Dádivas recebidas

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Dテ.IVAS RECEBIDAS *** AUGUSTA PEDRI SOUZA



Dテ.IVAS RECEBIDAS *** AUGUSTA PEDRI SOUZA



22 de abril de 1954

Augusta Pedri Souza

Carmerindo Fernandes de Souza

28.01.1993 +10.04.2011

21.02.1932 +28.01.1993



FILHOS, NETOS E BISNETOS. Consideramos uma Dádiva a oportunidade de receber essas mensagens, tanto de seu querido amado Carmerindo, quanto dos espíritos de luz e da capacidade da oratória em palestras edificadoras.


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Introdução

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Mensagens mediúnicas enviadas por Carmerindo

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Mensagens mediúnicas enviadas por Augusta.

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Mensagens mediúnicas recebidas por Augusta

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Frei José O.F.M” (ORDEM DOS FRADES MENORES)

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Urubatão

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Manoel Quintão

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Germana ( Maninha )

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O Samaritano

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Espíritos diversos

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Irmão peregrino

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Leôncio Correa

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O Zelador

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Espíritos diversos

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Palestras realizadas por Augusta

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Três etapas

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Mãe

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O Evangelho de Jesus


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Renuncia

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Parábola das dez virgens

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A mão seca

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Mestre divino

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Reforma íntima

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Caridade

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A parábola do filho pródigo

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Natal

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As três revelações

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Tesouros do céu

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Reflexos condicionados ( história dos gatos )

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Reflexos condicionado

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Perdoa e serve

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Não vim trazer a paz, mas sim a espada

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Maria de Nazaré

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O Amor

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Berço e o túmulo

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Orações e preces



DÁDIVAS RECEBIDAS. SEMEANDO FLORES, PERFUMANDO OS CAMINHOS. Este singelo livreto é uma homenagem da família de AUGUSTA PEDRI SOUZA, esposa, amiga, mãe, avó e bisavó, além de trabalhadora da seara espírita nos centros que lhe oportunizaram o labor, cito CENTRO ESPÍRITA CASA DE JESUS em Balneário Camboriú e SOCIEDADE ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ, em Camboriú. Caso exerceu sua missão na integridade que lhe foi incumbida e conforme seu compromisso com a espiritualidade, não o sabemos. Porém não nos cabe mensurar o progresso alheio. Podemos sim, dar testemunho do carinho com que sempre foi recebida. Do sorriso matreiro, mas carregado de bem-querer, que a todos dirigia como poderosa arma para angariar e manter seus amigos. Muito requisitada para palestras, atuou como dedicada oradora, levando a mensagem do mundo espiritual a todos que conseguiu alcançar. Sabemos da dificuldade que muitos encontram para elaborar uma palestra e da facilidade que ela tinha para exercer a função de oradora. Por isso queremos disponibilizar este material que reúne algumas mensagens recebidas nos grupos mediúnicos em que participou e algumas palestras, para que sirva de material de pesquisa, e com isso auxiliar nossos irmãos que abraçam a divulgação da doutrina através da oratória. Pedimos a compreensão de todos quando virem a ler está pequenina obra, no tocante a intenção da mesma. Não queremos elevar o espírito autor


desta, nem aproximá-la para compará-la aos grandes vultos do espiritismo. Assim como nós, veio ela cumprir suas provas e expiações neste globo como espírito que tinha resgates a serem feitos. Errou, acertou, enfim viveu por ter tentado e não se negado ao desafio da carne. Queremos tão somente compartilhar esse material, que acreditamos não nos pertencer. E se uma única pessoa dela se beneficiar, o objetivo estará alcançado. Hoje este saudoso espírito se encontra em nossa verdadeira morada, o além, onde rencontrou os seus e como pode se notar no inicio deste livreto, manifestasse em raras ocasiões com o intuito de encorajar os que continuam a jornada.


AUGUSTA PEDRI SOUZA

MENSAGEM PARA AUGUSTA DO SEU AMADO ESPOSO Partiu-se um elo de uma forte corrente. Ela ficou mais curta, porém não menos forte. Quando ele retornará? Não sabemos, mas também sentimos falta. Era o apoio de uma grande família terrena e também daqui. Partiu o elo da corrente, pois assim era para ser. Veio para fortalecer a família daqui, que estava ansiosa por abraçá-lo. Não lamentem. Orem continuem fazendo parte da corrente. Mensagem mediúnica recebida por Marli em 29/01/93, Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ) Referindo –se ao Carmerindo, que desencarnou no dia anterior. ***

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QUE JESUS ESTEJA COM TODOS! Não queria ir, mas, era chegada a hora. A emoção que invade o meu coração – espírito me da força para seguir a caminhada. Aqui trabalhei, aprendendo grandes lições que me auxiliaram no momento da grande passagem, pois confesso que senti muito medo. Estou convalescente aos poucos me recuperando. A saudade é grande demais, mas a certeza da vida eterna consola o meu espírito ansioso. Em outra oportunidade estarei mais forte, não tão dominado pela emoção e lhes falarei mais. Abraços a todos Um espírito que trabalhou nesta casa abençoada. Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ. ***

SAUDOSOS IRMÃOS Sofri, não nego, quando se romperam os laços do parentesco, os laços da simpatia, da amizade terrena que me ligavam a vocês. A força do convívio no dia a dia nesta querida Casa de Jesus, era muito grande e só o amor que aqui encontrei me deram forças para tudo superar. Os laços herdados na matéria, são muito fortes, mas a realidade aqui é outra, a nitidez dos entre laços, modifica-se. Hoje o palpitar de meu coração ressoa em acordes musicados, cheios de carinho e admiração por cada minuto, cada segundo é precioso e só aqui avaliamos a extensão desta perda. Que nada, nem as dificuldades materiais, familiares, físicas, os desviem desta meta reden-

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tora que é o trabalho ao lado de Jesus. Os problemas terrenos não podem toldar tantas oportunidades que fruem tão benéficas sobre vocês. Gostaria de abraçá-los com força física para que me sentissem agora ao seu lado. A emoção é grande, mas bem maior é o desejo de vê-los no progresso do serviço que os chama. Vocês caros amigos, ainda na oportunidade do trabalho na Casa de Jesus. Esta oportunidade é valiosa e grande é minha decepção, por não haver aproveitado ao máximo o talento que me foi dado. Por isso, companheiros queridos, venho abraçá-los com saudades, mas também com o desejo de transmitir-lhes , um conselho. Aproveitem os momentos disponíveis nesta causa tão bela. Digo disponíveis, pois que é difícil se ver dedicação nos momentos em que se está voltado ao plano físico. A casa de Jesus, a casa da sopa, conta com vocês e alegra-me ver que a luta, pois é uma luta de amor, tem encontrado em vocês, esteios firmes. Trabalhem meus queridos, vistam a camisa do amor cristão, e aqui num dia qualquer, no dia aprazado, não haverá decepção por pouca produtividade. Quanta emoção meu Deus, como me sinto pequenino diante de vocês. Meu abraço cheio de amor a todos, em especial aos que de perto convivi. Jesus é tudo vamos vivê-lo. Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

CAROS IRMÃOS Aqui estou novamente dentre vós, com muitas saudades em meu coração, pois fazem tão poucos dias que desencarnei e ainda não me habituei ao plano espiritual. Aqui tudo é muito bonito, estou me refazendo ainda num hospital que se chama hospital do amor maior e

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creio pelo que dizem os irmãos que aqui se encontram que em breve retomarei o caminho dos trabalhos espirituais e estarei frequentemente junto a vós. Digam por falar a minha querida esposa e filhos que estou bem e que não precisam se preocupar, logo, logo estaremos todos juntos novamente. A propósito muitos de nossos antigos familiares estão aqui comigo e já há muito tempo que nos acompanham. Agradeço a todos os companheiros desta casa por nossa amizade do tempo em que ai encarnado estive. Que a paz de Jesus nosso mestre esteja sempre com todos nós. Vosso irmãoCarmerindo. Mensagem mediúnica recebida por Sebastião em 09/03/93. Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ) ***

NOSSO JARDIM Uma rosa tão cor-de-rosa, tão acetinada que até parece feita de nuvem. Eu colhi no jardim de cá, para te dar, minha velha. Não chores, não desanime, continuo ligado em ti e na filharada. Tenho trabalhado bastante e por isso me sinto útil e feliz, mas preciso dos bons pensamentos para melhor fazer minha tarefa. A bondade do pai é muito grande e eu peço por ti e pelos nossos e por este pessoal amigo da Casa de Jesus. Um abraço. Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida em 10/09/93 no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

A saudade é grande e o amor também, mas saiba que saberei esperar por você e continue trabalhando pois a cada oração a cada palavra sua, em nosso jardim nasce uma rosa mais linda que outra. Você vai

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ver quando aqui chegar. Não chores pois estou sempre ao teu lado. Pois sempre te amei e sempre te amarei. Não desanime e sim continue este caminho que é belo e muitas alegrias tem trazido a tantas pessoas que tu tens ajudado. Que o amor do pai fique contigo e ilumine todos estes irmãos e esta casa onde estais. Do teu sempre Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

O melhor médico do mundo é Jesus. Peça a ele com fé. O socorro virá. A ausência física não implica dizer que estou longe. Continuo ligado por fios tênues de carinho por ti e pelos filhos que Deus pôs em nossas guardas. A saudade dói, mas confio em nosso senhor Jesus Cristo. O irmão José, o Frei, esta cuidando da nossa filha. As mágoas do passado longínquo se transformam em pedra. Confia minha velha. Aos amigos encarnados, saudades também. Sigamos com fé. Deus é nosso pai. Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida em 20/08/94 no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

Para mim é uma graça do bom Deus poder continuar fazendo parte dessa equipe de trabalhadores nessa abençoada Casa de Jesus. Sinto-me renovado, com muita energia para dar aqueles que se sentem deslocados, perdidos e desesperados. A minha família terrena desejo bom ânimo, coragem e firmeza, há muito que fazer.

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Aos meus amigos dessa casa o meu fraterno abraço. Fiquem com Deus. Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida em 03/06/95no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

No alvorecer de cada dia, mas o sol irradia o brilho de seu olhar em meu coração. Hoje não penso mais no tempo, ou seja não tenho pressa, pois aprendi a aguardar, quando tenho oportunidade pelo plano espiritual, adoro tocar-te a fronte e sentir teu perfume, que de toda a minha vida foi minha inspiração para os momentos bons ou momentos difíceis. Quando estou triste e a saudade é grande, lembro-me de você, de seu sorriso, seu olhar e suas lágrimas, por isso quero te dar hoje este presente, que não é grande, mas é sincero, são palavras que me fazem chorar, de emoção e alegria até admiro, por isso a você meu lindo e eterno amor, quando tristeza e magoas te afligirem lembre-se, o melhor remédio não são as lágrimas e sim o sorriso. Sei que o fardo que hoje estais a carregar é pesado, mas não pense que hoje sou e serei sempre o seu apoio nos momentos em que muitas vezes você pensa em desistir, saiba que a estrada é infinita e não conseguimos nunca ver o final dela se não tentarmos ir até o fim. Eu demorei a entender, mas hoje com a graça de Deus rezo e agradeço, pois digo a você, mesmo longe não quero ver lágrimas em seu rosto, mas sim alegria e força para quem sabe num futuro distante a recompensa da caminhada encontrar. Hoje es linda, como as rosas que cultivo em nosso jardim, cada ruga te deixa mais bela, não te vejo triste, te vejo como nos nossos tempos de namoro, sempre linda, foi assim que sempre te amarei. Hoje é um dia especial, saiba que tudo aquilo que buscamos, encontramos, com fé e amor em Jesus, ele guiará seus passos a felicidade

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como ele tem guiado a mim, sei que tua felicidade hoje é nossa família, mas saiba que não estas só e as provas ainda são pequenas, mas a prece e o evangelho darão a sustentação para a luta do dia a dia de vida terrena em busca da felicidade. Por isso, saiba que como as flores de um jardim, para serem belos devem ser regados com cuidado e diariamente, como foi o nosso amor, onde não pense que se deixou esquecer no tempo, pois o tempo só serviu para torná-lo maior e mais forte, como a saudade que sinto de você. Que o pai de amor lhe guie para conseguir te dar forças para enfrentar os obstáculos do dia a dia, hoje e sempre. Daquele que te ama e sempre te amará o teu Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida em 28/12/97 no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

AUGUSTA, MINHA AUGUSTA. Amor meu eterno amor, hoje é um dia especial nesta casa e neste plano, festa de luz se faz em cada coração amigo é bom estar de volta, aonde aqui muito pude aprender em minha caminhada. “A todos paz e a você saudades.” Tenho rezado por todos nossos familiares e amigos e tenho sofrido junto com você, a cada lágrima e a cada decepção ou desilusão. Sei que o fardo que estais a carregar muitas vezes se faz pesar mais do que podes carregar, mas saiba que Deus está conosco e que mesmo longe de você em corpo, mas ligado em amor e coração, tenho lutado para que você não sofra e acredite mais em você. Nossos filhos, não são mais crianças, já estão bem crescidos e já podem responder pelos seus erros. Você deve aceitar as provações que a vida nos coloca, você já não é mais aquela jovem, que sempre buscou viver com muita intensidade, os anos de jornada te deixa-

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ram fraca e um pouco mais bela, “como o diamante que é lapidado com o tempo”, só que viver sim você deve, mais com certos limites, a jornada é longa e você não precisa sofrer dessa maneira, pense e reflita um pouco mais, de a você mais valor, porque merece se amar e se amada e não só muitas vezes usada. Nossos netos sabem disso e se você não souber colocar e impor alguns limites, você sofre. Se de mais valor próprio, há tantas pessoas que precisam realmente de você e porque sofrer desta forma. Viver não é tão fácil e com Jesus no coração se torna mais simples e você a complica tanto desnecessariamente. Quero e tento em minhas preces auxiliar, mas muitas vezes me vejo anulado é como se este sofrimento anulasse algo de bom a todos como a essência do evangelho. Não é fácil pra mim, uma pessoa que sempre lutei por um melhor caminho a todos em casa, falar e dizer tais palavras, pois vejo uma tempestade tão grande feita em pequenos copos de água. E tão fácil, tentar concertar isso. Como? Trabalhando, com Jesus. Com o coração aberto, acreditando que o mínimo esforço, já é uma pequena gota num enorme oceano de amor. Agora depois dessas palavras duras, venho a ti, te dizer, não é fácil, mas as vezes difícil te sentir, te abraçar e beijar tua face cansada, mas me dá forças e me faz acreditar que você conseguirá levar até o final o seu fardo e como uma grande recompensa de sua vida quando chegares aqui uma grande recepção será feita pois será o meu presente a você, que preferiu ficar ai, neste plano e mesmo muitas vezes querendo desistir, ficou e com certeza vencerá e a verdadeira vitória será Jesus. Que o pai lhe ilumine e saiba que você não está sozinha. Eu estou com você, cada lágrima e minha também, acredite em seu potencial, acredite em suas palavras e em seus pensamentos, pois Jesus e eu acreditamos em você. Daquele que te ama. Carmerindo.

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Mensagem mediúnica recebida em 23/05/98 no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

MEU GRANDE AMOR … Tudo se passa, parece como uma tempestade devastadora, que atinge aqueles que menos tem, é só assim que aqueles que têm de sobra se voltam para aqueles que nada tem. Assim aconteceu a você, uma tempestade. Uma tempestade que quem está de fora não imagina quantos estragos fez, mas venho aqui te falar perante todos grandes amigos, que isto tudo tem um porque e que você não desanime de maneira nenhuma. Há coisas que te preocupam que você não pode resolver deixe que todos aprendam com a vida, auxilie com suas preces, mas te digo e afirmo, só vais conseguir o sossego que buscas, trabalhando mais do que nunca aqui nesta casa, sua segunda morada, sua segunda família que sempre estará de braços abertos para te receber. Tu não és uma coitada, és sim uma felizarda por ter forças para continuar lutando e acreditando que um dia tudo isso terminará que você há de enxergar que tudo passou. Por isso te digo não desanimes. Eu te amo! E é por isso que sempre que me for permitido virei te trazer a força que necessita, que tens dentro de ti e as vezes te esqueces. Abraços a todos. Do teu Carmerindo. “Mamãe está bem, graças ao Pai, estou a cuidar dela”. Quando Deus permitir trago ela até aqui para te abraçar e agradecer a todos pelas preces e pelas orações. Mensagem mediúnica recebida em 20/08/94 no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

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AUGUSTA Muito tempo já passou, mas a fé em cada coração tem alimentado trabalhos maravilhosos como este. As vezes palavras não demonstrem tanto agradecimento. A angustia muitas vezes não é percebido porém traz a tristeza a cada coração, mas com o amor e a fé em Cristo conseguiremos superar os obstáculos desta vida terrena. A saudade é grande, mas junto a esta casa me sinto mais vivo do que nunca, auxiliando aqueles que necessitam de ajuda e no plano espiritual tenho trabalhado na construção de uma casa maravilhosa para receber você o dia que você chegar. No passado tomava as decisões e hoje quando não estou mais a teu lado você tem tomado as decisões, porém saiba que estou sempre a teu lado e só mudou a pessoa em que dava a última palavra. Tuas lágrimas me comovem, tuas orações me emocionam e sei de tuas tristezas, mas saiba que tuas preocupações e tristezas são minhas também, tenho rezado e tentado ajudar na minha condição de evolução. Nossos filhos estão caminhando e este caminho foi eles que escolheram e entendo tua preocupação de mãe pois também é a minha de pai. Espero que estas palavras confortem teu coração. Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

Queridos amigos fraternos, e em especial ao meu grande amor, aquela que a cada dia fica mais linda, não com as rugas da idade, mas com a pureza do seu bondoso coração... Augusta, minha querida esposa, sei que tens pedido muito por

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orientações e pelo meu auxílio, nas mais diversas situações que tens enfrentado. Graças aos bons espíritos, trabalhadores da seara do bem, me foi permitido aqui estar e as tuas lágrimas secar. Queria poder muito dizer e muito mais poder fazer, mas já tive a minha oportunidade e hoje, tenho orado para que você e nossos filhos e netos passam principalmente encontrar e realizarem suas caminhadas. Sei que não é fácil a você, que teve que ai ficar para dar continuidade a nossa família ser pai, ser mãe, ser avô, ser avó e muito mais ao mesmo tempo. Muitas vezes incompreendida, muitas vezes ouvindo coisas que não merece, muitas vezes chorando calada. Mas não desiste, apesar da imensa vontade que tens de para, de lutar. Saiba que este não é o caminho, caso você desista estará nos afastando mais e mais o nosso reencontro que não está muito longe. Saiba meu amor sofro com você, pois não é fácil controlar a incompreensão daqueles que ainda não despertaram realmente para o lado do amor e do Cristo, só pensam na matéria e não pensam que a experiência dos mais vividos é uma grande moeda na verdadeira razão da vida. Sei que tu buscas sempre uma saída e não gosta de demonstrar muitas vezes o que sente mas nossos filhos, se hoje analisarmos, estão melhores do ontem. Eles tem que deixarem de serem egoístas com seus sentimentos e acordarem para a vida não adianta se enfiarem dentro deles com seus problemas, porque a solução não vai cair do céu. Acordem e vivam e olhem para o lado, para seus filhos e deixem de ser crianças, vivam, amadureçam, pois se eu pudesse estar ai isto não estaria assim, pois tenho plena convicção que o que está faltando e menos egoísmo e mais Deus dentro dos seus corações. Sinto saudades de todos e espero que nos deixem de fazer evangelho e procurem Deus antes que seja tarde. O que será quando você os deixar Augusta, aonde eles se apegarão? Será que isto terá que acontecer?

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Cobre deles nunca é tarde para acordar. Diga que quero velos buscando Deus, não importa o credo, pois Deus é um só. Mas vamos deixar nossos filhos e vamos falar de você. Sei que esta triste mas é final de ano e bate aquela saudade que é recíproco. Sabes que nunca estarás sozinha e que tens algumas coisas ainda a realizar neste plano, principalmente trabalho que te enobrece e te da forças. Não desistas e não fuga das tuas responsabilidades, mesmo quando tendes que se afastar e muitos caminhos surgirem a tua frente não te precipites, pare e ouve teu coração que estarei te auxiliando. Não é hora de murchar, pois mesmo que o consolo do teu corpo carnal muitas vezes te atrapalhe saiba, que es bela como uma rosa ao desabrochar da primavera e que a cada amanhecer a luz do teu coração, ilumina todo aquele que te gostam. Lembre sempre que nunca está só e que estou com você, como Jesus que está em nossos corações. Que Deus lhe abençoe sempre e que neste fim de ano, não só você, mas todos dos nossos, possam em suas orações agradecer sempre e se possível lembrar daquele que os ajudou a trazer a este mundo, que daqui também torce e reza pela felicidade de todos. Você Augusta, espero que estas palavras te tragam um conforto deu do animo e da certeza, que apesar da distância, do tempo, continuo junto da minha guerreira, que sempre me apoiou, sempre me amou e que eu continuo amando muito e muito. Com carinho do seu Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

MINHA FLOR Sei que não é o momento mais adequado para te escrever, mas em razão de todos acontecimentos destes últimos dias, onde além de sofrer

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calado e ouvir suas preces e lágrimas me sinto na obrigação de vir até ti e algo a te dizer. A vida muitas vezes não é como queremos e as decepções ocorrem, mas não podemos esquecer que elas ocorrem porque muitas vezes a buscamos e esquecemos de buscar a felicidade. Sei que a saudade existe e a cada dia é um dia a mais que nós distanciamos e a saudade aumenta e parece nunca acabar, mas te digo que você pode com um pouco de força, otimismo e perseverança, aliviar muitas vezes tua dor e tua saudade. Digo-te que o nosso encontro há de ser uma festa aqui deste lado, mas te digo que você não tenha pressa, pois a pressa só irá nos afastar. Tenho sofrido, por nossos filhos, pois vejo hoje que nem tudo que tentei passar foi perfeito e vejo hoje que tu sofres por eles e nossos netos, será que estão entendendo o que está se passando. Digo-te, que nossos netos estão a tirar conclusões e estes erros não cometerão, mas nossos filhos já estão bem grandes para arcar com seus erros. Quero que você, faça a tua parte, mas não queira assumir os erros deles e suas consequências pois é sua saúde, você precisa de forças para acabar suas tarefas. Em vez de raivas, paciência, em vez de palavras amargas, oração em vez de doenças e fraquezas, o trabalho. Não queiras ser um Cristo, mas seja somente você, humilde, simples e sempre feliz, alegre, como sempre fostes mesmo nas horas mais difíceis e não desanime pois se você sofre eu também sofro se choras, também choro. Tente seguir teu caminho e não deixes que problemas tão pequenos e fraquezas muitas vezes inexistentes, criados por nossos inimigos e aqueles que não nos querem juntos te atingir. Alegre-se, pois quero e preciso de você feliz, eu não tenho pressa de te esperar, saberei esperar o tempo necessário para você estar junto de mim, só não se esqueça que há uma tarefa a cumprir e por isso já fiz minha parte e você faça a tua, mas saiba que a pressa só atrapalhará.

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Cuide-se de você. Não deixes o trabalho, não deixes de acreditar, não deixes de sonhar e não deixes de me amar, pois eu te amo e rezo por você. Pois acredito em você e Deus acredita em você. Fique com Deus! E com minhas saudades! Abraços a este grupo que sempre me recebe de braços abertos. O amigo da casa e do grupo Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida em 10/08/96 no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

CORAGEM E FÉ A cada amanhecer, quando o sol começa a brilhar e antes de sair para minhas atividades diárias na seara do Mestre, a orientar e ensinar a palavra do Cristo, aos irmãos que aqui chegam não me canso de orar e agradecer a esta oportunidade de trabalho e de poder falar a meus familiares. A cada amanhecer e a cada oração, a saudade brande em meu peito e as lágrimas, algo raro em minha passagem carnal, hoje se faz minha companheira, pra suprir a saudade daqueles que ai deixei. A cada dia, trabalho para poder esquecer a saudade que invade minha mente e a vontade de poder voltar para poder resolver todos os problemas dos meus que ai ficaram. Fico orgulhoso, quando no brando da noite ouço meus filhos a agradecer e muitas vezes a me pedir a benção, como se sentissem muitas vezes a minha presença. Sei que a cada hora que vivemos, mesmo em mundo diferentes, tão próximo em sentimentos e emoção tentamos auxiliar-nos através do amor do pai Jesus Cristo. Sei que para aqueles que ai estão, meus filhos, pequenos quando

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parti, hoje grandes e com novas responsabilidades, pais e mães, sempre lembram com carinho das minhas ações e atitudes, as vezes severa, mais necessária para o aprendizado de cada um. Marcos, Marilei, Maristela, Marcio e todos que amo muito, sintam a minha gratidão, por suas esperanças no amanhã, sei que não é fácil, sei que as vezes dá vontade de desistir, eu muitas vezes no silêncio de minhas orações e no meu semblante fechado, quase também desisti, mas algo no meu intimo, não me deixava esmorecer e ao olhar sua mãe e seu amor me faziam lutar, lutar para a vitória, vitória essa hoje que acredito que cada um de vocês devem lutar para alcançar, para aqui quando chegarem, brindarem esta esperança no amanhã e ver que nada foi em vão, por isso com saudades, lágrimas e feliz quero beijá-los e abraçá-los com todo o amor de meu coração, para dizer que vocês não estão sozinhos, Deus está com vocês e eu também. Minha flor, sinto a cada amanhecer, seu corpo cansado chamando pelo meu amor e pelo meu auxilio. Sei que muitas vezes está é uma forma de tentar fugir, esquecer e aliviar nossas dores. Mas saiba Augusta que quero você aqui ao meu lado, acordando ao meu lado, com sua juventude da alma e seu sorriso me trazendo a vida e a esperança para caminharmos ai juntos, no trabalho em nome de Jesus. Sei que não está sendo fácil, o fardo não é leve, mas saiba que como já me expressei em algumas oportunidades anteriores, que eu estou com você e que o seu fardo, também é o meu e você nunca estará sozinha. Acredite que amor, é um sentimento belo e puro e que desde a primeira vez que nos olhamos e nos conhecemos, mesmo longe a tanto tempo na terra, mas juntos em pensamentos o meu amor por você jamais deixou de existir, só se tornou mais forte, pela saudade e mais verdadeiro. Ainda é difícil de explicar em palavras, pois você sabe que não sou muito bom em escrever e falar o que sinto, mas espero que com estas palavras, trazer um balsamo de luz e coragem, um

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abraço de carinho e amor, um afago de calor para que não só você mas toda a nossa família possa ter força para continuar, força para acreditar e força para levantar. A tempestade, não será duradoura, ela vem e volta e sei que todos já passaram por coisas piores, por isso, nunca deixaram de acreditar assim, espero que todos ao ouvirem estas palavras gritem, levantem, corram, sorriam, pois vocês tem um lar, tem um corpo, tem saúde e tem o que comer, por isso vivam e agradeçam a Deus que como eu acredita em cada um de vocês. Não deixem de fazer suas preces e vivam no bem. Eu amo todos vocês. Quanto a nossos netos, eles serão aquilo que vocês lhe ensinarem e saibam que em seus sonhos, aquele contador de histórias, sou eu, que nunca os deixará sozinhos... Augusta, sabe que te amo e sempre te amarei e você não esta sozinha e na hora certa e quando menos perceber estaremos juntos a sorrir e a agradecer pela vida e pelos filhos maravilhosos que tivemos. Não tenha pressa, viva te amo. Com saudades seu Carmerindo. Mensagem mediúnica recebida em 30/05/06 no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

PARA DONA AUGUSTA Nem sempre as lágrimas trazem tristeza, as vezes trazem alegria e amor, apesar do sofrimento que os entes queridos sentem. Trouxe um recado para a companheira, de um companheiro que já viveu aqui na casa, chegou sorridente reconhecendo a sua condição de pouco conhecimento mas de muita vontade, por causa de seus pensamentos de bondade.

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Ele está muito bem, não deixa de pensar em vocês aqui da casa. Sua família aumentou muito, está bem, chegou bem, feliz e sorridente e pede para mandar um abraço especial a dona Augusta, seus filhos e netos. À companheira Augusta: Pense sempre nele sorrindo, nele ajudando. Não pense nele na hora da partida que foi dolorosa. Ele tem tanto para pensar, mas ainda pensa nela. Mensagem mediúnica recebida pelo Cid em 09/07/93, no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

Menina Augusta, lembre-se que aquele que mais tem mais será dado. Não temais as responsabilidades que te acercam. Tens capacidade e um coração bondoso, por isso é que tantos te procuram. Nós aqui, do outro lado da vida, também laboramos e estamos contigo na boa luta. Prossiga alma irmã. Avante. Uma amiga espiritual. Mensagem mediúnica recebida no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

AUGUSTA As tonturas que sentes, cara irmã, nada mais são que o acúmulo de fluidos que serviriam de meio para as comunicações de dezenas de espíritos que de uma maneira ou de outra se afinizam contigo e teriam a oportunidade de se desvencilharem de tantos problemas. Amime-se minha irmã; a caso esqueceste que é dando que se recebe? Reflita na tarefa que te cabe.

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Que Jesus te abençoe! Um amigo. Mensagem mediúnica recebida em 08/07/00 no Centro Espirita Casa de Jesus- CECJ ***

MENSAGENS ENVIADAS POR AUGUSTA Estou muito feliz por ver meu filho aqui hoje. (referindo ao Marcos) Ele ouviu as minhas preces. Como é bom, meu coração está tão alegre, tão contente. Chorei. Vou fazer um pedido a vocês. Peçam para que ele venha sempre, tem muita gente do lado de cá ajudando ele. Vocês imaginam. Prometo a vocês que nunca mais puxo a orelha de ninguém. Estou totalmente recuperada. Digo a vocês: Deus é Pai, Deus existe. Psicofonia de Augusta em 21/09/11. Sociedade Espírita André Luiz - SEAL. ***

Carmerindo meu esposo me conforta, incentivando-me a seguir meu caminho espiritual. Mas a família que gerei filhos queridos, a saudade me sufoca. Desejo ver-lhes saudáveis e fortes, mas ai! Não posso interferir, pois cada um deve seguir sua jornada com seu próprio esforço. Aos amigos que deixei, suas lembranças são como um abraço caloroso e fraterno. Ah, a vida aqui é inexplicável. As flores também estão desabrochando, vejo muitas orquídeas, minhas favoritas e adoradas. Queridos filhos, eu vos amo e desejo que vocês tenham por mim esse mesmo amor. Não se desesperem, pois não estão sozinhos.

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Deus vos abençoe, sua mãe Augusta. Mensagem recebida por Marli, no grupo mediúnico Arautos da Renovação em 21/09/11. S.E.A.L ***

Saudade… palavra agridoce, tem gosto de lágrima e doces lembranças… saudade do tempo em que convivia convosco, que afagava meus filhos e abraçava meus netos e bisneta. Saudade, ah! Mas não posso me rebelar. Tenho tantas ocupações que o amor de Jesus me proporciona, fazendo que minha estadia nessa casa transitória onde habito e onde eu posso aprender e lembrar, meus queridos do coração e do meu sangue. Amigos, trabalhem com Jesus. Todo o tempo despendido na divulgação que ele nos deixou é como se confeccionássemos uma joia de incalculável valor. Um abraço fraterno da Augusta, ainda com muita saudades de todos. Mensagem mediúnica recebida em 04/09/13. SEAL ***

MENSAGENS RECEBIDAS POR AUGUSTA “A sábia filosofia Hindu nos brinda com este canto. Um dia um santo homem, em companhia de um discípulo, aproxima-se de um rio e vê então, que um escorpião está se debatendo nas águas. Com ternura o pega nas mãos e o traz para a segurança da terra firme, mas é então picado pelo animalzinho peçonhento. Sentindo dores terríveis que lhe traz a picada, nota que o escorpião volta ao rio e começa a se debater novamente. Ante o olhar pasmo do discípulo, torna a salvar o escorpião tirando-o das águas. Nova picada e maio-

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res dores fazem com que se contorça. Outra vez, o animalzinho volta às águas e mais uma vez é resgatado pelo santo homem que agora o coloca bem mais longe do perigo, mas novamente é picado. A dor é insuportável e vendo o sofrimento do mestre diz-lhe o discípulo, indignado. _ Mestre, como te deixaste levar a este sofrimento, errando por três vezes? Por que não desistisse após a primeira picada? Responde-lhe o santo homem: _ Não cometi nenhuma tolice. Cumpri com meu dever. O escorpião, por hora só sabe atacar, mas eu já sei que está dentro de sua condição e colocará em ação o que sabe fazer. Caros irmãos, devemos refletir sobre este ensinamento. Quantas vezes somos escorpiões peçonhentos, quando temos tudo para ajudar. Temos Jesus como nosso mestre que nos trouxe lições para amar, ajudar, nunca atacar. Cada um dá o que tem. Guardem em vossos corações, amor e não veneno. Na marcha da evolução é inconcebível que ainda haja tantos escorpiões, mas há e muitos apesar dos 2.000 anos de Amor Crístico. Jesus nos abençoe. Frei José O.F.M” (ORDEM DOS FRADES MENORES) Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 22/08/91 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ ***

“CAROS IRMÃOS v Meu ideal, em encarnação passada, era ser missionário. Sonhava catequizar os selvagens africanos, mas, minha ordem religiosa, me enviou as missões da Amazônia. Entre várias tribos, não só convivi com os indígenas, mas também com muitas outras pessoas que, em meio a selva, levavam uma vida

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de sofrimento e talvez mais primitiva que a dos próprios índios. Eram seringueiros, garimpeiros e caçadores profissionais. A vida que levavam não justificava tanto sofrimento, a troco de quase nada. E eram segregados da sociedade. O seringueiro que de madrugada se embrenha na floresta, tendo como única defesa um canivete e um lampião que é acoplado em sua cabeça, vai sangrando as seringueiras, para mais tarde recolher o látex, que depois de defumado será vendido a troco de tão pouco. O garimpeiro, bateando nos rios infestados de perigos, recolhe ouro e pedras preciosas. Apesar do valor de sua conquista, ele pouco lucra, pois o bamburro vai para o atravessador. O caçador enfrenta feras e répteis perigosos e o produto que consegue é trocado por ninharias. Mil perigos são enfrentados: desde o pequenino pium, que é uma verdadeira tormenta, até a grande jetiranaboia; desde a pequena jararaca até a enorme sucuri, e mesmo a temida jaquiranaboia; desde o minúsculo candiru, até a piranha, o peixe-elétrico, a arraia de ferrão venenoso e muito doloroso, desde a formiguinha fogo, quase invisível até a avantajada tocandira, que ferroem provocando febre e convulsão, desde o gogo de sola, pequeno macaco de hábitos noturnos e que se alimenta de sangue, até a traiçoeira suçuarana. E, mais na infinidade de animais que nem a mais fértil imaginação pode conceber, eles enfrentam no dia a dia. São meses e anos cujo o contato com a civilização só é feito através dos navios gaiolas que sobem os rios carregados de bugigangas que são trocadas pelos produtos valiosos destes semisselvagens. Eu não conseguia achar explicação para tal viver, pois não eram foragidos da lei, ao menos não em sua maioria, nem desajustados da sociedade. Isto era um mistério para mim. Hoje, no plano espiritual, tenho a explicação. Aqui também há segregados. São espíritos de criminosos, malfeitores, suicidas que vivem em colônias e que ao sentirem a graça do arrependimento veem

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aparecer uma luz que lhes permite enxergar os espíritos benfeitores, que ai estão a espera da oportunidade de poder resgatar estes irmãozinhos. Eles são levados a colônias, onde são evangelizados e preparados para nova encarnação. Muitos destes espíritos, cientes de suas fraquezas, de suas tendências criminosas, pedem para serem segregados em sua próxima reencarnação, deixando o convívio da sociedade, das oportunidades de novas quedas, em meio a vícios e paixões. Isolam-se em lugares inóspitos e ali, além de resgatarem dívidas, esperam conseguir o equilíbrio para futuras reencarnações em meio a sociedade. Convém lembrar que, o que eu julgava ser um ideal, era na verdade um caso de isolamento em busca de equilíbrio, como o dos seringueiros, garimpeiros e caçadores. Que deus nos ilumine sempre e nos dê estas chances que são verdadeiras bênçãos. Frei José O.F.M (ORDEM DOS FRADES MENORES) Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 24/08/91 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). N.I Perdoe-me a pobreza da comunicação, mas ainda não há uma sintonia psíquica nem motora com o comunicante e o médium, mas isto será sanado posteriormente. ***

“CAROS IRMÃOS Quando as negras nuvens da discórdia se tornam mais densas, conturbando a humanidade, os vigilantes espirituais lançam-se em redobrado esforço, na tarefa de desanuviar as mentes insanas que, na cegueira do materialismo enganador e ilusório, leva a humanidade à insegurança, traz o caos e temor pelo futuro material, faz com que muitos encarnados se desestruturem e, assim, entregam-se aos crimes, aos suicídios. Esta situação faz com que se convoque outra legião de espíritos

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encarregados do refazimento, para curar as mazelas que estas mortes trágicas, trazem. Outra legião de espíritos, de todas as nacionalidades, todos os credos e todas as ideologias, procura seus afins para intervir-lhes uma diretriz de moral mais elevada e de desapego às fantasias e paixões materiais. Assim, a insanidade de alguns tiranos provoca danos que requerem uma lista quase hercúlea do bem versus o mal. Para o encarnado, há o sofrimento do momento atual. Para o encarnado quando deixa a carcaça, há o conhecimento da realidade e então procura correr atrás do prejuízo. Para o espírito, a cruel realidade do desequilíbrio humano faz com que planejamentos de encarnações de pronto prazo devam ser revisadas e acomodadas a novas situações. Para o espírito há ainda a tarefa de procurar manter, ou melhorar o ambiente de suas futuras reencarnações. Estes itens merecem reflexão, principalmente dentro das casas espíritas. O planeta Terra é o futuro dos desencarnados. É necessário harmonizar este círculo. Peço licença para esta prece. Irmãos, vamos abrir nosso entendimento para compreender que a vida é sempre um acreditar mais uma vez, que ela é um ato de fé que se renova a cada passo, a cada instante, a cada dia até o último momento da existência terrena. Nesta jornada há erros e acertos, mas eles fazem parte da mesma e precisam ser vividos na certeza do amparo e socorro do Pai celestial. Por isso digamos sempre: se o Senhor é por mim, quem será contra mim? Jesus ilumine a todos. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 15/11/91). Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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“CAROS IRMÃOS Simboliza-se o coração como reduto dos sentimentos. Poderíamos dar-lhe mais uma qualificação, compará-lo a um espelho, que para oferecer um reflexo nítido tem que estar bem polido. Qualquer mancha que o deixe embaçado prejudica a imagem que nele se reflete. Assim também, o coração tem que estar sempre limpo para o exemplo que o médium de ser. Principalmente nos dias de convocação ao trabalho mediúnico, é preciso que haja uma limpeza bem-feita para que se alcance um resultado positivo. A preparação deve começar logo ao despertar, e no correr do dia ir alcançando o efeito desejado. Manter a calma, ser paciente, desprendido, compreender as falhas dos que os cercam e tantas outras coisas, tão necessárias para que o coração esteja limpo e preparado para um intercâmbio útil e responsável. A relação com o plano espiritual é séria, daí a responsabilidade do médium. Tragam, portanto, o coração limpo, livre das impurezas, para que se assemelhe a um espelho bem polido, pronto a refletir-se na beleza do trabalho mediúnico. Que Jesus os orientes e abençoe Frei José O.F.M”. (Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 24/06/92 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CAROS IRMÃOS O medo e a inquietação que se desprende da mente humana, condensa as nuvens sombrias da angustia e do envolvimento tão cheio de miasmas. O pensamento é uma força geradora, que deveria ser usada

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para equacionar só vibrações boas, positivas, para que este choque de sentimentos não houvesse. Grande número de pessoas são envolvidas nas tramas dos pensamentos negativos. O temor pelos momentos difíceis, o desconhecimento do amanhã material, traz tanta insegurança e muito desiquilíbrio entre os homens. Irmãos, reportemos no tempo e saibam que desde tempos remotos, a dificuldades, as discriminações, os problemas, a insegurança, sempre existiram. Quando Cristo habitou a Terra, trouxe luz, coragem, consolo a todos os que o seguiam. A fé e a confiança alcançavam as multidões que o seguiam e eram aliviados de seu fugo. Cristo, como homem viveu há 2.000 anos, por acaso ele foi derrotado? De maneira nenhuma, os radicais, puderam impedir sua missão. Destruíram o físico e só conseguiram ver que a luz, o consolo, o caminho e a verdade, não estava em seu poder destruí-los. O passar dos anos, a missão crística, em trazer o alívio e a fé tem se fortalecido e é de se lastimar que a luz do evangelho ainda não consegue dissipar os pensamentos tão destrutivos dos que nestes presentes dias ainda se manifestam. É triste sentir que em vez de buscar a limpeza mental, que desanuviará o negror que envolve a humanidade, não se faça ainda sentir. Os problemas e as dificuldades, as incertezas estão aí, mas as lições do divino mestre também vêm sendo trazidas a todos como um verdadeiro bálsamo. Vamos contribuir e esquecer a depressão, o envolvimento obsessivo e emitir sabiamente ondas vibratórias de amor e coragem, pois que não podemos parar a vida e nem deixar de cumprir os compromissos assumidos. Cristo está vivo e está presente entre todos os que buscam o seu consolo e o perdão desta herança sofrida que a humanidade herdou através de seus erros.

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Sempre Jesus o grande mestre poderá ajudá-los nesta tarefa de fazer vossas vidas terrenas, um vale de menos lágrimas e mais amor. A bênção divina se estenda a todos. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida em 26/06/92, no grupo mediúnico Preces para a Dor – Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CRISTÃO “Todo o cristão cultiva a esperança, que lhe dá a autoconfiança e em especial a superconfiança em Deus. Todo o cristão consegue beber na fonte límpida da bondade divina, a água viva da renovação. Todo o cristão tem inerente a persistência, a disciplina, a organização através de ações concretas que filtrarão os empecilhos que surgem. Todo o cristão tem a segurança para cronometrar as atitudes morais que podem mudar prismas menos dignos. Todo o cristão traz em si a força para enfrentar os desafios na caminhada do bem. Todo o cristão entende que chegou a hora de não mais assumir compromissos, vínculos com o mal. Todo o cristão compreende os sinais do futuro e procura resgatar suas dívidas com fé e esperança. Todo o cristão sabe que os primeiros passos, embora trôpegos, são coisas do passado, hoje se caminha com mais firmeza. Todo o cristão segue, confiante, os passos do mestre dos mestres. Você é cristão? Que Jesus o ajude. Frei José O.F.M”

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(Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 17/07/92) Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MINHA ORAÇÃO É primavera e sois vós Pai, o criador de tão bela, tão florida, tão perfumada estação. Somos também criaturas Vossas, por isso Pai, fazei que cada filho Vosso seja como a primavera, cheios da luz que vem de Vossa palavra forte e inspiradora. Que em cada criatura Vossa, floresça a fraternidade, a compreensão e o respeito, para que possam amar e servir a todos os que os cercam. Que de seus lábios exalem o perfume do auxílio, do amparo e da coragem para levar o consolo a todos os irmãos na amargura da aflição. Que suas mãos tenham a suavidade da brisa primaveril para acariciar e conduzir com brandura a todos os irmãos que se acham perdidos nos descaminhos da vida. Fazei Pai, que as brumas da violência, da revolta por tantos descalabros se percam no tenebroso e frio inverno, e que se tornem como as folhas que no outono caem e morrem no chão. Mas, oh! Pai permita que todos cheguem ao verão cheios de calor humano, para que se tornem instrumentos de Vosso amor, na imitação de Jesus, Vosso dileto filho, nosso mestre e irmão maior, construindo a liberdade, a paz, distribuindo a serenidade, a harmonia para que todos possam captar as belezas da vida em concórdia e justiça. Obrigado Pai de infinita misericórdia, que Vossas bênçãos cheguem a todas as criaturas fruto do Vosso amor. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 02/10/92) Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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“SURSUM CORDA (ELEVAI OS CORAÇÕES) Oh! Pai que sois todo poder e bondade, que nos destes Jesus como mestre de tantas lições sublimes que enobrecem e engrandecem os corações com as virtudes que vós emanais. Dai a todos um coração semelhante ao de Jesus. Um coração aberto aos bons sentimentos e fechado a toda mesquinha ambição, a toda e qualquer desprezível competição humana. Um coração fraterno que saiba amar a todos, servir a todos e sofrer por todos. Um coração forte que supere todas as provocações, todo o tédio, todo o cansaço, toda desilusão e todas as ofensas. Um coração dócil e solidário predisposto ao perdão e ao sacrifício sempre que se fizer necessário. Um coração bondoso que palpite em sintonia de amor com o próximo. Mas acima de tudo, um coração humilde que saiba cumprir com fé e submissão a Vossa vontade santa e justa, oh Pai. A benção do Pai esteja com todos. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida em 09/10/92 por Augusta Pedri Souza, no grupo mediúnico Preces para a dor. – Centro Espírita Casa de Jesus - CECJ). ***

“IRMÃOS Um pequenino ovo é encarcerado dentro de um casulo e começa a metamorfosear-se: de ovo passará a larva, de larva a lagarta, de lagarta a crisálida, quando então chegará o momento do casulo romper-se libertando: ou uma belíssima borboleta que em sua delicadeza parece uma flor alada, volitando a luz do dia, recebendo o ósculo dos raios solares, encantando e causando admiração a quem contempla.

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Ou se liberta uma feia e pegajosa mariposa que causa repugnância e que se esconderá na escuridão da noite, longe da luz benéfica. O espírito também torna-se prisioneiro no casulo do corpo humano, e nesta clausura irá normalmente passar por várias fases em sua trajetória terrena. Será infante, adolescente, adulto e ancião. Quando chegar o momento do casulo romper-se, quando o corpo físico, repousar no túmulo, liberta-se o espírito que segundo a trajetória poderá surgir belo como a borboleta, em meio à luz das esferas elevadas, ou se libertar como uma mariposa feia, asquerosa, caindo na escuridão das trevas onde haverá choro e ranger de dentes, até que nova volta ao casulo se faz oportuna. Irmãos contemplem e comparem: a borboleta e a mariposa. Depois olhai para dentro de vosso casulo, e então mister se faz descobrir o que ai está se desenvolvendo. Cuidai para não serdes surpreendidos quando chegar a hora de libertação. Os casulos são iguais e perde-se, o que conta mesmo é o conteúdo deles. Que Deus os ilumine. Frei José O.F.M” (Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 11/06/93, no grupo mediúnico Preces para a Dor Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“Deixai vir a mim as criancinhas, pois dela será o reino dos céus” (palavras de Jesus). Dizeis: a criança representa o “futuro”, porque então lhes corrompei o presente? Dizeis: a criança representa a “paz”, por que então semeai guerras? Dizeis: a criança representa a “esperança”, porque estão entregues ao abandono da rua?

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Dizeis: a criança representa o “bem”, porque então lhe exemplai o mal? Realmente a criança representa o futuro, a paz, a esperança, o bem. A criança é como um vaso de cristal. Se o deixarmos se quebrar impossível é recompô-lo sem deixar falhas e rasuras. Atentai para as palavras do mestre e cuidai das crianças, pois que o que por elas fizeres será também a vossa conquista do reino dos céus. Que Jesus os abençoe. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 02/07/93. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ).

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“CAROS IRMÃOS No majestoso templo de Jerusalém ou mesmo nas sinagogas de toda a palestina, Jesus não pode fazer suas pregações, trazer seus ensinamentos, sem ser cercado pelos sacerdotes, escribas e fariseus. As lições do divino mestre eram contestadas pelos que afundavam se nos alfarrábios da lei e julgavam se os danos da verdade, e que Jesus chamava-os de túmulos caídos. Por tudo isto, o Cristo trouxe ao mundo as mais belas e esclarecedoras verdades, os ensinamentos mais profundos em lugares ao aberto, junto ao mar da Galileia, ou mesmo sobre suas águas dentro de barcos humildes, consolidou suas lições sem retaliações. O resumo, a essência de sua preciosa e divina doutrina. Ele distribuiu com amor no famoso sermão da montanha, longe da volúpia destruidora. A natureza foi palco de suas bem-aventuranças, quando a missão crística trouxe a luz ao espírito e abalou a humanidade em sua estrutura frágil e material. As casas espíritas em sua singeleza, sem atavismos,

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assemelham-se aos locais em que o Cristo mais sublimemente distribui os alicerces da vida do espírito. Por isso, irmãos, sigam o exemplo do mestre, com bondade, com amor, com respeito propaguem esta doutrina consoladora. Que a intolerância não vos faça verdugos, porque o látego que hoje usais será cilicio do amanhã. Sede irmãos que sabem usar a razão e sereis espíritas desfraldando a bandeira da paz. A união não conhece empecilhos, quando ela se baseia na humanidade. A fogueira da inquisição não deve fazer novas vítimas. Orai e vigiai como o Cristo nos ensinou e sereis seus discípulos, não seus verdugos. Que Jesus os abençoe. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 10/12/93) Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“IRMÃOS Não deixeis que espíritas endurecidos, prepotentes vos abalem. O veneno que eles destilam vem em conta-gotas, bastante lentas, ao passo que as palavras de carinho e dedicação que diriges a estes irmãozinhos encarnados e nas malhas do sofrimento, e até da alienação, chegam como eflúvios de acalanto e ajuda. A força vibratória do amor, do bem, cerca estas criaturinhas como uma couraça que irá destruindo os torpedos do mal, de perseguição sem frutos e sem maiores danos, se de vossa parte houver sempre esta doação abençoada. Caniços aos ventos são mais resistentes do que podeis supor, até os ciclones não os derrubam. Continue este trabalho de amor com bravura e ninguém deterá a magia de tanta dedicação, magia linda, retentora e eficaz. Que Jesus os abençoe. Frei José O.F.M”

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Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 18/12/93 no Grupo mediúnico Maria de Nazaré. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CAROS IRMÃOS Talvez vos cause estranheza vir assiduamente em comunicações em vossos trabalhos, mas para minha graça e felicidade foi-me permitido fazê-lo e estar com vós em especial neste trabalho dominical. Por quem os sinos dobram meus irmãos? Por certo não é pelos vivos, mas pelos que sucumbem ao desânimo, à intolerância, à vaidade e a toda espécie de torpor espiritual. Cuidai que não estejais entre os que recebem os dobrados dos sinos, mas buscai na paz de Jesus, na paz que Jesus nos deixou, o ideal de vossa vida espiritual. Aproveitem esta época de vibrações do Natal para fazer de vossos corações o presépio de Jesus, e que se entoem hinos de hosanas pela vossa boa vontade em se doar com amor e harmonia nesta casa que é Belém, a Casa de Jesus. Para vós o virar da folhinha, do calendário é tão significativo, por isso nascendo com o infante divino neste Natal, enveredai no ano novo com muita fé, amor e caridade no servir ao próximo. Que Jesus os abençoe. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 19/12/93 . Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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“IRMÃOS EM CRISTO A doutrina espírita é, sem sombra de dúvida, o consolador prometido pelo mestre dos mestres. Quando alguém, ou melhor, dizendo, quando um encarnado adentra a casa espírita e se harmoniza com a sua pregação, passa a ser um discípulo de Jesus, seguindo as pegadas do amor que ele marcou a sua caminhada sublime, torna-se o tarefeiro da última hora, que em menor tempo de serviço mais passa a produzir. Torna-se o tarefeiro que busca servir com amor e muita, mas muita humildade, a exemplo de seu mestre. Torna-se o tarefeiro que, por mais capacitado que seja, coloca-se na condição de fervoroso aprendiz do semeador Galileu, buscando na evangelização o baluarte de sua evolução. O tarefeiro que alia o trabalho ao aprendizado, que busca nas elucidações evangélicas, a diretriz de seu ideal espírita. As casas espíritas oferecem aos que têm boa vontade, os grupos de estudos evangelizadores e mediúnicos, oferecem grupos de evangelho revitalizante, tão necessário para o tarefeiro haurir forças, energias que possibilitem que ele seja o doador, o servo fiel da seara do mestre. Na evangelização contínua ele pode ser o tripé da doutrina espírita, símbolo da fé, esperança e caridade, que é a essência da doutrina de Cristo: o amor. Irmãos, não deixem que por falta de humildade, a vossa casa espírita seja um prédio de paredes frias, inúteis. Sejam vocês o alicerce da casa, magnetizando-a com o amor crístico, buscando a emarar cada um de vós no caminho de apóstolos e obreiros da última hora. Que Jesus os ilumine. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 01/10/94 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ).

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“IRMÃOS Cada grupo mediúnico tem as suas características. As deste é a de socorrer a tantos que aqui vem em busca de auxílio. Este auxílio deve a revestir de amor, benevolência, diplomacia e muita paciência. Os irmãos que aqui chegam cheios de mazelas, em cobranças dolorosas de vidas passadas, necessitam de ajuda específica. Grande parte do trabalho aqui efetuado, é obrado por fora da sessão mediúnica, mas isto graças ao empenho, a doação de quantos aqui trabalhem. Há elos bastante fortes entre os dois lados e em nenhum momento, vós que representais o lado encarnado, deve se subestimar. Não podeis avaliar a extensão do vosso esforço, os benefícios que tem chegado aos necessitados destes dois planos, onde podem ter a certeza muito se faz, embora no anonimato. Prossigam neste trabalho anônimo, mas sempre profícuo. Não se preocupe com as aparências, que embora mostrando humildade, devem ser motivo de incentivo bem aplicado. Não podeis supor o quanto tem sido feito, só Jesus para abençoá-los e dar-vos forças. Necessitamos da vossa colaboração e que ela venha sempre sem vaidade, mas incentivadora. Que Jesus os abençoe. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza) Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CAROS IRMÃOS Ah! Se pudésseis ver o contorno de vossos pensamentos. Muitas vezes julgais que eles te enviam em forma de torpedos, projéteis ou dardos que atingem o alvo predestinado. Em vossa cegueira huma-

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na, achando uma condição de honra ou de justiça lançais, ou melhor, fazeis uso deste artifício perigoso e insensato. No momento na maioria das vezes, tanto na horizontal como na vertical, este alvo traz a característica do vosso erro. Vossos pensamentos quase sempre tem o formato diferente do que partem, mas sempre retornam ao franco-atirador. O risco é grande e as surpresas são cruéis e dolorosas. Ao contrário, se existe perdão, compreensão e respeito em vossos pensamentos, eles por certo atingirão o alvo, levando a caridade que o mestre nos ensinou e a vós retornarão, não como perigosos bumerangues mas como belas e lépidas borboletas transcendendo o perfume da flor do amor. Cuidai que vossos pensamentos não sejam o vosso calvário bem-merecido, mas a ressurreição do anelo divino, esquema supremo de vossa vida espiritual. Que Jesus ilumine vossos pensamentos. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza) Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MEUS IRMÃOS Lembrem-se de que as casas espíritas têm a sua doutrina fundamentada num lema: “Fora da caridade não há salvação”, Situem-se dentro desta máxima e conscientizem-se do que ela representa. Absorvam os ensinamentos do mestre e não haverá dificuldade para discernirem os problemas que surgem. Aos verdadeiros espíritas não haverá escolhas, nem obstáculos que não possam ser superados. Nunca lhes será dado fardos que não possam carregar, nem problemas que não tenham solução.

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Necessário se faz confiar sempre, e sempre mais, no mestre dos mestres e na assistência que o plano espiritual lhes oferece continuadamente. Lembrem-se de que, principalmente para vós foi dito:

“Meu pai trabalha, eu trabalho...”

Nós que do lado de cá, os amamos e estamos convosco sempre, vos perguntamos:

“Não devereis também trabalhar?”

Considerem o privilégio de serem tarefeiros desta casa e vamos em frente unidos, coesos: vós no plano físico e nós no plano espiritual. Que Jesus os ilumine. Frei José O.F.M”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 02/07/95 na reunião bimestral, Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“IRMÃOS EM JESUS Nenhuma outra religião, somente o espiritismo, convoca tanto os seus adeptos ao trabalho. A seara é grande e os tarefeiros tem que se conscientizar da importância do trabalho dentro das casas espíritas. A vida terrena, em si, já é tão curta, as oportunidades de trabalho são limitadas dentro destes poucos anos de vivência no plano físico. E é lamentável que o tempo de serviço seja tão reduzido pelo comodismo, pela omissão, pelo egoísmo. Narra uma lenda oriental que certo marajá passeando acomodado sobre seu elefante ricamente ajaezado passa perto de um octogenário que, com dificuldade, se dedicava ao plantio de tamareiras, admirado indaga o marajá:

Bom homem, quantos anos têm?

Responde o ancião:

Quatro anos, meu senhor.

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O marajá se irrita diante de tanta insolência e diz:

Sabes com quem estás falando?

Responde o ancião:

Sei meu senhor, mas dei-lhe a idade que considero justa. So-

mando os tempos em que participei do trabalho que envolve o bem, a ajuda aos meus semelhantes minha verdadeira idade é de quatro anos, os demais eu os perdi irresponsavelmente. Foi uma grande lição para o marajá. Que ela seja para todos que peregrinam neste mundo de provas e expiações, principalmente para os espíritas, imbuídos na responsabilidade de conhecerem o valor da vida física a benefício da vida espiritual. Perguntemo-nos quantos anos temos de vida dentro do trabalho que produz boas obras. Façamos um balanço e tenhamos a coragem de admitir o pouco que vivemos até agora. Façamos um balanço dos anos perdidos e mãos à obra, já e sempre, até o último atino da vida terrena. Jesus o grande trabalhador nos abençoe. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 15/02/97, Grupo mediúnico Maria de Nazaré. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MINHA ORAÇÃO Disse o salmista: “Cantemos um hino de louvor ao senhor! ”. Cantar um hino de louvor: É guiar a criança em caminhos que não sejam as ruas asfaltadas de vícios, erros de violência. É dar aos jovens um sentimento de vida verdadeiro, não deixando que o sexo e as drogas sejam a melhor escolha. É ajudar os necessitados em seus passos trôpegos sobre cascalhos de descriminações, desrespeito e desprezo.

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É enxugar as lágrimas das mães que se sentem impotentes diante de seu lar esfacelado. É estender, sem preconceito, a mão que levantará o decaído nos ardis do crime. É consolar sempre, sem esperar consolo. É educar com integralidade e dignidade a todas as criaturas. É ser instrumento do Cristo vivo. É ser simplesmente médium. Cantemos em uníssono este belo canto de louvor ao Senhor! Que a bênção de Jesus esteja com todos. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 26/06/99. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“NATAL Nem mesmo as agruras, os momentos de crucial incerteza, nem a violência, que caracteriza este final de século como o século do medo, conseguem destruir o encanto do advento do Natal. Não do Natal de orgias e bacanais dos excessos no beber e no comer, reminiscências do tempo pagão das festividades pagãs, mas do Natal, onde reina o amor, a alegria e a esperança. No Natal esperado com ansiedade pelas crianças, até mesmo aquelas de míseras condições, que encostando o narizinho no vidro das vitrines contemplam embevecidos os presentes, os brinquedos e os adornos e sonham. Sonham em possuir todas aquelas coisas belas que os fascinam. Veem-se brincando com aqueles brinquedos e neste deleite, seu pensamento voa. São sonhos que se desvanecerão quais bolhas de sabão, assim que passarem os festejos natalinos, mas ao menos por alguns

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momentos em doces sonhos foram reis. O Natal em que o jovem apenas saído do engodo que são as festas natalinas ainda guarda lembranças agradáveis da sua ingenuidade onde o menino Jesus aniversariando, não recebia presentes mas os dava através do bom velhinho de barbas brancas, o Papai Noel, e nesta saudade olho o mundo com mais fé e esperança. O Natal do adulto, agora artífice da peça em que como ator representará o bondoso velhinho, se alegra em poder trazer momentos de felicidade aos seus. O Natal dos idosos que, na experiência de tantos natais já passados, deixa a ilusão das quimeras terrenas e se prepara para, com o desencarne, vir a participar dos verdadeiros natais em novos renascimentos, em novas jornadas. Nos hospitais os doentes, neste clima de Natal, sentem se amenizarem seu sofrimento, alguns louvam a Jesus na certeza de breve restabelecimento. Outros no presságio da partida próxima, rogam forças ao menino Jesus. Nos presídios, onde a miséria moral é apanágio dos que aí estão encarcerados, aíi também este advento traz alguma diferença: são presidiários que, na lembrança da inocência de sua infância, derramam algumas lágrimas e lançam um pedido desesperado de ajuda, um pedido de uma nova oportunidade. Esta oportunidade não virá certamente nesta vida atual, mas esta intenção será gravada na espiritualidade e em momento oportuno, chegará ao conhecimento do postulante quando se vir na erraticidade. Até a natureza se transforma, as flores desabrocham mais belas, os pássaros cantam trinados mais maviosos. As cigarras emitem acordes que nem os melhores sopranos alcançam. As borboletas e as abelhas volitam em torno das flores, num balé mágico. Procurem observar e sentirão a magia que há no ar. É Natal que, embora proceda de festas pagãs, a presença, a evocação de Jesus, santifica, alegra e nos torna mais felizes, porque para nós

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os desencarnados, o Natal também é esperado, sabemos que louvores a Deus e a Cristo, todos os dias devem ser dados, mas as emanações que partem dos encarnados contagiam o mundo espiritual e então, com mais sublimidade se entoam hinos de louvor, cantam-se em coros enlevados: Hosana nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade. Que Jesus seja um eterno Natal em todos os espíritos: encarnados e desencarnados. Que os bons propósitos feitos neste Natal se concretizem e Jesus menino atenda às preces dos homens de boa vontade. Um Natal venturoso a todos. Que Deus nos abençoe Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CAROS IRMÃOS Os campos de batalha da segunda guerra mundial muitas vezes cobriam-se de cadáveres e de feridos. Os mortos eram atirados nas valas e os feridos levados aos hospitais de campanha, cuja precariedade não permitia aos médicos salvar vidas a contento, por isso, o trabalho de consolo, de conforto espiritual exercido pelos religiosos era mais importante e eficaz que a medicina. Foi num destes hospitais que um capelão ao exercer sua atividade, aproxima-se do leito de um soldado bastante ferido e lhe pergunta, mostrando a Bíblia, se não gostaria de ouvir a palavra de Deus escrita no livro sagrado. Talvez descrente ou revoltado pela dor ele responde: “Não! De jeito nenhum, o que gostaria mesmo era de um pouco de água, pois tenho sede. ”

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O capelão vai em busca de água e, ajudando a levantar um pouco o corpo de ferido, dá-lhe de beber, depois torna a reclinar o jovem, mas ouve este dizer: “Como gostaria de ficar mais erguido para poder respirar melhor pois me falta ar.” O capelão, sem hesitar, despe seu, sobretudo e improvisa um travesseiro que coloca sob a cabeça da infeliz criatura. Já se preparava para seguir adiante e cuidar de outros necessitados quando ouve o ferido balbuciar: “Frio, sinto tanto frio. ” Novamente o capelão se despe agora de seu paletó e com ele agasalha os braços e o peito do soldado. Ainda está ajeitando o agasalho quando nota os olhos cheios de lágrimas do jovem e ouve estas palavras, se este seu livro ensina a fazer aos outros o que o senhor fez comigo, então eu quero ouvi-lo. O capelão abre a Bíblia e lê: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Que Jesus os abençoe Frei José O.F.M”

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CAROS IRMÃOS Uma história com sabor oriental, diz: Um cientista francês querendo conhecer o deserto do Saara contratou um guia árabe para esta aventura. À noite e pela manhã, o guia estendia seu tapete sobre a areia e fazia suas preces. Um dia o cientista pergunta-lhe:

Por que assim procedes? Por que fazes isto?

