversário de 94 anos: mais dois livros publicados, um de poesias diversas e outro só com temas religiosos, incluindo a história da vinda da padroeira, Nossa Senhora do Pilar, para Pitangui. Fiquei muito entusiasmado. Mas eu estava com mais um monte de poesias que havia escrito e não havia mostrado. Isto fará parte de outro livro se Deus assim quiser. O material deste livro fui escrevendo ao longo dos anos, as minhas lembranças, os meus sonhos, com a minha abusada coragem de querer ser poeta.

José Maciel


Palavras de um amigo

C

omo intérprete do povo de Vargem Grande quero agradecer a José Maciel, pelo muito que fez pelo povoado. Não encontro palavras que possam traduzir os sentimentos que tumultuaram nossas almas pela feliz oportunidade que tivemos para agradecer, fraternalmente, tudo que José Maciel fez por todos nós. O que impunha a que aqui estivéssemos para trazer-lhe o testemunho de nossa gratidão e as homenagens que lhe são devidas. Homenagens estas que embora não correspondam à magnitude e à grandeza de seus méritos servirá, todavia, para testemunhar nossa gratidão por tão valiosos e inestimáveis serviços que prestou à nossa comunidade. José Maciel de Freitas é o nome da história de Vargem Grande e Vargem Grande é um pouco da história da vida de José Maciel, homem que consagrou quase meio século lutando pela promoção do bem comum, deixando marcas na história de nossa gente. Esta é sem dúvida a maior de todas as virtudes de um homem determinado, que promoveu a felicidade de seus conterrâneos. De uma inteligência privilegiada, poucos como ele conseguiram fazer da simplicidade a grandeza, que até no silêncio se fazia ouvir com voz serena e firme, na defesa de suas convicções democráticas.

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Uma das figuras mais representativas de nossa terra, onde sempre viveu e trabalhou. A dignidade foi um de seus vários princípios, com os quais sempre orientou sua vida. Um homem que inspirou confiança soube cercar-se de grande autoridade e prestígio entre parentes e amigos e alçou à condição de um autêntico líder. Homem de bem, independente em suas decisões, soube lutar pelas grandes causas sem, entretanto, utilizar as suas convicções certas e honestas para promoção pessoal. José Maciel navegou num verdadeiro oceano de grandes dificuldades: bateu enxada, foice e machado, foi boiadeiro, carreiro, caminhoneiro e, quando ainda muito jovem, enfrentou o árduo trabalho em um engenho de cana. Suas virtudes cívicas e morais, sua dedicação ao trabalho e seu apego à terra natal emprestaram o brilho de sua inteligência e os esforços incansáveis ao exercício do patriotismo. O nome de José Maciel ficará guardado no coração do nosso povo, com o estilete da gratidão imorredoura. Ele lutou e venceu como demonstração de esforço de um homem na formação de sua própria grandeza. Geraldo Valadares da Fonseca Fevereiro de 2006


Palavras dos seus filhos

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comemoração dos 100 anos de vida era o que nosso pai planejava. Não conseguiu esperar. Sua expectativa foi frustrada por sua morte aos 97 anos. Mas, para nosso alento, sua voz não foi calada quando da sua partida. Seus versos aos poucos revelaram-se a voz do seu passado a nos contar histórias, uma visita aos seus sonhos e às suas muitas experiências por nós esquecidas ou até desconhecidas, em um misto de alegria e tristeza. Quantas pessoas na vida recebem tantas pistas para recordar seus entes queridos? Suas tragédias e emoções, sua forma de pensar e de ver o mundo, seus princípios e sonhos, suas realizações. Tudo isto para recordar e viver novamente com ele em cada verso. Estes versos nos revelam facetas da sua vida de menino, o grande gosto e envolvimento pelo trabalho, o valor da família e amor ao próximo, o amor e respeito à natureza e sua fervorosa defesa, sua eterna paixão por tudo à sua volta, sua capacidade de sacrificar sua vida na busca da felicidade dos filhos, um inconformado com as injustiças sociais e que não mediu esforços na promoção do bem comum e ainda um homem sonhador e consciente do seu papel na vida. Um verdadeiro poeta.

