Vidaeconomicajunho13

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ACORDO NAS NEGOCIAÇÕES DO PROGRAMA-QUADRO DE INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO 2014-2020

Todas as prioridades para Portugal foram incluídas no Horizonte 2020

Pág. 18 DIRETOR João Peixoto de Sousa

Nº 1499 / 28 de junho 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20

www.vidaeconomica.pt PME

PAULO SOARES DE PINHO

MERCADOS

Crédito às exportações pode atingir 80% do valor da encomenda

“Dinheiro a mais desestimula empreendedorismo”

Ações setoriais lideram rentabilidade nos fundos de investimento

Pág. 38

Pág. 6

Pág. 38

Atualizações de rendas estão paradas há mais de oito meses Págs. 4 e 5 PUB

A NOSSA ANÁLISE

Banco Best remunera a 2,19% investimento de 125 euros Pág. 43 a dois anos PUB

SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO

UÊ METAL UÊ CEVAL

LUÍS GUIMARÃES DE CARVALHO (BES) AFIRMA

“Portugal é o país da Europa onde se paga mais tarde”

Vida Económica Boletim do Contribuinte Jornal Fiscal Vida Judiciária Contabilidade & Empresas Trabalho & Segurança Social

www.vidaeconomica.pt

A lei que impõe um prazo máximo de 60 dias para pagamentos entre empresas entra em vigor a 1 de julho. Atualmente, mais de metade das empresas espera quase quatro

meses antes de entregar os seus créditos. Para ajudar as empresas a atravessarem esta dificuldade, o BES disponibilizou o serviço BES Express Bill. Págs. 40 e 41 PUB

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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

ABERTURA

Top da semana

Descida de impostos depende do controlo da despesa pĂşblica FERNANDA SILVA TEIXEIRA fernandateixeira@vidaeconomica.pt

O ex-secretĂĄrio de Estado do Tesouro e Finanças, AntĂłnio Nogueira Leite, defende que ĂŠ essencial proceder a um desagravamento ďŹ scal, mas ressalva que tal deve estar dependente do controlo da despesa pĂşblica. Presente em mais uma edição das ConferĂŞncias do PalĂĄcio para analisar o atual momento da economia nacional, o economista defendeu ainda, no PalĂĄcio da Bolsa, no Porto, que as pensĂľes mais elevadas “deveriam ser chamadas a participar no esforçoâ€? do paĂ­s e lamentou que o Governo “ande hĂĄ um ano a falar sobre o ďŹ nanciamento Ă s empresas, mas, passado esse tempo, estĂĄ tudo na mesmaâ€?. Referindo-se Ă s declaraçþes feitas pelo primeiro-ministro na passada semana, durante a sua visita Ă Ă ustria, onde admitiu que tudo farĂĄ para baixar os impostos, Nogueira Leite aďŹ rmou que â€œĂŠ desejĂĄvel baixar os impostosâ€? mas antes disso o “Governo tem de pĂ´r o Estado na dimensĂŁo que a economia suporteâ€?, pois “sĂł podemos voltar a baixar os impostos

quando a despesa pĂşblica estiver controladaâ€?. Frisando estarmos a assistir a “muitos cortes nos funcionĂĄrios, mas nĂŁo na parte estruturalâ€?, o ex-secretĂĄrio de Estado defendeu ainda que as pensĂľes mais elevadas “deveriam ser chamadas a participar neste esforçoâ€?. “Tenho visto muito mais contestação dos reformados de 10 mil euros na televisĂŁo do que dos reformados de 1500 euros. Ora, estou muito mais preocupado com estes Ăşltimos. NĂŁo acredito que alguĂŠm em Portugal tenha feito contribuiçþes capitalizadas que hoje deem origem a algumas das pensĂľes dos contestatĂĄrios que vemos na televisĂŁo. E nĂŁo estou a falar do povo. Por isso, algum sacrifĂ­cio vai-se ter de fazer, porque senĂŁo a geração que estĂĄ abaixo dos 60 anos nĂŁo vai conseguir suportar o pagamento das atuais reformas e nĂŁo vai ter ninguĂŠm que pague as suasâ€?, aďŹ rmou. Questionado sobre se o plano de crescimento apresentado pelo MinistĂŠrio da Economia vai ou nĂŁo ao encontro das necessidades das empresas portugueses, No-

gueira Leite salienta que o Governo “anda hĂĄ um ano a falar sobre o ďŹ nanciamento Ă s empresas, mas passado esse tempo estĂĄ tudo na mesmaâ€?. Todavia, admite, “a culpa nĂŁo ĂŠ sĂł do Governo, mas tambĂŠm da troikaâ€? e lembra que “hĂĄ um ano atrĂĄs a Caixa Geral DepĂłsitos anunciou 1500 milhĂľes disponĂ­veis, atravĂŠs de fundos, e passaram-se meses e meses e esse fundo nĂŁo conseguiu ser aprovado pelo MinistĂŠrio das Finanças e pela ‘troika’â€?. “Fala-se em bancos de fomento, sobre necessidade de crĂŠdito, tĂŞm um instrumento, instituiçþes com dinheiro e nĂŁo aprovam. TambĂŠm aĂ­, temos que estar mais organizados e convencer a ‘troika’ que a situação jĂĄ ĂŠ difĂ­cil o suďŹ ciente para que as iniciativas que ainda podemos fazer autonomamente nĂŁo nos sejam saciadas e ďŹ quem nas gavetas de burocratasâ€?, critica. Governo incompetente para atrair investimento

Confrontado com a mesma pergunta, Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto

Nesta edição

(ACP) e segundo orador da conferĂŞncia, assegurou que o Governo “tem sido incompetenteâ€? na criação de condiçþes para haver investimento em Portugal e defende que o “pais precisa de ser reindustrializadoâ€?. Descrevendo Portugal como um paĂ­s de serviços, referiu que os elevados custos e encargos sĂŁo dramĂĄticos para a indĂşstria, pois “as empresas precisam de ser mais competitivasâ€? e aďŹ rmou que Portugal “nĂŁo pode continuar a viver com polĂ­ticas que condenem o sector privado, que ĂŠ o nosso motor de desenvolvimentoâ€?. Para Moreira, o “simplex teve impacto nas empresasâ€? mas “o trabalho foi subitamente interrompidoâ€?. Concordando com as ideias defendidas por Rui Moreira, AntĂłnio Nogueira Leite aďŹ rmou que em Portugal a “industrialização foi lenta e tardiaâ€? e “esta economia foi uma economia ligada ao sector da construçãoâ€?, que esteve durante “mais de duas dĂŠcadas concentrada no sector da construçãoâ€?, com “as famĂ­lias a endividarem-se porque os governos nĂŁo quiseram alterar os condicionalismos das rendasâ€?.

Imprensa EM REVISTA

THE WALL STREET JOURNAL Imposto sobre as transaçþes ďŹ nanceiras atrasado

06

Dinheiro a mais nĂŁo ĂŠ estimulante para o empreendedorismo

15

Estado tem a obrigação de apoiar a internacionalização do franchising nacional

40

Internacional ...........PĂĄg. 11

Tecnologias ............ PĂĄg. 29

Mercados ............... PĂĄg. 37

Clima terĂĄ consequĂŞncias devastadoras para os paĂ­ses mais pobres

Portuguesa Vilt abre escritĂłrio em Barcelona

Variação de comissþes de abertura de dossier de crÊdito à habitação atinge 45%

Franchising ............. PĂĄg. 16

Mind Source contrata 32 colaboradores no primeiro semestre

Mercados ................ PĂĄg. 41

Cort&Cose abre nova unidade no Oriente

Fiscalidade.............. PĂĄg. 28

Turismo ................... PĂĄg. 34

AutomĂłvel ............. PĂĄg. 47

Emissão e comunicação de guias de transporte aplicam-se a todos os bens

Portugal desaproveita desvio potencial do uxo de turistas da Turquia

Vodafone BP Ultimate Team tem exposição mediåtica de dois milhþes por Êpoca

Atualidade

Franchising

Tecnologias ............ PĂĄg. 30

Mercados

“Portugal ĂŠ o paĂ­s da Europa onde se paga mais redeâ€?

Leasing ďŹ nanceiro ainda lidera o ďŹ nanciamento

Humor econĂłmico

Um plano de 11 paĂ­ses da UniĂŁo Europeia para tributar as transaçþes ďŹ nanceiras serĂĄ atrasado em seis meses, pelo menos. Os governos envolvidos nĂŁo chegaram a acordo sobre aspetos fundamentais do novo imposto. Este atraso ĂŠ mais um recuo no processo que dividiu profundamente os governos da UniĂŁo Europeia e contou com uma forte oposição do setor ďŹ nanceiro. Era suposto a nova taxa entrar em vigor no prĂłximo dia 1 de janeiro, mas agora as estimativas apontam para meados do prĂłximo ano, desde que se chegue a acordo ainda atĂŠ ao ďŹ nal do presente exercĂ­cio.

EXPANSIĂ“N AgĂŞncias de notação ďŹ nanceira nĂŁo fazem cair paĂ­ses A Standard & Poor´s assegura que as agĂŞncias de notação ďŹ nanceira estĂŁo a facilitar o acesso aos mercados de capitais de muitas empresas que necessitam dos seus “ratingsâ€? num momento de escassez de crĂŠdito. Considera aquela

EDITOR E PROPRIETĂ RIO Vida EconĂłmica Editorial, SA DIRETOR JoĂŁo Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIĂ‡ĂƒO JoĂŁo LuĂ­s de Sousa e Albano Melo REDAĂ‡ĂƒO VirgĂ­lio Ferreira (Chefe de Redação), AdĂŠrito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta AraĂşjo, PatrĂ­cia Flores, Rute Barreira, Susana MarvĂŁo e Teresa Silveira; E-mail agenda@vidaeconomica.pt; PAGINAĂ‡ĂƒO CĂŠlia CĂŠsar, FlĂĄvia LeitĂŁo, JosĂŠ Barbosa e MĂĄrio Almeida; PUBLICIDADE PORTO 2UA 'ONĂŽALO #RISTĂ˜VĂ?O ÂŽ 0ORTO 4EL s &AX s % MAIL COMERCIAL VIDAECONOMICA PT PUBLICIDADE LISBOA #AMPO 0EQUENO ÂŽ %SQ ,ISBOA s 4EL s % MAIL publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS 4EL s % MAIL ASSINATURAS VIDAECONOMICA PT IMPRESSĂƒO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIĂ‡ĂƒO 6!30 3! #ACĂ?M % MAIL GERAL VASP PT s 4EL &AX

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

agĂŞncia que o seu papel ĂŠ importante e que as agĂŞncias sĂŁo utilizadas pelos investidores de forma consistente. Estas podem mudar preços e mercados, mas nunca fazer cair um paĂ­s. As agĂŞncias de notação ďŹ nanceira tĂŞm um papel especĂ­ďŹ co, que se limita a avaliar a capacidade que tem um paĂ­s para pagar a sua dĂ­vida a tempo e na sua totalidade. Um paĂ­s ĂŠ incumpridor quando nĂŁo paga e nĂŁo quando uma agĂŞncia assim o decide.

LES ECHOS BCE afasta possibilidade de reduzir taxas de juro O Banco Central Europeu deverĂĄ deixar a sua principal taxa diretora ao mais baixo nĂ­vel histĂłrico ainda durante algum tempo. O BCE avisa que uma mudança de tendĂŞncia na polĂ­tica monetĂĄria europeia nĂŁo se justiďŹ ca. Os responsĂĄveis do banco central deixaram claro que nĂŁo hĂĄ a intenção de alterar a taxa diretora principal ou de abandonar as medidas excecionais de apoio Ă Zona Euro num futuro prĂłximo. Perante as atuais condiçþes econĂłmicas, nĂŁo hĂĄ motivos para mudar a trajetĂłria, atĂŠ porque a inação continua sob controlo. O BCE garante ainda que as diferentes medidas nĂŁo-convencionais se manterĂŁo para certos segmentos de mercado.

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ANTĂ“NIO MEXIA Bastante criticado a nĂ­vel interno, em resultado da elevada fatura da energia, nem por isso o presidente da EDP deixa de estar ativo a nĂ­vel externo. O presidente executivo da energĂŠtica quer ir mais longe e estĂĄ a estudar as oportunidades de projetos que se colocam nos paĂ­ses ĂĄrabes. E nĂŁo pode ser de outra forma, tendo em conta a crise que atravessa o paĂ­s e as diďŹ culdades econĂłmicas com que defronta a Europa, em geral. O mercado ĂĄrabe tem ainda muita margem de crescimento, especialmente na ĂĄrea das energias renovĂĄveis.

ANTĂ“NIO JOSÉ SEGURO O lĂ­der do maior partido da oposição mantĂŠm uma postura muito dĂşbia quanto a vĂĄrios aspetos da polĂ­tica nacional. Para quem pretende ser primeiro-ministro, nĂŁo revela quais as suas posiçþes, como foi o caso muito notĂłrio da greve dos professores aos exames. É nestas ocasiĂľes que Seguro tem possibilidade de se dar a conhecer ao paĂ­s, nĂŁo pode ĂŠ criticar sem deďŹ nir uma posição em concreto. Os eleitores esperam uma intervenção mais assertiva de quem pretende estar Ă frente dos destinos do paĂ­s. TĂŞm sido demasiadas oportunidades perdidas.

PASSOS COELHO O Governo de Passos Coelho estĂĄ praticamente parado. Quem decidir olhar com atenção o DiĂĄrio da RepĂşblica nada encontrarĂĄ verdadeiramente signiďŹ cativo. A legislação publicada mais parece a de um Governo em ďŹ m de vida. Isto numa altura em que ĂŠ fundamental tomar decisĂľes importantes. Mas este Executivo tambĂŠm vai ďŹ car conhecido pelas reuniĂľes extraordinĂĄrias. Os conselhos de ministros mais parecem um encontro de “amigosâ€?, em que se trocam algumas opiniĂľes. E hĂĄ que pensar nos gastos quando os ministros decidem “passearâ€? fora de Lisboa. NĂŁo se pense que se deslocam em transportes pĂşblicos.



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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

Governo admite atenuar tributação O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, deixou a garantia que os impostos não vão subir mais este ano e não coloca de parte a redução dos mesmos, a partir do momento em que se verificar uma descida sustentada da despesa, a par de um alargamento continuado da base de tributação. A intenção é beneficiar os contribuintes cumpridores e penalizar quem não cumpre os deveres fiscais. Referiu a este propósito: “Parece-me que há uma tomada de consciência de que o cumprimento do pagamento do imposto permite uma diminuição dos impostos sobre os contribuintes cumpridores.”

ATUALIDADE

LUÍS MENEZES LEITÃO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO LISBONENSE DE PROPRIETÁRIOS (ALP), AFIRMA

Atualizações de rendas estão paradas Cerca de 80% dos processos de atualização de rendas estão parados há mais de oito meses, pelo facto de “as Finanças não estarem preparadas para entregar as declarações de rendimento aos inquilinos” – adianta à VE Luís Menezes Leitão, presidente da ALP – Associação Lisbonense de Proprietários, que considera a situação “inaceitável”. “Os processos de renda que não estão suspensos — cerca de 20% — foram atualizados pacificamente. São raríssimos os casos de litígio entre senhorios e inquilinos”, acrescenta.

“É importante que se execute plenamente a reforma, a benefício da reabilitação urbana”, afirma Luís Menezes Leitão. VIRGILIO FERREIRA virgilio@vidaeconomica.pt

Vida Económica - Que balanço faz da aplicação do Novo Regime de Arrendamento Urbano?

Luís Menezes Leitão - Fazemos um balanço positivo da lei e verificamos que a mesma teve um bom impacto no mercado de arrendamento, mais do que todas as outras leis anteriores. PUB

Houve, no entanto, um sério problema na sua aplicação, que foi o facto de as Finanças não estarem preparadas para entregar as declarações de rendimento aos inquilinos. Isto levou a que cerca de 80% dos processos de atualização de rendas estejam parados há mais de oito meses, o que não é aceitável. VE - As atualizações de renda nos contratos anteriores a 1990 têm sido pacíficas?

LML - Os processos de renda que não estão suspensos — cerca de 20% — foram atualizados pacificamente. São raríssimos os casos de litígio entre senhorios e inquilinos. VE - Entende que a nova lei salvaguarda de maneira aceitável as condições quer de proprietários quer de inquilinos?

“Não cabe aos proprietários continuar a ser a segurança social dos inquilinos. Essa é a tarefa da própria segurança social”

LML - A lei protege mais os inquilinos, já que para os proprietários continua a manter durante cinco anos um condicionamento da renda que não é justo que eles suportem. Não cabe aos proprietários continuar a ser a segurança social dos inquilinos. Essa é a tarefa da própria segurança social. VE - As situações de conflito são resolvidas através de que mecanismo?

LML - Têm havido muito poucas situações de conflito, mas, quando há, compete aos tribunais resolvê-las. A carga fiscal é incomportável para a maioria dos proprietários VE - Como avalia o impacto fiscal, nomeadamente do IMI?

LML - O IMI, a que acresceu


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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

ATUALIDADE

PAULO SOARES DE PINHO TECE DURAS CRÍTICAS À GESTÃO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS PARA FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO

“Dinheiro a mais desestimu “O dinheiro público é mal acompanhado e mal gerido”, acusa Paulo Soares de Pinho, professor da Universidade Nova de Lisboa e pró-reitor para o Empreendedorismo, que não aprova os critérios de distribuição de fundos comunitários de apoio a projetos empreendedores e considera mesmo que muitos candidatos terão sido atraídos pelo “dinheiro fácil” e não pela sua verdadeira vocação empreendedora. O professor lamenta a fraca qualidade dos planos de negócio que habitualmente lhe são apresentados e espera ver aumentada a capacidade das sociedades de capital de risco privadas para apoiar devidamente projetos auspiciosos.

“Quando as coisas não funcionam em Portugal, em vez de se tentar perceber porque não funcionam, colocam-se lá dinheiros públicos” “O maior erro que nós podemos cometer é acreditar que vamos transformar miúdos de 20 anos em empreendedores. A probabilidade de isso acontecer é muito baixa”

“Em Portugal falta profissionalismo e disciplina no empreendedorismo”, lamenta Paulo Soares de Pinho. ANA SANTOS GOMES anagomes@vidaeconomica.pt

Vida Económica – Hoje fala-se de mais de empreendedorismo ou devia falar-se mais?

Paulo Soares de Pinho – Fala-se de mais e de forma errada. De há muitos anos para cá, porque havia facilidade de obtenção de fundos comunitários de estímulo do empreendedorismo, criaram-se em Portugal grandes conversas sobre empreendedorismo, mas o que estamos a ver é que o resultado disso é muito pouco. Eu ainda gostaria que um dia alguém analisasse qual foi o efetivo impacto de todos os fundos públicos e comunitários voltados para o empreendedorismo nas exportações, no emprego e no Produto Interno Bruto. Presumo que a conclusão seria devastadora e seria a prova da inépcia portuguesa em usar as oportunidades que a Europa lhe deu. Por outro lado, nas universidades foi moda por essa Europa fora que devíamos ajudar os estudantes a criar empresas. As escolas de Gestão eram vistas como locais para ensinar os jovens a serem CEO de empresas do Dow Jones quando a esmagadora maioria das empresas

nunca estarão perto disso. E as escolas de engenharia eram famosas por formar engenheiros para as grandes empresas e não pessoas para tirar partido das tecnologias que desenvolviam. Ou seja, criou-se também algum exagero no mundo académico e falou-se de mais e de forma errada de empreendedorismo. Sobre os fundos comunitários, eu digo que dinheiro a mais desestimula o empreendedorismo. O dinheiro público é mal acompanhado e mal gerido. E as pessoas sentiram em Portugal que havia um certo facilitismo na obtenção de fundos porque as políticas públicas passavam por executar fundos, ou seja, gastá-los. O objetivo secundário passava por dizer que haviam sido criadas milhares de empresas e eu pergunto hoje onde é que estão essas empresas. E quantas dessas empresas chegaram a crescer até algum ponto significativo? Essas empresas foram um objetivo político para se dizer que se criaram empre-

Mais empresas não garantem mais empreendedorismo As estatísticas mais recentes dão conta que nos primeiros 4 meses deste ano terão sido criadas mais 2600 empresas em Portugal do que em igual período do ano passado. Desde cedo ecoaram pelas redes sociais muitas dúvidas sobre este súbito ímpeto empreendedor dos portugueses. Paulo Soares de Pinho segue o mesmo raciocínio e considera precipitada essa conclusão. “Não são empresários. São pessoas que estão a fazer otimização fiscal no quadro fiscal que lhes está a ser oferecido.É completamente enganador. Se nós tivéssemos um grande volume de criação de empresas, rapidamente estaríamos a assistir a um aumento do emprego e o que estamos a ver é pessoas a ir do desemprego para a criação de empresas”. Ainda assim, Paulo Soares de Pinho faz questão de salientar que, “ao contrário do que as pessoas pensam, Portugal tem uma elevadíssima taxa de empreendedorismo, mas é o chamado empreendedorismo de necessidade, de pessoas que criam o seu próprio negócio porque não têm emprego. E é natural, que havendo um aumento significativo do desemprego, tenhamos mais pessoas a tentar criar o seu negócio”. A este respeito, o professor elogia especificamente a crescente propensão das novas gerações para a criação de empresa na área da agricultura e avança com a convicção de que esta será uma tendência para se cimentar e não só entre desempregados. Outra possibilidade de explicação para estes números poderá estar relacionada com a proliferação de trabalhadores independentes em Portugal. “São pessoas com recibos verdes e outras situações precárias que conseguem, com a abertura de empresa, um tratamento fiscal mais favorável do que os trabalhadores independentes”, confirma, explicitando que “até mesmo as pessoas que têm emprego e uma atividade profissional extra facilmente são tributadas em IRS a uma taxa marginal superior a 50%, enquanto a taxa de IRC não chega aos 30%. Como a tendência que temos atualmente aponta para a manutenção de taxas de IRS altas e para a redução de taxas de IRC, as pessoas preferem ter a sua atividade privada tributada em IRC, como empresa, e não em IRS, como trabalhador independente”.


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ATUALIDADE

la o empreendedorismo” sas e se executaram fundos comunitários. Não houve nunca uma abordagem integrada de apoio ao empreendedorismo. Porque na maior parte dos casos o grande problema do emreendedorismo não é o dinheiro. Claro que ele é importante, mas a realidade mostra-nos que quando, o empreendedor sabe o que está a fazer, o dinheiro aparece. Os investidores gostam de boas oportunidades. Mas o que nós temos são pseudoempreendedores, na maior parte dos casos pessoas extremamente amadoras, nada profissionais e não disciplinadas. Em Portugal falta profissionalismo e disciplina no empreendedorismo. Nos últimos 10 anos já devo ter visto mais de 600 planos de negócio e a maior parte das pessoas que me apresentou projetos não consegue ter a mínima visão centrada nos respetivos clientes. Aliás, na maior parte dos projetos que vejo as pessoas nem sabem identificar quem é o seu cliente e que proposta de valor têm para lhe oferecer. Também não fazem o menor esforço para testar o produto ou o conceito com clientes potenciais. E depois recebem 50 mil euros para começar a brincar aos empreendedores. E quando acaba o dinheiro não há empresa. Porque as empresas não nascem do dinheiro, mas sim da satisfação de uma necessidade de um cliente. VE – Viu mais maus planos de negócio do que bons?

PSP – Em Portugal vi muito poucos bons planos. Desses 600 talvez nem 2% sejam planos minimamente aceitáveis. Falta disciplina, falta treino, falta formação. E se queremos estimular o empreendedorismo é preciso perceber o que leva as empresas a serem bem sucedidas. Tem que se orientar as pessoas para o mercado, para o cliente. Eu já disse publicamente que Portugal é o país da migalha, deu-se muito pouco dinheiro a muita gente. Em Espanha, por exemplo, vi uma atitude diferente, deu-se muito dinheiro a pouca gente. VE – Com mais sucesso?

PSP – Sim. E cá, quando se tem um negócio bem estruturado, ninguém é capaz de lá meter 4 ou 5 milhões de euros. Na capital de risco de que eu sou administrador estão investidos numa só empresa 30 milhões de euros. Isto não se fez com dinheiro público, fez-se com dinheiro privado. E estamos a construir uma fábrica em Cantanhede para uma empresa na área na biotecnologia. Se perguntarmos a um investidor internacional de capital de risco qual é a coisa mais importante na decisão, ele diz-lhe que é a equipa. Aqui dá-se dinheiro a equipas sem condições para levar o projeto em diante. Apoia-se a figura dos promotores. Se queremos que o dinheiro aplicado em empreendedorismo ajude Portugal a crescer, não temos de apoiar promotores, temos de fazer as coisas acontecer e ser extremamente profissionais. VE – Que papel desempenharam os business angels na melhoria deste panorama?

PSP – Conheço poucos negócios com o genuíno investimento de business an-

gels. Aquela figura da pessoa que está disposta a arriscar o seu dinheiro numa fase muito jovem do negócio existe, mas é muito escassa em Portugal. E como se resolveu o problema? Deram-se fundos comunitários aos “business angels” para não gastarem só o seu dinheiro e a taxa de execução desses fundos em Portugal é também muito baixa. Deve ser o único caso no mundo em que os investidores investem não só o seu dinheiro, mas também o dinheiro do Estado. Quando as coisas não funcionam em Portugal, em vez de se tentar perceber porque não funcionam, colocam-se lá dinheiros públicos. VE – E conheceu algum caso exemplar?

PSP – O melhor caso que conheci em Portugal foi o da Chipidea, do professor Epifânio da Franca, que hoje temos a sorte de ser o presidente da Portugal Ventures e que está a fazer um esforço notável na mudança de atitude do capital de risco público. VE – O receio do sucesso ainda é muito castrador?

PSP – Nos EUA, o sucesso é visto como algo positivo. Em Portugal, é fator de inveja. A maior parte dos portugueses é muito pouco avessa ao risco. Sobretudo os portugueses qualificados. Habitualmente vai-se estudar engenharia ou gestão não para ser empreendedor mas para ter um bom emprego numa grande empresa. É assim do berço. E em Portugal não há direito a falhar. É muito comum nos EUA um empreendedor ir à universidade contar a história do sucesso que alcançou ao sexto negócio e do que aprendeu com os cinco falhanços anteriores. Cá não e esse fator é agravado pela banca, que gosta de cimento e terrenos. Quem não tiver garantias dessas para dar não consegue financiar-se na banca. VE – Qual é, afinal, o papel do capital de risco?

PSP – O papel do capital de risco é fundamental, mas não podemos esquecer que tem um modelo de negócio muito simples que consiste em investir em empresas para as vender depois. E o capital de risco só pode gerar rendimento aos seus investidores se essas empresas tiverem um grande potencial de crescimento. As pequenas empresas de “lifestyle” financiam-se junto da banca. Mas é muito difícil fazer capital de risco em Portugal. Enquanto setor, o capital de risco em Portugal perde dinheiro há mais 20 anos. Os fundos de capital de risco têm de levantar dinheiro junto de investidores institucionais – bancos, seguradoras, fundos de pensões – e em Portugal essas instituições não são obrigadas a colocar uma percentagem dos seus funds sob gestão em capital de risco. Noutros países europeus são obrigadas a fazê-lo e cá também deveriam ser, pois, se queremos estimular o setor, é preciso que apareça dinheiro privado. Não sendo obrigadas, as instituições naturalmente não investem neste setor porque ele não tem conseguido gerar retornos elevados e por isso, salvo honrosas exceções, a maior parte do dinheiro que está

nos fundos de capital de risco veio de fundos comunitários. E nós precisamos de mais capital de risco privadas, mas é difícil quando o setor é dominado pela capital de risco pública. Depois, o capital de risco não é só um negócio de dinheiro. Quando um empreendedor recorre a capital de risco, o mais importante é tudo aquilo que o investidor pode dar além do dinheiro, ou seja, o seu envolvimento e a disciplina que impõe aos empreendedores, ajudando a definir estratégias, ajudando nos contactos internacionais. Este é o chamado “smart money” que a capital de risco pública não tem conseguido fazer. VE – Quando fala de empreendedorismo com os seus alunos, o que lhes diz?

PSP – O maior erro que nós podemos cometer é acreditar que vamos transformar miúdos de 20 anos em empreendedores. A probabilidade de isso acontecer é muito baixa, porque uma das boas características de um empreendedor é ter experiência. As universidades podem ter

um excelente papel a estimular os alunos para o empreendedorismo, fazendo-os perceber que, para já, têm de procurar emprego numa empresa, ganhar experiência no mundo das empresas, ver como se gerem pessoas, como se gerem equipas. Porque hoje as grandes dificuldades de um empresário passam por gerir clientes, depois gerir pessoas e em terceiro lugar gerir o dinheiro que não têm. Trabalhar numa empresa vai permitir a estes jovens descobrir as duas primeiras. Gerir o dinheiro que não têm só vão descobrir como se faz no dia em que se tornarem empreendedores. Mas nós também temos de os obrigar a sujar as mãos, a montar um plano de negócio, apresentá-lo perante júris dificílimos, aprender com os erros e ter “feedback” das diferentes fases. VE – Mas a predisposição dos jovens para testar a sua própria ideia tem vindo a aumentar?

PSP – Tem vindo a aumentar muito. Já ninguém acredita que vai ter um emprego fantástico para toda a vida.