Responde o guia:

Estou louvando e orando a Alá – Deus.

Com ironia, diz-lhe o cientista:

Já viste a Deus?

Não. Foi a resposta.

Já tocaste em Deus? Sentiste Deus?

Não. Responde o árabe.

Então não passas de um tolo acreditando no que não vês,

não sentes e nem tocas. O guia nada respondeu. Na manhã seguinte ao levantarem para o início de mais uma jornada, diz o cientista:

Por aqui esteve um camelo.

Pergunta o guia:

O senhor viu o camelo? Tocou nele, sentiu-o?

Não. Responde o cientista.

Então como o senhor tem certeza de que existe este camelo

e que ele aqui esteve?

Oras, pelas marcas que aqui estão.

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Neste momento o sol começa a surgir no horizonte, com seus raios resplandecentes. O árabe diz a seu patrão:

Vede então as marcas de Deus, apontando o sol.

Portanto pelas marcas existe seu camelo e por marcas bem maiores, existe Deus. Irmãos, as marcas de Deus estão em toda a criação, mas mais em especial em cada ser humano, seus filhos, que através de suas ações bondosas, construtivas na seara do bem, comprovam a existência de Deus. Somos criaturas que receberam a dádiva da vida física para testemunhar que Deus existe. Um Deus vivo e que flui sua vida para dentro de nós, provando que ele existe e nos ama muito. Sejamos as marcas de Deus, através de uma conduta íntegra, de atividades benfazejas, Somos uma pálida e apagada marca, por ora, mas melhoraremos. Que Deus resplandeça em nós. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 18/09/99, Grupo mediúnico Maria de Nazaré. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“Caros Irmãos Se alguém lhes disser que “perdoar é sublime e não perdoar é divino”, o que respondereis? Vamos encontrar a resposta nesta singela historinha: Seguia Jesus e seus apóstolos por caminhos da Galileia e, em certo momento, buscaram breve repouso à sombra de frondosa árvore. Bem pertinho dali, um pé de cardo, com suas belas folhas verdes prateadas, cheias de espinhos e vistosas flores amarelas, chamava atenção. Eis que se aproxima um homem, que parado, estende a mão

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e toca o cardo. Um “ai” de dor sai de sua boca e limpa o dedo e contemplando o cardo, diz: “eu te perdoo. ” E segue adiante. Os apóstolos, comovidos cochicham entre si, enaltecendo a atitude do homem que exercera o doce dom do perdão. Este dom lhes era ensinado frequentemente pelo querido mestre. Outro homem se aproxima e também, leva a mão a tocar o cardo. O mesmo acontece com ele. É ferido por um espinho e sente a dor da picada. Este segundo homem contempla o cardo e nada diz. Não diz “eu o perdoo” e segue seu caminho. Novas murmurações entre os apóstolos e Pedro, o mais afoito deles, diz: “o primeiro é um santo, pois soube perdoar, enquanto o segundo ainda não sabe perdoar. ” Jesus o interrompe e diz: “em verdade, quem não sabe de nada és tu”. Pedro, abismado, pergunta: “Mas, senhor, o primeiro...” não terminou a frase pois Jesus o interrompe, dizendo: “o primeiro, realmente é um santo, pois soube perdoar quando julgou preciso”. Diz Pedro: “e o segundo? ” O Segundo é duas vezes santo, pois não precisou perdoar”. Ante o olhar de dúvida dos apóstolos, Jesus prossegue: “O espinho fere porque é um espinho, ainda que ele quisesse, jamais conseguiria acariciar, perfumar. O primeiro homem sentiu a dor, mas não entendendo a função do espinho, atribuiu culpa ao cardo, e como tinha bondade no coração, perdoou. O segundo homem sentiu igual dor, mas entendendo que o espinho fere porque é espinho, que é isto o que ele faz, não se sentiu ofendido e por isso não perdoou”. Caros irmãos, quantas vezes os espinhos das provas, das expiações que trazem dor, tribulações, nos visitam, ferindo-nos? Mas, se compreendermos que a dor, as tribulações são instrumentos para nossa evolução, não mais nos sentiremos ofendidos, e assim diante dos que nos ferem através desses espinhos, não haverá ofensores, não teremos que perdoar. Sempre que houver compreensão, desnecessário é o perdão. Que o mestre nos ilumine com suas lições. Frei José O.F.M”

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Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 25/03/00, pelo grupo espírita Maria de Nazaré, Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MINHA ORAÇÃO Pai! Venho rogar-te paz e harmonia. A paz interior pessoal e a harmonia como um todo, aos tarefeiros da Casa de Jesus, a quem tanto amamos. Tu sabes o quanto é importante para nós, que estamos do lado de cá da vida, que haja união e fraternidade entre estes trabalhos, irmãos que professam o mesmo ideal, o de servir com dedicação. Ajuda-nos Pai, a transmitir-lhes a responsabilidade de sentir e viver as virtudes que como talentos preciosos lhes destes. A Casa de Jesus necessita da união de todos que de mãos dadas esmagarão, vencer o egoísmo, o orgulho, a omissão e a inveja. Pai! Venho mais uma vez te rogar que em paz e harmonia estes trabalhadores se abracem fraternalmente e que este abraço seja a benção sublimada de amor. Obrigado Senhor. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 30/08/03 no Grupo mediúnico Maria de Nazaré. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MINHA ORAÇÃO Senhor! Queremos hoje sorrir com o pai que está recebendo em seu lar o filho recém-nascido, que chega para a vida física. Mas também:

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Compartilhar a dor do pai que, em prantos, se despede do filho que parte para a vida espiritual. Queremos abraçar o pai que feliz contempla seu filho, cheio de saúde a brincar, correr, ser alegre. Mas também: Chorar com o pai que vela o filho doente, preso a um leito de dor. Queremos exultar com o pai que vê seu filho ser uma pessoa íntegra no caminho do bem. Mas também: Amparar o pai que, em luta atroz, tenta livrar seu filho das drogas, dos vícios. Queremos, enfim, abraçar todos os pais, quer na alegria, quer na dor, e colocá-los dentro de um coração gigante cheio de amor: O CORAÇÃO DE JESUS. Sejam abençoados todos os pais. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 09/08/03, Grupo mediúnico Maria de Nazaré. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“IRMÃOS Muito se fala em ecumenismo. A igreja tradicional conclama as outras facções religiosas, as protestantes, a se unirem e fortalecerem um só rebanho e um só pastor. Uma iniciativa louvável se ela fosse ditada por um cunho verdadeiramente cristão. Em minha vida missionária nas selvas da Amazônia procurei passar para os selvícolas, os ensinamentos os dogmas e os mistérios da Igreja que postulava. Mas, minha sensibilidade captava o lado místico de seus usos e costumes. Emocionava-me ao sentir uma vazão

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espiritual diferente da que continuava. Já na espiritualidade esta noção me veio como gotas de saber, de entendimento, e me proporcionou o contato com desencarnados espíritas. Graças a estes amigos passei a ser um admirador em busca de mais a mais verdades e, como tal, ouso questionar: “Por que o espiritismo não foi chamado à mesa de conversações?” A resposta é simples: o espiritismo prega que somos todos iguais, filhos de um Deus bondoso, que dá a todos o direito a perfeição. Ensina também que este mesmo Deus, sendo enfim somente justo e misericordioso, não criaria um céu de felicidade infinita a poucos e um inferno de tormentos eternos indescritíveis a muitos. Uma religião que contesta tal lei, não é convidada ao convívio daquelas que com a ameaça deste inferno terrível, e a promessa de um Céu maravilhoso tem sua grande fonte de rendas. Constrói templos suntuosos onde, para adorar a Deus, entoam hinos belíssimos e fazem rituais pomposos ou, para fazerem-se ouvir pelo Criador, choram, fradam aleluia, aleluia, ou então em nome de Deus ou Alá, arquitetam guerras santas. O espiritismo diz que Deus se faz mais presente em casas de oração onde, com humildade, se servem a todos. Que ao lado dos louvores dados a Deus, se pratica a caridade, o amor. Deus está mais presente e Jesus, o Cristo de Deus, caminha ao lado dos que se volvem aos asilos, aos orfanatos, aos hospitais e mesmo aos presídios, levando palavras de fé, amizade, carinho e perdão. Deus está mais presente no casebre ou na mansão, onde pais extremosos dão aos filhos, o verdadeiro zelo cristão, ensinando-lhes o caminho do bem. Não é nas basílicas nas sinagogas nas mesquitas, nos templos suntuosos que Deus se faz presente como tacanhos espíritos acham. É na humildade na simplicidade que aflora a verdadeira presença divina. Que Deus os ilumine e lhes dê a perseverança. Frei José O.F.M”

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Mensagem Mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MINHA ORAÇÃO Pai, quantas vezes teremos que nascer morrer e renascer até que a semente do amor encontre em nossos corações, o solo fértil para germinar e granar, sustentando os frutos do bem? Senhor, quantas vezes teremos que partir para o plano espiritual sem ter conseguido a união fraterna junto aos que nos são contrários? Por isso te pedimos com fervor, um zelo ardente em defesa dos valores morais, culturais e religiosos que nos darão a força e a coragem para vencer os interesses mesquinhos, quer nossos, quer de grupos ideológicos e econômicos que trazem a divisão, nos dominando e aviltando a liberdade e os direitos de cada um. Jesus repudiou a hipocrisia dos opressores e dos gananciosos, dando-nos a lição da dignidade, do destemor e do ânimo forte para construirmos a fraternidade que mantêm unidos pelo vínculo do amor todos os teus filhos Senhor! Jesus nos abençoe. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza . Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MINHA ORAÇÃO Oh! Pai de bondade infinita, quantas oportunidades já nos destes. Nas muitas vidas pregressas, passamos por variações de vidas.

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Já fomos nobres e também plebeus, fomos poderosos e também subalternos. Fomos ricos, mas também passamos pela pobreza, mergulhamos em corpos bem-feitos, bonitos, mas experimentamos também a fealdade física. Já viemos sadios, mas também passamos por vidas marcadas pela doença e deformidade. Foram muitas vidas e muitas experiências. No entanto em tão grande rosário de reencarnações, o egoísmo e o orgulho nos fizeram indignos de caminhar com mais presteza rumo ao teu seio venturoso. Nos destes, Jesus, teu filho dileto para aprendermos a viver e, no entanto, ainda estamos na continência da imperfeição. Pai perdoa-nos e deixe que Jesus entre em nossas vidas, para chegarmos a Ti. Oh! Jesus abraça-nos para que possamos sentir o Teu amparo e a paciência diante de nossas falhas. Sabemos que podemos contar contigo, por isto já nos sentimos abençoados. Que o plano de vida que me foi dado tenha em Ti o condutor. Obrigado Pai. Obrigado Jesus. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MINHA ORAÇÃO Oh! Pai de bondade infinita, quantas oportunidades já nos destes. Nas muitas vidas pregressas, passamos por variações de vidas. Já fomos nobres e também plebeus, fomos poderosos e também subalternos.

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Fomos ricos, mas também passamos pela pobreza, mergulhamos em corpos bem-feitos, bonitos, mas experimentamos também a fealdade física. Já viemos sadios, mas também passamos por vidas marcadas pela doença e deformidade. Foram muitas vidas e muitas experiências. No entanto em tão grande rosário de reencarnações, o egoísmo e o orgulho nos fizeram indignos de caminhar com mais presteza rumo ao teu seio venturoso. Nos destes, Jesus, teu filho dileto para aprendermos a viver e, no entanto, ainda estamos na continência da imperfeição. Pai perdoa-nos e deixe que Jesus entre em nossas vidas, para chegarmos a Ti. Oh! Jesus abraça-nos para que possamos sentir o Teu amparo e a paciência diante de nossas falhas. Sabemos que podemos contar contigo, por isto já nos sentimos abençoados. Que o plano de vida que me foi dado tenha em Ti o condutor. Obrigado Pai. Obrigado Jesus. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CAROS IRMÃOS Um gamo mirava-se nas águas límpidas de um lago. Vendo refletido no espelho aquático sua bela galhada, seu pescoço esbelto, seu corpo de formas graciosas, achou-se o mais belo do reino animal. Orgulho e vaidade faziam com que se movimentasse para melhor se mirar, mas qual não foi seu desencanto quando viu suas pernas longas, finas e desajeitadas. Viu também, que não tinha patas bonitas,

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mas sim, cascos duros e feios. Revoltado reclama:

Senhor! Onde está tua inteligência? Quanta irreverência!

Criou-me a formosura da cabeça, a esbelteza do corpo e

completaste tua obra com a fealdade de minhas pernas e pés.

Em verdade, tua sabedoria deixa a desejar!

Desiludido, deixa o lago e adentra a mata. Neste momento pressente a presença do inimigo e procura fugir em desabalada correria. Sente que sua galhada se enrosca nos cipós, tornando-o indefeso. Em movimentos desesperados, procura libertar a galhada e só consegue quando, firmando-se nas feias pernas e graças ao casco duro de suas patas, impulsiona o corpo com força hercúlea, livrando-se dos copos que o prendem, conseguindo fugir e escapar do inimigo. A salvo, põe-se a refletir: Se dependesse do que eu valorizei, agora seria não o animal mais belo, mas o mais morto. Louvada seja a sabedoria do criador! Conosco acontece o mesmo. Valorizamos os bens materiais, as ilusões que o mundo nos oferece e reclamamos da incoerência das dificuldades, das dores, no entanto, é a fealdade das situações que nos impulsiona e nos livra dos laços da morte, pelo egoísmo, orgulho e ciúme. Louvada seja a sabedoria do Senhor! Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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“CAROS IRMÃOS EM JESUS As pequeninas coisas são responsáveis por grandes acontecimentos. Elas podem elevar o espírito e também podem trazer a decadência moral do mesmo. Um pequenino gesto de afeição, um olhar cheio de solidariedade e compreensão, uma palavra amiga, um copo d’água, uma singela flor, um livro instrutivo, estão no rol das pequeninas coisas que trazem o avanço espiritual. Por outro lado pequenas coisas desencadeiam tragédias destruidoras... Uma pequenina bala que assassinou o príncipe Francisco, trouxe a ignominia e a dor, através da primeira guerra mundial. Um simples toco de cigarro tem provocado incêndio de proporções gigantescas e acarretado grandes perdas. Um gole de bebida alcoólica, tem sido o início de vícios que destroem o ser humano e desmoronam tantos lares. A compreensão do que representa a realidade espiritual parece fugir a tantos que semeiam a dor, o desespero, quando no pequeno esforço do mínimo bom, traz o máximo de bênçãos. As diretrizes estão traçadas e foram exemplificadas por Jesus, como o medianeiro do Pai amoroso. Irmãos, lembrem-se que várias são as horas da noite, mas a mais escuras de todas é aquela que antecede o amanhecer, mas por mais trevosa que seja, ela não resiste à luz e dissipa-se sem alternativa. Em nossa vida a luz de nossas boas obras, ainda que pequeninas, dispersam as nuvens escuras da noite dos erros. Que Jesus traga a todos a sua luz, pois que Ele é a luz do mundo. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza). Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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“Obrigado Senhor! Pelas vibrações de amor que soam mais alto que as bombas mortíferas. Obrigado Senhor! Pelas preces, que como a pomba da paz, voam mais alto que os avides de combate. Obrigado Senhor! Pelos apelos mudos que aliviam e acabam os gritos de dor dos feridos, dos mutilados e dos desesperados. Obrigado Senhor! Pela morte que liberta o espírito. Obrigado Senhor! Pela volta à vida material em reparação e resgate. Obrigado Senhor! Pelo vosso perdão que nos dará a glória eterna. Que Deus nos ilumine Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“ORAÇÃO Senhor Deus que sois todo poder e bondade! Aqui estamos de cabeça inclinada, olhos cerrados, mas com o coração aberto para Vós. Queremos neste momento esquecer tantas dificuldades que nos cercam e deixar que a Vossa luz nos ilumine. Queremos sorrir para Vós, agradecendo a beleza da vida, pois que vida são os conhecimentos que aqui tivemos oportunidade de receber. Queremos sorrir para Vós, para assim merecermos sermos ajudados na caminhada rumo à bem-aventurança. Dá que, seguindo a trilha da caridade, sirvamos nossos irmãos sempre que possível. Mas servi-los com prudência, abnegação e suavidade para eles, se sintam amados e consolados. Dá-nos, servi-los, alegria e disposição, pois quem serve ama. Quem ama sorri para a vida.

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Quem ama aceita e abençoa. Quem ama esquece e perdoa. Quem ama semeia flores, perfumando os caminhos. Quem ama nunca nega carinhos. Agradecemos também a Vós, Jesus, nosso mestre e irmão porque nos deixaste a sublime lição de amar como amastes, fazer o que fizestes e viver como vivestes. No enlevo deste colóquio espiritual vamos nos preparar para o passe. Vamos merecer e doar esta transfusão de energia, certos de que ao lado do passista está o próprio Cristo nos abençoando. Obrigado senhor e, se for de Vossa vontade, dá-nos uma noite tranquila. “Caros irmãos Como nasce uma vertente de água? Tímida, frágil surge em meio às pedras, forçando uma passagem difícil e segue em frente, se impondo, vencendo obstáculos que lhe parecem ser de grandes dimensões, ainda que em verdade não são. Esta luta é cheia de coragem e otimismo, embora solitária. Eis então que em seu curso surgem situações novas, outras vertentes se juntam a ela, invadindo o seu espaço, mas é difícil aceitar esta intromissão até agora ela era a heroína, lutando sozinha e eis que é preciso compartilhar com outras o seu feito, as suas conquistas. Aceitando enfim esta invasão começa uma nova etapa, torna-se parte da união de muitas outras forças e cresce o seu potencial, até alcançar a plenitude de sua pujança e se transforma num rio caudaloso que, forte, desliza mansamente trazendo o progresso que só a união de muitas forças individuais pode se tornar realidade. Nós também, começamos uma trajetória física de pequenina significância, mas que é só nossa assim pensamos, mas chega a hora de ter que aceitar a ajuda, a companhia de outros, embora nem sempre desejadas, para realmente sermos vencedores. Sozinhos já não é possível seguir adiante. A vida em família, em

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sociedade se faz necessária, que o curso de nossa vida terrena se fortaleça realizando-se assim o objetivo da criatura em crescimento espiritual. É preciso a fraternidade, a solidariedade e aceitar esta nova etapa que nos tornará fortes, unidos no amor de Cristo. É preciso implodir o orgulho a vaidade e no equilíbrio de muitas forças, a caminhada se tornará mais segura e produtiva. Busquemos ajudar, mas também é preciso receber ajuda, porque é dando que se recebe. Reparem em três objetos que estão presentes nas reuniões das quais fazeis parte e que são símbolos de reflexão: O Evangelho – livro que traz as lições de Jesus; A lâmpada - que simboliza a luz do entendimento, da razão; O relógio – que marca a passagem inexorável do tempo. Atentem para o que eles representam e com certeza notarão que os obstáculos podem e devem ser vencidos. Que Jesus nos abençoe. Frei José O.F.M Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 20/08/05. Sociedade Espírita André Luiz, (SEAL). ***

“MINHA ORAÇÃO Jesus, nosso mestre e amigo, que fizeste de Tua vida física um exemplo de humildade e singeleza, para que os benefícios do amor se acentuassem e trouxessem à humanidade, força e coragem, para que em sua trajetória terrena, entendesse a realidade espiritual. Ajuda-nos Mestre amado, a seguirmos teus passos e a fazer de nossas vidas a essência da caridade no trabalho do bem. Que possamos ser tão humildes e simples como nos ensinastes, porque nesta marcha redentora esperas muito de cada um de nós. Que o avanço da tecnologia não nos confunda, porque mesmo ao

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serem criadas máquinas possantes que substituem com precisão as mãos de dezenas de homens, Tu não dispensas o trabalho que nossas mãos podem fazer dentro do amparo e do auxílio aos nossos irmãos. Ainda que, com a chegada da era da informática na criação de computadores que armazenam milhões de dados e resolvem equações que a mente humana não consegue acompanhar, Tu não dispensas o que nossa mente pode oferecer: os pensamentos de amor, de solidariedade que sustentam e equilibram o convívio fraterno entre todos os povos deste nosso planeta. Ajuda-nos mestre, a ser humildes e singelos, como Vós nos ensinastes, para ajudarmos a restabelecer a paz, a concórdia e a união. Obrigado Mestre Jesus. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em maio de 2006 na reunião mediúnica de terça-feira, Sociedade Espírita André Luiz, (SEAL). ***

“CAROS IRMÃOS Quando colocaremos em prática, o que aprendemos? Digo iremos, porque estar aqui do outro lado, não significa, estar livre dos compromissos. Quando aprenderemos a orar? Suplicamos falamos das nossas aflições, pedimos ajuda, pedimos solução, ou ao menos uma resposta. Será que já não tivemos esta resposta? O que já fizemos para recomeçar, para sair do comodismo? Já mudamos nossos hábitos constrangedores? Já buscamos a renovação? Continuamos homens velhos, querendo remoçar. Com Deus não se brinca.

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As oportunidades vêm como chuva redentora. Aproveitamos estas oportunidades? Coloquemo-nos diante de nossa consciência e encontraremos as respostas. Ajuda-te e o Céu te ajudará. Coragem, fé e determinação em nome de Jesus. Frei José. O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta, em 27/09/06 no grupo mediúnico de quarta-feira – Sociedade Espírita André Luiz - SEAL. ***

“CAROS IRMÃOS Diz a saberia popular:

“Há males que vem para bem”

“Deus escreve certo por linhas tortas”

“Quem canta seus males espanta”

E tantos outros adágios interessantes, fazem parte desta sabedoria abençoada que nos mostra a realidade. Quantas vezes estivemos diante destas verdades, nas vidas pregressas, que foram tão importantes quanto o são hoje. No aqui e agora que tem se repetido a cada reencarnação, elas só ficaram na teoria, ou muito pouco na prática, porque para entendermos esta sabedoria é preciso ter fé, acreditar nelas. A fé é a vida da alma, é a mola promissora da evolução. A fé traz a coragem, a riqueza, a beleza do espírito e, como disse Jesus, bastaria que ela fosse do tamanho de um grão de mostarda. Por isso irmãos, acreditem que é preciso refletir e buscar o entendimento para conhecermos os problemas, as dificuldades e fazer delas um caminho evolutivo, a certeza de que a vida física prepara os bravos no caminho redentor de suas reencarnações.

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Reforma íntima, renovação de atitudes são conseguidas na compreensão destes adágios cheios de sabedoria que precisam ser deixados de lado como se fossem folclores. Que Jesus os ilumine. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 11/10/06, no Grupo mediúnico de quarta-feira - Sociedade Espírita André Luiz (SEAL). ***

“CAROS IRMÃOS O dever é um convite ao trabalho. A fé é a chama que o ilumina. A união é a vitória do esforço necessário. Irmãos, a cada trabalho que se nos apresenta como oportunidade de sentirmos que os elos se fortalecem e a produtividade se acentua. Continuemos firmes nesta messe, buscando o que de melhor temos e podemos dar. Arcturo é uma estrela de grande potência em luminosidade, muito maior que o nosso Sol, mas não nos serve de nada, pois está muito distante e se faz ausente em nossas vidas. Não sejamos ausentes ou indiferentes, porque nada adiantará a luz que temos e pudermos dar. Abracemos a todos, respeitando-os, compreendendo-os, nunca julgando seu procedimento. Não sejamos juízes de ninguém, mas sim de nós mesmos, no alerta do “vigiar e orar”. Que as luzes do amor nos iluminem. Frei José O.F.M” Mensagem mediúnica recebida por Augusta de Souza em 04/11/06, no trabalho de f luido terapia – Sociedade Espírita André Luiz, (SEAL). ***

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“MEUS IRMÃOS Apraze-me estar aqui convosco. Traz-me grande contentamento este intercâmbio onde a participação e ajuda mútua se fazem constantemente. Enche-se de alegria meu espírito por estar hoje nesta casa, cuja denominação feliz é casa de Jesus. Embora a jornada venha de muitos anos de trabalho, amor e dedicação, ainda estamos engatinhando. Isto é bom, sensato e salutar, porque a pressa é inimiga da perfeição. Na qualidade de aprendizes na seara espírita convém que sigamos devagar, mas com firmeza, buscando segurança nos ensinamentos de Jesus. Estes ensinamentos messiânicos nos dizem que: Devemos multiplicar os talentos que o Criador nos deu. Devemos nos desprender dos valores materiais, dando oportunidade ao espírito de lutar por suas pretensões e necessidades. Devemos orar e vigiar com sinceridade e persistência, embora na humildade de nossa pequenez, mas guiados pela luz que está sobre o aparador. Devemos, a exemplo do bom samaritano, praticar a caridade, fazendo o bem, sem olhar a quem. Devemos ser a árvore que dá bons frutos, exemplificando e pregando os ensinamentos cristãos. Devemos ser bons semeadores para que a colheita seja proveitosa. Devemos gravar em nossos corações com letras douradas o mandamento divino: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Nestes propósitos tão necessários para a caminhada evolutiva, está o teor que nos tornará espíritas capazes de, assim, andar dentro da senda espiritual. Que Jesus nosso mestre continue em bondade nos intuindo boas

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orientações. Deus abençoe a todos Urubatão” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri de Souza em 03/04/92 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CAROS IRMÃOS Em minha missão de como pequenino auxiliar, junto aos que buscavam consolo, orientações e às vezes pedidos de tão pouca valia, nas casas espíritas ou espiritualistas, acostumei-me a dar ajuda através de conselhos, por isso peço perdão, se ainda continuo nesta mesma meta. Sabemos que para conseguir as boas coisas da vida é preciso: esforço, dedicação e boa vontade, atributos que fazem parte da inteligência, dada ao homem pelo nosso criador. O homem gosta de ser individualista, e abusando do livre-arbítrio torna-se exclusivista, fugindo da responsabilidade e caindo assim na insubordinação. Tanto é que o progresso, ou melhor, a evolução intelectual, alcançou consideravelmente deixando para trás a evolução moral. A tecnologia levou o homem a grandes conquistas. Isto custou a boa vontade, o esforço de poucos, mas que muitos disto se aproveitam. Hoje o homem compreende que neste tipo de evolução foi suplantado pela máquina, e sente-se já saturado de tanto comodismo, sabendo que novas conquistas neste setor serão quase todas supérfluas. Por isso, na vontade de querer sempre algo novo ou diferente, tenta se sobressair em novo campo de conquistas. Mas defrontou-se com uma só saída, dedicar-se ao campo que abrange a moral. Vê-se hoje, a grande demanda de pessoas que procuram em ideolo-

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gias religiosas completar, ou melhor, começar esta nova luta, mas enganam-se os que pensam que na evolução moral, podem valer-se de inventos vindos do esforço de outros. Quantos ainda buscam fórmulas mágicas, para se santificarem e assim se contentam com os dogmas que lhes prometem milagres. Outros, já entendendo a ilusão destas fórmulas, procuram outros caminhos. É assim que vemos crescer, em número de adeptos, as casas espíritas e dentro destas casas encontram o que Cristo pregou há dois mil anos: amor, caridade, amparo, dados de graça. Mas, para isto as casas espíritas precisam dobrar seu trabalho. Os obstáculos são muitos, pois no geral as casas são pobres financeiramente e vivem da caridade de poucos, para praticar a caridade a muitos. Sem contar com a ajuda de recursos públicos para prestar a assistência social, o sacrifício é grande. As casas espíritas também encontram dificuldades em contar com a ajuda dos seus tarefeiros. As atividades são tantas e é preciso que os trabalhadores das casas se conscientizem de que sua obrigação é servir, pois tem que seguirem o exemplo do mestre divino, que é o de servir sem serem servidos. Foi isto o que o Cristo pregou. Fugir das tarefas espíritas alegando envolvimento espiritual é na maioria das vezes, omissão, é não aceitar o convite e os conselhos do Cristo. Também buscar servir nos momentos em que a vida material não exige seus préstimos, não é ter uma boa característica espírita. Com boa vontade, dedicação e esforço, as boas coisas da evolução moral serão conseguidas por cada um, com seu esforço próprio. Com dedicação, amor e trabalho as casas espíritas, suplantarão as dificuldades e trarão frutos maravilhosos, como a árvore da vida, como a árvore que produzirá os bons frutos que saciarão a todos que nelas adentram. Ajudem meus irmãos, para que as vossas casas sejam o local onde

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possamos desempenhar o nosso maior objetivo, o trabalho espiritual. Que Deus os abençoe. Urubatão” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 05/06/92, Grupo mediúnico Preces para dor. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MEUS IRMÃOS AMADOS. O corpo humano é um veículo maravilhoso, para o espírito cumprir suas tarefas, suas obrigações. Este veículo tem os olhos que, como um radar, detectam os locais onde se faz necessária a prestação de serviços. Este veículo tem ouvidos que, como antenas, captam os sons que vêm de “ais”, gemidos, apelos e pedidos de socorro. Tem pernas e pés que o levam aos locais detectados pelos olhos, captados pelos ouvidos, geralmente nas favelas, nos hospitais, nos orfanatos, nos asilos, nos presídios ou nos lares em desarmonia. Este veículo tem a boca que através da língua, das cordas vocais, emitem sons que se transformam em palavras de consolo, amparo, alerta, conselhos, orientação e carinho. Tem mãos que são a ação que complementa o trabalho detectado pelos olhos, captados pelos ouvidos, conduzidos pelos pés, consolados e expostos pela boca. Trabalhos, como o de enxugar as lágrimas da aflição, passar o bálsamo que cura as feridas, que ergue o caído e acaricia o carente. Este veículo tem o coração que é o depósito do combustível precioso do amor, que faz pulsar no ritmo da compreensão, do respeito, da solidariedade, todas as peças deste veículo. Tem a mente, que é a usina captadora das energias que vem do espírito. É o guidom que permite a ele dirigir, guiar este carro matéria. Ele é o motorista que guiará este veículo nas estradas da evolução. Guiará com

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cuidado, com atenção, obedecendo a sinalização, evitando assim, acidentes e desastres que podem atrasar ou interromper a viagem evolutiva. Se acidentes ou multas ocorrerem, são responsabilidade do espírito, pois o veículo é maravilhoso. Pena que no planeta Terra, os motoristas, em sua grande maioria, são irresponsáveis e imprudentes. Jesus ilumine a todos. Urubatão” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 23/10/92 – Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“IRMÃOS Pode-se dizer que três partes dos 365 dias do ano já ficaram para trás. Fazem parte do passado, um tempo que não volta mais. É comum no final de cada ano fazer-se um balanço, uma retrospectiva dos acontecimentos do dia a dia: Porque não antecipar esta avaliação? Quem sabe, coisas que descuramos no ontem podem ser feitas no hoje, no amanhã. Vamos à luta, mãos à obra e assim, nesta parte final do ano, muita coisa pode ser feita, e assim se chega ao linear de um novo ano com as mãos cheias dos benefícios do trabalho. E trabalho é que não falta. As casas espíritas são campos férteis e vós sois as enxadas que não devem nunca enferrujar. O comodismo, a omissão, a ociosidade não podem constar na agenda do verdadeiro espírita. Façam lema para vós destas palavras: Boa vontade. Mesmo porque também se aproxima o final de mais um século e a perspectiva para o terceiro milênio, na Terra em regeneração, cumprir-se-ão as palavras bíblicas: Paz na terra aos homens de boa vontade. E só os bons herdarão a Terra. A sugestão é nossa, a opção é vossa. Que Jesus os ilumine Urubatão”.

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Mensagem mediúnica por Augusta Pedri Souza recebida em 10/09/93. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“CAROS IRMÃOS A Terra está dentro de um êxodo quase pleno. Mas muitos humanos ainda estão caminhando através do deserto da aridez da inconstância e da falta de união fraterna. Sentem-se sedentos, mas querem saciar a sede dos prazeres, das paixões e não enxergam o Cristo lhes oferecendo a água viva que lhes umedeça o coração. Sentem-se famintos, mas procuram o alimento, o pão luxuriante das riquezas materiais, da cobiça e da cupidez, e não veem Jesus a dizer-lhes: “Eu sou o pão da vida”. Sentem-se cansados sob o peso do fardo dos bens materiais, quando poderiam ver Jesus dizendo: “vinde a mim e eu vos aliviarei”. Caminham desnorteados pelos becos da ambição, ignorando o Cristo que os orienta a dizer-lhes “Eu sou o caminho”. Deixam-se enganar pelas mentiras ocas das aquisições materiais, sem notar que Jesus os adverte “Eu sou a verdade”. Sentem-se morrer de desespero sempre que algum bem terreno lhes foge ao alcance e Jesus está ai dizendo “Eu sou a vida”. Como mariposas cegas procuram as luzes da ribalta ilusória, voando ao seu redor até a exaustão final, sem enxergarem a luz do candeeiro divino que Jesus lhes colocou sobre o aparador da vida terrena. Sedentos, famintos, cansados, perdidos, enganados e mortos chegam às trevas umbralinas cegos, completamente cegos. Irmãos, cuidar em ver e seguir a Jesus, para não padecer as dores do deserto umbralino. Que Jesus lhes seja o caminho a verdade e a vida. Urubatão”.

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Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 29/10/93 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“IRMÃOS Apraze-me ver a grandiosidade de vosso trabalho em prol desta humanidade que tanto anseia e necessita de cuidados orientados pela lei divina do amor. Alegra-me as vibrações que envolvem os que buscam o alívio e consolo nesta casa de amor. Ao lado de palavras amigas de ajuda material através do que os provê a medicina terrena, há a inigualável contribuição da caridade feita de amor. É maravilhoso servir sem buscar proveitos próprios. As vibrações sobem ao mais alto, como ondas cheias de perfume. Os pedidos a benefício do próximo encontram eco no amor divino. As bênçãos retornam como chuvas de benefícios sobre tantas que buscam esta casa. Melhor se tornariam os trabalhos espirituais se ao lado de vibrações, quase que de pedidos de ajuda, houvessem momentos de ação de graça, momentos em que de vosso coração transbordassem agradecimentos por tanto que tem alcançado, tem recebido, neste mútuo congraçamento. Elevem sempre louvores e agradecimentos pelo manancial de bênçãos que continuadamente descem sobre à casa de Jesus. Vós sois os felizardos que premiados devem continuar este trabalho que enobrece e vos engrandece. De Jesus sempre os inspire e abençoe. Urubatão” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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“ CASA DE JESUS A casa de Jesus nasceu de uma sementinha plantada pela espiritualidade. Regada com o amor e os cuidados de nossa irmã Erna, germinou, cresceu, frutificou. Seus frutos têm saciado a todos que a esta casa chegam em busca de alento, consolo e forças. A casa de Jesus hoje é um potente refletor que beneficia iluminando, tanto in-loco como recantos distantes. É o relicário de bênçãos sem fronteiras. É o farol que norteia aos espíritos necessitados de auxílio e dá oportunidade de servir. Para nós do lado de cá, todos os dias são de gratidão, respeito e louvor por esta irmã colaboradora e abnegada, mas não poderíamos deixar de nos irmanar nas emoções e na vibração das datas significativas, que tanto representa para vós encarnados. À nossa irmã Erna que faz da disciplina e do amor a marca das almas vitoriosas, o nosso grito de reconhecimento que se eleva ao Pai criador, ao mestre Jesus pedindo bênçãos e mais bênçãos à ela. Urubatão”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“IRMÃOS Nós plantamos a periculosidade, mas também lírios formosos, nas charnecas há urzes, mas outras flores lhe dão encanto. No alto dos penhascos as dificuldades que tiveram que ser vencidas são compensadas com a beleza que lá se descortina. Nas casas espíritas há mais, muito mais, compreensões diante do dever cumprido.

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Que cada um tenha dentro de si a capacidade de entender sua participação e responsabilidade, e tudo será coroado de êxito. Que Jesus nos ilumine “Manoel Quintão”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 15/06/97 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“IRMÃOS AMIGOS. A vida é uma arte. Quem sabe viver dignamente é um artista. Um artista que enfrenta com serenidade os tentames desta trajetória terrena. Entre vós tendes um modelo, um exemplo: Erna. Serenidade e dignidade estão presentes nesta tarefeira feita de amor e solicitude. Ela não é perfeita, seria desafiar as leis divinas exigir-lhe perfeição. Tem seus achaques, seus momentos de rudez, nem sempre compreendidos, mas muito mais, tem a vontade de servir e de ser uma espírita exemplar. Jesus também, mesmo sendo perfeito, teve atitudes que por vezes confundem o cristão, no entanto dentro deste comportamento, aliando a doçura ao amor, há a sinceridade de seu compromisso com nosso planeta. Nossa Erna busca seguir o mestre e trazer a sua convicção espírita, todo um cabedal de obras que beneficiaram e continuam beneficiando a tantos. Sigam seu exemplo, pois que a doutrina espírita tem o seu fanal: trabalho, disciplina e humildade. Lamentamos ver que os espíritas estão desencarnando mal. Não aceitam a responsabilidade da doutrina que traz a verdade e a con-

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solação. Empolgam-se com a literatura, não diria fantasiosa, mas nem sempre viável a todos os espíritas. Não pensem que todos encontrarão na pátria espiritual, o que espíritos libertos transmitem. Para eles esta realidade relatada é merecimento, talvez até de vidas passadas, mas para um grande número de espíritas a realidade é de despertar no além, deficitários pois, não entenderam nem vivenciaram as lições do espiritismo que revive a doutrina primitiva do mestre. Cuidem irmãos de não se iludirem, julgando encontrar o mundo espiritual dos livros que leem. É aqui do outro lado que a visão se desnuda e, assim, vemos espíritas desencarnando e atirando-se ao desespero, à desilusão, ao arrependimento por não terem assumido seu compromisso de trabalho, pois repito: Espiritismo é trabalho cheio de amor, como o que Jesus ensinou “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Sedes vigilantes e que Jesus nos abençoe. Manoel Quintão. ” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 28/12/96 – CECJ). ***

“ESPIRITISMO É REVIVER JESUS. Ser espírita é exemplar-se em Jesus. Ser espírita é: Orar no ontem – vigiar no hoje – viver no amanhã. Oração é força para a reparação dos erros do ontem. Vigilância é responsabilidade para o hoje sadio e construtivo. Vida é usufruir o amanhã segundo a nossa atuação. Este trinômio: orar – vigiar – viver, é a força da evolução. Evolução traz equilíbrio. Equilíbrio traz disciplina. Disciplina permite conduzir, produzir com zelo, sem omissão ou comodismo.

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Zelo não é compaixão, mas sim, discernimento com sabedoria; é fazer uso dos talentos críticos. Irmãos que este trinômio: orar, vigiar, viver; seja o vosso ideal e as diretrizes virão por acréscimo. Este acréscimo só aparece com trabalho, união e humildade. Tempo é serviço, e serviço avaliado é experiência renovada. Um ano de atividades, chega ao fim e sobra entre vós humildade, pois faltou a avaliação do desempenho de cada setor. Sabemos, houve acertos e desacertos, isto faz parte da nossa pequenez. Esta omissão acerca deste desempenho deixou de aclarar a conscientização de que os acertos são vitórias e os erros, lições a serem corrigidas, para novas tentativas. Repito: tempo é serviço. Para o espírita serviço é reforma íntima. Que Jesus os abençoe pelas conquistas no ano que se finda e que Ele, nosso mestre, nos intua sabidamente no ano prestes a se iniciar. Manoel Quintão”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ) ***

“MEUS IRMÃOS Como todas as casas espíritas, também a nossa casa de Jesus delimita-se a quatro paredes erguidas em sua construção, mas não há limites para as atividades do bem que nela se produz. O banquete do trabalho em prol da sociedade espiritual impregna as paredes tornando-as porosas, para que se expanda os ensinamentos de Jesus em eflúvios de amor, alcançando aqueles que necessitam de auxílio, mas que este auxílio tenha o odor da humildade. Que nela haja a fraternidade que traz o bálsamo da caridade, fazendo de cada tarefeiro

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um novo samaritano. O mistério do Cristo deve estar presente, vivo, atuante, pois tantos são os que buscam adentrar nesta casa, na esperança do encontro com a verdade. Estejam a postos, todos vós que fostes convocados ao serviço, como trabalhadores da última hora, levando as lições do mestre, com lealdade e pureza. Que a casa de Jesus cresça, obedecendo as leis morais do Pai criador, leis que trazem a renovação e a libertação do ser humano, escravo de dolorosas obsessões, de vingativas cobranças. Sigam os ensinamentos de Jesus e de Kardec, para que desabroche dentro da casa de Jesus, os sentimentos do aprimoramento que eleva e exempla. Que o Cristo abençoe esta empreitada venturosa que é tanto vossa como nossa. Manoel Quintão.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MEUS QUERIDOS Vocês sabem o quanto eu amava as minhas flores, o quanto cuidava delas, da alegria de contemplá-las enfeitando o meu jardim. Hoje as minhas flores são vocês. Ah! Como eu vos amo, como procuro fazê-las belas, embelezando a casa de Jesus. Esqueçam os maus momentos, a rudeza das dificuldades, porque eles são como as folhas mortas que no outono caem no chão. Elas agora fertilizarão o solo. Assim também as dificuldades trazendo o adubo da experiência, motivam novas atitudes, cheias de sensibilidade, que deverão ser tomadas. Estamos no inverno, hora de reflexão de refazimento, para que a flo-

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rada da primavera seja mais bela que nunca. Lembre-se que todo o investimento tem de trazer rendimentos e nós, que já fizemos parte da casa, vivenciando no trabalho as lições de Jesus, estamos investindo em cada um de vocês. Floresçam e produzam no progresso espiritual o que está por fazer. Flores lindas, eu as amo muito e me apraz cuidar de todas. Carinhosamente, Erna.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 23/07/05. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“UMA HISTORINHA. Um barco vem singrando as águas com grande dificuldade, devido seu peso. Traz uma volumosa carga. Seu timoneiro, decrépito e cansado, tem dificuldade também em fazê-lo chegar à praia. Ao conseguir, deixa no barco a roupagem terrena e lépido salta já em seu traje perispiritual. Procura chegar até outro espírito, de feições bondosas e certa luminosidade que o aguarda na zona de ninguém. É o seu protetor espiritual, aquele que o acompanhou em sua peregrinação no planeta Terra. O protetor faz-lhe sinal para voltar ao barco e recolher a bagagem que trouxera para a vida na pátria espiritual. O recém desencarnado rebusca, virou e mexeu a mercadoria, só barco e, após muita procura, recolhe duas caixas pequenas que tem o seguinte rótulo: “ Tesouros de evolução”. Cabisbaixo retorna o caminho ao encontro do protetor que também tem o olhar triste e reprovador. Seguem para as brumas do além. Onde irão? Não sabemos, só podemos imaginar... Na praia, junto ao barco, uma turba de espíritos deformados, monstruosos, num frenesi louco, atiram-se sobre a mercadoria abando-

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nada. Apoderam-se de caixas que contém cartões da sena, da loto e outros tipos de loterias, em outras caixas estão embalagens de cigarros, outras cheias de ingressos para cinemas, teatros, etc. Caixas cheias de talões de cheques, de notas e faturas de compras de joias, roupas e mil outros objetos. A turba se diverte é momento de festa no submundo espiritual. Oh! Meu Deus! Vos pedi tanto para vir receber meu paizinho, mas ele não me viu e não pude abraçá-lo. Porque papai, porque desperdiçaste a caridade que te foi dada? Obrigado meu Deus, pois sei que nova chance chegará e meu coração abriga a esperança de vir a receber num abraço, meu paizinho... Obrigado meu Deus! Germana (Maninha).” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 30/08/91.- (CECJ). ***

“VOU CONTAR UMA HISTORINHA. Um velho monge se preparava para a sua oração matinal. Procurou-se concentrar, para comemorar a sua meditação, quando seu cãozinho começou a ladrar. Impaciente, o velho monge dá um pontapé no bichinho e lhe diz: Estúpido animal, como posso conviver em oração com Deus, ouvindo este barulho? O cãozinho, latindo lhe responde: Como és pretensioso! Queres conviver com Deus, quando não sabes ainda conviver com um animal. Quantos pensam poder conviver com Deus? Muitos encarnados pensam fazê-lo mas, como o velho monge, são só pretensiosos, pois não aprenderam ainda a conviver nem com seus semelhantes. Que Deus os abençoe. Maninha.”

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Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 20/09/91- (CECJ). ***

“VOU CONTAR UMA HISTORINHA É dessa maneira que desejo estar entre vós. É contando historinhas, que não são minhas, mas as ouvi de meu paizinho que deve tê-las buscado em alguma fonte. Sempre que a ocasião se fazia propícia, ele me contava as pequenas histórias que sempre terminavam com a tradicional “moral da história”. Uma queda, um machucadinho, uma travessura, uma boa nota escolar, eram motivos para ele contar historinhas. Em meu lar terreno nasci e me criei entre carinhos e mimos. Sendo filha única era muito amada por meus pais. Papai sempre dizia que eu era o sol de sua vida. Esta felicidade terminou no dia que a morte me colheu inopinadamente, no limiar da adolescência. A partir deste dia meu lar desmoronou, o desiquilíbrio tomou conta de meus pais. As trevas da revolta insana tomaram conta em especial de meu paizinho, e disto se aproveitavam espíritos a serviço do mal. Mamãe em sua fragilidade materna não encontrando apoio, consolo do companheiro desvairado, entregou-se à vida mundana e, em meio a deslizes morais, desencarnou prematuramente. Papai, numa revanche estúpida, apagou de sua mente, qualquer sentimento cristão, qualquer sentimento nobre. Entregou-se no afã da vida material e assim chegou à praia do adeus terreno, com uma carga volumosa, vá fútil, conseguida durante uma vida voltada ao materialismo. Transpõe a divisória dimensional deixando tanta coisa inútil para o deleite dos espíritos, que só fizeram enredá-lo. Veio para o plano real apenas com dois pequenos volumes de tesou-

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ros evolutivos, adquiridos com as historinhas que me contava. Foi inútil o esforço que fiz para lhe intuir que a minha breve passagem pela Terra, fora para servir de estímulo a dois espíritos que se propuseram a vencer as provas pré-estabelecidas. Não consegui fazer com que entendessem que minha partida se fizera necessária para que vencessem por seus próprios méritos. A última esperança do reencontro se desvaneceu quando nos vimos caminhando em paralelas de diferentes vibrações. Meu pai não pode me ver, mas carrego dentro de mim a esperança de nova oportunidade. Muito me emocionou ver que a historinha que lhes contei foi lida por muitos e assim, com a ajuda dos bons amigos espirituais que dirigem esta tão querida casa espírita, me proponho a contar historinhas que servirão de luz e serão como flores, que coloquei no caminho que futuramente papai terá que trilhar. Que Deus nos abençoe e ilumine. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 04/10/91 – CECJ) ***

“Vou contar minha historinha Numa pequena ilha de um rio que margeia um vilarejo, morava um pescador que tinha a fama de santidade, pois vivia a rezar e dizia-se que suas orações tinham o dom de curar os doentes e expulsar os espíritos malignos. Tal situação incomodava o vigário do vilarejo, mesmo porque o pescador não era fiel de sua igreja. Tanto incomodou-se que resolveu verificar “in loco” a veracidade dos fatos. Em companhia de alguns paroquianos, tomou um barco e foi até a ilha.

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Lá chegando encontrou-se com o pescador que, enquanto consertava sua rede, murmurava silenciosa prece. O padre perguntou-lhe se estava a rezar o Pai Nosso, a Ave Maria, o Credo? Respondeu-lhe o pescador, que estava a rezar orações que ele mesmo inventava. O padre achou que tudo o que se dizia do pescador era lenda e compadecendo-se dele, passou a ensinar-lhe que para rezar é preciso, colocar-se de joelhos, juntar as mãos postas e assim dirigir-se a Deus. Ensinou-lhe a coordenar as preces de forma repetitiva formando novenas, trezenas e terços. Ao cabo de bom tempo, deu por finda a lição, que o pescador ouvira com humildade e gratidão. Despedindo-se o vigário tomou o barco e voltando para sua paróquia, sentia-se confiante, pois havia conquistado uma ovelha para o seu rebanho e ensinara alguém a dirigir-se a Deus. Ia, já em meio a viagem, quando ouviu que gritavam o seu nome. Voltando-se em direção da voz, viu o pescador andando sobre as águas e fazendo-lhe sinais que o esperasse. Estarrecido, abismado viu o pescador aproximar-se e pedir-lhe que repetisse, por favor, as orações que lhe ensinara, pois havia esquecido algumas palavras. Trêmulo, boquiaberto o padre só pode dizer-lhe:

Filho, por favor, esqueça tudo o que lhe ensinei,

tudo o que disse, e volte a rezar como fazia antes, como era de seu costume. E, a seguir, partiu célere. Irmãos, Deus é bom Pai, sempre ouve nossas preces. A espiritualidade superior também ouve nossas orações, nossas palavras, e capta nossos pensamentos, porque boas palavras e bons pensamentos são orações. Não é preciso esquematizar a oração, seguir ritos, posturas trejeitos. Não é preciso escolher horas, dias certos para orarmos. Embora o espírito, encarnado ou desencarnado, anele por momentos

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mais íntimos com o Criador, toda a hora é hora para orar, pois a verdadeira oração sai espontânea no coração carente, e a de generosidade e amor fraterno no coração bondoso que se doa do seu próximo. É de corações cheios de fé e solidariedade que a oração flui com o perfume do amor e da caridade. São estas orações que não se dispersam em nenhuma barreira e chegam aos céus, revertendo-se em chuvas de graças e bênçãos sobre a humanidade. A oração simples e humilde do pescador teve laivos de grandeza contra a pequenez da pompa e magnificência da oração sacerdotal. A singela oração do justo é mais poderosa que o abecedário maquinal da oração repetitiva, esquematizada. Que Deus nos abençoe. Maninha” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 27/12/91 – CECJ. ***

“HOJE MINHA HISTORINHA É DIFERENTE. É a história da libélula que sobrevoando um lago deixou cair um ovo. Este foi até o fundo do lago. Tempos depois, do ovo nasceu uma larva feia e escura que passou a viver no meio da lama que ali havia. Desta lama ela se alimentava. Passado muito tempo, sentindo a falta do ar e da luz, com dificuldade conseguiu chegar à tona do lago e ali agarrou-se a um fio de capim. Ali deixou-se ficar até que os raios do sol, racharam aquela pele escura liberando um inseto belo e ágil, outra libélula que nem balé sincronizado e harmonioso festeja sua liberdade, a sua transformação de larva feia e escura num espécime de beleza e suavidade. Assim também o espírito é lançado no lago do universo e acaba no fundo de um lugar de provas e revezes. Ali deixa-se envolver pela

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lama dos erros, dos prazeres. Ali chafurda e conhece o infortúnio. Ali, através dos erros, torna-se feio e asqueroso. Depois de muito sofrer e errar em vários ciclos de vidas, ele sente a necessidade de deixar o lodaçal e buscar a limpidez. Consegue chegar à tona e agarra-se à esperança da libertação. Os raios do amor divino, conhecendo-lhe a ânsia da reabilitação, rompem os últimos elos que o prendem à matéria grosseira e, assim, o espírito conhece a liberdade que lhe permite alçar voos em busca da evolução, rumo a lagos límpidos, sem fundo lamacento de erros e imperfeições. Que Deus nos abençoe. Maninha” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 14/02/92 – CECJ. ***

“MINHA HISTORINHA DE HOJE. Um jornalista foi encarregado de fazer uma reportagem num leprosário. Lá chegando, foi convidado a visitar o estabelecimento. Conheceu as várias dependências e quando chegou num pavilhão onde estavam os doentes terminais levou um choque. Em meio a doentes disformes, meio apodrecidos, exalando um cheio fétido, estava uma jovem religiosa de feições belíssimas, corpo bem feito, mãos delicadas que, enquanto medicavam com carinho, traziam um certo alívio àqueles farrapos humanos. Com voz suave e melodiosa lhes falava palavras de coragem e ânimo. O jornalista, impressionado e abismado, aproxima-se da religiosa e disse-lhe:

Irmã, nem por um milhão de dólares eu faria semelhante

serviço.

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A jovem sorrindo, respondeu:

Nem eu! Nem eu!

É consolador saber que não há honorários, não há riquezas que possam pagar a caridade. Quanto mais sublime a dedicação, maior o seu valor. Num ambiente doentio, asqueroso, fétido, os valores materiais e físicos despertaram a renovação de uma alma. Sua beleza e juventude embelezaram e perfumaram aquele local, colocando ali a caridade que Jesus ensinou, enobrecendo o ideal cristão que se baseia no amor e na renúncia, fazendo de cada chaga uma flor que deve ser admirada e amada. Que Deus nos ilumine. Maninha” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 28/02/92 – CECJ. ***

“VOU CONTAR A MINHA HISTORINHA Num desdobramento, o vidente achou-se num local onde avistou dois pórticos, numa tabuleta de um dos pórticos estava escrito Céu; no outro pórtico lia-se na tabuleta a palavra Inferno. O vidente adentrou no pórtico que estava mais próximo dele, o Inferno. Ali deparou-se com uma cena dantesca. Ao redor uma montanha de manjar estavam milhares de criaturas famélicas, que tentavam se alimentar mas não conseguiam atravessar a linha divisória que os deixava a dois metros do manjar tão cobiçado. Em suas mãos estavam colheres com cabos enormes de dois metros que faltavam para chegar ao alimento. Enfiavam a colher no manjar, mas não conseguiam manobrá-la para trazer o alimento até suas bocas. Entre gritos de desespero, imprecações, lástimas, não conseguiam se alimentar. O vidente retrocedeu a dirigiu-se ao outro portal. No Céu encontrou situações semelhantes. Ao redor de um

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enorme monte de manjar, agrupavam-se também grande número de criaturas famintas que também não conseguiam a aproximação, pois ali os dois metros limitavam o acesso. Nas mãos deles também havia uma colher com um cabo de dois metros. O alimento era recolhido com a colher, mas também não podia ser trazido à boca de quem a empunhava. No entanto a colher era a boca de outra criatura que ali estava. Esta retribuía o gesto e assim um alimentava o outro, entre palavras de agradecimento e alegria. Era a união fraterna que trazia a única solução. Entre os humanos a situação se repete, mas a união pouco se faz sentir. A união é a força que realiza, produz. Mesmo no sectarismo religioso esta união é desprezada. Nas casas espíritas é ponto essencial esta união. Ao adentar estas casas, o espírita deve deixar na porta de acesso todos os sentimentos negativos. O antagonismo, a antipatia, o contra oposicionismo, as diferenças ideológicas não podem acompanha-lo. Na casa espírita o lema é servir com amor. Na casa espírita não deve haver imposição, ordens de trabalho, mas convites e solicitações de trabalho por amor. Na casa espírita não deve haver, melindres, não me toques, nem recusas, pois todos têm muito a dar e pouco a pedir. Na casa espírita não há privilegiados, pois todos são iguais. Nivelam-se a humildade, faxineira ao ilustre palestrante que arrebata, emociona a plateia ouvinte. O verdadeiro espírita, fora de sua casa de oração, dá a César o que é de César, e dentro da casa, dá a Deus o que é de Deus. Quem assim não procede não é espírita, é um intruso, é o joio que deve ser retirado do meio do trigo. Que Jesus ilumine a todos desta sua casa. Que Deus, o bom pai nos abençoe. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 27/03/92. ***

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“MINHA HISTORINHA Dois países estavam em guerra. Um deles saiu-se vitorioso graças à bravura e coragem de seu exército. O rei deste país quis recompensar os dois soldados que mais se destacaram. Mandou chamá-los ao palácio e dirigindo-se ao que fora o segundo em bravura, disse-lhe:

Dar-te-ei tudo o que me pedires e teu companheiro que

mais coragem mostrou, darei em dobro o que me pedires. O soldado que no campo de batalha fora um bravo, um vencedor, deixou-se dominar e ser vencido pela inveja. Não suportando ver seu companheiro ser mais beneficiado disse ao rei:

Majestade, como recompensa quero que mandes vazar um

de meus olhos e que recompenses em dobro meu companheiro, com o que te pedi. Como palavra de rei não volta atrás, assim foi feito. A inveja é um sentimento negativo que escraviza o coração e cega a razão. Há muitas criaturas humanas que se alegram com a desgraça alheia e se entristecem com o sucesso dos outros. É comum ouvir, quando um vizinho ou amigo são abatidos pelo infortúnio pela desgraça, algumas pessoas dizerem:

Graças a Deus não foi comigo. Obrigado meu Deus por não

ter sido eu. Em vez de piedade, solidariedade pelo amigo ou vizinho, sentem alegria por não estarem no lugar do infortunado. Também é comum, quando um vizinho ou amigo ganha a sorte grande ou realiza um vantajoso negócio, ou obtém sucesso num empreendimento, as pessoas dizerem:

Ah! Se fosse eu, faria isto, aquilo, aquele outro.

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Não conseguem se alegrar com o sucesso do amigo ou vizinho. Ficam tristes, despeitados por não estarem no lugar do sortudo. A inveja é um sentimento que inverte as posições. Traz alegria quando deveria haver tristeza. Traz a tristeza quando deveria trazer a alegria. A inveja degrada o espírito. Que a paz de Jesus nos abençoe. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 17/04/92, Grupo mediúnico Preces para dor – CECJ. ***

“MINHA HISTORINHA O rei de certo país costumava todos os anos, no dia do seu natalício, dar a liberdade a um prisioneiro. Mas no corrente ano, ao invés de mandar seus ministros fazerem isto, como era de hábito, resolveu ele mesmo fazê-lo. Foi até o presídio em companhia de seu primeiro ministro, a fim de fazer a escolha do que seria indultado. Os presos eram trazidos de um a um à sua presença, para serem entrevistados. Veio o primeiro preso que diz-lhe:

Majestade, sou homem de boa índole, sou inocente, aqui

estou como prisioneiro, acusado de um crime que não cometi. Fui indiciado porque pareço fisicamente com o verdadeiro criminoso. Peço-vos que me concedais a liberdade. Veio o segundo prisioneiro e disse:

Majestade, sou homem de boa paz, sou inocente. Aqui estou

tomado como criminoso só porque passava casualmente no local do crime. Por isso peço-vos que me concedais a liberdade.