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Revelam estes versos suas firmes convicções e princípios que nortearam sua vida na busca de seus sonhos, como ele próprio disse: “Não deixe o orgulho imperar, Humildade em primeiro lugar, Muita força no pensamento. O trabalho precisa ser forte, Os sonhos é que dão o norte Pra livrar deste momento”. Refletem sua alma, sua vida, seus sonhos, seus momentos de luta e de realizações: “Com a minha experiência Fundamos a Conferência Da qual fui o presidente. No domingo tinha reunião Pra incentivar a população A cuidar dos indigentes”. “Procurando encontrar meu rumo Muitas vezes saí do prumo Ficando perdido, sem direção. Fiz negócios desastrosos, Foram dias horrorosos, Os problemas sem solução”. “Nesta hora, minha gente, O que te leva pra frente São coisas do fundo da alma. Mantém firme sua cabeça/ Não espera que aconteça Um milagre que te salva”.


“Este trabalho me dá prazer Tenho sempre o que fazer, Mesmo com esta idade. Sinto que o trabalho da gente, Sejam os braços ou a mente, É que nos dá felicidade”. Seus momentos de alegria e de comemoração: “A minha casa modesta Quase sempre estava em festa/ O povo todo ali reunia. A sanfona ia tocando E a gente ia dançando Até o raiar do dia”. Compartilhamos com vocês “um pedacinho” do nosso pai e, com seus versos, os provocamos: “Não sou poeta, mas invento O que vem no pensamento, Na hora de escrever. Fiz um relatório de vida, E digo já de partida, Vocês nunca vão esquecer”. “Daqui pra frente, segura, Vai ser uma tarefa dura Meus versos acompanhar. Pega uma cadeira e senta Por umas horas aguenta As coisas que vou contar”

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Aventuras de um sertanejo


Eu sonhava um dia ser Um poeta pra vencer O desafio da canção. Extraindo do pensamento Tudo isto que invento Sai da alma e do coração. Poesia é vida em meu caminho Que faço com muito carinho E com profunda inspiração. Quero também uma vida correta, Seguindo uma pista secreta Das duas sou a junção. O poeta tem na mente Uma coisa persistente Que escreve sem pensar. Quando vê já escreveu, Do nada aquilo apareceu. É coisa pra matutar.

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Poesia é dom da natureza, Que vem cheia de surpresa E uma grande alegria. Escrevendo coisas concretas, Muitas vezes até secretas, Vai nascendo a poesia. O poeta tem na mente, Uma canção bem diferente De todas outras canções. Explorando esta beleza, Dedicando à natureza E alegrando os corações. A qualquer hora do dia, São momentos de alegria, Horas de grande beleza. Apenas o poeta é que sabe, Dentro de um só verso cabe Um mundo de tanta grandeza.

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Digo, o poeta é abençoado Por fazer do seu passado Música para a sua alma. Tudo lhe fornece um tema, Inclusive os seus problemas, Parece que o coração acalma. Não sou poeta mas invento O que vem no pensamento, Na hora de escrever. Fiz um relatório de vida, E digo já de partida, Vocês nunca vão esquecer. Daqui pra frente, segura, Vai ser uma tarefa dura Meus versos acompanhar. Pega uma cadeira e senta Por umas horas aguenta As coisas que vou contar.

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Na fazenda do Riacho Fundo, Ali no deserto do mundo, Nasci e também fui criado. No meio da natureza, Envolto em tanta beleza Só posso dizer: obrigado! Fui criado lá na mata Junto às águas da cascata. História que mamãe contava, Uma onça atrás da horta, Chegava muito perto da porta Quando no berço eu chorava.

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Com seis anos de idade, Com muita maturidade Eu comecei meu desempenho. Às duas da madrugada, Enfrentava uma parada, Tocando boi no engenho. Eu era ainda pequeno, Criado ali no sereno, Naquela madrugada fria, No engenho tocava boi. Longe o tempo que já foi, Era assim que eu vivia. Trabalhei no engenho de cana, Sete dias por semana Fazendo açúcar e cachaça. Tapado por nevoeiro, Trabalhando o dia inteiro Sufocado na fumaça.