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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

ATUALIDADE

Prazo para entrega do anexo SS termina domingo

Comissões sobre contas bancárias aumentam mais de 40%

Os contribuintes que ainda não entregaram o anexo SS têm até domingo para o fazer. Os trabalhadores independentes têm de fazer uma declaração de substituição no portal das Finanças. Este anexo serve para declarar rendimentos à Segurança Social e saber quais os trabalhadores independentes que recebem, no mínimo, 80% dos rendimentos de uma só empresa. Estes trabalhadores têm direito a subsídio de desemprego. De notar que o prazo para entrega do anexo SS era 31 de maio, mas o Governo acabou por decidir o seu alargamento por um mês.

A DECO apresentou uma petição para proibir as comissões bancárias ou outros encargos de manutenção que recaem sobre as contas à ordem. A associação de defesa do consumidor considera que se está perante uma situação abusiva, até porque, em apenas seis anos, as comissões aumentaram 40%, em média. “Um extrato anual é essencial para percecionar a totalidade das despesas suportadas pelo consumidor.” Este extrato deveria ser obrigatório, até porque os consumidores com menos recursos são aqueles mais penalizados.

ACORDO FINAL ALCANÇADO ESTA QUARTA-FEIRA EM BRUXELAS

há mais de oito meses

PAC 2014-2020 introduz “travão” nas perdas do leite e do tomate

EXEMPLO IMI “O IMI, a que acresceu o novo imposto de selo, atingiu valores incomportáveis para a maioria dos proprietários”

IMÓVEL SITO NA AV. JOÃO XII, EM LISBOA Valor Tributário do imóvel, no ano 2012: Euros 555 000,00 (valor arredondado) Valor Tributário calculado nos termos do CIMI, no ano 2013: Euros 1 553 000,00 (valor arredondado)

Neste exemplo concreto, o proprietário não só sofreu um aumento exponencialmente do IMI como se lhe é imposta a obrigação de proceder ao pagamento de 1% sobre o VT, correspondente ao imposto de selo.

EXEMPLO DE ATUALIZAÇÃO DE RENDA Contrato anterior a 1990 – renda: J 50 / arrendatário com 2 crianças a cargo Nova renda proposta pelo senhorio: J 200 Arrendatário não concorda com a proposta. Contraproposta: J 100 Hipótese 1 - Senhorio concorda – tem 30 dias para comunicar a decisão. Hipótese 2 - Senhorio não concorda com a contraproposta e: - põe fim ao contrato – paga indemnização de J 9000 – inquilino tem de abandonar a casa no prazo de 13 meses; - atualiza a renda até 1/15 do valor patrimonial do imóvel – renda válida por 5 anos.

o novo imposto de selo, atingiu valores incomportáveis para a maioria dos proprietários. Estamos convencidos que muitos não conseguirão pagar e perderão os seus imóveis em consequência disso.

Precisamente por esse motivo não teve qualquer efeito prático. Mais importante para a reabilitação urbana é a revitalização do mercado de arrendamento, que esperamos que resulte desta nova lei do arrendamento.

VE - As novas regras de reabilitação favorecem o mercado de arrendamento?

VE - Que melhoramentos é possível introduzir quer no arrendamento habitacional quer no não habitacional?

LML - A nosso ver, não. O diploma de 2009 é muito defeituoso, estabelecendo regras draconianas para os proprietários.

LML - Não vemos qualquer razão para fazer alterações da lei nesta fase em que 80% dos

processos estão suspensos, ainda nem sequer decorreu um ano de vigência, e por isso ainda não houve possibilidade de avaliar o seu impacto. As alterações devem fazer-se depois de testada a aplicação da lei na sua totalidade, o que ainda não aconteceu. Em qualquer caso, as propostas de alteração que têm surgido por parte dos inquilinos representam apenas tentativas de prolongar por mais tempo o congelamento das rendas, o que é totalmente insustentável. VE - Que mensagem gostaria de transmitir?

LML - A mensagem de que a lei veio resolver uma injustiça gritante, resultante da situação de congelamento de rendas que dura há cem anos e que conduziu à degradação das nossas cidades. É por isso importante que se execute plenamente a reforma, a benefício da reabilitação urbana, imprescindível para as nossas cidades e para a nossa economia.

Arrendamento urbano é tema de congresso em Lisboa Juristas, arquitetos e engenheiros discutem, hoje, as oportunidades da nova legislação no âmbito da reabilitação urbana, tema central para a realização do Congresso do Novo Regime do Arrendamento Urbano. O encontro junta Carlos Matias Ramos, Bastonário da Ordem dos Engenheiros, João Belo Rodeia, presidente da Ordem dos Arquitetos, Helena Roseta, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, os juristas Olinda Garcia, Januário Gomes, Manteigas Martins e António Raposo Subtil, a que se associam Luís Menezes Leitão, da Associação Lisbonense de Proprietários, e Romão Lavadinho, da Associação dos Inquilinos Lisbonenses. Esta iniciativa, promovida pela empresa Debates & Discursos, que conta com intervenções de representantes das duas faces da mesma realidade, isto é, de associações de inquilinos e de senhorios, visa esclarecer a comunidade jurídica e o público em geral sobre as questões e dúvidas levantadas com o Novo Regime do Arrendamento Urbano e o impacto que este tem na reabilitação urbana. O que fazer no período de transição dos contratos antigos, como pode o senhorio aumentar o valor da renda, o que mudou nos despejos ou de que forma a reabilitação urbana contribui para a requalificação do património imobiliário e para a melhoria das condições de habitação e de vida da população vão ser abordadas neste encontro que decorre, a partir das 9 horas, no auditório do Hotel Altis Park em Lisboa.

José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura, representou o Ministério da Agricultura nas negociações da PAC esta semana no Luxemburgo e em Bruxelas. TERESA SILVEIRA teresasilveira@vidaeconomica.pt

O acordo obtido esta semana pelo Conselho de Ministros da Agricultura relativa à aplicação da Política Agrícola Comum para 2014-2020 consagrou “aspetos de especial importância para Portugal”, garantem o Ministério da Agricultura e o eurodeputado Capoulas Santos, em notas enviadas à comunicação social. Para além do reforço das ajudas para os pequenos agricultores, através do estabelecimento de um regime especial e de um pagamento redistributivo — que corta aos maiores para dar aos mais pequenos e permitirá majorar o pagamento dos primeiros 30 hectares das explorações —, foi introduzida na nova PAC um mecanismo “travão” das perdas para evitar o colapso de alguns setores de atividade, como o leite, o tomate e outras culturas de regadio, como é o caso do milho. Além disso, a vinha e o olival ficam excluídos das medidas de diversificação de culturas previstas no designado “greening” do primeiro pilar das ajudas da PAC, evitando assim o arranque despropositado destas culturas. Em matéria de salvaguarda dos mecanismos para a estabilidade dos mercados agrícolas, saiu reforçada a posição negocial das organizações de produtores na cadeia alimentar. Por outro lado, e quanto à vinha, manteve-se o atual regime de direitos de plantação até final de 2016, ao qual se seguirá um novo regime de autorizações de plantação, conforme defendido por Portugal, até 2030.

Repartição dos envelopes nacionais das ajudas sem acordo

Ficou igualmente garantida a regulação para o setor do leite após o fim do regime de quotas previsto para 2015, prevendo-se ainda uma reunião de alto nível em setembro para discutir este assunto. Além disso, foi alargada a todos os setores a possibilidade de os Estados-membros implementarem contratos obrigatórios para toda a cadeia alimentar, tal como já previsto no setor do leite. Também ficou acordada a majoração obrigatória do pagamento para os jovens agricultores, a adaptação do quadro dos apoios à irrigação e a proibição de entidades como aeroportos ou campos de golfe de beneficiarem de ajudas da PAC. E ainda ficou consagrada a criação de um sistema de seguros de colheita com financiamento comunitário, um aumento do apoio ao investimento no setor florestal, bem como aos investimentos das organizações de produtores no caso de aumento de escala e fusões. Há, porém, uma matéria sobre a qual não houve acordo: a repartição dos envelopes nacionais das ajudas pelos Estados-membros. O eurodeputado Capoulas Santos e mandatário do Parlamento Europeu lamenta, aliás, que os ministros da Agricultura tenham sido “desautorizados para tal pelos seus chefes de Estado e de governo”, esperando agora que o Parlamento Europeu “possa exercer plenamente os seus direitos de codecisor também em relação a esta matéria”.


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ATUALIDADE

Governo amplia indemnizações aos lesados pelo Estado

Estado devolve 1,5 mil milhões em sede de IRS

O Ministério da Justiça apresentou a proposta de reforma do Código das Expropriações. A principal novidade é que o diploma prevê a figura de “expropriação por sacrifício”. Tal acontece quando a administração pública prejudica, de algum modo, o direito de propriedade. “A obrigação de indemnizar o proprietário alarga-se a toda a atividade da administração pública que suprime o conteúdo económico de um direito de propriedade privada, caso em que terá de haver uma justa indemnização”, explica o grupo de trabalho responsável pelas alterações introduzidas.

O reembolso aos contribuintes que entregaram a declaração de rendimentos na primeira fase está quase concluído. Cada família está a beneficiar de cerca de 770 euros, em média, e o Estado já devolveu mais de 1,5 mil milhões de euros, correspondente a perto de dois milhões de agregados familiares. Relativamente ao ano passado, verificou-se um aumento na ordem dos 30 euros em cada reeembolso. A Autoridade Tributária e Aduaneira prevê concluir a devolução do IRS até meados de julho, mais cedo do que no exercício anterior.

Redes sociais podem ajudar na procura de emprego As redes sociais podem ajudar na procura de emprego. Esta é a opinião de 89% dos inquiridos no âmbito Segundo Inquérito de Emprego de 2013, estudo realizado pelo Universia, a rede de universidades presente em 23 países ibero-americanos, e o Trabalhando.com. As razões apontadas para tal prendem-se com o facto de, na opinião de 33% dos estudantes, as redes sociais permitirem optimizar o tempo, funcionar como mais um canal de pesquisa (36%), além da possibilidade de viralizar o CV (15%). As novas tecnologias também influenciam o tipo de resposta, já que ao disporem de uma imensa variedade de formatos, as redes sociais permitem apresentar-se de forma

mais criativa (16%). Por outro lado, enquanto 11% consideram que as redes sociais não podem ajudar na procura de emprego, 43% argumentam que estas plataformas expõem aspetos informais da vida em contextos formais e 27% consideram que mistura vida pessoal com relações profissionais, duas questões íntimas que podem prejudicar a dimensão pública. Bernardo Sá Nogueira, diretor-geral do Universia Portugal e do portal trabalhando.pt, salienta a importância deste estudo para “se apurar qual o papel das redes sociais na procura de emprego. Apesar de as redes sociais fazerem cada vez mais parte das nossas vidas, é necessário perceber qual o nível de utilização na vida pro-

fissional dos jovens, bem como quais as redes mais procuradas para esse fim”. Facebook é o mais utilizado

Conscientes do benefício laboral que se pode obter, 51% já procuraram emprego através deste tipo de redes sociais. Relativamente aos meios mais utilizados para alcançar este objetivo, a maioria (46%) tende para usar o Facebook, a rede com mais utilizadores do mundo, seguido do Linkedln (37%), uma das redes considerada mais confiável para este fim, bem como do Google+, a plataforma social do conhecido servidor de busca (14%), enquanto o Twitter parece ser usado para outros fins (3%).

MICHAEL NOONAN QUER EVITAR PROGRAMAS DE AJUSTAMENTO

Diogo Feio questiona ministro das finanças irlandês sobre o FMI

Michael Noonan, ministro das Finanças irlandês.

O deputado ao Parlamento EuropeuDiogo Feio questionou o ministro das Finanças da Irlanda, na sua última intervenção enquanto presidente do Conselho de Ministros da UE sobre a matéria, sobre qual seria a sua opinião sobre os programas de ajustamento. A Irlanda, tal como Portugal, caminha para o final do programa de ajuda desenhado pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo Fundo Monetário Internacional. “Acho que devemos evitar programas, em vez de tentarmos desenhá-los melhor”. Michael Nooan defendeu que “a comunicação dos programas deveria ter sido melhor no início”. No entanto, o ministro acha que o FMI deve continuar a participar dos programas de ajustamento pela “experiência que tem”, disse a Diogo Feio, a propósito da eventual saída do FMI do processo de resgate a países em dificuldades.

UAL recebe conferência sobre TIC A Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) irá acolher, pela primeira vez em Portugal, a 11ª edição da conferência Computer Ethics: Philosophical Enquiry (CEPE) 2013, que irá decorrer já nos próximos dias 1, 2 e 3 de julho deste ano na sede da UAL. Gerida pela International Society for Ethics & Information Technology (INSEIT), a conferência CEPE é um dos fóruns mundiais mais importantes no sector das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ao trazer todos os anos à discussão questões do domínio da informação e da ética na computação

através da multidisciplinariedade de áreas contributivas, como engenharias, direito, psicologia, antropologia, filosofia, entre outros. Depois de ter passado já por várias cidades, alternando sempre entre a Europa e os Estados Unidos, esta conferência internacional de topo chega agora, pela primeira vez, a Portugal, pela mão do Centro de Análise Económica de Regulação Social (CARS) da UAL. Para a UAL, esta conferência irá estimular o corpo docente a produzir investigação e os alunos na oportunidade de adquirirem novos conhecimentos.


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ATUALIDADE/OpiniĂŁo

FRANCISCO JAIME QUESADO Especialista em EstratÊgia, Inovação e Competitividade

AGENDA DE INOVAĂ‡ĂƒO E COMPETITIVIDADE REPRESENTA UM DESAFIO PARA O FUTURO

Os novos parques de ciĂŞncia A aposta que Portugal tem feito nos parques de ciĂŞncia e tecnologia atravĂŠs da Tecparques ĂŠ um compromisso com o futuro. Pretende-se apostar em “parques de inovaçãoâ€? que se assumam como verdadeiras plataformas para um novo modelo estratĂŠgico para a economia portuguesa. Em tempo de profunda crise internacional, com a maior parte dos setores de atividade confrontados com falta de perspetivas de recuperação, a dinamização dos parques de ciĂŞncia ĂŠ essencial. As ĂĄreas da nova economia e dos setores tradicionais, como projetos integrados de base nacional, acabam por ser um importante teste Ă capacidade de encontrar novas soluçþes associadas Ă inovação e conhecimento, criando condiçþes para uma nova aposta para o futuro. O papel de empresas de referĂŞncia como a Embraer, a Critical Software, a Novabase, entre outras, ĂŠ decisivo. Trata-se dum movimento de

“aglomeração de baseâ€? da sociedade civil, numa lĂłgica de “eficiĂŞncia coletivaâ€? em que a capacidade regional de afirmar capacidades numa lĂłgica mais global vem ao de cima. Os objetivos estratĂŠgicos dos parques de ciĂŞncia sĂŁo claramente um exemplo de exame Ă capacidade efetiva dos atores econĂłmicos de “agarraremâ€? o desafio da competitividade duma forma estruturada e coerente. ImpĂľese uma aposta sĂŠria nesta nova fase, mais ambiciosa, voltada para a internacionalização e para a criação de valor global. O investimento direto estrangeiro desempenha um papel de alavancagem da mudança Ăşnico. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de inovaçãoâ€? associado Ă captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação

FRANCISCO VILELA DA SILVA Risk Manager Xerox Portugal & Xerox Financial Services Portugal

e comunicação, biotecnologia, automĂłvel e aeronĂĄutica, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativasâ€? de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas setoriais (empresas lĂ­deres, universidades, centros I&D), cabendo Ă s agĂŞncias pĂşblicas um papel importante de contextualização das condiçþes de sucesso de abordagem dos clientes. O sucesso dos parques de ciĂŞncia ĂŠ fundamental para o futuro do paĂ­s. É um objetivo que nĂŁo se concretiza meramente por decreto. É fundamental que a sociedade civil agarre de forma convicta este desĂ­gnio e faça da criação destas “novas plataformas de competitividadeâ€? a verdadeira aposta estratĂŠgica coletiva para os prĂłximos anos. O que estĂĄ verdadeiramente em causa em tudo isto ĂŠ a assunção por parte do paĂ­s dum verdadeiro desĂ­gnio estratĂŠgico

de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento económico. Inovação, conhecimento e criatividade são as palavras chave de uma estratÊgia centrada na criação de valor global com efeito no emprego e riqueza. A economia portuguesa precisa de um novo choque. E compete tambÊm aos parques de ciência a liderança do processo de mudança. Impþem-se parques de ciência capazes de projetar no país uma dinâmica de procura permanente da criação de valor e aposta na criatividade. Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem Ê capaz de antecipar as expectativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, os parques de ciência não podem demorar. Têm que ser a base do futuro que queremos que seja jå hoje! Para tal, a aposta em setores chave e uma verdadeira mobilização de todos os atores do território serå uma condição central.

Reserve o espaço da sua empresa no TecCaminha

Quem são os meus clientes? Quando se vende a crÊdito e numa tentativa de reduzir ao måximo os atrasos de recebimento e as faltas do mesmo, hå um ponto comum que Ê muitas vezes descurado e que pode dar uma ajuda preciosa. Conheço o cliente com quem estou a negociar? Esta Ê uma pergunta que todos deveriam fazer quando a venda Ê feita a crÊdito, ou seja, o pagamento não Ê feito no ato de emissão da fatura e entrega do serviço/mercadoria. Quanto mais profundo e

Tudo o que nos rodeia Ê importante e nenhuma empresa atua sozinha num mundo isolado suportado for o conhecimento de um cliente, mais facilmente o empresårio consegue aferir se a probabilidade de vir a receber daquela venda nos prazos acordados Ê elevada ou reduzida. Desta forma toda a fase de negociação deve ser influenciada por este conhecimento. Hå inúmeras formas de conhecer clientes e a verdade Ê que quanto mais informação e quanto mais conhecimento melhor! Toda a informação Ê importante; no entanto, existem dados chave

que se devem ter em conta em qualquer negociação: A gestĂŁo da empresa: ĂŠ importante perceber como funciona a gestĂŁo da empresa que quer como cliente; quais os objetivos; quais os pontos fortes e fracos. O meio envolvente. Tudo o que nos rodeia ĂŠ importante e nenhuma empresa atua sozinha num mundo isolado. A volatilidade e sensibilidade da empresa a alteraçþes externas. Empresas que sejam fortemente afetadas por condiçþes de clima, decisĂľes polĂ­ticas, questĂľes legais, etc., Toda esta informação relevante pode ser obtida atravĂŠs de inĂşmeras fontes, como sejam: Amigos, clientes e fornecedores. SĂŁo excelentes fontes de informação acerca de outras empresas. Sites pĂşblicos que periodicamente atualizam informação acerca de empresas e particulares Motores de busca. Toda a internet permite uma pesquisa e consulta dos mais variados tipos de informação “Mediaâ€?. Sejam do ramo ou generalistas permitem muitas vezes obter informaçþes relevantes. Agencias de informação de crĂŠdito. Concentram num sĂł relatĂłrio muita da informação relevante que se encontra normalmente dissipada.

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A sua atividade precisa de um mĂłdulo de expansĂŁo no TecCaminha. Para criar uma delegação, iniciar uma atividade, ou dispor de um espaço prĂłprio de armazenagem o TecCaminha ĂŠ a melhor solução para a sua empresa. A localização privilegiada prĂłximo da A28, a proximidade de Viana e dos pĂłlos empresariais de Viana, Vila Nova de Cerveira e de Porrinho, fazem do TecCaminha o local ideal para a expansĂŁo da sua empresa. &RP XPD YLVWD PDJQtÂżFD VREUH R ULR 0LQKR H (VSDQKD R 7HF&DPLQKD p R ORFDO HVWUDtĂŠgico para a sua actividade. 2 7HF&DPLQKD SURS}H OKH HVSDoRV IXQFLRQDLV H Ă€H[tYHLV D SDUWLU GH P FRP FDSDFLGDGH GH P GH DUPD]HQDJHP HP SURSULHGDGH RX HP DUUHQGDPHQWR FRP RSomR GH compra, proporcionando-lhe a melhor solução de instalação e de investimento. $R RSWDU SHOR 7HF&DPLQKD EHQHÂżFLD GH XP OHTXH DODUJDGR GH VHUYLoRV TXH LQFOXHP HVFULWyULRV VDODV GH IRUPDomR DORMDPHQWR SDUD DWLYLGDGHV SURÂżVVLRQDLV H SDUD WXULVPR

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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

ATUALIDADE/OpiniĂŁo

Senhorios impedidos de atualizar rendas antigas A Autoridade TributĂĄria ainda nĂŁo entregou aos inquilinos a declaração comprovativa do rendimento bruto corrigido do agregado familiar. Sem este documento, os proprietĂĄrios de imĂłveis nĂŁo podem atualizar as rendas. A declaração atesta que o inquilino tem problemas ďŹ nanceiros, pelo que o processo de atualização das rendas nĂŁo pode ser concluĂ­do. Acontece que o sistema das Finanças nĂŁo estĂĄ preparado para dar resposta a estas solicitaçþes e mais de 27 mil pedidos estĂŁo retidos nos serviços de Finanças.

Estado gasta quase 1,2 mil milhĂľes em subsĂ­dios de desemprego O Estado jĂĄ gastou perto de 1,2 mil milhĂľes de euros em subsĂ­dios de desemprego, nos cinco primeiros meses, o que se traduziu num aumento de 11,3%, face a igual perĂ­odo do ano passado. No que toca ao subsetor Segurança Social, a despesa acumulada ďŹ xou-se em mais de 9,9 mil milhĂľes de euros, um aumento de 7,7%, em termos homĂłlogos. De notar que o ministro das Finanças, VĂ­tor Gaspar, admite que o dĂŠďŹ ce orçamental poderĂĄ superar os 10%, nos trĂŞs primeiros meses do ano.

JOSÉ DE SOUSA

RUI FIOLHAIS

Presidente & CEO da Liberty seguros

Manager da CH Consulting ruiďŹ olhais@chconsulting.pt

Em apoio do Ministro Nuno Crato “Truth (beauty) is in the eye of the beholderâ€? (a verdade / beleza estĂĄ nos olhos de quem vĂŞ), ĂŠ uma frase que, segundo as WikipĂŠdias deste mundo, nos chega provavelmente da antiga GrĂŠcia (hĂĄ mesmo quem a atribua a PlatĂŁo), e que basicamente justiďŹ ca que duas pessoas a olhar para a mesma situação, objeto ou pessoa possam ter opiniĂľes radicalmente diferentes sobre a mesma questĂŁo em apreço. Basta para isso, como vemos na correspondĂŞncia do leitor publicada na edição 2.325 de 12 de Junho de 2013 da revista brasileira “Vejaâ€?, que os termos de comparação, as expectativas, as vivĂŞncias, os genes, o ADN e muitos outros fatores sejam, como inevitavelmente sĂŁo, diferentes entre os que opinam. A “Vejaâ€?, da Editora Abril, ĂŠ provavelmente a melhor revista semanal que li atĂŠ hoje em qualquer parte do mundo. Tenho que ver como a posso obter regularmente em Portugal, porque o facto ĂŠ que, nĂŁo a lendo, perco conteĂşdos fantĂĄsticos, e que sĂŁo uma lufada de ar fresco quando

comparo com o que aqui em Portugal nos ĂŠ servido pelos “produtosâ€? similares. Desassombrada, frontal, sem medos de qualquer espĂŠcie no tratamento de temas, sem se importar com os incĂłmodos que sejam para os polĂ­ticos ou os empresĂĄrios visados nos artigos, sem nunca se subjugar a interesses econĂłmicos, polĂ­ticos ou de qualquer outra espĂŠcie. Verdadeiramente livres, independentes, objetivos, ao serviço e em apoio do povo brasileiro. Como ĂŠ obvio, sĂŁo muito bons no que fazem. DĂŁo o direito do contraditĂłrio a todos os visados, religiosamente, e, como ĂŠ Ăłbvio tambĂŠm, podem provar tudo o que denunciam nas suas pĂĄginas. Verdadeiro jornalismo de investigação de grande qualidade ĂŠ o que nos ĂŠ oferecido, o que faz com que seja um enorme prazer, apesar da muita publicidade (que sustenta a revista e a mantĂŠm independente), o conteĂşdo seja variado, rico e cativante para o leitor. Começa-se a ler e sĂł se acaba no ďŹ nalzinho mesmo, nĂŁo dĂĄ para parar no caminho!

A “Vejaâ€? nĂŁo se limita a escrever sobre o Brasil. Nesta edição de 12 de Junho, que comprei logo ao chegar ao Brasil veriďŹ quei que no nĂşmero anterior da revista, em 5 de Junho, a “Vejaâ€? tinha escrito um artigo sobre o nosso Ministro da Educação, o Professor Nuno Crato, e a luta que ele trava contra a demagogia que impera no ensino em Portugal. JĂĄ nĂŁo consegui obter o artigo, mas deve ter sido bem interessante. Vejam-se por favor os comentĂĄrios que escrevem os leitores brasileiros (todos eles adoraram o Nuno Crato, deďŹ nindo-o basicamente como uma “best practiceâ€? de nĂ­vel mundial no campo da educação, cuja doutrina deveria ser amplamente aplicada e divulgada em todo o Brasil!), e jĂĄ agora leiam o comentĂĄrio do Ăşnico leitor portuguĂŞs que comentou o artigo.... O ser humano ĂŠ realmente fantĂĄstico, e o PlatĂŁo, a ser verdade que a frase ĂŠ dele, um gĂŠnio! Amigo Nuno Crato, nĂŁo se deixe intimidar, nĂŁo perca o ânimo! Continue por favor incansĂĄvel na luta pela digniďŹ cação do ensino em Portugal.

ELIZABETH ACCIOLY Professora universitĂĄria

Brasil: a panela de pressĂŁo explodiu! “HistĂłria de explosĂŁo de panela de pressĂŁo ĂŠ tĂŁo antiga quanto a prĂłpria invenção desse tipo de panela, ou seja, ocorre desde 1679, quando foi criada pelo fĂ­sico francĂŞs Denis Papin. Ela ĂŠ hermeticamente fechada e a melhor opção para cozinhar com o menor tempo possĂ­vel. Se eventualmente a vĂĄlvula de vapor estiver entupida, estaremos cedendo calor para a panela, elevando sua temperatura, e consequentemente sua pressĂŁo. O vapor estarĂĄ preso sem poder aliviar a pressĂŁo de dentro do interior. Quando essa pressĂŁo ultrapassar o limite suportado pela panela, ela vai se deformar e explodir. Para reduzir os riscos, siga os seguintes cuidados: antes de usar a panela, veriďŹ que se a vĂĄlvula estĂĄ perfeitamente desentupida; nĂŁo encha de ĂĄgua a panela atĂŠ a tampa; tenha certeza de que a panela libera vapor pela vĂĄlvula de escape; NĂŁo pressione a vĂĄlvula enquanto estiver cozinhandoâ€? 1. O povo brasileiro estĂĄ conseguindo fazer ouvir a sua voz, de forma pacĂ­ďŹ ca e bemhumorada, herança do nosso gene, que nos ensinou que uma revolução se faz com cravos. É claro que, nos movimentos de massa, sempre haverĂĄ grupos arruaceiros, que pretendem tumultuar, insultar, pilhar, nomeadamente nos grandes centros, 1 - http://www.coreauemrede.com/2011/04/por-que-as-panelas-de-pressao-explodem.html

mas a mensagem das passeatas realizadas em mais de cem cidades, com cerca de 230.000 de pessoas, ĂŠ da “nĂŁo violĂŞnciaâ€?. E o mundo se pergunta, ainda incrĂŠdulo diante desta primavera tropical: o que fez desencadear toda esta revolta nos brasileiros?; justamente agora que o Brasil tem a bola no pĂŠ, querem mandar a bola para fora da baliza?; e logo no paĂ­s do futebol?; e com dois eventos que em outros tempos seriam o Ăłpio do povo? Pois foram apenas 0,20 litros de ĂĄgua que encheram a panela de pressĂŁo atĂŠ a tampa. A chefe de cozinha parecia dominar com imensa destreza este grande refeitĂłrio, aďŹ nal os seus comensais pareciam gostar do seu feijĂŁo, que jĂĄ havia atĂŠ ganho fama internacional, mas a negligĂŞncia da “pilotaâ€? do fogĂŁo, e dos seus ajudantes, levou ao inevitĂĄvel: a panela explodiu! E agora o caldo entornou, o feijĂŁo azedou e o povo quer mudar a ementa. NĂŁo querem saber de “patrĂŁo FIFAâ€? mandando na cozinha, nem querem que a cozinheira invista valores exorbitantes na construção ou reforma de copas ou refeitĂłrios de luxo, muito menos querem continuar a servir os seus frequentadores habituĂŠs que, hĂĄ dĂŠcadas, vĂŞm engordando Ă s custas das sobras superfacturadas ou desviadas, enquanto a população passa fome. A explosĂŁo foi tĂŁo grande que fez todo o Brasil estremecer, de Irati ao PiauĂ­, do Oiapoque ao ChuĂ­, e a indigestĂŁo foi

tamanha que o povo saiu Ă s ruas para vomitar tudo o que estava entalado na garganta hĂĄ mais de vinte anos. E o que exige o povo? Nada, nada alĂŠm do essencial para se ter uma vida digna, uma vida de paĂ­s de primeiro mundo, como aliĂĄs o mundo passou a ver o Brasil. Exigem apenas respeito dos seus direitos fundamentais, que desďŹ lam nĂŁo na SapucaĂ­, mas na Constituição brasileira, querem o mĂ­nimo que um Estado democrĂĄtico deve garantir aos seus sĂşbditos: educação, saĂşde, segurança, justiça e paz, muita paz! É pedir de mais? Como dizia um dos inĂşmeros cartazes das manifestaçþes: “nĂŁo ĂŠ por centavos, ĂŠ por direitos.â€? Pois ĂŠ, a cozinheira chefe terĂĄ de refazer a ementa, e com muita rapidez, para tentar conter a ira do freguĂŞs! E ĂŠ bom ter em atenção que ďŹ nalmente o povo brasileiro jĂĄ tem paladar, consegue sentir cheiro podre no ar, e passarĂĄ a exigir uma “seleçãoâ€? que corresponda Ă s suas novas expectativas, que passa longe de onze marmanjos correndo atrĂĄs de uma bola! O exemplo brasileiro pode servir para a UniĂŁo Europeia, e, por isso, seria prudente que seus dirigentes dessem uma vista d’olhos nessa panela de pressĂŁo, para saber se ainda estĂĄ a liberar algum vapor pela vĂĄlvula de escape, caso contrĂĄrio, a explosĂŁo por aqui estremecerĂĄ nĂŁo um paĂ­s, mas um continente!