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Veio o terceiro e diz:

Majestade, sou homem de boa conduta, sou inocente e se

aqui estou como criminoso é porque homens de má-fé armaram a intriga que me colocou no lugar do verdadeiro criminoso, peço-vos concedei-me a liberdade. Assim, um a um, os presos foram sendo trazidos e todos diziam-se inocentes apresentando justificativas e pleiteando a liberdade. Chegou, enfim, o último prisioneiro que disse:

Majestade, sou culpado, matei, cometi um crime.

O rei quis saber o motivo deste crime.

A vítima investiu sobre mim, agredindo-me e insultando-me

então a matei. O rei indagou se não fizera isso em legítima defesa.

Não, respondeu o réu, pois que se tivesse sido sensato e não

perdido o controle emocional, poderia ter-me defendido, sem tirar-lhe a vida. Sou culpado. Terminada as entrevistas, o rei ordenou que se desse a liberdade ao último que se apresentara. O primeiro ministro perplexo disse ao rei:

Majestade não é justo dar a liberdade a um réu confesso e

deixar os inocentes sem benefício. O rei respondeu sereno:

Injusto seria deixar entre tantos inocentes, um tão perigoso

réu, pois poderiam corromper-se. Esta história tem muitos sentidos, mas aprendi a associa-la a parábola de Jesus: O fariseu e o publicano. Grande parte da humanidade acha-se isenta de culpas e justifica facilmente seus erros. Chama méritos e louvores. São os fariseus da vida. Poucos aceitam e confessam serem culpados assumindo a responsabilidade de seus erros. Poucos são os que, que como culpados assumem esta responsabilidade e aceitam as consequências da reparação. São os publicanos da vida. Jesus exaltou os publicanos e fez esta advertência:

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Acautelai-vos como fermento dos fariseus.

O rei de nossa história deu a liberdade ao réu confesso e ignorou os inocentes simulados. É bom lembrar que é fácil ser fariseu, difícil é ser publicano, mas o prêmio vai para o difícil. Que Deus nos abençoe e Jesus nos ilumine com seus ensinamentos. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 11/09/92 - CECJ. ***

Fariseus Eram os membros de uma seita de judeus, que ostentavam grande santidade exterior na sua vida. Publicanos Eram os cobradores dos dinheiros públicos entre os antigos romanos. Homens de negócios. (Evangelho de Lucas cap. 18 vers. 9-14) 9. Disse Jesus também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros; 10. Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um fariseu, e o outro publicano. 11. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; 12. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! 14. Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele;

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porque tudo o se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. “Minha historinha É bem conhecido o tino comercial e a sagacidade matreira do povo cigano. Os homens comercializam os artefatos de sua fabricação e as mulheres, com fórmulas mágicas, arrancam dinheiro dos incautos inseguros lendo-lhes a “buena dicha”. Em tempos antanhos os ciganos eram amestradores de animais, principalmente o cavalo e o urso, que depois vendiam para espetáculos circenses. Mas a nossa história é de um cigano que tentava vender a um chacareiro um cavalo. O agricultor olhava o animal de belo porte e que era oferecido a preço razoável. Bastante interessado na compra, mas também cauteloso, pois conhecia os trambiques ciganos, perguntou:

Este animal tem algum defeito?

O cigano respondeu:

Amigo, o defeito deste animal está na vista.

O comprador aguçava o olhar procurando qualquer detalhe que desclassificasse o animal, mas nada encontrava. Tornou a perguntar.

Ele não tem mesmo nenhum defeito?

Novamente respondia o cigano.

O defeito está na vista.

Depois de muito examinar o cavalo, olhando-lhe os dentes, as patas, etc, concluiu que faria uma boa compra e fechou o negócio. Levou o animal para casa puxando por uma corda, mas ao chegar a seu destino encilhou o animal e resolveu experimentar as suas qualidades, mas qual não foi sua surpresa vendo o animal esbarrar em todos os obstáculos verificando que, apesar da bela aparência o animal era cego. Irritado procurou o cigano para explicações. Este, disse que não enganara ninguém, pois que o defeito do cavalo estava na vista. O comprador teve se conformar com este argumento e assim

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coube-lhe ficar com um animal belo, mas inválido. Na humanidade também existem os que têm defeito na vista, aliás cujo defeito está a vista. Cegos pela catarata do egoísmo não conseguem transpor os obstáculos que os impedem de trilhar o caminho na seara da fraternidade, deixando assim de produzir, de multiplicar suas aptidões, seus talentos em tacanha invalidez. Quantos cegos existem neste mundo de mil verdades e de milhões de mentiras, que não podem ver o colorido brilhante e deslumbrante de uma boa ação, de um ato de doação fraterna ao seu próximo. Que Jesus os ilumine. Maninha.” (Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 09/10/92 – CECJ). ***

“MINHA HISTORINHA Ao passar diante de uma igreja um palhaço malabarista resolveu adentrar e deparou-se com um espetáculo grandioso: um coral de jovens noviços entoava belíssimos cânticos em estilo gregoriano, durante um ofício religioso em honra à padroeira, Maria Santíssima, cuja imagem estava entronizada num nicho no altar. Maravilhado quedou-se ouvindo aquelas vozes harmoniosas. Terminado o ofício, os religiosos retiram-se só ficando o palhaço na nave. Aproximou-se do altar e emocionado disse:

Oh! Mãezinha, como deves estar feliz com tão bela homena-

gem. Como gostaria de também te oferecer algo parecido, mas não sei nenhum hino e nem tenho boa voz. A única coisa que sei fazer é dar piruetas e fazer palhaçadas. Entristecido em sua nulidade, ocorreu-lhe fazer algo. Faria alguns números de seu espetáculo, homenageando assim a virgem. Assim pensou, assim fez, mas as piruetas e saltos, devido à acústi-

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ca do templo, tornaram-se tão ruidosos que acabaram chamando a atenção dos padres do convento anexo, que vieram verificar o que estava ocorrendo e ficaram estupefatos diante do que viam. O padre superior irritado dirigiu-se ao palhaço recriminando-o. Estás louco? Como ousas desrespeitar assim a casa do Senhor? Estás cometendo um sacrilégio. Ponha-se daqui para fora, já. Humilhado e tristonho o palhaço explicou que só queria prestar sua homenagem à mãezinha do céu. Ia retirar-se quando a imagem, tomando vida, desceu do altar e aproximando-se do infeliz, abraçou-o carinhosamente, voltando novamente até o nicho tornou-se a imobilizar-se. Os religiosos compreenderam neste momento que a grotesca homenagem do palhaço alegrara Maria, mais que tudo o que a ela se ofertara. Seria bom que a humanidade também compreendesse que é nas pequeninas ações feitas com amor e desprendimento que está o conteúdo do verdadeiro amor, da verdadeira doação. Seria bom se compreendessem que valem mais as pequeninas pepitas de ouro, que o colossal brilhante que fascina e ofusca. Enquanto as pepitas se distribuídas podem fazer a felicidade de muitos, o brilhante só encanta a um, pois se retalharem para dividi-lo pode esfacelar-se perdendo o seu valor. Seria bom se compreendessem que a insignificante e humilde violeta atrai mais com seu suave odor que a opulenta titânia com seu um metro de altura, os sessenta centímetros de diâmetro e belíssima cor, mas que exala fétido aroma. As pequeninas coisas feitas com carinho podem não rutilar como as grandiosas ações que enchem os olhos, mas esvaziam os corações e, no entanto, se agigantam e trazem a essência da doação. Deus os abençoe. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 30/04/93, Grupo mediúnico Preces para dor - CECJ. ***

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“MINHA HISTORINHA Duas mercadorias deveriam ser transportadas de um local a outro bem distante. Para tal serviço foram escolhidos dois cavalos que dirigiram-se ao lugar do embarque. Um deles, mais matreiro e lépido adiantou-se e escolheu a carga que lhe achou mais conveniente: dois fardos de algodão que embora volumosos, pouco pesavam. Ao outro coube o transporte da outra mercadoria: dois fardos de sal, que muito pesavam. Puseram-se a caminho, o primeiro saltitando maneiro, deliciando-se com as belezas do percurso e alegrando-se com o sofrimento do companheiro que marchava com dificuldade, alquebrado pelo peso de sua carga. Passaram por vales, montes, planícies até que chegaram às margens de um rio que era preciso transpor. Para surpresa de ambos, viram que a ponte que ligava as duas margens, havia sido levada pela correnteza das águas. A travessia era necessária e assim como única alternativa tiveram que atravessar o rio a nado. Atiraram-se as águas e assim, com dificuldade, venceram este obstáculo chegando à margem oposta. Aconteceu então o inesperado, a situação inverteu-se e o cavalo que transportava o algodão viu-se subjugado pelo peso da carga que encharcando-se de água tornou-se terrivelmente pesada; o outro que carregava o sal, também pela ação das águas sofreu alteração: o sal diluíra-se e assim o peso desapareceu, sentindo-se leve e descansado. Para os espíritos, os fardos da carga evolutiva, leves ou pesados, não trazem merecimento ou desmerecimento, ambos são valiosos se transportados, aceitos com responsabilidade e equilíbrio. O espírito que faz a sua jornada terrena em meio à pobreza, por certo carregará um fardo pesado que lhe custará suor e lágrimas. Aquele outro a quem foi agraciada a riqueza, por certo terá um fardo mais leve a carregar, pois que na vida material, o dinheiro pode amenizar e contornar muitas dificuldades. Se o rico passar por grandes sofri-

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mentos isto não dizer que sejam reparação de dívidas passadas, pois que muitos destes sofrimentos são consequência dos tropeços atuais. Para o espírito que faz sua trajetória em meio à riqueza, cumpre-lhe canalizar as vantagens de sua situação em benefício do menos favorecido. Suas energias e bem estar devem ser doados ao próximo, porque a cobrança do que se deixa de fazer é maior que a do que se faz. A omissão, a tibieza, a indiferença, cobram dividendos altos. A advertência de Jesus é bem clara. É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no Céu. O pobre, simbolizado pelo camelo que muito trabalha carregando cargas pesadas, mesmo talvez sem opção, carrega seu fardo até o fim e se bem o fez, será recompensado. O rico que inflado pelo egoísmo, cobiça e orgulho, deixou-se cair na omissão, na inércia, dificilmente passará pelo fundo da agulha da travessia dimensional rumo às esferas mais elevadas. Vale mais um pobre cansado que muitos ricos ociosos. A pobreza e a riqueza, duas mercadorias valiosas que exigem um transporte equilibrado. Jesus os abençoe. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 25/06/93 – CECJ. ***

“MINHA HISTORINHA O dono de um pequeno sítio sonhou certa noite, que indo para um determinado lugar a beira-mar encontraria um tesouro que lhe traria muita riqueza. Ao acordar contou o que havia sonhado a sua esposa, mas esta disse-lhe que sonhos são apenas sonhos. Mas o lavrador tornou a sonhar repetidas vezes a mesma coisa, até que intrigado resolveu procurar o local sonhado. Foi assim que chegou a um lugar ermo

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à beira-mar, onde só se viam água, areia e alguns míseros pescadores, com seus barcos mais míseros ainda. Desiludido, já pensava em voltar quando dele se acercou um dos pescadores, buscando saber o que ali fazia. Disse-lhe o matuto que estava ali por causa de um sonho e em seguida narrou o que havia sonhado. O pescador procurou consolá-lo dizendo-lhe que os sonhos são somente fantasias e para exemplo contou-lhe que por inúmeras vezes havia sonhado que se fosse até um paupérrimo sitio, onde só havia um casebre, uma roça mirrada e um pequeno chiqueiro, ali embaixo do chiqueiro encontraria um tesouro enterrado. O matuto reconheceu pela descrição do pescador, seu próprio sítio e tratou de regressar o mais rápido possível, chegando em casa, tratou de derrubar o chiqueiro e após cavar um bocado, descobriu um fabuloso tesouro que tornou-o muito rico. Muitos espíritos em peregrinação terrena, almejando descobrir e conquistar tesouros que os enriqueçam espiritualmente, sonham alto. Sonham com grandes filões onde através da caridade, da fraternidade e do amor ao próximo, consigam obter os bens tão necessários para sua elevação. Sonham alto com filões, que se encontram na Somália, na Etiópia ou em outros lugares onde as calamidades se fazem presentes e sentem-se frustrados, pois que tais locais são inacessíveis. É-lhes impossível ir até lá para garimpar. Abalados sentem-se injustiçados e delegam a outros estas oportunidades. Julgam-se deserdados da sorte, quando em verdade, são cegos, não veem os tesouros que estão ao seu alcance. A providência divina lhes colocou aos pés os veios tão preciosos de bens. Veios que estão em seu lar, entre amigos, vizinhos e na comunidade em que moram. Cegos e acomodados partem para bem longe, para além, pobres muito pobres e ali tomam que lhes coubera, esteve sempre perto, muito perto. E então que ficam ansiosos para retornarem ao seu sitio novamente, onde o tesouro está enterrado. Que Jesus os abençoe. Maninha” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 27/08/93 – CECJ. ***

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“MINHA HISTORINHA Um ermitão que vivia num casebre humilde, numa vida monástica, passava as horas em oração. Dia e noite louvava o senhor. Diante da frugalidade de sua vida humilde e pelos constantes períodos de oração era considerado santo. As pessoas da redondeza de tempos em tempos levam-lhe pão e frutas, pois o ermitão não aceitava nada a mais que o estritamente necessário para a sua sobrevivência. Num certo dia de muito frio, ao cair da noite chegou ao casebre um estranho que nada veio trazer mas sim pedir. Disse que estava com muita fome e queria obter algo para comer. No casebre só havia um pedaço de pão seco, que iria servir de alimento ao bom velhinho, mas imediatamente ele o deu ao visitante que saciou assim sua fome. Daí a pouco começou a tremer de frio e indagou se não havia ali uma capa para abrigá-lo. Disse-lhe o velhinho que só possuía um pedaço de cobertor já velho e rasgado e o ofereceu ao visitante que se agasalhou, enquanto o velho tremia de frio. Passados mais alguns momentos, o visitante torna a pedir se não havia mais coisas no casebre, e o ermitão respondeu que não havia mais nada, no entanto o visitante disse não acreditar. O velhinho, temeroso que estivesse diante de um assaltante, falou nada mais haver, muito menos dinheiro. Então o estranho explicou!

Não sou ladrão, sou Jesus e sei que mais coisas aqui tens.

O velhinho extasiado ajoelhou-se e disse:

Mestre, nada mais tenho e vós o sabeis, só tenho minha vida

que a ti ofereço.

Tens sim muitas coisas aqui.

O que mestre? Não vejo razão para o que afirmas.

Diz-lhe Jesus:

Aqui neste casebre estão todos os teus pecados.

Pecados? Senhor minha vida tem sido um jardim de oração

de louvores a Deus. Fugi das ocasiões do pecado para colocar-me a

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serviço do Pai Celestial. E Jesus lhe esclarece:

Por fugires a ocasião de pecar é cometeste tantos pecados.

Foste ocioso e deixaste de servir àqueles que de ti necessitam. Recebeste a graça da vida terrena para o trabalho que edifica e jogaste no ócio, na ilusão da falsa santidade, oportunidades valiosas. Este isolamento inútil encheu este casebre de pecados. Agora irás comigo, aqui debaixo deste trapo que julgavas te elevar, deixaremos estes pecados, até que numa nova vida terrena aqui venhas resgatá-los na pobreza, na batalha árdua de ajudar muitos daqueles que de ti necessitaram e não o conseguiram, para neste casebre, como uma família, serem amparados pelo suor e pela força de teus braços, de tuas mãos que se ergueram vazias para o alto na ilusão de meios inócuos de se chegar ao Pai celestial... Irmãos, será que precisarei mostrar a moral desta história. Cada um de vós julga-se a si mesmo e procure ver em quantas ocasiões fostes ermitão, no pensar de que tudo o que já se fez necessário já foi realizado. Bem, lembrem-se que em volta de vós estão os que vieram na certeza de receber o que lhes deveis. Orai sim, pois isto é a necessidade do colóquio com Deus, mas também vigiai, isto tem uma importância fundamente, vigiai para que nada vos escape nos descaminhos da ociosidade e da omissão. Que Jesus os abençoe. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 01/10/93 - CECJ. ***

“MINHA HISTORINHA DE HOJE Um pelotão de soldados ouvia as instruções de seu sargento. Este estava a ensinar-lhe deveres cívicos. Dizia-lhes do respeito e

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amor que todos deveriam ter para com o Hino Nacional. Dizia-lhes que todas as vezes que ouvissem este Hino, deveriam colocar-se em posição de sentido, mão na testa, e assim ficarem até o final do mesmo. Com bastante entusiasmo, procurava fazê-los se encherem de patriotismo. Neste momento um dos soldados fez uma pergunta cretina.

Senhor sargento, se, digamos, na hora de prepararmo-nos

para dormir, já estando só de cuecas, alguém liga seu radinho e nesse momento estiver sendo, por algum motivo, executado o Hino Nacional, o que devemos fazer?

Colocar-se em posição de sentido é claro!

Mas de cuecas? Isto não seria uma falta de respeito?

O sargento embatucou-se todo e começou então a dúvida. Que fazer ou deixar de fazer? As sugestões dadas não chegavam a um consenso, até que um dos soldados arriscou o palpite:

O melhor que se deve fazer é desligar o rádio.

A humanidade é como este grupo de soldados. Mesmo em qualquer um dos planos, quer material, quer espiritual, deve-se render graças ao Criador e procurar aprender, respeitar e cantar o Hino universal da Pátria Celestial. Este Hino nos foi trazido e ensinado pelo mestre dos mestres. Suas lições, seus ensinamentos em notas musicais dentro dos padrões evangélicos, atravessaram o tempo e tem chegado a legiões de soldados de Deus, até os nossos dias. É assim que vemos grande número de reencarnados buscar nas casas de oração, ir aprender este Hino Celestial. Ouve-se a doutrina, as lições que Jesus nos ensinou, e procuram alcançar este aprendizado para quando chegarem no recinto Celestial, integrarem a falange de bons soldados do Criador. Infelizmente entre este número de aprendizes há aqueles que estão desnudos de boas intenções, de boa vontade, de bons sentimentos,

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irreverentemente desligam o rádio. Perdem as oportunidades tão preciosas de aprenderem a respeitar as instruções do Divino Mestre e fogem covardemente do momento que lhes se apresenta. Atrasam o caminho, o exercício espiritual, e assim deixam se enredar no atraso do tempo perdido, e são aqueles tíbios que Jesus tanto censurou. O exército do Cristo está sempre se adiantando nos exercícios espirituais para, com todo amor e respeito, cantar louvores ao Criador da Pátria Celeste. Que Deus nos abençoe e Jesus nos ilumine. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza – CECJ. ***

“MINHA HISTÓRIA DE HOJE Uma cadeira fabricada com carinho por um artesão era bela em sua simplicidade natural. Um dia foi adquirida por um chefe de família que levou-a a fazer parte dos móveis de seu lar. Passado algum tempo, a dona da casa resolveu mudar o visual da cadeira e aplicou-lhe uma camada de tinta na cor de sua preferência. Assim a cadeira perdeu a sua originalidade. Com o passar do tempo, a tinta começou a desbotar e a descamar, por isso o dono da casa, achou por bem, aplicar nova camada de tinta, desta vez na cor que lhe pareceu melhor. Outro tempo passou e a tinta começou a apresentar novamente defeitos, o que forçou a aplicação de nova camada de tinta. Assim, a cada vez em que surgiam os defeitos da pintura, outra camada de tinta lhe era imposta. Ao cabo de muito tempo, as camadas de tinta acabaram por tornar a cadeira um objeto feio e desprezível, e relegada ao pouco cuidado, jogada de um lado para o outro, acabou se desconjuntando, oferecendo perigo a quem nela sentasse. Por fim foi descartada de vez e atirada num depósito de lixo. Mas um dia um

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marceneiro, passando por aqueles lados, avistou a cadeira e achou que valia a pena restaurá-la. Levou-a à sua oficina e pôs mãos à obra. Muitas marteladas e duros pregos ela teve que se sujeitar. à sua maneira, muito sofreu mas, graças a este sofrimento, adquiriu estabilidade e alegrou-se com a firmeza que sentiu, dispondo-se a aceitar a continuação de sua reforma. O sofrimento veio através da lixa dura e áspera, que muito feria, mas que ia livrando as camadas de tinta que tanto a desconfigurava. Entre rangidos de dor foi ficando mais leve e sentindo que alcançava seu objetivo, voltar à sua origem. Isto aconteceu quando a última camada foi retirada pela lixa rude. Ei-la agora, novamente bela em sua simplicidade natural. Valera a pena o sofrimento que passou. Assim o espírito, a exemplo da cadeira, foi criado simples e natural. As turbulências da vida material chegaram para em meio a sua pouca vontade, começa por adquirir a primeira camada da tinta do egoísmo. Com o passar do tempo são lhe aplicadas novas camadas, na tentativa ilusória de disfarçar os defeitos que lhe tiraram a originalidade. Recebe a tinta do orgulho, a pintura da vaidade, da luxúria e de muitas outras paixões. Ao cabo do correr do tempo acaba desequilibrando-se e então, no paroxismo da degradação, é levada pelo desejo de renovação, buscar a sua reforma. Os duros golpes e os pregos das provas, trazem-lhe grande sofrimento, mas vendo que a firmeza se faz e a que a volta do equilíbrio está chegando, aceita que a dura lixa das expiações faça o seu trabalho de restauração. Em muitas reencarnações, sob o sofrer desta lixa expiatória, vai-se aperfeiçoando e a cada camada do verniz lodoso dos erros e das paixões que lhe é retirada, adquire novas forças para suportar este sofrimento de choro e ranger de dentes, até que graças a Divina Providência, surge em seu aspecto belo e natural. Bendita lixa reencarnatória que traz a beleza da perfeição. Que Deus os abençoe. Maninha.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza – CECJ. ***

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“DEUS Dom Aquino Correia, num poema diz... Quem fez esta verde campinas, quem fez as boninas, fez estes céus, quem fez nestas vargens, lindas palmeiras, louçãs e altaneiras, quem senão Deus? Quem fez estes astros que brilham nos ares quem fez nestes luares, fúlgidos véus quem fez estas aves gazis e canoras? Quem fez as auroras, quem senão Deus? E acrescentamos… Quem é o pai, justo e clemente, que alivia a dor mais pungente dos filhos, nos seus difíceis desafios, ainda que sejam ingratos e arredios? Quem dá força para enfrentarem as paixões? Quem faz brotar a coragem nos corações restaurando as ruínas dos tormentos respeitando os contraditórios sentimentos? Quem lhe enfeita as muitas aspirações e povoa as afastadas solidões, revelando-lhes o valor da caridade, refletindo no arco-íris da fraternidade? A resposta é clara e pura, levando-nos a conhecer a doçura, de um pai que ama os filhos seus, nosso Pai criador que se chama Deus. Antonio Calado” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 01/11/06 no grupo mediúnico de quarta-feira – Sociedade espírita André Luiz, Camboriú- SC. ***

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“AH! SE EU FOSSE... Um ricaço, desses bem endinheirados, Daria o que vestir e o que comer, a muitos pobres necessitados. Mas não o sou, nada posso fazer... Ah! Se eu fosse... Um professor, mestre em formação, levaria as luzes do saber, Ao incultos, sedentos de instrução. Mas não o sou, nada posso fazer... Ah! Se eu fosse... Um médico, competente profissional. A dor e a doença procuraria combater, e faria do pobre, o paciente especial. Mas não o sou, nada posso fazer... Ah! Se eu fosse... Um bem sucedido industrial, muitos empregos iria oferecer com salários digno e substancial. Mas não sou nada posso fazer... Ah! Se eu fosse... Um cara folgado, com tempo a sobrar, ensinaria o caminho do bem viver, aos que se perdem mesmo sem lutar. Mas não sou, nada posso fazer... Ah! Se eu fosse... Mas porque esse malversado pai nosso. Se é certo que: “querer é poder”. Eu quero, eu posso e posso com certeza fazer. Jesus é o exemplo verdadeiro,

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de quem veio a todos ajudar. E de seu, nem sequer um travesseiro tinha para a cabeça repousar. Juarez Andrade.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 22/11/06 no grupo mediúnico de quarta-feira – Sociedade espírita André Luiz, Camboriú- SC). ***

“INSTRUÇÕES Notamos que às vezes o desânimo se aproxima de nós. Não desanimai. Trabalhai com amor. É necessário que este trabalho seja feito com uma coordenação muito firme. Nada de pressa, um pouco de cada vez, que irá se coordenando com outro trabalho da casa. Muita fé, muita coragem, diante das dificuldades, e assim o trabalho de amor trará fruto. Para encaminharem os espíritos e orientá-los para o mundo espiritual é como uma construção feita tijolo a tijolo, sem pressa. Foi nos dado, no plano espiritual, um local que não estava estruturado, essas bases são levantadas pouco a pouco, é necessário muita fé, amor, dedicação, carinho, e devagar, passo a passo, mesmo que lento e ainda pequeno, mostra que um pedacinho do caminho já foi percorrido. Obrigado, não desistam, sigam com otimismo.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 15/11/06 no grupo mediúnico de quarta-feira – Sociedade espírita André Luiz, Camboriú- SC. ***

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“JARDIM DA VIDA. Uma mãe, ciosa de seus deveres na criação e educação de seus filhos, contempla o jardim que enfeita sua casa e que ela zelosamente cultiva. Seus olhos pairam sobre um canteiro de violetas. Suas flores pequeninas e singelas se escondem em baixo das folhas. Noutro canteiro, girassóis exuberantes altaneiros acompanham com suas flores o movimento do sol, sem temer seus raios que ofuscam. Mais adiante, vê um canteiro de roseiras. Lembra que, para seu cultivo, teve que despender muitas forças e sofrer agressões. Foi preciso a poda de galhos inúteis, nocivos, mas cheios de espinhos que a feriam sem dó, arrancando-lhe “ais” de dor. No entanto, valeu a pena tanto esforço e sacrifício, pois agora ali estão belas e viçosas flores, enchendo-a de alegria e orgulho. Seu jardim é o reflexo de seu lar. Entre os familiares, há o filho violeta, que tímido, introvertido, esconde-se atrás de sua saia, com medo de enfrentar as labutas de cada dia. Ela, com seu amor maternal, procura prepará-lo, incentivando-o, encorajando-o a ir à luta. Incute nele o valor da trajetória física, levando-o integrar-se no rol dos vencedores. Há também o filho girassol, intrépido, destemido, que desafia os reveses da vida, que busca um lugar ao sol com muita garra, sem se ater ao desânimo, ao negativismo. Precisa da mãe, sua companhia, seus aplausos. Outro filho, este a rosa. Traz problemas que ferem e fazem sangrar seu coração de mãe. Revolta-se quando é aconselhado. Agride quando lhe apara as arestas do mal. É belicoso, mas que sob o cuidado carinhoso, a orientação segura, a poda correta de seus instintos perversos, muda seu comportamento e dentro da integridade produz flores, através de boas obras, boas ações, trazendo alegria, compensando todo o sofrimento, e dando à mãe a certeza do dever cumpri-

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do, a certeza da realização da missão materna: criar filhos e cultivar flores, no jardim da vida. Eis a meta da mãe exemplar, iluminada pelo amor. Que Deus abençoe as Mães Irmã Rosália” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 18/08/01 no grupo mediúnico Maria de Nazaré - CECJ, Balneário Camboriú- SC. ***

“Nesta Seara bendita, abençoada sempre seja a vontade inaudita daquele que só faz o bem. Jesus nosso mestre amado, retirou-nos das trevas da dor, fez isto tudo, e foi por amor. E amor de irmão que a todos ajuda, sua paz e sua luz são para o mundo, o bem maior a todos... Poucos têm esta consciência, poucos vivem buscando esta realidade. Mas Jesus, na sua bondade, espera, pois bem disse um dia, “que nenhuma ovelha se perderia do seu rebanho”. Ele é o pastor, nós somos suas ovelhas, perdemo-nos dele, mas... o tempo nos trará de volta. Seja o mestre sempre a nos guiar, para que não venhamos mais a perder no seu magnífico caminho. Paz e amor Irmã Amélia” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 08/04/00 no grupo mediúnico Maria de Nazaré. CECJ, Balneário Camboriú- SC. ***

“MÃE Os ditames do coração materno, são muito difíceis de se explicar. Representam envolvimento tão terno,

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ora em alegrias, ou mesmo a sangrar. A mãe se transforma no filho, como a semente, em bela flor. Contando louvores em estribilho, exalta sempre, mesmo sem valor. De seu coração faz um reduto onde guarda anseio e certeza, de que aquele que é seu fruto, venha a ser um exemplo de nobreza. Não importa se ele é bonito ou feio, se é um sábio, ou de pouco saber. Para ela o filho é um meio, pelo qual vale a pena viver. Não existe mais bela moldura, que uma mãe ante o filho excepcional. Ela não o vê em grotesca figura mas vislumbra sua beleza espiritual. Até a mãe do assassino feroz, de olhar sombrio e sem brilho, Defende-o chamado em alta voz: Ele é bom, ele é o meu filho. Mãe de qualquer cor ou raça, não importa tua condição social, que os céus te cubram de graça, Ao desempenhares teu papel maternal. Seja sempre uma fonte de alegria, uma cascata de amor e luz. Abençoada pela doce Maria, Mãe sublime do mestre Jesus. Deus abençoe as mães. Maria Rosa.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, CECJ. ***

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“QUERIDOS IRMÃOS Boa Noite. Uma das coisas que me ligam a Manuel Quintão é a admiração que sinto por esta Casa espírita. Isto se deve em grande parte à presença ainda atuante da Ma cherie Louise, hoje Erna. É sempre gratificante para nós, no mundo espiritual, ver que encarnados devedores, embora todos sejamos devedores, em especial encarnados que nos são caros, pagarem suas dívidas. E Erna é um exemplo de uma grande devedora que atendendo o chamamento, mesmo que pela dor, está pagando seus débitos com pontualidade, abnegação e lealdade. Foi ela que plantou a sementinha humilde, que germinou e cresceu vigorosa, graças aos cuidados desta valorosa lutadora, tornando-se uma gigantesca árvore que tem produzido os bons frutos espalhados como bênçãos que rompendo barreiras, alcançando rincões, tanto terráqueos quanto espirituais. Graças à inspiração espiritual, a casa tem um nome bem qualificado, está sob a direção de um patrono de escola que com sua equipe de legionários mantem-se coeso com os tarefeiros da casa para o crescimento constante da mesma. Irmãos, unifiquem-se em torno do exemplo da fundadora da casa, façam deste exemplo o incentivo e o símbolo valioso para uma reencarnação profícua e rentável. Às vezes as pequenas querelas podem retardar o sazonamento dos frutos desta árvore valiosa, mas o amadurecimento chegará e as benesses também virão. Até as pequeninas impertinências desta heroína, que os brindou com o lugar adequado a vossa colaboração, devem ser amadas e aceitas como o êmulo que necessitam. Unidos perseverem, pois não imaginais a real importância da casa espírita onde está sendo feito o vosso burilamento. Ma belle, Ma cherie Erna, je salue, com respeito este trabalho magnífico. En garde ma cherie, que este Maison se tornará tão grande quanto o teu amor e dedicação.

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Que o bom Deus abençoe a tão querida companheira de seara espírita, e a todos que com ela compartilham os benefícios da Casa de Jesus. Merci e pardonnez moi se não falo de Agnez da belle-fille, e de tantos outros que fazem parte da história desta conquista, e que na espiritualidade te aplaudem e te amam. Izabel.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 19/11/93 – CECJ. ***

“ENTRE A CRUZ E A ESPADA, ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE”. A cruz é embora seja um estigma da humanidade, o símbolo da salvação, da redenção. É o jugo, o fardo que todos os encarnados carregam em sua marcha evolutiva. A espada representa as vicissitudes de vida material: o sofrimento, as lutas, as provas e expiações. Idêntica situação está no plano espiritual. Também do lado de cá se faz urgente a caminhada em busca do tesouro da perfeição. Urge o tempo e, com afinco, buscamos intensificar o intercâmbio entre os dois planos. A transição é imperiosa e o almejo de vida em esferas melhores está presente dentro de cada espírito bem intencionado. Assim, com alegria vemos crescerem numericamente as casas espíritas, mas a apreensão também existe. É de se lamentar que o verdadeiro sentimento cristão espírita, não está embrenhado entre os dirigentes e componentes das mesas mediúnicas. Um falso pudor impera e vemos que o orgulho ainda cega a muitos. Há classificação de espíritos comunicantes. Exige-se que a elite se manifeste, desprezando aqueles que na humildade de escravos, tem

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muito a oferecer. Digo com sinceridade, que muito me orgulho de minha encarnação de preta escrava. Foi nesta caminhada dolorosa que adquiri méritos, e de muito mais proveito me foi, do que naquelas que cingi a coroa da realeza. Foi ela que me permitiu libertar os espíritos encarnados como escravos. Lembrem-se que a encarnação humilde do escravo não é a única. Ela é a distinção de um período de vida terrena, e que outras situações e condições sociais já trouxeram o mesmo espírito ao vosso convívio. Não queiram receber só comunicações de grandes homens, mas sim de grandes espíritos, apresentem-se eles da maneira que lhes aprouver. Nem por um momento de minha vida material, lamentei tudo o que perdi ao praticar um ato tão belo e cristão, como o que me foi concedido pela bondade divina fazer. Quero ser lembrado como a escrava sofrida e não com o cetro na mão. Que Deus os abençoe Izabel.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 13/09/91 – CECJ. “Quando Manoel Quintão, o tão querido amigo, convidou-me a conhecer o Centro Espírita Casa de Jesus, achei que o fazia movido pela alegria de me fazer conhecer a Casa, onde ele é o dirigente mentor”. ***

Viemos e pude dar minha comunhão humilde, mas sincera. Sorrindo, Quintão disse-me que esperava mesmo que eu desfraldasse mais uma vez a bandeira da negritude. Mas, novo convite surgiu. Garantiu-me Manoel Quintão que desta vez haveria uma surpresa; o exemplo de uma encarnação bem sucedida.

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Viemos novamente e não foi só surpresa que senti: também emoção e felicidade. Entre os trabalhadores da Casa, deparei com “L” em nova vida no plano físico. Apesar dos anos lhe pesarem reconheci-a. Os mesmos belos olhos que parecem duas contas, o rosto de boneca, que tantas vi em retratos pintados, e cuja vida eu conheci através de relatos. Era mesmo “L” bela, voluntariosa, orgulhosa, prepotente, jovem da casa dos Bourbon. “L” muito se orgulhava de sua descendência e muito amava seu país, a França. Foi feliz até que foi forçada a um casamento de conveniência, com um nobre alemão. “L” viveu em desespero na nova pátria. Foi infeliz e infernizou a vida do consorte e dos familiares deste. Negou-se a falar o idioma alemão, que dizia ser pesado, grosseiro, muito diferente do belo idioma francês. Abominando ideia de ter herdeiros de descendência alemã preferiu o suicídio à maternidade. “L” tornou-se, apesar deste fim trágico, um símbolo para as jovens que achavam belo o gesto de preferir a morte, a viver longe de sua pátria amada. Agora eis “L” nascida dentro de uma família germânica e, mesmo nascendo longe das duas pátrias que lhe fizeram a história, conserva o sotaque pesado e grosseiro, como dizia, da língua alemã, quando o certo seria falar o português que é tão suave e musical quanto o francês. Disse-me Quintão, que graças à doutrina espírita, “L” não repetiu o gesto suicida numa revolta de vida passada. E que “L” vem dedicando mais da metade de sua vida a serviço do espiritismo, com amor, humildade, dedicação, num verdadeiro resgate de uma vida passada. Realmente uma encarnação bem sucedida. Estou tão feliz por você “L”. Felicité ma cherie. Trés biem, vaillance! Avant! Fraternellement Izabel. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 08/11/91 – CECJ. ***

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“CONVITE AO PERDÃO. Como da singela flor, teu nome é Margarida. Flor que deu seu amor, a um cruel espinho da vida. Este cruel espinho não fere mais, secou preciso do perdão e carinho, a quem feriu e magoou. Vai logo minha irmã levar-lhe o sublime perdão, não deixes esta ocasião. Abraça minha querida com amor a tua cruz perdoe esta alma ferida, siga o exemplo de Jesus “Um espírito familiar.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 17/04/92. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MINHA HISTÓRIA. Em minha passagem terrena tive uma vida solitária, fora dos padrões humanos. Nunca soube o que era amor, carinho ou afeto, nem mesmo daquela que me gerou; por ser mãe solteira, via em mim a causa de seu infortúnio, e por consequência, os outros também me ignoravam, desprezavam, pois eu era fruto do pecado. Desde que me conheci por gente, tive que trabalhar, ainda que dentro do adequado à minha idade.

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Não me pediam para fazer algo, mas obrigavam a fazê-lo numa ordem grosseira, quase sempre acompanhada de beliscões, safanões, etc. Não sei se me deram um nome, aliás, meu nome passou a ser: Jumento. Diziam-me: Trabalha Jumento, faça isto ou aquilo, Jumento. Não nasci mudo, mas como não me davam atenção, vivia calado. No estábulo ou no celeiro, dormia todas as noites. Cresci forte, por isso era obrigado a fazer o trabalho mais pesado, com se fora mesmo uma besta de carga. Assim passavam-se os dias e as noites, mas como não sabia agregá-los em anos, não saberia também qual era a minha idade. Sabia sim que o corpo vai se enfraquecendo e, por isso, o trabalho já não rendia tanto e passei a ser chamado de “jumento imprestável” e outros adjetivos menos dignos. Os dias eram de muito esforço físico, mas nas noites, dormia tranquilo, talvez por não ter os problemas que tanto afligem os humanos. Foi numa dessas noites de sono tranquilo que tive um sonho estranho. Ouvi um senhor bondoso dizendo que eu deveria me sentir feliz em ser considerado um jumento, pois este foi o animal que serviu a Nosso Senhor Jesus Cristo, nas ocasiões mais importantes de sua vida. Foi um jumento que transportou Jesus até o Egito, fugindo de Herodes que queria matá-lo, também foi um jumento que carregou Jesus em marcha triunfal até Jerusalém, aclamando pelo povo como um rei, embora poucos dias depois, dentro da inconstância humana, o condenou a morte. Esta foi minha última noite como vivente. Meu corpo sem vida foi encontrado no dia seguinte e enterrado como o de um animal, atirado numa cova, enrolado numa lona velha e suja. Acordei num mundo diferente e muito feliz com o sonho que tivera, passei a incorporar as características dos jumentos e, com carinho, aceitei a tarefa de conduzir os que desencarnavam de forma trágica

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até os hospitais de refazimento, auxilio também nos resgates de infelizes que caem prisioneiros das falanges do mal. Passei a trazer até as casas espíritas desencarnados endurecidos para serem doutrinados. Participo de trabalhos junto aos grupos que acolhem seus irmãos para ajudá-los a entender as leis da vida espiritual. Conto-lhes isto para que entendam o quanto é importante tudo o que é feito com amor, ainda que lhes pareça ser trabalho de burro de carga. Hoje sirvo a Jesus, pois enquanto houver perseverança e boa vontade, não haverá fugas diante das oportunidades de colaboração, servindo sob o comando do divino Mestre. Ninguém deve se omitir quando compromissos e tarefas que lhes são possíveis, surgirem. Lembrem-se que trabalhar para Jesus é sempre uma dádiva, e ele precisa de todos nós. Não consigo dizer o quanto sou feliz em parecer um jumento ativo na seara do bem, porque é importante dar se tiver, fazer se puder, e atender se quiser. Obrigado “Um espírito amigo.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 14/02/07 no grupo mediúnico de quarta-feira – Sociedade Espírita André Luiz, Camboriú- SC. ***

Vozes que sibilam no deserto Em convite eloquente e audaz Conclamando a seguir de perto O sublime mensageiro da Paz Vozes que murmuram nos montes Na brisa em constante viração

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Descortinando novos horizontes Ao viajar em peregrinação Vezes que rugem bravias no mar alertando no ímpeto de vagalhão Que a alegria e a dor estão a testar O candidato, rumo à perfeição Vozes que sussurram nos prados Roteirando os caminhos da luz Aos que na terra estão algemados Nos braços, de sua merecida cruz Vozes intercambiantes do além Na mediunidade que atua comprovando o vai e vem porque a vida continua. Um amigo.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, CECJ. ***

“SIRVA SEMPRE Ao doar, sê o pedaço de pão Que mata a fome de alguém. Dizendo com carinho: toma meu irmão! Porque o que é meu, é teu também. Seja teu coração uma casa vazia Para abrigar a tantos abandonados, Em especial os menores, que sem alegria, Sem lar, sem teto, nas ruas são largados. Procure ser o agasalho, o cobertor. Que liguem num abraço fraterno A fonte viva geradora de calor

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Aos que sofremos rigores do inverno. Não te esquives de ser o remédio Que acalma e alivia o sofrimento, Daqueles que se entregam ao medo, ao tédio Presos a dor com todo seu tormento. Muito mais coisas poderias ser. Seguindo os passos do meigo Rabi. Vivendo e deixando viver, Teus irmãos, que precisam de ti. Paz e amor. O Samaritano”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 26/07/03. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“EVANGELHO

O evangelho é a fonte segura daqueles que estão a procura,

da verdade que traz libertação.

Num relicário de lições envolventes, que apazíguam e forta-

lecem os crentes, ainda tímidos no caminho da evolução.

Cristo se desdobra em cada ensinamento trazendo a luz da

razão, o conhecimento como a aurora ao dissipar a escuridão.

Cada página no compêndio do evangelho anula o clichê do

homem velho, retornando- o ao esplendor da criação.

O tempo urge, é precioso o trabalho em frente sem cair em

falso atalho, pois a humanidade precisa de amor.

A terra é campo onde a necessidade cede diante da prática

da caridade, que qualifica as ovelhas do senhor.

Ovelhas mansas que devem conquistar, os lobos ferozes que

procuram arrastar, os incautos que vivem na ilusão.

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De que a terra é ribalta do prazer, é assim dentro do enigma

do viver, são abatidos em sua reencarnação.

Seguindo o primado do bem em segurança se chega ao além,

na correnteza do amor divino.

A vida física é nuvem passageira, e a terra é cidade estran-

geira, pois a pátria celestial é nosso destino. Muita PAZ. O Samaritano”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 25/09/04. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“A REALIDADE Ah! Amigo se eu soubesse, se alguém sabidamente me dissesse, que a morte não existe. Teria ao além alcançado, bem menos apavorado, nem estupidamente triste. Ah! Amigo se eu soubesse, se alguém caridosamente me dissesse, a verdade nua e crua. Não me sentiria pássaro ferido, num viajar tão sem sentido, por ignorar que a vida continua. Por isso, dizer-te é preciso, ninguém chega ao paraíso, como num passe de mágica. È verdade que a morte não existe. Mas não é uma passagem tão triste, nem mesmo uma transição trágica. Porque ninguém é ave sem ninho, todos tem um traçado caminho, no percurso da vida transitória. Também não se é pássaro ferido, E o viajar tem todo o sentido, graças a nave corpórea. Ah! Amigo se eu soubesse, se alguém me dissesse que é importante o tal “morrer”. Teria bem mais me empenhado, na jornada de um roteiro planejado, dentro das luzes do excelso saber. Muita Paz O Samaritano.”

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Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 02/10/04. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“Coloque as cartas na mesa e no coração a certeza de que o amanhã será melhor, não espere o tranco do sofrimento, faça do aqui e agora o seu momento, liberando a força do amor. Chorar sobre o leite derramado, é a cruz do equivocado que fica na espera do acontecer, infle o peito e solte o grito, vença o medo e alcance o infinito no arco-íris do saber viver. Porque não adianta esconder a verdade, por trás de uma realidade que parece ser mas não é, pouco vale a sabedoria, se ela não traz alforria aos que vivem em cega fé. Amigo não deixe a vida passar, pois nos problemas pode estar a sua maior oportunidade, aceite Jesus como o supremo mestre, que exemplificou na vida terrestre, o introito e o complemento da caridade. Jesus mapeou o verdadeiro caminho, demarcando assim a via preferencial, mantém sempre os faróis ligados, para orientar os mais descuidados, que teimam em avançar o sinal. Não seja cego vagando nesta estrada, que o mestre tornou tão iluminada com as lições sublimes do monte. Amigo! Traga Jesus no coração e assim estarás na feliz condição, de seguir o rumo certo com o novo horizonte. Muita paz. O Samaritano.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 16/04/05. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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“Aquele que esparrama não recolhe palavras que um dia disse Jesus, também quem não planta não colhe e o que fecha os olhos, não vê a luz. Deixe os mortos enterrarem seus mortos procure pela porta estreita passar, vá de um porto á outros portos pois que a vida é um eterno navegar. Siga em frente com fé e coragem vencendo os obstáculos sem temor, na certeza de que só leva vantagem aquele que tudo faz, com amor. Temos o maior de todos os timoneiros que oferece um viajar seguro e sereno, não serás dos últimos nem dos primeiros mas chegaras triunfante seguindo o Nazareno. Porque ele é o caminho a verdade a vida dentro de um roteiro de elevado padrão, ainda que seja lenta e dolorosa a corrida é ela que te tornará um campeão. Paz e Amor. O Samaritano.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“No espiritismo o estudo doutrinário se faz importante e

necessário, por trazer conhecimento e disciplina.

O inculto é mastro sem bandeira, é viajor que não alcança a

fronteira da fonte fecunda da água cristalina.

O estudo é fator de progresso, beneficia aos que obtém o

ingresso, no educandário da vida eterna.

Pois o tempo senhor da razão, diz com clareza e precisão,

que todos voltarão a casa paterna.

Ele faz da vida, uma prece, pois ensina, estimula e oferece,

um real e celífluo horizonte.

Nos caminhos da humildade, que busca em Jesus a bonda-

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de, das palavras do sermão do monte.

Aquele que desdenha o estudo julgando que o que sabe é

tudo, não passa de lâmpada sem claridade.

Principalmente o médium vaidoso, que atira em terreno pe-

dregoso, a semente de sua mediunidade.

O tripé: ciência, religião e filosofia, no espiritismo traz luz e

sabedoria, em alicerces de raciocinada fé.

A ninguém ele pede quantidade, mas sim a sublime quali-

dade, das lições de Jesus de Nazaré. Muita paz. O Samaritano.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“AMIGO, FIQUE BEM ANTENADO, PORQUE AQUI DO OUTRO LADO, A VERDADE É NUA E CRUA. SERÁS UM HÓSPEDE UMBRALINO OU UM HUMILDE PEREGRINO, CUJA VIDA CONTINUA. Ainda que o livre arbítrio exista, não há consciência que resista ao impacto da verdade, pois todo e qualquer tropeço, aqui tem seu justo preço, numa etiqueta de eterna validade. Não existe o medo do fogo eterno, porque o verdadeiro inferno está na alma irresponsável, que deixou de fazer o bem, e na somatória no além se sente frustrado e miserável. Vida terrena é dádiva abençoada, como compromisso outorgada ao espírito em estágio provasional, e o além não é repouso do guerreiro, mas a pátria do prisioneiro em liberdade condicional. Amigo! Continue sempre alerta, ora e vigia em consciência desperta mantendo aceso o candieiro da luz, serás assim uma alma em ação

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no controle de qualquer situação seguindo os passos de Jesus. Muita paz. O Samaritano.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MENDIGOS Ao te deparares com mendigos Não desperdice esta abençoada ocasião Mesmo que não os queira como amigos Aceita-os como instrumento de evolução. Enganas-te ao julgá-los um fracasso, Em verdade, são uma dádiva de Deus Para te ensinarem o reino dos céus. Eles parecem quadros baratos Mas pintados por mãos celestiais São esboços que se tornarão retratos Com traços e cores especiais. Nunca os olhe com desprezo ou asco Nem os chame de vagabundos inúteis Só são ociosos de um fiasco Aos que abrigam preconceitos fúteis. Quem deles foge e os evita Revela ter um coração desumano. Tal qual o sacerdote e o levita, Da parábola do bom samaritano. Eles passam por dolorosa provação E carregam com humildade sua cruz Mostrando que o caminho da renovação

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É aquele que segue os passos de Jesus. Ajude-os, pois na hora do adeus Ao transpores as portas do além Lá estarão, como amigos teus. Para pagar o bem, com bem. Paz e amor. O Samaritano.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“A terra é uma loja de variedades que oferece ilusões e ver-

dades, num comércio de contínuo movimento. Que tem bom senso e coragem sobre escolher o que traz vantagem, demonstrando ser comprador de talento.

A terra é magnífica escola onde o aprendizado não tem cola,

pois prima pelo nível de instrução. Quem tem bom senso, se revela, os rumos que levam a evolução.

A terra é eficiente oficina de labor, que exige esforço, boa

vontade e suor, e faz do aprendiz hábil artesão. Quem tem bom senso foge do atalho, que simplifica mas não edifica o trabalho, valendo-se da força do coração e da razão.

A terra é beneficente hospital, cujo tratamento debela o

mal, preservando o vigor do paciente. Quem tem bom senso busca a cura, de maneira correta e segura, que traz a saúde de corpo e mente.

A terra é campo e lavoura, onde a semente que entesoura,

nasceu na humildade em Belém. Quem tem bom senso sabe a maneira, de fazer a melhor sementeira, colhendo cem por um os frutos do bem.

A terra é um salão de beleza, onde estão os recursos da na-

tureza, que revelam o esplendor da criatura. Quem tem bom senso

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se trata submisso, e aceita a esfoliação que traz o viço, removendo o que esconde sua formosura.

Loja, escola, oficina, hospital, lavoura e salão de beleza, são

afinal o roteiro de caminhos cheios de luz. Quem tem bom senso neles se aprimora e como trabalhadores da última hora, aceitam e seguem o mestre Jesus. Muita Paz. O Samaritano.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“AS GRANDES LEIS Amigo! Estão gravadas na consciência, Leis de amor, sabedoria e ciência, Criadas a benefício da humanidade. São soberanas e imutáveis estas leis, Onde meia dúzia será sempre seis, Dentro da transparência e da verdade. Elas estão em constante conhecimento E determinam e qualificam o comportamento, No “fiat-lux” da justiça divina. Bem e mal são frutos do paraíso da mente, Pena que em todo paraíso haja uma serpente, A espreitar a alma peregrina. Pois a vida física é um campo de ação, Mas se a mente se divorciar da razão Nenhum trabalho terá um bom final. Porque o universo de amor Tanto na alegria, quanto na dor Revelamos nossa origem celestial. É preciso através da caridade

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Despertar esta ociosa humanidade E torná-la uma sociedade fraterna. Fazer dos atos a sublime linguagem Que traga a prudência e a coragem Virtudes necessárias a jornada terrena. Porque no oceano revolto dos pensamentos, À mercê das paixões e dos sentimentos, Navegamos ao sabor das ilusões. Buscando conhecer e sentir a verdade Que nos dá a fé, o vigor e a habilidade De timoneiros que se fazem campeões. O nascer será sempre o recomeçar Mas o morrer nunca será o terminar Diante da eternidade da vida. Nem o mal é eterno, nem incurável Pois o amor como panaceia saudável, O debela em luta acirrada e aguerrida. E assim de existência em existência, Mudando apenas a corpórea aparência, Deixamos o medíocre, buscando a perfeição Desfraldando a bandeira do amor Que traz o merecido valor, Na conquista de sublime galardão. Que o orgulho morra sem defesa, Que a humanidade mostre sua nobreza Nos caminhos que a evolução reduz. Saímos da pedra, passamos pelo vegetal, Errando e sofrendo, chegamos ao hominal, Para conhecer o evangelho de Jesus. Evangelho que é força soberana É vida ativa que irmana Tanto pequenos e grandes sem distinção. Dever e fé que renova a criatura Fonte de água, viva e pura, Que traz Jesus ao nosso coração.

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Muita Paz O Samaritano” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 11/04/06 Sociedade Espírita André Luiz ( SEAL ) ***

“ALMAS COMPROMETIDAS Amigo! Somos almas comprometidas Num extrato de oportunidades perdidas, Cujo resgate não perde a validade. Nada adianta o famoso jeitinho, Nem buscar atalhos pelo caminho, Porque eterna é a carteira de identidade. Os dois mundos em que vivemos Têm a medida certa no que sofremos Para conquistar a elevação espiritual. Se o passado de culpas nos condena, É preciso enfrentá-lo de forma serena, Para que a reparação aconteça normal. É em casa – corpo, que por alguns anos Os espíritos vivem como seres humanos Cumprindo um planejamento adequado. Neste período dispõem seu próprio destino E sendo livres no percurso peregrino Devem limitar o que é limitado. O nascer é início de nova oportunidade O morrer é uma cirurgia de profundidade E ambos fazem parte deste planejamento. O Nascer aprisiona, o morrer liberta Mas se o espírito estiver em alerta Com dignidade edifica seu comportamento.

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Ele consegue provar sua elevação, Quando consciente enfrenta a situação Sabendo que contas tem com justiça divina. No desapego do que é passageiro, situa-se na terra, como estrangeiro Vivenciando a integridade e a disciplina. Porque o momento “alfa” da criação, Prossegue em cada reencarnação E só no momento “ômega” se completa. Assim a cada existência corpórea cumpre-se uma importante trajetória. No princípio e fim de uma meta. A vida deve ser um poema de gratidão Que alenta e direciona o coração, Em caminhos cheios de luz. Caminhar sempre, é preciso Pois só se alcança o paraíso Seguindo as pegadas de Jesus. Jesus, o amigo divino, nos espera. Sejamos seus discípulos na terra Para encontrá-lo no mundo maior. Ele é o embaixador e mestre Que ao terminarmos o exílio terrestre Nos levará ao nosso pai criador. Muita Paz O Samaritano.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 23/05/06. Sociedade Espírita André Luiz ( SEAL ). ***

“REENCARNAÇÃO Amigo! Se não acreditas na reencarnação, no que vou te dizer preste

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atenção, acreditando ou não reencarnado estas. Porque a verdade nua e crua, confirma que a vida continua, reparando erros que ficaram para trás. Reencarnação não é jornada aleatória, tem roteiro de uma nova trajetória, feito para conduzir a sublimação. Nela o corpo é o veículo, da viagem o espírito acumula a bagagem, que o tornará um insigne campeão. Reencarnação é alternativa redentora, se nela o amor é a força motora, que faz a reconstrução interior. Reagir com paciência e confiança, sem ressentimentos mas na esperança, de conquistar um mundo sem dor. Os problemas são como uma ameaça, que muitas vezes prende e amordaça, o viajor incauto e desesperado. Retomar a caminhada é um dever, conscientes de que é preciso viver, na experiência e no aprendizado. A reparação vem de forma natural, passa pela dor e chega ao seu final, quando alcançarmos a perfeição. Enquanto ela não acontece, somos como a flor que fenece, para nova flor se abrir em botão. Para isso, há leis, há princípios gerais, que regem os valores morais, determinando o crescimento espiritual. Pois dentro de característica peculiares, a alma peregrina constrói os pilares, que estruturam sua vida transcendental. Beber o cálice da dor e da amargura, é um teste que fortalece a criatura, se aliado ao uso constante da oração. Todos os dissabores a oração reduz, e no vigiar e orar encontrará a luz, que traz coragem ao seu coração. Agradeça a Deus a carga de penas, que fazem parte das reencarnações terrenas, e segue adiante em tua jornada mortal. Agradeça também a Jesus de Nazaré, que nos trouxe os alicerces da fé, e no mano a mano é o amigo ideal. Porque crer que a salvação está no batismo, ou em outros rituais é

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muito comodismo, de quem não pensa ou raciocina. Crer que existe um inferno eterno, no sofrimento sem fim averno, é subestimar a bondade divina. Amigo! Espero não ter causado espanto, mas… a não ser que sejas um santo, com certeza pecados tens a pagar. Toda a ação tem seu valor e seu preço, mas se até os santos caem em tropeço, será bom na reencarnação acreditar. Muita Paz O Samaritano” Averno = Inferno (Dicionário Aurélio) Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 23/05/06 Sociedade Espírita André Luiz ( SEAL ). ***

“IRMÃ MORTE. Amigo! Quando o amplexo da morte Trouxer consigo o vale-transporte, A coisa é séria, não uma brincadeira Porque é o final da terrena estrada, O início de uma nova jornada, Com partida na estação primeira. Diante da incomensurável eternidade Descortina-se agora outra realidade, Que surpreende, consola ou atemoriza. Já não se é aquele visionário Vindo do planeta- escola de princípio libertário De energias, não utopias feitas de brisa. Se tua vida foi como a dos meros imortais Num mundo de tantos seres normais, Na mediocridade do tal homem velho,

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DÁDIVAS RECEBIDAS

não espere por uma recepção festiva Muito menos que uma celeste comitiva Venha estender-te um tapete vermelho. Também não é preciso nem choro, nem vela, Nem flor vermelha, branca ou amarela, Sobre uma lápide com nome e idade. O túmulo é somente uma cicatriz, Da alma que viveu como bem quis E que retornará com nova identidade. Mas não é preciso temer este momento, Mesmo que venha no ímpeto do barravento Pois tudo faz parte da transição. Haverá sim, um julgamento consciencial. Sem juiz, sem júri, apenas um tribunal E um réu sujeito a condenação. Por isso cuidado ao fazeres sua escolha Não seja ela como uma efêmera bolha Que em breves segundos se desfaz O postergado para o amanhã, Traz no hoje uma sensação vã De que algo se perderá no atrás. Só adotando os ensinamentos do Senhor Plenos de fé, segurança e amor adentrarás num portal cheios de luz Este portal nunca se fecha Contra ele não há queixa Pois representa os braços de Jesus. Então infle o peito e grite com convicção Ó morte! Onde está o teu aguilhão Se seguindo Jesus na da me detém E no comboio de espíritos em revoada Inicia com fé tua nova jornada,

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Cujo destino agora é o Além. Muita Paz. O Samaritano.” Barravento = Direção onde sopra o vento. (Dicionário Aurélio) Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 13/09/06. Sociedade Espírita André Luiz ( SEAL ). ***

“A SEMEADURA Ao longo da estrada terrena, Muitos correm, não querem parar. Julgando que não vale a pena Colher, se antes é preciso semear. No entanto, semear é necessário, Embora a custo de muito suor. Mesmo tendo que subir ao calvário, Nas pegadas do divino salvador. Mas para ser bom semeador Nos campos férteis da terra, Basta semear o sublime amor Cuja semente sempre prolifera. Não semear a beira dos caminhos, Nem entre as pedras da estrada. Menos ainda entre os espinhos, Que sufocam a semente abençoada. Para se fazer a boa semeadura, deve-se seguir as lições de Jesus Ainda que a lida seja dura, A sementeira, bons frutos produz. Semear sempre: dia a dia.

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Semear constantemente aqui, agora. Para merecer a galhardia Do trabalhador da última hora. Que a paz de Jesus esteja conosco. Irmão Peregrino Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 11/06/93, no grupo mediúnico Maria de Nazaré – Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“A MEDIUNIDADE Os médiuns sempre se fizeram presentes Ao longo da história da humanidade. Na bíblia, em especial no evangelho há belos casos de mediunidade. O que hoje se diz ser milagres Não casavam grande admiração. Eram fatos considerados comuns, Fontes de mediunidade em ação. Quando o anjo veio anunciar A vinda do divino salvador, Maria, pela vidência e audiência, Mostrou ser médium de alto pendor. Nos festejos das bodas de Caná Jesus, através da transubstanciação Transformou a água em vinho, Sem causar espanto ou sensação. Aquela voz vinda dos céus, No batismo de Jesus por João, Foi captada pela clariaudiência Dos médiuns, as margens do Jordão. Sobre as águas do Genesaré O mestre suavemente andava

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

E a via mediúnica de certa ação Aos presentes ele comprovava. E no alto do monte Tabor Jesus mostrou-se transfigurado. Enquanto os espíritos Elias e Moisés corporificavam-se ao seu lado. Os doentes, coxos e estropiados Em afã e esperançosa procura, Buscavam Jesus que impondo as mãos trazia-lhes a tão almejada cura. Possuídos por espíritos malignos, Obsediados em constante aflição Encontravam alívio em Jesus Que os libertava da obsessão. Após a ignomínia co calvário, Jesus em sua ressurreição triunfal Provou que a morte não existe. O espírito vive é imortal. Descrer de tantas verdades Aceitar só o que bem convier, é ter ouvidos e não ouvir, é ver só o que se quer. Irmãos, que no caminho da vida Sois agraciados com a mediunidade Segui o exemplo do mestre Jesus Valorizai esta evolutiva oportunidade. Em cristo Irmão Peregrino” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 10/09/93. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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DÁDIVAS RECEBIDAS

“O BOM SAMARITANO

Na parábola do bom samaritano, temos sem dúvida a maior

lição. A possibilidade de todo o ser humano, alcançar a almejada perfeição.

Não é privilégio somente de alguns, praticar a verdadeira

caridade. É uns por todos, todos por uns, entrelaçados em sentimentos de bondade.

Jesus não menciona nacionalidade, nem tão pouco cita al-

guma religião, diz somente que é uma qualidade de quem possui bom coração.