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Fui menino de coragem, Enfrentava qualquer selvagem Que lá na mata existia. Atravessava o capão, Dois quilômetros de extensão, Pra escola aonde eu ia. A mamãe preocupada Com aquela minha jornada Que durava o dia inteiro, De tarde, quando eu voltava, Ela já me esperava Lá na porta do seleiro.

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Nas margens de um lindo riacho, Tudo era lindo, eu acho, Na terra onde fui criado. Esta minha terra natal, Nunca vi beleza igual Por onde eu tenho passado. Eu fabricava cachaรงa, Vendia toda na praรงa Pra apurar um trocado. Eu acabava de fazer, Logo conseguia vender, Era feita de puro melado.

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Por muito tempo fui agricultor Morando ali no interior, Lavrando aquele chão sagrado. Colhia alimento e belos frutos, E guardava aquele produto Por Deus tão abençoado. Nossa terra era de primeira E a colheita era certeira Só tinha que trabalhar. Sempre fui trabalhador E agradeço ao Senhor Minha mulher me ajudar. Até meus filhos ajudavam Eles sempre trabalhavam, Era uma família unida. Hoje vejo que foi certo Ter eles sempre por perto Na construção da nossa vida.

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Quando falo de família Penso sempre numa trilha Que começa muito cedo. Os pais vão dando o exemplo, Para os filhos são o templo, Apaziguando o seu medo. Os filhos são nossos sonhos, Quando pequenos risonhos Mas depois vem a incerteza. Esperam dos pais o caminho, Difícil deixar este ninho Construído com grande beleza.

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Certo tempo fui carreiro Naquele sertão mineiro Sem gostar da profissão. Carro velho ia cantando, Eu ia junto escutando, A triste e lenta canção. O velho carro de boi Que o seu tempo já foi Do papai era a paixão. Debaixo da árvore perdido, Por nós todos esquecido, Deu grande contribuição! A boiada passo a passo Vencida pelo cansaço Naquela poeira vermelha. A junta baia na guia, A roxa a gente nem via, Do cabeçalho a parelha.

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Marinheiro e Limoeiro lรก na guia Andavam que a poeira subia, Era vida dura de trabalho. Recordo o tempo passado, Boi Serrado e o Mercado Comandavam o cabeรงalho. Duas juntas de boi de primeira Que subia em qualquer ladeira Mesmo com o carro pesado. Um menino chamando na guia O carro cantando a serra subia E eu com a vara tocando de lado. Em casa quando eu chegava Preocupada a mamรฃe perguntava Se eu fui feliz na viagem. Respondia pra ela com ternura, A batalha da vida foi dura Mas era feliz vendo a paisagem.

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Da minha terra vou falar, Tem muita hist贸ria pra contar, Me refiro a Vargem Grande. Este antigo povoado, Antes muito atrasado Agora pro mato expande. Eu trabalhei como louco E todo esfor莽o era pouco Pra trazer eletricidade. Com muita garra resistimos, Com muita luta conseguimos Mudar aquela realidade.

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Com a minha experiência Fundamos a Conferência Da qual fui o presidente. No domingo tinha reunião Pra incentivar a população A cuidar dos indigentes Muitas vezes fui festeiro Visando ganhar dinheiro Pra Igreja de Santa Luzia. A banda animada tocava E toda gente acompanhava. Esta festa ninguém perdia. Neste mesmo povoado Fundamos o Apostolado E fui presidente também. Irmandade Coração de Jesus Na religião focava sua luz, Sem esquecer de ninguém.

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Toda época de eleição Era uma grande confusão Quando o povo se deslocava. Instalamos uma urna então Para eleger o alto escalão Da política que governava. A minha casa modesta Quase sempre estava em festa, O povo todo ali reunia. A sanfona ia tocando E a gente ia dançando Até o raiar do dia. Para abrilhantar nossa festa Sempre tinha boa orquestra, O trio melhor daquela zona. No violino o Tuniquinho, No violão era o Nozinho E João Braz lá na sanfona.

