CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC – SANTO AMARO
LARA DE GÓIS ANDRADE
PROJETO DE MINHOCÁRIO MÓVEL COM HORTA – MINI ECOSSISTEMA RESIDENCIAL
PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN PARA A MOVELARIA
SÃO PAULO 2018
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LARA DE GÓIS ANDRADE
PROJETO DE MINHOCÁRIO MÓVEL COM HORTA – MINI ECOSSISTEMA RESIDENCIAL
Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de especialização Lato Sensu em Design para a Movelaria, no Núcleo de Design, sob orientação do Professor Doutor Marcelo Suzuki.
SÃO PAULO 2018
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................04 2 CRÍTICAS AO SELO VERDE.................................................................................05 3 ZERO WASTE HOUSE...........................................................................................07 4 REAPROVEITAMENTO DO LIXO ORGÂNICO.....................................................09 5 EXEMPLO DE MÓVEIS..........................................................................................10 6 PROJETO...............................................................................................................13 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................17 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...............................................................................18 ANEXO I – MAQUETE ELETRÔNICA......................................................................20 ANEXO II – MAQUETE ELETRÔNICA EXPLODIDA...............................................21 ANEXO III – DESENHO TÉCNICO GERAL..............................................................22 ANEXO IV – DESENHO TÉCNICO DA ESTRUTURA..............................................23 ANEXO V – DESENHO TÉCNICO DAS CAIXAS.....................................................24 ANEXO VI – DESENHO TÉCNICO DA TÁBUA........................................................25 ANEXO VII – DESENHO TÉCNICO DA HORTA......................................................26
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1 INTRODUÇÃO O presente estudo tem como objetivo analisar o reaproveitamento do material orgânico, as limitações no seu uso, o esgotamento das redes e a falta de políticas incentivadoras no reuso do lixo orgânico. Tratam-se, portanto, das principais abordagens. De forma geral, pontuo que o objeto do tema aqui analisado tem sido recorrente em meus estudos, isto porque procuro entender como a sociedade lida e processa o material orgânico. Além disso, no ano de 2014, participei de uma pesquisa científica na Ryerson University, no Canadá, com a professora Dra. Leila Farah, acerca do tema Filthy Landscapes. Na oportunidade, fizemos um levantamento de modelos e novos projetos de estações de tratamento que processam o lixo, bem como do modo como a temática estava sendo realizada em menor escala nas residências. Ainda, no trabalho de conclusão do curso para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, perante a Universidade de São Paulo,
realizei estudo com a seguinte temática ‘Kit de Sanitário com
Biodigestor para comunidades carentes rurais’, sob a orientação da professora Dra. Lara Leite, o qual tinha como objetivo propor uma solução para melhoria da qualidade de vida da população através do uso do biogás no preparo das refeições, ao invés do fogão a lenha, que gera gás tóxico e demanda tempo para o cozimento. Com isso, nesta oportunidade, apresenta-se projeto de um mobiliário de minhocário móvel para residência com horta acoplada, sendo que os alimentos excedentes são processados em composta e posteriormente são utilizados como fertilizantes na horta que fará parte da alimentação, gerando, assim, um mini ecossistema.