Nesta lição nova, forte e clara, diz que o amor não tem fron-

teira, mas que aquele que cristão se declara, pratica a caridade verdadeira.

O alcance desta lição nos é dado, ao vermos que qual farra-

po humano, ferido pelos assaltos do pecado, encontramos em Jesus o bom samaritano.

Jesus é o próximo mais próximo de nós, e nós o próximo

mais próximo dele, e diante do próximo em dor atrás, saibamos que este próximo é ele.

Vamos seguir de Jesus o ensinamento. Derramemos o vinho

e o óleo do amor, nas chagas que trazem tanto sofrimento, do próximo aliviemos a dor. Que Jesus os ilumine Irmão Peregrino” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 17/09/93. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

“Sublime voz Numa voz serena, mas firme Eivada de muito carinho Jesus assim se exprime “Eu sou o caminho” Numa voz que bem alto ecoa Despertando a humanidade Jesus assim se doa: “Eu sou a verdade” Numa voz que é uma prece De esperança definida Jesus assim se oferece “Eu sou a vida” É uma voz que nos traz A segurança de um horizonte Que descortina amor e paz Porque é a “voz do monte” É uma voz que nos consola Pois tem encanto e carisma É coração de uma escola Que palpita num novo prisma Tua voz é porta aberta Divino e meigo Jesus É caminho que liberta Verdade e vida cheias de luz. Que Jesus nos abençoe Irmão Peregrino” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 02/04/94. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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DÁDIVAS RECEBIDAS

“A BUSCA Ao conhecer o evangelho redentor Senti nascer um sonho meu, O de viver servindo com amor Como fez o Divino Galileu. Mas indigno desta pretensão Busquei entre os meus iguais, Aqueles que me trouxessem a lição Que tornou-os exemplos especiais. Procurei-os nos recintos palacianos, Mas vi que o poder atraindo a cobiça, Dava lugar a ilusões e desenganos Próprias da riqueza, que é areia movediça. Dirigi-me então aos templos suntuosos Reduto da hierarquia sacerdotal, Ali conheci os caminhos sinuosos Da ambição por conquista material. Em renovada esperança adentrei Nos altos círculos da sociedade, Neles triste frustrado encontrei, protótipos de egoismo e viciosidade. Quando a busca parecia inatingível Eis que surge um desfecho feliz Encontrei o que julgava impossível Em Francisco, o pobrezinho de Assis. Compreendi então minha vaidade Em querer encontrar o exemplo ideal Em meio ao brilho da falsidade Que campeia na ralé espiritual. Como Francisco, todos fazem jus Basta que entendam a sublime verdade,

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Que para sentir e viver Jesus Só é preciso: humildade e caridade. Jesus nos abençoe. Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 10/06/94. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

SÊ SEMPRE Sê sempre… O altruísmo na prosperidade… O bálsamo nas horas de dor … O exemplo nobre de integridade … O arrimo ao irmão sofredor. Sê sempre… O hábil despenseiro da humanidade… O pilar seguro da justiça e gratidão… A torre de doçura e de bondade … A súplica e a oferta do perdão. Sê sempre… A lâmpada suave que ilumina … O farol que orienta o viajor… A fonte de água cristalina… O refrigério ao sedento de amor. Sê sempre… O lar que abriga o peregrino… A alegria, que a tristeza desfaz… O rumo certo do humano destino… A pomba branca da paz. Sê sempre…

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DÁDIVAS RECEBIDAS

A resposta ao apelo do necessitado… Os olhos que guiam o cego perdido… O ombro que apoia o fracassado… O matiz que torna o mundo colorido. Sê sempre… O lado bom da vida… O reflexo direto da luz… A oportunidade oferecida… De ser o exemplo de Jesus. Jesus nos abençoe. Irmão peregrino”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 24/06/95. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“A ORAÇÃO Feche os olhos para o mundo, Recolhe-te em sublime oração. Sentiras então um desejo profundo De dar por inteiro o coração. Virá a ti, consciente necessidade De amar com ternura plena, Prova de que Deus é a realidade, Da evolução na vida terrena. Receberas a segura orientação Para viveres em estuante harmonia E a força, que rege a transformação Encontrarás nas lides do dia a dia. O sonho que provem da ilusão, Nem sempre realiza o ideal Mas a prece radiante em vibração

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

E sintonia no cósmico universal. A prática da prece meditativa É o respirar da sabedoria da vida. È marcha ascendente e viva, No meio abundante de rica jazida. A oração é Jesus, caminho, É a vivencia da verdade É nunca estar sozinho Mas em fraterna comunidade. Feche os olhos – Abre o coração, Deixe fluir em ti a luz Envolve-te na bela oração Que nos ensinou o mestre Jesus. Pai nosso que estais no céu… Abençoe-nos oh! Pai Irmão Peregrino”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 22/07/95. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

A ÁGUA DA VIDA Certa feita, junto ao poço de Jacó, Que fica em Siquem na Samaria. Jesus descansa, sacudindo o pó Que as sandálias e as vestes cobria. Caminhara, saindo de Jerusalém, Tendo os apóstolos por companhia. Fora longo o trajeto até Siquem Chegando quando já entardecia. Os apóstolos deixaram-no só, Saindo em busca de alimento, Porque ali no poço de Jacó

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Soara a hora de grande ensinamento. É no encontro do mestre Jesus, Com a mulher samaritana, Quando a sublime vinha de luz Os desafetos, anistia e irmana. Por isto, o mestre pede-lhe água, Que a mulher recusa com desdem, Mostrando grande revolta e magoa Ao ver um judeu ali em Siquem. Jesus procura derribar a barreira Do preconceito e da rivalidade, Dizendo que a fé verdadeira, Não separa, mas une a humanidade. Com muito carinho e doçura, Empenha-se em fazê-la compreender Que a água que tem a eterna ventura É a que só ele tem para oferecer. Diz-lhe que está água é tão viva Pois sacia completamente a sede imortal. Que engrandece, redime e emotiva A alma na trajetória ascensional. É a água da sabedoria e luz Ofertada a todos em rico manancial Nas belas e sábias lições de Jesus Do roteiro da vida espiritual. Vamos buscar com ansiedade Desta água que nos é oferecida, Ele representa para a humanidade O caminho, a verdade e a vida. Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 26/08/95. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

“A MENTE Dos benefícios da bondade divina, Todos poderemos usufruir, Basta manter a mente cristalina E das ocasiões deletérias fugir. Quem tem mente livre e sã, Não tropeça no íngreme caminho Nem se empenha em busca vã No materialismo oco e mesquinho. Entregar-te a positivas meditações, Fazendo do teu campo mental, Um veio rico de realizações Digno de teu destino imortal. Portanto nã o pense no desengano Porque atrairás um enganador. Lembra-te que existe um plano Para fazer de ti um vencedor. Também não pense no sofrimento Para não se acercar um sofredor Quando em ti há o talento, De um deus, filho do Deus criador. Nunca pense na negra tristeza Pois virá um triste, Que abalará a salutar certeza Do potencial que em ti existe. Vigia tua mente, ela te fará rei. E trará a sublime elevação Pois é dadiva que se faz lei Nos caminhos de tua redenção. Em tua mente faze o fogo do amor Queime nele os maus pensamentos

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Porque a mente é o escudo protetor Que rechaça a investida dos sofrimentos. Jesus os abençoe. Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 09/09/95. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“JESUS Jesus vindo a terra, nasceu em Belém, Pequenina localidade da Judeia. Mas a sublime pregação do bem, Iniciou-a em paragens da Galileia. Viveu grande parte da vida, Em humilde aldeia, chamada Nazaré. Dai partindo para missão destemida, Cheia de caridade, esperança e fé. Para implantar entre a humanidade, Vaidosa, egoísta, cruel, pecadora, Alicerçou a boa nova na mediunidade, Estendendo sua mão amiga e protetora. Não se deteve em bajular os poderosos, Viveu sim, entre os pobres e humilhados. Em efeitos físicos, mudou quadros dolorosos Ensinando que a dor redime os pecados. Amparou marginais e aflitos doentes Curou-lhes o corpo e a alma, dando-lhe beleza. Disse que só devemos ser inclementes, Conosco, diante de nossa tola fraqueza. Repudiou a hipocrisia arcaica e covarde Que aprisiona e degrada o ser humano, Dizendo que nunca será tarde,

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Seguir o exemplo do bom samaritano. Legou-nos o manual do bom semeador, Que garante a boa e farta colheita. Prometeu ser para nós o bom pastor, Alerta, sempre fiel em sua empreita. Até mesmo no martírio da cruz, Veio a lição, entre os tormentos da dor, Que para amar como amou Jesus, Só ao alcançarmos a perfeição do amor. Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 13/01/96. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“O Rabi Galileu As paragens da formosa Galileia, Foram palco de missão celestial, Que traçou os rumos da epopeia, A ser vivida pelo espírito imortal. Cada paisagem apresentava-se serena As vibrações eram de paz e emoção. Havia musicalidade na brisa amena E o amor espargia-se em profusão. A natureza transformou-se em templo Para que o mistico e meigo Rabi Jesus Vertesse os ensinamentos e o exemplo De uma realidade cheia de amor e luz. Suas palavras sublimes traduziam ação Revelando um novo roteiro redentor Cuja meta traçada é alcançar a perfeição Destino de todo o peregrino viajor. Alerta porém, que áspera é a estrada

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Eivada de duras provas e muita dor. Mas que no final de sua longa jornada O prêmio supremo espera o vencedor. Diz também, que o pranto copioso, Quando cai e a boca não sussurra, É certeza de um porvir deveras ditoso Pleno de glória, paz e ventura. Sua Boa Nova e restauração. Sacia o faminto do pão da vida, Trazendo o benefício da transformação A alma em meio a erros, perdida. Dois mil anos separam o ontem do hoje, Dois mil anos plenos de evangelho No entanto uma grande multidão ainda hoje negando-se a matar em si o homem velho. Da Genesaré, das planícies, dos montes, Vem dulcíssima e convidativa sua voz, Atravessando os milênios e horizontes Trazendo Jesus ressurrecto, junto a nós. Irmão Peregrino”. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 27/04/96. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MORTE A morte é o portal da vida. O acesso ao mundo espiritual, Na hora certa, ou mesmo indevida Para o acerto justo e imparcial. Através dela descerra-se a cortina Abre-se o palco da realidade.

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Quando então a alma peregrina Aceita melhor sua imortalidade. Feliz quem não teme a morte, E pode questionar sua vitória Pois sabe que ela é o passaporte No final de sua vida transitória. Por ceto ela tem seu aguilhão Que dilacera o inconformado, Que não lhe entende a missão De dar liberdade ao encarcerado. Porque temê-la se ela é a amiga Que vem dar as boas vindas Tirando o espírito da fadiga Que lhe vem de caminhadas infindas. Nela não há vencidos, nem vencedores, só acertos de um planejamento Quando em meio a alegrias e dores A matéria atua como instrumento. A morte não impõe o eterno adeus Mas sim o saudoso até breve. Dentro dos desígnios de Deus Que a própria vida escreve. Como Paulo, digamos com convicção: Morte! Onde está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão, Se por ti, alcançaremos a glória? Que Jesus nos abençoe Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 01/02/97. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Cingimos outrora a fronte do Rei dos Reis, Com uma coroa de duros espinhos, No entanto a sublimidade de suas leis, Tornou-se o farol de nossos caminhos. Por cetro oferecemos -lhes uma cana Buscando impor-lhe cruel humilhação, Porém para a felicidade humana, Este cetro virou varinha de condão. Até mesmo a cruz do madeiro Que lhe demos como trono de violências, Serviu para que o Divino Cordeiro Retribuísse ao nosso ódio com sua clemência. Sabendo-o inerte, em sua morada derradeiras. Sentimo-nos como vencedores afinal, Mas ele com sua ressurreição altareira Provou-nos que sua doutrina é imortal. O drama insano e cheio de dor Veio trazer-nos a grande certeza, De que o cristo foi e é o vencedor E que é eterna a sua realeza. Hipócritas que fomos em tempos idos Hoje no cadinho do resgate, da expiação, Buscamos na condição de arrependidos Alcançar com Jesus a nossa salvação. Que Jesus nos abençoe Irmão Peregrino” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

“CRER Em torrente de sublimes ensinos, Jesus expande das virtudes o alcandor, e adentra nos corações peregrinos, delineando os caminhos do eterno viajor. Traz o evangelho que é a mensagem, de sua doutrina insigne e integral, revelando a semelhança e imagem, do espírito com seu criador celestial. Mas a Boa Nova que o Cristo veio trazer tem que ser captada, aceita e vivida, pois floresce no coração de quem crer que ele é o caminho, a verdade e a vida. Tudo é possível ao que nele crê, porque crer é cultivar e ascender a fé, conhecendo que o luzeiro está a mercê, dos seguidores do meigo Rabi de Nazaré. Crer é sentir Jesus em toda a plenitude a pregar com amor a sua doutrina, É sorver água viva da virtude que jorra na fonte crística e divina. Crer é saber que a nossa salvação, não vem através do martírio da cruz, mas sim das lições que são o padrão do maior evangelizador: o Mestre Jesus. Jesus abençoe a todos Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 15/02/97. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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DÁDIVAS RECEBIDAS

“JESUS VIVO Julga o homem impenitente, Que pode errar, tudo mudou. Porque o Cristo subserviente, Seus pecados, na cruz já saldou. Contempla Jesus morto no madeiro, Vendo nele a sua redenção. E prossegue seu viver aventureiro Crente que não haverá retaliação. Não entende que a adoração A um Cristo exangue, inanimado Reflete bem, a sua incompreensão, Por alguém, injustamente condenado. Se esquece que a morte de Jesus, Foi por vontade humana. E que o suplício da cruz Partiu de uma atitude insana. Com este seu infeliz procedimento, Que beira a crueldade, ao delírio, Faz com que perene sofrimento, Se prolongue em Jesus, o cruel martírio. Prendendo-se a esta irrealidade, Não consegue crer, não atina Se coloca longe da verdade, E a luz da mais sublime doutrina. Porque o Cristo não morreu. A cena do calvário foi fugaz. E só a certeza ao mundo deu, Que Jesus é vida e vida nos traz. Jesus continua em plena atividade,

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Com seus ensinos cheios de luz. E por amar a humanidade Está em seu coração, não na cruz. È preciso viver a Boa Nova Como uma lição transcendental, Só ela salva, porque renova A conduta do viajor imortal. Que se apague o drama da cruz, Através da sublime evolução. E que seja a morte de Jesus, Mais uma insigne lição. Nesta páscoa … Que haja paz, haja vida, Que haja amor também. Pois é Jesus que nos convida Ao banquete triunfal do bem. Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 29/03/97. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Nas asperezas do meu caminho Sentindo-me fraco e abandonado Ouvi dizer: coitado quer sozinho Carregar seu fardo tão pesado. Confuso, ansioso procurei quem Oferecia-me ajuda em minha aflição No entanto não vi ninguém, Acreditei ser fruto de minha imaginação. O mesmo aconteceu noutras vidas, Em meio as variações de caminho

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DÁDIVAS RECEBIDAS

As mesmas palavras repetidas, Dizendo: coitado ainda sozinho. Quantas vezes voltei, não sei Porém foram vidas de dor e prazer Mas em verdade jamais encontrei A plenitude do alegre viver. Até que renasci como errante Vagando na inquietude do peregrino Sem lar, nem aqui, nem adiante Cumprindo doloroso destino. Um dia nesta vida de andarilho, Avistei uma igrejinha singular, E a voz a dizer: entre ai meu filho Pois precisas um pouco descansar. Adentrei e vi um padre já idoso Pregando a todos o amor divino, Falou de um Jesus tão bondoso o Que balançou meu coração peregrino. Jesus eu já conhecia Através dos sermões dominicais, Um cristo pomposo que vivia Entre as cobiças e ociosidades sacerdotais. Este Jesus de agora é diferente, Simples, sem riquezas como eu, Que não vivem luxuosamente Foi um humilde peregrino galileu. Um Jesus todo amor todo carinho Irmão verdadeiro e delicado, Que não mais me deixou sozinho Carregando meu fardo tão pesado. Agora aguardando novo turno Para mergulhar num corpo humano,

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Sei que no momento oportuno Juntos estaremos mano a mano. Irmão Peregrino. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 18/04/98. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“O BOM PROPÓSITO Nos lances de uma terrena vida Muitas coisas conquistei Conquistas, que na despedida A maioria, na terra deixei Foram anos de incansável luta Perseguindo sempre um ideal Adquirir bens, numa labuta Quase que toda material Ontem: o poder, as riquezas Que me impulsionavam mais e mais São hoje a realidade das fraquezas Dos meus instintos irracionais Poderia ter sido diferente Mas qual simplório Adão Dei ouvidos a serpente Sucumbi a Eva em sua sedução Agora, fiz um prometimento Quando em nova vida voltar Fugirei de tudo o que é peçonhento E de mulher que queira me enredar. Hoje imploro a oportunidade De buscar a verdade, a luz

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Ter como vós, a felicidade De crescer numa Casa de Jesus Irmãos, Jesus lhes dê a paz Trabalhem com fraterna união Pois para o que aqui se faz Recompensas ou cobranças virão O irmão em Cristo Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“O BERÇO E O TÚMULO Uma família abastada, se alegra contemplando a alma recém-nascida que um berço de ouro vem e se integra, as experiências de terrena vida. Numa janela nos confins da cidade, repete-se uma parecida história, outro espírito entre a humanidade, na pobreza inicia a sua trajetória. Mas cada um em seu compromisso, terminado o curso da vida terrena, é chamado a prestação do serviço, elaborado em liberdade quase plena. Assim, o rico e o pobre deixam a terra, onde um berço aportaram um dia, é mais uma etapa que se encerra, no silêncio de um túmulo de terra fria. O berço e o túmulo: sublime certeza,

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

dos espíritos na terra encarnados, que em meio ao luxo ou pobreza, cumprem sua estadia de exilados. Que Jesus os ilumine em vossa trajetória terrena. Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“O Cristo aceitou o batismo da cruz, Provando que não existe a morte E na busca da sublime luz O imortal traça e segue a sua sorte. Hoje em meio as violências assassinas Pseudos fariseus semeiam a dor. Profanando as inspirações divinas colocam-se como arautos do senhor. No entanto seu exemplo aí está: Na mais bela lição de humildade, Que começou em Belém de Judá E vem envolvendo toda a humanidade. Transformou os séculos e as nações Com este exemplo passado para a história Enchendo de esperanças os corações Que sangram em difícil trajetória. Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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DÁDIVAS RECEBIDAS

“PEREGRINAÇÕES A última peregrinação terrena, Ainda que fustigada pela dor, Ela me foi bastante amena, Na cobrança do avanço libertador. Não, não fui o gigante deitado, A rolar nos seixos da expiação, Mas sim o peregrino anjo fado, Foi um prêmio, dadivosa benção. Porque encontrei a verdadeira fonte, Que sacia minha sede espiritual. E da bem-aventurança voz do monte Veio o convite a marcha ascensional. Entre as veredas da Boa Nova, Descobri o luzeiro da redenção tão sublime, que mata e renova O homem velho, em busca da perfeição. Qual um pássaro feliz e liberto, Na cadência do voo renovador, Sou um viajor dentro do rumo certo Que conduz ao ninho do amor. Neste voo em busca de luz dizem-me vozes em acordes celestiais, Que por mais quê eu ame a Jesus Ele, por certo me ama muito mais. Após muitos jograis da vida, Finalmente encontrei o consolador No espiritismo, doutrina querida, Que revive Jesus, o nosso redentor. Irmão Peregrino.”

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“SEMPRE JESUS Unir-se a sabedoria divina Para encontrar o caminho da luz É seguir a trilha do bem e da disciplina Nas pegadas exemplares de Jesus. Este caminho é de riqueza infinita Que candidizará os passos tens Nos tentames da labuta bendita Refulgirá em ti: O reino de Deus. Porque seguir o mestre Nazareno, É mergulhar na conscientização De que sofrimento grande ou pequeno Significa artifício precioso de evolução. Só quando existir a universalidade Da paz, do respeito da concórdia, virá a libertação da humanidade, Nos laços reconciliatórios da misericórdia. Pois a origem dos males do mundo Vem do desvio dos preceitos de amor. Lei divina imutável que a cada segundo Conclama o alerta seguro e libertador. Quem alcança este sublime ideal Torna-se feliz e laureado vencedor Será a ovelha que no aprisco celestial, Encontra o insigne e bom pastor. Que Jesus abençoe a todos. Irmão Peregrino.”

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“EVOLUÇÃO Em certo momento de minha vida, Senti a necessidade do “Fiat Lux” Então do alto de inóspita e íngreme subida, Vi-o e ouvi o terno convite de Jesus. Podia-me que o alcançasse sem temor, Pois o que buscava com tanto alento. Consegui-lo-ia através da doação e do amor. Porém ao longo da estrada do sofrimento. Aceitei o convite com presteza e coragem, No entanto balancei já no primeiro empasse. Mas disse-me Jesus: Deixe que os cães ladrem, O importante é, que a caravana passe. Segui caminhando passo a passo, Qual peregrino errante mas audaz Ouvindo o ladrar zombeteiro que em com passo, dizia-me: a dor a ninguém compraz. Quantas foram as idas e vindas, Quantas ainda virão? Não sei ao certo Sei que o ladrar dos cães, ouvirei vezes infinitas E “eu caravana” de Jesus, posso chegar mais perto. Pois no alto lá está ele resplendente de luz, Aguardando a todos com amor e ansiedade, Perdoando a negra incógnita da Cruz A maior ignomínia de tola humanidade. Que Jesus esteja cada vez mais perto de nós. Irmão Peregrino.”

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

(Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“NOS CAMINHOS DE JESUS Como é bom reviver os caminhos de Jesus, Sentir em cada local as sublimes vibrações. Executar com a intensidade de que o amor produz, Nos lugares em que se entrelaçam corações. O começo foi na formosa Galileia, Em suas aldeias e as margens do Genesaré. Em episódios de uma santa epopeia, Que alicerçaram a missão de Jesus de Nazaré. Samaria também faz parte do roteiro, Que trouxe a libertação da humanidade. Nela o mestre embora tido por estrangeiro, Ali deixou lições, num legado de bondade. Judeia intranquila, hostil e orgulhosa Sustentada pela grande sabedoria da elite, Recebeu por completo a doação amorosa, Mas desprezou do mestre, o redentor convite. Em muitas paragens da Palestina Recebeu Jesus, tanto a rejeição como o amor. Em muito poucas a manifestação divina, Não encontrou entre os homens, o seu valor. Entre elas Betânia singela e pequenina, Herdou do mestre Galilei, a glória Nas lições inesquecíveis de sua doutrina Tornando-a exemplo da bíblica história. Nela os irmãos, Lázaro, Marta e Maria, Acolhiam a Jesus, com imenso carinho.

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Aurindo a luz do saber e a alegria, De conviver com ele, o único caminho. Nela, Marta prestimosa e hospitaleira Servia o Raboni, cercando-o de gentileza Mostrando assim a sua maneira, Viu afeto sincero, cheio de nobreza. Nela, Maria ciente de sua pequenez Buscava os preceitos da vida espiritual. Sentindo que chegara a sua vez, De receber o conhecimento transcendental. Nela, Lázaro primava por ser merecida, A amizade que lhe voltava o rei solar Como prêmio, foi trazido de volta a vida, Quando a morte o estava a espreitar. Por isso, Betânia por Jesus tão amada Tiveste a graça de dar-lhe acolhida. Dos cristãos, serás sempre lembrada, Como berço de lições de vida. Sejamos todos, sempre, hospitaleiros Como Betânia, seja o nosso lar. Onde irmãos no amor e fé verdadeiros Convidamos Jesus, a nela adentar. Irmão Peregrino.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“MISSIONÁRIOS Planeta de provas é a terra E de duras provas também

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Em cujo seio a dor impera E o mal predomina sobre o bem. No amargor das grandes tribulações, Vergastam-se os nativos seus Subjugados, atados a torpes grilhões, Por serem filhos rebeldes de Deus. No entanto a providência divina Que emana a bondade do criador. Socorre o homem e disciplina-o, Através de irmãos de muito valor. Psiques ligados ao mundo espiritual, Surgiram como faróis de segurança. Criaturas que na vida transcendental, São exemplos de fé, de esperança. Como abraão, que seguindo rumo novo, Deixa Ur, cidade perdida na história. Para tornar-se o pai de um povo, Predestinado ao fulgor da glória, Como Moisés, o grande condutor, Porta-voz dos desígnios celestes. Fortaleza nas agruras e na dor De Israel, em passadouros agrestes. Como Krishna, na védica doutrina, Cuja origem está em eras regressivas, mas que esclarece, renova e ilumina, Os horizontes das vidas sucessivas. Como Sidharta Gautama, o iluminado, Que deixa os deleites palacianos. Para ser de elevadas esferas, o enviado, Das lições de renuncia, aos humanos. Como Confúcio, nobre em sua filosofia, Legislador da moral, da fidedignidade.

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Mostrando em rasgos de sabedoria O valor do espírito, em sua imortalidade. Como Sócrates, outro filósofo milenar, Que exaltou com fervor, o lado imortal. Dentro de ensinamentos, em vida exemplar Que falam da reencarnação, como lei natural. São estes alguns dos muitos mananciais Precursores do meigo mestre Nazareno Na revelação dos conceitos espirituais, Que elevam o homem, ainda tão pequeno. O Nazareno é o grande complemento, Desta sublime e decisiva missão, Que alicerça a fé, o conhecimento, Nas paralelas da vida, da evolução. Jesus em sua trajetória peregrina, Deixando os excelsos orbes celestiais. Consolidou sua redentora doutrina, No renascimento dos valores morais. Jesus é o caminho da sublimidade, Fonte inesgotável do amor de Deus É o protótipo de toda a humanidade, No caminho que leva ao reino dos céus. Podemos ser como pássaros libertos, Graças aos ensinamentos de Jesus. Que ao nos mostrar os rumos certos Aceitou e abraçou o batismo da cruz. Que se diga: Hosana a Deus nas alturas. Paz aos homens de boa vontade, Em meio a dores e venturas, Tem em Jesus: o ápice da verdade. Que Jesus nos abençoe. Irmão Peregrino.”

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

OS BRAVOS FICAM DE PÉ. Diante de um longo caminho, numa nova encarnação aportei para o início de uma jornada, dentro dos limites da lei. Com fé e com coragem, este desafio eu aceitei já nos primeiros passos escorreguei, cai mas levantei. Embora esta queda me abalasse a volta por cima eu dei. Novamente no amargor do fracasso, escorreguei, cai mas levantei. E assim por diversas vezes quando não vigiei, nem orei na fé falida que aconteceu, escorreguei, cai mas levantei. Nesta longa estrada da vida sem forças abatido vacilei e em caminhos tortuosos escorreguei, cai mas levantei. Coração vazio, olhar perdido o desespero experimentei como órfão abandonado pranto doloroso derramei Então uma voz ouvir dizer Levanta que eu te ajudarei

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porque nunca deixei a sós as ovelhas que um dia apascentei Era Jesus, o bom pastor e seu convite aceitei. Agora aconteça o que acontecer, caído nunca mais ficarei. Sebastião Lasneau Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

MEUS IRMÃOS Vejo-os aqui, unidos numa doação coletiva de amor. Parece-me ver em cada um de vós, uma rosa, bela e perfumada. Mas como toda a rosa tem seus espinhos, vós também te espinhos, que ferem e doem. Ah! como doem as espetadelas que dais aos que convosco convivem. Isto é quase inevitável, mas é preciso que, se conscientizem que a beleza e perfume da rosa suavizam, desfazem a dor. Ao receberem uma espetada de um companheiro, procurem enxergar a beleza de tantas qualidades que com toda a certeza, ele possui, procurem aspirar o perfume que escala destas qualidades e redobrem o amor, a amizade que ele lhes inspira. Não vos esqueçais que sois tarefeiros de Jesus, portanto artífices de seu amor. Não olvideis o divino preceito: amar buscando o perdão e a reconciliação. Que o amor de Jesus faça morada em vossos corações e assim a Casa de Jesus seja o jardim das mais belas flores. Um espírito da Casa.

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AUGUSTA PEDRI SOUZA

Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

MEUS IRMÃOS Noutra ocasião passada, pareceu-me vê-los como rosas belas e perfumadas. Hoje vejo como músicos, integrantes de uma grande orquestra, não importa qual o instrumento se destaque mais ou menos. O essencial é que saibam usá-lo bem, conhecê-lo bem e trazê-lo sempre bem afinado, para que forme um todo um conjunto que possibilite que esta orquestra, execute belíssimas sinfonias, páginas musicais que trazem enlevo e paz. Todos juntos harmonizados e numa perfeita sintonia trazendo acordes que como vibrações suaves farão desta orquestra um modelo. Há instrumentos que executam músicas belas, em solo, mas a reunião de vários deles, fazem desta orquestração um despertar de sensores mentais com nuances que fazem entrever a felicidade de que o espírito tanto anseia. Meus irmãos, não procurem ser solistas, mas nesta bela orquestra da casa de Jesus, sejam instrumentos de afinidade e conhecimento. Também não deixem a vaidade tomar conta de vós e assim pretenderem ser músicos de vários instrumentos, pois pode acontecer que em algum momento surja um deslize, uma falha e assim todo o conjunto se desarmoniza e acaba com a pureza do que deveria ser algo belo e sublime. Um só instrumento bem afinado e do conhecimento de seu executante será de muito mais valia. Irmãos tomem conhecimento de seu verdadeiro instrumento e juntos participem da bela orquestra da casa de Jesus, executando sempre para tantos que aqui veem, a bela sinfonia cujo autor Jesus, para nós compôs. A sintonia do amor, da união, da cooperação. Sinfonia

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cheias de notas de bondade, trabalho, abnegação, respeito e gratidão. O maestro é competente ao extremo, cabe a vós procurar ser músicos eméritos e não errar a sequencia das notas musicais, porque se isto acontecer é preciso começar de novo. Embora o erro possa acontecer a correção tem que ser feita e o tempo perdido com o erro não volta mais. Que Jesus os abençoe. Um espírito da Casa. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

O TEMPO Olha para trás, vê o que deixaste de plantar e o que plantaste. Hoje colhes espinhos, aprenda com eles. A tua vontade pode levar-te a felicidade. Procura agir de um modo mais coerente, buscando a compreensão, o perdão e a fé esta que faltando para te alcançar o que precisar. Esqueça de toso passado, quando hoje é uma nova vida. Estou falando com você não é de agora. Digo para trabalhar, mostrei o caminho e tu não foste. Passaste tantas vezes por ele e não chegaste. Deixou a barreira do orgulho ferido falar mais alto. Pedi mais vezes e nada. Queres ajuda, aprenda a ajudar, você sabe do que estou falando, sim dos velhinhos. Hoje havia alguém que precisava de sua ajuda, instrui a você que fosse e demonstrasse amor que tens, pois é na hora do desespero e do sofrimento que devemos ajudar. Pare e pense, perdeste mais uma oportunidade, outras virão, não feche os olhos e os ouvidos. Esqueça o mal que te fizeram. Mais uma vez toquei teu coração para pedires perdão, outra oportunidade, deixaste passar, mas tudo bem, volte nunca é tarde para recomeçar. Estou sempre do teu lado, nunca

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te deixei. Então mostre não a mim, mas a Jesus que tudo o que estamos fazendo por você não é em vão. Tenha fé e serás feliz. Um amigo. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

DIÁLOGO COM AS SOMBRAS (P) Pergunta (R) Resposta P- Mal, onde está o teu império atroz? R- Tanto no oriente, quanto no ocidente, porque está dentro de cada um de vós, que cultiva a minha semente. P- E como dominas as nações? R- A minha grande especialidade, é destruir nos corações, o bom senso e a dignidade. P- Para ti este é um plano virtuoso? R- O próprio Cristo abriu o jogo, alertando que o fanatismo religioso, traria a discórdia, a espada e o fogo. P- Este apraz semear tanta dor? R- Meu veneno é um medicamento que embora letal tem seu sabor e para bem dosá-lo, tenho talento. P- Então o sangue de Jesus foi em vão? R- Quer na cruz, quer na guerra, sangue não traz paz nem salvação, mas só de trevas cobre a terra. P- Pelo visto te julgas um grande vencedor? R- Enquanto houver matéria grosseira, existirá o orgulho, o egoismo e o desamor que mantém hastada a minha bandeira. P- Sabes que jamais vencerás o bem? R- Desafio é arma do imprudente, que esconde o medo que tem, por

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detrás do seu lado serpente. P- Diz-me então como deter o teu poder? R- Eis uma conjuntura que não me seduz mas isto somente poderá ocorrer, quando reverterem o mito da cruz. Fraternalmente aos que promovem o bem. Samuel. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Nestes dias estamos a ver que são retirados os aparelhos tão necessários ao trabalho de atendimento a tantos doentes que aqui chegam sequiosos de auxílio. As instalações fluídicas da casa estão sendo modificadas. Estão diminuindo por falta de espaço. Isto se deve aos pensamentos negativos, pessimistas de vossa parte, isto não quer dizer que sejam só vocês, baluartes com quem desejaríamos compartilhar a grandeza do trabalho de servir por amor, que estão a trazer dificuldades para a finalidade do amor para o amor. Estreita-se o espaço onde trabalhamos, mas preza os céus que a prudência fale mais alto e retornaremos dentro de um ambiente melhor e com novas instalações de trabalho atuante e benéfico. Vigiai e orai e antes do que julgam teremos boas novas. Peço-lhes calma, discernimento e humildade. Um integrante desta equipe (grupo mediúnico). Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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REALIDADE No meu dia a dia como andarilho, nas entrelinhas do meu viver, foram tantas luzes sem brilho, em olhos que não queriam ver. Foram tantas palavras ao vento, em ouvidos que não queriam ouvir, numa vida vazia ao frio relento, sem o teto da verdade a lhe cobrir. O sofrimento veio de moto cansa, após uma corrida fútil sem pausa, omissa em conhecimento e razão. Porque em toda jornada humana, a imprudência que dela emana dificulta e retarda a evolução. Sales Aguiar. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

AMAR A DEUS Se queres amar a Deus, estende pressuroso a mão e consola o teu irmão, ajudando-o nos problemas seus. Se queres amar a Deus corra fuja do escuro olhe firme para o futuro e ao passado diga adeus

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Se queres amar a Deus escolhe o real caminho. E conduza nele com carinho os que são compromissos teus. Se queres amar a Deus segue os passos de Jesus. Guia-te em sua luz e deixa teus instintos Fariseus. Um amigo Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Que natal é este, em que Jesus é retirado da manjedoura e colocado em presépios belíssimos em catedrais suntuosas. Que natal é este, em que Jesus é colocado como rico em mesas repletas de alimentos, quando Jesus é em verdade o Lázaro humilde e resignado com sua vida de exemplos singelos. Que natal é este, em que a doce e meiga figura de Jesus é trocada pela grotesca figura d um duende fantasiado. Que natal é este, que esquece que Jesus repreendeu os vendilhões do templo, que comercializavam com desonestidade e o colocam como o maior comerciante de todos os tempos, fazendo do seu natal o meio lucrativo material da atualidade. Espíritas, atendei a mensagem do Mestre, recolocai Jesus na humildade de sua manjedoura, na doçura do seu amor pelos semelhantes, na sublimidade de suas lições. Que este natal seja em verdade o renascimento de cada um de nós. Que haja entre a humanidade do mestre. Que Jesus volte a ser o meigo Rabi, que mudou o destino dos que o conhecem em verdade e luz.

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Natal é natividade, é renascer e não a safurnália que levou os filhos de Deus de volta ao paganismo. Natal é cristianismo, puro, singelo e cheio de reflexões. Fugi dos enganos materiais e segui a luz que levou pastores e reis magos a conhecer o verdadeiro Jesus. Feliz natal a todos. Um amigo. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

O AMOR O amor é a reta que conduz As almas todas para os céus, Rumo ao encontro com Jesus, Passo a passo nos caminhos seus. O amor é como o canto das aves Que devolvem em acordes suaves Os alicerces da fé e da esperança. O amor traz seu perfume das flores Que se espraia sobre santos e pecadores Esculpindo neles a inocência da criança O amor é a força que encerra todas as virtudes da terra É a plenitude dos céus De cujo encanto tanto se fala Pois o amor é a voz que escala Dos próprios lábios de Deus. Assim, sendo o amor coisa séria Tão nobre, tão sublime, tão divina

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Não se deveria lhe importar matéria, Nem lhe tirar a pureza cristalina. Obrigado meu Deus. Júlio Gerra. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Em dia escolhido e hora marcada Não é preciso prece longa ou decorada Nem mesmo práticas exteriores Apenas abra o evangelho Distenda a mensagem da fé Enlace a família e ore. O lar se eleva, se ilumina A dor diminui, o pranto termina Porque Jesus se faz presente Com o plano maior Trazendo equilíbrio e paz Que envolvem todo o ambiente Neste momento tão importante Em convívio edificante A família é convidada A seguir segura e confiante Buscando o Pai Criador Num aprendizado constante. Porque se quisermos ser felizes, Aumentar a nossa espiritualidade É preciso ter no coração a humildade Então o caminho será cheio de luz Cujo roteiro são as lições do evangelho

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E o mestre? Ah! O Mestre é Jesus. Amigo! Deixe de ser tão orgulhoso O orgulho faz sentir-te vitorioso Sem precisar da ajuda de Deus. Também que o culpes pelos fracasses Parem se ele não te abrisse os braços Bem maiores seriam os males teus. Aprenda a lidar com o tropeço, Mesmo que ele te vire pelo avesso Abalando a necessidade de vencer. Na cruz um inocente foi imolado Não para pagar por teu pecado Mas para te ensinar a viver. Pensar que não hoje, mas no amanhã Terais tempo para começar uma vida sã Como se fosse um jogo de paciência Então é melhor encarar a realidade Amanhã poderás estar na eternidade Com juiz de tua própria consciência. È hora de implodir a casa do egoismo E seguir a estrada do otimismo Carregando tua merecida cruz. Enxugue o suor e as lágrimas de dor Procure ouvir a voz do bom pastor A te chamar nos caminhos de luz. E viva teu dia a dia em oração Esta seguramente é a melhor opção para que não te roubem a fé. Sem fé, nada se é nada se alcança Por isso deposite irrestrita confiança No que ensinou Jesus de Nazaré. Porque a vida não é utopia,

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Mas traduz a divina sabedoria De nosso Pai Celestial Ante os desafios que ela traz Ergue a cabeça e caminhe audaz Até alcançar a meta final. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

ENCONTROS E DESENCONTROS A cruel pobreza e a ilusória riqueza, São instrumentos de provação. Com os quais tem-se a certeza De se alcançar a perfeição. Jesus que muito amou os pobres, trouxe-lhe o ânimo e a consolação Amou também ricos e nobres, Deixando-lhes sublime lição. Ao pobre, aconselhou coragem, Ao rico pediu consideração Fazendo do pobre a aragem Que enseja o amor e a doação. O pobre em sua necessidade, É para o rico, a ocasião, De através da caridade, Alcançar a perfeição. O pobre tornar-se-á santo O rico não lhe ficava atrás, Basta que para tanto, Vivam em união e paz.

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Pobres e ricos, em lutas infindas, São obras-primas da criação Que em ciclos de idas e vindas, Revezam-se, mudando de posição. O rico desta atualidade, Foi o pobre do passado. Que precisou da caridade, Do que é hoje, o necessitado. O pobre que hoje sofre a crueza De uma vida de adversidade, Ontem não usou a riqueza Em prol da caridade. O rico que hoje desfruta, benesses de boa situação, Foi o pobre de pregressa luta Hoje no reverso da ação. Pobres e ricos, sem distinção, Tem em Cristo Jesus, O mestre e o irmão Que ao Pai, a todos conduz. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ).

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Uma pequenina gota de água que imerge do seio da terra e agregando-se a outras suas iguais forma uma pequenina fonte que timidamente procura abrir caminho para cumprimento de sua trajetória de conquista em conquista vai se avolumando e ei-la no regato que com mais força avança se tornando riacho e de progresso ávido chega ao rio formando um caudal impetuoso que leva de vencida todos os obstáculos que se deparam. Avança, avança até chegar a desembocadura

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do mar que o absorve. É o fim da gota d’água? Não, pois ao evaporar-se se eleva ao espaço e vai fazer parte da pequenina nuvem que passara incansável até em forma de chuva retornar a terra e começar tudo de novo. Como a pequenina gota de água também eu voltei ao planeta terra e em muitas reencarnações fiz minha trajetória, minha peregrinação, vencendo as etapas de minha caminhada desembocava no túmulo onde deixava a matéria e me alçava a erraticidade. Agora como a gotinha me preparo para nova volta. Preocupado mas ansioso vejo a esquematização de minha vida terrena. Peço a Deus e aos benfeitores da espiritualidade que me ajudem a vencer com mais galhardia esta nova empreitada. E peço a vós obreiros do bem que vibrem por mim e por todos os que estão prestes a compartilhar com vocês a vida terrena, vibrem muito para que haja espíritos que não falhem em sua programação e assim tereis a evolução da humanidade e o aperfeiçoamento do planeta terra. Orem, pois a oração é um ato de amor e só o amor constrói. Que o mestre Jesus os abençoe. Alguém que breve estará entre os humanos. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“ACRÓSTICO Sociedade Espirita André Luiz (SEAL) Somos do amor divino a criação. Entrelaçados pela lealdade. Almas- espíritos em ação. Longe do orgulho e da vaidade.

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Com carinho a todos desta Casa Espírita. Um trabalhador.” Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 13/06/06. ***

MÃE TERRA Terra! Rígida e abençoada escola, para o aprendiz das leis de Deus. Cujo curso difícil consola, mostrando a rota que leva aos céus. Terra! Salutar bendito hospital, onde as marcas das mazelas morais. Recebem tratamento seguro e ideal, que as transforma em joias espirituais. Terra! Útil e laboriosa oficina, de trabalho que redime e ensina a abençoar as lágrimas e o suor. Terra! Eficaz salão de beleza, que tira a máscara da impureza revelando a bela face do amor. Gerônimo. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

VIDA VAZIA Em meu destino de andarilho Nas entrelinhas do meu viver Foram tantas as luzes sem brilho Em olhos que não queriam ver E tantas foram as palavras ao vento Em ouvidos que não queriam ouvir

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DÁDIVAS RECEBIDAS

Numa vida vazia, ao relento Sem o teto da verdade a lhe cobrir O sofrimento veio por nossa causa Numa corrida fútil, sem pausa Que esclarecesse a lógica, a razão Porque na redentora jornada humana Cada percalço que dela emana É fruto do orgulho que retarda a evolução. Gentil Naves. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

O ANJO E A CASA DE JESUS Um anjo contempla com carinho. Um ponto de esplêndida luz. Parece-lhe ser a casa do caminho Criada outrora pelos apóstolos de Jesus. Mas é uma casa que lhe é conhecida. Que traz vibrante e doce recordação, Por representar um ideal de vida Que nasceu de seu coração. Feliz reverencia a Casa de Jesus. Uma estrutura que revela simplicidade Entretanto dela emana intensa luz Que vem do amor e da caridade. Percebe focos luminosos em movimento, Que se assemelha a anjos, ali presentes Socorrendo e aliviando o sofrimento, dos que chegam na condição de doentes.

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Alguns, são almas em constante vai e vem, Buscando lenitivo para sua dor. Outros, no entanto vêm do além Onde o sofrer se torna bem maior. O anjo quer lhe prestar seu serviço Pois não vê seus antigos companheiros Será que fugiram do compromisso, Que lhes pedia a lealdade de obreiros? Triste e angustiado está seu coração, Mas a dúvida logo se faz luz Porque muitos dos anjos que ali estão São trabalhadores da casa de Jesus Compreende estão, que serviço de caridade Não exige carteira de trabalho assinada Nem foto que lhes prove a identidade Somente a alma sincera e devotada Alegra-se nosso anjo Erna A casa, continua sendo hospital e escola Santuário de oração e dedicação terna Onde o trabalho educa e consola Hoje este anjo está presente, Neste dia de sincera comemoração Entre vós, bela, doce e sorridente. Numa mão o chicote, na outra o coração. Martins Fontes Mensagem recebida 50 aniversário da casa de Jesus. ***

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GRUPO MEDIÚNICO MARIA DE NAZARÉ Médium: Augusta Pedri Souza. Ah! Se eu tivesse... Ah! Se eu tivesse... Do jovem, a esperança, do idoso, a experiência, do devoto, a confiança, do santo, a paciência. Ah! Se eu tivesse... da rosa, a beleza, do espinho, o sinal vermelho, do lírio, a pureza do bem me quer, o conselho. Ah! Se eu tivesse... do rio, a persistência, do vento, a direção, da nuvem, a transparência da chuva, a transformação. Ah! Se eu tivesse... da águia, a liberdade, do sabiá, a melodia, do beija flor, a agilidade do uirapuru, a magia. Ah! Se eu tivesse... do leão, a majestade, do jaguar, a solidão, da gazela, a graciosidade, do cordeiro, a mansidão. Ah! se eu tivesse... Mas porque esta ambição, se estes talentos eu os tive afinal,

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pois fui parte da terrena criação, como filho do criador celestial.. Juarez de Andrade. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 27/09/06, no Grupo mediúnico de quarta-feira - Sociedade Espírita André Luiz (SEAL). ***

AH! SE EU PUDESSE. Ah! Se eu pudesse. Se Deus do céu me desse. A sublime oportunidade de trazer a felicidade onde a dor e a tristeza campeiam com toda a crueza. Ah! Se eu pudesse... Acabar com a guerra, trazer paz sobre a terra. Dispersar a adversidade fazendo feliz a humanidade. Se Deus do céu me desse... Fazer sorrir uma criança, encher corações de esperança, num socorro ao irmão em toda e qualquer ocasião. Ah! se eu pudesse... Ter sempre um sorriso que aflore no momento preciso, e que como cantigas de ninar possa a todos abraçar. Se Deus me desse...

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Poder sempre ser útil deixando tudo o que é fútil dentro das sombras do passado, cuidadosamente enterrado. Ah! Se eu pudesse. Se Deus do céu me desse... Mas eu posso, posso sim numa corrente sem fim em fraterna união dando a todos a mão melhorar a nossa terra, que aos poucos se regenera. Um amigo Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 06/09/91. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

A MEDIUNIDADE A mediunidade é instrumento de trabalho, o trabalho é a terapia da alma, a alma é o alvo da reforma íntima, a reforma íntima é a mediunidade em ação, sem medos, sem lágrimas, seguindo o mais sublime dos médiuns: Jesus avante irmãos, a messe é grande, só precisa encontrar eco em vossos corações. Jesus nos ama.

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Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 05/08/06 Reunião de f luidoterapia - Sociedade Espírita André Luiz (SEAL). ***

IRMÃO E AMIGOS! Em vez de amaldiçoar as trevas, busquem acender uma pequena luz, a luz do evangelho de Jesus. Em vez de criticar o mal, procurem fazer o bem por menor que seja, pois só o bem representa o remédio para o mal. Jesus nos legou a luz e o remédio. Leôncio Correa. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

IRMÃOS NAVEGAR É PRECISO. Assemelhados a barcos que singram as águas do mar da vida espiritual cuja a meta é concretizar as tarefas que lhes cabe durante a sua travessia, é preciso ter fé e determinação para fazê-la, e para enfrentar as ondas bravias do egoísmo, da vaidade, vencer as tempestades das paixões negativas, dos sentimentos fúteis. È preciso coragem e iniciar as tarefas e continuá-las como sustentáculo do bem. Navegar é preciso, com garra de bons timoneiros a serviço do cristo. Por isso, quando surgirem quaisquer dúvidas que comprometam alguma destas tarefas, devastando-lhes o rendimento, a credibilidade, busquem Jesus e com certeza vossas mãos se moverão adequadamente controlando a situação. Quando for necessário tomar resoluções, assumir encargos e opiniões ou sugestões oferecer, não se afli-

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jam e pensem em Jesus e a luz do discernimento virá. Não deixem que as brumas do medo, da indecisão os desviem do caminho certo. Confiança em cada um de vós, Jesus tem colocado e nós do lado de cá também. Naveguem procurando ser bons comandantes orientados pela bússola do amor. Não temam, não se aflijam, Jesus está ao lado dos timoneiros que conduzem seus barcos com fé e coragem. Leôncio Correia. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

IRMÃOS DE IDEAL Quando nos incorporamos ao trabalho de ajuda espiritual desta casa, sabíamos que encontraríamos o respeito a compreensão, a prestação de serviços, a suportação recíproca em fluir a caridade cristã que ativa deve nascer no coração de cada um e se derramar nos corações de todos. Neste compromisso gratificante encontramos nosso aperfeiçoamento auxiliando os irmãos encarnados a se prepararem para a volta a sua pátria de origem, porque uma grande maioria regressa, entravada pelas sensações da vida material e custa a entender a sua condição de espíritos. Por isso pedimos a cooperação de todos, a cada tarefa cumprida é um tijolinho agregado na grande construção do amor. Sejamos os operários atentos ao comando do excelso mestre de obras: Jesus. Atenciosamente Leôncio Correia. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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IRMÃOS Vós aflitos, necessitados, oprimidos, o que não tendes, se tende a Deus? E vós, poderoso, ricos e opressores, o que tendes, se não tendes a Deus? Santo Agostinho Sábias palavras de advertência proferidas pelo paladino da fé cristã, porque na roda das vidas sucessivas, já estivemos no alto, cheios de poder de riquezas, mas sem Deus. E no girar da roda de cada reencarnação, passamos por diversas situações de experiências terrenas, e chagamos muitas vezes na parte inferior da roda açoitados pela dor da opressão, da pobreza e mesmo da miséria, mas este resgate precioso estivemos no sofrimento tendo Deus conosco. Inevitavelmente girando, girando chegaremos novamente no alto da roda das vidas sucessivas. È preciso, pela experiência do passado, pelas lições de expiação do presente chegarmos ao futuro conscientes de que é preciso ter Deus sempre conosco. As reencarnações estão em nossas mãos, não as lavaremos imitando Pilatos. Que Jesus nos proteja sempre. Leôncio Correia. (Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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QUANDO... Quando... te sentires acabrunhado, submisso as forças do mal. Quando... o desânimo te negue a consolação divina. Quando... sentires que a vida não vale nada. Quando... te detiveres nos escombros do pessimismo... Enfim quando estiveres a todo a tantos quantos insidiosos, use esta formula mágica, que te trará a solução benfazeja, coloca-te diante de um espelho e contempla o que ele reflete. Ali, está o responsável por todas tuas tribulações e consequentes fracassos. Fita-o bem nos olhos para que entenda o mal que está te fazendo. E diz-lhe com firmeza: - Deixe de me subjugar, levante a cabeça e busque nos Salmos, a certeza do bem que podes realizar. Leia o Salmo 8 que diz: “Deus nos criou, pouco menos que os anjos.” Busca na lição de Jesus o caminho, a verdade e a vida e então eu me livrarei de tua nefasta influencia. Olhe, irmão, no espelho a imagem de quem te subjuga e faça o propósito de caminharem juntos na senda do sucesso. A imagem de tua covardia e irresponsabilidade, terá que desaparecer e assim renovada, a fé, ou melhor conquistada a fé, desabrochará a flor bela e extasiante. Resplandecerá a estrela que irradiará a luz crística, que fará de ti um vencedor. Os “quando” negativistas desaparecerão, a medida que te colocares diante do espelho da verdade. Nele sempre brilhará a luz do meigo Rabino. Jesus consolador dos aflitos, abençoe -nos Leôncio Correia. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 26/02/00. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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IRMÃOS A caridade é um sentimento ativo que sai do interior e extravasa no exterior o amor, as boas obras. Jesus, o protótipo da perfeição, exerceu a caridade em toda a sua plenitude. O apóstolo São Paulo, exaltou-a como a virtude da elevação espiritual. Todas as religiões se renderam ao apelo deste sentimento e pregam a caridade como uma necessidade que tornará o convívio social mais equilibrado. Mas de todas as religiões é o espiritismo que a define como condição primordial da salvação. Deu-lhe singeleza e humildade para que no anonimato se expandisse, desce os frutos da fraternidade. Por isto, irmãos espíritas busquem dentro desta conotação espiritual o exercício da verdadeira caridade. Ela não é ostensiva, não exige reconhecimento, nem aplausos. Ela se fortaleceu na humildade da manjedoura e alcançou os horizontes da elevação moral. Espíritas em momento nenhum se desviem desta virtude, que serena os corações, fortalece a fé e dá bons frutos. Lembrai-vos sempre deste pequeno poema que com muita lucidez nos foi trazido por alguém que fez da caridade o caminho da salvação. Diz-nos ele: Se queres que a caridade se engrandeça aos olhos do senhor, leva na mão benfazeja o socorro a quem quer que seja o conforto a quem seja for. Mas a mão que se oculte para que o mundo não a veja Jesus os iluminará. Leôncio Correia Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 04/10/06, no Grupo mediúnico de quarta-feira - Sociedade Espírita André Luiz (SEAL). ***

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OS TRÊS AMIGOS. Diz-nos uma história que um homem tinha três amigos, a quem muito se dedicava. Um dia, o homem foi intimado a comparecer a um tribunal, perante um juiz severo. Preocupado pediu ao primeiro amigo que o acompanhasse, este lhe diz que não poderia fazê-lo mas, garantiu pagar as despesas que houvessem. Procurou então o segundo amigo, fazendo o mesmo pedido. Nova recusa, pois diz-lhe temer o severo juiz, mas prometeu acompanhá-lo até as portas do tribunal. Aflito, vai buscar a ajuda do terceiro amigo, que não hesitou em acompanhá-lo e ofereceu toda a ajuda possível. Os três amigos desta história são: o primeiro, o dinheiro, o segundo, a família e o terceiro, as boas obras, as boas ações que o homem fez. Continua a história que quando há o desencarne, isto é, a morte física, o dinheiro pagará as despesas do funeral, a família, o acompanhará ate o cemitério e as boas obras o seguirão até a presença do juiz, que é a sua própria consciência, tornando-se o seu grande defensor. Felizes os encarnados que possuem estes três amigos, em especial o terceiro por ser o mais leal e mais importante. Entretanto muitos há que julgar ser necessário apenas dois amigos, os dois primeiros para serem felizes. Francisco Otaviano retrata muito bem este tipo de ser humano num poema que diz: “Quem passou pela vida em brancas nuvens E em plácido repouso sempre adormeceu, Quem não sentiu o frio da desgraça Quem passou pela vida e não sofreu, Foi espectro de homem, não foi homem, passou pela vida e não viveu.” Irmãos, estes versos se aplicam principalmente aos médiuns que

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precisam tanto da mediunidade para produzirem as boas obras e assim contarem com o mais leal e forte amigo no momento decisivo de sua vida de espíritos. Quantos médiuns atiram a semente abençoada de sua mediunidade em solo pedregoso, tornando-se espectros humanos. È triste ver os médiuns compromissados com o mais sublime dos médiuns, Jesus, acharem que em primeiro lugar está o trabalho profissional, que engordará suas contas bancárias e lhes abrirá todas as portas, depois a família que representa sua vida social e relegam a mediunidade a um plano bem menor ou insignificante. Não se dão conta que o certo é buscar no servir, no fazer o bem, na solidariedade, no evoluir espiritualmente, a prioridade de sua peregrinação terrena e o mais, como prometei Jesus, virá por acréscimo. È louvável buscar a estabilidade financeira, a estabilidade familiar, mas que não sejam colocadas como o mais importante à frente da elevação espiritual. Agradeçam todos os dias a graça da mediunidade, sejam atuantes para terem ao seu lado, no tribunal da consciência, no pós-morte física, o mais fiel e verdadeiro amigo que os fará, inocentes ou libertos de muitas falhas. Que Jesus os ilumine. Leôncio Correia. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 04/07/06, no Grupo mediúnico de terça-feira - Sociedade Espírita André Luiz (SEAL). ***

IRMÃOS Dentro de muitos anos de vida, como encarnado, numa casa espírita, tivemos a oportunidade de atravessar muitas barreiras; recebemos poucos elogios e muitas críticas cheias de boas intenções, vinham

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aos milhares, mas de pessoas que se achavam no direito de só opinar e não colocar em ação seus projetos “santos” e produtivos. Quantas vezes o fardo se tornava pesado na aliança de companheiros encarnados e irmãos do plano espiritual, que se aproveitavam do orgulho que os aguilhoava, sem se darem conta. Quantas lágrimas sulcaram nossa face, quando víamos amigos de jornada desertarem do compromisso assumido. Buscamos na humildade do mestre, a coragem para continuarmos a luta que nos foi ofertada por ele, através da doutrina espírita se nunca nos deixamos vencer pelo desanimo, foi porque estávamos convictos do auxílio benéfico dos nossos irmãos do plano maior e este auxílio nunca falhou. Por isso, irmãos não temam. Dentro de uma casa espírita há sempre a segurança que ampara e o amor que leva a vitória. A serenidade nos momentos difíceis é muito importante para que as decisões sejam sempre as melhores. Do plano espiritual, enviamos-lhes a certeza de que cada espírita sincero será sempre um vencedor. Jesus é a âncora que segura qualquer embarcação, por maior que seja o vendaval. Leôncio Correia. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

MEU CREDO Creio no senhor, pai amoroso de todos nós. Creio em Jesus, que nos trouxe as mais belas lições de vida. Creio no amor, que irmana, que serve, que se doa, que consola. Admiro a natureza, como criação divina e que possibilita a cada um de nós, trilhar o caminho da redenção. Admiro as criaturas que já conseguem ouvir a voz do bom pastor e

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seguem-no dentro das leis divinas como estrela guia. Mas senhor! Não creio e abomino o egoísmo que cega e enclausura a humanidade. Abomino o racismo que separa irmãos. Abomino as bombas mortíferas feitas do ódio nuclear e que matam e destroem sem piedade. Abomino o abuso de poder que passa por cima de tudo e de todos, escravizando, desiludindo a tantos. Abomino as trevas da ignorância, mas creio que a luz que nos vem das excelsas alturas, traga a humanidade a certeza de que Jesus está presente em nossas vidas como um farol seguro e necessário. Obrigado Pai! Obrigado Jesus! Um amigo. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 28/12/96. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

O AMOR Buscais no amor, a lógica, a razão? Como encontrar a resposta certa? Amor não tem lógica, somente ação, Dentro da razão que ele desperta. A lógica do amor humano, porventura Estabelece que se ame o inimigo? Quando é difícil a humanidade criatura Vê-lo como um irmão, um amigo. Será que a razão humana ensina, A orar pelos que nos fazem mal? Porquanto só na essência divina, Encontra-se a força do amor total.