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Meus filhos foram crescendo E na roça ali vivendo, Era difícil uma colocação. O trabalho na terra era duro, Não via nenhum futuro Naquele pedaço de chão. Da roça eu muito gostava Mas sempre a cabeça pensava: “Meus filhos preciso estudar”. Considerando a necessidade, Mesmo com dificuldade Pra cidade devia mudar.

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De tardinha o sol no horizonte Escondendo atrás do monte, Quando a noite ia chegar, Eu pegava uma vela, E dirigia pra capela Pra minha santa rezar. Minha santa padroeira, Sempre minha companheira Em quem eu podia confiar. Lá ia pedir proteção Pensando mudar do sertão, Com medo de fracassar.

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Guardo ainda na lembrança Que no dia da mudança Os meus pais fui abraçar. Coração dilacerado, De emoção fui tomado Sorria pra não chorar. Onze horas marcava em ponto, Caminhão carregado, tudo pronto, Esperando a hora marcada. Dormimos ainda um pouquinho Para enfrentar o caminho Naquela triste madrugada. Viajando pela estrada afora Esperando o romper da aurora, Os faróis iluminando a escuridão. Deixava pra trás o meu mundo, Terra de encanto profundo, Tristeza invadindo o coração.

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Quando mudei pra cidade, Em busca de prosperidade O meu sertão foi abandonado. Era minha obrigação, Dar aos filhos educação, Era isto que eu tinha traçado. Eu caminhava no escuro Em busca de melhor futuro Quando deixei o meu ninho. Mas a luz do Redentor, Com seu poder superior, Mostrou-me o correto caminho.

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Na época humildemente, Deixei pais, irmãos, amigos e parentes E a vizinhança estimada. Entre as coisas mais queridas, Deixei as matas floridas E a nossa capela sagrada. Deixar esta terra dos sonhos Exigiu um esforço medonho, Ali eu morei muitos anos. Despedi da terra querida Fui seguir minha nova vida Deixando meus conterrâneos. Mas o tempo todo pensava O meu mundo ali eu deixava Era tudo novo pra mim. Quem viveu na natureza Não esquece, com certeza, Beleza tão grande assim.

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Certa vez lá na floresta Eu vi por entre uma fresta Uma onça em um jatobá. Com a cartucheira no peito Fui verificar direito E voltei correndo de lá. O macaco era todo arisco E o mico não via risco Pulando de galho em galho. Estavam sempre brincando, E eu ficava só reparando E fazendo o meu trabalho.

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Na cidade não vê sol Clareando o arrebol Como vê lá no sertão. Nem a lua que clareia Quando ali no céu passeia Em noite de escuridão. Lembro as águas lá na mata, Murmurando na cascata, Uma beleza sem igual. Ficava ali bem de perto, Parecia que tudo era certo Na sombra do bambuzal. Recordando aquela mata E a lua cor de prata Que no alto do céu brilhava, Clareando aquela terra, E minha casa na serra Onde contente eu morava.

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À tardinha o sol desaparece, Vem a noite e ali escurece. É uma terra abençoada. Surge a lua lá na mata Com seu resplendor de prata Iluminando a descida da cascata. No galho da frondosa mangueira Com a voz cativante e altaneira Um curió alegre se punha a cantar. Ficava ali escutando a cantilena Naquela manhã bela e serena, Era tão lindo que parecia sonhar. Na baixada das campinas, No vasto sertão de Minas, Construí minha morada. Com a mudança pra cidade Perdi toda tranquilidade Deixando a casa abandonada.

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Sertanejo que pra cidade vem, Deixando a vida que tem, Se mete em grande confusão. Corre de carro na rua E em casa continua Escondendo de ladrão. Naquela campina imensa, Na morada a gente pensa, Lugar tranquilo pra se viver. Na grande mata sombria, A passarada que eu ouvia Me acordava ao amanhecer. Minha choupana era um castelo, Na frente um jardim tão belo Que fez pena ali deixar. Tudo isto me fascina. Não sei se desejo ou sina Mas pra roça depois vou voltar.