Alegria no trabalho A experiĂŞncia demonstra que pessoas felizes trabalham melhor. E que as organizaçþes que se preocupam com a felicidade dos seus colaboradores sĂŁo as que estĂŁo melhor preparadas para enfrentar um clima econĂłmico adverso. Mas como se promove a felicidade organizacional? Como se medem os seus resultados? Foi a pensar na resposta a estas questĂľes que a CH Consulting idealizou uma resposta inĂŠdita ancorada nas prĂĄticas que a levaram a atingir o estatuto de melhor empresa para trabalhar em Portugal. A prova da validade dessas prĂĄticas estĂĄ na conquista dos trĂŞs primeiros prĂŠmios de Felicidade Organizacional: s -ELHOR %MPRESA PARA 4RABALHAR SEGUNDO O estudo da revista Exame / Accenture, s Š 0-% E ÂŽ LUGAR NO SETOR DE SERVI½OS dos prĂŠmios ExcelĂŞncia no Trabalho do DiĂĄrio EconĂłmico, Heidrick & Struggles e ISCTE. s ÂŽ ,UGAR COMO EMPRESA DE CONSULTORIA ÂŽ LUGAR COMO EMPRESA PORTUGUESA E ÂŽ LUGAR NO ranking geral do Best Place For Work. É a primeira vez que uma mesma empresa conquista simultaneamente estes prĂŠmios, que se somam a dezenas de galardĂľes recebidos. Agora ĂŠ altura de partilhar este capital de experiĂŞncia com organizaçþes apostadas em conquistar nĂ­veis elevados de felicidade. Para o efeito, foi delineada a metodologia HAPPY J BS, uma abordagem inovadora de promoção da Felicidade Organizacional. Nessa abordagem tomamos o pulso e tiramos radiograďŹ as travĂŠs de um BarĂłmetro de Felicidade Organizacional. Avaliamos prĂĄticas, felicidades e infelicidades. Em seguida, concebemos uma estratĂŠgia com medidas concretas nas ĂĄreas da Satisfação das Pessoas, Motivação, Comunicação Interna, PrĂĄticas DE 'ESTĂĄO 1UALIDADE ,IDERAN½A E 3ATISFA½åO DOS Clientes. Agimos ao nĂ­vel da cultura organizacional, curando feridas, exorcizando fantasmas, dissipando conitos, resistĂŞncias e ambiguidades. Aplicamos tĂŠcnicas de coaching e formação desenhadas para cheďŹ as. SubstituĂ­mos postura e atitudes que minam a liderança. Mas mudar implica comunicar. Neste capĂ­tulo revemos canais, meios e mensagens para garantir que a comunicação ĂŠ interiorizada, gerando empatia e envolvimento. Finalmente, ensina o Paradoxo de Easterlin que dinheiro apenas impede a desmotivação: a partir de certo limiar cessa de motivar. É por isso que aplicamos medidas inovadoras, com base em fatores imateriais, “low costâ€? ou sem qualquer custo, ensaiadas com ĂŞxito dentro de portas. Esta trajetĂłria conduz a resultados econĂłmicos tangĂ­veis. Com a vantagem de preparar a empresa para ser reconhecida como uma das melhores organizaçþes para trabalhar. Com isto aumentamos a motivação, o empenho, a produtividade e a felicidade das pessoas. E pessoas felizes atraem clientes felizes e resultados positivos. Organizaçþes felizes retĂŞm os melhores talentos e ganham notoriedade e reconhecimento social. SĂŁo mais eďŹ cientes e desejadas. É com esse desejo que a Melhor Empresa para Trabalhar estĂĄ pronta para trabalhar com as futuras melhores empresas.


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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

ATUALIDADE/Internacional

FMI admite que Espanha não precisa de mais ajustamentos

Atenuada a desaceleração da economia na Zona Euro

O Fundo Monetário Internacional considera que a Espanha não precisa de mais ajustamentos durante este ano. O FMI está a suavizar a mensagem relativamente ao país vizinho. O organismo valoriza positivamente as reformas colocadas em prática, pelo que não serão necessários mais ajustamentos. No entanto, acha inaceitável o nível de desemprego e pede mais esforços para que sejam criados postos de trabalho.

A desaceleração da economia da Zona Euro foi atenuada em junho e atingiu o seu melhor nível em 15 meses. No segundo trimestre, o PIB da região da moeda única terá sofrido uma contração de 0,2%, um valor idêntico ao dos três primeiros meses do ano. O que significa que a recessão já se estende a sete trimestres consecutivos, no que é um recorde absoluto. As previsões apontam agora para uma estabilização do ritmo, podendo verificar-se o retorno ao crescimento no quarto trimestre do ano, sobretudo devido à melhoria do comportamento da França e da Alemanha.

Clima terá consequências devastadoras para os países pobres O Banco Mundial avisa que há o risco de a temperatura do globo aumentar cerca de 2ºC até 2040. As consequências serão potencialmente devastadoras para os países pobres, com falta de alimentos e inundações. Os números e as conclusões apresentadas pelo banco são assustadores. Neste cenário, a África subsa-

Crise altera geografia das fábricas automóveis na Europa A crise alterou profundamente o mapa das fábricas de automóveis na Europa. Em cinco anos, a quebra nas vendas foi de 18%, com muitos perdedores, alguns vencedores e enormes problemas de sobrecapacidade instalada. O choque alterou a hierarquia das unidades de produção. A Itália, a França e a Espanha são os países que mais têm perdido, enquanto a Alemanha se posiciona como o gigante da indústria automóvel europeia. Entretanto, os países da Europa de Leste têm ganho um peso crescente nesta indústria. A Alemanha é um caso notório de sucesso, devido aos seus modelos e à sua capacidade de exportação para países terceiros. Por exemplo, a fábrica da BMW de Leipzig aumentou a sua produção em cerca de 40%, devido ao sucesso dos modelos 1 e X1. O mesmo se passa com a Audi, cujas vendas foram impulsionadas pelos modelos A6 e A7. Não se trata apenas de um aumento das vendas, trata-se também de garantir valor acrescentado, já que se trata de viaturas de gamas mais altas. Do outro lado da tabela estão marcas como a Ford, que deixou a sua fábrica espanhola para se instalar na Alemanha com o modelo Focus, ou o caso da PSA, quer em França ou em Espanha. Acontece que este é um círculo vicioso, quanto menos uma fábrica produz, menos competitiva se torna. Tendo em conta que existe capacidade produtiva em excesso, as empresas têm que desenvolver esforços para reduzirem os custos operacionais, ao mesmo tempo que se mantêm o mais competitivas possível. Até porque têm de contar com a concorrência crescente de países terceiros.

riana assistirá a uma quebra na produção agrícola de 10%, sendo que quase metade das terras destinadas ao milho ficarão inutilizadas durante a década de trinta. O Sul e o Sudeste da Ásia correm sérios riscos. As inundações tendem a tornar-se cada vez mais frequentes e grandes episódios de seca poderão assolar a Índia.

O Sudeste Asiático vai assistir ao aumento dos níveis das águas, associado a ciclones. O Banco Mundial avisa que se corre o risco de não se conseguir eliminar a pobreza extrema, pelo que é necessário um novo dinamismo, numa altura em que a mobilização política sobre o aquecimento do clima marca passo.

De facto, poucos acordos têm sido realizados sobre esta matéria nos últimos anos, quando estão a surgir novas ameaças, tendo em conta a forte aposta industrial de alguns países, com a agravante de que se trata de regiões muito populosas, portanto, com mais necessidades de produtos industriais. PUB


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Maestro José Ferreira Lobo dirige em Itália

NEGÓCIOS E EMPRESAS

O maestro titular da Orquestra do Norte, José Ferreira Lobo, dirigiu esta semana a estreia da obra “Maddeleine per Archi” do compositor contemporâneo italiano Alberto Giglioni. O diretor português acompanhou um dos maiores nomes da música erudita actual, o violoncelista Giovanni Sollima, no Concerto para Violoncelo e Orquestra em Dó Maior de Joseph Haydn.

JOSÉ MARTINO

MIGUEL GUIMARÃES

engenheiro agrónomo josemartino.blogspot.com

Presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos

Parente pobre, parente rico Há certamente muitos ângulos pelos quais se pode analisar uma situação. É o fenómeno do copo meio cheio e do copo meio vazio. Nem quem defende a primeira opção está errado, nem quem defende a segunda. E, no entanto, o ângulo de avaliação faz toda a diferença. Aplicando a teoria à agricultura, também podemos questionar porque é que, de repente, todos começaram a interessar-se pelo sector. Do Presidente da República, que os mais críticos da personalidade dizem que como primeiro-ministro deu cabo dela (agricultura), até ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que sempre fez questão de mostrar que tem um fraquinho pela mesma (agricultura), vá lá saber-se porquê – os mais altos dignitários da Nação puseram-se, quase ao mesmo tempo, a perorar sobre o assunto. O que é que mudou? A perceção, claro. Agora, já não se olha para a agricultura como o copo meio vazio; agora é o copo meio cheio que ganha espaço na comunicação social e na agenda dos nossos políticos mais importantes. E, no entanto, aquilo que parece ser um oásis no deserto de uma economia estiolada pela crise (parece, repito) foi sempre esse oásis, entendido como um conjunto de características dos nossos agricultores (e jovens agricultores): capacidade de empreender, correr riscos, inovar, aprender. Quem trabalha na agricultura em Portugal foi sempre assim, mas antes lutava (e ainda luta) contra uma burocracia que emperra, contra o centralismo que obstaculiza, contra um modelo de financiamento que trata por igual o que é desigual e, assim, criar as desigualdades e desbarata milhões de euros. O parente pobre da economia não passou a parente rico. Mostrou apenas que tem gente com capacidade para dar a volta à crise. Escusavam os políticos de vir agora a correr para ficar na fotografia.

Prescrição por DCI: razão antes do tempo Na execução do memorando de assistência financeira, o Ministério da Saúde comprometeu-se em reduzir drasticamente a despesa pública com medicamentos. Esse compromisso levou à adoção de medidas bastante violentas para todos os intervenientes no setor, dos prescritores aos comerciantes. Algumas aparentemente bemsucedidas, como a redução administrativa dos preços de venda dos genéricos, a adoção de novos países-referência para as margens de comercialização ou a negociação com a indústria farmacêutica para amortização de dívidas. Outras que resultaram no efeito contrário ao que os governantes desejavam. Uma das iniciativas

mais penalizadoras para os doentes, neste momento, é a prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI), conhecida também como prescrição pelo princípio activo. Obrigatória desde Junho de 2012, esta tipologia de receita foi amplamente criticada pela Ordem dos Médicos desde a sua conceção, não por questões corporativas ou por promiscuidades com os laboratórios farmacêuticos, como se procura fazer passar para a opinião pública, mas por uma questão de princípio e de não impedir que a prescrição do médico fosse desrespeitada, de forma arbitrária, no balcão da farmácia. O tempo deu-nos razão, infelizmente. A prescrição por DCI não só não aumentou a

taxa de penetração dos genéricos em Portugal além da curva ascendente que já se verificava como tem provocado todo o tipo de iniquidades na hora dos doentes levantarem o seu receituário. Nesta engrenagem, as areias começam a surgir nas guias de tratamento fornecidas ao doente através dos programas de prescrição electrónica. Nelas pode ler-se não o preço mais baixo possível para um princípio activo, como estava definido na lei, mas sim “o preço máximo possível” em cada caso, enviesando a mensagem e confundido propositadamente o doente na hora da escolha. Ato contínuo, os casos reportados de trocas de medicamentos aumentam exponencialmente e fazem as parangonas dos jornais, sobretudo quando se

trata de fármacos mais baratos. Por uma razão muito simples: quanto mais baratos forem os medicamentos, menos interesse têm para as farmácias e para a indústria que vivem de margens de comercialização. O Ministério da Saúde terá, necessariamente, de rever a sua posição sobre esta matéria e cumprir com outro dos pressupostos definidos pela “troika”, a transparência. Pode começar pela eliminação das mensagens ambíguas nos softwares de prescrição e por cumprir com a lei que ele próprio criou, apresentando ao utente o preço mais baixo do mercado. Só assim poderá haver uma decisão informada e consciente por parte daqueles a quem, em última análise, se dirigem estas medidas.

Santa Casa “corre” por boas causas

Pedro Tochas convida turistas a visitar Portugal

Com o lema “Corremos por Boas Causas”, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa associa-se ao Circuito da Boavista, que decorreu entre 21 e 23 de junho, com o Grande Prémio Histórico do Porto, e prosseguede 28 a 30 de junho, com o World Touring Car Championship, uma das provas mais conceituadas do automobilismo mundial. Historicamente ligada ao evento, através dos Jogos Santa Casa, a instituição quer com este patrocinício não só promover o desporto em Portugal, como também as causas apoiadas pela organização, numa edição marcada pela aposta forte na responsabilidade social. Além de uma parceria da organização da Porto Lazer com o IPO para a realização de desejos de crianças com doenças oncológicas que sonham assistir às provas ou participar nos desfiles de automóveis, são também apoiadas este ano a Operação Nariz Vermelho e a Associação Bagos d´Ouro. Estas duas instituições vão receber a receita resultante das inscrições para os desfiles de automóveis clássicos que acontece durante os dois fins de semana. Organizam ainda atividades próprias, como uma Wine Party, o leilão de uma VIP Lap e a ven-

O comediante Pedro Tochas acaba de criar um pequeno vídeo onde convida turistas, portugueses e estrangeiros, a visitarem Portugal e perceberem as maravilhas que este país pode oferecer a quem o visita. Para tal, juntou-se à equipa “Portugal, o Melhor Destino’, na promoção do país das ‘5 quinas’, enquanto destino turístico de excelência, assumindo o papel de embaixador e voluntário por esta causa. Foram já cerca de 400 os voluntários, de norte a sul do país, que vestiram a camisola por este projeto que deu vida ao Maior Álbum Fotográfico do Mundo. Pedro Tochas apela, assim, aos portugueses para que mostrem o melhor de Portugal, e que, caso tenham oportunidade, se juntem ao projeto ‘Portugal, o Melhor Destino’ em www.portugalmelhordestino.pt/voluntarios.

Operação Nariz Vermelho e Associação Bagos d’Ouro apoiadas da de narizes da Operação Nariz Vermelho. O Circuito da Boavista não se limita a ser um evento desportivo destinado exclusivamente aos adeptos de automóveis clássicos ou das velocidades. Assume-se cada vez mais como um momento de festa, com uma emoção e adrenalina que se estendem ao público, em duas semanas de ani-

mação para toda a família. A responsabilidade social faz parte do ADN da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que aposta também na promoção do desporto de Norte a Sul do país. A instituição desenvolve um importante trabalho nas áreas da ação social, saúde, educação, investigação, cultura, empreendedorismo e economia social, na valorização do seu extenso património, bem como na exploração dos Jogos Sociais concessionada pelo Estado português, cujas receitas revertem para apoiar causas sociais por todo o território nacional, entre outras, na área do desporto.


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NEGÓCIOS E EMPRESAS

CARLOS LEAL Diretor Geral da UIP (United Investments Portugal), unidade detentora do Pine Cliffs Resort

O turismo residencial em Portugal Nos últimos anos, o posicionamento de Portugal no que diz respeito à promoção turística no exterior tem sido alvo de melhorias significativas. No entanto, mantém-se a necessidade de melhorar a promoção com ações estratégicas para posicionar o país como um destino único e diferenciado. É importante relembrar que o nosso país (nomeadamente o Algarve, mas não só) é um destino turístico privilegiado a considerar para quem procura usufruir de tempo de qualidade junto da família e dos amigos e, acima de tudo, em segurança. O clima ameno habitual em Portugal, as praias paradisíacas, a oferta gastronómica típica e rica e os serviços e infraestruturas hoteleiras e de turismo residencial potenciam uma verdadeira “lifestyle experience” apetecível ao longo de todo o ano. Mas é necessário capitalizar este cenário idílico com uma eficaz promoção turística nos mercados estrangeiros ao longo do ano, como forma de alavancar a nossa economia e combater a sazonalidade neste setor e em regiões como o Algarve. Uma parte do trabalho de divulgação é desenvolvida por cada unidade/empresa através de ações estratégicas de captação e envolvimento de novos investidores, e da imprensa nacional e internacional. Mas não é suficiente, tem de haver uma estratégia coordenada com o envolvimento e apoio da indústria hoteleira e turística de todas as regiões do país.

Muito relevantes têm sido também as medidas do Governo Português, com o programa “Living in Portugal”, que apoia a divulgação do destino como um todo e abre novas possibilidades de investimento com a promoção das autorizações especiais de residência a não europeus (os chamados - Golden Visas), que permitem ao país aumentar a vantagem competitiva e marcar a diferença face a outros mercados e destinos turísticos. Não é possível prever de forma concreta para os próximos dois a cinco anos a eficácia e os resultados destas medidas, mas acreditamos que o impacto será positivo quer no turismo residencial (em particular no Algarve, mas não só) quer na economia nacional. Sabemos que, à data, a procura existe e tem aumentado por parte dos cidadãos não europeus, em parte porque a oferta turística residencial é elevada mas também porque o nosso país está posicionado entre os melhores do mundo para a realização de investimentos e negócios (de acordo com dados disponibilizados pela APEMIP - Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal). Recordo que, no ano passado, a revista “Forbes” colocou Portugal no top 30 do ranking de uma lista de 141 países onde esta avaliação teve por base os direitos de propriedade, inovação e tecnologia, a liberdade e a proteção aos investidores.

Neste cenário, a UIP, uma empresa multinacional e proprietária do Pine Cliffs Resort adapta-se a esta realidade e coloca a qualidade da oferta ao nível da exigência do que de melhor se faz no mundo. Atuamos junto dos mercados emergentes, como é o caso da Rússia, Médio Oriente, Brasil e China, damos continuidade ao investimento nos mercados tradicionais como Inglaterra, Holanda, Alemanha e países nórdicos, e oferecemos um conjunto de várias opções de alojamento e produtos imobiliários de luxo. Esta oferta diversificada faz parte do modelo de negócio e filosofia do consórcio da IFA Hotels & Resorts, uma empresa líder mundial de hotéis e resorts com serviços de luxo que, pela sua experiência, credibilidade e solidez financeira, garante a segurança do investimento. A grande preocupação é a valorização do imóvel e proteger os atuais e futuros clientes-proprietários, uma vez que, mesmo com a atual recessão económica, os preços praticados na área imobiliária no Pine Cliffs Resort não têm sofrido desvalorizações. Em simultâneo, damos a conhecer os serviços diferenciadores do Resort e aos quais os proprietários têm acesso privilegiado: Golfe, Ténis, Piscinas, Desportos Aquáticos, ao Porto Pirata - Aldeia das Crianças com 7000 m2, Health & Fitness Club, 11 Restaurantes e Bares, Lojas, Boutiques, entre muitos outros benefícios.

Alimento com convicção a ideia que o caminho para o sucesso na área do turismo hoteleiro e residencial se faz pela internacionalização, trabalhando para o posicionamento do país como um destino de preferência, focando a riqueza das diversas regiões e da oferta turística, cultural, gastronómica e de lazer nos mercados externos, mas acima de tudo de forma coerente e aliada entre Resorts, Regiões de Turismo, e com o apoio do Turismo de Portugal e do Governo. A TAP, enquanto companhia aérea nacional, é fundamental para criar as condições necessárias, maximizar e garantir o acesso ao nosso país. Sem este apoio continuamos dependentes de outras companhias aéreas, nomeadamente “low cost”, cujos objetivos não são do interesse nacional. O turismo do Algarve, em particular, está completamente dependente das linhas aéreas “low cost” e de charters para transportar os turistas e investidores ao Algarve, sendo que a TAP se limita a provisionar apenas três voos diários entre Lisboa e Faro. A TAP tem que ser vista como um elemento estratégico e fundamental para estimular a indústria do turismo e a economia portuguesa, não podendo ser avaliada apenas com base na rentabilidade de uma linha aérea isolada, mas também com base no valor acrescentado e na mais-valia que representa para o país.


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ACORDO NAS NEGOCIAÇÕES DO PROGRAMA-QUADRO DE INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO 2014-2020

Todas as prioridades para Portugal foram incluídas no Horizonte 2020 As negociações do Horizonte 2020 entre o Parlamento Europeu, o Conselho Europeu e a Comissão Europeia finalizaram esta semana, em Bruxelas. As reuniões entre as três instituições, ou “trílogos”, começaram em janeiro de 2013 e concluíram com sucesso. O Relatório do Programa Específico de Execução do Horizonte 2020, da autoria de Maria da Graça Carvalho, reage ao documento que a Comissão Europeia apresentou em 30 de novembro de 2011 e define em detalhe as temáticas prioritárias

Próximo Programa Quadro com orçamento de 70 mil milhões de euros para a investigação e inovação para o período de 2014-2020. As três prioridades estabelecidas no Horizonte 2020: a “Excelência Científica”, a criação de “Liderança Industrial” e respostas aos “Desafios Societais”. O texto foi aprovado por unanimidade na reunião da

Comissão de Indústria, Investigação e Energia do Parlamento Europeu em Novembro do ano passado. Para a deputada europeia, “este programa é o instrumento de financiamento mais importante do mundo para inovação e investigação. O

“O Horizonte 2020 é crucial para a Europa sair da crise”, afirma Maria da Graça Carvalho. PUB

Cobrança de Dívidas a Clientes PORTO 15 e 16 julho Horário: (14horas)

9h30 às 13h e 14h30 às 18h Hotel D. Henrique - Porto

Público Geral: G100 Assinantes VE: G80 (+ IVA)

OBJETIVOS: Propor métodos de organização de um sistema de Controlo do Crédito a Clientes Proporcionar métodos práticos de cobrança Aumentar a formação das pessoas do departamentos de cobranças, assim como de todos os que integram as áreas comerciais, financeiras e administrativa e que de uma forma direta ou indireta têm uma ligação com o crédito a clientes e com as cobranças. Mostrar a importância na tesouraria, dos créditos e dos encargos financeiros relativos às vendas de crédito. DESTINATÁRIOS: Quadros e pessoal administrativo das áreas: Comercial, Financeira e Administrativa PROGRAMA: 1. COMO DIMINUIR O CRÉDITO VENCIDO 2. COMO ORGANIZAR UM SERVIÇO DE COBRANÇAS 3. AÇÕES A DESENVOLVER NO PROCESSO DE COBRANÇAS 4. OS ASPETOS JURÍDICOS E A COBRANÇA DAS DÍVIDAS DOS CLIENTES 5. OS ASPETOS FISCAIS 6. CUIDADOS A TER COM OS MEIOS DE PAGAMENTO UTILIZADOS PELOS CLIENTES

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados. No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a Vida Económica criou uma quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

7. O ATRASO NOS PAGAMENTOS E A APLICAÇÃO DE JUROS COMERCIAIS 8. COMO DIMINUIR O RISCO DE CRÉDITO 9. CARTAS TIPO E FORMULÁRIOS PARA O CONTROLO DE CRÉDITO E COBRANÇAS

Horizonte 2020 é crucial para a Europa sair da crise. Se a Europa quer crescer, tem de ser competitiva em inovação e investigação”. O próximo Programa-Quadro de Investigação e Inovação foi desenhado com um orçamento na base dos 70 mil milhões de euros, o qual foi aumentado consideravelmente em relação ao anterior Programa, de 52 mil milhões de euros. O valor final está sujeito às negociações do Orçamento Global Europeu que decorrem neste momento. Portugal aumenta participação no Horizonte 2020

O Horizonte 2020 abrange todas as áreas científicas, desde saúde às tecnologias de informação e comunicação, materiais, segurança e energia. A relatora introduziu um conjunto de áreas de grande importância para Portugal, tais como uma linha de investigação autónoma para o Mar e outra para a Herança Cultural. Foram ainda incluídos tópicos para a Investigação em Fogos Florestais e para a Gestão da Qualidade da Água. “A inclusão destas prioridades”, declara Graça Carvalho, “permitirá aumentar a participação de Portugal no Horizonte 2020 e tirar deste programa os benefícios que ele encerra”. O Programa tem como grande prioridade o emprego dos jovens investigadores, nomeadamente através da criação de bolsas de retorno para evitar o “brain drain” e os “vouchers” para os jovens empreendedores. Maria da Graça Carvalho (www.gracacarvalho.eu) é deputada ao Parlamento Europeu. É membro efetivo da Comissão Indústria, Investigação e Energia (ITRE), membro suplente da Comissão dos Orçamentos (BUDG), e Co-Presidente da Comissão do Desenvolvimento Económico, das Finanças e do Comércio da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE.