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O amor humano não é expressão. Não tem um sentido verdadeiro Desconhece-lhe o sublime padrão Pois é um amor exíguo, passageiro. Jesus sim, exemplificou o amor, Deu-lhe uma conotação especial. Mesclou-o de ternura e dor, Renúncia e dulçor celestial. Quem ouvir as palavras de Jesus: Amai-vos como vos amei. Sentirá em si, a verdade e a luz, E o êxtase de uma divina lei. Obrigado. Um poeta amigo. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 05/04/97. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

IRMÃOS DE IDEAL Em minha última romaria terrena, exerci a profissão de médico. A princípio, por tradição de família fui encaminhado a um seminário para tornar-me um sacerdote, um servo de Deus. Nos muitos anos como seminarista, fui encontrando dificuldades para aceitar colocações, questionáveis a meu ver. Eram tantas as discordâncias com o que era passado como verdades absolutas, que acabei deixando o seminário, continuando os estudos e tornando-me médico. Modéstia á parte, fiz da medicina um verdadeiro sacerdócio. O atendimento a todos que precisam dele era feito com todo o carinho e igualdade. Desencarnei antes dos 40 anos e então no plano espiritual, quando

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caiu o véu do esquecimento, tomei consciência de que trabalhando com amor, reparava muitos erros de vidas passadas, dentro da mesma profissão, mas, decepcionado soube que falhara novamente, desta vez, por excesso de zelo. Como médico sabia dos riscos que enfrentava ao tratar de doenças contagiosas como as que grassavam na época. Não tomei as devidas precauções e alvescerei minha vida através do contágio. Mas a providência divina não se restringe só aos merecimentos e me foi dada a oportunidade de do além continuar meu trabalho. Como eu, tantos outros colegas de profissão tem a mesma chance. Agora a dificuldade é maior, necessitamos de médiuns e sensitivos que nos sirvam de instrumentos para continuarmos com o nosso trabalho e nem sempre contamos com médios firmes que vêm nele um compromisso, um dever a ser assimilado com lealdade e assediados pelas sombras, dificultam o nosso trabalho. Preparem-se irmãos, para nos doarem sustentação e segurança nesta tarefa tão importante. Coragem, fé, amor e muito trabalho em nome de Jesus. Contamos com vocês. Leocádio Correia. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 02/09/06, no trabalho de f luidoterapia - Sociedade Espírita André Luiz (SEAL). ***

AMIGOS Para o espírito em transição cada dia é uma oportunidade de renovação, de crescimento. A cada dia um desafio se apresenta para que ele possa desenvolver o seu potencial divino. Este crescimento, esta renovação vem através do trabalho do bem. È uma construção de amor que trará os frutos tão almejados pela alma imortal. Quem abriga o amor em seu cora-

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ção desconhece a insegurança, o medo e implode o egoísmo, a vaidade, a omissão, tornando-se um tarefeiro cheio de entusiasmo. Com amor ele consegue, semear flores até num deserto árido e formar belos canteiros. È acreditando nisso, que depositamos nossas esperanças em amigos e trabalhadores da última hora, que oferecem seu tempo e serviço nas horas extras nas horas derradeiras. Queremos parabenizar-vos por se integrarem a este trabalho que nos é tão gratificante. Parabenizar os companheiros que estão se colocando a frente de uma nova etapa uma nova caminhada comandando com carinho os destinos desta casa, que nos e tão querida. Fé e coragem, união e caridade é o nosso lema. Somos os arautos que se integram ao trabalho que lhes cabe. Obrigado. Arcádio Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

A roda das muitas vidas ao se movimentar, escolhe um ponto de parada, onde o espírito começa uma nova trajetória terrena. A cada reencarnação, a parada se faz em pontos estratégicos, para que ele adquira conhecimentos em experiências diferentes. São geralmente as últimas reencarnações que mais marcam o espírito. Isto aconteceu comigo, as duas últimas muito significaram. A primeira delas, vivi dentro de uma situação privilegiada. Conquistei poder, riqueza, fama e glória, mas apesar de tantas vantagens, fracassei, pois delas abusei. Consegui atrás de uma cortina de mentiras enganar a muitos que me conheceram e assim mantive o prestígio e recebia homenagens que muito me envaideciam. Ruas, praças,

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escolas, receberam meu nome. Era verdadeiramente um vencedor. No entanto ao chegar no plano espiritual, percebi que o que muito significava na terra, nada valia no além. E assim fiquei na condição de nada possuir, ser praticamente um mendigo sem eira nem beira. Muito sofri e muito me envergonhei do que fizera. Concedeu-me a providência divina a oportunidade da roda das vidas tornar a girar. Desta vez a parada foi diante de um caminho bem diferente, nasci em berço humilde e meio a pobreza e em corpo enfermiço, a saúde debilitada e limitações motoras. Meu pai não quis enfrentar a realidade de um filho anormal e deixou-nos ao abandono, a mim e a minha mãe, que se mostrou fraca diante da responsabilidade que lhe cabia e fugiu através do suicídio. Sem recursos, sem saúde para o trabalho, acabei na mendicância para sobreviver. As poucas moedas que me eram atiradas com indiferença ou desprezo só permitiam sobreviver. Nunca pude comprar algo que me desse prazer. As vezes sobrava algo tão pouco e que distribuía aos companheiros de infortúnio. Dormia ao relento e só nas noites chuvosas buscava abrigo em baixo das pontes ou em barracos abandonados. Muitas vezes, a noite, chorava me perguntando: porque Deus, colocava em meio a tantas belezas, um rebotalho, um inútil como eu, mas acabava por agradecer ao pai criador, e dizia: “Deus sabe o que faz”. Nunca sonhei em possuir uma casa, ainda que modesta, um carro ou roupas melhores, o que eu queria era o amparo de um pai o carinho de uma mãe. E assim os anos foram passando, poucos a verdade pois a debilidade física não sustentava meu corpo e senti que o fim da minha jornada terrena se aproximava. Fiquei feliz pois finalmente Deus tiraria a terra algo que só enfeava o ambiente. E foi então, que em um momento de lucidez entendi que não era um ninguém, um sem nada, mas sim uma criatura muito rica e abençoada. Passou pela minha mente a realidade. Eu possuía tanto e estava feliz por compartilhar com toda minha riqueza. Eu possuía um leito macio de folhas secas, onde dormia tranquilo, tinha por teto um céu cheio de estrelas cin-

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tilantes e que piscavam para mim. Tinha a brisa suave que refrescava meu corpo em dias de calor. Também era minha a orquestra de sons o cri cri dos grilos, o pio da coruja, que embalavam meu sono com cantigas de ninar. Meus eram os vaga-lumes que brindavam de esconde-esconde para me divertir. Possuía o calor dos raios solares que me aqueciam nas manhãs frias e o canto dos pássaros que me despertavam para louvar a Deus e começar um novo dia. Tinha também uma joia preciosa chamada gratidão e que brilhava todas as vezes que dizia um sincero “Deus lhe pague”, ao que me davam uma esmola. Tudo isto e muito mais para deixar aos que aqui ficariam, principalmente os mendigos, que como eu me sentia, sentem-se os deserdados da sorte. Também tinha um corpo material que devolveria a mãe terra e o espírito que entregaria ao pai eterno. Parti e no além cheguei rico, muito rico, a ponto de poder auxiliar aos que aqui chagam necessitando de ajuda. Irmãos não desprezem os mendigos, ajude-os porque mendigos só o são ai entre os encarnados. Ame-os pois talvez sejam eles que os receberão aqui do lado de cá e os ajudarão a vencer os momentos difíceis e delicados do pós-morte física. Deus os abençoe. Um mendigo do além. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza em 06/06/06, no Grupo mediúnico de terça-feira - Sociedade Espírita André Luiz (SEAL). ***

EGOÍSMO Já tive uma Maria de Magdala a quem muito amor dediquei Mas não consegui perdoá-la e na rua da amargura atirei

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Muitos pobres iguais a Lázaro passaram em minha vida terrena, o egoísmo que se fez avaro levou-me a expulsá-los sem pena. Viúvas, doentes, cegos e aleijados cruzando os caminhos meus, clamavam aflitos e desesperador uma ajuda pelo amor de Deus. A todos repeli e desprezei. Não aprendi a lição da caridade e no caminho da justa lei, expurgo a minha irresponsabilidade. Ninguém nenhuma religião que ouviu ou não, a Jesus, ficará imune a reação e acolherá o que lhe faz jus. C Lacerda. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

CONFRONTOS Na terra em todos os confins, milhões esperam a vinda de Jesus. Ao som de trombetas e clarins entre anjos, resplendente de luz. Virá como um rei, como um Deus poderoso, justo e sempiterno. Premiando os bons, com a glória dos céus, e os maus com os tormentos do inferno.

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Este conceito é muito parecido, com o de dois mil anos atrás. Quando o esperado Messias prometido, seria um guerreiro forte e audaz. Traria também, uma missão: Fazer do povo Hebreu, os escolhidos. Integrantes de invencível nação, e os outros povos, escravos oprimidos. Estes fatos trazem a certeza que se Jesus um dia voltar terá que vir em esplendorosa realeza, para a humanidade nele acreditar. Que não volte Galileu ou Nazareno nem humilde, amoroso, filho de Deus, porque encontrará novamente o veneno. De muitos, mas muitos modernos fariseus. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 23/10/92 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Quando tive fome Pedi um pedaço de pão Numa ingratidão sem nome Tu me disseste: Não. Pedi-te um pouco de água, Pra minha sede saciar, Mas com grande magoa Vi recusa em teu olhar. Pedi-te hospedagem Quis a companhia tua, Mas tu tiveste a coragem

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De me deixar só na rua. Pedi-te singelo manto Pra minha nudez cobrir, Porém vi com espanto Desdém em teu sorrir. Quando em minha doença Pedi-te salutar remédio, Olhaste-me com indiferença Deste-me um não cheio de tédio. Quando estive preso Como réu inocente, Vi triste e surpreso O teu olhar indiferente. Quis ser teu amigo, Quis ser teu irmão, Mas trataste-me como inimigo Disseste-me sempre: Não. Quis estar ao teu lado Quis dar-te minha luz Mas por ti fui pregado No lenho infante da cruz. Mas com meu abraço Trago-te o perdão Quero ver-te no encalço Buscando a perfeição. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 21/02/92 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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Caridade, semente de amor sublime Entre os mortais plantada Num ato misericordioso que redime Todos os erros da alma encarnada. Reencarnação prova de que o crime Obtém perdão numa nova caminhada. Espelho de toda uma vida São os atos praticados. Procurar dar guarida Isentando vis pecados. Repelir é, a bondade infinda. Insultar, desprezar os predicados Tentando dar diminuída Aquele que muito ama seus tutelados. Como ave de arribação Alçando voos de cá pra lá Sofre o espírito, desilusão Amargo e contínuo fracassar. Deus, fonte de todas as virtudes Entre homens ingratos e rudes. Jesus, seu amado filho enviou, Espalhando a luz da esperança Sobre a humanidade que o rejeitou. Uma vez mais, a tolice rança Subestimou a dádiva que Deus lhe doou. O Zelador. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 09/08/91. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

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Ofereço com todo o carinho Zinias Estrelicias Lírios Angélicas Dálias Orquídeas Rosetas Que o Senhor os abençoe. O Zelador. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 09/08/91. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Disciplina – Seriedade – Honestidade. “Eis que vós deixo a minha paz.” (Jesus) “Desfraldai irmãos, a bandeira da Paz.” (Manoel Quintão) Buscando trazer a tranquilidade, Amando a todos com sinceridade, Nasceremos para nova luta, Despojados do orgulho que é disputa. Envoltos seremos na fé que produz, Irmão unidos em nome de Jesus Renovaremos a todo instante, A doutrina do amor atuante. Dentro assim do nosso destino imortal, Alcançaremos o seguro voo ascensional. Paz teremos aqui e no além, Almas seremos na seara do bem, Zelosos no aprimoramento espiritual. A cada trabalhador da Casa de Jesus, ofereço o lírio da paz. O Zelador.

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(Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

“Erna – Amor – Dever” Entre as flores deste jardim, Retratada como a mais bela. Nas lutas do servir sem fim, Aparece valente e singela. Amizade, sempre oferece, Meiguice, lhe é peculiar. O seu calor humano aquece, Respeito, nunca deixou faltar. Disciplina, sempre disciplina, Em meio a tantas vicissitudes. Vereda que esclarece e ilumina. Eivada de belas virtudes Relíquia é da casa de Jesus. O Zelador. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

A Rosa (Augusta) A esta rosa, que um dia desabrochou em meu jardim... E acha que tudo não tem mais sentido e o cansaço agora é mais forte, podemos perder a cor, mas o perfume que inala de nosso coração,

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o perfume do amor, este nunca acaba, este nunca nos deixa este nunca o dividiremos este é o nosso tesouro no jardim do universo, do universo de Jesus... O Zelador. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 18/04/98. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Em minha última passagem pela terra, vivi dentro dos parâmetros das virtudes cristãs. Participei das atividades de minha comunidade. Assistia aos cultos, cumpria os mandamentos da lei de Deus, os sacramentos e os mandamentos da igreja. Tomava parte nas reuniões de caridade, nos chás beneficentes, nos bingos, nas quermesses, contribuindo generosamente com donativos. Participava das visitas em grupo aos orfanatos, asilos e hospitais. Era assim estimada e considerada uma boa alma. Desencarnei, cercada de carinho e deixando a certeza de que conquistaria o paraíso. Minha certeza de entrar no reino dos céus se desvaneceu ao estar no lado de cá. Em vez dos cantos de aleluia, achei-me diante de uma tela tridimensional, sendo espectadora de minha própria situação. Na primeira parte da tela, eu via um monte de pedras e abaixo uma legenda: “Banalidades” estava escrito e a devida explicação. Donativos dados sem esforço, sem sacrifícios, sem renuncia. Compreendi a realidade: nunca doara nada que me fizesse falta, nada com amor, pois o dinheiro me viera sempre fácil. Na segunda parte da tela, via um monte de lixo em forma de papeis

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amarrotados. Nova legenda: “Futilidades” “Palavras vãs sem aproveito.” Compreendi logo que nunca tivera uma palavra de carinho, de encorajamento para aqueles a quem eu pensava dar tudo. Na terceira parte, alguns ramos ressequidos, sem folhas ou flores e a legenda: “Insensibilidades” “Nenhum gesto de amor de carinho. Verdade grande, pois nunca estendi a mão para tocar o rosto sujinho de uma criança, não apertei a mão que o mendigo me estendia. Momentos terríveis de verdades sem desculpas. Chorei muito e bons amigos espirituais me consolavam dizendo que: Mesmo um monte de pedras, um monte de lixo e alguns ramos secos já eram alguma bagagem. Sabem como me chamam? “Árvore de Natal”. Ora direis, uma árvore-de-natal é bela. È bela aos vossos olhos, mas seus adornos brilhantes qui são opacos, fumacentos, pois são artificiais. Dizem-me que há muitos espíritos árvores-de-natal, mas não os vejo pois minha visão se condiciona só a mim. Sei que entre vós há muitos que procedem como eu procedi. Cuidai e vigiai pois aqui, cortesia com o chapéu dos outros não é válida. Um espírito Árvore de Natal. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 02/08/91. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Quando a dor te abala e o tormento te estremece. Busca a Deus através da prece. Se a mente se perturba e o coração enegrece. Busca a Deus através da prece.

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Se o medo te cerca e o olhar se ensombrece. Busca a Deus através da prece. Se nada faz sentido e o desespero aparece Busca a Deus através da prece. Se a ideia da morte em delírio se oferece. Busca a Deus através da prece. Deus é amor e ouve a sincera prece. Faz voltar a luz enquanto a treva desaparece. Um espírito amigo. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 10/09/93 Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ) ***

O Cravo brigou com a Rosa debaixo de uma sacada o cravo saiu ferido e a rosa despetalada. Igual a esta peleia danada é a que está sendo travada entre o médium e este criado eu querendo tanto versejar. E o médium a me atrapalhar Dificultando este meu fardo. Ainda vou alcançar esta meta. Extrapolar minha veia de poeta tornou-se uma grande aspiração. Com calma e muita persistência hei de vencer a tola resistência própria deste médium turrão. Quando nem se lembrarem de mim darei começo e também fim

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A esta minha singela história. Versejarei sobre este inocente casal que sobre os ombros carrega o malfeitor de uma humanidade inglória. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 27/08/93. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

A PARÁBOLA SE REPETE. Numa luta tola e inglória, sedento de riquezas e poder foi o vilão da história, de muitos a quem fez sofrer. Encheu arcas com valores obtidos do alheio labor. Trazendo um lastro de dores lágrimas, magoas e rancor. O que obter nestes desvios, a morte de tudo o despojou. Para regalo desvalio que esta vil herança bafejou. Hoje em dor, enxerga Lázaro em cada um, a quem fez sofrer. Sedento, o mísero avaro, implora uma gota de água para beber. È que a parábola que um dia o mestre Jesus nos contou, são lições de grande sabedoria que a marcha do tempo não apagou.

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Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 04/09/92. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

Senhor! Quando era uma criança, no doce colo materno aprendi teu nome balbuciar. Quando menino, aos cuidados de bondosa mestra aprendi teu nome escrever e soletrar. Quando jovem, ofuscado ante os labirintos enganosos do mundo, frágil e inexperiente aprendi em ti confiar. Quando na maturidade, em meio as duras realidades da batalha vital aprendi em ti ajuda buscar. Quando na velhice em matéria física decadente e em ociosidade forçada aprendi em ti me amparar. Agora no além, onde o espírito te compreende em nova concepção e vislumbra as tuas maravilhas eu aprendi a muito te louvar. Um espírito amigo. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

IRMÃOS Nos mosteiros da vida, há muitas almas que se recolhem na clausura da omissão, do comodismo e do egoísmo. Procuram nas celas do claustro, fugir da responsabilidade que nos paramos espirituais conseguiram as duras penas, como compromisso de reencarnação. Esquecem-se que lhes foi montado um esquema de trabalho, não de inercia. Esquecem-se que regressaram nos acordes da vida física, não para

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ressurgirem como a semente que rasga o solo para torna-se a arvore cheia de frutos que servem de deleite aos outros e não a si mesma. Dentro da própria doutrina espírita, em que militais, há muitos profitentes que se propõem no máximo, a serem questionadores ou meros observadores do muito trabalho que há por fazer. Pobres enclausurados afeitos a claustrofobia de servir, entregues a tibieza, a inércia e a omissão. Lembrem-se irmãos que nesta eterna estrada da vida é preciso caminhar atuantes para como campeões conquistar medalhas e troféus. No contexto de que a cada um será dado segundo suas obras. Saiam dos mosteiros e caminhem nos prados do amor e caridade a exemplo do mestre Divino. Jesus nos, abençoe. Irmão Jaider. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

QUANTAS VEZES... Quantas vezes... Nas margens do caminho da dor, nasce e desabrocha bela flor. Quantas vezes... As brumas embaçadas do pranto, graças a um sorriso secam por encanto. Quantas vezes... Uma palavra carregada de perdão, transforma o inimigo em terno irmão. Quantas vezes... Entre os erros uma alma caída,

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se ergue ao ver uma mão estendida. Quantas vezes... O egoísta orgulhoso e enfadado, comove-se ouvindo um muito obrigado. Quantas vezes... O filho pródigo sozinho e sofrido, diante de um exemplo volta arrependido. Porque a vida é para o eterno aprendiz, a escola das “quantas vezes” em múltiplos bis. Mensagem mediúnica recebida por Augusta Pedri Souza, em 11/03/95. Centro Espírita Casa de Jesus (CECJ). ***

PALESTRAS Há na vida corpórea do espírito três etapas: o nascimento, que é a chegada ao mundo planetário; a vida, que é o tempo em que permanece neste mundo adquirindo a bagagem para sua evolução, dependendo de cada espírito o sucesso desta aquisição e a morte física, que representa a despedida da vida material, voltando para a pátria espiritual cumprindo-se assim o ciclo de mais uma reencarnação. Esses ciclos de vida são inúmeros. Em nosso planeta Terra que é de provas e expiações, onde a evolução é lenta devido a nossa imperfeição, caminhamos devagar e as reencarnações, as voltas para evoluirmos, se multiplicam. Não sabendo nós quantas vezes, ou desde quando, aqui estamos nascendo e renascendo. Sabemos que houve épocas em que as trevas do erro cobriam a Terra, épocas em que os homens vagavam sem poder se encontrar, haviam perdido o seu próprio caminho e consequentemente o caminho de Deus. Por conta, fazíamos parte destas épocas. Mas Deus, o bom Pai, viu a situação dos homens, a nossa situação e disse: “Eles amaram o pecado e se afastaram de

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mim, não podem continuar assim, isto só lhes traz amargura, tristeza e desespero. Mandarei meu filho a Terra para resgatar o homem. Meu filho nascerá de uma mulher, como todo ser humano, e viverá entre os homens para ensiná-los a viver”. O filho de Deus, Jesus, veio e passou por essas três etapas. Nasceu, viveu e morreu fisicamente. Essas etapas podem acontecer numa mesma localidade da Terra. Enquanto uns nascem, vivem e morrem numa mesma cidade, outros podem nascer num local, viver noutro e morrer num terceiro. Isto aconteceu com Jesus. Nasceu em Belém, viveu praticamente sua vida toda em Nazaré e na Galileia, embora para ensinar aos homens a boa nova, tenha percorrido toda a, então, Palestina e morreu em Jerusalém. Aqui em Nazaré moravam Maria e José, escolhidos para pais nutrícios do filho de Deus. Aqui, o anjo Gabriel anunciou a ambos o nascimento de Jesus. Em Nazaré, eles prepararam o lar, embora humilde, para Maria trazer ao mundo o Messias prometido, mas os desígnios divinos eram de que este evento aconteceria em Belém, Terra de Davi, cumprindo-se assim as profecias. Vamos, pois, a Belém, Maria já em adiantada gravidez, tende em companhia de José deslocar-se para o censo, de Nazaré a Belém, cumpriram uma viagem longa e cansativa, margeando o rio Jordão. Para se ter uma ideia do que foi esta viagem, se fossem em linha reta seriam 105 km, mas as estradas seguiam desvios entre desertos, montes e planícies, assim, o percurso foi de, aproximadamente, 300 km. Chegando a Belém, Maria sentiu que chegava o momento de dar à luz. Lucas, em seu evangelho no capítulo 2, versículo7, relata o seguinte: “E ela Maria, deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em panos e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” Verdadeiramente, foi num dos mais radiantes dias que a humanidade já conheceu, que numa humilde manjedoura de um estábulo foi colocado o redentor do mundo. Por quê? Porque não havia lugar para eles na hospedaria. Ainda que o nascimento de Je-

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sus represente um glorioso e encantador capítulo que apresenta o grande amor de Deus para com a humanidade, quantas pessoas não o estão rejeitando? O próprio povo escolhido o rejeitou. Diz João no capítulo 1, versículo 11: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam”. E nós? Quantas vezes o temos rejeitado? Quantas vezes não tem havido lugar para Jesus nosso coração? Quantas vezes Ele tem ficado do lado de fora, quando abrigamos dentro de nós as mesquinhares das paixões humanas? Deixemo-lo entrar, separemos uns momentos de nossas ocupações para hospedar a Jesus em nosso coração e assim podemos desfrutar de sua companhia. É ele quem diz: “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa.” Deixemo-lo entrar porque ontem, como hoje e como sempre, Jesus é a solução do enigma humano. Os progressos da matéria ficam muito abaixo das exigências do espírito. Para a inquietude dos nossos corações, só Ele tem a paz. Para a profundeza dos grandes sofrimentos, só Ele tem o bálsamo de consolos eficazes. Para a aspiração irreprimível de nosso destino imortal, só Ele tem as diretrizes da vida eterna. Jesus nasceu em Belém, procuremos fazer nascer dentro de nós a essência deste acontecimento. Agora, voltemos a Nazaré. Aqui Jesus viveu até os 30 anos, tanto que tendo nascido em Belém, era chamado de Galileu e Nazareno. Galileu porque Nazaré era uma aldeia da Galileia. E é na Galileia que está o lago de Genesaré, também chamado de mar da Galileia ou mar de Tiberíades. Nesse pequeno mar de águas doces, que tem 20 km de comprimento, 12 km na parte mais larga e uma profundidade variável que pode atingir até 50 m, Jesus viu dois irmãos, Simão Pedro e André, lançando as redes ao mar, porque eram pescadores e lhes fez o convite: “Vinde a mim e eu vos farei pescadores de homens”,conforme relata Mateus no capítulo 4 de seu evangelho. Ainda Mateus, no capítulo 14, narra que “sobre as águas do mar de Tiberíades, Jesus andou, numa noite de tempestades”. E Pedro,

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cheio de admiração, lançou-se ao mar querendo chegar até o mestre, mas quando sentiu que afundava chamou: “Senhor, salva-me”. E Jesus estendeu-lhe a mão salvadora, a mesma mão que ele sempre estende a todos que chamam por ajuda, por salvação. Neste lago, ou mar, aconteceu a pesca maravilhosa, narrada no evangelho de Lucas: no capítulo 5. Às margens deste mar muitos enfermos foram curados, Jesus ali fez muitos prodígios que marcaram a história do cristianismo. De dentro de um barco ancorado ali, tantos ensinamentos maravilhosos ele trouxe. Do lado ocidental deste mar, mais para o norte fica Cafarnaum, Jesus morou nesta cidade marítima, nos confins de Zebulon e Naftali. Cafarnaum, juntamente com as suas companheiras desditas, Betsaida e Corazim, não obstante a tantos ensinamentos e milagres ali realizados, bem como a presença bendita do mestre divino que ali fez morada por algum tempo, não soube aproveitar essa oportunidade divina, pois estas 3 cidades ingratas e incrédulas, ainda que sendo alvo da simpatia de Jesus, tornaram-se também objeto de seus “ais” em virtude de sua impenitência e rebelião. São palavras de Jesus cheias de advertências nestes “ais”. Ele disse: Ai de vós escribas e fariseus hipócritas, pois devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações, por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós escribas e fariseus hipócritas que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito e depois de terdes feito o fazeis filho do inferno. Ai de vós condutores de cegos. Ai de vós escribas e fariseus hipócritas, pois limpais o exterior do corpo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e iniquidade. Cafarnaum foi palco de tantos eventos da vida de Jesus, como: a cura do servo do Centurião romano em Mateus capítulo 8: 1 “Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiam. 2 E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. 3 Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo.

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No mesmo instante ficou purificado da sua lepra. 4 Disse-lhe então Jesus: Olha, não contes isto a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. 5 Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião que lhe rogava, dizendo: 6 Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, e horrivelmente atormentado. 7 Respondeu-lhe Jesus: Eu irei, e o curarei. 8 O centurião, porém, replicou-lhe: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; mas somente dize uma palavra, e o meu criado há de sarar. 9 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz. 10 Jesus, ouvindo isso, admirou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé. 11 Também vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à mesa de Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus; 12 mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes. 13 Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e te seja feito assim como creste. E naquela mesma hora o seu criado sarou. 14 Ora, tendo Jesus entrado na casa de Pedro, viu a sogra deste de cama; e com febre. 15 E tocou-lhe a mão, e a febre a deixou; então ela se levantou, e o servia. 16 Caída a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele com a sua palavra expulsou os espíritos, e curou todos os enfermos; 17 para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.

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18 Vendo Jesus uma multidão ao redor de si, deu ordem de partir para o outro lado do mar. 19 E, aproximando-se um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te- ei para onde quer que fores. 20 Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. 21 E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai. 22 Jesus, porém, respondeu-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos. 23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 24 E eis que se levantou no mar tão grande tempestade que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo. 25 Os discípulos, pois, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Salva-nos, Senhor, que estamos perecendo. 26 Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança. 27 E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem? 28 Tendo ele chegado ao outro lado, à terra dos gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 E eis que gritaram, dizendo: Que temos nós contigo, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? 30 Ora, a alguma distância deles, andava pastando uma grande manada de porcos. 31 E os demônios rogavam-lhe, dizendo: Se nos expulsas, manda-nos entrar naquela manada de porcos. 32 Disse-lhes Jesus: Ide. Então saíram, e entraram nos porcos; e eis que toda a manada se precipitou pelo despenhadeiro no mar, perecendo nas águas

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33 Os pastores fugiram e, chegando à cidade, divulgaram todas estas coisas, e o que acontecera aos endemoninhados. 34 E eis que toda a cidade saiu ao encontro de Jesus; e vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos.” A volta à vida da filha de Jairo, a cura da mulher que sofria há anos de uma hemorragia (Marcos capítulo 5, versículo 21 ao 43): 21 “E, passando Jesus outra vez num barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava junto do mar. 22 E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés, 23 E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos, para que sare, e viva. 24 E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava. 25 E certa mulher que, havia doze anos, tinha um fluxo de sangue, 26 E que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior; 27 Ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua veste. 28 Porque dizia: Se tão-somente tocar nas suas vestes, sararei. 29 E logo se lhe secou a fonte do seu sangue; e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal. 30 E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão, e disse: Quem tocou nas minhas vestes? 31 E disseram-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou? 32 E ele olhava em redor, para ver a que isto fizera. 33 Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade. 34 E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal. 35 Estando ele ainda falando, chegaram alguns do principal da si-

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nagoga, a quem disseram: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre? 36 E Jesus, tendo ouvido estas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente. 37 E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago. 38 E, tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e pranteavam. 39 E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme. 40 E riam-se dele; porém ele, tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e entrou onde a menina estava deitada. 41 E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita cumi; que, traduzido, é: Menina, a ti te digo, levanta-te. 42 E logo a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto. 43 E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe dessem de comer.” A cura da sogra de Pedro. A cura do paralítico que foi apresentado a Jesus de cima de um telhado. Verdadeiramente, em Cafarnaum muitos infelizes tiveram a oportunidade de experimentar o amor de Deus através dos atos de bondade praticados por Jesus. Foi nessa cidade que Mateus exercia o cargo de arrecadador de impostos mas quanto sentiu sobre si o olhar de Jesus, abandonou o cargo e seguiu o mestre, tornando-se um de seus apóstolos. Em sua sinagoga Jesus pregou muitas vezes. Uma dessas pregações foi o sermão sobre o pão da vida (João, capítulo 6) 1 “Depois disso, Jesus atravessou o lago da Galileia, que também é chamado de Tiberíades. 2 Uma grande multidão o seguia porque eles tinham visto os milagres que Jesus tinha feito, curando os doentes.

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3 Ele subiu um monte e sentou-se ali com os seus discípulos. 4 A Páscoa, a festa principal dos judeus, estava perto. 5 Jesus olhou em volta de si e viu que uma grande multidão estava chegando perto dele. Então disse a Filipe: -Onde vamos comprar comida para toda esta gente? 6 Ele sabia muito bem o que ia fazer, mas disse isso para ver qual seria a resposta de Filipe. 7 Filipe respondeu assim: -Para cada pessoa poder receber um pouco de pão, nós precisaríamos gastar mais de duzentas moedas de prata. 8 Então um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse: 9 Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente? 10 Jesus disse: -Digam a todos que se sentem no chão. Então todos se sentaram. (Havia muita grama naquele lugar.) Estavam ali quase cinco mil homens. 11 Em seguida Jesus pegou os pães, deu graças a Deus e os repartiu com todos; e fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. 12 Quando já estavam satisfeitos, ele disse aos discípulos: - Recolham os pedaços que sobraram a fim de que não se perca nada. 13 Eles ajuntaram os pedaços e encheram doze cestos com o que sobrou dos cinco pães. 14 Os que viram esse milagre de Jesus disseram: - De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo! 15 Jesus ficou sabendo que queriam levá-lo à força para o fazerem rei; então voltou sozinho para o monte. 16 De tardinha, os discípulos de Jesus desceram até o lago. 17 Subiram num barco e começaram a atravessar o lago na direção da cidade de Cafarnaum. Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. 18 De repente, um vento forte começou a soprar e a levantar as ondas. 19 Os discípulos já tinham remado uns cinco ou seis quilômetros,

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quando viram Jesus andando em cima da água e chegando perto do barco. E ficaram com muito medo. 20 Mas Jesus disse: - Não tenham medo, sou eu! 21 Então eles o receberam com prazer no barco e logo chegaram ao lugar para onde estavam indo. 22 No dia seguinte a multidão que estava no lado leste do lago viu que ali só havia um barco pequeno. Sabiam que Jesus não tinha embarcado com os discípulos, pois estes haviam saído sozinhos. 23 Enquanto isso, outros barcos chegaram da cidade de Tiberíades e encostaram perto do lugar onde a multidão tinha comido pão depois de o Senhor Jesus ter dado graças. 24 Quando viram que Jesus e os seus discípulos não estavam ali, subiram nos barcos e saíram para Cafarnaum a fim de procurá-lo. 25 A multidão encontrou Jesus no lado oeste do lago, e perguntaram a ele: - Mestre, quando foi que o senhor chegou aqui? 26 Jesus respondeu: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres. 27 Não trabalhem a fim de conseguirem a comida que se estraga, mas a fim de conseguirem a comida que dura para a vida eterna. O Filho do Homem dará essa comida a vocês porque Deus, o Pai, deu provas de que ele tem autoridade. 28 - O que é que Deus quer que a gente faça? -perguntaram eles. 29 - Ele quer que vocês creiam naquele que ele enviou! -respondeu Jesus. 30 Eles disseram: - Que milagre o senhor vai fazer para a gente ver e crer no senhor? O que é que o senhor pode fazer? 31 Os nossos antepassados comeram o maná no deserto, como dizem as Escrituras Sagradas: “Do céu ele deu pão para eles comerem”. 32 Jesus disse: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Não foi Moisés quem deu a vocês o pão do céu, pois quem dá o verdadeiro pão do céu é o meu Pai.

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33 Porque o pão que Deus dá é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. 34 - Queremos que o senhor nos dê sempre desse pão! -pediram eles. 35 Jesus respondeu: - Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36 Mas eu já disse que vocês não creem em mim, embora estejam me vendo. 37 Todos aqueles que o Pai me dá virão a mim; e de modo nenhum jogarei fora aqueles que vierem a mim. 38 Pois eu desci do céu para fazer a vontade daquele que me enviou e não para fazer a minha própria vontade. 39 E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum daqueles que o Pai me deu se perca, mas que eu ressuscite todos no último dia. 40 Pois a vontade do meu Pai é que todos os que veem o Filho e creem nele tenham a vida eterna; e no último dia eu os ressuscitarei. 41 Eles começaram a criticar Jesus porque ele tinha dito: “Eu sou o pão que desceu do céu”. 42 E diziam: - Este não é Jesus, filho de José? Por acaso nós não conhecemos o pai e a mãe dele? Como é que agora ele diz que desceu do céu? 43 Jesus respondeu: - Parem de resmungar contra mim. 44 Só poderão vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os ressuscitarei no último dia. 45 Nos Profetas está escrito: “Todos serão ensinados por Deus”. E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim. 46 Isso não quer dizer que alguém já tenha visto o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; ele já viu o Pai. 47 -Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Quem crê tem a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49 Os antepassados de vocês comeram o maná no deserto, mas morreram.

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50 Aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne. 52 Aí eles começaram a discutir entre si. E perguntavam: - Como é que este homem pode dar a sua própria carne para a gente comer? 53 Então Jesus disse: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue, vocês não terão vida. 54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Pois a minha carne é a comida verdadeira, e o meu sangue é a bebida verdadeira. 56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim, e eu vivo nele. 57 O Pai, que tem a vida, foi quem me enviou, e por causa dele eu tenho a vida. Assim, também, quem se alimenta de mim terá vida por minha causa. 58 Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os antepassados de vocês comeram e mesmo assim morreram. Quem come deste pão viverá para sempre. 59 Jesus disse isso quando estava ensinando na sinagoga de Cafarnaum. 60 Muitos seguidores de Jesus ouviram isso e reclamaram: - O que ele ensina é muito difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos? 61 Não disseram nada a Jesus, mas ele sabia que eles estavam resmungando contra ele. Por isso perguntou: - Vocês querem me abandonar por causa disso? 62 E o que aconteceria se vocês vissem o Filho do Homem subir para onde estava antes? 63 O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode

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fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida, 64 mas mesmo assim alguns de vocês não creem. Jesus disse isso porque já sabia desde o começo quem eram os que não iam crer nele e sabia também quem ia traí-lo. 65 Jesus continuou: - Foi por esse motivo que eu disse a vocês que só pode vir a mim a pessoa que for trazida pelo Pai. 66 Por causa disso, muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais. 67 Então ele perguntou aos doze discípulos: - Será que vocês também querem ir embora? 68 Simão Pedro respondeu: - Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! 69 E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou. 70 Jesus disse: - Fui eu que escolhi todos vocês, os doze. No entanto um de vocês é um diabo! 71 Ele estava falando de Judas, filho de Simão Iscariotes. Pois Judas, embora fosse um dos doze discípulos, ia trair Jesus. Depois da multiplicação dos pães em Betsaida, nesta cidade, deixando Nazaré, Jesus fixou residência, transformando-a por algum tempo no centro de suas atividades e região na qual ele conseguiu a maior parte de seus discípulos. ***

MÃE Nos ciclos de nascer, viver, morrer e renascer, ainda realizam-se as reencarnações. Nestes ciclos de peregrinação terrena, embora o objetivo seja evoluir, praticamos erros, arranjamos desafetos e cometemos muitas outras transgressões que precisaremos reparar. E é por isso que nós, espíritos no outro lado da vida, libertamos do corpo físico com uma visão mais clara, mais ampla, sentindo o peso da responsabilidade e a necessidade de evolução, concordamos em

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acertar estes erros, estas falhas. Com a ajuda dos mentores e benfeitores espirituais podemos realizar um plano de trabalho reparador, convidando os credores para uma programação familiar. Assim voltamos a resgatar as nossas dívidas através dos abençoados caminhos das reencarnações e o ponto de encontro para isso é o lar. Não existe lugar mais adequado para desenvolvermos este programa. Eis a família vista pelo lado espiritual, onde pelos laços consanguíneos há a oportunidade de resgates mútuos. Emmanuel diz com muita razão que “o lar é o cadinho redentor das almas endividadas”, mas o que significa o cadinho? É o nome dado a um recipiente de material altamente resistente ao calor, usado principalmente nos laboratórios para a depuração de metais, tirando as impurezas e tornando-os valiosos. Concordamos que o lar é o recipiente para a nossa depuração mas, apesar deste cadinho, o planejamento espiritual muitas vezes está fadado ao fracasso porque quando reencarnamos fugimos ao compromisso assumido, esquecendo que somos espíritos eternos e que a expiação dos erros, mais hoje ou mais amanhã, terá que acontecer. Assim, a melhor maneira de alcançar sucesso é procurar trazer para dentro dos nossos lares tudo o que significa evolução. Não é tarefa leve construir um lar dentro do plano espiritual. Não é como construir uma casa material, que o arquiteto projeta e o engenheiro ergue e embeleza. Construir o lar no plano de Deus envolve trabalho árduo, requer preparação especializada e sempre atualizada, capacidade de esforço contínuo, otimismo cristão e tantos outros requisitos que não se apreendem nas escolas de arquitetura ou engenharia, há uma metodologia um modo todo especial para isto. Homem e mulher ao se unirem pelo casamento fazem uma escolha privilegiada. Assumindo aquele compromisso do planejamento espiritual, começam a construção do seu lar. Tornam-se cooperadores de Deus para o surgimento de novas vidas humanas que serão acolhidas dentro deste lar e que serão chamadas de filhos. A cada filho que chega, intervêm três operadores: o homem e

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a mulher para criar o corpo físico, e Deus que criou o espírito imortal, feito a sua imagem e semelhança, que assumirá este corpo físico. Segundo as leis da sabedoria divina, o espírito chega à Terra na forma de uma criança pequenina, frágil, indefesa e que por si só não conseguiria sobreviver, necessitando dos cuidados dos pais. O espírito, no entanto, não é criança, tem vastos conhecimentos de vidas anteriores, mas para a atual reencarnação há a necessidade de esquecer estes conhecimentos, para que haja uma melhor adaptação à nova vida que terá pela frente. Aliás, todos os espíritos que formarão este novo lar terão que ignorar os acontecimentos que os ligaram nas vidas passadas, pois só assim, através do amor que o parentesco traz, haverá a chance de sucesso. A mente do espírito que acaba de reencarnar está, por assim dizer, adormecida, apenas recebendo, captando e gravando o que acontece dentro do lar que o acolheu. Para o homem e para a mulher entra em ação a responsabilidade de serem pais, até então atuaram como procriador isto é geraram e trouxeram ao mundo um filho que animado por um espírito criado por Deus começa a sua trajetória reparadora. Ser pai não é só gerar e colocar no mundo um novo ser, mas na construção do lar, na formação de uma família, em nome e em lugar de Deus, como seus cooperadores, devem prover a educação e as necessidades de seus filhos, mesmo que isto implique muitos sacrifícios e renúncias. A evolução no lar começa através do amor, da paciência e da mansidão que irão consolidando as bases da pequena sociedade. Ao pretender-se construir um lar ideal, temos que convir que, para a educação e a vida do ser humano, nada se faz de bom e duradouro sem Deus. Pela fé, pela oração, pelo cumprimento do dever, os pais vão se assemelhando a Deus, lenta, mas seguramente tornando-se bálsamo das dores do lar, porque o casamento não é, automaticamente, uma vida a dois com todas as garantias de equilíbrio, de compreensão, de amor, recíprocas sempre na medida justa e oportuna. Longe disso, ele implica esforço contínuo, renovado a cada dia por parte de ambos

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os cônjuges, para a harmonia e edificação do seu lar. É preciso não sucumbir diante dos revezes e da rotina do dia e não ceder à tentação perigosa de, pelo tédio ou desânimo, desacreditar da importância do lar, mas procurar forças nas lembranças agradáveis, nos entusiasmos do começo róseo do casamento. Dentro do lar a mãe tem um papel mais significativo, pois o pai é o mais inclinado por natureza a preocupação do trabalho profissional, pois precisa atender as necessidades materiais dos filhos, e sua atuação moral far-se-á sentir melhor à medida que eles forem crescendo. Já a mãe é convocada, desde o primeiro dia, a trabalhar incessantemente na construção do seu lar, onde cada membro da família passa a considerá-lo um oásis de harmonia e de convivência salutar. Tomas Jéferson, autor da carta de independência dos Estados Unidos, dizia que os melhores momentos de sua vida os passara em meio à sua família. Dizem os entomólogos e os apicultores, que uma abelha operária necessita, em média, retirar o néctar de 100 flores para fabricar um grama de mel, convenhamos, é muito sacrifício. Tal qual a abelha, a mãe de família talvez precise sacrificar-se até uma centena de vezes por dia para conseguir que os filhos compreendam a dignidade da vida humana e cristã. São tantos os sacrifícios que o amor materno até se nega a contá-los. Como a abelha laboriosa, ela tira das flores do seu coração, o mel do amor para a felicidade de seu lar. Vamos fazer outra comparação acerca desta construtora da evolução do lar. A árvore frondosa, com sua ramagem exuberante ou com frutos saborosos, e o pequeno caule que sustenta belas flores costumam causar admiração, mas será que alguma vez paramos para pensar que o que nos encanta e satisfaz só existe porque humildes raízes, que vivem na obscuridade em meio à lama do subsolo, as mantém de pé e lhes dá vida através da seiva que lhes fornece? Quem, ao se agasalhar sob sua ramagem, ou ao colher o fruto saboroso ou a flor odorífera, tem um pensamento de louvor para quem faz esse trabalho oculto e anônimo em meio a escuridão, silêncio e isolamento?

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Assim também se dá com a mãe, escondida no seio da família, numa atividade delicada mas obscura, cujos sacrifícios reais nem sempre são conhecidos e louvados, cujo o amor incansável mas vitalizante aí estão presentes, fieis, ativos. Como a raiz que dá vida a árvore, a mãe dá a vida na construção do seu lar. De seu desvelo e dedicação surge a vida exuberante dos filhos que serão louvados, aplaudidos por suas virtudes, que brilharão por seus feitos, enfim podendo tornar-se heróis, santos recebendo o reconhecimento e as honrarias da humanidade, mas é raro ouvir-se dizer que se são notáveis heróis ou santos, foi sua mãe que assim os fez ou ajudou a serem valorosos e íntegros. A mãe que semeia nos filhos a boa semente da fraternidade humana, do amor a Deus e ao próximo, que semeia a semente dos bons hábitos de vida física e moral, intelectual e social desde o despontar de sua existência, vê-los a enveredar pelo caminho da vida, honestos e seguros, entusiastas e esperançosos. É ela que ao querer filhos sadios de corpo incute-lhes hábitos de vida e higiene próprios da idade, e aos querê-los sadios de espírito incute-lhes o respeito a Deus e aos seus semelhantes. A mãe lucra imensamente na cooperação com o esposo para que ele cumpra as responsabilidades que Deus lhe assinalou. E assim, os dois unidos farão surgir o prenúncio promissor da convivência feliz em seu lar. Francisco Cupe, escritor, filósofo e teólogo renomado, dizia que tudo o que ele era devia a sua mãe e ao evangelho de Jesus. A vida do ser humano é evolução perene e em todas as fases de sua evolução vital ele é influenciado por três fontes: o lar, a escola e a sociedade. A sociedade não preenche as condições intrínsecas de educar. Ela é quase vazia de valores humanos, de solidariedade universal. A escola conserva o jovem apenas algumas horas do dia, durante as quais ele entra em contato com professores e raramente com educadores. A escola parece instruir muito e educar pouco. O lar, este concretiza o seu papel e ainda engloba as outras duas fontes. No lar em evolução, os pais educam formando personalidades cristãs concisas de suas

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responsabilidades; instruem e transmitem conhecimentos que profissionalizem convenientemente e preparam os filhos para o contato social cheios de segurança. O lar é, portanto, o canteiro privilegiado de plantinhas esperançosas, onde começam a desabrochar as personalidades marcantes da seara do bem e os homens mais completos do convívio social fraterno, pois os filhos levarão para a vida futura aquilo que aprenderam no lar, não só o que aprenderam pelos ensinamentos, mas sobretudo pelo exemplo que tiveram dos pais. Coelho Neto, um dos mais ilustres dos nossos escritores, disse algo muito significativo: “Um pai, ainda que o mais pobre, tem sempre uma riqueza para legar ao filho: o exemplo”. Outra definição valiosa encontramos no evangelho escrito por Lucas, no capítulo 11ele narra que Jesus estava em meio a uma multidão pregando, curando, consolando, quando ouviu-se a voz de uma mulher que tocada pelo carisma do Nazareno diz: “Bem aventurado o ventre que te gerou”. ***

A humanidade está dividida por uma linha invisível que separa umas coisas das outras. Como a noite e o dia, as trevas e a luz são realidades opostas que contemplamos diariamente e com as quais convivemos até satisfatoriamente, o mesmo não se dá com a mentira e a verdade, a maldade e a bondade, a tristeza e a alegria, o medo e a coragem espalhadas no mundo todo em contraposição, e que exigem do espírito um propósito muito firme para transpor esta linha invisível e assim vencer estas paixões e sentimentos negativos, tornando-se vitorioso dentro das virtudes e sentimentos positivos, desdenhando a mentira, proclamando a verdade; deixando a maldade, abraçando a bondade; vencendo a tristeza espelhando a alegria, derrotando o medo, vivendo a coragem, porque por conta destas paixões e sentimentos negativos ainda tão arraigados e fortes dentro da natureza

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humana, vivemos à beira do abismo em meio às segregações raciais, aos preconceitos culturais, a ganância dos poderosos, as guerras fratricidas, as discórdias individuais e coletivas que tanto sofrimento tem trazido. Estamos dentro de uma colheita dolorosa, fruto de uma semeadura irresponsável. Esta semeadura começou praticamente em 1945 no pós guerra. A geração sobrevivente a esta catástrofe mundial empenhou-se em reconstruir o que fora destruído, pensando somente nas coisas materiais, esquecendo-se dos valores morais, espirituais. Reerguiam-se as moradias, mas as famílias, não. Do pó e das ruínas, ressurgiam prédios e edifícios modernos, mas as famílias continuavam arruinadas. Não havia tempo para uma convivência salutar, solidária e participativa entre pais e filhos. Assim, parte da geração que se seguiu, a de pais super ocupados, rebelou-se, sem apoio moral e sem apoio religioso, rejeitaram qualquer repressão a sua insolência, ao seu exclusivismo e integraram-se ao movimento do “Paz e Amor”. Este movimento poderia ter dado certo se tivessem ouvido e aceito as palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”, mas confundiram o amor com sexo. Um sexo desregrado e promíscuo, liberal. A gravidez e o aborto eram uma constante, só diminuindo um pouco com os métodos anticoncepcionais. A paz foi traduzida por fuga e esquecimento através das drogas. Sob o efeito delas, não havia lembranças amargas, compromissos, responsabilidades. Tudo era surpreendentemente cor de rosa ou azul. Só que este efeito era passageiro, era preciso mais e mais drogas para continuar fugindo, continuar esquecendo, e aí veio a dependência e com ela o mais sórdido, destruidor e rentável comércio: o tráfico de drogas. O consumo das mesmas espalhou-se por todo o nosso planeta, atingindo todas as classes sociais. Do mais rico ao mais pobre surgiram os viciados que, para se satisfazer a necessidade do consumo, tornaram-se numa grande maioria: ladrões, sequestradores e assassinos sem escrúpulos, mas não ficou só nisso, o mal que o “Paz e Amor” do movi-

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mento hippie, como foi chamado, trouxe. Alastraram-se as doenças sexualmente transmissíveis e a AIDS tornou-se a mais devastadora, que ceifou e vem ceifando milhares de vidas, principalmente de jovens. Nasciam criaturas com problemas mentais, os psicopatas, e pessoas embrutecidas, entorpecidas com comportamento anormal, muito dessa situação preocupante poderia ter sido amenizada, até evitada, se no coração dos homens se abrigasse a fé. Sem fé não há esperança, sem esperança não há equilíbrio e sem equilíbrio não há vencedores. Pela fé o mundo faz vencedores, e Jesus faz invencíveis. Voltaire, o livre pensador que se dizia cético, escreveu: “A fé é o único refúgio em que pode abrigar-se o homem nas trevas de sua razão e nos flagelos da sua natureza débil e passageira”. Isto quer dizer que a humanidade tem necessidade de fé forte. Ela se fortalece através da oração, “Orai e Vigiai” disse Jesus. A oração é uma força ativa que faz a fé dar bons frutos. A falta de intensidade no sentimento religioso acabou por colocar o mundo a beira da ruína. O mais profundo manancial de energia que está ao nosso alcance tem sido abandonado, e este manancial de energia é a oração. O Dr. Alexis Carrel, prêmio Nobel de medicina disse: “A oração é a forma de energia mais poderosa que o homem é capaz de gerar”. É ela que nos aproxima de Deus. Hoje, mais do que nunca, a vigilância e a oração são tão necessárias, pois a colheita está sendo muito dolorosa. É preciso estimular a fé pela oração crendo numa força superior, Deus, e na força interior de cada um de nós. A fé remove montanhas, palavras de Jesus e o apóstolo Tiago disse que a fé verdadeira traz boas obras. O saudoso professor Júlio Cesar de Melo e Souza, conhecido como Malba Tahan, conceituado escritor, narra em seu livro “Lendas do Céu e da Terra”, a seguinte história: “História de Santa Tereza. Prepara-se Santa Tereza para partir em viagem. Uma das religiosas que com ela viviam perguntou-lhe o que ia fazer.

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Fundar um mosteiro, uma nova obra a serviço do bem - responde a Santa - E tens recursos para isso, levas algum dinheiro? Indaga a companheira. - Dez moedas! Exclamou atônita a religiosa. - Que poderás fazer com dez moedas? Isso é muito pouco. - Sim replicou a Santa, tens razão. Realmente, Tereza e dez moedas é muito pouco. Porém, Deus, Tereza e dez moedas é tudo”. A fé de Santa Tereza crendo em Deus e acreditando em si própria, fez muito com pouco. Como ela, muitos outros missionários do bem, dentro da fé, alicerces da fé, com muito pouco, muito fizeram, um exemplo marcante é o da irmã Dulce da Bahia. História da Irmã Dulce De compleição franzina e sofrendo de insuficiência respiratória, na humildade do convento, onde era uma das religiosas que ali viviam, fez de um galinheiro desativado o começo de um trabalho gigantesco na prática da caridade. Ali, abrigando criaturas sem lar, sem teto, sem perspectivas de vida, ajudou-as a lutar por sua cidadania. Percorria diariamente as ruas de Salvador, quer fizesse sol ou chovesse, quer dia ou de noite, ajudando os necessitados, os doentes. Pedia a alguns para dar a outros. Seu carinho, sua dedicação acabaram comovendo pessoas de boa vontade que se engajaram neste seu trabalho, trazendo oportunidades de vida a milhares de pessoas, integrando-as à sociedade em geral. Só interrompia sua luta quando a insuficiência respiratória a obrigava a um repouso forçado, para que se restabelecesse. Como não podia deitar-se normalmente devido à falta de ar, tendo que ficar sentada, preferiu ficar numa cadeira ao invés da cama. Ali, recebia a visita de pessoas que a amavam, que a admiravam e vinham testemunhar-lhe apreço por sua saúde. Uma destas visitas foi de Divaldo P. Franco este insigne divulgador da Doutrina Espírita, que condoído com a situação da religiosa naquela cadeira lembra: “Cuidai das coisas de Deus e o mais vos virá por

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acréscimo”, e indaga: - Irmã, a senhora aceitaria uma cama para repousar, se eu lhe oferecesse? - Aceitaria sim. - Responde Irmã Dulce. Divaldo pede ajuda a alguns amigos e consegue adquirir uma cama hospitalar apropriada aos que sofrem do mal que a religiosa. Conseguida a cama, Divaldo retorna e diz: - Irmã, eu trouxe a cama que lhe prometi. - Que bom, meu filho! -Exclama Irmã Dulce-. A sua é a trigésima segunda cama que recebo e que irá para algum hospital, onde alguém mais necessitado que eu a usará. Quanto a mim, continuarei aqui nesta cadeira, aguardando a trigésima terceira cadeira, a trigésima quarta e talvez a trigésima quinta cama, que também irão para os hospitais. Pode-se dizer que Irmã Dulce trabalhou todos os dias de sua vida, mesmo quando em tratamento, a benefício dos pobres, dos doentes e dos necessitados. Assim concluímos que, Irmã Dulce e um galinheiro era muito pouco, mas Deus, Irmã Dulce e um galinheiro, tornaram-se tudo. Outro exemplo maravilhoso é o do saudoso Chico Xavier. História de Chico Xavier Chico Xavier também tinha problemas de saúde, sem recursos financeiros, pois era um simples funcionário público, mas a sombra de um abacateiro no fundo do quintal começou um trabalho de amor e caridade que estarreceu o mundo inteiro. Ali, reunia crianças e adultos para ouvirem as lições do Evangelho, consolava, auxiliava na medida do possível, e ao fim de cada reunião distribuía pães, doados por criaturas bondosas. Iniciava-se ali uma obra de amor que ia se agigantando, trazendo tantas bênçãos que fez de Chico Xavier o homem mais bondoso da sua atualidade. Falar nesta obra, não é necessário, ela está viva na lembrança dos que a conheceram, mas podemos afirmar que: Chico e um abacateiro era muito pouco, no

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entanto Deus, Chico e um abacateiro foram tudo. Mais um exemplo edificante, ficando só no Brasil: Gerônimo Mendonça. História de Gerônimo. Gerônimo foi um grande divulgador da Doutrina Espírita, apesar de suas limitações físicas. Como Chico Xavier, ele também nasceu em Minas Gerais e veio de família pobre. Aos 16 anos começaram os primeiros sintomas da doença degenerativa que o tornaria tetraplégico e, a seguir, o deixaria cego. Restou-lhe a voz e com ela destacou-se como palestrante. Preso a uma cama, viajou por todo o Brasil, auxiliando por mãos caridosas que conduziam esta cama. Ela se tornou o seu meio de transporte. As palestras que proferia divulgando a Doutrina Espírita cativavam e faziam até dos incrédulos, dos céticos, colaboradores ardorosos na prática da caridade. Apesar das dores que sentia, espalhava alegria, cantava com entusiasmo canções de sua autoria e ditou várias obras da literatura espírita. Não chegou aos 40 anos, mas na sua breve existência terrena se tornou um verdadeiro gigante na causa do bem, tanto que se tornou conhecido como o gigante deitado, por viver numa cama, devido a sua condição de tetraplégico. Aqui também se pode dizer que: Gerônimo Mendonça e uma cama, era muito pouco, porém Deus, Gerônimo e uma cama tornaram-se tudo. A fé que remove montanhas tornou-os invencíveis. Disse o poeta Cassimiro Cunha: “O mundo faz vencedores, os grandes políticos, os grandes estadistas, os grandes empresários são os vencedores que o mundo faz, mas que estão sujeitos a grandes quedas: quantos político caem em desgraça, quantos estadistas perdem o poder, quantos empresários vão a falência”. Diz mais Cassimiro Cunha: “Jesus faz invencíveis”. Santa Tereza, Irmã Dulce, Chico Xavier, Gerônimo Mendonça e muitos outros missionários do bem são invencíveis, pois se tornaram discípulos do Cristo. Entretanto, não foram somente alguns os convidados a serem discípulos, pois Jesus veio ao mundo,

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nasceu entre nós com um objetivo, o de nos ensinar a viver, ter uma vida plena. Este viver significa vivenciar as lições do Evangelho e assim, através do exemplo, propagar a boa nova. Portanto todos nós, mais cedo ou mais tarde, seremos discípulos de Jesus já que estamos fadados à perfeição. Então porque não encarar logo esta realidade? Porque não aceitar o mais rápido o convite do mestre Divino? Ele convida, mas não obriga. Suas palavras provam isto: “Eis que estou à porta e bato, se alguém previr minha voz e abrir a porta entrarei em sua casa”. Para sermos discípulos do Cristo precisamos dar um sentido verdadeiro e profundo a própria vida. Muitas pessoas até procuram caminhar ao lado do Senhor, mas não conseguem manter com ele um relacionamento satisfatório, porque impõe condições. Querem dar aos bens materiais um valor exagerado e até colocá-los em primeiro plano, esquecendo-se que disse Jesus: “Onde estiver o teu tesouro, ali estará o teu coração”. Esta é uma verdade facilmente comprovada. Quando mais se tem, mais se quer. O fascínio pelos tesouros materiais cega, escraviza e insensibiliza as pessoas. Também dentro dos valores espirituais, quanto mais se faz, mais se quer fazer, no entanto este valor traz a felicidade, pois baseia-se no amor. Criaturas como Santa Tereza, Irmã Dulce, Chico Xavier, Gerônimo Mendonça e todos os que seguiram e seguem os caminhos de Jesus, fizeram e fazem aos outros o que gostariam que lhes fizessem. Bem diferente dos que lutam pelos bens materiais. Pesquisas revelam que essas pessoas dedicam-se ao trabalho e aos negócios até 16 horas dia, por isso não tem tempo para a família, para uma convivência salutar, fraterna com amigos e com os subalternos. É muito importante ser discípulo de Jesus, mas só o seremos se aceitarmos seu convite deixando que entre em nossa casa, só o seremos se aceirarmos o novo mandamento que nos trouxe “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Se tiverem amor uns pelos outros, todos vão

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saber que vocês são meus discípulos”. Para nós isto não é fácil porque o nosso amor é humano e o de Jesus é divino, pois é gratuito, não faz cobranças e nada exige. É cheio de doçura, cura as mágoas, cicatriza todas as feridas emocionais, pois se baseia na verdade e na justiça. Talvez por ser divino ele supera a nossa capacidade humana de amar. Sem ele não alcançaremos a perfeição a que estamos fadados, portanto é necessário começarmos a sua construção, ainda que lentamente, o ideal seria acelerarmos o processo evolutivo, então porque não começar a mudança de nossos hábitos, a renovação de nossas atitudes. Estamos numa época propícia, estamos no começo de mais um ano, quando as lembranças do último Natal ainda estão bem vivas em nossa memória. A data magna da cristandade traz alegria, expande nos corações sentimentos bons, transparece a vontade de trazer um pouco de felicidade aos que nos cercam e mesmo a outros que são até desconhecidos, mas que são carentes de nossa ajuda. Há felicidade na troca de presentes, na confraternização ao redor da mesa onde é servida a ceia de Natal, no encanto dos símbolos natalinos que engalanam as casas e as ruas das cidades. Paira no ar neste dia, o anseio, a esperança de dias melhores. Embora uma grande parte da humanidade faça desta data especial, uma festa tipicamente profana, ainda assim ela traz benefícios, pois por hora somos muito terra a terra e a nossa capacidade de amar é humana. Passou o Natal e a seguir chegou o fim de mais um ano. No último dia, viramos a última página do livro de nossa vida, referente ao ano que se finda. Um livro que contém as provas com testes a serem respondidos, o qual começa no berço e termina no túmulo. ***

O Evangelho de Jesus é um roteiro, um relicário de lições sábias, de diretrizes abençoadas e de caminhos regeneradores. No entanto, no tempo em que Jesus estava encarnado, vivendo entre nós, há quase

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2.000 anos, haviam criaturas marcadas pela vaidade, que possuíam mais orgulho que dignidade, mais violência que paz, mais miséria que elevação e desprezavam a conduta maravilhosa do Cristo. Não aceitavam como Messias o filho de José, o carpinteiro e de Maria a serva do Senhor. Não aceitavam o Messias viver entre os simples, os pobres, os oprimidos, pessoas marginalizadas e pecadoras, diante dos padrões da sociedade religiosa e elitizada, então vigente. Partilhavam da opinião declarada por Natanael acerca de Jesus. Pode vir alguma coisa boa de Nazaré, isto porque Jesus viveu grande parte de sua vida terrena em Nazaré, pequena aldeia da Galileia, tanto que era chamado de Nazareno ou Galileu. Natanael aceitou os fatos que provam ser Jesus o filho de Deus em vida para a redenção dos homens. Os demais, do alto de seu orgulho, o rejeitaram e o levaram à morte no Monte Calvário. Mas, como ontem, hoje há os que o renegam, alegando ser impossível um espírito puro, enviado a Terra como Messias prometido viver entre pobres, doentes, pecadores, enfim, entre a escória, quando a lógica é de que os iguais se atraem, portanto o filho de Deus, que disse ser rei, ter um reino de glórias que é símbolo de grandeza. Deveria estar entre os que representavam a grandeza, isto é, os doutores da lei, os escribas, os fariseus, os sacerdotes, os anciãos, enfim, toda aquela casta, a elite político-religiosa da época. É uma visão puramente humana. É a opinião de homens cegos, surdos e coxos diante do verdadeiro sentido da marcha evolutiva do ser humano. Porque a vida messiânica de Jesus é em realidade toda voltada para o engrandecimento do Espírito em peregrinação na Terra. São lições, são exemplos de vida dentro de duas alternativas nesta escola bendita, que nos ensina a dominar os interesses imediatistas, a disciplinar a inteligência e ajustar as nossas emoções. Estas duas alternativas estão mais claras, mais acentuadas em algumas das parábolas e passagens da vida de Jesus. Para termos uma ideia melhor acerca destas alternativas, podemos tomar como ponto de partida o episódio ocorrido em Betânia. Quan-

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do Jesus Cristo fazia suas longas caminhadas da Galileia para Jerusalém na Judeia, tinha por hábito visitar um lugarejo chamado Betânia e que dista poucos quilômetros de Jerusalém, mais ou menos 15 a 18 km, onde se hospedava na casa de Lazaro que ali vivia com suas irmãs Marta e Maria. Tratava-se de um lar muito humilde, onde todos acolhiam o Mestre com amor e satisfação. Numa dessas visitas, as duas irmãs que tomavam conta da casa tiveram atitudes bem diferentes. Enquanto Marta se preocupava com arrumação da casa, para torná-la agradável aos olhos do visitante, que ali recebia muitas pessoas ansiosas por ouvir suas lições, Maria assentou-se junto ao mestre, demostrando vivo interesse pelos ensinamentos que ele trazia para estas pessoas que vinham ouvi-lo. Muito preocupada com os afazeres da casa, Marta dirigiu-se a Jesus e diz-lhe: “Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir sozinha? Dize-lhe, pois que me ajude”. Diante desse pedido, o mestre respondeu prontamente: “Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é necessária e Maria escolheu a boa parte, a melhor parte, que não lhe será tirada, e docemente narra-lhe esta pequena história: - Um homem casado recebeu um dia, a notícia de que o rei de seu país passaria pelo seu lar. Feliz, preparou a casa, juntamente com sua esposa, para receber a ilustre visita. Quando o monarca chegou, o homem dele se acercou para ouvi-lo e homenageá-lo, enquanto a mulher correu para atender pequenas tarefas da casa. Mas o rei não poderia demorar e assim após rápida refeição partiu. Somente aquele que ficou junto a ele escutando-o se inteirou do programa de seu reinado, o que era o mais importante. Nessa passagem evangélica, citada por Lucas no capítulo 10, versículos de 38 ao 42 e na pequena história narrada pelo espírito Amélia Rodrigues, vemos que Jesus nos propiciou um ensinamento importante, mostrando-nos a diferença entre as duas atitudes. Marta simboliza os que são assoberbados pelas coisas terrenas, simboliza

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aqueles que se preocupam em demasia com as coisas transitórias do mundo. Preocupam-se com as vaidades e os formalismos terrenos, com as aparências exteriores, com as conquistas puramente materiais. Maria, preocupada com o aprimoramento de suas qualidades espirituais, não quis perder a oportunidade de tirar proveito de tudo o que o mestre ensinava, procurando assimilar a melhor parte, que eram os preceitos transcendentais que brotavam dos lábios da Rabi. Marta e Maria representam as duas alternativas que se são colocadas para nós, espíritos que na Terra encarnam. Marta, na alternativa 1, compartilha com os seres humanos que se apegam às coisas materiais, as coisas transitórias que encantam, trazem volúpia, prazer, mas não falam ao coração. Maria, na alternativa 2, faz parte do grupo de pessoas que procuram a evolução espiritual, fazendo nela a sua reforma íntima, assimilando todos os ensinamentos edificantes que, em nome de Jesus e alicerçados no seu evangelho, nos são trazidos com pureza e fidelidade pelos irmãos benfeitores da espiritualidade. Portanto, duas alternativas nos são oferecidas: seguir Maria que relegou para segundo plano as coisas passageiras do mundo, preferindo assimilar para praticar as que enobrecem e aperfeiçoam o espírito. Ou seguir Marta que perdeu a oportunidade ímpar de ouvir os ensinamentos tão necessários para a vida espiritual. Alternativa 1 Alternativa 2 Marta Maria As virgens imprudentes As virgens prudentes A porta larga A porta estreita Construção sobre areia movediça

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Construção sobre rocha sólida Tesouros materiais Tesouros morais Na passagem do evangelho sobre Marta e Maria vemos: Jesus não censurou propriamente Marta, mas procurou fazê-la entender que, embora fosse louvável a sua atitude, ela pecava pelo exagero. Esforçava-se para mostrar serviço, eficiência e hospitalidade em meio a formalismos, numa ocasião em que eles não se faziam tão importantes. A vinda de Jesus à sua casa tinha um significado oposto. Ele não procurava por homenagens, recepção festiva, mas sim atenção para as lições que trazia visando o aprimoramento espiritual dos que o ouviam. Suas lições eram tão profundas que ficavam gravadas, como a ferro e fogo, nos corações humanos, para que não caíssem no esquecimento e sim passassem para a posteridade como roteiro da salvação. Marta não se deu conta que estava perdendo a oportunidade de conseguir o conhecimento que lhe apressaria a evolução espiritual, que lhe daria a melhor parte, um tesouro eterno que jamais lhe seria tirado, conforme garantira Jesus referindo-se a escolha de Maria. A importância da missão do Cristo não podia perder-se em meio às benesses materiais que são efêmeras. Ele preferiu a humildade, renunciando a glória, o poder e a riqueza que o mundo podia lhe oferecer. E foi assim que fez germinar nos corações humanos o amor verdadeiro, que traz a plenitude da perfeição, amor que não desabrocha e nem germina em corações presos as ilusões do artificialismo do consumismo do capitalismo. ***

Na parábola das dez virgens, narrada em Mateus, capítulo 25 versículos 1 ao 13, defrontamo-nos novamente com as duas alternativas, narra o evangelista: “O Reino dos Céus será, pois, semelhante a dez virgens que pegaram suas candeias e saíram para encontrarem-se com o noivo. Cinco delas eram insensatas e cinco eram prudentes.