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Eu guardo bem na lembrança, As águas corriam mansas Lá no nosso ribeirão. E naquele grande momento Contemplava o firmamento E as batidas do coração. Lá no mato é uma beleza, Conviver com a natureza Dá asas à imaginação. Surge a lua lá no céu A mata se cobre de véu. Meu amigo, isto é sertão!

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Amigos eu quero falar, Tenho uma história pra contar No que penso aqui agora, A gente compra na cidade, Com toda voracidade, O que na roça se joga fora. Quem não conhece o sertão Deve abrir seu coração E ver como a natureza é bela. Lá na mata a passarada, Em cada pasto uma boiada Na choupana uma vida singela. Nossas matas verdejantes, Que atrai os visitantes, No meu pensamento ficou. Recordo aquela beleza, Paisagens da natureza Que o Nosso Senhor criou.

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Lembro e tenho saudade De tamanha felicidade De quando fui boiadeiro. Em toda esta caminhada Eu acompanhava a boiada Na nossa terra mineira. N達o sei se por causa da idade, Tinha muita facilidade, Relembro agora o passado. Trabalhando de boiadeiro, Acho at辿 que fui guerreiro, Foi pena ter tudo acabado. Comprei uma boiada brava Que nem perto a gente chegava, Nem o curral conhecia. Deixei uma noite na pris達o Para esquecer o sert達o E viajar no outro dia.

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Joguei na água este gado, Seguindo para o outro lado Na hora de atravessar. O canoeiro de muita idade Não teve a velocidade, Deixou três bois escapar. Arrisquei a vida na enchente, Joguei o laço no boi da frente Com a proteção do Divino. O canoeiro foi remando Eu atrás dos bois, nadando, Até chegar ao destino. Era uma longa viagem, Buscando gado selvagem Lá nos confins do mundo. Era uma viagem arriscada, Jogando no rio a boiada, Sem saber quanto era fundo.

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Atravessando a fronteira, Enfrentava chuva e poeira Naquela terra distante. Era uma longa jornada, Eu puxava uma boiada Usando o meu belo berrante. Meu cavalo Violento, Corria mais que pensamento, Naquele tempo eu tinha coragem. Laçava boi no cerrado Deixava ali amarrado Mesmo que fosse selvagem. Zé Pretinho era um peão Que na sua profissão Qualquer parada enfrentava. Sempre foi um grande amigo, Enfrentava sempre o perigo Por todo lugar onde andava.

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Zé Pretinho meu companheiro, Trabalhando o dia inteiro Alegre sempre a cantar. O meu cachorro ensinado, Corria sempre ao seu lado Para o amigo acompanhar. Vesúvio, cão educado, Era também ensinado. Um animal de estimação. Cercava o boi no cerrado, Levava pro meio do gado Sempre aprendia a lição. O meu cavalo Jordão Parecia um furacão, Na lida era muito ligeiro. Cercava o boi que fugia Dentro da mata corria Guiado por meu companheiro.

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Noites mal dormidas passei Por todo o sertão onde andei Na esperança de o dia chegar. Fim de noite na floresta, A passarada abria a festa Pra todo o sertão despertar. Sinto saudade daquelas horas Conduzindo boiada mundo afora Sem tempo pra diversão. Não importava tamanha peleja Pois a vida sertaneja Me alegrava o coração. Minha tropa preparada, Eu partia com a boiada Tinha pressa de chegar. Quando virava a serra, Via longe a minha terra Com o belo clarão do luar.

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Até meu cavalo ficou triste Pois a lida não mais existe, Sempre tonto, sem direção. Parece que recordava O tempo que viajava Lá nas matas do sertão. Meu par de esporas de metal, E o resto do material Trancados no barracão. Minha antiga arreata, Com os seus anéis de prata, O laço, um berrante e o facão.

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Trabalhei com caminhão Sem mudar de profissão Doze anos. Uma luta! Naquela dura jornada Havia uma garra danada, Era uma grande labuta. Fui caminhoneiro animado, Viajei por todo o lado No sertão do meu país. Eu via tanta beleza, Paisagens da natureza Que me deixavam feliz. O meu caminhão leiteiro Era também boiadeiro. Como não podia parar Puxava boi, minério e calcário, Para inteirar o salário Que era pouco para gastar.