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FORMAÇÃO PARA O MAR

“Internacionalizar cá dentro” pode ser o “Cluster do mar: necessidades de formação para a nova plataforma de desenvolvimento económico de Portugal” foi a temática escolhida para o debate da “Vida Económica” em que todas as partes interessadas concordaram com as áreas apontadas pelos múltiplos estudos para a formação para o mar, a saber: segurança marítima, turismo, gestão portuária e logística, por exemplo. O modelo de formação pode ser inspirado em experiências internacionais, com parcerias estratégicas e fundos europeus. DORA TRONCÃO

A Direção-Geral de Políticas do Mar tem emitido vários comunicados a propósito do potencial económico do mar e, no caso da formação, o comandante João Fonseca Ribeiro, diretor-geral de Política do Mar, começa por acentuar “a necessi-

dade de identificação objetiva dos recursos humanos, dos equipamentos e das infraestruturas já na planificação. Hoje temos condições diferentes para mobilizar todos os sectores: a sociedade civil, o sector económico, social e de articular estes meios. Temos de afinar o telescópio, de ser mais pragmáticos para os objetivos que perseguimos e ter uma visão integradora social e territorial. Não podemos ter uma perspetiva de que todas as regiões e pessoas devam fazer a mesma coisa. É ver onde estão os fatores de força e os mais frágeis do território e onde devemos investir em cada área. Os recursos humanos são parte destes meios e há necessidade de recursos humanos especializados e qualificados para o conjunto de tarefas que fazemos hoje e as que vamos fazer no futuro, quando queremos ter o melhor apport económico para as contas nacionais e quando fazemos o exercício económico, é importante perceber que a eficiência na produção leva a que o emprego possa não ser necessariamente a variável que se pretende aumentar. Temos de ter presente que podemos fazer mais com menos. Na vertente da pesca, temos de atender à seguinte realidade, Portugal vai praticando uma pesca sustentável, atendendo ao volume de captura que fazemos em Portugal na última década, temos de fazer melhor gestão dos stocks, é uma mistificação dizer o contrário. Mas não podemos dizer PUB

O endividamento e a negociação com a banca Objetivos: Preparar os participantes a tirarem partido dos benefícios de uma boa negociação com a banca e outros organismos financeiros. Público-alvo: Empresários, Diretores Financeiros e outros quadros que sejam responsáveis nas empresas, pela negociação com a banca e com outros organismos financeiros. Formador: Dr. Agostinho Costa

PORTO 19 julho LISBOA 25 julho

PROGRAMA:

Horário: (7 horas) 9h30 às 18h

4. O diálogo empresa - banco

1. As dificuldades das empresas: sinais e ameaças 2. A análise de risco da empresa por parte da banca 3. A prestação de informação às instituições bancárias

5. Como uma PME deve negociar com a banca 6. O relançamento de empresas em dificuldades

Público Geral: G140 Assinantes VE: G110 +IVA Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados. No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a Vida Económica criou uma quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

na pesca que não estamos a desenvolver política e atividade sustentável, naturalmente que há uma herança. Há uma geração que abandona a atividade e uma renovação necessária a garantir. É natural que a aquicultura venha a ser uma oportunidade para o mercado de emprego. Apesar de ser uma atividade quase tradicional, podemos dizer que é uma atividade emergente em Portugal porque a capacidade de produção é muito reduzida face à capacidade de absorção que o território marítimo pode ter nesta atividade. É legítimo dizer que há alguns dados de aumento da atividade que podem ser uma oportunidade de emprego. Na indústria conserveira, temos um aumento de capacidade de produção, que inicialmente podia pressupor uma redução de pessoas por causa da questão da eficiência, mas, ao aumentarem as exportações, o emprego não se manteve nos números anteriores e sente-se um ligeiro aumento. Se a produção for de escala, talvez seja capaz de se internacionalizar e o emprego terá um aumento por consequência. Temos de estar preparados para as novas atividades, tanto no quadro do ensino superior como na formação profissional, e é agora que temos de nos preparar.” João Fonseca Ribeiro frisa: “A cooperação internacional é fundamental para a melhoria da nossa qualidade, para a complementaridade, podemos não ter capacidades instaladas e ter de combinar com outros parceiros e a cooperação internacional pode ser base para garantir os nossos processos de qualidade em todas as matérias em que queiramos responder aos desafios e nessa área devemos escolher os nossos parceiros de forma objetiva e segundo a lógica, internacionalizar cá dentro, estudar em Portugal e trazer formação e, de forma combinada e instalarem-se em Portugal e combinarem com a nossa própria capacidade. No quadro da Estratégia do Atlântico, há um instrumento financeiro significativo para os cinco países da bacia do Mediterrâneo em que o acesso a este financiamento tem como prioridade a capacidade de cada região em cooperar com todas as regiões dos estados-membros e podemos explorar esse caminho naquilo que diz respeito tanto à formação profissional como à educação e ensino. Também a procura de parcerias que a longo prazo nos podem ajudar a materializar desafios mais nacionais do que regionais, como o acesso

ao mar profundo, às energias e mineração submarina, questões que dificilmente se resolvem em polos de mar regionais. São desafios estratégicos em que teremos de nos capacitar tecnologicamente, cientificamente, e teremos ganhos na mobilidade de alguma da nossa capacidade intelectual que estará a acontecer nas nossas engenharias, eletrónicas, máquinas, hidráulica, que podem adquirir experiência no exterior para depois aplicar às nossas necessidades”. For-Mar cria novos perfis de formação

O For-Mar, anteriormente For-Pescas, formou até hoje cerca de 50 mil pessoas, tem um conjunto de polos na costa, de norte a sul, e que está a preparar-se para a estratégia da economia do mar, falando Eduardo Fonseca, diretor do Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar, For-Mar, mesmo em” hipercluster do mar” e não só na área das pescas. “O importante é ligar o sistema empresarial, de formação e de educação. Foi assim que o For-Pescas/ For-Mar desenvolveu o conjunto de formação para as 50 mil pessoas, interligando a economia e a estratégia do mar, dando resposta ao “hipercluster” do mar. Estamos a preparar novos perfis que terão as tecnologias de informação eletrónica, para trabalhar no offshore; a pesca e a fileira de pesca; a área da náutica e turismo de náutica; portos e logística, esta última que se trabalhava pouco; construção e reparação naval, e tudo isto tem uma forte ligação com a economia. A náutica de recreio bem formada vai desenvolver em seu redor a indústria naval e de mobiliário para equipar os barcos, as tecnologias de informação e eletrónica, toda uma nova abrangência a que o For-Mar tem de dar resposta”. Segundo o diretor do For-Mar, “Portugal precisa de um centro de segurança marítima bem equipado, como existe em Espanha e França. Os profissionais portugueses vão ao país do lado e queremos dar uma resposta mais profissional. Temos de estruturar esta área e temos ideias em conjunto com o Instituto de Emprego e Formação (IEFP). É necessário construir um polo de formação de segurança marítima de raiz”. Mas não é só nos formandos que o Centro de Formação aposta em força, mas também nos ativos que precisam de se atualizar, assim como também está em conta-


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NEGÓCIOS E EMPRESAS

caminho a seguir na formação para o mar to permanente com empresas e instituições locais. Por exemplo, no caso das atadeiras de Peniche, o For-Mar comprometeu-se com uma formação, dada a inexistência de novos profissionais na área e uma procura que se mantém ao nível do mercado para estes profissionais. O mesmo aconteceu com a Régua, em que houve necessidade por parte da marinhagem local de um curso de tráfego local que está a ser ministrado pelo For-Mar. O IEFP reconhece, segundo Ana Paula Filipe, diretora de Departamento de Formação Profissional do Instituto, à formação para o mar “uma relevância significativa ao ter um protocolo com o For-Mar” e frisa que “a alteração da designação de For-Pescas para For-Mar demonstra a necessidade de abrangência da formação que este Instituto tem vindo a desenvolver, um trabalho articulado com o Ministério da Agricultura no sentido de dar um impulso à oferta de qualificação do For-Mar, alargando as ofertas, porque têm estado concentradas em áreas muito específicas e o nosso catálogo nacional de qualificações é uma prova do número de referenciais que existem, e é um número muito diminuto, que condiciona a oferta do For-Mar. Este trabalho que o For-Mar está a fazer é de uma enorme importância para podermos alargar as possibilidades de qualificação para se abrirem outras perspetivas. É importante que se perceba que as ofertas têm de ser mais atrativas para as novas gerações e em regra não são, muitas vezes pelas condições de trabalho, mas também por algum trabalho preparatório que se tem de fazer com os jovens desde o início. Estes cursos de aprendizagem são cursos de dupla classificação, conferem um nível de qualificação profissional com equivalência ao 12º ano, mas nem sempre é fácil recrutar jovens para estas formações ainda que a empregabilidade seja assegurada. Há um trabalho de valorização das profissões que o For-Mar está muito empenhado em fazer”, conclui Ana Paula Filipe. Estudo de 2011 definia as mesmas áreas de formação necessárias hoje

Filomena Marques, diretora da Eforgest, empresa de investigação e consultadoria, refere um estudo elaborado em 2011 em

O For-Mar lançou uma formação para as atadeiras de Peniche, uma profissão ligada ao mar em vias de extinção que continua a ter procura no mercado. conjunto com as Câmaras de Aveiro e Ílhavo no sentido de identificar o que poderiam ser as profissões do mar. “As pescas, a segurança marítima – mais segurança na pesca costeira do que a mais abrangente – eram questões que se levantavam quando se fez o estudo. Não se falava tanto de qualificação para os jovens, mas de requalificação para quem já trabalhava no mar. Uma das formas de promover as profissões junto dos mais jovens é fazê-los reconhecer o interesse nos que já lá estavam, fazendo uma requalificação para eles próprios valorizarem mais a profissão. O turismo também era uma das áreas que suscitou curiosidade no estudo de 2011, lembrando Filomena Marques a situação do Alqueva “que necessita de turismo: tem barcos, tem a barragem, mas não tem turismo. A questão da gestão portuária e da logística era já uma área muito focada, no entanto a diretora do Eforgest refere uma “maior ligação às instituições de ensino superior no sentido de desenvolver formação nestas áreas em Aveiro do que ao ensino profissional. Já então se sentia necessidade de criar novos referenciais de formação, novos perfis, mais

adequados às necessidades locais pois o mar tem diferentes aplicações consoante o local. As necessidades de especialização e de aposta na formação diferenciada são claras, e já em 2011 se falava também na necessidade da formação nas tecnologias em formação à distância, uma forma de prender e trabalhar as tecnologias e aumentar o número de pessoas envolvidas”. Empresas portuguesas devem investir numa formação teórico-prática como na Alemanha

“É consensual que o futuro económico do planeta passa essencialmente pelo mar é um recurso importante, porque os recursos em terra estão-se a esgotar, a superfície é muito maior e obviamente que o mar, quer como meio que permite a aproximação como via de comunicação e transporte, quer pelos seus valores e riquezas que ainda se hão de vir a descobrir, quer como fator essencial ao equilíbrio do planeta”, refere António Belmar da Costa, diretor da AGEPOR. “As indústrias que hoje existem vão-se aperfeiçoando com as descobertas que vão

surgindo, enquanto novas indústrias irão nascer. A mineração marítima não é uma nova indústria, mas é algo que evolui da indústria terrestre e grande parte dos conhecimentos que hoje já se desenvolveram vão estar presentes na mineração sobre o mar, enquanto outros terão ainda de ser desenvolvidas para minerar no mar. “O mar está na moda. Lembro-me quando a nossa associação começou a falar do mar há 13 anos. Todos os nossos congressos tiveram como pano de fundo o ‘mar qualquer coisa’ porque era uma realidade que estava completamente afastada dos políticos e da grande massa, pois com a integração europeia virámos efetivamente as costas ao mar”. “Estudos há muitos, sabemos o que é preciso, quais são os pilares e há que concretizar e aí entra a parte do ensino. O que deve ser a “driving force”: a oferta ou a procura? Não é ao nível da formação profissional que devo estar a preparar gente porque estou a criar uma quantidade de frustrados sendo que depois não há lugar para eles e é algo devemos ter muito em consideração. Em Gotemburgo há dois anos, vi a academia polaca de formação e estavam-se a queixar que aprendiam a ser oficiais para navios, mas ninguém lhes dava lugar como oficiais, falei-lhes que o erro estava em não olharem para o lado porque a logística está a precisar de gente. Quando se é extraordinariamente dirigido, e desde novo, é complicada esta questão. É um risco formar, ao nível profissional ou mais acima, pessoas que depois não vão ter saída no mercado de trabalho. Na Alemanha estivemos num seminário de uma a organização europeia dos agentes de navegação. Estive numa apresentação do sistema dual alemão ligado a esta área e percebi uma coisa que me fascinou: quem conduz a formação é a indústria. Há uma combinação em cada fase entre aprendizagem e o sistema de todo o setor portuário, ou seja, a empregabilidade é praticamente de 100% e achei isto fascinante porque a indústria alemã é muito competitiva. Há todo um trabalho a fazer em Portugal ao nível de conversar com as empresas, fazer-lhes ver que vão precisar de se posicionar no futuro e têm de formar quadros. Os alunos recebem pela empresa e têm formação teórica e prática. Se fôssemos capazes de copiar este modelo sem inventar nada de novo, teríamos certamente sucesso”.

Intervenientes

Comandante João Fonseca Ribeiro, diretor-geral de Política do Mar “Devemos escolher os nossos parceiros de forma objetiva e segundo a lógica de ‘internacionalizar cá dentro’, estudando em Portugal e trazendo formação e, de forma combinada, instalarem-se em Portugal e combinarem com a nossa própria capacidade.”

António Belmar da Costa, diretor executivo da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR)

Filomena Marques, diretora geral do Eforgest, empresa de investigação, consultadoria e formação

“Não é ao nível da formação profissional que devo estar a preparar gente porque estou a criar uma quantidade de frustrados sendo que depois não há lugar para eles, e é algo que devemos ter muito em consideração.”

“Já em 2011 o estudo revelava que havia muito se sentia a necessidade de novos referenciais de formação, novos perfis, mais adequados às necessidades locais porque o mar tem diferentes aplicações consoante o local.”

Eduardo Fonseca, diretor do Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar, For-Mar “O importante é ligar o sistema empresarial, de formação e de educação. Foi assim que o ForPescas For-Mar desenvolveu o conjunto de formação para 50 mil pessoas, interligando com a economia e estratégia do mar, dando resposta ao ‘hipercluster’ do mar.”

Ana Paula Filipe, diretora do Departamento de Formação Profissional do Instituto de Emprego e Formação (IEFP) “É importante que se perceba que as ofertas têm de ser mais atrativas para as novas gerações e em regra não são, muitas vezes pelas condições de trabalho, mas também por algum trabalho preparatório que se tem de fazer com os jovens desde o início.”


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Dois novos produtos Schwarzkopf para dar brilho e nutrir Com a conhecida gama BC Oil Miracle, a Schwarzkopf Professional criou um sistema de cuidado exclusivo para os cabelos. A gama é feita de óleos preciosos que conferem brilho, nutrição e um toque suave, para um cabelo “glamouroso”. Em 2013, a Schwarzkopf Professional apresenta dois novos produtos: BC Oil Miracle Amplificador de Volume 5 e BC Oil Miracle Brilho Divino (ambos com PVP 13,5). LUXO & NÚMEROS

ARQUITETO FRANCÊS BRUNO MOINARD É PARCEIRO CARTIER HÁ 12 ANOS, FEZ 340 BOUTIQUES NO MUNDO E AFIRMA:

“Cartier está hoje mais global e mais DORA TRONCÃO

Bruno Moinard, arquiteto das boutiques Cartier nos últimos 12 anos, é o autor do desenho da loja Cartier que abre nos próximos dias na Avenida da Liberdade em Lisboa. 340 boutiques é o número (permanentemente desatualizado, dada a dinâmica de abertura de boutiques no mundo) que Moinard desenhou desde que a Maison o convidou para projetar o lançamento do relógio Santos-Dumont no Trocadéro, em Paris. A colaboração expandiu-se a nível nacional e internacional, com cenografias de espaços de venda Cartier [França] para a Coleção Nouvelle Vague na Europa, EUA e sobretudo na Ásia (Tóquio, Taipei, Hong-Kong, Seul, Singapura, Banguecoque). O trabalho que o arquiteto assume é o de adaptar um conceito para cada cidade no mundo, fundado num equilíbrio entre o clássico e os materiais modernos. “As pessoas de Cartier conheciam-me pelo meu percurso: os projetos dos museus [Musée des Arts Decoratifs; Musée Georges Sand; Musée Roland Garros], mas também hotéis, casas e lojas.” Bruno Moinard foi também o arquiteto escolhido por François Pinault (Presidente PPR)

para a remodelação da adega do emblemático Château Latour. Em 2002, Moinard aceitou, claro, de imediato o convite da Casa de joalharia e “mergulhou” na história da Cartier. “Nessa altura, Cartier não estava desenvolvida como hoje. Havia uma ideia de loja semelhante a uma casa particular, em que há um salão, um vestíbulo, uma biblioteca, diferentes temas. Para as primeiras boutiques havia três pessoas a trabalhar comigo ao nível de marca, história e produtos, hoje são cerca de 30 pessoas com a sua opinião e condicionamentos. A marca desenvolveu-se de forma importante internacionalmente assim como os seus produtos, e eu sou o “mágico”, que tem de conseguir que todos coexistam nas lojas. Cartier está hoje mais global e mais comercial. Quando comecei a trabalhar para a marca, havia a joalharia e relojoaria e os acessórios eram três pares e ócu-

los e dois lenços, em pequenas quantidades. Há 10 anos, inventei um conceito retomando os códigos da marca, porque não restava grande coisa da história da Place Vêndome, a fachada da loja é em mármore, mas o interior tinha sido muito modificado. Inventei um interior francês que se pode encontrar em diferentes lugares, com pequenas adaptações em função dos espaços. Com Cartier não estamos na moda. Cartier é a mesma identidade em todo o lado para mostrar a história da marca e porque são investimentos importantes que se fazem numa boutique de joalharia e que não se fazem todos os cinco anos. No fundo, inventei o espírito Cartier para a vida. O meu conceito tem dois nomes: “Moinard” e “Bronze” porque parte de cores calorosas como o mel para o bronze, em que a maioria das pessoas se sente bem. Antes dos meus projetos, houve tentativas de boutiques mais brancas, com mais luz, e os clientes diziam que aquele não era o universo Cartier e Cartier perdia dinheiro. No fundo, o que fiz f o i

O edifício “Liberdade 240”, onde inaugura a boutique Cartier, tem 1800 metros quadrados e representa um investimento de 10 milhões de euros para a marca.

uma marca intemporal em que todos vivem o mesmo espírito e escrevemos uma página da história que é incontornável. Não se faz facilmente. É uma consciência, uma pesquisa, seleção de materiais, para tornar o espaço convivial e comercial, em que as vendedoras estão bem-dispostas e recebem os clientes com um belo sorriso porque não queremos voltar às lojas em que não somos bem recebidos. A forma como as pessoas se movimentam numa loja Cartier também é muito importante, desde a receção das pessoas ao som dos passos no chão, seja em parqué ou carpete, passando por uma certa confidencialidade porque é preciso ver gente, mas não expor demasiado as peças que se mostram.” Cartier Lisboa com separação de espaços meticulosa

“A boutique de Lisboa tem cerca de 200 m2, mas há boutiques Cartier com 1000 m2. Há características mais preciosas para Lisboa. Estamos numa avenida mítica, grande, com belos edifícios e todas as marcas estão lá, pode-se comparar com a Avenue Montaigne de Paris. Cartier ficou com um imóvel clássico [“Liberdade 240”, com 1800 metros quadrados, investimento de 10 milhões de euros] que tem uma dimensão e visibilidade importantes.” O percurso no interior da nova boutique Cartier faz-se da seguinte forma: à entrada está a joalharia; à direita estão os diamantes e anéis de noivado; a loja acompanha em paralelo a inclinação em subida da Avenida com diferentes sucessões de espaços e degraus a separá-los. “Estamos quase como num teatro, a rua sobe e as escadas acompanham essa subida numa bela perspetiva.” Depois da joalharia passamos para a alta joalharia, segue-se a relojoaria, feminina e masculina, e um pouco ao lado os acessórios. Continuando a subir os “pódios”, acabamos nos salões VIP, salas secretas de receção para uma clientela particular. “Apostamos numa corrente paralela à rua em que, como numa aquarela, a cor acompanha a evolução dos espaços: primeiro mel e bronze para a joalharia; alta joalharia com um

Bruno Moinard é arquiteto das boutiques edifício, a avenida e o conceito da marca.

espaço de tom um pouco mais escuro; os relógios num lugar castanho-escuro até chegar aos salões VIPS, num tom mais escuro e envoltos num certo mistério.” Bruno Moinard diz que por vezes “nem chega a conhecer o budget da boutique porque Cartier começa por pedir ideias e qualidade. Trabalho mais no estilo, na ideia, num projeto ambicioso e só depois tento adaptar o preço”. As montras Cartier têm vidro bombeado de forma a não deformarem as joias e a iluminação é LED. “A iluminação é muito minuciosa porque depende do tom do ouro, se amarelo, rosa ou branco, é uma alquimia compli-


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Xen propõe aço e pérolas

Zenith presta homenagem aos seus aviadores

Com a nova coleção Pure Pearl a Xen combina a simplicidade do aço com a pureza das pérolas. O resultado são joias marcadas pela elegância e harmonia, num estilo clássico intemporal. (PVP 69-229 euros).

A manufatura Zenith apresenta seis novos relógios Pilot Montre d’Aéronef Type 20, incluindo uma série especial que presta homenagem ao Barão Vermelho, recordando o papel desempenhado pela marca Zenith na conquista dos céus. Louis Blériot e Léon Morane, dois famosos pilotos pioneiros da aviação, tinham no pulso um instrumento essencial às suas façanhas: um relógio Zenith. (Na foto Pilot Aeronef Type 20 Turbilhão PVP 59.850 euros).

20 ANOS EM LIVRO

comercial”

Oitoemponto trabalha principalmente com artesãos portugueses

“Oitoemponto, Architecture & intérieurs”, é lançado com a chancela da Éditions La Martinière, editora francesa de prestígio que convidou há cerca de um ano e meio a Oitoemponto para produzir um livro sobre o trabalho da empresa portuguesa de arquitetura e decoração.

Artur Miranda e Jacques Bec são os rostos visíveis de uma equipa de mais 23 pessoas, que compõem a empresa portuguesa Oitoemponto. TEXTO: DORA TRONCÃO FOTOS: FRANCISCO ALMEIDA DIAS

Cartier há mais de uma década. Desenhou a boutique de Lisboa em sintonia com o

cada”, diz Moinard. O conjunto do mobiliário é feito na Europa. Há peças que vêm de Itália, mas a maioria é oriunda de França. No entanto, o arquiteto explica que “o mobiliário é fabricado em série e com a experiência e o stock, o preço de uma loja Cartier é, por vezes, inferior ao de uma boutique de moda”. “Uma marca fundada em 1847 que vive de antigos e de novos clientes, das vendedoras, das diferentes atmosferas, tem de conseguir coerência no conjunto. Gosto de que com o tempo conseguimos inscrever Cartier no planeta com boutiques que reconhecemos, com logotipo exterior e montras com

definição, com uma noção de luxo em que todos são transportados para outro mundo por um momento. Voltamos à loja e há sempre pormenores, que não vimos numa outra visita, pormenores Cartier com todos os códigos e funções da marca. Cartier é número um em joalharia. Foi feito ao longo dos anos um grande trabalho de desenvolvimento e a loja de Lisboa é, sem dúvida, uma loja esperada pelo público, assim como pela concorrência, porque fazemos parte de um sistema de concorrência em que as marcas de luxo se observam e Cartier é um nome que “viaja” todas as semanas”, conclui Bruno Moinard

Artur Miranda e Jacques Bec fazem parte da dupla de sucesso que compõe a “cara” da Oitoemponto, isto porque a equipa é constituída por 25 pessoas. Oitoemponto acaba de lançar o livro “Oitoemponto, Architecture & intérieurs” em Portugal, elaborado a convite da editora francesa de renome, Éditions La Martinière, numa data particularmente feliz para a empresa de arquitetura e decoração: a comemoração de 20 anos de atividade. Escolheram comemorar este lançamento na concept store masculina Fashion Clinic, na Avenida da Liberdade em Lisboa. O livro tem 320 páginas, o preço é de 70 euros, os textos de Marie Venditelli, o prefácio de Hervé Van Der Straeten e as fotografias de Francisco Almeida Dias. Foi feito em apenas um ano meio e foi a editora La Martinière que insistiu que tivesse o formato de um livro de mesa com muitas fotografias e texto. A casa mais antiga que está no livro tem seis anos, mas a panóplia apresentada nesta

obra é muito variada, integrando casas mais clássicas e outras mais modernas. Está organizado por oito temas (ou não fosse o oito o número fétiche da empresa), oito matérias-primas essenciais à Oitoemponto e vem, segundo a dupla, “trazer um peso na história da empresa. É um livro que está internacionalmente nas editoras e escolhemos o cenário da Fashion Clinic para o lançamento em Lisboa porque queríamos um parceiro de lifestyle, que tivesse uma maneira de estar como a nossa, sendo também uma empresa portuguesa e com capital humano português.” Oitoemponto é “uma empresa 100% portuguesa, com uma história portuguesa, é uma máquina que mexe com quase 200 pessoas todos os dias. Pelo menos duas empresas trabalham única e exclusivamente para nós em Portugal e empregam muitas pessoas. Há pessoas que trabalham 95% para a Oitoemponto nos setores da marcenaria e do aço. São profissionais que fazem um trabalho de paixão. Oitoemponto trabalha principalmente com artesãos portugueses e fabrica, desenha

e produz 75% do material que incorpora nas suas casas. É uma empresa, não é só uma coisa bonita, temos de fazer muito por ela no dia-a-dia”, frisa Artur Miranda. Em 2011 o volume de negócios da Oitoemponto foi de 8,5 milhões de euros e o objetivo é alcançar os 12 milhões de euros até 2014. Artur Miranda, português, fundador da empresa em 1993, a que se juntou, em 1995, o francês Jacques Bec, frisa que “em Portugal há tanto dinheiro a correr como em qualquer lugar do mundo. Crise há por este mundo fora e não vale a pena dizer que não há dinheiro em Portugal porque há imenso. Há pessoas com negócios extraordinários e que são pouco badaladas.” Em relação ao volume de negócios de 2012, Artur Miranda revela apenas que é “simpático”. Fica como pista o valor do projeto mais dispendioso que fizeram ultimamente: 5,5 milhões de euros para uma casa no estrangeiro, quantia respeitante unicamente ao décor de uma casa fora de Portugal, sem qualquer tipo de arte incluído.


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Larus cria operação comercial em Marrocos A Larus, empresa de mobiliário urbano, anunciou a criação de uma operação comercial em Marrocos, a qual será assistida e monitorizada a partir de Portugal. É mais um passo na estratégia de internacionalização focada nos países do Norte de África e complementar à desenvolvida na Europa Central. No final deste ano, a Larus prevê que a atividade exportadora seja responsável por 55% do volume de negócios.

EMPRESAS CUSTÓDIO CÉSAR, CEO DA ECO-NUTRACÊUTICOS, AVISA

Fiscalidade penaliza mercado de suplementos nutricionais A fiscalidade é o principal factor penalizador do mercado de suplementos nutricionais, ainda que se tratem de produtos destinados a promover a saúde dos cidadãos. Quem o afirma é Custódio César, CEO da EcoNutracêuticos, empresa que detém a marca GoldNutrition, que destaca também o facto de nem sempre as regras da concorrência serem cumpridas pelos vários intervenientes, especialmente daqueles oriundos de países terceiros. Vida Económica – O mercado dos produtos nutricionais é muito competitivo. Que problemas se colocam à vossa atividade?

Custódio César – A fiscalidade é, sem dúvida, o principal factor penalizador do comércio deste tipo de produtos. Como produtos para promover a saúde deveriam beneficiar de um regime de IVA menos pesado, tal como acontece na vizinha Espanha, onde são taxados a 10%, contra os 23% em Portugal. O segundo aspeto prende-se com o enquadramento que deveria ser similar a outros produtos de saúde – tal como os fármacos –, uma vez que os suplementos devem ser a primeira linha de prevenção da doença. A médio e longo prazos, verificar-se-ia uma diminuição significativa dos encargos para o Estado com a saúde pública. Por outro lado, seria muito encorajador para as empresas nesta área de negócio se se registasse uma diminuição da taxa de IRC, quer para aquelas envolvidas na exportação como para as que investissem em inovação, desenvolvimento e investigação. Estaríamos a contribuir para a valorização das marcas nacionais e a estimular fortemente a competitividade. VE – E quanto às questões relacionadas com a concorrência?

CC – A oferta atual é enorme e é importante saber separar produtos e marcas, existem para todos os objetivos, para todos os tipos de pessoas, pelo que é cada vez mais importante informar e desmistificar esta área, fazendo com que os consumidores se preocupem e procurem informações mais precisas e rigorosas. Por outro lado, existe uma concorrência desleal ao nível dos produtos internacionais, os quais não cumprem com a legislação europeia no que respeita a dosagens e ingredientes, assim como à informação contida nos rótulos, nomeadamente por parte dos produtos norte-americanos.

O responsável da Eco-Nutracêuticos considera que Portugal está a ser fortemente prejudicado, tendo em conta os 10% de IVA taxados em Espanha sobre os produtos nutricionais.

VE – Mas o mercado não está claramente regulamentado?

CC – Há vários regulamentos comunitários que determinam quais os tipos de vitaminas e minerais que podem ser utilizados nas fórmulas, outros que determinam que aditivos podem ser utilizados, o regulamento da rotulagem e o regulamento que delimita, rigorosamente, o tipo de informação que pode ser divulgada nos rótulos e toda a publicidade ao suplemento. Os suplementos, antes de serem colocados no mercado, devem ser notificados à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, no entanto, quem é responsável por cumprir a legislação em vigor são os operadores económicos. A fiscalização do cumprimento da lei está sob a tutela da ASAE. Empresas do setor caraterizam-se pelo seu dinamismo VE – Até que ponto a crise se tem feito sentir no setor?

CC – A atual situação do mercado é de ligeira recessão, devido à conjuntura económica, que só não é mais significativa devido ao elevado dinamismo e à inovação que as empresas têm colocado em prática. No nosso caso, a qualidade dos produtos e a constante inovação têm permitido encontrar boas soluções para o negócio. O lançamento de suplementos inovadores garante a confiança dos consumidores. Acredito que a estratégia definida vai permitir ultrapassar as dificuldades conjunturais e continuar o ciclo

de crescimento que tem pautado a nossa atividade desde o início. É importante garantir uma estrutura dinâmica que passa pela proximidade relativamente a parceiros e clientes. Temos procurado adequar os produtos às necessidades do mercado. Os nossos principais canais de venda são lojas de desporto, cadeias de parafarmácias, lojas de produtos dietéticos. Estamos ainda no canal farmácia através de distribuidores e no e-vending, mercado que tem evoluído de forma significativa. VE – Qual a vossa estratégia de mercado, num contexto difícil como o atual?

CC – A filosofia da empresa passa por manter uma estrutura de equilíbrio e fidelidade às marcas. O objetivo imediato passa por uma forte aposta na internacionalização. A inovação e a qualidade são os nossos principais pilares. Só produzimos as nossas fórmulas depois de muito estudadas e testadas. Estamos a reformular a imagem da nossa marca GoldNutrition, de acordo com a necessidade atual do mercado. Estamos a preparar o alargamento das gamas de nutrição clínica e anti-“aging”, para podermos chegar a diferentes técnicos de saúde, os quais veem nos suplementos alimentares uma solução muito eficaz e saudável para a sua prática clínica. A Eco-Nutracêuticos deu início à sua atividade em 2000, com a importação de várias marcas. Rapidamente adquiriu o conhecimento necessário para se lançar no mercado com marcas próprias, o que aconteceu apenas três anos depois.