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2 CRÍTICAS AO SELO VERDE Um dos pontos críticos em relação ao aproveitamento do lixo orgânico diz respeito a falta de incentivos nos Selos Verdes, que são certificações referentes a arquitetura e construção civil que tem como objetivo estimular a adoção de práticas ambientais corretas e surgiram em um momento que o mundo se viu obrigado a repensar seus modelos e padrões de consumo, visando reduzir os impactos no meio ambiente, ante a escassez e o uso excessivo dos recursos naturais, com seus respectivos históricos na geração de resíduos, a partir da década de 80 (oitenta). As propostas do LEED, Leadership in Energy and Environmental Design, certificação internacional de edifícios, que no Brasil quem confere é o Green Building Council Brasil (GBCB), braço da ONG internacional, criado em 2007 para auxiliar no desenvolvimento da indústria da construção sustentável no país, perpassam sete dimensões: espaço sustentável; eficiência do uso da água; energia e atmosfera; materiais e recursos; qualidade ambiental interna; inovação; processos e créditos de prioridade regional. Além disso, pontos são aplicados para classificar o edifício em: certificado; silver; gold e platinum. Analisando a lista dos requisitos da V4, do LEED, revisado em 2009, não se verifica nenhum ponto em relação ao tratamento do lixo orgânico. Porém, há pontos de encorajamento ao uso de materiais de baixo impacto ambiental, redução de geração de resíduos e descarte consciente do material de obra, além de promover o uso racional da água suja, reduzindo o consumo de água potável e gerando incentivo a criação de alternativas de tratamento dela. Outra certificação internacional de construção sustentável é o Processo AQUA-HQE, lançado
em
2008
e
desenvolvido
a
partir
da
certificação
francesa Démarche HQE, Haute Qualité Environnementale, que no Brasil é representada pela Fundação Vanzoliniao. Certificação essa concedida a partir de auditorias presenciais, sendo que se exige o controle do projeto em todas as suas fases: programa; concepção; realização e operação. Além disso, são avaliados em 14 (catorze) categorias de preocupação ambiental, classificadas em três níveis: base; boas práticas ou melhores práticas; conforme perfil definido na fase préprojeto, sendo que uma certificação é concedida após cada fase.
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Verificando a última versão do Referencial de Avaliação da Qualidade Ambiental de Edifícios do Processo AQUA-HQE, implementada em Junho de 2016, se constata que as práticas de reaproveitamento do lixo orgânico não são discutidas como deveriam. Porém, verificam-se diversos pontos que estimulam a coleta de forma correta, a fim de diminuir os resíduos, melhorar a triagem e condições de armazenamento. Entretanto, na categoria de resíduos, a compostagem de material orgânico é mencionada como uma alternativa caso não ocorra uma coleta externa adequada, sendo necessário ao empreendedor prever um dispositivo para tal e entregar instruções de uso explicitadas no manual destinado aos futuros ocupantes das residências, ou no caso de imóveis coletivos, devem ser previstas instruções sobre a gestão da operação de compostagem.
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3 ZERO WASTE HOUSE Retirar o lixo de casa é uma atitude que a sociedade deve ter como rotineira, ou seja, a ser feita, dia a dia. Isto porque, é comum que os indivíduos levem os sacos de lixo para a frente de suas residências, que tão rápido quanto a sujeira da louça que se lava e dos dejetos dos vasos sanitários, que escoam pelos canos e esgotos, são levados por funcionários terceirizados para longe da vista. A questão é que a retirada não elimina a existência desse lixo e ainda gera custo excessivo com toda a infraestrutura e principalmente elevado gasto energético ao levar todo o material à periferia das cidades. Dessa forma, questiona-se: por qual motivo os indivíduos não se empenham em fechar o ciclo de uso e reuso das matérias dentro de um micro espaço, seja uma residência individual ou uma pequena comunidade auto suficiente? Um bom exemplo de residências que já apresentam esse tipo de vivência são as casas off the grid, que sem acesso às redes de saneamento e redes elétricas, utilizam soluções alternativas e desenvolvem propostas de reaproveitamento. Em 2006, Home Power Magazine reportou a existência de 180.000 (cento e oitenta mil) famílias nos Estados Unidos da América vivendo da forma acima mencionada, número esse que aumentou 33% ao ano na última década. Trata-se de índice interessante, isto porque, no referido país, o acesso às redes é provido para quase 100% de sua população, segundo dados do obtidos no site do Banco Mundial, The World Bank, no ano de 2012. Assim, conclui-se que se trata de uma decisão própria e particular viver da forma narrada. Segundo o autor Nick Rosen, existem diversas motivações para essa transição na forma de viver, ou seja: por uma questão de lazer ou busca por um momento tranquilo, após trabalho intenso, visando a diminuição do acúmulo de bens de consumo ou até mesmo por uma questão econômica ou pela falta de confiança no governo, somada a necessidade de um estilo de vida que prejudique menos o meio ambiente. Porém, esses exemplos em sua maioria se voltam às áreas rurais ou mais isoladas. Assim, como forma de estudo e tentando provar que seria possível uma vivência com o referido estilo de vida na área urbana, nos anos 70 (setenta), os membros do Instituto Farallones juntaram suas habilidades e foram além de uma suposição, criando, assim, uma casa chamada de The Integral Urban House em
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Berkeley, California, com o intuito de criar um mini ecossistema, com criação de animais, horta, aquecimento solar e reuso de 90% do lixo, resultado esse de diversos experimentos e propostas dos seus moradores, durante 4 (quatro anos) e gerando um guia com descrições detalhadas, gráficos e imagens demonstrando como é possível a replicação dos projetos. Acerca do lixo orgânico, na casa havia um sanitário seco para compostagem das fezes humanas e na área externa da casa foram construídos 2 (dois) tipos de composteiras para o resto de alimentos, quais sejam, um de madeira alimentado com folhas secas e a compostagem em leiras, feita ao empilhar quantidade excessiva de matéria orgânica, com uma tubulação perfurada que injeta ou aspira o ar na massa do composto, mantendo a proporção de gases.