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Viajava sem parar, Sem ter tempo de pensar No que podia acontecer. Sem pensar que ainda um dia Acho que até por ironia, A saúde ia perder. Em casa um dia cheguei, Foi então que me deparei Pelo serviço vencido. Tomei logo a decisão, Era vender o caminhão. Não pensar no tempo perdido.

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O meu velho pai faleceu, E a gente se entristeceu. Aquele velho camponês! Lembrava o tempo feliz. Viveu enquanto Deus quis Até que chegou sua vez. A minha mãe tão querida, Noventa anos de vida Quando Deus fez a chamada. Deixou para trás a saudade Pra gozar a felicidade Junto à Virgem Imaculada. Aos meus pais quero agradecer Por ter me ensinado a ler E tudo de que eu preciso. Peço a Deus que os proteja E dê-lhes um pouco que seja Do cantinho no paraíso.

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Meus pais enquanto vivos eu amei, Meus irmãos, com quem brincava, deixei, Guardo ainda a lembrança no coração. Levando a vida agitada da cidade Lembrando aquela tranquilidade Que eu vivia no sertão. Em meu peito bate um sino Do meu tempo de menino, Os meus sonhos a recordar. A minha família era unida, Tinha muita alegria na vida, Mas tinha que trabalhar. Acho este um modelo certo, Manter as crianças por perto, Distribuir responsabilidade. Os valores só são passados Se os pais estão preocupados Com a sua integridade.

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Tenho saudades da roça, Morando na minha palhoça Tranquilo ali no sertão. Vivendo no meu ranchinho, Ao lado do meu vizinho Na encosta do espigão. Pensando ainda em voltar Pra roça que é meu lugar, Eu vou dizer a verdade: Tinha a esperança na vida De voltar à terra querida Deixando pra trás a cidade.

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Olhando para o infinito, Via tudo mais bonito Era noite de São João. Eu via o balão subir, Tinha vontade de sair Voltar para o meu sertão. Na ilusão de uma viagem, Que parece até mensagem Pedindo a Deus me ajudar. Reconstruir naquela terra, Uma casinha ao pé da serra Pra nós dois nela morar. Vivo aqui navegando, Quase até naufragando Num barco sem direção. Querendo deixar a cidade, Com toda sinceridade, Alegrar meu coração.

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Minha vida é um picadeiro, Um palhaço bem arteiro Esperando a multidão. Quero contar o que sinto, Pura verdade, eu não minto, Quero voltar pro sertão. Lá eu vivia contente, Com espaço, livremente, No horizonte sem fronteira. Mas o destino sem piedade, Com toda ferocidade Foi mudar minha carreira.

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Vivendo aqui sem rumo Como a fumaça do fumo Perdida sobe no ar. Igual a um passarinho, Que há tempos perdeu seu ninho Sem nunca mais encontrar. Lembro e tenho saudade, Da grande felicidade Quando morei no sertão. Faz lembrar o tempo já passado. Aqui me sentindo abandonado, A tristeza invadindo meu coração.

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Sabiá do peito roxo, Comia com o gado no coxo Tinha pena amarelada. Hoje nem mais existe, Com o seu cantar tão triste No romper da madrugada. Vivendo aqui na cidade, Com uma falsa identidade Fingindo ser cidadão. Aqui na cidade eu vivo, Mas sem nenhum atrativo Depois que vim do sertão. Como é triste um sertanejo, Viver aqui sem desejo, Querendo morar na floresta. Procurando voltar de novo, Fugindo do meio do povo. Esta esperança me resta.

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Sentado lá na calçada, Vendo a lua prateada Pra alegrar o coração. Como ficava na pedreira, Contemplando a cachoeira Lá dentro do meu sertão. Ver a lua me entristece, Vou pra dentro e faço prece Para o Senhor me ajudar. Voltar à linda floresta Onde fazia nossa festa Pra noite toda dançar. Espero com ansiedade, Alcançar a felicidade Quando o momento chegar. Espero, se Deus quiser, Qualquer hora que puder Pra minha terra vou voltar.