COM VANTAGENS EVIDENTES PARA OS DOENTES

Médicos utilizam cada vez mais as aplicações móveis Os doentes podem agora recorrer a consultas médicas com médicos registados através do sistema de videochamada. A revolução tecnológica chegou à Saúde e há vantagens evidentes para pacientes, médicos e até ao nível do SNS. David Doherty, especialista em aplicações móveis, esteve em Portugal para a conferência Saúde CUF, subordinada ao tema “Mobile health: novas formas de olhar a saúde”, tendo explicado à Vida Económica em que consistem as referidas aplicações móveis. O portal 3G Doctor permite que o público possa recorrer a consultas médicas através de videochamada, num formato que tem benefícios para todas as partes envolvidas. Refere David Doherty: “Aos pacientes, este formato disponibiliza uma maior conveniência, a oportunidade de aceder a um médico independente, de discutir conteúdos que estão online, uma oportunidade de, sem pressas, partilhar o historial clínico, mas também a possibilidade de ter os cuidados de saúde prestados e as recomendações médicas documentadas. Para os médicos, esta nova realidade permite uma maior flexibilidade no seu trabalho, a oportunidade de utilizar conteúdo digital com os doentes, cria oportunidades para apoiar novos serviços que não se coadunam com o processo de consulta comum e não há a necessidade de inserir dados, o paciente usa ferramentas online para documentar e inserir a sua própria história e características. As aplicações móveis na área da Saúde podem dar resposta a problemas como a iliteracia do doente ou o acesso aos cuidados primários. Os pacientes podem contar com o apoio de novas tecnologias médicas, que cada vez convergem mais para o “mobile”, e de novos modelos de cuidados preventivos, entre outros. “Hoje em dia, os dispositivos móveis são os únicos que podemos assegurar que os pacientes usam quando acedem a informação relacionada com a saúde na TV, internet ou outros. Daqui a 20 anos, tudo o que deverá estar ligado estará ligado, facto que vai assegurar a necessidade de os médicos estarem também ligados para poderem ajudar os doentes com os cuidados de saúde e as novas necessidades que irão surgir”, adianta David Doherty. As tecnologias que estão a alterar a forma de prestar cuidados de saúde e que os médicos e doentes estão a utilizar mais são os SMS, identificadores de chamadas de voz e vídeo, na medida em que estes têm a capacidade de ligarem o mundo e as pessoas. A realidade é que os médicos e os pacientes têm a possibilidade de poderem ter consultas totalmente documentadas e com custos menores.


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EMPRESAS/Empresas Familiares

Ramos Catarino conclui mais um hotel

Grupo Lena consolida presença na Venezuela

A construtora Ramos Catarino concluiu o Hotel Olissipo Saldanha, empreendimento hoteleiro, localizado em Lisboa. O grupo inclui mais esta obra no seu jå longo portfólio de projetos hoteleiros. Neste último caso, trata-se de um hotel de 48 quartos e uma suite, numa årea total de construção de cerca de 2 700 m2. Dispþe de garagem privativa. Para alÊm das intervençþes no mercado nacional, a Ramos Catarino soma jå um vasto número de projetos executados noutros países, como Espanha, BÊlgica, França e Reino Unido.

O grupo Lena reforçou a sua presença na Venezuela, com a assinatura de um novo contrato para a construção de mais 12 mil apartamentos e fĂĄbricas, no valor de mais de 750 milhĂľes de euros. Trata-se da terceira encomenda naquele paĂ­s, no âmbito do projeto “GranMisionVivienda Venezuelaâ€?. Na totalidade, o grupo construtor portuguĂŞs passou a deter uma carteira de encomendas no mercado venezuelano constituĂ­da por 37 mil apartamentos, num montante superior a 2,2 mil milhĂľes de euros.

REFLEXĂ•ES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

ANTĂ“NIO NOGUEIRA DA COSTA Consultor Empresas Familiares

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

antonio.costa@efconsulting.es

A consciĂŞncia da importância da comunicação na empresa familiar Uma grande maioria das famĂ­lias empresĂĄrias gosta de manter uma certa privacidade, o que, como ĂŠ natural, acaba por ser um dos valores que vĂŞm a reetir-se no negĂłcio familiar. Se, por um lado, esta polĂ­tica pode estar associada Ă intenção de manter o “segredoâ€? do negĂłcio, as suas razĂľes mais profundas estĂŁo muito mais associadas a questĂľes culturais. Mas os tempos mudam e o meio envolvente acaba por solicitar outro tipo de atuaçþes que, neste caso, condicionam e fazem com que as empresas familiares adotem polĂ­ticas de comunicação bem mais abertas e proativas. Esta tendĂŞncia, quando bem trabalhada, pode mesmo ser aproveitada para potenciar

os nĂ­veis de negĂłcio, criando uma maior proximidade e identiďŹ cação que se podem traduzir na conquista de mais clientes ou levando-os a concretizar uma maior relação comercial com a empresa.

Temas para reexĂŁo: s 1UAL A POLĂ“TICA DE COMUNICAĂŽĂ?O DA NOSSA EMPRESA COM O MERCADO s ² MELHOR SERMOS NĂ˜S A INFORMAR OU DEIXAR OS OUTROS ESPECULAR s 0OSSUĂ“MOS CANAIS PRĂ˜PRIOS E ADEQUADOS PARA ESTA ABERTURA

/ 0ALĂˆCIO DA "REJOEIRA MONUMENTO NACIONAL DESDE SITUADO A SUL DA VILA DE -ONĂŽĂ?O FOI MANDADO CONSTRUIR NO INĂ“CIO DO SĂ?CULO 8)8 %M A PROPRIEDADE Ă? COMPRADA PELO #ONSELHEIRO 0EDRO -ARIA DE &ONSECA !RAĂžJO E NA DĂ?CADA DE Ă? MAIS UMA VEZ VENDIDO E ADQUIRIDO PELA FAMĂ“LIA DA ATUAL RESIDENTE E ACIONISTA MAIORITĂˆRIA DA SOCIEDADE ANĂ˜NIMA QUE DETĂ?M O MONUMENTO (ERMĂ“NIA DE /LIVEIRA 0AES QUE REESTRUTURA A PROPRIEDADE E PROCEDE Ă‹ PLANTAĂŽĂ?O E COMERCIALIZAĂŽĂ?O DO PRESTIGIADO VINHO DE CASTA ALVARINHO 0ALĂˆCIO DA "REJOEIRA ÂŽ NECESSIDADE DE lNANCIAMENTO PARA O SEU RESTAURO JUNTOU SE A CURIOSIDADE DE QUEM PASSAVA DIANTE DO PALĂˆCIO %M NASCE UMA NOVA ETAPA DA VIDA DO 0ALĂˆCIO AO lM DE DOIS SĂ?CULOS DE EXISTĂ?NCIA A ABERTURA DOS PORTĂœES A VISITANTES PODENDO A PARTIR DE AGORA SER SACIADA TODA UMA CURIOSIDADE QUE REINAVA EM TODOS QUANTOS SE APROXIMAVAM DA ENTRADA E SEMPRE A ENCONTRARAM FECHADA

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EMPRESAS

Quinta do Cardo conquista três medalhas de ouro

Heritage Wines distribui espumantes Vértice

Três vinhos da Quinta do Cardo foram distinguidos com três medalhas de ouro no VI Concurso de Vinhos da Beira Interior: Quinta do Cardo Grande Escolha 2010, Quinta do Cardo Touriga Nacional Reserva 2010 e o Quinta do Cardo Síria 2012 são os vinhos premiados neste concurso, o qual divulga anualmente os melhores vinhos produzidos na região da Beira Interior.

A Heritage Wines, distribuidora de vinhos e azeites premium, acaba de anunciar a distribuição exclusiva dos espumantes Vértice em Portugal. O espumante de referência do Douro vem assim reforçar o posicionamento da distribuidora no segmento premium e super premium em Portugal.

Seminário Vendas 360° revela estratégias para melhorar resultados A melhoria de resultados em vendas, com a apresentação de depoimentos sobre casos de estudo de sucesso em empresas brasileiras, foi o mote que norteou o Seminário “Vendas 360.º - As Oportunidades do Momento”, promovido pela empresa Sucesso em Vendas (SV), na fundação AEP, no Porto. O dia começou com Pedro Ruivo, CEO da SV Portugal, que transmitiu as “Estratégias Vencedoras” que têm levado as empresas ao sucesso. Luciano Larrossa, especialista em produtividade, foi o segundo orador do dia, abordando o tema “Foco na produtividade, já!”, onde falou sobre técnicas e estratégias para os vendedores controlarem, de forma mais eficaz, a gestão do seu tempo. Márcio Godoy, diretor da SV Brasil, foi o ultimo orador da manhã. Partilhou um ‘case study’ da Ford Brasil, apresentando o método de vendas que foi criado para 2800 vendedores, 420 líderes de equipa e 240 pontos de venda. Este método proporcionou um crescimento exponencial do volume de vendas e da qualidade de serviços. Lara Ribeiro, coordenadora e consultora da SV Portugal, deu a conhecer aos participantes o “Métodos de Vendas A Ponte”. Este método é a base de trabalho desta multinacional, com provas dadas tanto no mercado brasileiro como no mercado

Makro recupera quota de mercado em Portugal VIRGILIO FERREIRA virgilio@vidaeconomica.pt

O Seminário “Vendas 360º - As Oportunidades do Momento” decorreu na fundação AEP, no Porto.

nacional, aplicado por mais de 600 mil vendedores. Para terminar, Tiago Alves, coordenador de consultoria da SV Brasil, apresentou o ‘case study’ da BR Home Centres, onde expôs todos os processos que levaram a esta empresa de materiais de construção a crescer 11.5% acima da mé-

dia do mercado. Assim, empresários, vendedores e diretores comerciais tiveram a possibilidade de aumentar o seu conhecimento na área das vendas, e ter acesso a pequenas metodologias que podem ser facilmente aplicados no seu dia-dia.

A Makro recuperou, após a redefinição estratégica em setembro de 2012, mais de 41 400 clientes e aumentou a sua quota de mercado em 1,1 pontos percentuais em abril, atingindo 20,3% no setor Cash&Carry, depois de um crescimento homólogo que se manteve de mês para mês, desde janeiro. Estes resultados advêm de uma restruturação ao nível dos preços dos produtos, do “layout” das lojas e da forte aposta na formação, apresentação e motivação de todos seus os colaboradores. A Makro assume que o maior investimento foi ao nível dos recursos humanos, com enfoque na preocupação com a satisfação dos seus colaboradores e na formação contínua focada nestes e nos clientes, assim como na manutenção das melhores condições de trabalho e apresentação junto dos clientes. Exemplo disto foi a substituição de todos os uniformes – mais apelativos e cómodos. “As pessoas que trabalham na Makro são o ativo mais importante”, afirma José María Cervera, diretor-geral ibérico da Makro. “Podemos dizer que 60% do investimento foi feito nas pessoas e só depois no preço e no ‘layout’. A nossa maior missão é manter o emprego dos nossos colaboradores e consolidar a nossa posição em Portugal”.

MARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADA marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt

PROPRIEDADE HORIZONTAL

Adquirente da fração autónoma em regime de leasing LEGIMIDADE PARA IMPUGNAR DELIBERAÇÃO Comprei a fração onde instalei o meu escritório, com recurso ao leasing. Devido ao leasing, sou eu que tenho que pagar as despesas de condomínio, mas na última reunião foram deliberadas despesas que o advogado da minha empresa me disse que eram ilegais, mas que teria que pagar caso tal deliberação não fosse impugnada. A duvida que se suscitou foi se poderei impugná-la, sendo a empresa de leasing a verdadeira proprietária da fração. Será que posso? A reunião a que o leitor se refere é, por certo, a assembleia dos condóminos do edifício e, efetivamente, condómino é o proprietário de uma ou mais frações, sendo também certo que o utilizador da fração nem sempre é o seu proprietário, como é o caso do arrendatário que não é proprietário mas é utente. Contudo, o locatário num contrato de locação financeira não está sujeito ao regime da locação em geral. O contrato de locação financeira, mais conhecido por “leasing”, é o contrato pelo qual uma das

partes se obriga, mediante retribuição, a ceder à outra o gozo temporário de uma coisa, móvel ou imóvel, adquirida ou construída por indicação desta, e que o locatário poderá comprar, decorrido o período acordado, por um preço nele determinado ou determinável mediante os critérios nele fixados. O contrato de “leasing” que, em Portugal, há já muitos anos foi autonomizado juridicamente do regime da locação em geral, é substancialmente distinto deste dado que naquele o contrato de locação tende sempre para a aquisição final da coisa por parte do locatário. Realça-se, por relevante para a questão colocada, que, também distintamente da locação em geral, num contrato de locação financeira de fração autónoma, é o locatário quem tem a obrigação de pagar as despesas correntes necessárias à fruição das partes comuns do edifício e aos serviços de interesse comum. Provavelmente como contrapartida da obrigação supra, a mesma lei estipula, expressamente, que o locatário na locação financeira tem o direito de exercer os direitos próprios do locador, com exceção

dos que, pela sua natureza, somente por aquele possam ser exercidos, pelo que já afirmámos, nesta coluna, que o locatário na locação financeira tem legitimidade para comparecer na assembleia de condóminos e de aí deliberar. Acontece que a lei exclui desta regra os direitos que, pela sua natureza, somente possam ser exercidos pelo locador, pelo que há que analisar se o direito de impugnar uma deliberação tomada em assembleia de condóminos será ou não um daqueles direitos que só podem ser exercidos pelo proprietário. Muito embora admitamos que em algumas assembleias poderá estar em questão alguma deliberação que se entenda que, pela sua natureza, somente pela locadora de leasing possa ser tomada, parece-nos pouco razoável que a lei imponha ao locatário obrigações que, por natureza, também são do proprietário, sem que se lhe reconheça os correspondentes direitos e esses seriam, sem dúvida, poder decidir sobre aquilo que, afinal, ele será obrigado a pagar, ou seja, as despesas correntes necessárias à fruição das partes comuns do edifício e aos serviços de interesse comum que, afinal, constitui o

objeto principal e habitual das assembleias ordinárias, isto é, a aprovação das contas e orçamentos de despesas correntes do condomínio. Pelo mesmo motivo, também se deverá entender que se o locatário financeiro tem legitimidade para comparecer e para deliberar, por inerência deverá ter o direito de impugnar as deliberações, caso não as tenha aprovado e as mesmas sejam contrárias à lei ou ao regulamento do condomínio. Neste sentido, pronunciou-se recentemente o Tribunal da Relação do Porto, decidindo que o locatário financeiro de uma fração autónoma de um edifício tem legitimidade para impugnar as deliberações tomadas na respetiva assembleia de condóminos. Ainda que assim não se entenda e até que a própria lei da locação financeira venha esclarecer as dúvidas que a sua redação pode suscitar, para evitar litígios judiciais o locatário que pretenda comparecer e votar numa assembleia de condóminos, ou impugnar uma deliberação, sempre poderá, preventivamente, solicitar à sociedade de locação financeira uma credencial que lhe confira poderes para o efeito.


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/RDEM APRESENTA ANUĂˆRIO lNANCEIRO DOS MUNICĂ“PIOS A Ordem dos TĂŠcnicos OďŹ ciais de Contas (OTOC) organiza uma conferĂŞncia subordinada ao tema “A polĂ­tica, os polĂ­ticos e a gestĂŁo dos dinheiros pĂşblicos. O evento tem lugar no prĂłximo dia 11 de julho, na Universidade CatĂłlica Portuguesa, em Lisboa. A oportunidade serĂĄ aproveitada para apresentar oďŹ cialmente o AnuĂĄrio Financeiro dos MunicĂ­pios Portugueses de 2011/2012. Trata-se jĂĄ da nona edição deste documento – que tem assumido uma importância crescente – sempre sob a coordenação do docente universitĂĄrio JoĂŁo Carvalho.

FISCALIDADE

Europa chega a acordo na troca automĂĄtica de informação ďŹ scal A ComissĂŁo Europeia apresentou uma proposta de emenda Ă diretiva de cooperação no âmbito da taxação direta. Bruxelas ampliou o seu mandato relativamente Ă troca automĂĄtica de informação ďŹ scal. Agora serĂĄ dado inĂ­cio ao trabalho tĂŠcnico no sentido de ser alterada a Diretiva 2011/16/EU. O objetivo ĂŠ garantir que os Estados-Membros disponham de meios adequados para combater de forma mais eďŹ caz a fraude e a evasĂŁo ďŹ scais. Desde logo, a ComissĂŁo ĂŠ de opiniĂŁo que o aumento das receitas ďŹ scais vai providenciar melhores condiçþes para reestruturar os sistemas ďŹ scais, de modo a que estes impulsionem o crescimento econĂłmico. Em segundo lugar, em tempos de diďŹ culdades econĂłmicas, a proposta apresentada vai reduzir a pressĂŁo que se veriďŹ ca sobre os contribuintes cumpridores. HĂĄ a possibilidade de estes serem compensados por perdas devidas Ă fraude e Ă evasĂŁo ďŹ scais. Na semana passada, o Conselho Europeu apelou para que fosse dada prioridade Ă troca automĂĄtica de informação na UniĂŁo Europeia e a nĂ­vel global. A diretiva em questĂŁo disponibiliza um modelo de assistĂŞncia entre os Estados-Membros, sobretudo atravĂŠs da troca de informação, permitindo um melhor acesso aos impostos devidos. SĂŁo dados detalhes sobre as exigĂŞncias de informação relativamente aos contribuintes, ao mesmo tempo que se evita que os pedidos sejam rejeitado, sob o conceito do sigilo bancĂĄrio. A diretiva estabelece ainda quais as categorias de rendimento e capital cobertos. A proposta inclui dividendos, ganhos de capital, outros rendimentos ďŹ nanceiros e balanços contabilĂ­sticos, ďŹ cando abrangidos pela

AtÊ ao dia 30 s )6! )MPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO - Entrega do pedido de restituição do IVA pelos sujeitos passivos cujo imposto suportado, no ano civil anterior ou no próprio ano, noutro Estado Membro ou país terceiro quando o montante a reembolsar for superior a J 400 e respeitante a um período de três meses consecutivos ou, se período inferior, desde que termine em 31 de dezembro do ano civil imediatamente anterior e o valor não seja inferior a J 50.

JULHO AtĂŠ ao dia 10 s )6! )MPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO - Periodicidade Mensal – Entrega via Internet da declaração periĂłdica relativa Ă s operaçþes realizadas no mĂŞs de Maio e pagamento do respetivo imposto.

Muitos e muitos milhĂľes de euros fogem aos cofres dos paĂ­ses e da UniĂŁo Europeia, em resultado da fraude, da evasĂŁo e do planeamento ďŹ scal agressivo.

troca automĂĄtica de informação. A ampliação da referida diretiva deverĂĄ ďŹ car deďŹ nida atĂŠ 2017. De notar que os acordos que estĂŁo em fase de conclusĂŁo entre vĂĄrios governos e as autoridades dos Estados Unidos deram um novo Ă­mpeto Ă troca automĂĄtica de informação ďŹ scal, tendo em conta a necessidade de um combate mais eďŹ caz contra a fraude e a evasĂŁo ďŹ scais. No passado mĂŞs de abril, a Alemanha, a Espanha, a França, a ItĂĄlia e o Reino Unido anunciaram um plano piloto, utilizando o acordo que estĂĄ a ser assinado pelos Estados Unidos como modelo. Portugal mostrou-se recetivo relativamente a esse mesmo plano de atuação. A diretiva necessita de unanimidade para

adoção por parte do Conselho Europeu. Face ao facto de a ďŹ scalidade estar cada vez no centro das atençþes por parte das autoridades comunitĂĄrias e dos prĂłprios Estados-Membros, tem estado em discussĂŁo, em sede do Parlamento Europeu, a eventual implementação de um cĂłdigo de conduta para eliminar situaçþes de planeamento ďŹ scal agressivo. Chegou-se a acordo na maioria das matĂŠrias, pelo que estarĂĄ para breve uma proposta neste âmbito. No entanto, ainda hĂĄ aspetos por solucionar, tendo em conta que se trata de uma ĂĄrea que suscita bastante controvĂŠrsia. Os governos nacionais, todavia, estĂŁo de acordo que haverĂĄ que estabelecer regras mais rĂ­gidas, transparentes e eďŹ cazes.

ESCRITURA

2ESPOSTA DO !SSESSOR &ISCAL Todos os sujeitos passivos, designadamente os isentos, sĂŁo obrigados, atualmente, a emitir uma fatura por

JUNHO

s )5# )MPOSTO Ă NICO DE #IRCULAĂŽĂ?O - Liquidação e pagamento do Imposto Ăšnico de Circulação - IUC, relativo aos veĂ­culos cujo aniversĂĄrio da matricula ocorra no mĂŞs de junho.

PRĂ TICA FISCAL 5MA EMPRESA COM A ATIVIDADE DE COMPRA E VENDA DE IMĂ˜VEIS COM OPERAĂŽĂœES ISENTAS DE )6! NOS TERMOS DO ARTIGO ÂŽ NÂŽ DO #)6! VENDEU UM TERRENO COM ESCRITURA PĂžBLICA SEM EMISSĂ?O DE FATURA %STA OPERAĂŽĂ?O ESTĂˆ SUJEITA Ă‹ COMUNICAĂŽĂ?O Ă‹S lNANĂŽAS ATRAVĂ?S DO PORTAL E FATURA ATĂ? %M CASO AlRMATIVO TEM DE SE DECLARAR TODOS OS DADOS DA ESCRITURA Ă‹S lNANĂŽAS ATĂ? Ă‹ DATA MENCIONADA ANTERIORMENTE

AGENDA FISCAL

cada transmissĂŁo de bens ou prestação de serviços, tal como vĂŞm deďŹ nidas nos artigos 3Âş e 4Âş, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatĂĄrio dos serviços, ainda que estes nĂŁo a solicitem (alĂ­nea b) do nÂş 1 do artigo 29Âş do CIVA), salvo tratando-se de sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operaçþes isentas de imposto que nĂŁo dĂŞem direito a dedução de imposto nos termos da alĂ­nea b) do nÂş 1 do artigo 20Âş do CIVA. A atividade de compra e venda de imĂłveis consubstancia o exercĂ­cio de operaçþes sujeitas a imposto municipal sobre

as transmissĂľes onerosas de imĂłveis, e, como tal, sĂŁo operaçþes isentas de IVA sem direito a dedução (nÂş 30 do artigo 9Âş e alĂ­nea a) do nÂş 1 do artigo 20Âş, do CIVA). Note-se que com o novo regime de faturação foram abolidos os documentos equivalentes a faturas. Todos os sujeitos passivos do imposto, incluindo os isentos, sĂŁo obrigados, indistintamente, a emitir fatura (normal ou simpliďŹ cada) por cada transmissĂŁo de bens ou prestação de serviços que realizem. Excetuam-se da obrigação de faturação os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente

INFORMAĂ‡ĂƒO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAĂ‡ĂƒO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

operaçþes isentas do imposto sem direito a dedução. Decorre do nº 1 do artigo 3º do DL 198/12, de 24.08, que a obrigação instituída por este diploma tem por objeto a comunicação dos elementos das faturas que os sujeitos passivos do IVA são obrigados a emitir, ainda que isentos de imposto. Neste sentido, nos casos da pråtica exclusiva de operaçþes isentas em que não existe a obrigação legal de faturação, não existem elementos que devam ser comunicados. A situação não estå abrangida pelo regime comunicacional instituído pelo DL 198/12, de 24.08. GERAL@APOTEC.PT

s )23 )MPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PES SOAS SINGULARES - Entrega da Declaração Mensal de Remuneraçþes pelas entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS, bem como os que se encontrem excluídos de tributação, para comunicação daqueles rendimentos e respetivas retençþes de imposto, das deduçþes efetuadas relativamente a contribuiçþes obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e a quotizaçþes sindicais, relativas ao mês anterior.

AtĂŠ ao dia 15 s )23 E )-4 - Entrega da Declaração Modelo 11, pelos notĂĄrios e outros funcionĂĄrios ou entidades que desempenhem funçþes notariais, bem como as entidades ou proďŹ ssionais com competĂŞncia para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, das relaçþes dos atos praticados no mĂŞs anterior suscetĂ­veis de produzir rendimentos, bem como a relação dos actos ou contratos sujeitos a IMT praticados no mĂŞs anterior. s )2# )23 )6! E 3ELO Informação Empresarial SimpliďŹ cada - IES /Declaração Anual - Entrega, por transmissĂŁo eletrĂłnica de dados, pelos sujeitos passivos de IRC, cujo perĂ­odo de tributação seja coincidente com o ano civil, pelos sujeitos passivos de IRS que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, bem como do anexo Q, pelos sujeitos passivos do Imposto do Selo.

ANEXO SS DA MOD 3 Entrega atĂŠ 30 de Junho Termina no dia 30 de junho o prazo (jĂĄ prolongado) para a entrega do anexo SS por parte dos trabalhadores independentes. Recorde-se que esta prorrogação de prazo beneďŹ cia os trabalhadores independentes que jĂĄ entregaram a declaração de IRS e nĂŁo preencheram o anexo SS, podendo agora faze-lo atĂŠ ao ďŹ m deste mĂŞs sem que lhes seja aplicada qualquer coima, desde que nĂŁo alterem os restantes elementos constantes da modelo 3 jĂĄ entregue. ReďŹ ra-se que quem nĂŁo entregar este anexo, e esteja obrigado a entregĂĄ-lo, incorre numa coima que poderĂĄ variar entre J50 e J250.


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FISCALIDADE

Bruxelas exige transposição de diretiva relativa a cooperação fiscal

IUC revelou que serviços de Finanças estão em situação de rutura

A Comissão Europeia enviou avisos a cinco países (Bélgica, Grécia, Finlândia, Itália e Polónia) para que transponham para o Direito nacional a diretiva relativa à cooperação administrativa em matéria da luta contra a fraude fiscal. Bruxelas considera que esta diretiva garante mais transparência, melhor troca de informações e uma cooperação transfronteiriça mais estreita, sendo fundamental para aumentar a eficácia na luta contra a fraude e a evasão fiscais.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) lamentou o “caos que se instalou nos serviços, devido à notificação em massa para a liquidação oficiosa do IUC ou de notificação para audição prévia de anos anteriores”. Para o sindicato, o que se passou também se ficou a dever à situação de rutura que se vive em muitos serviços de Finanças. A realidade é que não é possível aguentar mais situações descontroladas como aquela que teve lugar.

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Emissão e comunicação de guias de transporte aplicam-se a todos os bens em circulação O remetente dos bens deve emitir e comunicar um documento de transporte para acompanhar os bens objeto de mera transferência entre estabelecimentos do mesmo sujeito passivo. Uma sociedade por quotas iniciou atividade em 2012 com uma pastelaria e padaria. Teve um volume de negócios de 150 532,15 euros. Este ano arrendou um espaço numa praia próxima e pretende vender lá os seus produtos. Tem de emitir guias de transporte dos produtos que vão sair desta loja (vamos chamar-lhe 1) para a loja da praia (loja 2)? Emite guias da empresa “X” para a mesma empresa, com a diferença nas moradas? Tendo programa informático para emitir faturas, devidamente certificado, deve também emitir as guias de transporte no mesmo programa? Tem de comunicar esta guia à AT antes de iniciar o transporte ou apenas quando envia a faturação do mês? Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do RBC, as obrigações de emissão e comunicação dos documentos de transporte aplicam-se aos bens em circulação, considerando-se como tal os bens que se encontrem fora dos locais de produção, fabrico, transformação, exposição, dos estabelecimentos de venda por grosso e a retalho ou de armazém de retém dos sujeitos passivos, incluindo meras transferências de bens entre estabelecimentos do mesmo sujeito passivo. No caso em concreto, o remetente dos bens deve emitir e comunicar um documento de transporte para acompanhar os bens objeto de mera transferência entre estabelecimentos do mesmo sujeito passivo, nos termos referidos na terceira questão. No que toca à segunda questão, a única simplificação a aplicar para as transferências entre estabelecimentos do mesmo sujeito passivo é a possibilidade de processar o documento de transporte apenas em duplicado, pois o remetente e o destinatário são a mesma entidade. Apenas os locais de carga e descarga são distintos. Relativamente à terceira questão, em termos de emissão dos documentos de transporte, existem diferenças nas obrigações dos sujeitos passivos

que dispõem ou que devam dispor de programas informáticos certificados e daqueles que não dispõem de tais programas, no que respeita ao documento de transporte inicial: «1- Os sujeitos passivos que utilizem, ou sejam obrigados a utilizar, programas informáticos de faturação certificados devem proceder à emissão dos documentos de transporte (DT) inicial pelas vias: - Eletrónica, devendo estar garantida a autenticidade da sua origem e a integridade do seu conteúdo, de acordo com o disposto no Código do IVA; - Através de programa informático que tenha sido objeto de prévia certificação pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), nos termos da Portaria nº 363/2010, de 23 de junho, alterada pela Portaria nº 22-A/2012, de 24 de janeiro; - Ou, diretamente no Portal e-fatura.» Estes sujeitos passivos não poderão emitir documentos de transporte iniciais em papel tipográfico, com exceção das situações de inoperacionalidade dos sistemas de comunicação, devidamente comprovados pelos operadores de telecomunicações. De referir que os documentos de transporte não têm que ser emitidos através do mesmo programa informático certificado utilizado para a faturação, podendo ser utilizado um outro programa informático, desde que também seja certificado pela AT nos termos das alterações à Portaria nº 363/2010 e previstas na Portaria nº 160/2013, de 23 de abril. Na emissão de documentos de transportes adicionais ao documento de transporte inicial, quando existam, no decurso do transporte, alterações ao local de descarga ou a não-aceitação total e imediata dos bens pelo adquirente ou destinatário, estes sujeitos passivos poderão emitir esses DT adicionais em papel tipográfico ou por qualquer outra das vias referidas acima. Os sujeitos passivos que utilizem programas informáticos produzidos internamente (dispensados de utilizar programas certificados nos termos da

Portaria nº 363/2010, com redação da Portaria 22-A/2012), podem proceder à emissão do DT adicional pelas vias: - Eletrónica, devendo estar garantida a autenticidade da sua origem e a integridade do seu conteúdo, de acordo com o disposto no Código do IVA; - Através de software produzido internamente pela empresa ou por empresa integrada no mesmo grupo económico, de cujos respetivos direitos de autor seja detentor; - Diretamente no Portal E-fatura; - Ou, manualmente em papel tipográfico.