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4 REAPROVEITAMENTO DO LIXO ÔRGANICO Atualmente, a forma como a sociedade lida com o lixo, ou seja, descartando da maneira mais rápida e higiênica, diz respeito a um costume desenvolvido como civilização, a fim de diminuir a incidência de doenças e problemas causados por esse contato. Porém, essa ação de descarte imediato juntamente com o consumo exagerado, gera exorbitante desperdício diário. Existem várias formas de reciclar o lixo seco e a coleta seletiva, em que pese estar presente em apenas 18% dos municípios brasileiros. Pontua-se que esse número vem crescendo, principalmente após a entrada em vigor da Lei nº 12.305/2010, a qual institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos. Porém, é preciso registrar que há algumas limitações de como o lixo orgânico pode/deve ser reutilizado, bem como as soluções presentes no mercado. Uma das formas de se processar o material orgânico é através da compostagem, que pode ser feita de algumas formas. Para os desejos humanos, existe o sanitário seco, que além de não consumir água, em um tambor que permanece em nível inferior ao sanitário, cria adubo devido a compostagem com a adição de serragem ou outro material ativador. Para restos de alimentos, existem modelos de processadores no mercado com algumas diferenciações, conforme a área de uso e a quantidade de material. Por exemplo, um processador manual portátil de alimentos, Green Cycler, para uso na cozinha da marca Ecotonix e uma composteira doméstica com minhocário que pode ser comprada pronta ou reproduzida com caixas plásticas a partir de tutoriais presentes na Internet. Portanto, todos têm em comum a necessidade do manuseio manual do composto pronto, o que ainda gera um desconforto. Fotografia 1 – Green Cycler
Fotografia 2 – Composteira com minhocário
Fonte: Ecotonix
Fonte: https://loja.moradadafloresta.eco.br/
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5 EXEMPLOS DE MÓVEIS A fim de entender o funcionamento de objetos que apresentam reuso e o fechamento do ciclo de matéria, elenca-se no presente trabalho, 3 (três) propostas de projeto para analisar. O primeiro deles é o projeto Lombric&Co, de duas estudantes da European Academy of Art in Brittany, Marine Le Moal e Savannah Lemonnier, que consiste em um móvel indicado para cozinha ou áreas próximas. Feito em madeira para fixar na parede e com um desenho inovador, ele possui uma mesa de preparo para alimentos com vermicomposto e horta integrada para áreas internas. O móvel é composto de três gavetas onde as duas de baixo são revestidas com plástico e o material orgânico vai descendo entre elas, até a terceira gaveta onde o composto fica pronto para utilização e por último possui uma bandeja transparente móvel, que pode ser retirada para despejar o fertilizante líquido diretamente nas plantas. Fotografia 3 – Lomric&CO
Fonte: http://www.lesgallinules.fr/
Esquema 1 – Lomric&CO
Fonte: http://www.lesgallinules.fr/
Também pensando na área interna da casa, um outro projeto interessante é o Bio-Digestor Island, que juntamente com outros projetos desenvolvidos pela Philips, consistem no The Microbial Home Probe, um ecossistema doméstico apresentado na Semana de Design Holandês, em 2011, que desafia as soluções convencionais
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de energia, limpeza, conservação de alimentos, luz e lixo orgânico, funcionando como um organismo vivo. Sobre esse módulo em específico, importante registrar que foram utilizados cobre, ferro fundido, vidro e bambu, sendo que a partir de um biodigestor anaeróbio, converte-se os resíduos sanitários e restos de alimentos picados na pia, em gás metano para o cozinhamento de alimentos e luminárias, além de pré-aquecer os canos que são utilizados em outros componentes. Além disso, em tempo, o material orgânico desidratado do digestor pode ser coletado e usado como composto. Sua quantidade, pressão e prontidão ficam sinalizados juntamente com a quantidade de reserva de energia em sinalizadores de vidro. Fotografia 4 – Bio-Digestor Island