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Passos longos fracassados, E os cabelos branqueados Força perdida quase total. Quero atender meu coração, Vou voltar praquele chão, Onde a vida é natural. Com o tempo já passado E os filhos já formados Pra roça posso voltar. Mas o nosso Deus divino, Já traçou o meu destino Não posso mais trabalhar. Com a idade avançada, Vou cumprir minha jornada Deixar o mundo e abandonar os meus. Deixar a vida concreta E gozar da alegria secreta Junto aos pés do supremo Deus.

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Uma história bem contada, Conto sem esconder nada Pode crer, não é modesta. Procurando melhor futuro, Eu fui um dos homens mais duros Que viveu lá na floresta. O caminho é longo e a luta demorada, O pico é alto e a estrada complicada Subindo lentamente até o pedestal. Aqui lutando contra o destino, Traçado pelo nosso Deus divino Para subir a escada do reino celestial. Passei grande temporada, Sem rever minha morada Voltei lá pra tudo rever. Ao chegar naquela terra, Vi a neblina na serra E o ar puro me envolver.

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Vi caída a muralha, Vi o meu chapéu de palha Que usava lá no mato. No quarto que eu dormia, Só encontrei cama vazia E na sala, pendurado, meu retrato. Estrada velha esburacada, Uma casa abandonada Foi tudo o que me restou. O mato já bem crescido, Tudo ali ficou perdido, Com o tempo tudo acabou. Por mais que eu queira tentar Pra minha vida mudar, Eu não consigo entender. O destino traiçoeiro Mudou meu plano verdadeiro Para o meu sertão esquecer.

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Morava no meu ranchinho, Tratado ali com carinho Todo cercado de flor. Moro aqui num bangalô, Que o destino me legou Pra me tirar do interior. Minha terra é mais bonita, Que toda terra bendita Que já conheci na vida. Formada só de baixada, Sem montanha, quase nada, A minha terra querida. Na longa estrada da vida, Tarefa quase vencida Vou seguindo sem parar. Sigo meu caminho certo, Parece que está bem perto A hora de terminar.

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Sonhava tudo na vida, Morar na terra querida Naquele belo sertão. Parece até um fracasso, Mas devido ao meu cansaço Eu mudei a direção. Por Pitangui fui conquistado, Até estudei o seu passado, Achei novo sonho de viver. Me senti por ela acolhido E meu tempo aqui vivido Foi um novo amanhecer. Cidade santa e querida, Ó sonho da minha vida, Quero sempre te adorar. Mesmo não sendo teu filho, Atraído pelo teu brilho, Te escolhi pra morar.

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Pros meus filhos deu cultura, Pra mim uma vida segura, Isto eu não posso negar. Esta terra de grandes encantos Peço com fé a todos os santos Pra seu caminho iluminar. É estranho ter vida longa Que cada dia prolonga E a gente sempre quer mais. Pra todo mundo eu digo Procuro e não vejo um amigo Do meu tempo de rapaz. A felicidade da gente Aparece assim de repente, É uma visita apressada. Ela chega, alegra o sorriso, Parece até o paraíso E parte sem dizer nada.

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O mais importante na vida, Aprendi de forma sofrida, É ter sempre um ideal. Na passagem pelo caminho A gente descobre sozinho Uma alegria sem igual. Aprendi também não ter medo, Este é o grande segredo De uma feliz existência. Quando uma porta é fechada Outra é sempre escancarada, É um jogo de paciência. Procurando encontrar meu rumo Muitas vezes saí do prumo Ficando perdido, sem direção. Fiz negócios desastrosos, Foram dias horrorosos, Os problemas sem solução.

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Nesta hora, minha gente, O que te leva pra frente São coisas do fundo da alma. Mantém firme sua cabeça Não espera que aconteça Um milagre que te salva. Não deixe o orgulho imperar, Humildade em primeiro lugar, Muita força no pensamento. O trabalho precisa ser forte, Os sonhos é que dão o norte Pra livrar deste momento. Do trabalho não tenho medo, Os sonhos são o enredo Do palco da minha vida. Por isso as minhas amarras Desatei com muita garra, Não tive batalha perdida.