Comunicação dos documentos de transporte Relativamente à comunicação dos elementos dos documentos de transporte (DT), deve ser efetuada por transmissão eletrónica de dados (via webservice, envio de SAF-T), para os documentos emitidos por meios informáticos (por via eletrónica ou através de programas informáticos certificados ou produzidos internamente). Os documentos de transporte emitidos através do Portal das Finanças são comunicados automaticamente (em simultâneo) pelo próprio portal para a AT. Os documentos de transporte emitidos manualmente em papel tipográfico são comunicados inicialmente pelo serviço telefónico (apenas elementos essenciais: hora, data, últimos quatro dígitos do numero do DT e NIF do adquirente) e, posteriormente, com inserção no Portal das Finanças (até ao quinto dia útil) dos restantes elementos obrigatórios. Na prática, a forma de comunicação à AT dos elementos dos DT a utilizar pelo sujeito passivo depende da via utilizada para a emissão desse documento de transporte, atendendo necessariamente às obrigações de emissão explicadas acima. Os DT emitidos em papel tipográfico são sempre comunicados inicialmente pelo serviço telefónico (apenas elementos essenciais do DT) e com posterior inserção no Portal E-fatura dos restantes elementos

O regime simplificado versus o regime geral em sede de tributação de IRS Um profissional independente aufere exclusivamente rendimentos da categoria B. Em 2011 e 2012 ultrapassou os 150 mil euros de prestações de serviços. No entanto, cessou a atividade em 31 de dezembro de 2012 e está enquadrado no regime simplificado de 1 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2013. Pretende agora reiniciar a atividade. Caso a reinicie em 2013, irá ficar enquadrado no regime geral por exigência legal (art. 28º do CIRS), por ter ultrapassado em dois anos consecutivos os 150 mil euros de prestações de serviços? Caso reinicie a atividade em 2014, irá voltar a ficar enquadrado no regime simplificado ou ficará no regime geral? Questiona-nos relativamente ao

enquadramento em sede de IRS de um sujeito passivo que se encontraria no regime simplificado de tributação. Nos períodos de 2011 e 2012, o sujeito passivo em análise ultrapassou o montante anual ilíquido de rendimentos de 150 mil euros, pelo que ficaria enquadrado no regime de tributação com base nas regras da contabilidade em 2013. Contudo, cessou a atividade em 31 de dezembro de 2012. Coloca-se a questão sobre o enquadramento num eventual reinício em 2013 ou em 2014. Importa considerar o disposto no nº 11 do artigo 28º do Código do IRS: «(…) se, tendo havido cessação de atividade, esta for reiniciada antes de 1 de janeiro do ano seguinte àquele em que se tiverem completado 12 meses, contados da data da cessação,

o regime de determinação dos rendimentos empresariais e profissionais a aplicar é o que vigorava à data da cessação (…).» Perante a nossa interpretação do que poderá ter sido a intenção do legislador, diremos que, caso o reinício de atividade ocorra em 2013, o sujeito passivo estará enquadrado no regime de tributação com base nas regras da contabilidade. Por sua vez, verificando-se o reinício de atividade em 2014, o sujeito passivo poderá ficar enquadrado no regime simplificado de tributação. Importará, neste caso, avaliar a sua previsão de volume de negócios. INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

obrigatórios. Estes DT emitidos em papel tipográfico não podem ser comunicados através de transmissão eletrónica de dados. Os DT emitidos por sistemas informáticos (certificados ou produzidos internamente) são comunicados sempre por transmissão eletrónica de dados (via webservice ou envio do ficheiro SAF-T). Estes DT emitidos por sistemas informáticos não podem ser comunicados através do serviço telefónico (e inserção no Portal das Finanças). Os DT emitidos através do Portal E-fatura serão comunicados automaticamente à AT, não havendo necessidade de efetuar qualquer outro procedimento de comunicação. Estas obrigações de comunicação dos documentos de transporte à AT não são obrigatórias para sujeitos passivos que, no período de tributação anterior, para efeitos dos impostos sobre o rendimento, tenham um volume de negócios inferior ou igual a 100 mil euros, conforme previsto no nº 10 do artigo 5º do RBC. Nos casos em que a fatura serve também de documento de transporte e seja emitida por sistemas informáticos, fica também dispensada a comunicação prévia dos documentos de transporte à AT, devendo a circulação dos bens ser acompanhada da respetiva fatura emitida, conforme previsto no nº 11 do artigo 5º do RBC. No caso em concreto, como a empresa obteve um volume de negócios superior a 100 mil euros no período de 2012, e não pode utilizar faturas para acompanhar os bens referentes a meras transferências entre estabelecimentos da própria empresa, fica obrigada a proceder à comunicação à AT desses documentos antes do início do transporte, através de transmissão eletrónica de dados, nos termos referidos acima, obtendo o respetivo código de identificação, que pode ser utilizado para acompanhar os bens. A comunicação dos documentos de transporte, prevista no nº 5 do artigo 5º do RBC, não está em nada relacionada com a comunicação das faturas emitidas prevista no artigo 3º do Decreto-Lei nº 198/2012.

RETIFICAÇÃO

O regime simplificado de IRS – honorários Na última colaboração da OTOC, respeitante àedição de 21 de junho da «Vida Económica», da autoria de Ana Cristina Silva, registou-se um lamentável lapso, tendo o título do artigo sido publicado com a palavra «honorários», induzindo em erro os leitores. O título correto do artigo é «O regime simplificado de IRS». Aos leitores apresentamos as nossas desculpas.


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TURISMO

Aquapura regista aumento de receitas O Aquapura Hotels Villas & Spa registou um aumento de 44,5% nas receitas líquidas dos primeiros cinco meses do ano face a igual período de 2012, num ano marcado por uma quebra acentuada do mercado doméstico (-45%) e por uma pressão sobre o preço médio por via das reservas “last minute”. A taxa de ocupação cresceu 10,5 p.p. e o preço médio líquido baixou de 172 euros para 152 euros.

desvio potencial Turquia Sul de Espanha e Canárias estão já a beneficiar do desvio do fluxo de turistas da Turquia Hotel da Música resulta de investimento de oito milhões – 90 mil euros por quarto

O hotel conta com apontamentos de design alusivos ao tema “Música” e visa aproveitar ao máximo potenciais sinergias entre o Mercado do Bom Sucesso e a Casa da Música, dada a sua proximidade e relevância cultural, e com que deverá assinar em breve uma parceria, revelou o também responsável do grupo, Miguel Proença. Aliás, disse, essa estratégia foi já aplicada através de parcerias com outras instituições culturais da cidade, como o Teatro de S. João, Fundação Serralves e Celaf. Ligação ao mercado de frescos

Tratando-se de um “hotel de inspiração temática”, o público-alvo principal são aqueles que Manuel Proença designa por

“novos viajantes urbanos”, que “viajam em low-cost” e “procuram novas experiências”. O hotel conta ainda com salas de aquecimento musical e outras, com acústica apropriada para concertos ou onde os músicos poderão ensaiar ou aquecer antes de um concerto. A par do universo da música, a unidade hoteleira assume um conceito gastronómico, dado pelo enquadramento estratégico no Mercado do Bom Sucesso. Resultado de um acordo com a rede espanhola 5 Jotas, o restaurante poderá ser um ponto de fornecimento dos produtos do mercado, de onde os clientes poderão levar os produtos frescos para serem confecionados no restaurante, através do pagamento de uma taxa de 4,5 euros. O hotel oferece ainda lounge e bar, com concertos e atuações semanais, mas ainda com uma vocação de turismo de negócios. O Hotel da Música dividirá assim o espaço com o mercado, que contará com 44 bancas, entre as quais de produtos gourmet. Segundo o que Arnaldo Figueiredo havia adiantado à VE, a renda mensal rondará os 250 euros, a que se juntam os espaços comerciais. Nestes, segundo apurou a VE, as rendas deverão oscilar entre os 15 a 20 euros/m2 mensais. Foram várias as marcas que se perfilaram para preencher estes espaços – uma delas é a Ramirez, onde disponibilizará 55 referências, das quais 16 de atum, 17 de sardinha, seis de cavala e sete de pescado diverso.

Porto e Lisboa no centro da ação do grupo O grupo Hoti Hotéis pondera prosseguir com um novo projeto hoteleiro no Porto, que possui em carteira há mais de uma década, revelou Miguel Proença. Trata-se de um projeto localizado na Avenida da Boavista, junto à entrada da VCI, e que foi já alvo de dois projetos de arquitetura submetidos à autarquia e ambos reprovados pelo então vereador do Urbanismo, Lino Ferreira, ambos rejeitados por excesso de volumetria, como explicou Manuel Proença. No entanto, e apesar de Manuel Proença referir que, dadas as atuais condições de mercado, o projeto do chamado Meliá Avenida não avançará, o facto de a procura no Porto ter vindo a aumentar e os preços médios a baixar poderá abrir novas perspetivas a esta unidade, disse Miguel Proença. Em curso, o grupo continua a desenvolver os projetos Tryp Aeroporto, em Lisboa. Esta unidade quatro estrelas, que deverá abrir no segundo semestre, conta com 168 quartos, centro de congressos e escritórios virtuais, com mais de 2 mil m2, uma suíte presidencial, acesso wi-fi gratuito e um spa, entre outros serviços. O Hotel Tryp Lisboa Aeroporto está localizado a 200 metros do Terminal 1 do Aeroporto Internacional da Portela, junto à Segunda Circular/A1, principal entrada rodoviária de Lisboa.


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Redes sociais podem ajudar na procura de emprego Segundo um estudo levado a cabo pelo Universia, 89% dos estudantes portugueses consideram que as redes sociais podem ajudar na procura de emprego. As razões apontadas para tal prendem-se com o facto de, na opinião de 33% dos estudantes, as redes sociais permitirem otimizar o tempo, funcionar como mais um canal de pesquisa (36%), além da possibilidade de viralizar o CV (15%).

TECNOLOGIAS MÉDIO ORIENTE SERÁ A PRÓXIMA GEOGRAFIA A “ATACAR”

Portuguesa Vilt abre escritório em Barcelona A internacionalização parece já não ser uma opção, mas antes uma absoluta necessidade face ao atual momento da economia nacional. A Vilt, empresa portuguesa especializada em Enterprise Information Management, tem já 70% da sua faturação a ser conquistada nos mercados externos, agora complementados com a abertura de um escritório em Barcelona. Miguel Araújo avançou à “Vida Económica” que o Médio Oriente deverá ser o próximo passo da empresa portuguesa, apesar de o mercado nacional continuar a merecer o investimento da Vilt. Exemplo disso é a abertura de um Centro de Competência em Braga. Ajuntament de Barcelona, la Caixa, Allianz e Grupo Generali Espanã são alguns dos clientes alocados à carteira de Barcelona.

SUSANA MARVÃO s.marvao@vidaeconomica.pt

A Vilt, empresa portuguesa especializada em Enterprise Information Management, reforçou a sua presença no mercado espanhol com a abertura de um escritório em Barcelona. Espanha representou 52% da faturação da empresa lusa em 2012 e o Brasil, com início de atividade apenas em 2012, representou 12% da faturação. O escritório de Portugal, que acumula a faturação proveniente de qualquer região excetuando aquelas onde existe presença local da Vilt, representou 36% da faturação. Ou seja, em 2012, o negócio internacional já representou 70% da faturação global da empresa. Miguel Araújo, administrador da empresa portuguesa, explicou à “Vida Económica” que no contexto atual é, obviamente, mais difícil crescer em Portugal, pelo que os mercados externos ganham particular relevância. Contudo, e como a estratégia da empresa passa por angariar para Portugal todos os projetos provenientes de regiões onde ainda não haja estrutura local, “estamos confiantes de que iremos conseguir crescer ainda mais. Exemplo disso é a abertura de um Centro de Competência em Braga.” Basicamente, a abertura do novo escritório vem dar resposta à necessidade de uma presença física da empresa portuguesa em Barcelona, para o acompanhamento mais próximo dos clientes já existentes, bem como para gerar novo negócio num mercado já considerado no plano de expansão da Vilt. A empresa avançou que, neste momento, a estrutura de Barcelona dá resposta a clientes como “la Caixa”, “Ajuntament de Barcelona”, “Allianz” e “Grupo Generali Espanã”, tendo já como perspetivada a formação de mais elementos para integrarem a equipa catalã. Segundo Miguel Araújo, há uma clara diferença entre os clientes portugueses e os que integram a carteira espanhola, nomeadamente ao nível da dimensão. “Os projetos são idealizados tendo em consideração os objetivos do negócio a médio prazo, o que normalmente resulta em projetos com um orçamento sig-

A dois anos, o grande objetivo vai ser, segundo Miguel Araújo, continuar a crescer de forma sustentada, “valorizando os nossos recursos humanos do ponto de vista das suas competências e alargando o leque de serviços e tecnologias sobre as quais detemos um elevado grau de especialização”.

nificativamente maior”, explicou. Em termos de expansão geográfica, a empresa considera já outros destinos, apesar de ainda em fase embrionária. “Estamos a fazer alguma prospeção no Médio Oriente, que esperamos que venha a ter sucesso. Aqui poderá resultar uma presença local, com escritório.” Dada a especialização da Vilt em sistemas de gestão de informação e a experiência nas tecnologias da Opentext e da EMC, é sobretudo a consultoria e desenvolvimento de soluções nesta área que garante o volume de negócios da empresa. “Nos últimos dois anos temos tido bastantes projetos de atualização tecnológica e de migração de tecnologia - os clientes aproveitam para tirar partido das novas versões dos produtos, tirando daí ganhos de

A abertura do novo escritório vem dar resposta à necessidade de uma presença física da empresa portuguesa em Barcelona, para o acompanhamento mais próximo dos clientes já existentes

eficiencia e reduções de custos muito interessantes.” A dois anos o grande objetivo vai ser, segundo Miguel Araújo, continuar a crescer de forma sustentada, “valorizando os nos-

sos recursos humanos do ponto de vista das suas competências e alargando o leque de serviços e tecnologias sobre as quais detemos um elevado grau de especialização. Conseguindo, com isto, fortalecer a nossa presença em clientes atuais e angariar novos. Tentamos, sempre, diferenciar-nos da concorrência sempre pelo grau de competência técnica.” O responsável afiança que a Vilt, apesar da conjuntura menos favorável, tem vindo a crescer, ano após ano, em volume de negócio e em número de colaboradores. “Não foram necessárias medidas extraordinárias para fazer face à crise económica, apenas a continuação de uma política de rigor na gestão e na estratégia da empresa, que nos permitiu antecipar os contratempos próprios da conjuntura que estamos a viver.”


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TECNOLOGIAS

Quidgest ĂŠ PME LĂ­der 2013

InĂŞs Vaz Pereira na Talentia Software

O IAPMEI renovou Ă Quidgest o Estatuto PME LĂ­der para o ano de 2013. AtribuĂ­do no âmbito do Programa FINCRESCE do IAPMEI, o Estatuto PME LĂ­der distingue as empresas nacionais que continuamente investem em estratĂŠgias de crescimento e de reforço da sua base competitiva, em função de notaçþes de rating e de critĂŠrios econĂłmico-ďŹ nanceiros.

A Talentia Software, empresa especializada em Gestão de Capital Humano e RH, Finanças e CPM, anunciou a nomeação de Inês Vaz Pereira como Portugal Managing Director para todas as atividades da Talentia Software em Portugal e nos países de língua portuguesa.

Mind Source contrata 32 colaboradores no primeiro semestre AtĂŠ ao ďŹ nal do ano a empresa especializada em consultoria de projetos de base tecnolĂłgica quer contratar 50 pessoas, mais 11 do que em 2012. No primeiro semestre de 2013 a Mind Source, empresa especializada em consultoria de projetos de base tecnolĂłgica, contratou 32 pessoas, resultado de mais de 500 entrevistas com o objetivo de descobrir novos talentos. O enfoque foram as ĂĄreas de IT Development, Business Intelligence e Governance.

Em 2012 a consultora de TI contratou 39 colaboradores, apĂłs a realização de cerca de mil entrevistas. De outubro de 2012 atĂŠ ao presente mĂŞs, a consultora jĂĄ realizou mais de 630 entrevistas e, para 2013, prevĂŞ que o nĂşmero ultrapasse a fasquia do ano passado. A empresa foi novamente distinguida este ano como uma das “Melhores Empresas para Trabalharâ€? pelo Great Place to Work Institute. Em comunicado, Francisco Lopes da Fonseca, CEO Mind Source, explicou que este ano, “fruto do nosso reforço junto dos nossos clientes nos diversos setores do mercado, pretendemos reforçar o know-how das nossas equipas

Equipa Mind Source

endereçando de forma cada vez mais criativa e exigente os desaďŹ os lançados pelo mercadoâ€?. A ambi-

ção da empresa Ê contratar, jå em 2013, cerca de 50 novos talentos ou seja, mais 11 do que em 2012,

“que contribuam para o desenvolvimento e promoção do nosso ADN singularâ€?.

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passadoâ€? – explica Ă Vida EconĂłmica Johannes Ruckert, director.

LISBOA 22 julho HorĂĄrio: (7 horas) 9h30 Ă s 18h

Como analisar as demonstraçþes ¿QDQFHLUDV GD VXD empresa

PĂşblico Geral: G140 Assinantes VE: G110

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados. No âmbito da sua polĂ­tica de responsabilidade social, nas açþes de formação a Vida EconĂłmica criou uma quota de inscriçþes gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneďŹ ciar desta oferta atĂŠ ao limite dos lugares disponĂ­veis, deverĂĄ enviar uma cĂłpia da Ăşltima Declaração mod. 22, ou uma cĂłpia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

ENQUADRAMENTO: s 0ARA DESCOBRIR UMA DOENĂŽA E TOMAR OS MEDICAMENTOS NECESSĂˆRIOS PARA A COMBATER Ă? PRECISO UMA ANĂˆLISE CRITERIOSA / mesmo se aplica Ă descoberta de como estĂĄ o desempenho econĂłmico e ďŹ nanceiro de uma empresa. Neste caso, a ação a SER REALIZADA Ă? A ANĂˆLISE DO BALANĂŽO E DA DEMONSTRAĂŽĂ?O DE RESULTADOS / DESEMPENHO ECONĂ˜MICO E lNANCEIRO DA EMPRESA estarĂŁo reetidos nos principais indicadores de gestĂŁo. s ² ESSENCIAL PORTANTO CONHECER EM DETALHE A SAĂžDE DE UMA EMPRESA PELA LEITURA DA INFORMAĂŽĂ?O SIMPLES DESTES DOIS importantes documentos (o Balanço e a Demonstração de Resultados) e a interpretação dos principais indicadores econĂłmicos e ďŹ nanceiros da sua organização. s $ESTA FORMA OS PRINCIPAIS RESPONSĂˆVEIS DA EMPRESA PODERĂ?O IDENTIlCAR CLARAMENTE AS PRINCIPAIS CAUSAS DOS PROBLEMAS DA empresa e a melhor forma de ultrapassĂĄ-las, envolvendo toda a equipa numa ação bastante mais eďŹ caz.

OBJETIVOS: s !NALISAR OS DOCUMENTOS lNANCEIROS E CONTABILĂ“STICOS DA SUA empresa s #ALCULAR E ANALISAR OS PRINCIPAIS INDICADORES DE GESTĂ?O utilizados s #OMPREENDER A SITUAĂŽĂ?O ECONĂ˜MICA E lNANCEIRA da empresa, atravĂŠs da leitura de um balanço, da demonstração de resultados e da interpretação dos principais indicadores de gestĂŁo s #OMPREENDER QUAL A CLASSIlCAĂŽĂ?O DE RISCO QUE A SUA empresa apresenta s 4ER UMA COMPREENSĂ?O DA IMAGEM EXTERNA QUE A EMPRESA proporciona atravĂŠs da informação do seu balanço e da demonstração de resultados

PROGRAMA: s #OMPREENDER DE FORMA SIMPLES A INFORMAĂŽĂ?O DE UM Balanço s #OMPREENDER DE FORMA SIMPLES A INFORMAĂŽĂ?O DE UMA Demonstração de Resultados s #OMO AVALIAR A RENTABILIDADE DA EMPRESA ATRAVĂ?S DO CĂˆLCULO DO 0ONTO #RĂ“TICO DE 6ENDAS s #OMPREENDER A !NĂˆLISE DO 2ISCO DA %MPRESA s #OMO EFETUAR UM DIAGNĂ˜STICO RĂˆPIDO DA SAĂžDE DA %MPRESA s !NĂˆLISE E COMENTĂˆRIO DE CASOS REAIS DESTINATĂ RIOS: s %MPRESĂˆRIOS E 'ESTORES DE 0-% s 1UADROS RESPONSĂˆVEIS DAS DIVERSAS ĂˆREAS OPERACIONAIS DA empresa s #OLABORADORES DA ĂˆREA ADMINISTRATIVA E lNANCEIRA


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SIL e Intercasa Concept em simultâneo na FIL

EM FOCO

O SIL 2013 volta este ano a realizar-se em simultâneo com a Intercasa Concept, de 9 a 13 de outubro, na FIL, Parque das Naçþes, altura em que tambÊm decorrerå a 1ª edição do Festival Vintage. A simultaneidade da realização visa aumentar a proposta de valor às empresas.

CARLA HENDRA, “CHAIRMAN� DA OGILVYRED, CONSIDERA

“Para otimizar a gestĂŁo ĂŠ essencial ter especialistas de dadosâ€? Gerir grandes volumes de dados, estabelecer parcerias com especialistas, estar atento ao comportamento dos consumidores e antecipar tendĂŞncias sĂŁo alguns desafios que o mundo digital intensificou na gestĂŁo de empresas, obrigando os bons lĂ­deres a mudar alguma das suas estratĂŠgias de anĂĄlise de negĂłcios. Carla Hendra, “chairmanâ€? da OgilvyRED, unidade da Ogily vocacionada para a consultoria nas ĂĄreas de estratĂŠgia e inovação, esteve em Lisboa para abordar precisamente estas novas tendĂŞncias de gestĂŁo e liderança. ANA SANTOS GOMES anagomes@vidaeconomica.pt

Vida EconĂłmica – O excesso de informação pode ser prejudicial numa gestĂŁo eficiente?

Carla Hendra – Muitas vezes, o excesso de dados faz com que os gestores “congelemâ€? na indecisĂŁo, provocada precisamente pelo volume de dados nĂŁo estruturados que hoje sĂŁo gerados, particularmente atravĂŠs de canais digitais.

A marca deve ter autenticidade e transparĂŞncia em todos os canais

pressar-se com autenticidade e transparĂŞncia em todos os canais, digitais e outros. É a relação entre a empresa e os seus clientes que define a velocidade e o imediatismo da circulação de dados, notĂ­cias e conversas sobre ela. VE – Que liçþes devem ainda os CEO aprender sobre digital?

“Os CEO sabem que devem aprender a servir os clientes de forma mais eďŹ caz e afastar-se de soluçþes massiďŹ cadasâ€?, aďŹ rma Carla Hendra.150 participantes na Universidade CatĂłlica.

Para lidar com os chamados “Big Dataâ€? a tendĂŞncia ĂŠ ter as ferramentas certas e a tecnologia certa para combinar, analisar e interpretar dados estruturados e nĂŁo estruturados em tempo real para fornecer informaçþes verdadeiramente valiosas para impulsionar negĂłcios, marcas e estratĂŠgias de marketing.

bom guia para a gestĂŁo de dados hoje. Para otimizar a gestĂŁo de dados ĂŠ essencial ter especialistas de dados, “cientistasâ€? que sabem como ponderar todos os possĂ­veis tipos de dados e que podem desenvolver um enquadramento para uma anĂĄlise de dados eficaz, adequada a cada empresa.

VE – Qual Ê o segredo da boa gestão de dados?

VE – Como define a relação das empresas com a era digital?

CH – Einstein disse que “tudo deve ser tĂŁo simples quanto possĂ­vel, mas nĂŁo mais simples do que issoâ€?. Este ĂŠ um

CH – Cada empresa deve preocupar-se com a sua marca corporativa e deixå-la ex-

CH – Os CEO sabem que para ter sucesso na era digital devem aprender a servir os clientes de forma mais eďŹ caz e afastar-se de soluçþes massiďŹ cadas. Uma das liçþes mais importantes para qualquer CEO ĂŠ perceber o quĂŁo rapidamente mudam os ecossistemas digitais e o quĂŁo ĂŠ importante ter parceiros especialistas nesta ĂĄrea, com profunda experiĂŞncia em digital para os ajudar a projetar as melhores soluçþes. VE – O que faz de um CEO um bom lĂ­der?

CH – Hoje, os melhores CEO são ågeis e bons parceiros de quem tem talento e capacidades que eles não têm, mas tambÊm são capazes de tomar decisþes mais informadas com base nos dados de que hoje dispþem.

Empresas tĂŞm novo portal de ďŹ nanciamento A ComissĂŁo Europeia anunciou o lançamento de um portal sobre ďŹ nanciamentos europeus. O novo portal (http://europa. eu/youreurope/business/ďŹ nance-support/access-to-finance/index_pt.htm) centraliza todas as ofertas de ďŹ nanciamento, incluindo as que envolvem fundos estruturais, concretamente o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e o Fundo Social Europeu (FSE). Este portal permite que as empresas tenham um acesso mais alargado aos fundos estruturais, jĂĄ que os pode ajudar a apresentarem pedidos de ďŹ nanciamento com a participação de verbas comunitĂĄrias, incluindo ainda informaçþes sobre como podem aceder a vĂĄrios programas comunitĂĄrios. Segundo um comunicado da ComissĂŁo Europeia, “as presentes

actualizaçþes duplicam o nĂşmero de bancos e fundos parceiros para mais de mil, reforçando ainda mais uma fonte de informaçþes essencial para o ďŹ nanciamento das PME atravĂŠs de garantias, emprĂŠstimos e capital de riscoâ€?. Com este serviço, Bruxelas quer melhorar o ďŹ nanciamento das PME na Europa e o Ă­ndice de aprovação dos projetos que, nos Ăşltimos dois anos, ronda os 60%. No perĂ­odo 2007-2014, o ďŹ nanciamento Ă s PME atingiu os 95,4 mil milhĂľes de euros. PUB

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EM FOCO

Novo Continente em PortimĂŁo

OgilvyRED Lisboa apresenta SMINT em Madrid

O Continente inaugurou, com abertura ao pĂşblico esta semana, uma nova unidade em PortimĂŁo, nove meses depois do incĂŞndio que consumiu as instalaçþes da loja no Retail Park daquela cidade. A abertura desta unidade signiďŹ ca a realocação de mais de 150 postos de trabalho. A nova loja tem uma ĂĄrea total de venda de cerca de 3100m2 e dispĂľe ainda de uma Cafetaria Bom Bocado, com 20 m2 e de 18 caixas.

LuĂ­s Madureira, “business partnerâ€? da OgilvyRED Lisboa, rumou a Madrid como convidado para partilhar a importância do Social Market Intelligence (SMINT), durante a “I Jornada sobre InteligĂŞncia e Relaçþes PĂşblicas - InteligĂŞncia e Comunicação: AnĂĄlise, Antecipação e InuĂŞnciaâ€?, que decorreu na Ăşltima quarta-feira, na URJC - Universidad Rey Juan Carlos.

AHRESP insiste na baixa do IVA na restauração e na hotelaria A AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal - reuniu recentemente em Lisboa o seu Conselho Nacional, tendo os dirigentes presentes confirmado a situação de desastre económico que o setor enfrenta em todo o país e que se agravarå

de forma dramĂĄtica, segundo a opiniĂŁo unânime dos conselheiros, no Ăşltimo trimestre do ano, a seguir ao verĂŁo, se atĂŠ lĂĄ o bom senso nĂŁo prevalecer e a taxa do IVA na Restauração nĂŁo regressar aos 13%. “Esta reuniĂŁo comprovou que a realidade do setor ĂŠ dra-

mĂĄtica de Norte a Sul de Portugal e que a AHRESP nĂŁo pode baixar os braços, nĂŁo pode resignar-se, porque o setor nĂŁo aguenta mesmo atĂŠ 2014 o atual quadro fiscalâ€?, garante MĂĄrio Pereira Gonçalves, presidente da AHRESP, que sublinha a transcendente importância da

“O setor nĂŁo aguenta atĂŠ 2014 o atual quadro ďŹ scalâ€?, garante MĂĄrio Pereira Gonçalves, presidente da AHRESP. PUB

NOVIDADE Novo CĂłdigo de Processo Civil aprovado pela Lei nÂş 41/2013, de 26 de junho INCLUI: > TABELA DE CORRESPONDĂŠNCIA > Regulamento das Custas Processuais >Regime JurĂ­dico do Processo de InventĂĄrio > Tramitação EletrĂłnica dos Processos Judiciais > Ação Declarativa Especial para Cumprimento de Obrigaçþes PecuniĂĄrias > Regime Especial Relativo aos Atrasos de Pagamento em Transaçþes > Medidas contra os atrasos de pagamento nas transaçþes comerciais > BalcĂŁo Nacional de Injunçþes > Novo Regime do Arrendamento Urbano > BalcĂŁo Nacional de Arrendamento e Procedimento Especial de Despejo

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urgĂŞncia da descida da taxa do IVA: “HĂĄ sinais evidentes de que cada vez mais vozes da maioria polĂ­tica que sustenta o Governo jĂĄ perceberam o crime de lesa, economia que representa o IVA a 23% no setor. Mas temo que a correção da situação chegue jĂĄ demasiado tarde para muitos milhares de restaurantes e muitas dezenas de milhares de postos de trabalhoâ€?, explica o presidente da AHRESP. No ďŹ nal do encontro, ďŹ cou decidido que, a breve prazo, serĂŁo implementadas medidas de sensibilização da opiniĂŁo pĂşblica para gravidade da situação do setor: “Este nĂŁo ĂŠ um problema sĂł da restauração, pois diz respeito a todos os portugueses e pode afetar o futuro de toda a economia do PaĂ­s. Para alĂŠm de que nos arriscamos a perder, deďŹ nitivamente, um patrimĂłnio gastronĂłmico Ăşnico que nos diferencia do resto da Europa e faz parte da nossa cultura. Por isso, consideramos que devemos mobilizar todos os portugueses para esta causaâ€?, sustenta o Presidente da AHRESP.