Fotografia 5 – Bio-Digestor Island
Fonte: Philips
Fonte: Philips
Por último, o Flow2 do Studio Gorm, escritório americano liderado por John Arndt and Wonhee Arndt, designers de produto, é um móvel que engloba todos os serviços da cozinha em uma só mesa. Trata-se de uma ideia em criar um ecossistema em cima de uma superfície. Além de conter recipientes de argila, os quais, devido a propriedade de transpiração de água pelos poros, consegue manter os alimentos frescos e conservados naturalmente, também possui um escorredor de pratos vertical, posicionado estrategicamente em cima de um pequeno jardim de ervas, com o
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objetivo de regá-las. Além disso, contém uma tábua de corte para alimentos, a qual desliza e permite que os restos sejam despejados em uma lixeira de compostagem dos alimentos, onde possui uma bandeja branca deslizante para retirada do composto com uma pá e reutilização nas plantas. Fotografia 6 – Flow2
Fonte: Studio Gorm
Fotografia 7 – Flow2
Fonte: Studio Gorm
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6 PROJETO O presente projeto teve por finalidade a criação de um mini ecossistema. Considerando que em pesquisas anteriores, conforme dito, fora desenvolvido projeto voltado ao sanitário e tendo o lixo orgânico como o mesmo sujeito, desta vez, o trabalho transita pelo universo da cozinha. A primeira ideia se voltou aos acessórios para cozinha, por meio de um objeto simples e de uso cotidiano, que conseguisse acrescentar o viés da reutilização. Com isso, fora pensado em um escorredor de pratos para encaixar com um suporte suspenso, encaixado em uma barra. Nele, teria um fundo translúcido e suporte para louças em aço, permitindo que a água escorresse entre os espaços e regasse as plantas que estariam em uma caixa móvel na parte de baixo. Maque eletrônica 1 – Escorredor de pratos
Esquema 2 – Mini ecossistma do escorredor
Partindo da ideia inicial e tentando criar algo que envolvesse o material orgânico e não só a utilização da água suja, o próximo desenho se voltou a um carrinho móvel para preparo de alimentos, onde, inspirado no projeto de 1963 do designer Joe Colombo, Minikitchen, uma cozinha móvel, independente e compacta, fosse possível ter em um só espaço, uma horta regada e nutrida pelo fertilizante líquido e sólido gerado pela água suja da pia e minhocário localizados nele. Croqui 1 – Carrinho móvel
Esquema 3 – Mini ecossistma carrinho
Fotografia 8 – Minikitchen
Fonte: Boffi
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Finalmente, com base nos primeiros desenhos, bem como analisando as opções presentes no mercado, acabou se optando por um objeto com menos questões técnicas para serem entendidas e desenvolvidas, qual seja, um minhocário móvel com horta acoplada. Trata-se de uma tentativa de trazer uma nova percepção e olhar no design. Esquema 4 – Mini ecossistma do carrinho
Croqui 2 – Ideia inicial
Um minhocário se utiliza de três ou mais compartimentos, onde a última caixa funciona como armazenadora do fertilizante líquido produzido durante o processo de decomposição, que ocorre nas superiores. Inicialmente, na primeira caixa é inserida uma pequena camada de minhocas com húmus, que ajudarão na digestão, sendo que conforme o material se decompõe, escorre por furos para a caixa abaixo e estando cheia, deve ser esvaziada de composto e trocada de posição com o compartimento superior. O fertilizante líquido pode ser utilizado de duas formas, diluído em dez partes de água, como adubo, ou diluído em uma parte, como pesticida natural para ser borrifado nas folhas de plantas. Esquema 5 – Camadas minhocário