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Foi nesta terra querida Que de novo encontrei a vida, Agora sou construtor. Quem diria, nessa idade, Encontrei a felicidade, Vivo vida de doutor. As mãos nem preciso sujar Só a cabeça tem que pensar Para produzir um projeto. Chamo o pedreiro e sento, Nestas horas também invento, Do jeito que acho mais certo. Este trabalho me dá prazer Tenho sempre o que fazer, Mesmo com esta idade. Sinto que o trabalho da gente, Sejam os braços ou a mente, É que nos dá felicidade.

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Comecei na vida muito cedo, Aprendi também não ter medo De tudo que era profissão. Papai era homem exigente, Naquele tempo era diferente, Não agia com o coração. Com seis anos de idade, E muita maturidade, Comecei a trabalhar. Noventa anos de vida, Oitenta e quatro de lida Sem férias pra descansar. Alta noite escrevendo, sozinho, As ideias vinham de mansinho Nas minhas poesias a inventar. Percebi que Deus não me deu riqueza Mas um prêmio de maior grandeza: Vontade de trabalhar.

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Eu passo as horas do dia Pensando e escrevendo poesia Sem ver o tempo passar. Lembrando toda minha vida Bate uma saudade sofrida, Me pego sempre a sonhar. Neste jardim florido Que quando foi construído Teve estilo de Paris, Brinco com flores igual passarinho, Cuidando dele com carinho Eu passo as horas feliz. E a nossa igrejinha adorada Que fica toda enfeitada No jardim, bem lå no canto. É de Nossa Senhora Aparecida Que ilumina nossa vida, Nos envolve com seu manto.

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Já vai longe a minha estrada, Bem devagar a caminhada, Meu passo ficou mais lento. Sem saber o que é melhor Vejo sempre ao meu redor Um grande contentamento. Meu peito parece um mural Onde sempre deixa um sinal Pintado com muita paixão. Não passei pela minha vida, Construí cada investida No que me dizia o coração. “Aventuras de Um Sertanejo”, Pelo menos assim eu vejo, Foi vida sonhada e vivida. Quase como um relatório, Pra guardar num oratório, Como a minha despedida.

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Da esquerda para direita: Conceição (nora), Ricardo Ernani (filho), Eliane (filha), Valdir (genro), Maria José (filha), José Antônio (filho), Ana Maria (nora), Helena (filha), Milton (genro). Sentados: Conceição e José Maciel. Comemoração dos noventa anos de José Maciel e Conceição, 2006, em Pitangui, MG.


O autor

J

osé Maciel de Freitas nasceu em 1916 em Papagaios, Minas Gerais, na fazenda do Riacho

Fundo. Em 1962 mudou-se para Pitangui com o forte objetivo de estudar os filhos. Seu casamento que durou a vida toda, 64 anos, até a morte da esposa em 2007, lhes deu seis filhos. Seu primeiro livro ”Pitangui, História e Versos” foi publicado aos 90 anos de idade, em 2006, onde retratou em poesias quatro anos de pesquisa sobre a história de Pitangui. Em 2010 foram publicados dois outros livros: “O Pilar da Nossa Fé” e “Coletânea de Poesias”, ambos incorporados a este novo livro “Meus Poemas”. Neste ano de 2016 está sendo publicado também, em comemoração ao seu centenário de nascimento, o livro “Aventuras de Um Sertanejo” em que faz uma narrativa da sua trajetória de vida, também em formato de poesias, que fora escrevendo até bem próximo do seu falecimento, aos 97 anos de idade, em Pitangui. Na realidade o final do livro foi forçado pela sua morte, pois sempre que se lembrava de passagens de sua vida que julgava marcantes ele as transformava em versos.

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Organização Helena Maciel Mariana Maciel Gregori Viviane Augusto Digitação Helena Maciel Mariana Maciel Gregori Roberta Maciel Concepção da capa Helena Maciel Mariana Maciel Gregori Viviane Augusto Projeto gráfico e revisão Lais Freire dos Reis Edição e produção gráfica Frente Verso Editora

Este livro foi impresso nas oficinas da Gráfica e Editora O Lutador, em março de 2016, ano do centenário de nascimento de José Maciel de Freitas.

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