, no valor de â‚Ź

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c

U Solicito o envio Ă cobrança. (Acrescem 4â‚Ź para despesas de envio e cobrança).

4000-263 PORTO

ASSINATURA

,

Perante este quadro de extrema urgĂŞncia, a Direção da AHRESP tem tambĂŠm jĂĄ agendadas audiĂŞncias com delegaçþes do PSD e do FMI, respetivamente nos prĂłximos dias 3 e 4 de julho, estando em marcação encontros com os dirigentes da HOTREC – Confederação de HotĂŠis, Restaurantes e CafĂŠs na Europa -, e das restantes forças polĂ­ticas portuguesas com assento parlamentar. Para os responsĂĄveis da AHRESP, trata-se, uma vez mais, de procurar convencer os decisores polĂ­ticos, com recurso aos estudos cientĂ­ficos elaborados por especialistas independentes, da inevitabilidade de baixar a taxa do IVA dos serviços de alimentação e bebidas, para salvar o que resta do setor e criar condiçþes para o tĂŁo almejado crescimento econĂłmico.


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EM FOCO MARCA PERSPETIVA ATINGIR OS 36% ATÉ FINAL DE 2014

Fornecedores nacionais representam 31% do total de compras da McDonald’s A McDonald’s conta atualmente com mais de 30 fornecedores nacionais, que em 2012 representaram 31% do volume total de compras, e perspetiva-se que esta percentagem atinja os 36% até ao final de 2014 – adianta à “Vida Económica” fonte da McDonald’s Portugal. VIRGILIO FERREIRA virgilio@vidaeconomica.pt

Atualmente a McDonald’s Portugal, conta com mais de 30 fornecedores nacionais, que em 2012 representaram 31% do volume total de compras da McDonald’s e perspetiva-se que esta percentagem atinja os 36% até ao final de 2014 – adiantou fonte da empresa à “Vida Económica”. A McDonald’s está presente em Portugal há 22 anos. A incorporação de parceiros e fornecedores nacionais tem assumido um papel fundamental na estratégia da marca. “Ao longo deste período, temos sido fiéis à nossa filosofia de marca global mas com relevância local, feita em Portugal, por e para portugueses.”

Esta aposta da marca está presente em alguns projetos, como o “Sopíssima”, lançado em 2005. A introdução do pastel de nata, da maçã de Alcobaça, do Sundae Origens de Pera Rocha do Oeste ou de Maçã de Alcobaça e Canela, do McLusitano ou da McBifana, são também outros exemplos de produtos adaptados ao gosto local e às preferências dos consumidores portugueses. Hoje, A McDonald´s conta com mais de 30 fornecedores nacionais. “No futuro, o nosso objetivo é continuar a apostar e a investir nos fornecedores e produtores portugueses, bem como nos ingredientes nacionais”, acrescenta a McDonald’s Portugal. Presença na Feira Nacional de Agricultura

A McDonald’s marcou, pelo segundo ano consecutivo, presença na Feira Nacional de Agricultura.

A McDonald’s marcou, pelo segundo ano consecutivo, presença na Feira Nacional de Agricultura, recentemente realizada em Santarém. O objetivo da participação, que “foi atingido” segundo nos disseram, foi “dar a conhecer aos consumidores e ao público em geral a aposta contínua da marca“na produção nacional e a preferência pela qualidade dos produtos portugueses nos seus restaurantes”. A McDonald’s esteve presente no salão

“Prazer de Provar”, onde apresentou exemplos de inovação de alguns dos seus fornecedores: a OSI Food Solutions, “fornecedor dos hambúrgueres 100% carne de vaca que, até ao final deste ano, incorporará 40% de carne de vaca nacional das necessidades da McDonald’s Portugal”, Vitacress, fornecedor do ‘mix’ de saladas e de Alface Iceberg, Vegenat, fornecedor de cebola picada, produzida na zona do Alqueva, usada nas sanduíches,

e Campotec, fornecedor de tomate fresco fatiado usado nas sanduíches, “um projeto pioneiro desenvolvido em Portugal, para a McDonald’s”. Também em destaque no stand da McDonald’s na Feira Nacional de Agricultura esteve a McBifana, um produto desenvolvido em exclusivo para o mercado português, com fornecedores nacionais, que conta agora com o selo “Portugal Sou Eu”. PUB

comercializado para que se considere que existe valorização da oferta nacional. A taxa base de apoio é de 45%, exceto nas despesas relativas à participação (enquanto expositor) em feiras e exposições internacionais, para as quais a taxa de apoio é de 75%. Contudo, o incentivo para esta rubrica de apoio encontra-se abrangida pela regra do Auxílio de Minimis, pelo que a taxa de apoio pode vir a sofrer uma redução como consequência de ser atingido o limite de 200 mil euros de apoio em 3 anos. Relativamente ao investimento total elegível do projeto, o incentivo não poderá ultrapassar os 400 mil euros. São elegíveis as despesas realizadas até 30 de Junho de 2015. De referir que a fase do concurso que se encontra aberta de momento encerra a 28 de Julho. Em 1 de Julho abre a última fase, a qual encerra a 16 de Setembro de 2013. No entanto, as candidaturas para projetos localizados na região de Lisboa já se encontram encerradas e não voltarão a abrir. Como o Quadro Comunitário de Apoio se refere ao período de 2007-2013, o QREN encerra este ano, pelo que após o encerramento deste concurso do SI Qualificação não haverá mais nenhuma fase de candidaturas. Acresce que ainda não se conhecem os programas que irão ser criados com o novo Quadro Comunitário de Apoio que vigorará de 2014 a 2020. www.sibec.pt sibec@sibec.pt 228 348 500

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RESPOSTA A realização de viagens de prospeção e a presença em certames internacionais são despesas elegíveis no Sistema de Qualificação e Internacionalização de PME. Para se poder candidatar, a empresa promotora deve cumprir um rácio mínimo que afere o contributo do projeto para uma maior orientação para os mercados externos. Este rácio, designado de Intensidade das Exportações no pós-projeto, refere-se à importância, verificada no pós-projeto, do volume de negócios internacional em termos do volume de negócios total. Para o projeto ser enquadrável, deverá apresentar uma Intensidade das Exportações mínima de 15%. Acresce que o volume de exportações previsto deverá encontrar-se devidamente sustentado em indicadores sectoriais que demonstrem as perspetivas de internacionalização do mercado, evolução estratégica da empresa e coerência com as ações previstas na candidatura. Por outro lado, como se trata de uma atividade comercial (CAE 45 a 47), apenas poderá candidatar-se as vendas (no pós-projeto) no mercado externo valorizem a oferta nacional, traduzida no efeito de arrastamento que essa atividade comercial possa ter ao nível da produção noutras empresas localizadas em território nacional. Isto significa que os produtos comercializados deverão ser fabricados por empresas portuguesas. A mera aquisição de mercadorias importadas a uma empresa portuguesa não é aqui considerada. É necessário que exista uma transformação, em território nacional, do artigo

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Sou um agente de comércio por grosso de produtos têxteis e os meus clientes são, essencialmente, fabricantes portugueses que me contratam para angariar clientes para exportação. Pretendo passar a controlar mais diretamente o processo negocial, adquirindo os produtos aos fabricantes e vendendo diretamente aos clientes. Para tal necessito de investir de forma mais significativa em viagens de prospeção e presença em feiras de sourcing. Que apoios existem à internacionalização das PME portuguesas?

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Porto e Norte lança roteiro de minas O Turismo do Porto e Norte de Portugal apresentou uma proposta turística inovadora. Trata-se do roteiro das minas e pontos de interesse mineiro e geológico de Portugal, que resultou do trabalho sobre minas e geologia da região desenvolvido pela delegação de Touring Cultural do TPNP com a colaboração da Direção-Geral de Energia e Geologia.

TURISMO Quinta da Boeira coloca Portugal numa garrafa O segmento do enoturismo é um dos alvos do projeto da Quinta da Boeira, em Vila Nova de Gaia. Programado para ser desenvolvido em cinco fases, num investimento de 38 milhões de euros, um dos objetivos é criar uma dinâmica que ligue o espaço à zona das caves de vinho do Porto, mas com uma oferta mais vasta, de cariz nacional. MARC BARROS marcbarros@vidaeconomica.pt

O projeto de transformação da Quinta da Boeira, em Vila Nova de Gaia, num pólo de atração turística ligada à temática dos vinhos, segue para a terceira fase, com a apresentação do ‘Portugal in a bottle’. Este consiste na instalação de uma garrafa em fibra de vidro com 32 metros de comprimento e 9,5 metros de diâmetro, onde estarão representadas as diferentes regiões produtoras do país, bem como das diferentes ofertas de gastronomia, artesanato, música e dança. O equipamento integra-se num plano mais vasto, que engloba cinco fases e resulta de um investimento global de 38 milhões de euros, que arrancou em 1999 e deverá ter a sua conclusão em 2015/2016. A terceira fase, agora apresentada e cuja inauguração está prevista para o mês de julho, corresponde a uma fatia de um milhão de euros, cofinanciados pelo QREN. Ao todo, estima-se que este projeto possa criar 100 postos de trabalho diretos e outros tantos indiretos. O espaço da quinta contará ainda com uma zona de mercado ao ar livre, com 60 lojas de vinhos, gastronomia e artesanato. De acordo com Albino Jorge, um dos responsáveis da Quinta da Boeira, a quarta fase passará pela oferta de um centro de negócios, que visa diversificar a oferta disponível. CS Gaia avança em breve À margem da apresentação do espaço, o presidente da CM de Gaia, Luís Filipe Menezes, disse aos jornalistas que o hotel que estaria previsto para a zona histórica da cidade, a cargo do grupo CS, deverá avançar a curto prazo. Recorde-se que o projeto inicial do CS Oporto Vintage previa a criação de 150 quartos, num investimento de 47,5 milhões de euros. Com a abertura inicial prevista para 2012, aquela unidade ficou no papel dada a falência do grupo promotor. Foi então constituído um fundo imobiliário fechado com os bancos credores, no qual foram

CONSIDERA MANUEL PROENÇA, RESPONSÁVEL DO GRUPO HOTI HOTÉIS

Portugal desaproveita do fluxo de turistas da

O espaço “Portugal in a botlle” integra um investimento em cinco fases orçado em 38 milhões de euros, que deverá estar concluído em 2015/2016.

depositados vários ativos imobiliários do grupo, entre os quais a unidade de Gaia. Na prática, como referiu Luís Filipe Menezes, o mesmo fundo “concluiu que era mais barato construir o hotel” do que resolver o problema urbanístico e de segurança que resultou da fase inicial de obras daquela unidade, tendo sido criada uma cratera no centro histórico de Gaia, junto às tradicionais caves de vinho do Porto e ao cais de Gaia. Lazer, cultura e negócios são os nichos de oferta do Hotel da Música.

Estratégia para turismo assente em quatro pontos O também candidato à CM Porto, Luís Filipe Menezes, explicou aos jornalistas as suas propostas para o setor do turismo na Invicta. Alicerçada em quatro pontos, a estratégia envolve a dinamização do segmento de congressos, a “promoção internacional do Porto”, uma “oferta cultural agressiva” e o turismo de saúde. No primeiro caso, Menezes quer que o Porto seja “a capital do turismo de congressos”, o que envolve a transformação do Palácio de Cristal num centro de congressos, “numa lógica polivalente, com o desporto, congressos e cultura”. A promoção internacional da cidade deve ainda envolver as várias localizações que são Património da Humanidade, como Guimarães e Douro, a aproximação à Galiza a cidades médias. Por sua vez, a oferta cultural deve assegurar “a oferta de pacotes integrados com hotéis e restaurantes”, entre outros, numa “gestão integrada e em rede”. Esta promoção internacional resulta ainda do facto de “as ligações aéreas chegarem a 500 milhões de visitantes potenciais”, assegura. Também os equipamentos e infraestruturas existentes poderão gerar “uma oferta interessante a nível do turismo de saúde”, com especialização em áreas como a reabilitação, próteses, terceira idade e oftalmologia, considera.

As recentes convulsões políticas na Turquia estão a provocar um desvio do fluxo de turistas da Turquia para outros destinos concorrentes de Portugal. De acordo com o responsável do grupo Hoti Hotéis, Manuel Proença, à margem da apresentação do novo Hotel da Música, no Porto, o país não está a beneficiar com essa oportunidade, que deixa “escapar” a procura para destinos como ilhas Canárias ou sul de Espanha. MARC BARROS marcbarros@vidaeconomica.pt

Portugal está já a desaproveitar as oportunidades de atração de turistas que surgiu com as recentes convulsões políticas na Turquia. Segundo Manuel Proença, responsável do grupo Hoti Hotéis, assiste-se a um incremento do fluxo de turistas europeus com destino às ilhas Canárias e Sul de Espanha, mas também outros, como Itália, que procuram destinos turísticos considerados mais seguros. Em conversa com jornalistas à margem da apresentação do novo Hotel da Músi-

ca, no Mercado do Bom Sucesso, no Porto, Manuel Proença referiu que, tal como que se verificou no Norte de África, no decurso da chamada “Primavera Árabe”, sobretudo na Tunísia e Egipto, também as manifestações políticas na Turquia podem causar um desvio dos fluxos de turistas em benefício de Portugal. Mas até agora o país não tem aproveitado a oportunidade, ao contrário dos seus concorrentes. Já aberto ao público, o Hotel da Música representa um investimento total de cerca de oito milhões de euros que se traduz em 5000 m2 de área no requalificado Mercado do Bom Sucesso – edifício emblemático da cidade –, classificado como monumento de interesse público. O Hotel da Música é a mais recente unidade do grupo Hoti Hotéis, empresa que gere em Portugal 15 unidades das marcas Mélia e Tryp. Integrado no projeto de requalificação do Mercado do Bom Sucesso, a cargo do grupo Mota Engil, esta unidade visa reforçar a oferta de alojamento para negócios e lazer na região Norte. Segundo declarou Manuel Proença, o investimento ronda os 90 mil euros/quarto, o que considera um valor “bastante abaixo do que é a média para investimentos em hotéis” deste standard. Com um preço médio de abertura de 75 euros por quarto simples, o preço médio deverá manter-se neste nível, disse Manuel Proença. Segundo Catarina Machado Vaz, diretora do hotel, os primeiros dias do Hotel da Música contam já com uma taxa de ocupação muito próxima do limite.


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Empresårios da construção metålica criam Portugal Steel Custos de manutenção inferiores, dinamização internacional de um importante setor da economia e maior facilidade de reciclagem são os fatores que levam os empresårios da construção metålica a criar o Portugal Steel, projeto desenvolvido pela CMM - Associação Portuguesa de Construção Metålica e Mista para a dinamização da construção metålica nacional .

ASSOCIATIVISMO ENCONTRO COM DELEGAĂ‡ĂƒO ADMINISTRATIVA DE MACAU

AIP dinamiza cooperação com a à sia Dinamização do Fundo de Desenvolvimento Empresarial da China para os países de língua portuguesa, tradução de documentos tÊcnicos em mandarim, estågios para estudantes macaenses e chineses e programas de formação em mandarim para tÊcnicos de empresas portuguesas são

algumas das acçþes que a AIP irĂĄ desenvolver no segundo semestre deste ano. O anĂşncio foi feito por JosĂŠ Eduardo Carvalho, presidente da AIP, durante um recente encontro de intercâmbio de empresĂĄrios de Portugal e Macau, realizado em Lisboa, no âmbito da visita oďŹ -

cial da delegação do Governo da RegiĂŁo Administrativa Especial de Macau (RAEM), cheďŹ ada pelo secretĂĄrio para a Economia e Finanças, Tam Pak Yuen. “O papel de Macau como plataforma de negĂłcios entre a China continental e Portugalâ€? foi o tema desta reuniĂŁo em que inter-

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vieram JosÊ Eduardo Carvalho, Tam Pak Yuen e Francisco Almeida Leite, secretårio de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Governo de Portugal. CPLP e China

“A AIP decidiu concentrar os seus recursos e o seu esforço em dois grandes mercados, o da CPLP e o da Chinaâ€?, disse JosĂŠ Eduardo Carvalho ao explicar as razĂľes desta aposta: “Em 2012, as empresas portuguesas exportaram para a CPLP 4,3 mil milhĂľes e 800 milhĂľes para os mercados de Macau e China. Estes dois mercados jĂĄ representam mais de 11% do total das exportaçþes portuguesas, mas a possibilidade de crescer ainda ĂŠ muito grandeâ€?. Tam Pak Yuen, secretĂĄrio para a Economia e Finanças do Governo da RegiĂŁo Administrativa Especial de Macau, referiu-se ao “prĂłximo projecto de desenvolvimento econĂłmico que assenta na construção de infra-estruturas, e que estĂĄ relacionado com uma grande ponte entre Macau e Hong Kong que estarĂĄ concluĂ­da em 2016, e que encurtarĂĄ em muito as distâncias e o tempo percorrido entre o aeroporto e o porto de mercadoriasâ€?. Oportunidades na cooperação

Dirigindo-se aos delegados e empresĂĄrios macaenses, Francisco Almeida Leite realçou as razĂľes pelas quais o investimento no nosso paĂ­s pode e deve constituir uma excelente oportunidade de negĂłcios, entre elas o programa de autorização de residĂŞncia em Portugal para a actividade de investimento. “Programa do MNE (desde 2012), com acesso aos paĂ­ses europeus da zona Schengen, destinado a cidadĂŁos nĂŁo europeus que apostem no mercado ďŹ nanceiro e imobiliĂĄrio portuguĂŞs ou ainda que criem emprego ou tenham actividade industrial em Portugalâ€?, precisou. Participaram tambĂŠm no encontro CGD, REN, EDP, RTP e Visabeira.


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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

PSI-20 (26.06)

5525,23

-5,49% Var. Semana 5800 5600 5400 5200 5000

MERCADOS

Dow Jones 26/Jun ..... 14862,11

DAX 26/Jun ...................7940,99

Var Sem ...............................-1,65% Var 2013 ..............................13,42%

Var Sem ...............................-3,12% Var 2013 ................................4,32%

Nasdaq 26/Jun............3372,532

CAC40 26/Jun ...............3726,04

Var Sem ...............................-2,06% Var 2013 .............................. 11,69%

Var Sem ...............................-2,95% Var 2013 ................................2,33%

IBEX 35 26/Jun .............7823,00 20 Jun 21 Jun 24 Jun 25 Jun 26 Jun

Var Sem ...............................-3,40% Var 2013 ...............................-4,22%

-2,30% Var. 2013

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

“VIDA ECONÓMICA” REUNIU DADOS DE NOVE BANCOS A OPERAR EM PORTUGAL

Variação de custos de comissões de abertura de dossier de crédito à habitação atinge 45% O crédito à habitação já não tem a importância no mercado bancários que já teve, mas, quando é necessário, importa saber quais os custos associados, além dos habituais spreads. Um desses casos é, logo de início, o das comissões de abertura de dossier. Nas instituições bancárias analisadas pela “Vida Económica”, esses custos variam 45%, entre 200 e 290 euros. Há, no entanto, hipóteses de evitar esse custo. É o caso de algumas contas específicas e os imóveis vendidos pelo próprio banco. Na atualidade, grande parte do crédito à habitação concedido pela banca são desses. AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

As comissões de abertura de dossier de crédito à habitação têm diferenças que chegam a atingir 45% entre bancos diferentes. Em termos de valores absolutos, aquela clivagem não é significativa (sobretudo se tivermos em conta os montantes globais de um negócio de uma casa),

de exceção. No Crédito Agrícola, por exemplo, estão isentos das comissões de abertura de dossier de crédito à habitação os clientes titular da conta Super Jovem, que pode ser subscrita por clientes com 18 a 30 anos. Imóveis dos bancos com condições especiais

Os imóveis vendidos pelo próprio banco estão, regra geral, isentos de comissões. Grande parte dos contratos no presente é com aqueles imóveis.

pois a variação é entre 200 e 290 euros (mais 4% de imposto de selo), mas não deixa de ser uma percentagem acentuada. O crédito à habitação já não tem a procura de outros tempos. Nem a procura é como já foi – o mercado vira-se para o arrendamento – nem a qualidade da oferta é igual (a primeira e a segunda razão acabam por estar umbilicalmente ligadas). Nos casos em que o crédito à habitação continua a ser opção, convém recordar que

não são só os spreads que devem ser tidos em atenção, também há várias comissões prévias a ter em conta, a começar logo pelas comissões de abertura de dossier. A “Vida Económica” solicitou à banca aqueles valores, tendo obtido sete respostas. Das cinco maiores instituições a operar em Portugal, apenas Millennium bcp e Caixa Geral de Depósitos não nos responderam, tendo nós consultado os respetivos preçários online. Assim, no total são nove

Banif promove imóveis próprios para comercialização “Em cada rua uma boa oportunidade” é o mote da campanha multimeios que o Banif lançou, com o objetivo de tornar públicas as soluções imobiliário que tem para oferecer. O banco “promete” muitos imóveis, com condições comerciais e condições de financiamento competitivas. No que se refere ao crédito, o Banif oferece possibilidade de financiamento de 100% do valor de venda do imóvel, opção de carência de pagamento de capital nos primeiros quatro anos do contrato, spreads desde 0,5%, prazo até 45 anos (num limite máximo de 75 anos de idade) e isenção de pagamento de comissões de processo e avaliação. Esta campanha pretende contribuir para aumentar a notoriedade da área imobiliária do Banco e, ainda, apresentar a sua nova identidade visual –

Imóveis Banif – já presente em www.imoveisbanif. pt, portal que dá a conhecer toda a oferta imobiliária disponível: residencial, não residencial, empreendimentos e turismo residencial. “Um dos objetivos da campanha de comunicação é exatamente promover e dinamizar a campanha comercial em vigor, que procura, através de uma estratégia de preço mais atrativa, incentivar as vendas. Estão em campanha nesta iniciativa comercial mais de 400 imóveis”, disse à “Vida Económica” fonte do banco. Para além dos habituais materiais nos pontos de venda e dos anúncios na imprensa escrita e na internet, esta campanha terá, ao longo das próximas duas semanas, uma forte presença nos horários “drive time” das rádios.

Convém, além disso, haver atenção no processo, pois em alguns bancos as comissões como as de abertura de dossier – mas também de avaliação do imóvel ou de gestão de operações – são devidas mesmo que o crédito não venha a ser aprovado. Não que seja habitual, mas importa sempre ter isso em atenção. O que acontece com maior regularidade é serem cobradas comissões em propostas autorizadas, mas que não chegam a ser contratadas por desacordo do cliente com as condições autorizadas, o que é um cenário diferente. Ainda assim, é preciso clarificar sempre a situação, até porque se à abertura de dossier juntarmos avaliações (com respetivas deslocações, quando aplicável), gestão

Comissões de abertura de dossier de crédito à habitação entre 200 e 290 euros Entidade

Comissão J260 + IS J290+IS J200 + IS J240 + IS

Banif BES BIC BPI Caixa Geral de Depósitos* Crédito Agrícola Millennium bcp* Montepio Santander Totta

J270 + IS J235 + IS (Conta Super Jovem isenta) J290 + IS J220 + IS J265 + IS

Fonte: Bancos. As entidades assinaladas com * não nos enviaram dados, pelo que consultamos preçários on-line.

as instituições com dados neste artigo (ver quadro). Destas as que têm custos mais altos são o Millennium bcp e BES, que cobram 290 euros (mais imposto de selo). Já as propostas mais em conta são do BIC (200 euros mais imposto de selo) e do Montepio (220 euros mais imposto de selo). A já referida diferença de 45% é, então, entre as propostas de Millennium bcp e BES e a do BIC. Qualquer que seja o valor solicitado pela abertura de dossier de abertura de crédito à habitação, importa conferir se o leitor se enquadra em algum quadro

de dossier ou, entre outras possibilidades, estudos de operações, o valor total passa com facilidade dos 500 euros. Todavia, segundo o que a “Vida Económica” apurou, hoje, praticamente só se faz crédito à habitação para imóveis que são propriedade das próprias entidades e estes têm condições especiais. O Banif é um desses exemplos e lançou a semana passada uma lança a campanha Soluções Imobiliário (ver caixa). Para se ter uma ideia, na maior parte dos bancos não, mesmo, objetivos comerciais para este produto.


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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

MERCADOS EURODÓLAR (26.06) 1,3004

-2,97% Var. Semana 1,33 1,32 1,31 1,3 1,29 1,28

Euro/Libra 26/Jun.....0,8483 Var Sem .........................0,91% Var 2013 ........................-4,22%

EURIBOR 6M (26.06) 0,3430

Euribor 3M 26/Jun ....0,2220 Var Abs Sem ................... 0,008 Var 2013 ......................... -0,779

0,014% Var. Semana 0,35

Euro/Iene 26/Jun . 126,7500

0,34

Euribor 1Y 26/Jun .....0,5390

Var Sem .........................0,63% Var 2013 ........................-9,81%

0,33

Var Abs Sem ................... 0,023 Var 2013 ......................... -0,965

20 Jun 21 Jun 24 Jun 25 Jun 26 Jun

0,32 20 Jun 21 Jun 24 Jun 25 Jun 26 Jun

-1,46% Var. 2013

AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

Os fundos da categoria ações setoriais lideram o “top” 10 dos fundos de investimento mobiliário (FIM) da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) para a semana que terminou a 21 de junho. Aquela tabela era liderada naquela data pelo Millennium Euro Financeiras, da referida categoria, com uma rentabilidade anual de 29%. Seguia-se o Montepio euro Financial Services, da mesma categoria, com 28,1% de rentabilidade. O “pódio” era fechado pelo Espírito Santo Rendimento Fixo IV – FEI, um fundo com proteção

de capital, com 27,7%, seguido por outro fundo da mesma categoria e da mesma sociedade gestora, o Espírito Santo Rendimento Fixo IX – FEI, com uma rentabilidade de 27,6%. Seguem-se na lista o Montepio Capital, um fundo de ações da União Europeia, Suíça e Noruega, com uma rendibilidade de 26,6%, e o Espírito Santo Rendimento Fixo VII – FEI, um fundo com proteção de capital, com 26%. O restante “top” 10 é fechado por FIM da categoria ações nacional. Com rentabilidades anuais à data da tabela entre 25,9% e 23,6%, estes fundos são geridos por Santander, Esaf, Banif e BPI.

TERESA SILVEIRA teresasilveira@vidaeconomica.pt

O Ministério da Economia e do Emprego vai disponibilizar uma nova linha de crédito, no valor de 500 milhões de euros, por um ano (podendo este prazo ser alargado) para financiamento de encomendas firmes com origem em mercados externos. Os prazos de financiamento às empresas podem chegar aos quatro anos e o valor máximo a atribuir a cada empresa é de dois milhões de euros, sendo que a taxa de juro associada a esta linha está indexada à Euribor a três meses, com ‘spreads’ que podem variar entre os 3,51% e os 4,65%. O objetivo do Governo é “ajudar as empresas, especialmente as PME, a ultrapassar as tradicionais dificuldades de acesso ao crédito, suportando as necessidades de financiamento, durante o período de execução e recebimento da encomenda, resultantes da atividade exportadora”, refere o Ministério da Economia em comunicado. Com dotação de 500 milhões de euros, esta linha disponibilizará a grande parte do montante (400 milhões) para “financiar encomendas firmes de bens e serviços colocadas por clientes estrangeiros”, num montante por operação que pode atingir os 80% do valor da encomenda. Os restantes 100 milhões disponibilizados pela linha de crédito “destinam-se ao financiamento à exportação de bens com longos ciclos de fabrico e faturação” e o limite é de 500 mil euros por operação, refere ainda o comunicado do Ministério da Economia. A implementação deste instrumento de apoio às PME é feita através da banca nacional, sendo o apoio público materializado através de Garantia Mútua, correspondente a 60% do capital em dívida.