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As insensatas pegaram suas candeias, mas não levaram óleo. As prudentes, porém, levaram óleo em vasilhas, junto com suas candeias. O noivo demorou a chegar, e todas ficaram com sono e adormeceram. À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo!’ Então todas as virgens acordaram e prepararam suas candeias. As insensatas disseram às prudentes: ‘Deem-nos um pouco do seu óleo, pois as nossas candeias estão se apagando’. Elas responderam: ‘Não, pois pode ser que não haja o suficiente para nós e para vocês. Vão comprar óleo para vocês’. E saindo elas para comprar o óleo, chegou o noivo. As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial. E a porta foi fechada. Mais tarde vieram também as outras e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abra a porta para nós!’ Mas ele respondeu: ‘A verdade é que não as conheço!’ Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora!” Nesta parábola observamos que cinco virgens eram prudentes, pois levaram provisão de combustível que lhes dava condições de abastecerem seus candeeiros, mesmo que houvesse atraso na chegada do esposo, o que realmente aconteceu. Elas simbolizam as pessoas diligentes, que encaram a vida com seriedade, que lutam para vencer as dificuldades, que aceitam as revezes da vida, aqui simbolizadas pelo atraso do esposo, com serenidade, com segurança das almas equilibradas e sensatas, são as criaturas humanas que encaram o planejamento reencarnatório como uma dádiva, principalmente a maternidade e a paternidade que representam a sublimação de uma trajetória terrena. Buscam sem hesitação o aprimoramento moral próprio e o caminho que leva à redenção espiritual. Todos os que se identificam com as cinco virgens prudentes, estão na alternativa 2. Por outro lado, as cinco virgens imprudentes, que não quiseram ter o trabalho de levar combustível de reserva para o imprevisto da longa espera, representam os que se encastelam no orgulho e na vaidade terrena, levando uma vida vazia, nada construindo de positivo para sua edificação espiritual, fugindo das responsabilidades do traba-

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lho, da maternidade e paternidade abençoada como cooperadores do divino criador, desprezando ou maltratando os valores espirituais que, como talentos preciosos, lhes são confiados pela providência divina. Os que se identificam com as cinco virgens imprudentes, optaram pela alternativa 1. No ensinamento contido em Mateus capítulo 7, versículos de 13 e14, novamente aparecem alternativas: porta larga e porta estreita. Jesus nos diz que a porta larga tem um caminho amplo e convidativo, mas que leva aos abismos dos vícios, das paixões, dos erros, e que a princípio encantam e seduzem, mas logo revelam seu lado perigoso e mau, que leva os que adentram esta porta ao descalabro moral, ao desespero e à derrota. Os passantes da porta larga, encontram-se entre os que preferem a alternativa 1, já a porta estreita, com uma senda tortuosa e cheia de tribulações, dá condições de enobrecimento, edificando a criatura, aproximando-a cada vez mais do Pai. Os que trilham esta senda estarão resgatando seus débitos, passando bravamente pelas provações e assim colocam-se na alternativa 2. Noutra passagem dos evangelhos narrada também por Mateus no capítulo 7, versículos 24 ao 27 diz: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” Jesus torna a oferecer duas opções, isto é, nos coloca diante das duas alternativas. A do homem prudente que constrói a sua casa sobre a rocha. Quando assoprarem as borrascas, as tempestades, a casa resistirá a tudo. Isto, porém, não acontecerá com o homem despre-

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venido e imprudente, que construir a sua casa sobre a areia movediça. Assim que surgirem os vendavais, as tormentas, sua casa ruirá e grande será o seu prejuízo. Este ensinamento representa severa advertência às pessoas que não procuram fazer a sua reforma íntima e não cuidam do seu aprimoramento espiritual. Quando assoprarem os ventos das adversidades, das tribulações que fazem parte destas reencarnações de provas e expiações inerentes a nossa vida humana, o que edificar a sua casa sobre a areia movediça dos convencionalismos terrenos, desfalecerá, pois não tem base sólida para enfrentar tudo com coragem, conhecerá o fracasso de sua jornada terrena e em nova reencarnação terá que começar tudo novamente, quiçá dentro de situações mais adversas. Somente os que construírem sobre a rocha viva da fé, do amor, terão condições de suportar os vendavais das adversidades, das dores, que sabemos muito bem se fazem presentes em todos os caminhos desta vida terrena. O homem que edifica sobre a rocha, simboliza o que se liberta pelo conhecimento da verdade, que compreende que os espinhos que os ferem na jornada de hoje é colheita obrigatória de uma semeadura infeliz em vidas passadas. Já o que constrói sobre areia movediça, é escravo de fanatismos, de ilusões baratas de conquistas e glórias vãs que o mundo material oferece. É o irresponsável que destrói os valores morais e espirituais tão preciosos, pois lhe são dados por nosso Pai criador. O homem que constrói sobre a rocha sólida compreende que a melhor alternativa é a de número 2. E o que se deixou levar pelos atos imprevidentes e construiu em areia movediça, ficou com a alternativa 1. Mateus, no capítulo 6, versículos 19 ao 21, relata novamente duas alternativas dizendo: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.

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Vimos nessa parábola que Jesus se personifica na medida do nível de pobreza. Ele diz: “quando mais pequeninos”, e quando assim diz não é referindo-se à idade infantil, mas a insignificância que a sociedade dá aos pobres. Quanto mais famintos, mais sedentos, mais nus, mais o Cristo está neles ou eles em Cristo. E quem são eles? São os pobres, são os mendigos, são os necessitados, será que algum de nós ao encontrar um pobrezinho ou mendigo enxergará nele o Cristo? Creio que não porque, se assim fosse, nossa atitude seria diferente. Abraçaríamos este mendigo ou, ao menos, o levaríamos até nossa casa e cearíamos com ele, e lhe perguntaríamos felizes: És tu Senhor? Porque se Jesus se materializasse aqui, agora, não chegaríamos a abraçá-lo porque antes ele nos diria: “Tive fome sim, tive fome na pessoa de Lázaro, que na casa do rico disputava com os cães as migalhas que caiam das mesas. Muitas vezes acolhiam os cães e a mim expulsavam, chamando-me de vagabundo e lazarento. Hoje continuo a ter fome através dos pobres, dos mendigos, que te erguem a mão trêmula e com os olhos suplicantes te imploram um pedaço de pão. Mas quantas vezes já vi atirares o pão, aos cães ou ao lixo; Tive sede sim, tive sede quando ainda pequenino fugi para o Egito em companhia de José e Maria, atravessando o deserto para escapar de Herodes que queria matar-me. Também tive sede, quando coberto de poeira, assentei-me ao lado do poço de Jacó, em Sicar na Samaria, e pedi de beber à samaritana. Sede, mas uma atroz sede, eu senti quando pregado na cruz, pedi água e me deram para beber fel e vinagre. Hoje também sinto sede, no mendigo que caminha horas a fio nas ruas da cidade para conseguir uma esmola. Tenho sede também através do retirante nordestino, que foge da seca inclemente e, muitas vezes, morre de sede pelos caminhos porque ninguém procura sanear o problema da seca, construindo mais açudes ou implantando um sistema de irrigação que iria minorar a falta de água. Onde estão os recursos que a providência divina dá?

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Fui peregrino, sim, fui peregrino palmilhando as estradas da Palestina, pregando a boa nova, semeando a minha doutrina. Hoje também sou peregrino na pessoa do pobre, dos mendigos que caminham descalços, sacola na mão, muitos apoiados em cajados que são como um Cirineu a ampará-los. Vou andando, andando, cansado pelas estradas, e por mim vão passando carros e mais carros, nenhum para e me oferece carona. Tu também já passaste por mim, em teu carro, isto várias vezes, mas nunca paraste. Até pensei em pedir carona, mas isto serviria de piada pra ti. Também sou peregrino quando, como mendigo, bato à tua porta. Começa a chover, faz frio, já é de tarde, mas nunca me convidastes a entrar a tua casa ou me disseste, como o disseram quase dois mil anos atrás os discípulos de Emaús: “Fica conosco porque já é tarde e a noite não demora a cair”. Estive nu, eu soube o que é estar nu, olhem para um crucifixo e verás que me despojaram de minhas vestes. Hoje continuo a estar nu, na pessoa do pobre ou mendigo, cujos andrajos dilacerados mostram suas carnes sofridas. Continuo nu naqueles que em todos os invernos, por não terem agasalho suficiente, passam frio, e até morrem, debaixo das pontes, nos bancos dos jardins públicos ou nas escadarias das igrejas. No entanto, estou vendo que em teu guarda roupa tem dezenas de cabides todos ocupados. E quantos cobertores e edredons de vários tipos irão te agasalhar. Estive doente, a minha maior doença foram as dores da paixão e crucificação. Sofri muito, mas hoje continuo sofrendo em todos os doentes, principalmente entre os mendigos doentes, que não tem remédios, não tem assistência médica adequada e nem visitas que o consolem. Já te vi visitando parentes e amigos nos hospitais, mas a mim como mendigo nunca visitaste debaixo de uma ponte. Estive preso sim, estive preso quando no jardim das oliveiras os soldados ataram minhas mãos e assim fui sendo levado de tribunal em tribunal. De Anaz a Caifás, de Caifás a Herodes e de Herodes a Pilatos, sempre debaixo de insultos e bofetadas. Hoje me sinto como

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prisioneiro em todos os presos injustamente acusados, mas sinto-me mais prisioneiro na pessoa do mendigo que é detido, maltratado por estar mendigando em locais que envergonham a elite. Nunca vieste me visitar querendo ser meu advogado, procurando me libertar da prisão. Hoje continuo a encontrar muitos Anaz, Caifás, Herodes e Pilatos em meu caminho. Sou o Cristo, sou o mendigo. Quando, dois mil anos atrás habitei entre vós, meu nome era Jesus Cristo, hoje me chamo: João, Zé, Maria, Xico, Tião e tantos outros nomes que tem os mendigos. Que posso fazer se tu não me enxergas, se tu não me perguntas “És tu Senhor?” ***

A MÃO SECA Num dia de sábado, Jesus desceu até a sinagoga. Ali já estavam alguns fariseus e também um homem que tinha a mão seca. Os fariseus questionavam se ele faria alguma cura neste dia, pois buscavam uma oportunidade para incriminá-lo e prendê-lo. Assim que avistaram Jesus, um deles perguntou: – É lícito fazer curas em dia de sábado? Jesus conhecendo a maldade deles respondeu: - Há alguém entre vós que possuindo uma única ovelha, e se esta cair num poço em dia de sábado não vá retirá-la e salvá-la? Não vale mais um homem que uma ovelha? Sim, é lícito salvar em dia de sábado. E chamando o homem da mão seca disse-lhe: – Estende a mão! Ele estendeu a mão seca que ficou curada, tão sã quanto a outra. Os fariseus foram ao encontro dos sacerdotes para deliberarem sobre sua prisão, mas Jesus retirou-se para bem longe, seguido por seus discípulos e pela multidão. Esta passagem evangélica narrada por Mateus no capítulo 12, versículos 9 ao 15, também foi escrita por Marcos e Lucas, com uma pequena variação, mas o contexto é o mesmo. Nesta narrativa bíblica de algumas horas da vida de Cristo, nos são trazidas várias considerações, aliás, tudo o que acontecem nos três

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anos do ministério de Jesus, são momentos de sabedoria, bondade e amor. Cada minuto de sua vida traz diretrizes para anos de progresso espiritual nosso. Diante desta narrativa podemos ter reações, tomar atitudes e, sobretudo, termos a ocasião de aprender várias lições. Por reação, poderíamos dizer que, sentimo-nos revoltados ante a hipocrisia destes fariseus que ostentavam uma religião de fachada. Em seu orgulho e egoísmo não aceitaram a doce figura de Cristo, como o Messias prometido. Para eles, o Messias teria que ser um cavaleiro valoroso, que a frente de um exército poderoso dominasse todas as outras nações, dando a supremacia à nação hebraica e escolhida por Deus. Um Messias que os livrasse do jugo romano que tantos os humilhavam. Em hipótese alguma, admitiram que o Messias fosse aquele humilde carpinteiro, aquele Nazareno que pregava o amor, o perdão, a caridade, que nunca pregou violência, nunca ambicionou o poder. Certamente, como evangelizados que estamos sendo, a nossa reação seria de revolta. E nossa atitude? Qual seria? Acredito que seria de sensibilizarmo-nos com Jesus, colocando-nos ao seu lado, partindo em sua defesa. No entanto, Jesus não precisa de defensores, nunca precisou, sempre soube se defender sozinho. Mesmo no jardim das oliveiras, quando os soldados vieram prendê-lo e um dos que o acompanhavam, tomando da espada decepou a orelha de Malco, um dos soldados, Jesus censurou esta atitude dizendo: “Embainha tua espada, porque se eu o quisesse, pediria a meu pai e ele enviaria legiões de anjos para me libertarem. No entanto, é preciso que se cumpram as profecias”. Esta mesma colocação ele a deu a Pilatos, vemos assim, que Jesus não precisava de defensores, portanto, não precisamos defender Jesus, mas amá-lo e segui-lo, isto é, aceitar e praticar seus ensinamentos. Mesmo porque, para nós espíritas que acreditamos em vidas passadas, acreditamos na reencarnação, devemos levantar esta hipótese. É bem provável ou, digamos, certo que lá estivéssemos, vivendo

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aqueles momentos tão cruciantes que marcaram a história da humanidade. Talvez como um daqueles soldados que prenderam Jesus, ou talvez como um daqueles fariseus hipócritas que tanto perseguiram e molestaram o Cristo ou mesmo quem sabe? Estivemos no meio daquela multidão insana que pedia a morte de Jesus, gritando: crucifica-o, crucifica-o. É, Jesus não precisa da nossa defesa, mas, esta posição que hoje tomamos diante dos fatos daquela época, vem nos mostrar que evoluímos um pouco, ao menos um pouco. Ela traduz a esperança de sermos espíritos já em busca da perfeição. Esta reação e atitude trazem a esperança de reencarnações melhores. Vamos agora aos conhecimentos que trazem este relato de um dia na vida de Cristo. Quando Jesus disse ao homem da mão seca: “Estende a mão”. Ele imediatamente estendeu aquela mão encolhida, paralítica e seca, movido por uma fé extraordinária, sem esta fé inabalável ele não conseguiria sequer mover a mão, quanto mais estendê-la. Será que, se fossemos nós, teríamos feito o mesmo? É bem possível que ao invés de estender a mão disséssemos: “Mas como posso fazê-lo, se tenho a mão seca? Se ela está encolhida?” No entanto aquele homem demostrou a fé que Jesus sempre colocava como ponto de partida para obter a vitória. Assim, mais uma vez, através de Cristo, o poder da fé operou prodígios. A fé é a mola mestra que transporta montanhas e aplaina precipícios. É a fé que consegue transformar a montanha de erros em virtudes, tirando-nos dos precipícios das ilusões das paixões, propiciando-nos assim esta abençoada reforma íntima, anseio dos espíritos em evolução. Fé, atributo necessário, tão bem exemplificado pelo homem de mão seca neste episódio de um dia na vida do Cristo. Mas para determo-nos na lição da fé precisaríamos de muito mais tempo, mesmo porque, este tema tem sido explanado magnificamente por companheiros nossos e assim gostaríamos de passar adiante e discorrer sobre outro ensinamento. A lição da mão seca. Ter uma mão seca é característica

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de quase toda a humanidade. Temos uma mão sã, que a estendemos sempre que queremos obter benefícios. Ela é ágil, fácil de manobrar em busca de vantagens a nosso proveito. A outra? Ah! Esta é mais difícil de vê-la em uso. Ela geralmente está encolhida, paralisada, seca, porque não queremos estendê-la em ajuda ao próximo. Quantas desgraças poderiam ser evitadas se tivessem mãos estendidas em auxílio? Quantas lágrimas deixariam de rolar se houvesse a mão estendida para o consolo? Quantas vidas são destruídas porque continuamos com a mão seca. Quantos jovens viciados caídos no fundo do poço, quantos pais de família entregues aos vícios, porque só encontraram mãos secas, que não lhe deram o socorro necessário no momento preciso. Mãos secas, paralisadas que negam a esmola ao mendigo faminto e sofrido. Mãos secas que não se estendem a tantos meninos de rua. Uns momentos de atenção para uma conversa amiga com estas criaturas poderiam mudar muita coisa. No entanto preferimos encolher mais a mão enquanto a delinquência lhes estende a sua mão, arrastando-os para a miséria e a degradação. Não estendemos a mão para o idoso que necessita tanto do calor humano, que vive esperando por momentos de atenção. Se estendêssemos a mão aos idosos, visitando-os nos asilos, ou nos bancos das praças, onde costumam ficar filosofando, se ouvíssemos suas histórias, seus conselhos cheios de sabedoria que só a experiência dos anos pode dar, por certo, teríamos um mundo melhor. Se estendêssemos a mão num altruísmo cristão, haveria menos vaidosos que reclamam louvores, haveria menos ociosos que reclamam prosperidade merecida, menos tolos sem preocupações de serviços, menos insaciáveis que olvidam as necessidades dos outros. Se estendêssemos as mãos poderíamos abraçar o trabalho por amor de servir ou de ajudar nossos irmãos. No cotidiano podemos observar, ou mesmo participar, de exemplos de mãos secas, no entanto, a divina providência coloca em nosso caminho mil oportunidades para estendermos esta mão paralítica, estas oportunidades que nós

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achamos serem de pouco valor são, na realidade, a essência da cura desta mão seca. Um gesto de boas maneiras, um sorriso fraterno e consolador, o silêncio ante o mal que não comporta esclarecimentos imediatos, um bom livro que se dá com amor, a sugestão do bem, a tolerância diante de uma conversa cansativa, a dádiva espontânea ainda que humilde, a gentileza natural, são oportunidades que temos de estender a mão, mesmo o que façamos para pessoas ingratas e que achamos não serem merecedoras deste gesto. Não devemos procurar julgamentos, mas sim atender o pedido de Jesus quando nos diz: “Estende a mão”. As oportunidades do senhor continuam fluindo incessantes sobre a terra, procuremos não desperdiçá-la. Mas não existe só mão seca em valores morais. Há aquelas que secam paralisadas sobre bens materiais. Secam agarradas ao dinheiro, às riquezas que não são usadas a benefício próprio e nem a benefício de outrem. Mãos que sufocam as necessidades dos outros, que trazem o sofrimento alheio, numa paralisia feita de egoísmo, de usura, de cobiça e mesquinhez. Quantas pessoas avarentas passam a vida presas ao dinheiro? Passam necessidades, privam-se até do necessário, mas não abrem mão de seus bens. Isto me faz lembrar a caçada aos macacos pelos caçadores profissionais. A exemplo dos macacos também os avarentos são apanhados. A morte os encontra com a mão paralisada, seca sobre a riqueza, sem querer soltá-la e leva os ao plano espiritual, sem o objeto de sua cobiça, com as mãos vazias, secas. Nesse transpasse com as mãos encolhidas, eles não conseguem receber o auxílio de mãos benfeitoras que lhes estenderiam se a semeadura de benefícios houvesse sido feita na terra. É terrível não encontrar mãos amigas que se estendem com amor e solicitude. Irmãos, vamos atender ao pedido de Jesus, sempre que ele disser: “Estende a mão!” Não pensemos duas vezes para fazê-lo. Vamos estender a mão quando Jesus, na pessoa de mendigo desfigurado pelo sofrimento da indigência, nos pede uma esmola. Vamos esten-

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der a mão, quando Jesus, na pessoa do idoso aflito, nos pede um pouco de paciência, de respeito e de solidariedade. Vamos estender a mão quando Jesus, na pessoa da criança, nos pede um conselho, uma orientação que devem ser dados com carinho. Vamos estender a mão quando Jesus na pessoa do doente nos pede ajudar, assistência e lenitivo para seu sofrimento. Vamos estender a mão quando Jesus, na pessoa do irmão caído, nos pede perdão e a oportunidade do reerguimento. Estender a mão seguindo o exemplo do divino mestre, que amparou os necessitados, consolou os aflitos, amou as crianças, curou os doentes e perdoou os que o perseguiram quando em seus últimos momentos, pregado na cruz rogou “Pai, perdoai-lhes pois não sabem o que fazem”. Sigamos o exemplo de tantos benfeitores da humanidade que curaram a mão seca através da caridade. Exemplos como os destes contemporâneos nossos: Chico Xavier, Irmã Dulce, Madre Tereza, que nós admiramos, mas que a exemplo de Jesus, só querem a nossa adesão a esta causa divina que é a caridade. Se não estendermos a mão, estaremos algemando nossos corações, impedindo-os de trabalhar em benefício coletivo. Uma mão estendida em benefício do próximo aqui, agora, será a mão que encontrará com facilidade o interruptor que lhe acenderá a luz nos caminhos da espiritualidade. Vemos assim neste dia da vida de Jesus as lições da:

Esperança que nos vem através de reações e atitudes nossas;

Fé exemplificada pelo homem da mão seca;

Caridade dos que são curados através do estender da mão;

Jesus, em apenas alguns momentos de sua vida nos deu todo

o roteiro para milhares de anos de marcha evolutiva rumo à perfeição, rumo ao pai que é Deus;

Esperança, fé, caridade = evolução = perfeição = Deus.

Há quase dois mil anos, o planeta Terra passava por momentos dife-

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rentes, iniciava-se uma era que marcaria a história da humanidade. Começa o Império Romano, uma nova era. À frente deste império colocava-se um homem de compleição franzina e aspecto doentio, Caio Júlio Cesar Otávio, mas de uma força interior, de uma energia e magnanimidade surpreendentes, que trouxe a esperança, a justiça e a educação, não só a própria Roma, mas a todas as nações que estavam sob o domínio romano, como o caso de Israel. Foi uma época de inconfundíveis realizações, paz e progresso. Havia, por certo, uma razão primordial para isto. Sobressaíam-se os feitos dos homens escolhidos pela espiritualidade. Chegavam ao planeta espíritos em reencarnações escolhidas para marcar esta época, porque a esfera do Cristo se aproximava da Terra numa vibração profunda de amor e de beleza. Ia chegar o sublime emissário trazendo sua lição de verdade e de luz. Iria espalhar-se pelo mundo inteiro, como chuva de bênçãos magníficas e reconfortadoras. A humanidade vivia a séculos da boa nova. Cristo veio para ilustrar a pequenez dos valores materiais, para mostrar que todo e qualquer resplendor terreno é secundário. Ele nasce numa simples manjedoura, dispensando o luxo, o conforto, o regalo que a vida material do planeta poderia lhe proporcionar. Nascia entre os homens o Messias tão esperado, o mestre sem par, o protótipo dos enviados divinos, dando à humanidade a primeira e importante lição, a lição de que os tesouros que a ferrugem come, que a traça rói não são necessidades do espírito. Ele começou o seu mandato de medianeiro de Deus entre os hinos e os perfumes da natureza. A claridade maravilhosa de uma estrela veio para guiar reis e pastores até a manjedoura rústica, onde se encontravam as primeiras notas de seu cântico de amor e de redenção. Por isso é que podemos dizer que o evangelho de Jesus começa justamente na noite de Natal com esta importante lição, de humildade, de amor e de desprendimento. Não foram muitos os que conseguiram participar destes primeiros momentos messiânicos. Alguns pastores, os reis magos, o velho Simeão, a profetiza Ana e em

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especial Maria e José, mas aos doze anos demostrou sua condição de Mestre naquela apresentação aos doutores do templo de Jerusalém. No entanto, a vida pública de Jesus aconteceu a partir da idade de trinta anos. Ao começar a implantação de sua doutrina redentora, ao se entregar a missão de mestre divino ele convocou discípulos e por certo houve muitos os chamados, mas poucos os escolhidos, poucos os que aceitavam sem impor condições, seguir seus passos. As narrativas evangélicas nos dão o nome de doze discípulos, homens humildes escolhidos dentre pescadores, trabalhadores e até políticos. Simão Pedro, seu irmão André, João, Tiago, Mateus, Tomé, Bartolomeu, Tadeu, Felipe, Simão Zelote, e Judas Iscariotes. A bíblia fala-nos de outros discípulos que foram enviados para ajudarem as criaturas necessitadas, mas são estes doze que formavam o primeiro escalão dos discípulos de Cristo. Eles assistiram, participaram e conviveram mais estreitamente com o Mestre. Com exceção de Judas Iscariotes, que enveredou pelo caminho de traição, todos seguiram os ensinamentos e na ocasião oportuna, após a volta de Cristo a pátria celestial, surgiu a potencialidade de cada um e se tornaram verdadeiros discípulos, pegando, ensinando, curando e levando a boa nova a todas as nações. Foram fiéis às normas ditadas por Jesus e junto a outros que posteriormente foram chamados, em especial Saulo de Traço, o insigne apóstolo Paulo, defenderam esta Boa Nova, dando por esta causa a própria vida. Quase todos foram martirizados, mas a semente plantada pelo Cristo germinou e vem crescendo através dos tempos. Esses discípulos deixaram o plano físico temporariamente e com certeza têm voltado à vida da matéria para, junto com tantos outros escolhidos, continuar sendo discípulos amados a serviço de Jesus. O cristianismo tem se fortalecido e alcançado multidões espalhadas por todos os recantos da Terra. Mas ainda não está terminada a missão crística, hoje, mais do que nunca, são convocadas almas e espíritos, para serem discípulos do mestre. Uma das coisas mais importantes que como discípulos deve-se fazer

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é evangelizar, isto é, anunciar a boa nova, levando a salvação, a libertação e a renovação onde for necessário. Por isso, para anunciar Jesus Cristo, sua vida e sua mensagem, precisamos dar um sentido verdadeiro e profundo a própria vida. Conseguiremos isto entrando para a escola de Jesus, onde nos formaremos seus discípulos, porque esta é a opção maior que o homem pode fazer. Hoje, como ontem, uma sede imensa de Deus invade nossos corações e embora muitas pessoas caminhem ao lado do Senhor, não conseguem manter com ele um relacionamento satisfatório, não conseguem segui-lo sem impor condições. E, no entanto, os discípulos da era de Jesus seguiam o mestre incondicionalmente e eram felizes por isto. O mesmo deveríamos fazê-lo hoje, mas somos mais o exemplo do jovem rico do que o dos discípulos. A bíblia nos diz que um jovem muito rico, aproximando-se de Jesus ajoelhou-se a seus pés e rogou: - Bom mestre! O que devo fazer para conseguir a vida eterna? Eu quero ser feliz, o que devo fazer? Disse-lhe o Cristo: - Vai e vende tudo o que tens. Reparta o dinheiro entre os pobres e siga-me. Quando o jovem rico ouviu isto, foi embora triste e aborrecido. A história do jovem rico se repete, aproximamo-nos de Jesus, cheios de tantas coisas, e ao recebermos a propostas que nos dará a felicidade, não conseguimos nos afastar destas coisas materiais e assim continuamos tristes, insatisfeitos, ignorando o convite de Jesus. Jesus convida, mas não obriga. Ele nos diz: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei em sua casa”. Se abrirmos a porta de nosso coração Jesus entrará e seus ensinamentos produzirão bons frutos. E seu primeiro ensinamento será este que João nos narra no capítulo 15, versículos 12 ao17: “O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros como eu os amei.

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Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês. Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai conceda a vocês o que pedirem em meu nome. Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros.” Vemos assim que a única coisa que Jesus nos pede é AMOR. E é pela qualidade do nosso amor que os outros vão perceber quem é nosso mestre. João, no capítulo 13, versículos 34 ao 35 nos relata estas palavras de Jesus: “Dou a vocês um novo mandamento. Amem uns aos outros, assim como eu vos amei. Se tiverem amor uns pelos outros, todos vão saber que vocês são meus discípulos. ” O amor de Jesus é gratuito, não faz cobranças, é o mesmo amor que Deus tem por nós. Um amor cheio de doçura que perdoa os nossos erros, cura toda a mágoa e cicatriza todas as feridas do coração. Um amor que se baseia na justiça e na verdade. Um amor que não é teórico, ele é real é eficaz. E é este amor que Jesus nos pede. Todo o discípulo de Jesus ama, propondo-se a procurar o perdão e a reconciliação. Para nós isso não é fácil, talvez por ser divino ele supere a nossa capacidade humana, mas ele é essencial para a nossa perfeição. Paulo na carta aos Corintos no capítulo 13, versículos 4 ao 8 explica esse amor. Ele nos diz: “O amor é paciente é bondoso. O amor não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra com o mal dos outros.

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O amor nunca desanima, mas suporta tudo com fé, esperança e coragem. O amor é eterno.” Se vivêssemos este amor como discípulos de Jesus, teríamos uma Terra melhor e é na certeza de um dia vivenciarmos este amor que aguardaremos a regeneração da Terra, quando então ela se tornará bela, onde o homem será simplesmente irmão dos outros homens, irmão universal, sem fronteiras, partilhando a vida de seus semelhantes, suas alegrias, suas esperanças. Ao convidar para sermos seus discípulos Jesus adverte: “Quem não está comigo, está contra mim. Quem não semeia, esparrama. ” Infelizmente o mundo encontra-se dividido, uma linha invisível separa umas coisas das outras. A noite e o dia, as trevas e a luz são realidades opostas que continuamente contemplamos assim também a verdade e a mentira, a bondade e a maldade, a alegria e a tristeza estão espalhadas por todas as regiões da Terra em contraposição, e só um propósito firme em serviço do apostolado de Jesus pode dar a vitória ao espírito. Há também um convite de Jesus: “Deixa tudo e segue-me”. Ser discípulo é deixar tudo, é dar tudo a Jesus e segui-lo. Deixar tudo, sim, deixar tudo o que possa prejudicar o nosso desempenho moral. Deixar de ser escravo destes valores que buscamos através de uma procura desenfreada: dinheiro, poder, posição social, prazeres, paixões, vícios, são fatores desta procura desenfreada. Quem faz esta busca fatalmente se tornará escravo destes valores e então ajustar-se-ão estas palavras de Jesus: “Onde estiver o seu tesouro lá estará o seu coração”. Cuidemos para não escravizarmos, dar a Jesus tudo o que temos de bom. Devemos direcionar nossos corações na conquista de bens que enaltecerão nossa família. Devemos fazer de nossa família um tesouro que daremos a Jesus. Não há lógica em alguém que queira ser discípulo, que queira ser feliz, entregar, dar a Jesus os pais idosos cheios de mágoas, ressentimentos, revolta pelo descaso

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de sua velhice. Dar a Jesus o esposo ou esposa, amargurados mutilados moralmente por causa de traições, incompreensões, desajustes, ingratidões. Dar a Jesus filhos drogados, viciados, afogados no liberalismo sexual, devido à invigilância dos pais. Dar a Jesus irmão desafetos por egoísmo e incompreensão. Deixar tudo, dar tudo a Jesus tem um significado profundo, traduz amor, solidariedade, respeito, perdão, renúncia e muitas outras virtudes necessárias para qualificar um discípulo do Cristo. Ser discípulo de Jesus é uma necessidade, é uma condição que, mais cedo ou mais tarde, teremos de encarar. Porque então não acatar o chamamento de Cristo ainda hoje? Vamos deixar os “valores” carnais e mundanos pelos espirituais e evangélicos, e como postulantes a discípulos, estar bem atento a vontade do mestre! Vamos guiar nossa vida sob a orientação dele. Os valores do evangelho de Jesus nós já conhecemos, o importante é agora vivê-los. É preciso viver segundo os valores do evangelho. Não é fácil, mas esta deve ser a nossa meta, mesmo quando percebemos que nossa vida não está muito sintonizada com a vontade do Senhor. Porque todos nós corremos o risco de nos perder na nossa caminhada pela vida, as tentações são muitas, mas nós devemos superar estas tentações. Jesus também foi tentado e superou tudo. Para sermos discípulos, para não nos perdermos no labirinto das tentações, vamos escolher o rumo certo. Vamos seguir as pegadas do mestre, pois que Ele é o caminho a verdade e a vida. Pode acontecer que, em certos momentos, este caminho se torne monótono, difícil, até angustiante, mas de maneira nenhuma devemos parar ou retroceder. Uma maneira menos fatigante é evitarmos levar conosco um fardo pesado, levemos só o necessário, só o que nos poderá dar alento, força. Deixemos para trás, a ambição, a cobiça, os prazeres, as paixões porque isto são coisas que formam um lastro que dificulta a nossa caminhada. Vamos nos contentar com um es-

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tilo de vida mais simples, em vez dessa preocupação doentia e servil de acumular sempre mais e mais. Muitos cristãos desconhecem os meios necessários para o bom desempenho desta tarefa de discípulos de Jesus, motivo por quê? Muitos dos que aqui estão vieram atendendo o convite feito por um departamento da casa. Foram convidados a assistirem palestras, a tomarem um número de passes. Este convite tem por finalidade despertá-los para o chamado de Jesus. A palestra traz elucidações, conhecimentos, o passe energiza, fortalece o espírito, propiciando a aceitação a este chamado, a este despertamento. Por isso dizemos: vem, vem participar conosco. Vem e atende o chamamento que Jesus lhe faz. Mas se após cumprir o preceito da casa, você não conseguiu este despertamento, então vá, vá buscar em outras ideologias, o caminho proposto, mas não despreze o chamado de Jesus, não entregue à indiferença, ao esquecimento a proposta deste mestre divino. Siga pelo caminho que lhe apraz, mas sempre desfraldando a bandeira do Cristo que é de paz, amor e caridade. Vamos nós de cá, você de lá, deixar de ser Saulo de Tarso e convertermo-nos em Paulo apóstolo, discípulos fiéis do senhor. Que Jesus nunca mais tenha que nos censurar dizendo: porque me persegues? Mas sim dizer-nos: “Escolhi vós para meus discípulos porque só eu sou o mestre”. Jesus chama para serem seus discípulos todos os homens de boa vontade, sem distinção de situação, de classes ou sectarismo. Muitos são os chamados, mas poucos são escolhidos. ***

Há 2003 anos, contados pelo calendário Gregoriano, o Planeta Terra, vivia momentos diferentes; iniciava-se uma nova era que marcaria a história da humanidade. Esta história começa por assim di-

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zer em Roma. O império romano era poderoso, centro das grandes conquistas. A frente deste império colocava-se um homem com o nome pomposo Caio Júlio César Otávio ou Augusto César como era chamado. De compleição franzina e aspecto enfermiço, no entanto, tinha uma força interior, uma grande energia e magnanimidade surpreendentes que trouxeram a segurança, a justiça e a educação não só para Roma, mas também para todas as nações que estavam sob o domínio romano, inclusive a Palestina, pátria de Jesus. Foi uma época de inconfundíveis realizações e muito progresso. Sobressaiam-se os feitos de homens notáveis. Havia chegado, e continuavam chegando, à Terra espíritos em reencarnações escolhidos para participarem desta história. Havia uma razão muito especial para tudo isso. É que se aproximava do nosso planeta, a esfera do Cristo em meio a vibrações profundas de amor e de beleza. Chegaria o sublime emissário, trazendo lições de verdade e de luz, que se espalhariam pelo mundo inteiro como chuva de bênçãos magníficas e reconfortantes. A humanidade vivia o início do século da Boa Nova. Entre os espíritos que encarnaram para marcar estes acontecimentos, estava uma jovem de nome Míria, Maria em nossa língua, de família temente a Deus. Um dia, estando a jovem em oração, vê materializar-se um anjo do Senhor que traz uma mensagem, um convite. Diz-lhe: “Ave cheia de graça, o Senhor é contigo...”, a jovem perturba-se com esta saudação, mas o anjo prossegue: “Não temas Maria, pois encontraste graça diante do Senhor. Eis que conceberás e darás a luz um filho, e lhe darás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á filho do altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; reinará na casa de Jacó e seu reino não terá fim. O Espírito Santo descerá sobre ti e a forma do altíssimo te envolverá com sua sombra. Por isso o ente Santo que nascer de ti, será chamado filho de Deus. ” Maria coloca-se a disposição do Pai Criador respondendo: “Eis aqui

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a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”, E assim, Maria esposada com José, um varão da casa de Davi, concebeu e gerou o Messias tão aguardado para a honra e glória de Israel. E Jesus veio. O evangelista Lucas narra, no capítulo 1, a anunciação do anjo e o nascimento de Jesus: “E ela, Maria, deu à luz a seu filho primogênito, enfaixou-o e colocou-o numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na estalagem da cidade”. Jesus veio e, para ilustrar a pequenez dos valores materiais, para mostrar que todo e qualquer tesouro terreno é secundário, nasce numa simples manjedoura, dispensando o luxo, o conforto e as regalias que a vida física do planeta Terra poderia lhe proporcionar. Nascia entre os homens o protótipo dos enviados divinos, dando a humanidade a primeira e importante lição do seu postulado, a lição de que os tesouros, que a ferrugem e a traça corroem e que os ladrões roubam, não são necessidades primordiais do espírito. Dispensando, o fausto do mundo nasceu e começou o seu mandato de medianeiro de Deus, em meio aos sons e perfumes da natureza, sob a luz de uma estrela que guiou pastores humildes e os três reis magos até a rústica manjedoura, onde se entoavam as primeiras notas de seu cântico de amor e redenção, um cântico que falava da renúncia, do desprendimento e da humildade. O evangelista Lucas, agora no capítulo 2, continua contando que passados oito dias do nascimento de Jesus, seus pais Maria e José apresentaram-se no templo para se cumprirem os preceitos da lei Mosaica, a circuncisão de Jesus e a purificação de Maria. Ali estavam a profetiza Ana e o velho Simeão, homem temente a Deus e que reconheceu de imediato naquela criança o Messias tão esperado. Tomando o menino em seus braços, louvou e deu muitas graças a Deus pela ventura de, ainda que no fim de sua vida terrena, ter a oportunidade de conhecer o salvador do mundo. Mas conhecedor da origem humilde, da condição social tão insignificante de sua família afasta-se um pouco dos demais e põe-se a con-

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versar com Jesus menino e pergunta-lhe: - “Celeste criança, por que preferiste a palha singela da manjedoura? Já que vens para representar os interesses do eterno Senhor, como não vestiste a púrpura imperial? Como não nasceste ao lado de Augusto César para defender o flagelado povo de Israel? Longe dos senhores romanos como advogarás a causa dos humildes e dos justos? Por que não vieste ao pé dos que vestem a toga dos magistrados? Então poderias ombrear com patrícios ilustres, movimentar-te-ias entre legionários e tributos, entre gladiadores e pretorianos, atendendo-nos a libertação? Por que não chegaste como Moisés que libertou o povo de Deus da escravidão no Egito, valendo-se do prestígio da casa do Faraó? Para o ministério santo, quem te preparará sem teres lugar no Sinédrio junto aos doutores da lei e dos sacerdotes? Samuel mobilizou a força vencendo os filisteus preservando-nos a superioridade. Saul guerreou até a morte, mas manteve nos dominadores. Davi estimava o fausto do poder. Salomão viveu para acumular tesouros incontáveis. Mas todos eles contaram com a força de exércitos valorosos, mas tu, não ligaste aos príncipes, nem aos juízes, nem aos sacerdotes. Será que não tinhas outro lugar para nascer, senão na insignificância do estábulo? Jesus menino ouve as lamentações do velho Simeão e apenas sorri docemente, mas este angustiado continua indagando: “Como representarás os desígnios do Pai celeste? Sentar-te-ás entre os poderosos? Escreverás novos livros da sabedoria? Improvisarás discursos que obscurecem os grandes oradores de Atenas e de Roma? Amontoarás dinheiro suficiente para redimir os que sofrem? Erguerás um novo templo de pedra, onde o rico e o pobre aprendem a ser filhos de Deus? Ditarás leis que quando executadas trarão a libertação de Israel”. Simeão cala-se por alguns instantes, mas logo a seguir, com os olhos marejados de lágrimas, volta a indagar: - “Diz-me, divina criança, onde representarás os interesses do su-

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premo Pai?” E Jesus menino, levantando a pequenina mão, bate diversas vezes, naquele peito envelhecido que beirava o sepulcro. Neste momento Maria retorna e toma seu filho nos braços, retira-se do templo, deixando o velho Simeão aflito, perguntando-se como seria possível cumprir os desígnios de Deus em meio a tão adversa e difícil situação? Somente ao desencarnar, já no plano espiritual, entende que naquele dia o sublime infante não o deixara sem resposta. Ao bater-lhe no peito a altura do coração, quisera dizer que não representaria os interesses do Céu nas organizações importantes, mas efêmeras da Terra, mas representá-lo-ia no coração dos homens. E foi o que Jesus fez. Estabeleceu o seu plano de ação e fez do coração dos homens o seu campo de trabalho. Ali estava plantada a semente do amor, em letargia, mas graças aos seus ensinamentos e exemplo edificante conseguiu fazer germinar esta semente nos corações de boa vontade, abrindo os horizontes da salvação e da felicidade. Jesus, em sua sabedoria divina, sabia que somente um coração amoroso abriga sentimentos positivos, virtudes essenciais que trazem a união e a fraternidade entre todos os povos equilibrando o sistema social em nosso planeta. Sabia que em um coração onde a semente do amor germinasse as necessidades, os problemas do próximo são compartilhados como se fossem seus. Só no coração é possível colocar a vontade divina, os desígnios de Deus acima dos próprios desejos. É nele que brilhará a luz do entendimento que nos vem dos céus. Só pelo coração auxiliaremos a todos, mesmo aos inimigos, pois que pela tolerância, bondade e compreensão, o perdão se multiplicará 70 x 7 vezes. E no coração que está a força que vence o dragão da discórdia, da vaidade e principalmente do medo, que acovarda e avilta o espírito tornando-o incapaz para a caminhada na senda do bem. No coração cabem todas as lições de Jesus, e através do coração po-

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deremos seguir os passos do mestre divino, numa caminhada sensata e inteligente. Pena que essa caminhada esteja sendo feita com tanta lentidão. Por quê? Porque ainda hoje, passados 2003 anos, apesar da experiência adquirida nas múltiplas reencarnações, valorizamos mais a teoria do velho Simeão que a do Cristo. Ainda hoje sentimos um grande fascínio pelas coisas materiais. Um fascínio perigoso que nos leva acreditar que os esplendores do mundo físico são tão importantes que pela riqueza, poder e fama podemos nos tornar vitoriosos e grandes conquistadores. Pura ilusão. Temos a memória muito curta, por isso não paramos para refletir e entender que tudo o que valorizamos dentro do plano material é efêmero, é transitório. Onde estão os feitos dos grandes e poderosos conquistadores do passado? Se não tivéssemos memória curta, as lembranças nos diriam que estes feitos custaram o suor, o sangue e a vida de milhares de criaturas escravizadas à ambição destes conquistadores. Onde estão as 7 maravilhas do mundo, tão famosas, tão decantadas através dos séculos e que também deixaram para trás um grande rastro de sangue e de dor? Umas desapareceram sob a ação do tempo e as que restaram estão também sendo devastadas por essa ação e um dia desaparecerão. Que lembranças temos de Sesóstris, o todo poderoso do antigo Egito? Ele dominava a ferro toda uma nação, dando-se o direito sobre a vida e morte de sua população. Seu maior entretenimento era passar com seu carro triunfal sobre os escravos e vencidos que o serviam. As rodas de seu veículo ficavam constantemente manchadas com o sangue dos que ele martirizava. E Cambises, o rei dos persas, na ânsia do poder devastava populações inteiras do vale do Nilo, derramando seu sangue no solo fértil deste vale. E Nabuconodosor na Babilônia? Dementado e sedento de sangue ar-

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rasando Nínive e Jerusalém? E Dário em Persépolis, passando por cima de tudo e de todos para assegurar seu poder? E Alexandre, o orgulhoso helênico cuja marcha triunfal era anunciada por uma fanfarra, deixando para trás um rastro de sangue, de luta e destruição? E os imperadores romanos? Em, sua maioria alucinados pelo poder e luxúria, ávidos de sangue, não só derramando nas guerras cruentas mas também nos espetáculos circenses, que lhe causavam um delírio insano? E tantos outros conquistadores assemelhados a chacais, disputando o poder como se fora presa preciosa, julgando-se luz do mundo e nem pirilampos eram com sua luz inconstante, acendendo e apagando? Todos eles deixaram lembranças amargas e dolorosas. Onde estarão eles? Não o sabemos. A morte os colheu e levou-os ao sepulcro, sem direito as suas conquistas. Todos os tesouros que acumularam com sua tirania e ambição não passaram pela porta de seus túmulos. Chegaram ao outro lado com as mãos vazias de bens materiais, mas cheia do sangue de suas vítimas. Sabemos sim, que voltaram em novas reencarnações e graças à justiça Divina, voltaram para colher o que plantaram. E Jesus? Que lembranças temos dele? Ele que foi o maior conquistador, o maior lutador que conhecemos. Lembramo-nos como o conquistador de almas, como bravo lutador pelos direitos dos fracos e oprimidos. Nunca tirou a vida de alguém, mas deu sua vida pela humanidade. Muito nos amou e será sempre lembrado como o irmão amigo, como o Mestre que nos trouxe ensinamentos de vida que atravessaram o tempo e as fronteiras e são tão preciosos e necessários, como Ele tem sido durante estes 2003 anos. O poder benfazejo de Jesus é eterno, o dos que estão listados na teoria de Simeão foi transitório. Jesus dentro de sua teoria pregou e exemplificou o amor. E o amor jamais acaba.

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Recordamos Jesus como um vencedor. Ele próprio nos disse: “Eu venci o mundo”. Realmente ele venceu, pois não se apegou as coisas materiais, não caiu na tentação destes bens passageiros, não se deixou fascinar pela glória, pelo poder egoísta. 2003 anos e ainda somos cegos conduzidos por cegos, ainda hoje caímos diante das tentações do mundo físico e isto só tem trazido dor e sofrimento. É preciso mudar, para melhorar. Estamos numa ocasião propícia para fazermos esta mudança. Está chegando o Natal, tempo de renovação, de renascimento. Vamos dar a esta data magna o seu verdadeiro sentido. Para uma grande maioria o Natal se resume num velhinho de barbas com uma risada ridícula. Parece conhecer somente: “Ho-Ho-Ho”. E o símbolo de alguém que entende os nossos pedidos, fazendo do Natal uma festa de presentes e de mesa lauta. Nada contra a troca de presentes, nada contra a confraternização ao redor de uma mesa cheia de delícias só vistas neste dia, vamos mudar ao menos um pouco este visual natalino. Para deixar de ser uma festa profana, vamos, antes de abrir os presentes, fazer uma prece em agradecimento por tudo o que temos recebido, principalmente pela vinda de Jesus. Fazer uma pequena explanação sobre o verdadeiro sentido desta comemoração. Antes de tomar a ceia natalina, novamente uma prece e explanação, elas representam o desejo de renovação, portanto a mudança de hábitos, pois foi para fazermos isto que Jesus nasceu. Aproveitar esse espírito natalino para orar muito, principalmente por nossos governantes, legisladores e magistrados, para que deixem de ser pseudoconquistadores, poderosos que um dia desaparecerão nas brumas do tempo. Pedir a Jesus que dobre esta cerviz de orgulho para que possam se sensibilizar diante dos gritos e gemidos de tantos irmãos açoitados pela dor e pela revolta. Toque Jesus em seus corações e neles faça germinar a semente do amor, só assim deixaremos de ser um povo sem glória, sem vez, sem voz e sem rumo.

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Queremos, embora antecipadamente, desejar a todos um feliz Natal, com Jesus batendo em nosso peito e dizendo que só pelo coração iremos nos modificar e assim modificar o mundo! Natal é tempo de Jesus. Muita paz a todos. ***

ESCOLA DE DISCÍPULOS Mestre: Jesus Cristo Evangelização: Boa nova Matérias: Semeadura, Amor, conduta, renúncia, oferta, organização. Muitas pessoas ainda não sabem quais são os requisitos necessários para entrar nesta Escola, o caminho com o endereço desta Escola. Hoje, mais do que nunca, são convocadas pessoas para serem discípulos, para ingressarem na escola de Jesus onde ele é o mestre. Jesus continua chamando. Todos os dias somos chamados a começar a evangelização, isto é, anunciar a boa nova, levando os ensinamentos de Jesus a todos os povos, para que tenham a salvação através da transformação moral, da renovação, da reforma íntima da cada um. Mas para ser discípulo de Jesus, anunciar a sua vida a sua mensagem, é preciso dar um sentido novo e verdadeiro a nossa própria vida, pois ser discípulo de Jesus é a maior opção que o homem pode fazer. Infelizmente, embora muitos de nós caminhemos ao lado de Jesus, não conseguimos manter com ele um bom relacionamento. Ter Jesus em nossa casa para que nos traga os seus ensinamentos de mestre. Ele nos orientará a fazer a boa semeadura, e para bem semear é preciso preparar o terreno, arrancando tudo que possa impedir o bom crescimento da semente ali lançada. Hoje, mais do que nunca, uma sede imensa de Deus invade os corações da humanidade é, portanto a hora propícia para fazer-se a

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semeadura. Vamos abrir a porta do nosso coração. Geralmente nas igrejas há cestas para que ali se coloquem as ofertas. Estas ofertas são em dinheiro. Nós aqui temos uma cesta ali à frente, na entrada, para colocarem alimentos que logo em seguida são doados aos que vêm todas as semanas em busca dos alimentos. É uma causa bem diferente. Nas cestas que são colocadas para as ofertas, as pessoas em fila vão colocando ali seus donativos, o mesmo que se fazia no tempo de Jesus, segundo o que nós lemos agora no evangelho. As pessoas que estão mais perto destas cestas ficam observando e vendo certos ricos da cidade, caminhando de cabeça erguida e peito estufado, colocarem quantias grandes em dinheiro nas cestas, pensam: “Ah, estes ricos sim vale a pena, com estas ofertas generosas nossa igreja vai poder ser melhorada podemos dar uma nova pintura, arrumar os bancos, comprar novos candelabros, graças a Deus, Deus que os abençoe”. Mas atrás vêm outras pessoas, vestidas humildemente e um tanto envergonhadas, colocam na cesta quantias insignificantes. Para estas quem está vendo a pequenez do que elas colocam, costumam dizer: “Coitados não vale nem a pena recolher essa mixaria. Que haveria de ser de nossa igreja se dependesse só desses coitados”. Nos templos evangélicos também quem paga maior dízimo é enaltecido, enquanto o crente humildezinho, que só pode pagar pouco, é simplesmente olhado com pouca importância. Porque achamos que quem dá mais, mais está fazendo? Ter mais é ser mais? É claro que a oferta maior vai ajudar mais. Pode-se fazer bem mais coisas. Tornar bem mais bonita a casa do Senhor. No entanto, para Jesus isso não é assim. Ele nos diz que a esmola da viúva que muito pouco valia, era bem maior que dos que muito deram. Ele diz que essa pobre viúva deu muito mais. ***

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CARIDADE Quando o assunto é caridade, a impressão que temos é que caridade se restringe a esmolas e doações que fazemos aos necessitados. Não podemos imaginar o quanto nos enganamos. Apesar da caridade feita através de doações ter seu valor, ela nem sempre apresenta a mesma escala de merecimentos. Digamos que ela varia muito. Quando fazemos doações de coisas que não nos fazem falta, até estão nos estorvando, às vezes coisas imprestáveis, ao menos para nós, porque costumamos dizer que para o pobre tudo serve, estamos praticando a caridade humana quando na verdade, nós, espíritos que somos, seguidores do Cristo, filhos de Deus, devemos ter em mente que o essencial é praticar a caridade cristã. Até mesmo nós, aqui em nossa casa espírita, incentivamos esta caridade humana, quando fazemos apelos, pedindo doações para a nossa assistente social. Costumamos dizer: “Qualquer coisa serve”. Não estou recriminando ninguém, antes quero agradecer-lhes a cooperação que temos recebido, salientar que estas doações são importantes para o nosso trabalho, são necessárias, mas para podermos mostrar as diversas faces da caridade usarei esta explicação. Ao doarmos coisas defeituosas ficamos nesta escala da caridade menor, vamos tomar para exemplo a doação de roupas. Roupas que necessitamos, roupas que gostamos, roupas boas que não gostamos, roupas que não precisamos, roupas consertadas, roupas rasgadas. Se ao invés de doarmos elas descosturadas, rasgadas, sem os botões, sem o zíper, nós damos um jeito de deixá-las em condições de uso, subiremos um degrau nesta escala. Ao doarmos roupas boas, sem defeito, mas que não precisamos mais, já estão muito manjadas, batidas como se diz, estaremos num degrau acima, se doarmos roupas boas, até novas porque não gostamos delas, não nos sentimos bem dentro delas, o degrau do merecimento é mais alto, se doarmos roupas que nós gostamos, mas podemos doá-las sem pre-

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juízo, o degrau está mais acima. Agora, se doarmos roupas de que precisamos, que nos são necessárias, esta doação será uma renúncia sublime e então estaremos no alto da escala. Tomamos para exemplo, as roupas, mas esta escala de merecimento se refere a qualquer objeto de doação. Vemos assim a grande diferença entre caridade humana e caridade cristã. Porque a diferença? O que podemos entender dessas palavras evangélicas? Que para termos a recompensa, devemos dar aos pobres e mendigos o mesmo que daríamos aos nossos parentes e amigos, a bastardos e queridos, porque o pobre e o mendigo são tão filhos de Deus, quanto o teu parente ou o teu amigo. Cristo enriqueceu o mandamento da caridade para com o próximo, dando-lhe um novo significado, querendo ser ele próprio identificado com nossos irmãos carentes ao afirmar: “na medida em que fizestes isso a um deles mais pequeninos, foi a mim que o fizeste”. 1 2 3 A Parábola do Filho Pródigo Disse Jesus: “Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte do patrimônio que me toca. O pai então repartiu entre eles os haveres. Poucos dias depois ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou sua herança vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome: e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se a serviço de um dos senhores daquela região, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então em si e refletiu: ’Quantos empregados há na casa de meu pai, que têm pão em abundância, e eu aqui, a morrer de fome! Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho;

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trata-me como a um dos teus empregados’. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu, e, movido pela misericórdia, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse então: ’Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei-me depressa a melhor (primeira) veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também o bezerro cevado e matai-o; comamos e festejemos. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido e foi achado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar; mas seu pai saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito, para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandas-te matar um novilho gordo! Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu; convinha, porém, fazermos festa, pois que este teu irmão estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi achado”. Lucas, capítulo 15, versículos 11 ao 32 Nesta parábola do filho pródigo, Jesus nos dá a grande prova da bondade e magnificência de Deus, derrubando por terra a doutrina insidiosa, caduca e irracional que prega as penas eternas no inferno. Jesus nos ensina que Deus é um pai, todo amor, todo doçura para conosco. Por isto, não há dores eternas não há castigos infindáveis, não há sofrimentos sem fim, porque se estes sofrimentos, castigos e dores fossem eternos, Deus não seria justo, sábio e misericordioso. Mesmo que quiséssemos passar por cima dos ensinamentos de Jesus, dentro de nós, em nosso íntimo há a convicção de que Deus nos

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ama muito, pois ele nos criou como filhos seus, colocando entre nós espíritos e as demais obras por ele criada, uma diferença fundamental. Ele nos deu origem divina, pois nos criou à sua imagem e semelhança e nos fez seus herdeiros. Herdeiros do quê? Do paraíso celeste, Reino dos Céus, onde há glórias e bem aventuranças supremas. Uma herança que ainda não podemos conceder, não podemos qualificar, pois ela é por demais grandiosa. Para sermos merecedores desta herança Deus nos colocou nas escolas planetárias onde devemos fazer o aprendizado que nos dará condições de conquistar virtudes, bons sentimentos que nos darão merecimento, o direito da posse desta herança. Para nós, nossa escola é a Terra. Aqui aprendemos, passamos por provas, vencemos dificuldades e assim cumprimos as regras de nossa gincana evolutiva. Este aprendizado é longo e se estende por muitas existências quer aqui em nosso planeta, quer em outros mundos, mas ele é necessário e nós ansiamos por ele. Deus nos colocou nesta escola, indefesos, sem professor. Ele nos cumulou de bens para podermos desempenhar nossa tarefa satisfatoriamente. Deu-nos a diretriz certa para esta caminhada evolutiva. Através de todos os tempos, a humanidade contou com espíritos missionários que lhe traziam as luzes do saber espiritual, o saber divino. E como prova maior de seu amor nos enviou Jesus Cristo, seu filho dileto, um espírito puro, perfeito, que habitando entre nós trouxe-nos os padrões evangélicos para este aprendizado. Através destes padrões nós temos o roteiro mais eficaz, mais completo, mais eficiente que poderíamos desejar. Jesus veio, trouxe ensinamentos, exemplificou-os e simplificou-os dando-nos condições melhores para atingirmos a nossa meta, que é a perfeição. Perfeição que nos torna dignos de herdarmos o Reino dos Céus. Hoje, mais que ontem, temos condições privilegiadas para esta nossa tarefa, graças a Jesus e ao seu evangelho. Mas nós fizemos desta situação privilegiada uma

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fonte de egoísmo e vaidade. E o egoísmo, meus irmãos, é um sentimento negativo que encarcera, escraviza os corações. A vaidade é uma chaga que fere o ser humano, mas longe de aceitarmos isto, nos tornamos cegos pelo orgulho de nossa supremacia na criação terrena e nos distanciamos da paternidade celeste. Presunçosos e pretensiosos, confiantes na condição de seres superiores da criação, lançamos o nosso grito de independência. Na qualidade de semideuses, sentindo-nos os donos do mundo, deixamos de usar nossa potencialidade na causa do bem e nos enredamos nos laços que nos prendem aos círculos mais baixos da vida. Dispensando o amparo divino, lançamo-nos na conquista do patrimônio material, uma conquista inglória, mas que nos fascina. E assim, num momento de irreflexão ou insanidade, afastamo-nos do pai e dilapidamos o tesouro dos nossos valores morais, dissipamos os bens que o criador nos doou e acabamos prisioneiros na rede dos vícios, das paixões e dos prazeres, que na realidade são cerne deste patrimônio material e assim, a exemplo do filho pródigo da parábola, nós também deixando a casa do pai, nos tornamos filhos perdidos, dissolutos, entregues aos erros e pecados. E numa característica de filhos pecadores não queremos assumir a responsabilidade de nossos atos. Procuramos isentar-nos e eximir-nos de toda e qualquer responsabilidade jogando a culpa em tudo e em todos, menos em nós. E até que nos conscientizemos de que devemos assumir a culpa incondicional de nossos erros, muita água ainda vai rolar. Com isso, retardamos a graça redentora do arrependimento sim, porque o arrependimento é a graça que tudo corrige, tudo transforma, tudo aperfeiçoa, tudo redime e ainda traz a evolução para a nossa caminhada até o Pai. O arrependimento é aquela luzinha que brilha no fim do túnel, é a chave de ouro que abre as portas de nossa felicidade. Sem a graça do arrependimento continuamos como filhos rebeldes,

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transviados e mergulhados na escravidão dos delitos de toda a espécie. Sem o arrependimento somos filhos pecadores que alteram o curso de sua evolução espiritual, porque para isso temos o livre arbítrio, um atributo que Deus nos dá e do qual não sabemos fazer uso correto, na maioria das vezes. Apesar dessa irresponsabilidade, nós temos consciência de que não podemos contestar que o homem, na condição de aluno, mesmo em crescimento na escola da sabedoria universal, tem errado, e muito, através dos tempos, já em épocas remotas. Temos consciência de que o crime e o erro ainda obcecam muitas vezes os pensamentos da humanidade. Também não podemos contestar que somos falhos e omissos. Mas, para felicidade nossa, também não podemos contestar a verdade do amor divino. Embora muitas almas permanecem caídas, Deus lhes renova diariamente a oportunidade do reerguimento. Por maiores que sejam seus pecados, por maiores que sejam suas quedas, se houver arrependimento, há chances de reerguer-se e dar a volta por cima. E então, como disse Jesus: “Neste dia há mais alegria nos céus por um pecador que se regenera do que por 99 justos que perseveram”. Ao narrar esta parábola Jesus nos dá a certeza do amor e bondade de Deus. E nos mostra que Deus não se limita a aguardar a volta do filho rebelde, mas lhe envia seus mensageiros do amor e da bondade para dar-lhe ajuda. Nós espíritas temos uma noção mais clara, mais ampla desta ajuda. Sabemos que a espiritualidade está sempre pronta a ajudar os reencarnados e os desencarnados procurando trazê-los ao bom entendimento. Essa assistência, bem fazer, já não é privilégio dos espíritas, mas de toda a humanidade, porque Jesus sempre deixou bem claro que somos todos iguais, todos os filhos de Deus, e com os mesmos direitos.