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Definido o público como sendo de uma residência de duas pessoas, as questões subsequentes dizem respeito ao funcionamento e exigências para compostagem. Com isso, seria necessário criar três caixas em torno de vinte litros cada, com o alimento inicial de dois quilos de húmus e cento e cinquenta gramas de minhocas, que em pleno funcionamento, sendo depositado diariamente em torno de meio litro de material orgânico, possui média de esvaziamento do fertilizante inodoro líquido semanalmente e da troca de caixas em torno de 50 (cinquenta dias), produzindo uma média de sete quilos de composto. Para ficar mais fácil o manuseio do móvel, dado o peso, fora desenhado algo partindo da ideia de um gaveteiro com rodízios, onde os compartimentos são gavetas que intercambiam facilmente, as quais conseguem ser manuseadas independentemente. Como o resto dos respectivos alimentos precisam ser picados para jogar no minhocário e também pela necessidade de um suporte para preparação de alimentos usando a horta, na parte superior do móvel, ao invés de uma tampa, contém uma tábua de corte que desliza e permite que o material orgânico seja empurrado dentro do primeiro container. Croqui 3 – Funcionamento do sistema deslizante da tábua de corte
Em relação a horta, o sistema possui cinco módulos iguais, que são peças de plástico com uma separação no meio, encaixadas sob pressão nas pernas traseiras do carrinho, podendo ser retiradas a qualquer momento para limpeza, totalizando dez espaços para mudas diferentes. Sobre os dois compartimentos digestores, eles são idênticos e possuem algumas particularidades técnicas como furos de 20 (vinte) milímetros de diâmetro nas laterais superiores para aumentar a aeração interna e no fundo, buracos de 15 (quinze) milímetros de raio para permitir que o material em compostagem desça para a camada inferior, sem que muitas minhocas migrem. No caso, para permitir
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que só o líquido chegue na última caixa, o minhocário vem com uma manta solta permeável. A última gaveta tem um desenho externo igual as outras. Porém, não contém furos. No entanto, possui uma inclinação interna no piso, indicando o caminho do líquido para o meio dela, local em que se encontra uma torneira. Outra questão importante: todas as caixas possuem uma borda superior mais larga para criar um fechamento adequado do sistema, vez que elas não podem entrar uma na outra, a fim de que seja possível puxá-las para frente. Os materiais utilizados foram escolhidos por duas questões importantes: limpeza fácil e resistência a umidade. A estrutura do carrinho foi montada em tubo de aço inox soldado com um de polegada e espessura de 2 (dois) mm, os suportes de gaveta são de chapa de aço dobrada com 0.5 (zero ponto cinco) mm de espessura, e nas pontas quatro rodízios de 60 (sessenta) mm de altura. Já a tábua de corte é de polietileno injetado com 50 (cinquenta) mm de espessura, sendo que as caixas e suporte para hortas também são de polipropileno injetados, com uma parede de espessura de 0.5 (meio) mm. Por último, a torneira é de plástico e já disponível no mercado, assim como a manta permeável com medidas de 39 (trinta e nove) por 26.5 (vinte e seis ponto cinco) centímetros. A fim de manter a ergonomia durante o manuseio de alimentos e preparo na tábua, a altura total do móvel é de 90.6 (noventa ponto seis) centímetros, a largura é de 47.5 (quarenta sete ponto cinco) centímetros e comprimento de 38.1 (trinta e oito ponto um) centímetros, para conseguir manter as caixas do minhocário com medidas dentro dos 20 (vinte) litros mantendo uma altura delas em torno de 14.5 (catorze ponto cinco) centímetros.