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Através das palavras de Jesus aprendemos que Deus é um pai, todo amor, trabalho e ação. Um pai que nos perdoa as fraquezas e nos acolhe quando estivermos prontos para aceitá-lo, honrá-lo e amá-lo como nosso criador. Nesta parábola maravilhosa temos a confirmação de nossa procedência, de nossa origem, de onde viemos e do final de nossa peregrinação, para onde iremos. Jesus nos ensina que há uma só reta de chegada. É o paraíso celeste, no Reino dos Céus, onde Deus nos espera com paciência e com amor. Um Deus misericordioso que nos criou para a perfeição. Por isso, por esses ensinamentos de Jesus, não podemos aceitar a existência de um Deus arbitrário, concebido por certas crenças. Um Deus que nos dá medo, pois cria filhos fortes e corajosos que com pouco sacrifício alcançam a bem aventurança suprema, mas também cria filhos pusilâmines e fracos, que na primeira dificuldade falham e são presas fácil de Satanás, que os arrasta para o suplício eterno em seu reino de trevas e dores. Se fomos criados a imagem e semelhança de Deus, não é concebível que sejamos entregues ao opositor maior de Deus. Jesus, nunca citou um segundo reino, onde um Deus mau reinaria e teria tantos poderes que, com certa facilidade, arrebata os filhos, criação divina de um pai todo poderoso e de qualificações infinitas. É de se pensar muito, e questionar antes de aceitar estes dogmas terríveis, sobre um Deus terrível. Felizes somos nós que temos o espiritismo para nos dar a verdade. Para nos dizer que Deus é sóbrio, justo e misericordioso e que de maneira nenhuma nos abandonará. Os ensinamentos de Jesus são tão profundos que em só uma parábola tiramos várias lições. Na parábola do filho pródigo, conhecemos a lição do arrependimento do filho, a lição do amor do pai, a lição do perdão do pai, mas ela nos leva a outras considerações. Nele vemos a reação do filho obediente, que não saíra da companhia do pai. Ele enche-se de revolta de inveja e reprova a atitude do pai. Coloca-se

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contra o irmão pecador dissoluto e não admite que se deva festejar seu arrependimento, a sua reconciliação. Não compartilha dor. Entre nós existem muitos desses filhos obedientes. Procuramos levar uma vida honesta, correta, procuramos cometer o menor número de erros, queremos nos rotular de bons cristãos, bons filhos de Deus. Mas debaixo deste verniz de perfeição, trazemos o egoísmo de não admitirmos regalias aos que erram. Não aceitamos dar o perdão total ao que se quer reabilitar, não aceitamos conviver em paz e alegria com quem tanto pecou. Isto é triste porque Jesus nos diz: “Com a mesma medida que medirdes, serei medidos”. Esta classe de filhos obedientes parece ser pior que dos filhos pródigos, pois enquanto nestes há o arrependimento, a humildade, a vontade de reabilitar-se e progredir, nos filhos obedientes, debaixo da capa de santidade, há paixões más. Assim se resume a humanidade: uma parte; filhos pródigos, outra parte; filhos obedientes. E como esta parábola retrata o nosso mundo, todas as duas partes têm imperfeições. Quando falamos de filhos obedientes referimo-nos àqueles que procuram não transgredir tanto as leis divinas, mas como nosso planeta é de seres imperfeitos, os melhores ainda são falhos. Em mundos superiores, os bons são realmente bons. Esta é uma parábola Terra a Terra, mas indiscutivelmente é uma parábola consoladora, reconfortante e a prova está no progresso da humanidade, estamos numa maioria surpreendente caminhando para Deus. Muitas pessoas pessimistas acham que o mundo está cada vez pior, que o mundo está em franca decadência. Isto não é verdade. Os que estão estacionados no caminho da evolução, os marginais, os malfeitores, são a minoria. A grande maioria caminha, quase sempre passo a passo na marcha evolutiva. Ao analisarmos esta evolução espiritual, em seu mais profundo sig-

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nificado, deparamo-nos com o exemplo do filho pródigo. Assim como ele abandona temporariamente o lar, a casa do pai, em busca de emoções, assim também o espírito faz a mesma coisa durante o seu ciclo evolutivo, aferindo para si máculas que deverá expurgar no caminho de retorno à pátria celeste, e isso durante as múltiplas reencarnações. Podemos observar que todos os dias ao nosso redor, inúmeros filhos retomam o caminho do lar em consequência de germinação da semente plantada por Cristo e regada por irmãos benfeitores, tanto na espiritualidade quanto da vida terrena. Uma aversão a erros de outrora; uma ação benévola; a conscientização de sua origem divina, a necessidade de crer em um Deus; a vontade de ajudar o próximo; a intenção de ser melhor colocando-se à disposição do tribunal de sua consciência, são provas juntas ou independentes, de que o caminho da volta foi retomado e que a cada passo largo ou não, rápido ou não, a distância entre o homem e Deus torna-se menor. É assim meus irmãos, que tangidos pelo sofrimento, assolados pela angustia, vencidos em nosso orgulho no fim de nossas forças, depois de muitas idas e vindas em reencarnações de provas e expiações e em reencarnações mais sublimes, a exemplo do filho pródigo, voltamos ao aconchego do Pai e humildemente lhe diremos: “Pai, pequei contra os céus e contra ti; já não sou digno de ser teu filho”. O pai amoroso sem um gesto de recusa, sem um olhar de censura, mas com muito amor, nos acolhe e nos diz que as portas dos Céus sempre estiveram abertas, aguardando a nossa chegada. Então, como diz Jesus na parábola: “Haverá muita festa muita alegria nos céus, porque uma alma que estava perdida, transviada, voltou à casa do pai”.

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NATAL Estamos na antevéspera do Natal, a época mais esperada do ano. Para a tradição das diversas religiões cristãs a data de 25 de dezembro marca o nascimento do homem que mudou a história da humanidade: Jesus. Embora esta data seja contestada por alguns, pois não se sabe com exatidão o dia em que ele nasceu, ela acabou por força das tradições tornando-se o dia oficial do Natal, festa universal da confraternização familiar, quando as pessoas se tornam mais solidárias, mais sensíveis, demonstrando seu afeto e apreço na troca de presentes e na famosa ceia de Natal. Talvez por conta desta troca de presentes, o Natal tornou-se também a data mais esperada pelo comércio, já que é nessa época que ocorre o maior faturamento do ano, dividindo assim este dia tão especial em festa religiosa e festa comercial, mas sempre dentro do espírito natalino que toma conta de todos. O Natal desperta emoções, renova esperanças que deveriam ser direcionadas ao verdadeiro personagem desta comemoração: Jesus, o expoente máximo do amor. No entanto começaram a se incorporar ao Natal, uma figura bizarra, símbolos que poucos sabem relacionar ao nascimento de Jesus. Surge o Papai Noel, a árvore de Natal, as luzinhas e bolinhas coloridas. O bom velhinho que viajava num trenó puxado por renas aladas, hoje viaja de helicópteros, é deixado no alto de um prédio e chega ao chão praticando rapel. Ele foi inspirado na pessoa do bispo Nicolau, que nasceu na Turquia no ano 280 d.C. Era uma criatura bondosa que distribuía presentes e ajudava os mais necessitados. A igreja católica o santificou e passou a ser São Nicolau. Foi a Alemanha que espalhou a tradição de relacionar São Nicolau ao Papai Noel. Outros países dão-lhe outros nomes: nos Estados Unidos é chamado de Santa Klaus, os portugueses chamam-no de Pai Natal. O velhinho que

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hoje conhecemos, gordo, bonachão, com longas barbas, gorro e roupas banca e vermelha, é resultado do poder da propaganda. Até o século XIX o Papai Noel vestia-se com roupas em tons marrons e um pesado casaco, pois vivia em lugares frios. No ano 1881, ainda no século 19, numa campanha publicitária, a Coca-Cola colocou as cores de sua marca: o branco e o vermelho, nas roupas do bom velhinho, isto é, por conta do marketing da Coca-Cola, Papai Noel mudou o seu visual. Mas não há como negar que o Papai Noel conseguiu a simpatia e a aceitação, principalmente das crianças que veem nele a oportunidade de ganharem muitos presentes. Mesmo as crianças que sabem que o Papai Noel não existe, pois os presentes vêm dos pais, avós, tios, padrinhos, o aceitam por conveniência. Por isso, será muito difícil tirar o Papai Noel e colocar Jesus no lugar que lhe é por direito. O bom velhinho é opulento, vistoso e bastante rico para dar presentes à vontade, enquanto Jesus, nascendo num estábulo, filho de pais de origem humilde sempre foi pobre. No dia a dia, podemos observar o quanto ele é popular e prestigiado. Há questão de mais ou menos um mês e meio atrás, uma apresentadora famosa, num canal televisivo famoso, aconselhava as pessoas a irem às compras, para evitar a correria, o tumulto dos últimos dias e assim com calma escolher e comprar o que desejam. Aconselhava também, como escolher as roupas da moda para vestir neste Natal, os ingredientes da ceia, as bebidas próprias: vinho, champanhe e outros destilados. Deu dicas para a decoração da casa, da árvore e da mesa onde será servida a ceia. Ensinou a fazer várias receitas, algumas exóticas para incrementar esta ceia. E muito mais coisas foram abordadas para o sucesso desta festa. Em nenhum momento, ao menos neste dia, ela falou o verdadeiro sentido desta data, em nenhum momento falou de Jesus, o verdadeiro personagem desta festa, da importância do seu nascimento, nada. Ela, como comunicadora, criou um Natal sem Jesus. Este é apenas um exemplo do que estamos vendo e ouvindo. Por isso vai acontecer mais um Natal cheio de velas, candeias e mui-

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tas luzes coloridas, sem a luz de Jesus e... somos cristãos. Vai haver mais um Natal com uma árvore cheia de enfeites, mas sem nenhum fruto e... somos cristãos. Vai haver mais um Natal sem Jesus, criado por cristãos, porque há falta de odor evangélico nas realizações ditas cristãs da atualidade, fazendo pensar num cristianismo ao qual falta o espírito enérgico e manso, suave e nobre de Jesus. Causa espanto a semelhança do que estamos vivendo agora, no nosso hoje, com o que aconteceu na época em que Jesus viveu entre nós há 2000 anos passados. Age-se hoje como se agiu naquele tempo, faz se hoje ainda que de maneira mais sofisticada, mais charmosa, mais chamativa, mais exagerada, o que se fazia há 2000 anos. Não sabemos se estávamos lá reencarnados, mas se estivermos, com certeza faríamos o mesmo. Os evangelistas narraram passagens da vida de Jesus que dão crédito ao que afirmamos. Lucas escreveu que em Betânia, pequeno povoado de Jerusalém, morava uma família composta por três irmãos: Lázaro, Marta e Maria, Enquanto estava andando pelo caminho, Jesus entrou numa vila. Uma mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. Marta tinha uma irmã chamada Maria que se sentou aos pés do Senhor e ficou ouvindo o que Ele estava dizendo. Mas Marta estava preocupada, com muito serviço. Ela se aproximou e disse: “Senhor, O Senhor não se importa que minha irmã está me deixando servir sozinha? Manda ela para me ajudar! ”, O Senhor respondeu: “Marta, Marta, você está ansiosa e perturbada com muitas coisas; mas poucas coisas são necessárias – na verdade apenas uma só. E Maria escolheu a boa parte – e não lhe será tirada” Mas não foi somente Marta que teve um conceito errado acerca das possibilidades e planos de Jesus. Praticamente todos os seus contemporâneos não entenderam sua estratégia de como libertar a humanidade, de ser, segundo os padrões celestiais, o verdadeiro Messias. Lucas, no capítulo 2, confirma a situação, diz ele: No tempo previsto,

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José e Maria apresentaram o menino Jesus no Templo, para que se cumprissem os preceitos da lei Mosaica. Nesse dia ali estavam a profetisa Ana e o velho Simeão, homem justo e temente a Deus, dono de uma sensibilidade mediúnica elevada. Simeão reconheceu de imediato naquele menino o Messias prometido, o que viria para honra e glória de Israel, viria para libertar o povo de Deus. Cheio de alegria tomando aquela criança em seus braços louva e dá muitas graças ao senhor pela oportunidade de vir a conhecer o Redentor do Mundo. Mas sua alegria dura pouco, pois sabe que aquele menino havia nascido na singeleza de um estábulo, filho de pais de origem humilde, sem nenhuma proteção social, portanto sem referências, sem estrutura para desempenhar a contento árdua e importante missão. O correto segundo Simeão seria ter nascido em berço de ouro no palácio imperial, ou no lar de algum senador, tribuno ou pretoriano que tinham influência, poder e força, pois eram legisladores, ou mesmo no lar de algum general valoroso que lhe ensinaria táticas de guerra e assim a frente de exércitos poderosos poderia vencer e dominar o inimigo e dar a supremacia, o domínio ao povo hebreu. Nem mesmo chegara no seio de uma família que fosse de um doutor da lei ou um sacerdote membro do sinédrio que ditavam as leis internas da Palestina. Nada, nada que lhe desse condições favoráveis de desempenhar tarefa tão importante. O temor e a angústia tomam conta de Simeão, ainda mais diante de uma profecia de Ana que diz a Maria, mãe de Jesus, que uma dura e aguda espada transpassaria seu coração, uma espada de dor por causa de seu filho. Simeão entra, como que em ligeiro transe, e antevê como seria a vida daquele menino em suas várias fases. Em nenhum momento o vê percorrendo os corredores palacianos em meio às graças do imperador, nem entre senadores e tribunos e pretorianos buscando uma maneira de libertar seu povo, não vê recebendo lições de estratégias militares para lutar e vencer o inimigo, nem no sinédrio o viu ditando alguma lei salvadora. Ao contrário, convive com pessoas humildes que mesmo dentro de

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profissões dignas eram marginalizadas, excluídos da sociedade, vive em meio a doentes, a necessitados, a endemoniados e mesmo entre pessoas de má vida. Simeão estremece ao vê-lo sendo perseguido, feito prisioneiro, humilhado e condenado a morte como um criminoso. Triste fim para um Messias que tinha tudo para fracassar. Por certo uma dura e aguda espada, transpassaria também os corações do povo de Deus. Em meio a tanta comoção e pessimismo Simeão sai do transe sem ver o que aconteceria depois da morte de Jesus, não o vê ressurgindo da morte e dos tormentos fortalecido e pronto para iniciar a divulgação da sua boa nova através de seus discípulos que com coragem e, mesmo à custa da própria vida, levantariam a todos os povos a doutrina do amor. Na teoria equivocada de Simeão e ao equívoco de seus contemporâneos, Jesus não apresentava o perfil de um líder valente, audacioso, de atitudes extremas que subjugava as pessoas, um líder insensível que intimidava e exigia obediência absoluta. O padrão de vida adequado ao Messias não se ajustava a Jesus, por isso não o aceitaram e como bem disse o evangelista João: “Veio para o que era seu, mas os seus não o reconheceram”. Imaginavam um Messias que enfrentaria tudo e todos para alcançar seus objetivos. Imaginavam um Messias que marcaria a história da humanidade com sua bravura e destemor. Neste Natal Vamos rogar a Jesus Que com sua candura Nos envie das alturas Suas bênçãos de Luz Que os nossos corações Tão habituados ao erro Neste mundo de desterro Se libertem destas ilusões

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Que o nosso entendimento Se ilumine e entre em ação Dando ao próximo, nosso irmão O amor que ameniza o sofrimento Que o nosso ideal de servir Se fortaleça se faça presente Neste em todos os natais Miremo-nos no Meigo Rabi Cuja mensagem se faz evidente Dentro de suas lições imortais ***

AS TRÊS REVELAÇÕES Moisés - 1ª revelação: a justiça Jesus - 2ª revelação: o amor Espiritismo – 3ª revelação: o dever Desde os primórdios da humanidade existem as manifestações espíritas, graças a mediunidade, esta faculdade inerente ao ser humano e que, quando em grau mais ostensivo, permite que se obtenha o intercâmbio com o além. As pessoas que apresentam esta faculdade bastante aflorada, isto é, à flor da pele, passam a serem solicitadas pelo plano espiritual para dar seu concurso a este trabalho de comunicação entre os dois mundos, tornam-se os mediadores ou como nós os chamamos, médiuns. Ao se manifestarem sinais de que a pessoa é médium, ao se conscientizar que está em compromisso com a vida espiritual e assumindo este compromisso com lealdade, as manifestações e comunicação se fazem presentes num intercâmbio tão necessário quanto responsável. Para nós termos uma ideia do quanto é antigo este convívio com o além, basta que estudemos a Bíblia. Nela encontramos centenas de fatos atribuídos a manifestações

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mediúnicas. Mas naqueles tempos remotos do antigo testamento e mesmo no novo, este intercâmbio passou a ser vivido misticamente, só pelo lado religioso. Porém, tendo-se em conta que os médiuns são criaturas dentro das imperfeições do nosso planeta, portanto criaturas passíveis de erro, as comunicações nem sempre eram sublimes e até chegavam ao absurdo. Mas, como os médiuns, que naqueles tempos eram chamados de profetas ou videntes e eram tidos em grande consideração, suas palavras eram ordens indiscutíveis, aceitas sem contestação, como vindas de Deus, o ser supremo. É verdade que naquelas épocas, em que os espíritos encarnados eram em sua maioria seres endurecidos, embrutecidos, necessário se fazia subjugá-los a uma crença ou religião que os amedrontasse. Ao profeta, ou melhor, ao médium Moisés foi dado a oportunidade de liderar e guiar um povo dentro de leis duras, até mesmo cruéis, Moisés fora educado na corte dos faraós, tornando-se um grande iniciado. Seus livros, constituem o pentateuco (fazem parte da bíblia), deixam transparecer claramente que era dotado de grandes conhecimentos das ciências secretas daquele tempo. Dentro desta iniciação educou faculdades mediúnicas, tais como: a de efeitos físicos, a da vidência, da audiência, da escrita e outras mais. A propósito, convém lembrar que as manifestações espíritas, não eram privilégio do povo escolhido, tão decantado na Bíblia, mas ocorriam em meio as outras raças existentes, algumas mais antigas que a raça adâmica, origem do povo “eleito”. E foi Moisés, médium de grande potencialidade que impôs regras e leis, como vindas de Deus para poder conduzir um povo numeroso que fugira da escravidão no Egito, escravidão esta que durou 400 anos, para sair em busca da liberdade e da terra prometida. Para conseguir levar adiante esta missão penosa, Moisés estabeleceu a Doutrina da primeira revelação. Dos espíritos recebia instruções que ele maldava a sua maneira, para sobrepujar, vencer as dificuldades que surgiam.

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“O dente por dente, olho por olho”, se fez necessário como condição humana e não divina, mas era preciso dar-lhe conotação divina para ser obedecida. Assim, para os israelitas, Deus passou a ser um ditador prepotente, insensível, lutador, bem aos moldes da imagem e semelhança humana. E o conceito de um Deus tirano estendeu-se por milênios e sempre ditando regras, em sua maioria bem ao feitio do homem, até que chegou o advento do cristianismo. Jesus, o Cristo de Deus nasceria entre os homens para ensiná-los a viver, encontrar e conhecer o verdadeiro Deus, a encontrar o caminho que os levaria a Ele. O povo escolhido aguardava a chegada do Messias, mas na conjuntura de um guerreiro indomável, com anseios voltados a uma só nação: a sua, para torná-la dominadora, única em poder e glória na Terra. Esperavam um líder, que nascendo em berço de ouro, mostrar-se-ia supremo sob todos os aspectos humanos, com direito às bênçãos divinas e beneplácito dos Céus para todos os seus atos. Entretanto, nascia em Belém na Judeia, aquele que era aguardado há séculos, para a glória de Israel, despido das grandezas e honras materiais, já que nascera num estábulo e foi colocado numa manjedoura. O Messias veio revestido de sublimação, rico em qualidades morais e virtudes santas, forte de amor, lutador pelos direitos dos necessitados e oprimidos, condutor de almas para o reino de Deus, mas não o conheceram, não o receberam. No tempo determinado pela providência divina, apresentou-se ao povo e começou sua vida messiânica, levando a Boa Nova a todos os recantos da Palestina. Realmente nova porque derrubava por terra toda uma estrutura religiosa montada sobre concepções propostas quase que puramente humanas, e isto Cristo fez sem derrogar as leis imutáveis de Deus. Revelou estas leis à luz da razão, restabelecendo o verdadeiro sentido das mesmas. Jesus veio trazer aos homens a lição do amor apresentando-nos Deus, como um pai misericordioso, um pai que quer a salvação de todos os seus filhos. Como está descrito em Deuteronômio, Capítulo 32, versículo 4, que diz: “Deus

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é a verdade e nele não há injustiça pois justo e reto é.” O Mestre veio ensinar o novo mandamento pregando! Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos perseguem; não julgueis; para não serdes julgado; fazei aos homens o que quereis que eles vos façam; perdoai não sete vezes, mas 70 x 7, ou seja, sempre; dai de graça o que de graça recebestes; curai os enfermos de corpo e espírito, pois os sãos não necessitam de cuidados. Colocou como condição para a salvação a prática da caridade dizendo: “A cada um será dado segundo suas obras. Deus o pai, se compraz mais com a misericórdia do que com sacrifícios e oblações”. Ele aboliu a crença das penas eternas e da predestinação de poucos para a salvação, narrando parábolas, que são verdadeiras lições como a do filho pródigo e a do bom pastor, nesta última ele afirma categoricamente que nenhuma ovelha se perderá e que haverá um só rebanho e um só pastor. Falou sobre a reencarnação na conversa que teve com Nicodemos, e quando explicou que João Batista era o Elias que deveria voltar, também falava sobre reencarnação ao dizer: “Há muitas moradas na casa de meu Pai”, mas nunca se referiu que houvesse algum inferno eterno na casa do Pai, já que a casa do Pai é o universo. Jesus pregou a necessidade das reencarnações dizendo: “Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai”. Foi um postulado de quase três anos e no qual ele nos trouxe a doutrina da segunda revelação. Mas sabendo da pequenez do ser humano, fez esta colocação: “Muitas coisas vos tenho dito e que por ora não podeis compreendê-las, mas eis que enviarei o Consolador, o espírito da verdade para vos ensinar todas estas coisas e lembrar tudo quanto já vos ensinei”. Jesus sabia que os seus ensinamentos seriam esquecidos e realmente no decorrer dos séculos, não só foram esquecidos mas também desvirtuados. Novamente os interesses humanos prevaleceram e a beleza e humildade da Boa Nova foram deixados de lado. O fausto, a riqueza, as pompas passaram a predominar den-

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tro de templos suntuosos, onde a hierarquia sacerdotal apoderou-se dos direitos de manipular uma religião que dizem ter sido deixada por Jesus e, no entanto, o Mestre não fundou nenhuma religião, só pregou as diretrizes de salvação através do amor. Rotularam esta religião como bem lhes aprouve e deram os direitos autorais a Jesus, sem rendimentos, é claro. Quanto ao luxo, riqueza, opulência em que seus mandatórios oficiavam esta religião dentro de templos magníficos, diziam ser em honra e louvor a Deus. Voltavam à mediocridade dos chefes, dos sacerdotes e doutores da lei dos Judeus, que também diziam ser necessário adorar o Senhor com pompas e louvores no Templo de Salomão. Templo de Salomão, nome bem apropriado, pois para Deus este templo não deve ter tido grande valor, já que foi destruído e pelo que se entende das palavras de Estevão, o jovem que foi apedrejado por ter se tornado cristão e revelado, através da mediunidade, os ensinamentos vindos dos espíritos. Em Atos dos Apóstolos, capítulos 6 e 7, está narrado tudo sobre Estevão e estas palavras lembrando o templo que Salomão edificou para Deus, disse Estevão mediunizado: “E Salomão lhe edificará a casa, mas o altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono e a terra a estrada dos meus pés. Que casa me edificareis? Diz o Senhor; Ou qual é o lugar do meu repouso? Por ventura não fez a minha mão todas estas coisas? Duros de cerviz e incursos de coração e de ouvidos! Vós sempre resistis ao espírito também vos sois como vossos pais”. Dentro de templos suntuosos ditavam leis, normas, dogmas, preceitos dentro de interesses humanos e que traziam a opressão do poder e da tirania. Em nome de Deus, eram queimados vivos em praças públicas, os que se opunham aos interesses da elite religiosa, condenados como hereges. Foram verdadeiros holocaustos que nunca serão esquecidos, pois

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não se apaga da memória o que representou o santo ofício, a santa inquisição, a noite de São Bartolomeu, para citarmos só os mais conhecidos. A mediunidade foi encurralada, reprimida, pois só o sacerdócio era a voz de Deus. Os que tinham o dom da mediunidade eram considerados hereges e sacrificados. Um exemplo de mediunidade que marcou uma destas épocas de perseguição foi o de Joana D’Arc. Foi queimada viva por trazer revelações ditadas pelos espíritos. Estas revelações provaram ser precisas e cumpriram-se, mas Joana D’Arc foi condenada e queimada como herege. Mas o que nos surpreende é que, alguns séculos após, a mesma religião que a condenou e matou, achou por bem canonizá-la e declará-la santa. Em nome de Deus, altas autoridades eclesiásticas abençoavam os canhões e todos os tipos de armas que iriam servir para a destruição de supostos inimigos que pretendiam usurpar os pertences da igreja do Cristo, um exemplo: as cruzadas. Lutava-se por tudo dentro dos interesses humanos, mas sempre em nome de Deus, um “repeteco” do antigo testamento. Eis chegada hora do advento do espiritismo. Preparava-se a vinda do espírito de verdade, do consolador prometido por Cristo, para trazer aos homens perdidos nas trevas dos erros as lições redivivas que ele nos deixou. Por esta razão, em meados do século XIX, encontrando as portas das igrejas fechadas, os espíritos buscaram fora delas oferecer aos homens o consolador, o espírito da verdade, que vinha, segundo a promessa de Jesus, ensinar todas as coisas e recordar o que Ele falara. Surgia assim o espiritismo, que restituindo o intercâmbio com o além, dava uma nova dimensão às práticas mediúnicas e oferecia à humanidade uma visão transcendente da vida. Foi grande o esforço dos espíritos para conseguir quebrar a capa de preconceitos que havia sido criada acerca da vida espiritual. Durante anos os espíritos fizeram uso de métodos rudimentares para fazerem-se notar. Foram as pancadas as mesas girantes e outros meios simplórios para chamar a atenção. Mas graças ao interesse de Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido

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por Kardec, os espíritos enfim encontraram o caminho para trazer o consolador prometido, que viria reviver, trazer novamente a luz, os ensinamentos do Cristo. Kardec trabalhou incansavelmente para codificar a Doutrina Espírita, renovando o código moral que rege a humanidade, sob a orientação dos espíritos a serviço de Jesus. Esta renovação se fez quando Kardec apresentou o espiritismo em seu tríplice aspecto: ciência, filosofia e religião! Uma ciência de observação, uma doutrina filosófica e uma religião fundamentada no evangelho de Jesus. Como ciência prática, o espiritismo estuda as relações entre o plano físico e espiritual, comprovando a sobrevivência, mostrando o espírito imortal e permitindo nos definir as leis morais que regem o universo. Como filosofia, leva-nos a raciocinar em termos claros e amplos a respeito do destino humano. Quem somos? De onde viemos? Porque aqui estamos? Para onde iremos? O espiritismo é a resposta do Céu aos nossos anseios, oferecendo-nos uma visão ampla da realidade; ajudando-nos a compreender que a nossa personalidade de hoje, com seus problemas e limitações, é soma do que fizemos ontem; que dores e angústias que hoje enfrentamos são colheitas obrigatórias de espinhos ontem semeados, e no espiritismo, para mantermos a mente equilibrada, devemos aproveitar a reencarnação para podermos evoluir, tendo como guia a consciência, esta voz interior que se torna mais audível e segura na medida em que cultivamos os valores espirituais. Como religião, vem ensinar-nos a procurar o criador da vida pelos caminhos da fraternidade e do amor, para finalmente encontrá-lo dentro de nós mesmos. Muitos dizem que o espiritismo não é religião. Baseados em quê? No fato de que religião está associada ao culto externo. Religião lembra imagens, procissão, confissão, hinos, rezas e outros rituais. Religião lembra igrejas, templos importantes, muitos são verdadeiras obras

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de arte, cheios de luxo, esplendor e riquezas inigualáveis. Como o espiritismo não tem esses acessórios, não é considerado religião. Mas a exemplo de Jesus, que nunca se cercou de atavismos e do próprio cristianismo primitivo que não tinha formalismos, mas a singeleza e humildade deixada pelo mestre, o espiritismo não tem templos que atraem as pessoas por curiosidade, mas por fé. Não tem hierarquias sacerdotais, pastores ou presbíteros, pois todos são iguais e com compromissos pessoais, buscando servir sempre como fez o mestre, pois o espiritismo não é mais uma religião das muitas que surgem, mas é a religião que traz o apelo maior do Céu à Terra, que fala ao entendimento para atingir o coração, preparando-nos para uma união com Deus em espírito e verdade e não matéria e ilusões enganosas. O apelo do espiritismo é diferente. Despido de fórmulas exteriores, ele dirige-se essencialmente a consciência, convidando-nos a superar o acanhamento das grandezas materiais, para assim podermos cultivar uma religiosidade verdadeira baseada no amor que começou numa manjedoura, na humildade de um estábulo. Para Jesus redivivo no espiritismo, portanto para nós é igual: O templo: é o universo O altar: a nossa consciência A imagem: Deus A lei: a caridade O espiritismo é esta doutrina consoladora, alicerçada nos ensinamentos e exemplos de Jesus, que tem por finalidade o dever de transformar o homem, tirando-o da pior das misérias, a miséria moral, ensinando-lhe o bê-a-bá , oferecendo-lhe aquela substância de conhecimentos que impõe a responsabilidade de viver e viver bem, consciente de que colhe hoje o mal que semeou ontem e que para se renovar terá que semear melhor hoje, sempre. O espiritismo é a porta da esperança para um mundo melhor. Seus fenômenos representam chamamentos comuns para uma compreensão mais elevada dos valores da vida, seus ensinamentos são um alerta para que todos

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busquem a sua renovação íntima. Formatação – ver com a gráfica egoísmo vícios Compreensão orgulho ódios amizade (dentro, para formar uma cruz ) perdão incompreensão amor irresponsabilidade paz ( dentro de um coração ) A mediunidade ainda não se manifestou de forma ostensiva, incontrolável, está ainda adormecida. Talvez por esta razão, isto é, por serem médiuns ostensivos, apenas parte da humanidade e por causa de preconceitos, de mentiras sobre o mundo espiritual, a mediunidade foi levada em conta de loucura ou de possessão diabólica, o que dificultou um trabalho sublime, que é o intercâmbio com o além, e trouxe tanto sofrimento àqueles que apresentavam os sinais da mediunidade. Quantos médiuns foram sacrificados, pois diziam aos religiosos que melhor seria matar o corpo do que perder a alma. Quantos infelizes internados nos hospícios tratados como loucos, quando na verdade só eram médiuns, discriminados por conceitos anticristãos. Ainda hoje há preconceitos, há ironias acerca da mediunidade e isto por parte da maioria das religiões. O espiritismo que deu a verdadeira dimensão, o verdadeiro valor a esta faculdade abençoada, é combatido, é ridicularizado. E, ainda hoje, muitas pessoas ao serem inteiradas de que os sintomas que consideram anormais são, em verdade, manifestações mediúnicas, pois elas são médiuns, preferem entregar-se aos cuidados de psiquiatras e acabam através de medicamentos que poderiam curar se como se fosse um mal físico, no entanto, como é um compromisso espiritual e por força de um tratamento errado, acabam em farrapos humanos, na maioria das vezes, jogados nos sanatórios. Dissemos que esta discriminação à mediunidade é um ato anticris-

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tão, porque quem realmente aprende as lições do evangelho, quem diz que ama Jesus, que o segue e que pratica seus ensinamentos, nunca ironizaria a mediunidade, pois foi Jesus quem mais a praticou e foi através dela que ele alicerçou a sua doutrina santa e eterna entre os homens. Jesus, como espírito perfeito, já tinha todas as faculdades mediúnicas em grau perfeito e delas fez uso durante a sua missão aqui na Terra. ***

TESOUROS DO CÉU Há quase dois mil anos, Jesus fazia uma severa advertência acerca do deslumbramento que os bens materiais exercem sobre o espírito encarnado: nós. Convidava-nos a passar pela porta estreita da simplicidade, do equilíbrio, caso contrário, cairíamos no engodo que os bens materiais trazem. No entanto, hoje quantos de nós passamos as horas, os dias, os meses, os anos lutando, brigando, numa fadiga contínua para aumentar cada vez mais estes tesouros passageiros, sem tempo para quase mais nada. Nas entrevistas que grandes homens de negócios costumam dar, declaram que trabalham em média 18 a 20 horas por dia, para gerenciar seus negócios. Restam-lhe de 4 a 6 horas para as demais necessidades de sua vida física. Neste curto intervalo de tempo, ser-lhes-ia possível amar e agradecer o lar que os acolhe? Abraçar, conviver com os filhos que precisam tanto do exemplo deles? Do exemplo como seres humanos e não robôs, em contínuo lutar para aumentar e resguardar suas riquezas, numa vigilância quase doentia, igual à do Tio Patinhas que só tem um propósito, encher cada vez mais os seus cofres e defender-se dos irmãos Metralha que lutam para roubar-lhe a fortuna? É difícil acreditar que o consigam. Desejando acumular bens materiais deixamos de viver, de aproveitar as oportunidades que enriquecem o espírito e que tão necessárias fazem-se para a nossa evolução. É justo que se

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procure adquirir os bens materiais que nos dão condições de uma vida agradável, com conforto, pois a riqueza é elemento de progresso, mas o que não podemos é cair nos excessos, deixar-nos cegar pela cobiça, porque precisamos, principalmente, acumular os dotes morais. Não adianta darmos a nossa família a riqueza material se a deixarmos viver na pobreza do amor, da conduta moral. Não adianta dourar o lar com tudo o que o dinheiro pode oferecer. Não adianta abarrotar o lar com tesouros materiais se o coração se transforma numa pedra de gelo, batendo acelerado diante do sucesso, do poder, da riqueza, mas sem conseguir aquecer a família com o calor da fraternidade, do respeito, do amor, do perdão. A riqueza oferece um grande perigo, insensibiliza o homem para a vida espiritual, quando, na verdade, muitos benefícios poderia trazer se o rico compreendesse que a riqueza está nas suas mãos mas não lhe pertence, porque tudo é de Deus, a quem deverá prestar contas um dia. Quando o rico compreender que não deve armazenar estes tesouros, mas usá-los a benefício de tantos que deles necessitam, porque a morte pode chegar a qualquer momento e se ele estiver agarrado com unhas e dentes a esta conquista que a traça e ferrugem corroem e o ladrão rouba, a ele será feito a mesma pergunta da parábola contada por Jesus: “E as coisas que tu juntastes para quem serão? Pois o que entesoura para si, não é rico para Deus”. Eis aí a advertência de Jesus, uma advertência severa para que não nos deixemos dominar pelos interesses imediatistas, pois estamos numa escola bendita onde somos convidados a disciplinar a inteligência e ajustar as emoções no caminho da sabedoria e da virtude, a fim de que a morte não nos imponha dolorosas surpresas. Dois mendigos moravam num casebre, longe da cidade, perto de um rio, juntos, sempre que o tempo permitia, iam a cidade pedir esmolas. Consideravam-se bons amigos. Certa ocasião, ficaram retidos no casebre devido a fortes chuvas, mas quando estas cessaram, trataram de ir esmolar, pois estavam famintos. A cheia provocada pela

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chuva havia desbarrancado a margem do rio deixando à mostra uma corrente. Levados pela curiosidade os mendigos, ao avistar a mesma, começaram a puxá-la e presa a ela surgiu um baú que continha uma imensa fortuna em pedras preciosas. Depois de muito festejar combinaram que iriam repartir o tesouro, meio a meio, mas como estavam fracos, não conseguiram levar o baú até o casebre. Então, um deles sugeriu ao companheiro: “Agora estamos ricos, pegue um pouco do ouro e vá até a cidade comprar comida para nós. Eu ficarei aqui cuidando do nosso tesouro”. Embora achasse a ideia sensata, temeu que o amigo fugisse com o tesouro, mas pensou: “Somos amigos há muitos anos ele não faria isso”. E foi até a cidade. Horas depois ao voltar ao local onde encontraram o tesouro, trazendo uma farta refeição, viu o tesouro, mas não enxergou o amigo. Depois de chamá-lo pelo nome várias vezes, ele aparece traiçoeiramente e crava um punhal no coração do que fora buscar comida. Seus olhos brilhavam e exclama: “Agora o tesouro é só meu. Se antes eu podia comprar com a metade, dezenas de casas, agora com tudo poderei comprar quase uma cidade e serei poderoso, prestigiado”. Como tinha que se desfazer do corpo do companheiro e levar o baú a um lugar seguro, tratou de se alimentar primeiro. Apanhou a comida e comeu à vontade. Descansou um pouco e quando ia apanhar o baú, sentiu-se mal e caiu morto junto ao cobiçado tesouro. O amigo havia tido a mesma ideia, queria tudo para si e envenenara a comida. Conclusão: A cobiça gera o egoísmo, este traz o orgulho e os três destroem a moral e a integridade. ***

REFLEXOS CONDICIONADOS (HISTÓRIA DOS GATOS) Introdução: Com a incredulidade de Tomé, dentro da nossa doutrina, aprendemos que é preciso raciocinar, questionar e não ficar na-

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quela fé cega que, por muitos anos dentro de raízes antigas, nos fez prisioneiros de velhas organizações religiosas cheias de dogmas e de mistérios. Mas há fatos que não podem ser postos em dúvida mesmo porque as dúvidas vêm do nosso comodismo, do medo de conhecer e ter que assumir a realidade que traz responsabilidade. “Eu sou espírita”, afirmam fulano, beltrano, sicrano, por aí a fora, mas seu comportamento não é o de um verdadeiro espírita. Dissemos que há fatos incontestáveis, por exemplo: a reencarnação. Os espíritas afirmam acreditar nela, mas alguns agem de tal maneira, que se igualam aos que dizem não acreditar. Não se dão conta que reencarnação é motivo de evolução, portanto ela deve ser encarada como um bem precioso que venha produzir frutos. Não se dão conta que vida nós só temos uma, pois, espíritos que somos, esta vida é eterna. Agora, reencarnações, nós as tivemos em número não imaginado, talvez dezenas? Não o sabemos, mas temos o conhecimento de que cada uma delas foi oportunidade de progresso intelectual e moral. Dentro da importância destas peregrinações para nós que estagiamos num planeta de provas e expiações, necessário se faz aproveitá-las o máximo possível para que nos livremos de tão doloroso estágio, cheio de amarguras, sofrimento e tribulações. Como muitas destas adversidades são resultantes de episódios de vidas passadas, hoje dentro do espiritismo, que esclarece, que dá uma nova visão, mais ampla, mais real de nosso destino imortal, é preciso acreditar que estamos aqui na Terra, sendo testados e submetidos às sóbrias leis que nos fazem compreender que todas as dores, todas as dificuldades, são aprendizado precioso e resgate apropriado e merecido. A bênção da volta em mais uma encarnação, ainda que num corpo mutilado ou disforme, representa valiosa oportunidade de aperfeiçoamento, principalmente espiritual, o maior de todos os dons que nosso planeta pode nos oferecer, portanto o espírita que se revolta contra os reveses da vida, que se desequilibra desordenadamente, diante de situações adversas tais como: doenças graves,

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perda de entes queridos, prejuízos materiais, injustiças, etc., não é um espírita convicto, porque não entende o que é reencarnação, não entende que deve ajustar suas emoções diante destes conflitos e não acredita que elas são programadas dentro de dificuldades e tribulações, como bem advertiu Jesus. Mas é ele que também disse: “Eu venci o mundo”. É isto que nós espíritas precisamos fazer, porque se não acreditarmos que podemos vencer o mundo, se não soubermos superar e implodir o egoísmo, vencendo uma a uma as atribuições, despojando-nos do resgate de mazelas de vidas passadas e vida presente, somos na verdade, incrédulos Tomés, somos como o vigário da nossa história que quis ver para crer e acabou acreditando numa tolice, numa mentira, porque lhe faltou um fator importantíssimo da evolução, a fé raciocinada que liberta dos enganos, dos engodos. O verdadeiro espírita aceita e vive a reencarnação como processo evolutivo, ainda que doloroso, porém apropriado aos que tem que passar por provas e muitas expiações. Há também inúmeros Tomés entre os que dizem: “Eu sou espírita e sou médium”. No entanto fazem desta faculdade inerente ao ser humano um numerário de: Mas!; Porém!; Todavia!; etc. E ao se inteirarem de que a mediunidade é um serviço, se abalam, porque servir não é uma característica comum, nem muito apreciada pelo ser humano e quando este servir envolve a sublimação de se doar com amor e humildade, a situação piora. “Dar de graça o que de graça recebemos”. Como ensinou o meigo Nazareno, complica ainda mais e eis aí a mediunidade encarada até certo ponto como um estorvo, quando ela é uma bênção que redime, que alforria, que aperfeiçoa, pois oferece benefícios valiosos aos desencarnados que precisam de esclarecimentos e consolo, e ainda faculta aos espíritos benfeitores trazerem mensagens, revelações, para o progresso do ser humano. O exemplo do nosso mestre, sua advertência ao dizer: “Não vim para ser servido, mas sim para servir”, que encontramos no evangelho segundo Mateus (capítulo 20, versículo 28),

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parece não comover, nem alertar esses pseudoespíritas, que aceitam a mediunidade mas não a praticam com sublimidade, envolvendo-se em estratégias fugas, diante de tão importante compromisso. Muitos deles até que a praticam ou querem praticá-la, mas não admitem serem um instrumento comum, pois a mediunidade é um instrumento de trabalho e não aceitam serem uma tosca enxada ou simples arado nesta seara sublime, querem ser um possante trator para desbravar o mais alto da espiritualidade, servindo somente aos espíritos elevados, angelicais. São médiuns que saltam para o exagero, que se consideram o vaso escolhido, o melhor dotado e, no entanto, não passam de incrédulos, como Tomé na passagem bíblica, ou como o vigário da história, e se assim procedem é porque lhes falta algo muito importante: fé raciocinada, fé que traz conhecimento, a compreensão de que o bom médium é aquele que tem consciência das suas limitações, de sua responsabilidade, que procura burilar-se, fazendo a sua reforma íntima através deste manancial de caridade que ainda é a melhor arma para vencer as próprias imperfeições. Também há espíritas só de fachada, que não passaram pelo adestramento, dos reflexos que, convenhamos, não é tão doloroso como o que ilustra na história contada, a teoria de Pavlov. No final do século XIX e no início do século XX, um fisiologista russo chamado Ivan Pavlov (1849-1936), ao estudar a fisiologia do sistema gastrointestinal, fez uma das grandes descobertas científicas da atualidade: o reflexo condicionado. Foi uma das primeiras abordagens realmente objetivas e científicas ao estudo da aprendizagem, principalmente porque forneceu um modelo que podia ser verificado e explorado de inúmeras maneiras, usando a metodologia da fisiologia. Pavlov inaugurava, assim, a psicologia científica, acoplando-a à neurofisiologia. Por seus trabalhos, recebeu o prêmio Nobel concedido na área de Medicina e Fisiologia em 1904. A experiência clássica de Pavlov é aquela do cão, a campainha e a salivação à vista de um pedaço de carne. Sempre que apresentamos ao cão um peda-

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ço de carne, a visão da carne e sua olfação provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha, qual o efeito sobre o animal? Uma reação de orientação. Ele simplesmente olha, vira a cabeça para ver de onde vem aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e fizermos isso repetidamente, depois de certo número de vezes o simples tocar da campainha provoca salivação no animal, preparando o seu aparelho digestivo para receber a carne. A campainha torna-se um sinal da carne que virá depois. Todo o organismo do animal reage como se a carne já estivesse presente, com salivação, secreção digestiva, motricidade digestiva, etc. Um estímulo que nada tem a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar modificações digestivas. Para que surja um reflexo condicionado é preciso que existam certas condições:

1. Coexistência no tempo, várias vezes repetida, entre o

agente indiferente e o estímulo incondicionado (no caso, o som da campainha e a apresentação da carne);

2. O agente indiferente deve preceder em pouco tempo o

estímulo incondicionado. Se dermos a carne primeiro e tocarmos a campainha depois, a reação condicionada não se estabelece;

3. Inexistência naquele momento de outros estímulos que

possam provocar inibição de causa externa. Se simultaneamente damos uma chicotada no animal ou lhe jogamos água gelada, provocamos inibição, desencadeando reação de defesa no animal;

4. Para que o reflexo condicionado se mantenha, é necessá-

rio que periodicamente o reforcemos. Uma vez que o reflexo se formou, o mero som da campainha substitui a apresentação da carne. Mas, se tocarmos repetidamente a campainha e não mais apresentarmos a carne, depois de um certo número de vezes, o animal deixa de reagir com salivação e secreção digestiva. Como Funciona o Reflexo Condicionado

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Estímulo > Resposta Estímulo Indiferente + Estímulo Incondicionado (apresentação da carne) > Resposta Incondicionada Estímulo Indiferente > Resposta Condicionada Explicando melhor, um estímulo indiferente, combinado com um estímulo capaz de ativar um reflexo incondicionado, gera uma resposta incondicionada e, depois de algum tempo, o estímulo indiferente, por si só, é capaz de provocar resposta que pode, então, ser considerada como condicionada. Esses estímulos indiferentes podem vir tanto do meio externo (estímulos sonoros, luminosos, olfativos, táteis, térmicos) como do meio interno (vísceras, ossos, articulações). As respostas condicionadas podem ser motoras, secretoras ou neurovegetativas. Podem, pois, serem condicionadas reações voluntárias ou reações vegetativas involuntárias. Podemos fazer com que respostas involuntárias apareçam de acordo com a nossa vontade, se usarmos o condicionamento adequado. As respostas condicionadas podem ser excitadoras (com aumento de função) ou inibidoras (com diminuição de função). O adestramento necessário vem do amor, da dedicação que condiciona os reflexos na prática do bem, no servir, como Jesus ensinou. Na história dos gatos eles funcionaram muito bem, nosso Zé livrou-se do que o incomodava, conquistando uma vida melhor. Acreditamos sinceramente que nenhuma outra religião prepara os seus adeptos como o espiritismo o faz, dentro de reflexos que podemos qualificar de condicionados, através dos grupos de estudos, de grupos mediúnicos, através das palestras, da assistência social e moral. Assim, o espírita sabe reagir prontamente diante dos reflexos que o condicionam ao serviço junto a Jesus, que nos pediu para amarmos uns aos outros como Ele nos amou, isto é, amar de forma plena, ampla no reflexo do amor infinito de Deus, nosso Pai Criador. Graças a sua mediunidade perfeita, Jesus nos amou com toda a sublimidade, curando os doentes, afastando os obsessores, consolando

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os aflitos, perdoando os pecadores e de muitas outras formas, ele nos ensinou que pelos reflexos condicionados amaremos como Ele amou. Hoje, através do espiritismo, que revive sua boa nova, sua conduta de instrumento do amor divino, Jesus procura fazer de cada um de nós o discípulo que o segue lado a lado, em suprema vigilância, com inalterável paciência para compreender e ajudar o próximo de atalhos cheios de espinhos, encontrando o prazer de dar sem esperar recompensa, perdoando quantas vezes se fizer necessário, servindo com humildade e aceitando os desígnios celestes nas reencarnações. O espiritismo revivendo os ensinamentos do mestre divino alerta-nos que a solidão dos que se encontram nos asilos é um reflexo condicionado que sugere levar o carinho, a atenção gratificante aos que ali sofrem a amargura da rejeição, da indiferença dos familiares, reanimando-os nesta reta final de sua trajetória terrena, quando se tornam tão vulneráveis. Que a dor física e moral que dilacera os que se encontram nos leitos de dor, quer no domicílio, quer nos hospitais, também é reflexo condicionado que impulsiona os espíritas a ir levar-lhes o lenitivo da palavra amiga e consoladora. Que a revolta, a frieza de sentimentos, que imperam nos presídios, nas cadeias públicas, são reflexos condicionados que chamam pela presença dos espíritas nesses locais, não para acusar, julgar, mas sim para dar um voto de confiança, na esperança de reabilitação dos que ali se encontram. Que a carência afetiva nos orfanatos é reflexo condicionado que pede aos espíritas a doarem o seu amor, acendendo nas criaturas que ali vivem a esperança de novos horizontes, novos rumos do amanhã de suas vidas. Que a fome, a miséria de infelizes favelados, também são reflexos condicionados que despertam nos espíritas a necessidade de fazer a caridade, levando a estes irmãos, não só o pão que nutre o corpo físico, mas, sobretudo levar-lhes Jesus, seus ensinamentos consoladores, pois ele é o pão da vida. Que o torpor, a insegurança, a fraqueza dos que se entregam aos vícios, principalmente das drogas, são reflexos condicionados que chamam os espíritas a levar

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socorro urgente, compreensão e mãos estendidas, que erguem, que amparam o infeliz caído no fundo do poço. E tantas outras situações dolorosas são reflexos condicionados que ocasionam a campainha da consciência, convocando os espíritas ao cumprimento do dever. Também dentro das casas espíritas estão muitos reflexos que mobilizam os trabalhadores das mesmas, chamando-os ao serviço útil e responsável. Nem sempre há presteza na solução dos problemas que surgem e ali se instalam. Na forma de comodismo, de omissão, de melindres, de orgulho, de crítica perniciosa, aparecem os primos do Diabo que precisam ser expulsos através do amor, do respeito, da união e colaboração sadia, para que as casas espíritas não se tornem o reduto de tarefeiros que protelam seus compromissos para o amanhã, sabemos que devem ser os trabalhadores da última hora e esta hora é agora, já. As casas espíritas abrem suas portas acolhendo a todos, sem distinção de raça, cor, credo ou condição social, quando vem em busca de auxílio, tanto material quanto espiritual, mas para que haja êxito, que traga bons resultados, necessário se faz que seus tarefeiros abram seu coração, abraçando a bela causa que é a prática da caridade. Irmãos e irmãs, buscando enfocar a nossa história dentro do comportamento dos espíritas, porque o espiritismo é a religião que busca reviver a doutrina do Cristo, da iluminação. Dentro dele temos as melhores condições de lutar contra os primos do Diabo, que são as nossas imperfeições. O espiritismo nos ensina que a comunhão com o Cristo é feita em nome do amor e o amor é dádiva de Deus ao mundo, atendendo o ser humano no caminho de sua evolução moral. Que o espírita deve ser como o solo que devolve farta colheita ao lavrador que lhe rasga o seio para ali depositar a semente produtiva. Que o espírita procure ser como o sândalo que na floresta perfuma o machado que o fere. Que seja como a ostra que não repele o grãozinho de areia que tanto a incomoda e faz sofrer, mas o aceita e faz dele uma bela e preciosa pérola. Porque o espírita deve ser um verdadeiro

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cristão. É fácil ser espírita? Não! O espiritismo não acomoda seus adeptos. Não terceiriza a evolução através de fórmulas mágicas, de rezas pagas, cerimoniais com rituais exóticos, etc. Ele é ação, trabalho próprio, não acomoda, mas incomoda, porque diz ser cada um o responsável por sua salvação, que depende de seu esforço alcançar a perfeição, trilhar o caminho da renovação. O espiritismo ensina a buscar Jesus para amar, consolar, perdoar, viver, sorrir e até chorar como Ele o fez, mas não adianta procurá-lo no altar da cruz, ele não está lá. Não adianta visitar templos antigos, sinagogas, mesquitas... Ele não está lá. Não adianta escalar os montes, vagar nas planícies, navegar nos mares, ele não está lá. Não adianta indagar sobre ele aos sábios, aos cientistas, pois não é de sua alçada tais informações. Se quisermos encontrá-lo é preciso olhar para dentro de nós, ele aí está, esperando que abramos nosso coração para senti-lo, ouvi-lo, falhar-lhe e assim seguindo os passos seus, nos caminhos seus, nos tornaremos espíritas cristãos. Ser espírita não é fácil, mas é possível, necessário e importante. Muita paz! ***

REFLEXOS CONDICIONADOS A exemplo do vigário da nossa história, existem dentro do espiritismo muitas criaturas que só acreditam vendo. São como Tomé no lema: “Ver para crer”. Só acreditam naquilo que os olhos vêem, que o corpo sente, isto é, nos fenômenos físicos. Dentro de nossa doutrina aprendemos que é preciso raciocinar, questionar, e não ficar naquela fé cega, que por muitos anos dentro de raízes antigas nos fez prisioneiros de velhas organizações religiosas, cheias de dogmas, de pragmatismos. Mas há fatos que não podem ser postos em dúvida, mesmo porque estas dúvidas vêm do nosso comodismo, do medo de conhecer e ter que assumir a realidade que

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traz responsabilidade. “Eu sou espírita”, afirmam fulano, beltrano, sicrano, e uma infinidade de “canos” por aí a fora, mas seu comportamento não é o de um verdadeiro espírita. Dissemos que há fatos incontestáveis, por exemplo, a reencarnação. Sabemos que todo o espírita afirma acreditar na reencarnação, mas alguns agem de tal maneira que se igualam aos que não acreditam. Pois não se dão conta que reencarnação é motivo de evolução, portanto ela deve ser cultivada como um talento precioso que precisa produzir, frutificar e não ser enterrada. Não se dão conta que vida só temos uma, pois espíritos que somos esta vida é eterna. Já reencarnações nós as tivemos em número não imaginado, talvez dezenas? Centenas? Ou milhares? Não sabemos, mas temos conhecimento que cada uma delas foi oportunidade de progresso físico e moral. Dentro da importância destas peregrinações, que para nós que estagiamos em um planeta de provas e expiações, necessário se faz aproveitá-las o máximo possível para nos livramos deste estágio doloroso, cheio de amarguras, sofrimentos, tribulações e como muitas destas adversidades são resultantes de episódios de vidas passadas, hoje, dentro do espiritismo que nos esclarece, que nos dá uma visão mais ampla, mais real do nosso destino imortal, é preciso acreditar que estamos aqui na Terra sendo testados e submetidos às sábias leis que nos fazem compreender que todas as dores, todas as dificuldades são aprendizado precioso e resgate apropriado e merecido. A bênção da volta em mais uma encarnação, ainda que num corpo físico mutilado ou disforme, representa valiosa oportunidade de aperfeiçoamento, principalmente espiritual, o maior de todos os dons que o nosso planeta pode nos oferecer, portanto o espírita que se revolta contra os reverses da vida, que se desequilibra desordenadamente diante das adversidades, tais como, doenças graves, perda de entes queridos, prejuízos materiais, injustiças, etc, não é um espírita convicto porque não entende o que é reencarnação, não entende que

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deve ajustar suas emoções diante destes conflitos e não acredita que elas neste nosso planeta são programadas dentro de dificuldades e tribulações, como bem advertiu Jesus, mas ele também diz: “Eu venci o mundo.” E é isto que nós espíritas devemos fazer, porque se não acreditarmos que podemos vencer o mundo, se não soubermos superar o egoísmo, vencendo uma a uma as tribulações, despojando-nos do resgate das mazelas de vidas passadas e da vida presente, somos na verdade incrédulos Tomés, somos como o vigário da nossa história que quis ver para crer e acabou acreditando numa tolice, numa mentira, porque lhe faltou um fator importantíssimo da evolução: a fé raciocinada que nos liberta dos engodos e dos enganos. O verdadeiro espírita aceita e vive a reencarnação como processo evolutivo, ainda que doloroso, mas apropriado aos que tem que passar por provas e expiações. Há também inúmeros Tomés entre os que dizem: “Eu sou espírita e sou médium”. No entanto, fazem desta faculdade inerente ao ser humano um questionário de mas, porém, todavia, etc. Ao inteirarem-se de que mediunidade é um serviço já se abalam, porque servir não é uma característica comum e apreciada pelo ser humano, e quando este “servir” envolve a sublimação de doar-se com amor e humildade, a situação piora. “Dar de graça o que de graça recebemos”, como ensinou o meigo Nazareno, complica mais ainda, e eis a mediunidade encarada, até certo ponto, como um estorvo, quando ela é uma bênção que redime, que alforria, que aperfeiçoa, pois oferece benefícios valiosos aos companheiros de jornada terrena, aos desencarnados aflitos que precisam de esclarecimento e consolo, e ainda faculta aos espíritos benfeitores trazerem mensagens, revelações, para o progresso do ser humano. O exemplo do Mestre, sua advertência ao dizer: “Não vim para ser servido, mas sim para servir”. Que encontramos no evangelho segundo Mateus, capítulo 20, versículo 28, parece não comover, nem servir de alerta a estes pseudoespíritas que aceitam a mediunidade, mas não a pra-

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ticam com sublimação, envolvendo-se em estratégias, fugas, diante de tão importante compromisso. Muitos deles até que praticam ou querem praticá-la, mas não admitem serem instrumento comum, pois mediunidade é um instrumento de trabalho. Não aceitam serem uma tosca enxada ou um simples arado nesta seara sublime, querem ser um possante trator para desbravar o mais alto da espiritualidade, servindo somente aos espíritos elevados angelicais. São médiuns que saltam para o exagero, que se consideram o vaso escolhido, o melhor dotado e, no entanto, não passam de incrédulos como Tomé na passagem bíblica, ou como o vigário da história, porque se assim procedem é porque lhes falta algo muito importante, a fé racionada, fé que traz o conhecimento, a compreensão de que o bom médium é aquele que tem consciência da sua responsabilidade e também das suas limitações, que procura burilar-se, fazendo sua reforma íntima através deste manancial de caridade, que ainda é a melhor arma para vencer as próprias imperfeições. Infelizmente, não passaram pelo adestramento dos reflexos condicionados, que, convenhamos, não é doloroso como o que ilustra na história a teoria de Pavlov. O adestramento necessário vem do amor, da dedicação que condiciona os reflexos na prática do bem, no servir, como Jesus ensinou. Acreditamos, sinceramente, que nenhuma outra religião prepara os seus adeptos como faz o espiritismo, dentro de reflexos que podemos qualificar de condicionados. Através dos grupos de estudos, de grupos mediúnicos, através das palestras, da assistência social, moral e espiritual, o espírita sabe reagir prontamente diante dos reflexos que o condicionam ao serviço junto a Jesus, que nos pediu que amássemos uns aos outros como Ele nos amou. E Ele nos amou de forma plena, ampla no reflexo do amor infinito de Deus, nosso Pai criador. Através de sua mediunidade perfeita nos amou com toda a sublimidade, curando os doentes, afastando os obsessores, consolando os aflitos, perdoando os pecadores e, de muitas outras formas, Ele nos ensinou que através dos reflexos condicionados amaríamos como

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Ele amou. Hoje, dentro do espiritismo que revive sua boa nova, sua conduta de instrumento do amor divino, Jesus procura fazer de cada um de nós seus discípulos, que o seguem lado a lado em suprema vigilância, com inalterável paciência para compreender e ajudar o próximo, caminhando mesmo dentro de atalhos cheios de espinhos, encontrando o prazer de dar sem esperar recompensas, perdoando quantas vezes se fizer necessário, servindo com humildade e aceitando os desígnios celestes nas reencarnações. O espiritismo revivendo os ensinamentos do Mestre divino alerta-nos que a solidão dos que se encontram nos asilos é um reflexo condicionado que faz com que corramos para levar o carinho, a atenção gratificante, aos que ali sofrem a amargura do isolamento e indiferença dos familiares, reanimando-os nesta reta final de sua trajetória terrena, quando se tornam tão vulneráveis. Que a dor física, e também moral, que dilacera os que se encontram nos leitos dos hospitais é também reflexo condicionado que impulsiona os espíritas a ir levar-lhes o lenitivo da palavra amiga e consoladora. Que a revolta, a frieza dos sentimentos, que imperam nos presídios, nas cadeias, são reflexos condicionados que exigem a presença dos espíritas nestes locais, não para acusar, julgar, mas sim para dar um voto de confiança, na esperança da reabilitação dos que ali se encontram. Que a carência afetiva nos orfanatos, é reflexo condicionado que pede aos espíritas a doarem o seu amor, acendendo nas criaturas que ali vivem a chama da esperança de novos horizontes, novos rumos no amanhã de suas vidas. Que a fome, a miséria de infelizes favelados, também são reflexos condicionados que despertam nos espíritas a necessidade de fazer caridade, levando a estes irmãos não o pão que nutre o corpo físico, mas sobretudo, levar-lhes Jesus, seus ensinamentos, pois ele é o pão

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da vida. Que o torpor, a insegurança, a fraqueza dos que se entregam aos vícios, principalmente das drogas, são reflexos condicionados que clamam aos espíritas por socorro urgente, compreensão e mão estendida que ampara, que ergue o infeliz caído no fundo do poço. E tantas outras situações dolorosas são reflexos condicionados que ocasionam a campainha da consciência, convocando os espíritas ao cumprimento do dever, também dentro das casas espíritas estão os reflexos condicionados que mobilizam os trabalhadores das mesmas, convocando-os ao serviço útil e responsável. Nem sempre há presteza, boa vontade em participar na solução dos problemas que surgem e ali se instalam. Na forma de comodismo, de omissão, de melindres, de orgulho, de impaciência, de crítica perniciosa, aparecem os gatos, os primos do Diabo, que precisam ser expulsos através do amor, do respeito, da união e colaboração sadia, para que as casas espíritas não se tornem o reduto de tarefeiros que protelam seus compromissos para o amanhã, quando sabemos que devem ser os trabalhadores da última hora e esta hora é agora, já. As casas espíritas abrem suas portas acolhendo a todos, sem distinção de raça, cor, credo ou condição social, quando vem em busca de auxílio, tanto material quanto espiritual, mas para que haja êxito que isto traga bons resultados, necessários se fazem que seus tarefeiros abram o seu coração, abraçando a bela causa que é a prática da caridade. Meus irmãos, minhas irmãs, busquemos enfocar a nossa história dentro do comportamento dos espíritas, procurando lembrar, mais uma vez, que o espiritismo é a religião que revive com fidelidade à doutrina do Cristo. É dentro dele que temos as melhores condições de lutar contra os primos do Diabo, que não são os gatos, mas sim as nossas imperfeições. O espiritismo que nos ensina que a comunhão com Cristo é feita em nome do amor e o amor é dádiva de Deus, ao mundo, atendendo ao homem no caminho da evolução.

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Que o espírita seja como o sândalo, que na floresta perfuma o machado que fere. Que seja como a ostra, que não repele o grãozinho de areia que tanto a incomoda e faz sofrer, mas o aceita e faz dele uma preciosa e bela pérola. ***

PERDOA E SERVE Paz! Este é o assunto do momento. A necessidade de paz tem levantado vários movimentos que clamam por ela, no mundo todo, porque não há paz nos lares de um grande número de famílias que estão desajustadas, desestruturadas e destruídas dentro de um clima de mágoas e ódio. Não há paz nas comunidades, porque o desajuste da família, que é a célula master da sociedade, se reflete nos indivíduos destas comunidades, provocando discórdias por quaisquer motivos. Não há paz no país em que vivemos, porque os valores morais se perdem diante da impunidade, do abuso do poder, das disputas tribais, da falta de ética política, social, religiosa e da miséria crescente, que traz a marginalidade. Não há paz no nosso planeta porque o orgulho e o egoísmo cegam e escravizam a humanidade, formando divisões entre os povos, fomentando a rivalidade e o separatismo. Infelizmente estes clamores, estas manifestações públicas não podem trazer a paz, a não ser que consigamos exercer a virtude que reverterá o quadro da violência, do medo, da insegurança, que tanto nos afligem, esta virtude é o perdão. Se houvesse o perdão haveria a compreensão, a tolerância e o respeito, mesmo entre os povos de cor/raça, credo e condições sociais diferentes. Se houvesse o perdão, seriam colocados em prática meios sensatos para corrigir as anormalidades que surgem. Na atualidade temos provas de que grande parte da humanidade não sabe perdoar e nem mesmo mini-

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mizar as tragédias que ocorrem. Dando razão ao orgulho e egoísmo, empregam-se métodos hediondos, como a retaliação, a chantagem e a guerra sangrenta, para saciar a sede de vingança, nem mesmo a sensação de vitória está conseguindo aplacar este sentimento tão negativo e tão destruidor que é o ódio. Por isto, tememos que a paz ainda esteja longe de ser alcançada. O perdão é tão importante e necessário que Jesus refere-se a ele em várias passagens de sua boa nova. Uma delas acontece quando Pedro indaga: “Mestre quantas vezes devemos perdoar? Sete vezes? ” (O número sete está integrado a algumas religiões, como um número místico, daí a colocação de Simão Pedro). Jesus responde: “Não sete vezes, mas setenta vezes sete”. Ou melhor dizendo, sempre que for oportuno para que haja paz entre as criaturas, é preciso perdoar. De outra feita Jesus recomenda: “Se te baterem numa face, apresente-lhe a outra”. Está claro que o não reivindicar é perdoar. Também são palavras do Mestre: “Antes de ofereceres sacrifício e louvores a Deus, vai e reconcilia-te com teus inimigos”, No episódio da mulher que estava prestes a ser apedrejada pela multidão, acusada de adultério, é salva por Jesus, que indaga a esta multidão que condena: “Quem de vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Como ninguém atirou pedras aconteceu um perdão forçado, mas valeu pela lição. E no martírio da Cruz, Jesus sublima o perdão, quando perdoa seus algozes e roga ao Pai que também os perdoe. Há outras citações no evangelho, entretanto, a lição do perdão que mais tem a ver conosco é a que nos traz a parábola do filho pródigo, narrada no evangelho de Lucas (capítulo 15, versículos 11 ao 32) que explica o perdão divino e o perdão humano. Eis o que nos diz esta parábola: Nesta parábola Jesus fala da bondade e magnitude do Pai criador, Jesus nos diz que Deus, este Pai, é todo amor e bondade. Que ele é justo, sábio e misericordioso, sempre pronto a nos acolher, perdo-

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ando nossas faltas. Mas mesmo que quiséssemos ignorar os ensinamentos de Cristo, dentro de nós, em nosso íntimo, há a convicção de que Deus nos ama muito, pois nos criou à sua imagem e semelhança e nos fez integrantes do reino cósmico universal, e quando alcançarmos a perfeição, este reino que está em nós, será integrado ao reino universal. Mas para chegarmos a perfeição somos colocados nas escolas planetárias, onde teremos que fazer o aprendizado que nos dará condições de cultivar virtudes e bons sentimentos para alcançar a meta a qual estamos destinados. Para nós, nossa escola é a Terra. Aqui aprendemos, passamos por provas, vencemos dificuldades que fazem parte de nossa gincana evolutiva. Este aprendizado é longo e se estende por muitas existências, mas ele é necessário e nós ansiamos por ele. Deus nos criou simples e ignorantes, mas não nos colocou nesta escola indefesos, desprotegidos, nos cumulou de meios para desempenharmos nossa tarefa satisfatoriamente através dos tempos, temos sido auxiliados por forças e por espíritos abnegados que têm trazido as luzes do saber espiritual. E, como prova maior, nos enviou Jesus Cristo, um espírito perfeito que habitando entre nós, ensinou-nos a viver através de um roteiro completo e eficaz que Ele viveu e simplificou, e graças a este roteiro, que chamamos de evangelho, hoje, mais que ontem, estamos em condições para o nosso aprendizado. Então porque a necessidade do perdão divino? Nós fizemos desta situação privilegiada uma fonte de egoísmo e vaidade. E o egoísmo é um sentimento negativo que encarcera, escraviza os corações. A vaidade é uma chaga que fere o ser humano, mas longe de aceitarmos isso, tornamo-nos cegos pelo orgulho de nossa supremacia na criação terrena e, a exemplo do filho pródigo, nos distanciamos da paternidade celeste, presunçosos e pretensiosos, confiantes em nossa origem divina, confiantes na condição de seres superiores da criação, tomamos os bens que o pai nos legou e lançamos o nosso grito de independência e, tal qual o jovem da parábola, deixamos de usar

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a nossa potencialidade na causa do bem e acabamos enredados nos laços que nos prendem aos círculos menos elevados e, até mesmo, aos círculos mais baixos da vida. Dispensando o amparo paterno, lançamo-nos a uma conquista inglória que é o material, e o que o material para o ser humano sempre foi fascinante. Afastamo-nos da casa do Pai, partindo em caminhos obscuros, enganosos, dilapidando os valores morais, dissipando os bens que o Criador nos doou e acabamos prisioneiros na rede dos vícios, das paixões e dos prazeres físicos. Como o filho pródigo citado por Jesus, deixando a casa do pai, tornamo-nos filhos perdidos, dissolutos, entregues a toda espécie de pecados. Enquanto não tomamos consciência do que estamos fazendo, enquanto não tivermos consciência do lodaçal em que chafurdamos, estaremos retardando a graça redentora do arrependimento, e é o arrependimento que tudo corrige, tudo transforma, tudo aperfeiçoa, tudo redime, trazendo a regeneração que propicia a evolução. Sem a graça do arrependimento continuaremos filhos rebeldes, mergulhados na escravidão, nos delitos insidiosos. Sem o arrependimento somos filhos pecadores que alteram o curso de sua evolução espiritual, pois temos o livre arbítrio, do qual não sabemos, na maioria das vezes, usá-lo corretamente. O arrependimento é aquela luzinha no fim do túnel, que ilumina o caminho do perdão. Mas, apesar da nossa irresponsabilidade, nós temos uma consciência que alerta-nos, dizendo que nós, na condição de alunos, mesmo em crescimento na escola da sabedoria universal, temos errado e muito através dos tempos. Esta consciência nos diz que os erros, as paixões, estão obcecando os nossos pensamentos, retardando o arrependimento, que somos falhos e omissos, mas para a nossa felicidade, a verdade do amor divino também existe. Embora, muitas almas permaneçam caídas, Deus lhes renovam diariamente as oportunidades de reerguimento. Por maiores que sejam seus pecados, por maiores que sejam suas quedas, se houver o arrependimento, há chances de se dar a volta por

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cima e retomar o caminho da casa Paterna. Pois Deus não se limita a aguardar a volta do filho rebelde, vai ao seu encontro e, através dos seus mensageiros do amor e da bondade, presta-lhe ajuda. Sabemos que os espíritos abnegados procuram auxiliar-nos, trazendo o entendimento de como trilhar o caminho do bem, este entendimento vem pela influência ou através dos mecanismos da mediunidade. Essa assistência não é só privilégio dos espíritas, mas sim de toda a humanidade, pois todos somos filhos do mesmo Criador e, portanto, com os mesmos direitos. Em suas palavras, Jesus nos assegura que Deus é um Pai todo amor, trabalho e ação. Um Pai que nos acolhe e perdoa quando estamos prontos para aceitá-lo, honrá-lo e amá-lo como nosso Criador, pois ele é Pai misericordioso que nos criou para a perfeição, portanto, não devemos aceitar a existência de um Deus arbitrário, concebido por algumas crenças. Um Deus que nos dá medo, pois cria filhos fortes, corajosos, que com pouco esforço, algumas vezes em situações privilegiadas, conquistam a bem aventurança eterna; mas também cria filhos fracos, pusilâmines, que na primeira dificuldade falham e são presas fáceis de um arqui-inimigo que os arrebata para um inferno de suplícios eternos. Ao ressaltar a bondade de Deus, Jesus ensina-nos que jamais seremos entregues a este suposto opositor, já que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, já que somos uma criação divina, não iremos para um inferno eterno, onde há só choro e ranger de dentes. O inferno, como sendo um lugar de dor, existe, mas não é eterno. Ele existe no plano espiritual, mas dura enquanto os espíritos endividados se mostram recalcitrantes, endurecidos, há choro e ranger de dentes até que venha o arrependimento, a vontade de sair daquela situação dolorosa. Existe também o inferno com choro e ranger de dentes aqui na Terra, mas ele tem a duração que nós lhe damos. Ele não é eterno, pois cessa quando tomarmos consciência dos nossos erros e partimos para a mudança de hábitos. É preciso raciocinar, questionar e não aceitar os dogmas terríveis acerca de Deus. Quem os aceita, estará duvidan-

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do de Jesus, que nos assegura que o Pai é sábio, justo e misericordioso, e que de maneira nenhuma nos abandonará. Esta parábola do filho pródigo, que retrata o nosso mundo, é indiscutivelmente consoladora e cheia de verdades que nos impulsionam na realização do Reino dos Céus. A prova disto está no progresso da humanidade. Estamos numa maioria surpreendente que caminha para Deus. Muitos acham que o mundo está cada vez pior, em franca decadência. Isto não é uma verdade, é apenas uma opinião, pois os que estão estacionados no caminho da evolução, os que ainda transgridem de forma acintosa as leis de Deus, como os malfeitores, os marginais são uma minoria. A grande maioria caminha, ainda que vagarosamente, passo a passo, na marcha evolutiva. Analisando essa marcha em seu mais profundo significado, deparamo-nos com o exemplo do filho pródigo. Assim como ele, abandona temporariamente a casa do Pai em busca de emoções e prazeres, nós também fazemos o mesmo durante os nossos ciclos reencarnatórios, aferindo para nós máculas que deverão ser expurgadas no caminho do retorno, isto durante as múltiplas reencarnações. Podemos observar que ao nosso redor, todos os dias, inúmeros filhos rebeldes estão retornando ao lar, graças à semente da boa nova, lançada por Cristo e regada por benfeitores, tanto reencarnados como desencarnados. Uma aversão erros de outrora, uma ação benévola, a conscientização de nossa origem divina, a vontade de ajudar o próximo, a intenção de nos tornarmos melhores, colocando-nos a disposição de nossa consciência, são provas juntas ou independentes de que o caminho da volta foi retomado e que a cada passo, largo ou não, rápido ou não, a distância entre nós e Deus torna-se menor. Porque tangidos pelo sofrimento, assolados pela angustia, vencidos em nosso orgulho, no fim de nossas forças, após muitas idas e vindas em reencarnações de provas e expiações e reencarnações mais sublimes, a exemplo do filho pródigo, chegaremos ao aconchego do Pai e humildemente lhe diremos: “Pai, pequei contra os céus e contra a ti, já não sou digno de

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ser chamado de teu filho”. E amorosamente, sem um gesto de recusa, sem um olhar de censura dar-nos-á o perdão e receber-nos-á de volta, dizendo que as portas do seu reino sempre estiveram abertas a nossa espera. E, como está relatado na parábola do filho pródigo, haverá muitas festas, muita alegria nos Céus, porque uma alma que estava perdida retorna à casa do Pai. E como disse Jesus “Neste dia há mais alegria nos Céus por um pecador que se regenera, do que por 99 justos que perseveram”. Observem como é bela essa parábola, quantas lições ela nos traz. Aprendemos a lição do arrependimento do filho rebelde, a lição do amor do pai e, a mais importante delas, a lição do perdão do pai. Um perdão sublime, divino. Mas a parábola do filho pródigo continua e o irmão obediente indaga: “Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo mandas matar um novilho gordo! ” Explicou-lhe o pai: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu; convinha, porém, fazermos festa, pois que este teu irmão estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi achado”. Nesta segunda parte, vemos a reação do filho obediente, que não saíra da companhia do pai. Ele enche-se de revolta, de inveja, e reprova a atitude do pai. Coloca-se contra o irmão pecador e não admite que se deva festejar, sem arrependimento, sem reconciliação, não quer compartilhar a alegria do pai. Entre nós há muitos desses filhos obedientes. Procuramos levar uma vida honesta, procuramos cometer o menor número de erros e queremos sermos rotulados como bons cidadãos, bons cristãos, bons filhos de Deus. Mas debaixo desse verniz de perfeição, trazemos o egoísmo de não admitir que deem regalias aos que erram, não aceitamos dar o perdão total ao que quer reabilitar-se, não aceitamos conviver em paz e alegria com quem tanto pecou. Isto é triste, porque Jesus nos disse: “Com a mesma medida que medirdes, sereis

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medidos”. Esta classe de filhos obedientes parece ser pior que a dos filhos pródigos, nestes há o arrependimento, a humildade, a vontade de reabilitar-se e progredir; nos filhos obedientes, debaixo da capa de santidade, há paixões más. E assim se resume a humanidade, uma parte de filhos pródigos, outra parte de filhos obedientes. E como esta parábola retrata o nosso mundo, todas as duas partes têm imperfeições. Quando falamos de filhos obedientes, referimo-nos aqueles que procuram não transgredir tanto as leis divinas, mas como o nosso planeta é de seres imperfeitos, os bons, os melhores, ainda são falhos. Em mundos superiores os bons são realmente bons. É por isso que ainda não sabemos perdoar, e se o fazemos, este perdão ainda é imperfeito, com restrições, exigências, não é total nem incondicional como o perdão divino e, no entanto, é preciso perdoar, pois há muitas razões para que nos esforcemos em exercitá-los. Joana de Angelis, no livro, “Alerta”, psicografado por Divaldo P. Franco, nos dá algumas destas razões. Ela nos diz: “Perdoa porque o teu agressor, talvez, noutra circunstância, levantaria a voz em sua defesa. O teu adversário, possivelmente, em situação diferente, será o amigo que te estenderá a mão em socorro. O teu caluniador, quem sabe, em posição diversa, virá em teu auxílio. O teu inimigo, certamente, passada a injunção de agora, ser-te-á devotado benfeitor. O teu acusador, superado o transe que o amargura, far-se-á o companheiro gentil da sua jornada. Perdoa aos que se voltaram contra a tua pessoa, levantando dificuldades no caminho pelo qual avanças. Perdoa as suas ofensas, sem ofensas, sem impores quaisquer condições, sem querer aclarar incompreensões ou dirimir equívocos. O perdão deve assentar-se no esquecimento da ofensa, no repúdio total ao mal, sem exigências. Porque: Não sabes como se encontra aquele que se ergue para ferir-te acusar-te; Ignoras como vive intimamente quem se fez teu inimigo; Desconheces a trama em que tombou o companheiro a ponto de voltar-

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-se contra ti; Possivelmente não experimentaste a dolorosa aflição que padece aquele que te fere, e amargura as tuas horas. É certo que nada justifica a atitude inimiga, a posição agressiva, a situação adversária, no entanto, se fosses ele que estivesse no teu lugar, talvez agisses da mesma forma ou pior. Para evitar que isso te aconteça, exercita o perdão, preparando-te para não tombares na rampa por onde outros escorregaram. Pois, quem perdoa ofensas adquire paz e propicia paz. Quem esquece o mal de que foi vítima, vitaliza o bem de que necessita. Nunca te faças inimigo de ninguém, nem aceites o desafio dos que te fazem inimigo, sintonizado na faixa deles. Se não conseguires superar a injunção penosa que os teus inimigos criam, ora por eles e pensa neles com paz no coração. O inimigo é alguém que enfermou. Recorda Jesus que, mesmo vítima inocente, perdoando rogou ao pai, que a todos perdoasse. Perdoa e serve porque o teu próximo necessita de tudo quanto a ti é valioso na vida. Concede-lhe o tesouro da tua cooperação, irradiando na sua direção pensamentos de bondade e de simpatia. Ninguém vive sem o milagre da cooperação. Mesmo que o não percebas, tudo e todos cooperam para que vivas e cresças no rumo da meta para a qual renasceste. O teu próximo, igualmente, não prescinde dos teus pensamentos positivos, nem da tua cordialidade. É certo que há pessoas portadoras de expressões que as tornam antipáticas a tua conveniência. Não obstante é necessário envolvê-las nas tuas vibrações de ternura. Da mesma forma, não te enganes. Tu também exteriorizas, sem que o percebas, manifestações psíquicas que te fazem inamistoso e antipático a outras pessoas.

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Por certo, gostarias que o teu próximo dissimulasse as dificuldades e limitações que possui, oferecendo-te receptividade agradável e cordial. Age da mesma forma, em relação aos que te parecem desagradáveis. Coopera com Deus, na edificação do bem, não te excursando a lavoura da gentileza, nem ao contributo da tua amizade. Ninguém sobrevive sem o auxílio da afeição de outrem. Um tijolo cooperando com outro levanta a construção. Um grão se une a outro no silêncio do solo e eis que surge o campo luxuriante. Uma molécula se agrega a outra e a galáxia se espraia pelo infinito. Doa a tua cooperação por menor que te pareça. Ao fazê-lo, evita o impositivo da tua paixão a exigência da tua forma de ser, pois que isto representa uma cobrança do que supões ofertar. Quando alguém oferece algo a outrem, a si próprio enriquece, pois é dando que se recebe. O pólen, que se deixa arrastar pelo vento, é responsável pela fecundação, sem qualquer imposição de sua parte. A chuva tomba generosa e espontânea, sustentando a vida e reverdecendo o solo. Não te imponhas nunca. Jesus cooperando com o homem foi claro ao dizer: “Aquele que quiser vir após mim, tome a sua cruz e siga-me”. No entanto te deixou a condicional do livre arbítrio. Coopera, portanto, com a vida, esparzindo bênçãos onde estejas, com quem te encontres, conforme surja a oportunidade. Retribui com amor o amor que a vida te oferta. Viva e deixe viver. Ama, perdoa e serve. Eis a receita da paz”. ***

“NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS SIM A ESPADA.”

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É norma das casas espíritas trazer em suas doutrinas e palestras, as belas lições do evangelho. É nele que temos todos os ensinamentos necessários à nossa escalada espiritual, a nossa evolução. Sabemos todos que a bíblia é o livro mais importante que a humanidade conhece, mas essa importância se deve ao evangelho de Jesus, nela contido. A afirmação de Cristo: “Não vim destruir a lei, mas sim cumpri-la. ” É uma delegação de dever que nos foi dada. É um compromisso que assumimos, uma responsabilidade contraída pelo conhecimento que temos do evangelho, pois nele está todo o cumprimento das leis de Deus. Jesus, através de suas pregações, ensinou-nos todas as virtudes que nos dão condições de cumprirmos este compromisso e assim alcançarmos a salvação. Mas uma coisa que fascina e emociona é ver que cada passagem da vida do Mestre é um relicário de múltiplos ensinamentos, cada lição está repleta de esclarecimentos venturosos, por ter por mestre, a figura inconfundível e exemplar de Jesus. Mas diante desta profundidade é preciso colocar em função a fé raciocinada, procurar entender o que Jesus em verdade quis dizer. Necessário faz-se ter “olhos para ver e ouvidos para ouvir”. A passagem evangélica narrada por Lucas no capítulo 12, versículos 47 ao 53, é um exemplo da necessidade deste raciocínio: 47. O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; 48 mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá. 49 Vim lançar fogo a terra; e que mais quero, se já está aceso? 50 Há um batismo em que hei de ser batizado; e como me angustio até que venha a cumprir-se! 51 Cuidais vós que vim trazer paz a terra? Não, eu vos digo, mas antes dissensão: 52 pois daqui em diante estarão cinco pessoas numa casa divididas,

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três contra duas, e duas contra três; 53 estarão divididos: pai contra filho, e filho contra pai; mãe contra filha, e filha contra mãe; sogra contra nora, e nora contra sogra. ***

MARIA DE NAZARÉ Junto à cruz uma mulher de rosto angustiado, numa afeição dolorosa e muda, contempla um homem na cruz. Em meio a sofrimentos indescritíveis, aquele homem ainda que no auge da dor num esforço supremo consegue pronunciar palavras de amor, de resignação e sobretudo de perdão. O homem é JESUS, que pela insanidade do orgulho e do egoísmo dos homens, agoniza pregado aquele madeiro. E a mulher, atravessada pela espada da dor é Maria de Nazaré, sua mãe extremosa. Mesmo em sua agonia atroz, Jesus contemplando a mãe aflita que tinha junto a si João, o discípulo amado que sempre o acompanhava, diz para Maria, estas palavras de amparo: “- Mãe, eis aí teu filho e olhando para João, lhe recomenda: - Filho eis aí tua mãe!” O divino redentor retribuía assim, sua gratidão para com a mulher que lhe proporcionará a oportunidade de encarnar na Terra a fim de cumprir sua missão de trazer a renovação ao mundo de que é o governador. Ao mesmo tempo, através de João ele oferecia à humanidade a proteção, o amor, daquelas criaturas cheias de virtudes e dedicação, aquela que merecera ser mãe do filho de Deus. Ainda antes do fim de seus tormentos, Jesus mostra toda a sua grandeza divina, pedindo ao Pai: “Perdoai-os porque não sabem o que fazem. ” É a lição grandiosa do perdão aos seus algozes e que passaria para a história exemplificando o que ele sempre pregara. E, submisso, cumprindo a sua missão como enviado de Deus, ao exalar os últimos suspiros de vida, ainda consegue dizer: “Está tudo

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consumado”. Momentos depois Maria de Nazaré acolhia em seus braços o corpo inerte do filho amado. Um corpo dilacerado pelos açoites dos verdugos, coberto de chagas pelas constantes quedas através da caminhada até o calvário e do peso da cruz colocada em seu ombro. O rosto coberto de sangue que escorria dos ferimentos provocados pela coroa de espinhos cravada em sua cabeça. Os olhos serrados pelas dores profundas, os cabelos grudados em uma pasta de sangue, a boca muda, e as mãos rasgadas pelos pregos nelas cravados. Aquele quadro doloroso, fruto de tormentos terríveis, foi para Maria de Nazaré o momento mais cruel, mais angustiante de sua vida, pois embora sendo um espírito de grandiosa evolução, estava integrada aos tormentos, ao sofrimento, inerente às mães reencarnadas nesse nosso planeta de provas e expiações. Olhando o filho assim, desfigurado, relembra que apenas dias antes, aquele corpo caminhava ágil pelas estradas poeirentas da Palestina. Que aqueles olhos tão meigos, cheio de luz, de amor, irradiavam sobre ela, e todos os que com ele conviviam, emanações maravilhosas. Relembra o rosto tão belo do filho amado, os cabelos anelados, as mãos suaves que acariciavam, socorriam, curavam e abençoavam a tantas criaturas aflitas, necessitadas e doentes. Estremece ao fitar aquela boca, que levava tantos ensinamentos, tanto consolo em palavras suaves, mas levadas de energia e encorajamento. O maior erro da humanidade estava consumado. Finda assim sua missão de mãe terrena do Cristo feito homem. As lágrimas encobrem aquela cena de tanta dor e Maria volve as recordações do passado. Acolhem-na as lembranças do dia em que estando em oração, recebeu a visita de um anjo do Senhor, disse-lhe o anjo: “Ave cheia de graça o Senhor é contigo. Não temas Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe darás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do altíssimo, e o senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi e reinará eternamente na casa de Jacó e o seu reino

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não terá fim. O espírito santo descerá sobre ti e a força do altíssimo te envolverá com a tua sombra por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus”. Maria de Nazaré compreendeu que Deus a convidava para ser a mãe humana do Messias prometido. Sentiu a grandeza da missão que lhe era proposta, mas também intuiu a aflição que isto lhe traria, mas mesmo diante da certeza de que seu coração materno passaria por provas dolorosas, colocou-se à disposição de Deus: “Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim segundo a Sua palavra”. Começava a missão de gerar a encarnação do espírito mais perfeito que a Terra conheceu. Isabel, por inspiração divina teve a percepção da gravidez de Maria e completou a saudação angelical dizendo: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. Por circunstâncias programadas pela espiritualidade para que aprendêssemos as lições da humildade, do desprendimento material, Jesus nasceu numa humilde manjedoura, entre os encantos e perfumes da natureza, entre cânticos de paz amor e pureza. Relembrava a alegria imensa que aquele menino de origem divina lhe despertava. Quantas vezes tivera a oportunidade de vê-lo dirigir palavras de consolo aos desamparados e tristes. Dentro do ambiente doméstico, Jesus já mostrava sua missão celestial. Buscava aliviar o sofrimento dos doentes, dos que buscavam consolo ou esperança, tinha palavras de infinita bondade, paciência com aqueles que mostravam rebeldia, e muitas outras virtudes dele emanavam, provando a sua origem divina e perfeita. Todos estes fatos, estas coisas, penetravam no coração de Maria, dando um sentido profundo e total a sua vida, provando a Deus sua fé, sua alegria em ser a serva do Senhor. Maria sentiu que Jesus era, na verdade, o filho de Deus e que ela deveria colocar-se como serva do Senhor, sem reivindicar direitos de ser mãe sobre Jesus. E assim Maria começa a participar de modo singular da graça de ser a mãe de Cristo. O amor materno humano, associa-se ao modelo de imitadora de Cristo aderindo ao lado espi-

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ritual do filho. Ela faz uma completa adesão, mostrando que daí por diante seguiria com fé e segurança a missão não de seu filho, mas do filho de Deus. Cada vez mais iam desligando os laços humanos de mãe e filho, começando então os desígnios de Deus que eram: Jesus como o Cristo redentor e Maria como a serva do senhor. A mulher que mereceu a tamanha graça, de trazer ao mundo o divino emissário, seria glorificada com Cristo. Maria, portanto, participou da missão terrena de Jesus, porque esta existência terrena de Jesus foi toda entregue ao Pai e ao Reino do Pai, na conquista de levar todas as almas para Deus. Homens de dura servidão, os escribas e fariseus, contemporâneos de Jesus, não souberam sentir esta imorredoura mensagem. Não entenderam que estavam face a face com o Messias prometido, tão esperado e anunciado pelos profetas. Ervados de ódio e egoísmo, armaram a trama que culminou com a morte de Jesus e que Maria acompanhou até o sepultamento de seu filho. Deve ser quase impossível descrever o sofrimento da separação com seu filho. João recebeu Maria como sua mãe e levou-a morar com ele em sua humilde choupana. Maria aceita o convite de João e sua humilde choupana passou a chamar-se Casa Santíssima, pois Maria praticava a caridade cuidando de todos que a procuravam com verdadeira dedicação maternal. Formou-se, diante da casa em que habitava, verdadeira legião de necessitados e sua ação junto a todos fez com que fosse reconhecida e amada como “A mãe do mestre Jesus. ” A mãe santíssima de todos que nela buscavam socorro, consolo e coragem para enfrentar os dias tenebrosos, por quem passavam aqueles que reconheciam o valor da Boa Nova. Sua missão de serva do Senhor era cumprida com a força do seu amor que sentia por seu filho. Vivia para servir o próximo participando de suas angústias, seus sofrimentos, e procurando dar a todos o auxílio, o consolo, como fizera seu Jesus. Sua despedida deste plano material, para ir ao encontro do filho amado, deixou para a humanidade o

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maior exemplo de cumprimento do plano de Deus. Ela ensina-nos que devemos dizer sim para Deus, pois ele tem para nós um plano, o plano de dar Jesus a todos, fazendo de nossos atos as respostas positivas, o sim sincero e submisso, como o de Maria. Dar amor, liberdade, solidariedade, praticando a caridade. Maria é o exemplo que nos anima a dar a Deus uma resposta positiva, vamos repetir suas palavras e dizer com toda a fé: “Eis aqui os vossos servos”. O que dizer a Maria santíssima? Queria ter a veia de poeta, quisera ter a voz do rouxinol, quisera ter um pouquinho da luminosidade do anjo Gabriel e da evolução espiritual de Isabel e poder, elevar a ti, Maria de Nazaré, a mais sublime saudação dada a um encarnado humano. “Ave cheia de graça, o senhor é contigo, bendita és entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. Obrigada Maria por existires. ***

O AMOR O Apóstolo Paulo faz uma apologia ao amor, numa de suas cartas aos Coríntios diz ele: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se eu não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar, e conheça todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se eu não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso se aproveitará” (I Coríntios, capítulo 13, versículo 1 ao 3) Paulo explica como é o amor e dá a suas qualidades:

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Paciência Humildade Bondade Generosidade Delicadeza Entrega Tolerância Paciência O amor é paciente, é benigno. A paciência é uma virtude que aguenta tudo. Quando usada como corrigenda, principalmente em nosso lar, traz resultados positivos, porque expressa amor, compreensão ao que é corrigido. Diz Emmanuel: “A paciência é sempre capaz de aguentar e compreender, servir e recomeçar incessantemente, o trabalho do bem nas bases do amor para que a vida permaneça em luminosa e constante ascensão. ” Humildade Continua Paulo dizendo: “O amor não se ufana e nem se ensoberbece”. Paulo fala da humildade que faz parte do amor. Não é humilde de posição social, nem de bens materiais, nem humilde de intelecto ou de profissão, mas humilde do coração, que está livre do orgulho, porque mesmo nas classes dos que tem poucos bens materiais, pouco intelecto, posição social inferior, profissão também inferior, o orgulho está presente. A humildade no amor é despida do orgulho e da vaidade. Bondade Diz Paulo: “O amor não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”, Paulo está falando da bondade. Virtude que deseja a felicidade das pessoas e esta felicidade não se

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multiplica em cativeiro, nem diminui quando se dá. Ao contrário, é semeando a felicidade através da bondade, que conseguimos aumentar a nossa própria felicidade. Disse São Francisco de Assis: “É dando que se recebe. ” Portanto a bondade é o amor ativo. Paulo vai colocando mais virtudes que são ramificações do amor. Generosidade Virtude como generosidade, que traz o auxílio mútuo. Delicadeza É com delicadeza que se manifesta o amor nas pequenas coisas, quem possui delicadeza não é grosseiro, trata a todos bem, principalmente no lar, não somente aos familiares mas a todos que ali estão, por exemplo, a empregada doméstica, o jardineiro, o motorista, etc. Entrega A entrega é uma das lições mais presentes nos ensinamentos espirituais. Ela diz que não existe felicidade em ter e receber, mas apenas em dar e em se doar. Tolerância Com a tolerância é preciso compreender que firmamos um compromisso com o Pai. Compromisso em que a tolerância não permite que nos sintamos ofendidos e, assim podemos dizer: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Paulo ainda fala que: “O amor jamais acaba. Mas havendo profecias desaparecerão. Porque em parte conhecemos, em parte profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, o que então é em parte será aniquilado”. A carta de Paulo aos Coríntios se estende muito mais, mas ela não é o único documento a mostrar a importância do amor. Todas as obras primas do Cristianismo concordam a esse respeito. O amor é a essência infinita do criador, é chama que consome os defeitos humanos, desfaz as dúvidas e incertezas, cessa o ódio e o rancor, põe por terra o orgulho e faz renascer, mesmo naquele em

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vida já esteja morto. É produto de uma fonte inesgotável que irriga todo o universo. Ante o amor o fraco se faz forte, o enfurecido alcança a mansidão, o inimigo se torna irmão e compartilha conosco a felicidade da convivência pacífica. As fronteiras desaparecem e o homem vê em cada semelhante, um ente querido, um ser como ele, criado à semelhança de Deus. Quando conseguirmos não apenas compreender as palavras do Apóstolo, mas torná-las metas e serem alcançadas em nossas vidas, desfrutaremos de um mundo de compreensão, solidariedade e harmonia. E então ouviremos novamente os anjos bradarem: “Paz na terra aos homens de boa vontade”. Carta de São Paulo aos Coríntios: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece. Não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade, Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.

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Quando eu era menino, pensava como menino, mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos como por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” (I Coríntios, capítulo 13, versículo 1 ao 13) ***

BERÇO E TÚMULO. Dentro desta realidade: berço e túmulo, ou melhor dizendo, desde o nascimento até a morte física, há todo um tempo durante o qual estamos sujeitos aos acontecimentos que fazem parte de um planejamento importante, feito na espiritualidade e adequado a cada um de nós, obedecendo a lei de causa e efeito. Isto é elaborado de tal maneira, que nos permite resgatar melhor os débitos adquiridos por nossa imprevidência e nossa irresponsabilidade. Vejam bem que se falando de realidade, do planejamento original, feito lá do outro lado, e não do que vivemos no dia a dia, deturpado pelo livre arbítrio, que nos faz cair em deslizes desastrosos. O planejamento original gera situações que envolvem o lado físico e o lado espiritual do ser humano, mas é sempre dentro das leis imutáveis de Deus; daí a sua importância. O contexto da vida humana que vai do berço ao túmulo, visto e vivido pelo lado físico, nos leva a lutar pelo progresso intelectual, na aquisição de bens materiais que garantem a nossa subsistência. Para que isto ocorra somos preparados por pessoas que se responsabilizaram em trazer-nos ao planeta Terra dentro de um lar, e com sustentação para enfrentarmos esta jornada humana. Estas pessoas são os pais, que vão encaminhando os espíritos acolhidos em seu lar e que passarão a chamar-lhes de filhos.

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Na infância, os pais se fazem presentes, amparando os seres frágeis e indefesos, adequando-os à melhor maneira de cumprirem o planejamento feito. Na adolescência e juventude os pais transmitem aos filhos a importância da vida terrena, e os meios necessários para estudarem e aprenderem uma profissão. Cumpridas estas etapas, eles caminharão com suas próprias pernas, pois lhes foram dadas raízes para terem os pés no chão, e asas para voar em busca de novos horizontes, novos ninhos, com segurança e serenidade. É na fase adulta dos espíritos no mundo terreno quando terão que lutar por sua própria sobrevivência, e a dos que lhe chegam pelos liames dos compromissos. Aos que fazem jus, pelo seu esforço, esta trajetória do berço ao túmulo, será melhor, mais digna, por outro lado, aos que se deixam levar pela irresponsabilidade, pela inércia, com certeza a vida terrena será uma catástrofe, uma aquisição de mais débitos a exigirem resgate oportuno. Sabemos bem que consequências virão sempre que falharmos nos nossos compromissos materiais. Consequências que atingem a todos, tanto para os que se encontram numa situação mais privilegiada, dentro de profissões consideradas, como para os que estão na humildade de profissões, que aos olhos do mundo são insignificantes. Daí o empenho de cada um, dentro de seu padrão social e profissional, buscando ser reconhecido, ter seu lugar ao Sol, ter seu espaço merecido. No entanto, a vida humana, do berço ao túmulo, caminha sobre duas paralelas: a paralela física ou material e a paralela espiritual. Até agora só falamos da paralela material, seu desenvolver e suas consequências, no entanto, a paralela espiritual também tem seu planejamento cuidadosamente preparado no além e também está sob a responsabilidade dos pais, é um planejamento com necessidade de esforço pessoal dentro de objetivos transcendentais. É uma necessidade prioritária e que, se relegada a segundo plano tudo estará

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fadado ao fracasso. Eis assim os espíritos encarnados, nós, frente a frente com o serviço material e com o espiritual que levam a evolução. Como já vimos, no desenrolar da vida terrena tivemos ajuda da família e da sociedade, mas esta ajuda é bem maior quando espíritos reencarnam continuadamente como trabalhadores do bem e por caminharem com equilíbrio sobre as duas paralelas, com seu exemplo dignificante conquistam a posição de missionários a serviço da humanidade, sob a orientação de Jesus e, ao contrário dos pais, eles se dedicam não a uma só família, mas servem a todos como um todo. Desde a nossa criação, pois somos milenares com certeza, estamos sendo atendidos por eles, com diretrizes de comportamento seguro e espiritualizante, sempre se fizeram presentes os arautos da esfera superior, trazendo ensinamentos que vêm despertar a nossa consciência, onde estão gravadas as leis morais. Desde os tempos remotos da humanidade eles vêm conclamando todos para a renovação, para a mudança de hábitos, muitos precedendo e dando sustentáculo à doutrina do mais perfeito missionário que a Terra já conheceu: Jesus Cristo. A maioria vindo após o Cristo e testemunhando a beleza e veracidade desta doutrina, à guisa de ilustração, vamos citar os nomes de alguns deles, artífices da história da humanidade. Citemos: Moisés, Sócrates, Buda, Francisco de Assis, Alan Kardec, Ghandi, Madre Tereza de Calcutá, Francisco C. Xavier, esses são alguns dentre muitos. São missionários dentro de credo, raça, cor, condição social diferentes, mas todos tendo em comum um pensamento com o mesmo cunho moral, e que condiz com a doutrina do meigo Rabi Galileu. E também todos fizeram uso para o seu trabalho sublime, de um recurso inerente ao ser humano: a mediunidade. Poderíamos chamar esse recurso de profissão, já que ela é instrumento de trabalho, mas isto soaria de forma grosseira, pois profissão lembra remuneração. Embora a mediunidade seja regiamente remunerada, ela não o é pelo metal que paga o serviço prestado pelas

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profissões do mundo terreno, mas sim com o salário do aprimoramento e elevação espiritual. Jesus disse: “A cada um será dado segundo suas obras”. E a mediunidade quando bem exercida, quando obedece a recomendação do mestre (que diz: “Dai de graça o que de graça recebeste”) é a forja de boas obras, dá rentabilidade para o mundo espiritual. Os missionários, por sua condição evolutiva bastante elevada ou mais elevada que a da maioria dos humanos, exercem sua mediunidade com acerto e sublimação. Souberam fazê-lo graças às muitas vidas pregressas e acatando a pregação que é feita no mundo espiritual. Quanto a nós, ainda tão atrelados às imperfeições, fazendo parte desta grande maioria, temos que estudá-la para exercitá-la. Estudo, educação, dedicação, disciplina, são fatores essenciais para o seu exercício equilibrado. A exemplo das profissões terrenas, que também precisam de estudo, pois não se faz um bom médico, um bom engenheiro, um bom professor pela simples vontade de ser um destes profissionais, é preciso anos de preparo e dedicação para torná-los aptos dentro de suas especialidades, infelizmente os recursos espirituais não merecem o mesmo carinho, a mesma atenção que se dá aos recursos materiais. Se há muitos profissionais do mundo terreno, muito mais há no que se refere ao espiritual. Existem bons médiuns e maus médiuns. Há dias atrás, esteve entre nós uma companheira de Curitiba, que lembrando uma palestra de Raul Teixeira, falou sobre mediunidade atormentada e mediunidade de sublimação e usou como exemplo, os nomes de dois médiuns de grande potencial. Na mediunidade atormentada citou o nome de Adolf Hitler, médium a serviço das falanges do mal, e na mediunidade sublimada o nome citado foi o do nosso querido Chico Xavier, médium a serviço das falanges do bem. Hitler semeou o ódio, a prepotência. Chico semeia o amor, a humildade.

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Hitler trouxe a dor, o desespero. Chico mitiga a dor, acalma o desespero. Hitler destruiu milhares de vidas. Chico ergue milhares de criaturas em meio a dor e desespero. tirando a dor e o desespero. Hitler foi um algoz. Chico é um benfeitor. Hitler é lembrado por sua crueldade. Chico é lembrado por sua bondade. Há pouco tempo, num programa de televisão, chamado “Em nome do Amor”, dois cidadãos um médico conceituado e o filho da saudosa atriz Cacilda Becker, pessoas dentro de profissões altamente materialistas, tocadas pela gratidão e reconhecimento, prestaram uma pequena homenagem a Chico Xavier. Mostraram o quanto são gratos por terem encontrado, através do Chico Xavier, o consolo e a serenidade num momento doloroso de suas vidas. Disse o médico, Dr. Davi, diante de milhares de telespectadores espalhados por este Brasil a fora, do Oiapoque ao Chuí estas palavras: “Chico é o homem mais bondoso do mundo atual”. Fazemos agora duas perguntas. Alguma vez foi prestada homenagem a alguém por sua maldade? Qual a razão desta diferença gritante entre duas pessoas? Para a primeira pergunta a resposta é: Não. Para a segunda, a resposta está relacionada com Jesus. Na vida de Hitler faltou Jesus. Na vida de Chico, Ele está presente. Hitler repudiou Jesus. Chico abraça Jesus. Hitler fugiu do Cristo procurando viver encastelado no egoísmo, no orgulho, na vaidade e sede do poder. Chico segue o Cristo bem de pertinho, pertinho mesmo, vivendo sua humildade. ***

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ORAÇÕES e PRECES Senhor Jesus! Aqui estamos em nova oportunidade de aumentar nossos conhecimentos dentro desta doutrina renovadora. Tuas lições Jesus nos chegam copiosas sob a luz do espiritismo. Hoje sabemos que no berço ao túmulo e do túmulo ao berço, passamos pelas condições de senhores e escravos, de ricos e pobres, de fidalgos e plebeus. Entretanto também sabemos que todas as posições em que transitamos fugimos muitas vezes de verdade, dominados pelo orgulho e pelo egoismo, mas te pedimos hoje o auxilio para implodirmos estes sentimentos negativos e entregarmo-nos a fé que renova, a bondade que serve, ao amor que redime. Amem. Prece realizada por Augusta. ***

ORAÇÃO Senhor! Faze de mim um aparelho de televisão, para que meus pais me tratem, como eles tratam o televisor. Para que eles olhem para mim, com o mesmo interesse com que olham para a tela da TV, especialmente quando minha mãe assiste a sua novela favorita e meu pai ao seu esporte predileto. Eu gostaria de falar como aqueles homens e aquelas mulheres, pois quando eles falam, fica toda a família em silêncio, para ouvir bem o que eles tem a dizer. Eu gostaria de ver mamãe me admirar como ela se admira quando vê tudo que está na última moda. Eu gostaria que meu pai risse comigo como ele faz quando os artistas contam coisas engraçadas. Eu gostaria que me dessem tanta atenção quanto dão ao televisor. Quando este não funciona, imediatamente mandam chamar um técnico para

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consertá-lo. Eu gostaria de ser um televisor e assim ser o melhor amigo e a pessoa mais importante para os meus pais. Oh! Pai do céu, se tu me transformares num televisor, eu novamente teria pais e poderia me sentir feliz. Pai faze de mim um televisor eu vos peço em nome de Jesus. Amem. A vida é uma noite escura, A morte é uma linda manhã. Deus nosso Pai, através de Jesus e desta doutrina consoladora que revive o mestre somos animados a revestir-nos dos sentimentos de bondade, paciência, humildade, tolerância, mansidão para que possamos conviver em paz com o nosso próximo. Somos teus filhos imortais de espírito renovado a cada reencarnação, que não se abatem diante dos fracassos e das contradições. Procuramos ser fortes fazendo do sofrimento e das tribulações a mola propulsora da nossa evolução. Somos peregrinos nas estradas do mundo, mas firmes em busca da perfeição. Obrigada Pai abençoa -nos de nossos ideais e fazei-nos vitoriosos. Prece realizada por Augusta. ORAÇÃO Senhor Deus que sois todo poder e bondade! Aqui estamos de cabeça inclinada, olhos cerrados mas com o coração aberto para vós. Queremos neste momento esquecer tantas dificuldades que nos cercam e deixar que a vossa luz nos ilumine. Queremos sorrir para vós, agradecendo a beleza da vida, pois que vida são os conhecimentos que aqui tivemos oportunidade de receber. Queremos sorrir para vós, para assim merecermos sermos ajudados na caminhada rumo à bem-aventurança. Dá que, seguindo a trilha da caridade, sirvamos nossos irmãos sem-

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pre que possível. Mas servi-los com prudência, abnegação e suavidade para eles, se sintam amados e consolados. Dá-nos, servi-los, alegria e disposição pois que serve ama. Quem ama sorri para a vida. Quem ama aceita e abençoa. Quem ama esquece e perdoa. Quem ama semeia flores, perfumando os caminhos. Quem ama nunca nega carinhos. Agradecemos também a vós Jesus, nosso mestre e irmão porque nos deixaste a sublime lição de: Amar como amastes, fazer o que fizestes e viver como vivestes. No enlevo deste colóquio espiritual, vamos nos preparar para o passe. Vamos merecer e doar esta transfusão de energia, certos de que ao lado do passista está o próprio Cristo nos abençoando. Obrigado senhor e se for de vossa vontade dá-nos uma noite tranquila. Prece realizada por Augusta. Deus pai de bondade infinita, nos te agradecemos as constantes oportunidades de aprendizado. Que Jesus, o mestre e irmão que nos deste, nos assista neste momento em que nos preparamos para mais conhecer e tomar consciência de teu amor para conosco. Que possamos entender a simplicidade do amor nas lições de Jesus. Ele nos diz que: todo o bem, por menor que seja, será sempre um valioso tesouro para quem o realizou. Que se não possuímos a força para curar o enfermo, restituindo-lhe a saúde, podemos confortá-lo em seu sofrimento. Que se somos impotentes para acabar com a fome do mundo, podemos pelo menos mitigar por algumas horas a fome de alguém lhe oferecendo um pedaço de pão. Se não dispomos de recursos para abrigar os desalentados oferecendo-lhes moradia segura podemos pelo menos, doar-lhe um agasalho ou um cobertor para que se abrigue do frio. Deus nosso Pai na construção dos mundos e expansão do universo, serve-se do átomo a menor fração dos elementos nos ensinamentos do que para nossa transformação, os pequeninos gestos de bondade

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serão importantes na construção do amor que salva. Prece realizada por Augusta. Jesus, mensageiro da paz e do amor, deixai cair sobre nós, um raio da luz divina. Fazei que animados pelo grande amor que nos dedicastes, passamos agora neste momento de enlevo espiritual, colocar em nossas mãos, os nossos sonhos, as nossas vibrações. Sabemos que o mundo está num desencontro de pessoas, que a sociedade esta dividida por tantas discriminações, que o sofrimento, a revolta dilaceram tantos corações, que o medo, a angustia desfiguram o rosto de tantos irmãos, companheiros nossos de provações. Sabemos que somos falhos e omissos, mas vos rogamos piedade jesus, ajuda para que: possamos amar e conviver em paz e alegria com todos os que nos cercam. Possamos respeitar e aceitar todos os seres humanos, como eles são sem preconceitos de credo, raça, cor, condição social… Possamos transbordar nossos corações com o amor, abnegação, a compreensão amando a todos como irmãos sem fronteira. Possamos fazer renascer em nos sentimentos de solidariedade, fraternidade, justiça e paz para valorizarmos a liberdade e assim apresentá-la como condição de direito de cada espírito. Possamos assim Jesus, irmão, mestre, amigo nosso merecer as bençãos que nos são trazidas neste passe que vamos receber. Queremos com toda boa vontade doar estes eflúvios, estes pensamentos de amor a todos os que nos cercam, aos doentes, as crianças abandonadas, aos jovens sem rumo aos pais desempregados, aos idosos desiludidos, amargurados pelo descaso de sua velhice. Jesus em nossa pequenez queremos como num brado de busca, de alento rezar a oração que vos ensinastes. ***

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PAI NOSSO Pai Nosso, que estais no Céu Santificado seja o Vosso Nome Venha a nós o Vosso Reino Seja feita a Vossa Vontade, Assim na Terra como no Céu O Pão Nosso de cada dia nos daí hoje Perdoai-nos as nossas ofensas Assim como nós perdoamos a Quem nos tem ofendido E não nos deixeis cair em tentação Mas livrai-nos do Mal. Amém Prece realizada por Augusta. ***

PRECE Deus nosso Pai, queremos abrir os nossos corações as lições que Jesus em teu nome nos ensinou. Ajuda-nos a aceitá-lo como o caminho a verdade e a vida. E assim animados pela fé e ação por nossa doutrina consoladora, possamos transformar as relações sociais que sufocam a nossa paz. Que a nossa presença na sociedade revela a tua presença, levando a todos a coragem, o ânimo, a esperança, o otimismo e a firmeza nas adversidades. Reveste-nos de humanidade e de força sublime para estabelecer-nos a paz, o respeito estruturando a justiça e o bem social. Prece realizada por Augusta. ***

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ORAÇÃO Senhor! Faze de mim um aparelho de televisão, para que meus pais me tratem, como eles tratam o televisor. Para que eles olhem para mim, com o mesmo interesse com que olham para a tela da TV, especialmente quando minha mãe assiste a sua novela favorita e meu pai ao seu esporte predileto. Eu gostaria de falar como aqueles homens e aquelas mulheres, pois quando eles falam, fica toda a família em silêncio, para ouvir bem o que eles tem a dizer. Eu gostaria de ver mamãe me admirar como ela se admira quando vê tudo que está na última moda. Eu gostaria que meu pai risse comigo como ele faz quando os artistas contam coisas engraçadas. Eu gostaria que me dessem tanta atenção quanto dão ao televisor. Quando este não funciona, imediatamente mandam chamar um técnico para consertá-lo. Eu gostaria de ser um televisor e assim ser o melhor amigo e a pessoa mais importante para os meus pais. Oh! Pai do céu, se tu me transformares num televisor, eu novamente teria pais e poderia me sentir feliz. Pai fazei de mim um televisor eu vos peço em nome de Jesus. Amem. ***

ANJO BENTO DO SENHOR Anjo Bento da minha guarda, semelhança do Senhor. Fostes ao mundo dado para ser meu guardador. Eu peço meu anjo bendito pela graça e o poder, que do laço do maldito vos queira me defender. A Jesus eu me encomendo, pela flor em nasceste, pela hóstia consa-

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grada e pela cruz em que morreste. Lá dos tempos de meu Jesus, soberano reino da gloria, para qual pedimos todos, Senhor Deus misericórdia, Senhor Deus misericórdia, Senhor Deus misericórdia. Maria mãe de graça, mãe de misericórdia, livrai-me do inimigo com vosso valor, gloria seja ao Pai ao filho amor também, que é um só Deus em pessoas três. Agora e sempre. Por todos os séculos em séculos. Amém. Oração Jesus Crucificado Meu Jesus crucificado, és filho da virgem Maria, me guardai por essa noite, amanhã por todo o dia, nem meu corpo seja ferido nem meu sangue derramado, rezai pela minha alma meu Jesus crucificado. ***

PAI NOSSO DE CHICO XAVIER Pai nosso que estás nos céus Na luz dos sóis infinitos Pai de todos os aflitos Neste mundo de escarcéus Santificado, Senhor Seja teu nome sublime Que em todo o universo exprime Ternura, Concórdia e Amor Venha ao nosso coração O teu reino de bondade De paz e de claridade Na estrada da redenção Cumpra-se o teu mandamento

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Que não vacila nem erra Nos céus, como em toda a Terra De luta e de sofrimento Evita-nos todo o mal Dá-nos o pão no caminho, Feito de luz, no carinho De pão espiritual. Perdoa-nos, Senhor Os débitos tenebrosos De passados escabrosos De iniquidade e de dor Auxilia-nos também, Nos sentimentos cristãos A amar os nossos irmãos Que vivem distantes do bem Com a proteção de Jesus Livra nossa alma do erro Neste mundo de desterro Distante da tua luz Que o nosso ideal igreja Seja o altar da Caridade Onde se faça a vontade De teu amor... Assim seja. O Médium Francisco Cândido Xavier psicografou este lindo Pai Nosso ditado pelo Espírito José Silvério Horta (Monsenhor Horta) em uma das reuniões da Comunhão Espírita Cristã de Uberaba – Minas Gerais-Brasil. ***

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PRECE DE CARITAS Deus nosso Pai, que Sois todo poder e bondade, dai força àqueles que passam pela provação, dai luz àqueles que procuram a verdade, e ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus, dai ao viajante a estrela Guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito, a verdade, à criança o guia, ao órfão, o pai. Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste. Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem, e esperança para aqueles que sofrem. Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores, derramarem por toda à parte a paz, a esperança e a fé. Deus, um raio, uma faísca do Vosso divino amor pode abrasar a Terra, deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lagrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos. Oh! bondade, Oh! Poder, Oh! beleza, Oh! perfeição, queremos de alguma sorte merecer Vossa misericórdia.

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Deus, Dai-nos a força no progresso de subir até Vós, Dai-nos a caridade pura, Dai-nos a fé e a razão, Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas O espelho onde refletirá um dia a Vossa Santíssima imagem. A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas. Psicografa pela médium francesa Mme. W. Krell na cidade de Bourdeax, França. ***

ORAÇÃO PELA FAMÍLIA Padre Zezinho Que nenhuma família comece em qualquer de repente Que nenhuma família termine por falta de amor Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente E que nada no mundo separe um casal sonhador! Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte Que eles vivam do ontem, do hoje em função de um depois Que a família comece e termine sabendo onde vai E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor E que os filhos conheçam a força que brota do amor! Abençoa, Senhor, as famílias! Amém! Abençoa, Senhor, a minha também Abençoa, Senhor, as famílias! Amém! Abençoa, Senhor, a minha também Que marido e mulher tenham força de amar sem medida

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Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão Que as crianças aprendam no colo, o sentido da vida Que a família celebre a partilha do abraço e do pão! Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus filhos Que o ciúme não mate a certeza do amor entre os dois Que no seu firmamento a estrela que tem maior brilho Seja a firme esperança de um céu aqui mesmo e depois Que a família comece e termine sabendo onde vai E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor E que os filhos conheçam a força que brota do amor! Abençoa, Senhor, as famílias! Amém!Abençoa, Senhor, a minha também Abençoa, Senhor, as famílias! Amém! Abençoa, Senhor, a minha também

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Dテ.IVAS RECEBIDAS

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Dテ.IVAS RECEBIDAS

*** SEMEANDO FLORES, PERFUMANDO OS CAMINHOS.

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