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O consumo e quantidade de lixo aumentam a cada dia, de modo que é fundamental importância que a sociedade pondere acerca do descarte dos materiais. Trata-se de tema que deve ser pensado com cuidado, sensibilidade e crítica. Falando especificamente do lixo orgânico, os incentivos, sejam das certificações de Selo Verde ou da legislação, devem ser incisivos. A partir disso, muito provavelmente a população será estimulada, acarretando a mudança cultural no uso da compostagem familiar e individual, diminuindo os custos e gastos de energia com o sistema sanitário. Buscou-se neste trabalho um novo modo de se repensar o design, funcionamento dos objetos e materiais relacionados a compostagem residencial, visando apenas e somente estimular o fechamento de ciclos de matéria e os mini ecossistemas nos lares de cada indivíduo.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA OLKOWSKI, H; OLKOWSKI, B; JAVITS, T.; FARALONNES INSTITUTE (Organização); The integral urban house: self-reliant living in the city. São Francisco: Sierra Club Books, 1979. ROSEN, N. Off the Grid: Inside the Movement for More Space, Less Government, and True Independence in Modern America. Nova York: Penguin Books, 2010. RYKER, L. Off the grid homes: case studies for sustainable living. Layton: Gibbs Smith, 2007. TEIXEIRA, M. B.; MOTTA, A. S. da. Sanitário seco compostável, uma alternativa viável de saneamento ambiental. IV Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Niterói, 2008. <http://www.lesgallinules.fr/lombric/index_lombri>. Acesso em 14 set. 2018. <https://www.insideflows.org/>. Acesso em 20 ago. 2018. <http://www.yankodesign.com/2011/10/21/the-microbial-home/>. Acesso em 02 out. 2018. <http://www.studiogorm.com/>. Acesso em 05 out. 2018. <https://new.usgbc.org/leed>. Acesso em 07 out. 2018. <http://www.gbcbrasil.org.br/>. Acesso em 07 out. 2018. <https://vanzolini.org.br/aqua/>. Acesso em 07 out. 2018. <http://usatoday30.usatoday.com/tech/news/techinnovations/2006-04-12-off-thegrid_x.htm>. Acesso em 20 set. 2018. <http://www.deepask.com/goes?page=estados-unidos-Consulte-o-percentual-dapopulacao-com-acesso-a-saneamento-por-pais-e-sua-posicao-no-ranking-mundial>. Acesso em 20 set. 2018. <https://www.ecycle.com.br/>. Acesso em 06 out. 2018. <http://www.abralatas.org.br/a-reciclagem-do-brasil-em-numeros/>. Acesso em 06 out. 2018. <http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos>. Acesso em 06 out. 2018. <http://thegreencycler.com/>. Acesso em 14 set. 2018.
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<http://www.klatmagazine.com/en/design-en/minikitchen-boffi-joe-colomboevergreen-035/42106>. Acesso em 05 out. 2018. <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,ERT142672-17933,00.html>. Acesso em 08 out. 2018.
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ANEXO I – MAQUETE ELETRÔNICA
SEM ESCALA
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ANEXO II – MAQUETE ELETRÔNICA EXPLODIDA
SEM ESCALA
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ANEXO III – DESENHO TÉCNICO GERAL
6
325
6 44
475
VISTA SUPERIOR 6
900
VISTA FRONTAL
PERFIL
VISTA POSTERIOR
250 100
500mm
ESCALA 1/20
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ANEXO IV – DESENHO TÉCNICO DA ESTRUTURA
25 25
275
25
TUBO DE AÇO Ø25.40 SOLDADO
10
425
10
25
VISTA SUPERIOR
RASGO DE 400 PARA DESLIIZE 8 25 140 8 140 8
25
775 510
25 15
PERFIL
VISTA FRONTAL
Ø25.4
CHAPA DE AÇO DOBRADA
840
CORTE 250 100
500mm
ESCALA 1/15
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ANEXO V – DESENHO TÉCNICO DAS CAIXAS
CAIXA DIGESTORA 25
250
CAIXA COLETORA
25
POLIPROPILENO INJETADO
23 i - 1°
374 80 23
VISTA SUPERIOR FUROS COM Ø30
FUROS COM Ø20 146
PERFIL
6 14 30
96
VISTA FRONTAL
20
250
20
2 144
CORTE
1°
250 100
500mm
ESCALA 1/15
25
ANEXO VI – DESENHO TÉCNICO DA TÁBUA
337
POLIETILENO INJETADO 425
VISTA SUPERIOR
11
5 3
19
PERFIL
VISTA FRONTAL
207
10
207
CORTE
250 100
500mm
ESCALA 1/15
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ANEXO VII – DESENHO TÉCNICO DA HORTA
23
49
POLIPROPILENO INJETADO
14 224 1 224 14
Ø25.4
VISTA SUPERIOR
100
30°
PERFIL
13 87
VISTA FRONTAL
13 87
CORTE
250 100
500mm
ESCALA 1/15