Prata 26/Jun.............18,73 Var Sem ................... -13,76% Var 2013 ...................-38,08% COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

Rentabilidades do “top” 10 entre 29% e 23,6% Nome do fundo

Sociedade gestora

Millennium Euro Financeiras Millennium bcp Gestão de Ativos Montepio Gestão de Montepio Euro Financial Ativos Services Espírito Santos Rendimento Esaf – FIM Fixo IV – FEI Espírito Santos Rendimento Esaf – FIM Fixo IX – FEI Montepio Gestão de Montepio Capital Ativos Espírito Santos Rendimento Fixo VII – FEI Santander Ações Portugal Espírito Santos Portugal Ações Banif Ações Portugal

Esaf – FIM Santander Asset Management Esaf – FIM Banif Gestão Ativos BPI Gestão Ativos

BPI Portugal

Categoria de fundos

Volume sob Classe de gestão (milhões risco de euros) 29% 5 27,9

Rendibilidade efetiva anual

F. ações setoriais F. ações setoriais

28,1%

5

4,6

F. c/proteção de capital F. c/proteção de capital F. ações União Europeia, Suíça e Noruega F. c/proteção de capital F. ações nacional F. ações nacional F. ações nacional F. ações nacional

27,7%

3

33,1

27,6%

3

52,4

26,6%

5

3,7

26%

3

44,5

25,9%

5

78,8

25,7%

5

11,7

23,6%

5

2.5

23,6%

5

24,7

Fonte: APFIPP (21 de junho)

NOVA LINHA DE 500 MILHÕES DESTINADA ÀS PME

Crédito às exportações pode atingir 80% do valor da encomenda

Var Sem ................... -10,20% Var 2013 ...................-26,40%

102,5 102 101,5 101 100,5 100

-9,13% Var. 2013

INDICAM OS DADOS DA APFIPP

Ouro 26/Jun .........1233,49

20 Jun 21 Jun 24 Jun 25 Jun 26 Jun

-0,881% Var. 2013

Ações setorais lideram rentabilidades anuais nos fundos de investimento mobiliário

PETRÓLEO BRENT (26.06)100,97

-4,85% Var. Semana

PEDRO ARROJA

Especulação

Pedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA

Tradição fiscal Nos últimos anos, a necessidade premente de gerar receitas para o Estado levou a um aumento desordenado dos impostos, de tal maneira que é hoje difícil descortinar uma réstia de racionalidade, sequer mesmo de equidade, no sistema fiscal português. O meu propósito neste artigo é o de inquirir se é possível conceber uma estrutura fiscal racional e, em seguida, descortinar qual é a tradição fiscal portuguesa e em que medida é que ela se conforma com um tal padrão de racionalidade. Os impostos são um mal, embora um mal necessário. Por isso, uma estrutura fiscal racional é aquela que procura minimizar o mal (sofrimento, dor) que é infligido aos contribuintes. Os impostos directos, como o IRS, dirigem-se à pessoa do contribuinte e atingem directamente a pessoa do contribuinte. Pelo contrário, os impostos indirectos, como o IVA ou o imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), incidem sobre os bens. Só os paga quem compra os bens, e a dor fiscal produzida pelo imposto é, em parte, atenuada pelo prazer de consumir o bem. É a chamada anestesia fiscal dos impostos indirectos. Segue-se que um sistema fiscal que vise minimizar o sofrimento imposto aos contribuintes deve assentar predominantemente sobre a tributação indirecta. A segunda questão é a de saber se, entre os impostos indirectos, existe algum ou alguns que sejam melhores ou menos maus do que os outros, sempre do ponto de vista de minimizar o fardo imposto sobre os contribuintes.

Ninguém consegue evitar o IVA que é um imposto geral sobre a despesa, ou, comprando combustíveis, o ISP. Um fumador também não consegue evitar o imposto sobre o tabaco, qualquer que seja a marca de tabaco que adquira. Mas o que dizer de um direito aduaneiro sobre as importações de pescada chilena destinado a proteger a produção de pescada nacional? Se o preço da pescada é 100 e um imposto aduaneiro de 30 é lançado sobre a pescada chilena, só paga 130 pela pescada, e portanto o imposto aduaneiro de 30, quem quer, porque poderia alternativamente comprar pescada nacional ao preço de 100. De uma maneira geral, o imposto aduaneiro destinado a proteger a indústria nacional é o único tipo de imposto que oferece sempre ao contribuinte a opção de não o pagar, comprando produção nacional em lugar de produção estrangeira. Regressando ao caso anterior, quem compra pescada chilena ao preço de 130 (incluindo o imposto aduaneiro de 30) parece até que tem prazer em pagar o imposto, porque poderia evitálo comprando pescada nacional ao preço de 100. Do ponto de vista da minimização do sofrimento imposto aos contribuintes, os direitos aduaneiros são o melhor ou o menos mau de todos os impostos. Só os paga quem quer. E do ponto de vista da equidade, partilham eles da crítica que é geralmente feita aos impostos indirectos, a de que são regressivos, penalizando mais os pobres dos que os ricos? Não. Os direitos aduaneiros são impostos progressivos, porque a classe

mais propensa a comprar pescada chilena, ao preço de 130, pagando o imposto de 30, é a dos ricos. Quanto aos pobres, esses tenderão a comprar a pescada nacional, ao preço de 100, não pagando qualquer imposto. Dito isto, qual é a tradição fiscal portuguesa, consultando a história fiscal de Portugal, quais são os impostos em que ela predominantemente sempre assentou? Precisamente nos direitos aduaneiros, seguindo-se os outros impostos indirectos e, só em último lugar, nos impostos directos. Trata-se de uma tradição fiscal perfeitamente racional, que visa minimizar o fardo imposto aos contribuintes e que é progressiva, penalizando mais os ricos do que os pobres. Infelizmente, esta tradição foi nas últimas décadas pervertida pela ascensão dos impostos directos, como o IRS e o IRC. É importante dizer que a ideia de um imposto sobre o rendimento, e progressivo, como o IRS, vem do estrangeiro, e de uma sociedade dividida. A ideia foi pela primeira vez apresentada na Alemanha, por Marx e Engels, no Manifesto do Partido Comunista (1848), como meio para acabar com a propriedade privada, isto é, como instrumento para causar dor aos ricos. Acabou por causar dor a todos, e não apenas aos ricos. E nós, portugueses, que temos uma tradição fiscal que visa minimizar a dor que os impostos causam aos contribuintes, acabamos a importar ideias em que os impostos são utilizados para causar dor aos contribuintes. Maior irracionalidade é difícil de encontrar. ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


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SEXTA-FEIRA, 21 DE JUNHO 2013

MERCADOS

Supervisão bancária em discussão no Banco de Portugal

Luís Simões faz parceria com Banco de Desenvolvimento de Angola

O Centro de Investigação em Regulação e Supervisão do Setor Financeiro promove hoje (dia 28), no auditório do Banco de Portugal, a conferência “Atuais Desafios e Encruzilhadas da Regulação e Supervisão do Setor Financeiro”. O evento vai abordar as bases essenciais da construção da União Bancária Europeia, numa perspetiva orientada para a prevenção da fragmentação dos mercados financeiros e o reforço da estabilidade financeira.

A Luís Simões está a desenvolver um projeto de consultoria para o Banco de Desenvolvimento de Angola com o objetivo de apoiar na revitalização e estruturação do sistema logístico de Angola, uma prioridade prevista no Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 do Executivo angolano. O projeto prevê um diagnóstico da situação atual e o apoio na elaboração dos planos conceptuais de ação.

SOFID discute crescimento global A financeira do Estado SOFID organiza hoje (28 de junho), no salão nobre do Ministério das Finanças, um evento de lançamento do relatório “Perspectives on Global Development 2013”, a publicação principal do Centro de Desenvolvimento da OCDE. Esta publicação, que vai na terceira edição, chama a atenção para as tendências de crescimento económico global, com cada vez mais

preponderância das economias do sul e do leste. Desde 2003 que a maior parte do crescimento económico global vem de países fora da OCDE, sendo que, em 2011, cerca de 45% do PIB global (em PPP) foi gerado por países fora da OCDE. Hoje, o PIB conjunto da China e da Índia é equivalente a um terço do total do PIB dos países da OCDE, estimando-se que o PIB daqueles dois

países venha a suplantar o conjunto dos países da OCDE em 2060. Estima-se que o fenómeno da deslocação da riqueza que começou no início dos anos 90 do século XX continue, apesar dos receios sobre um arrefecimento económico global. O processo começou com a integração da China nos mercados globais, continuando atualmente por via de transformações estruturais, da acumulação de

Investor Relations

competências e de ativos por parte dos países menos avançados. Atualmente, Índia e Brasil estão entre os 10 principais países de produção manufatureira, numa lista liderada pela China, que suplantou recentemente os EUA. Apesar de, já no século XXI, vários governos de países em desenvolvimento terem iniciado processos de industrialização, a verdade é que estas economias emergentes

apresentam desafios e constrangimentos que limitam a sua participação nos mercados globais e nas cadeias de valor. As carências ao nível de inovação, competências, infraestruturas e financiamento continuam a constituir entraves no desenvolvimento dos países menos avançados. O relatório “Perspectives on Global Development 2013” procura dar algumas respostas a estes constrangimentos.

M. JORGE C. CASTELA economista e advogado jorge.castela@ssga.pt

Baixar os impostos sobre os “ricos” Nesta onda de verdadeiro “socialismo fiscal” (europeu e luso), hoje tão na “moda”, o título desta crónica é propositadamente provocatório e procura retratar uma visão radicalmente oposta à dogmática dominante: não é empobrecendo os ditos “ricos” com taxas de imposto confiscadoras que os pobres ficam menos pobres e que as economias conseguem sobreviver à propalada “austeridade”! Um facto insofismável, comprovado pela História, revela que, desde o tempo em que foram adotados sistemas tributários sobre os rendimentos do trabalho e do capital, medidas fiscais visando uma redução das taxas de imposto sobre os escalões de rendimentos mais elevados sempre obtiveram como resultado uma sustentada expansão económica e prosperidade. Muitos são os exemplos de sucesso de tais medidas que visam baixar os impostos sobre os “ricos”! Casos como os que, nestas crónicas, por diversas vezes já se diagnosticaram: Desde logo, nos EUA, todos os estudos económicos e análises financeiras sérias e credíveis (não influenciadas pelo paradigma keynesiano reinante) apontam para a verificação de uma sustentada prosperidade, seja (iniludivelmente) nos mandatos presidenciais sob a égide de John F. Kennedy e de Ronald Reagan (este inspirado pela forte e decisiva influência da Supply-Side Economics), seja mesmo, a espaços, na presidência Clinton, em que os fortes ritmos de crescimento económico foram, em grande

medida, fruto de significativas reduções de taxas de imposto sobre os escalões de mais elevado rendimento, concomitantemente a medidas rigorosas de redução de despesas improdutivas do Estado norte-americano. Em contrapartida, Nixon, Carter e Obama tem feito exatamente o oposto com resultados opostos e à vista: recessão, desemprego e gritante perda de competitividade da economia americana, com agravamento dos défices público e externo. Durante o “boom” de crescimento que se registou, na generalidade das economias, entre 1980 e 2007, as taxas de imposto sobre os rendimentos mais altos caiu drasticamente, mas as receitas fiscais, como percentagem do PIB, dos escalões mais elevados, cresceram de 1,6 % para 3,1 %. Ao contrário do entendimento que continua a dominar o paradigma dos defensores do “socialismo fiscal”, nenhum governo pode esperar mais e melhores empregos quando as taxas de imposto sobre o mais importante grupo de criadores de emprego – os detentores de mais elevados rendimentos – são aumentadas. Não faz qualquer sentido. Já na Europa, sem ter que relembrar o sucesso das políticas de Margaret Thatcher, no Reino Unido, estas lições foram dolorosamente aprendidas desde que o primeiro-ministro Cameron assumiu o seu cargo e a taxa de imposto sobre os rendimentos mais altos foi aumentada de 40 % para 50 % – a Grã-Bretanha experimentou uma recessão em “double deep” e as receitas fiscais desceram abruptamente.

Mas estas políticas de cariz fortemente socializante que, com ainda maior pendor, têm vindo a ser ensaiadas na Europa Continental (e onde, como temos vindo a sustentar e a procurar demonstrar, Portugal tem sido um exemplo paradigmático deste logro), não constituem, sequer, uma surpresa! Em equação estão, como temos vindo a sustentar nestas crónicas, os ensinamentos que Arthur Laffer nos emprestou no desenho da célebre (mas reiteradamente censurada pela elite radical-chique) “Curva de Laffer”. Não é difícil demonstrar que, a partir de certo ponto, um incremento das taxas de imposto, para além do intolerável, tem como consequência, para todos os contribuintes, uma redução do seu rendimento disponível e provocar uma reação, natural, de optar por outras fontes de rendimento libertas da sangria fiscal. Mas, se pensarmos nos ditos “ricos”, maior é – e naturalmente é, para quem vê o seu património, capital e rendimentos a esvaíremse para financiar despesas improdutivas dos Estados – a procura de formas, lícitas ou ilícitas, para se furtar ao pagamento de impostos a taxas exorbitantes e confiscatórias. Estamos num segmento da população em que é mais fácil e possível a contratação de fiscalistas, de contabilistas, de lobbyistas, para desenvolverem esquemas, lícitos, de planeamento fiscal, optando por alterar a localização, o sincronismo, a composição e o volume dos seus rendimentos a submeter à “matéria coletável”, controlando (com um alcance que não está ao dispor de cada um de

nós, contribuintes pagantes sem hipótese de “fuga” – embora sonhando, legitimamente, um dia, poder poupar algum dinheiro que vemos esvair-se nos impostos que nos confiscam sem qualquer efeito ou resultado útil!) as formas e os meios ao seu alcance para o humano, natural e legítimo desejo de pagar menos impostos. Como é demonstrado pela vida, pela experiência e pela pura e simples intuição, a pior consequência de taxas de imposto exorbitantes, incidentes sobre contribuintes, mesmo da nação mais bem-sucedida, é, invariavelmente, a proliferação da corrupção, da hipocrisia, da fraude, do ressentimento, da inveja dos “ricos”, perante a evidente e indevida utilização dos impostos arrecadados. A verdade é unívoca: se algo é legal ou não, já não importa, pois se substituiu à ponderação sobre se algo é certo ou errado. Só a confiança, a simplicidade e um tratamento justo criam uma conduta de cumprimento voluntário, o que é essencial para um bom e eficiente funcionamento dos códigos tributários de um qualquer país. Se, a cada um de nós, que nem sequer somos “ricos”, retiram o dinheiro, o tempo e a paciência, só nos resta sobreviver com rendimentos libertos de impostos (como é o caso do que escreve estas linhas), entre outubro e dezembro de cada ano (e é só cada um de vós, pacientes leitores, como dizia o outro, “fazer as contas” ao quociente entre o que aufere como rendimento do seu trabalho e paga de impostos, por ano e dividir por 365 dias…). PUB


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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

MERCADOS

Banca britânica tem défice de capital de 30 mil milhões de euros

BCP conclui venda do Millennium Bank Grécia

A entidade reguladora britânica da City estima que os oito principais bancos britânicos têm um défice de capital dec mais de 30 mil milhões de euros. O RBS, o Lloyds e o Barclays, em conjunto, representam mais de 90% do volume total de falta de capital. Já o HSBC, o Standard Chartered e o Santander UK não terão problemas de falta de capital.

O BCP concluiu o processo de venda da totalidade do capital social do Millennium Bank Grécia ao Piraeus Bank. Antes da conclusão do negócio, o BCP recapitalizou o MBG no valor de 413 milhões de euros, valor coberto pela provisão de 427 milhões para potenciais perdas daquela entidade. O BCP vai agora subscrever ações do Piraeus Bank, no montante de 400 milhões de euros. “

LUÍS GUIMARÃES DE CARVALHO (BES) APONTA BES EXPRESS BILL COMO FERRAMENTA PARA AUXILIAR EMPRESAS NOS CONSTRANGIMENTOS DE TESOURARIA. DIA

“Portugal é o país da Europa onde A lei que impõe um prazo máximo de 60 dias para pagamentos entre empresas entra em vigor na segundafeira (1 de julho). O objetivo é diminuir a demora das empresas portuguesas para regularizarem as dívidas. Segundo um estudo da Intrum Justitia, 53% das empresas nacionais espera quase quatro meses (116 dias) antes de entregar os seus créditos. “Portugal é o país da Europa onde se paga mais tarde além do prazo contratado”, explica, em entrevista à “Vida Económica” o diretor coordenador marketing de empresas e institucionais do BES, Luís Guimarães de Carvalho, que avisa que o impacto do atraso médio “é devastador, pelo efeito de contágio que gera”. O mesmo responsável acredita que o BES Express Bill, que o banco lançou há três anos, é uma ferramenta para ajudar as empresas a resolverem este problema. JOÃO LUÍS DE SOUSA jlsousa@vidaeconomica.pt AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

Vida Económica – Pela vossa experiência, como qualifica o cenário das empresas portuguesas em termos de cumprimentos dos prazos de pagamento a fornecedores?

Luis Guimarães de Carvalho – Todos os estudos de mercado sobre este tema convergem na conclusão de que Portugal é o país da Europa onde se paga mais tarde além do prazo contratado. Um estudo recente da Intrum Justitia concluiu que as

“Pôr os pagamentos em dia é pôr a liquidez a circular na economia”, defende o diretor coordenador marketing de empresas e institucionais do BES.

empresas portuguesas demoram, em média, 85 dias a pagar as suas faturas, quando o prazo contratado é de 50 dias. Mas mais crítico é estes números serem uma média que esconde realidades mais gravosas. Só por si o tema é preocupante, mas na realidade o seu impacto é devastador, pelo efeito de contágio que gera. O tema não é novo, é uma questão cultural, estrutural, que tem vindo a agravar-se de forma crescente. O processo de propagação é simples. Pago tarde porque recebo tarde, logo os meus fornecedores vão pagar mais tarde aos seus fornecedores, e assim sucessivamente. É um círculo vicioso. VE – Mas o papel da banca não é precisamente o de cobrir esse “gap” de tesouraria através da concessão de crédito?

LGC – De facto, é esse o papel da banca, mas a capacidade de endividamento de uma empresa não é ilimitada. Hoje há de fac-

to um problema de liquidez nas empresas, mas que resulta do nível de risco de muitas empresas e não de limitações de liquidez do sistema financeiro. Infelizmente, existem cada vez menos empresas com uma situação económica e financeira equilibrada, com facilidade de acesso ao crédito, e cada vez mais situações contrárias. Isso é de resto bem visível no rácio de incumprimento das empresas junto da banca que é já de 11,5%, e 14,2% no caso das PME. Nos últimos 12 anos, a banalização da utilização de contas correntes para financiar as necessidades de tesouraria das empresas relaxou em muitos casos uma disciplina financeira ao nível dos prazos de recebimento. Isso explica que, num contexto de forte contração do investimento, Portugal apresente a nível europeu o mais alto nível de crédito às empresas sobre o PIB com 64%, só superado pela Espanha. com 69%. Infelizmente, a solução

“Nos últimos 12 anos, a banalização da utilização de contas correntes para financiar as necessidades de tesouraria das empresas relaxou em muitos casos uma disciplina financeira ao nível dos prazos de recebimento (...) A solução não é mais crédito, mas melhor crédito. A solução tem de passar por pôr os pagamentos em dia”

não é mais crédito, mas melhor crédito. A solução tem de passar por pôr os pagamentos em dia. Pôr os pagamentos em dia é pôr a liquidez a circular na economia. É de resto neste quadro que no passado dia 10 de maio foi publicado o Decreto-Lei (DL) nº 62/2013, com entrada em vigor já no dia 1 julho, que visa regular os prazos máximos de pagamento das transações comerciais, bem como introduzir medidas adicionais para dissuadir e penalizar os atrasos nos pagamentos. Esta preocupação é de resto europeia, dado que o DL agora publicado é a transposição para a legislação portuguesa de uma Diretiva Comunitária de fevereiro de 2011. VE – Quais os aspetos mais relevantes do DL nº 62/2013?

LGC – De forma sintética, vem definir três grandes regras relativamente ao pagamento das transações comerciais: primeiro, os prazos de pagamento não podem exceder em


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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

MERCADOS

PT conclui venda de participação na CTM

Confiança dos consumidores melhora na Zona Euro

PT concluiu a venda da sua participação minoritária na Companhia de Telecomunicações de Macau, representativa de 28% do capital desta última. Com esta operação, a PT obteve um encaixe total de 443 milhões de dólares. A empresa de telecomunicações refere à CMVM que o valor da transação será usado para aumentar a sua flexibilidade financeira e reduzir alavancagem, concentrando os recursos nos seus negócios e geografias nucleares.

A confiança dos consumidores aumentou consideravelmente na União Europeia e na Zona Euro, em junho, face ao mês anterior. O índice de confiança dos consumidores cresceu 2,7 pontos nos Vinte e Sete, enquanto esse aumento foi de 3,1 pontos na região da moeda única. No final de junho, o índice fixou-se em menos 17,5 pontos, na União, sendo que na Zona Euro passou para 21,9 pontos negativos. Os cidadãos estão menos pessimistas, face a uma melhoria das condições económicas.

1 DE JULHO, ENTRA EM VIGOR LEI QUE IMPÕES 60 DIAS COMO PRAZO PARA PAGAMENTOS

SEGUNDO ESTUDO DA GESTORA DE FROTA ARVAL

se paga mais tarde”

Leasing financeiro ainda lidera o financiamento

é de hoje, lançámos há cerca de três anos, o serviço BES Express Bill, que assenta numa garantia de pagamento do BES e na faculdade de antecipação automática de recebimentos. É um regresso às origens do financiamento das necessidades de fundo de maneio das empresas, garantindo o pagamento a fornecedores e antecipando o recebimento de clientes. Um sistema de crédito “saudável” e virtuoso. Na mesma operação financiamos duas entidades e trazemos certezas para o mundo dos negócios. Asseguramos o melhor dos dois mundos ao permitir, a quem paga, pagar mais tarde, ao mesmo tempo que asseguramos, a quem recebe, receber mais cedo. O sistema é totalmente eletrónico e online, funcionando na nossa plataforma de internet banking – o BESnetwork –, estando acessível a micro, pequenas, médias e grandes empresas. Não temos qualquer limitação de dimensão ou de setores de atividade. A nossa avaliação de risco cinge-se exclusivamente ao devedor, pelo que qualquer empresa, independentemente da sua situação económico-financeira, pode negociar com os seus clientes receber por esta via e antecipar imediatamente os seus créditos. Acresce que as antecipações são cessões de crédito irrevogáveis ao BES, pelo que a empresa pode abater imediatamente o crédito sobre clientes, melhorando assim os seus rácios financeiros. regra os 60 dias, exceto acordo expresso entre as partes, e desde que não configure abuso manifesto face ao credor; segundo, na ocorrência de atrasos no pagamento, a definição de uma taxa de juro mínima de 8,5% (BCE mais 8%) a título de juros legais de mora comerciais, sem necessidade de interpelação; e, terceiro, a definição de custos com a cobrança da dívida, que acrescem aos juros de mora comerciais, e também sem necessidade de interpelação, que são fixados num mínimo de 40 euros a título de despesas internas de cobrança, aos quais poderão ser acrescidos encargos com o serviço de advogados, solicitadores ou agentes de cobrança. Em síntese, é um instrumento legal de proteção do credor. VE – Que solução tem o BES para ajudar a economia e as empresas a resolverem este problema?

LGC – Conscientes desde problema, que, como referi, não

VE – Quais são os preços cobrados?

LGC – Como qualquer produto de crédito, os custos dependem do risco do cliente e das contrapartidas comerciais para o banco. Em todo o caso, e face a um financiamento tradicional, os custos são modulares, o que permite poupanças significativas. O custo base é o da garantia bancária de bom pagamento, que está indexado ao rating do cliente. O fornecedor, para beneficiar desta garantia, não tem qualquer custo, existindo apenas um custo de liquidez caso pretenda antecipar o recebimento. VE – Supondo que uma empresa postecipa, a 30 dias, um pagamento de 10 mil euros, qual o custo total da operação?

LGC – A garantia de um pagamento 10 mil euros pelo prazo de 30 dias, num cliente com uma comissão de garantia anual de 2% ao ano, representaria um cus-

to de 16,67 euros (mais imposto de selo). VE – Que balanço faz da utilização do BES Express Bill?

LGC – O balanço é muito positivo, registando-se um crescimento exponencial do número de clientes e do movimento financeiro, que resulta da interação que os nossos clientes têm com os seus clientes e fornecedores. É um produto de rede, que beneficia do efeito network, em que o valor do serviço para os clientes vai crescendo com o crescimento do número de utilizadores. Temos atualmente mais de 2250 milhões de euros de limites de crédito contratados, o que permite garantir e antecipar mais de 11 mil milhões de euros de pagamentos por ano. Até abril deste ano o fluxo de pagamentos BES Express Bill cresce em termos homólogos 61%, enquanto o mercado de factoring regista uma quebra de 14%, os pagamentos eletrónicos a fornecedores quebra 24% e os cheques uma descida de 21%. Ou seja, em plena recessão económica, esta é cada vez mais a solução de pagamentos e recebimentos entre empresas. São já mais de 11 mil empresas que ao logo destes três anos aderiram a esta solução financeira inovadora e exclusiva do BES. VE – Como perspetivam o crescimento desta solução nos próximos anos?

LGC – O potencial de crescimento é muito grande. Acredito que não atingimos ainda 10% do potencial máximo, sendo que o crescimento é exponencial, à medida que mais clientes vão adotando esta solução em rede. A crescente consciencialização de que a disciplina dos pagamentos protege o emprego, promove o crescimento e evita o sobreendividamento e as insolvências tem vindo a tornar evidente que, a prazo, todos perdem com os atrasos nos pagamentos. Por outro lado, a tendência dos sistemas de pagamento entre empresas é clara e assenta em três eixos: mais eletrónico, menos papel; externalizar a gestão do risco de clientes, concentrando-se no seu “core business”; e os recebimentos têm de ser uma solução e não um problema de liquidez. Em síntese, esta consciência de responsabilidade social empresarial e a recente legislação sobre a matéria constituirão fatores determinantes para a adoção de novos hábitos nos pagamentos entre empresas.

O principal método de financiamento da aquisição das viaturas de frota em Portugal é o leasing financeiro (50%), seguido da aquisição própria (35%) e do crédito automóvel (11%), só depois surgindo o leasing operacional/renting, com apenas 4%, de acordo com o Barómetro Corporate Vehicle Observatory 2013 (CVO), um estudo apresentado anualmente pela gestora de frota Arval. Se atentarmos na situação do mercado europeu e mesmo no do espanhol, encontramos realidades substancialmente distintas, nomeadamente com a aquisição própria (48%), a superar, de forma clara, o leasing financeiro (29%) no mercado europeu, onde se verifica um maior equilíbrio entre o crédito automóvel (13%) e o leasing operacional/ renting (10%). Em relação ao caso de Espanha, sublinhe-se que a divisão entre os diferentes métodos de financiamento é ainda mais equilibrada, com o crédito automóvel a atingir os 17% e o leasing operacional/renting a chegar já aos 15%, o que revela o amadurecimento deste produto no mercado do país vizinho. Observando as variações verificadas no recurso aos diferentes métodos de financiamento consoante a dimensão das empresas, conclui-se que, em Portugal, a utilização do leasing operacional aumenta na razão direta da dimensão das organizações, sendo quase residual (4%) nas micro empresas, mas apresentando-se como o método dominante nas grandes empresas (44%) – uma tendência idêntica à que se verifica no mercado europeu, onde a penetração deste método varia entre os 8% nas micro e os 49% nas grandes empresas. “Tanto em Portugal como na média dos países europeus comparados verifica-se que a penetração dos contratos de aluguer operacional aumenta na proporção da dimensão das empresas, sendo que, em países como França, o aluguer operacional ou renting é preferido já por 80% das grandes empresas”, disse à “Vida Económica” Gonçalo Cruz, porta-voz do CVO em Portugal. Prolongamentos de contratos de renting são tendência

Um dos comportamentos previsíveis dos gestores portugueses de frotas será, segundo o CVO 2013, o prolongamento no tempo do prazo de vigência dos contratos de renting celebrados

ou a celebrar, dilatando assim o período do investimento, especialmente ao nível das pequenas empresas. De referir que esta tendência de aumentar o período de utilização das viaturas também é detetável na Europa, mas aqui de forma mais clara no que se refere às grandes empresas. A mesma fonte da gestora de frota do BNP Paribas sublinha a flexibilidade do produto renting. “O prolongamento de contratos de aluguer de viaturas tem sido efetivamente mais um instrumento utilizado pelas empresas na otimização dos seus custos. A flexibilidade característica dos contratos de renting tem sido muito bem aproveitada pelas empresas do setor, que em tempos de crise têm tido um importante papel, potenciando as vantagens do aluguer operacional e apoiando as empresas suas clientes na resposta às suas necessidades”, refere Gonçalo Cruz. Este estudo revela ainda que embora 24% das grandes empresas preveja ainda uma redução da sua frota, as previsões deste segmento, nos meses mais recentes de 2013, revelam uma melhoria de 1% face aos dados de 2012, indiciando até que o mercado automóvel nacional talvez já tenha batido no fundo. Curiosamente, as expectativas dos gestores inquiridos na generalidade dos países europeus apontam para um crescimento sustentado das suas frotas no próximo triénio a um ritmo de cerca de 10%. Utilização das viaturas mais permissiva em Portugal

São substancialmente diferentes as práticas de utilização das viaturas das frotas permitidas pelas empresas portuguesas aos seus colaboradores quando comparadas com aquilo que se passa na Europa. Em Portugal, certamente porque o uso do carro da empresa é muitas vezes entendido como parte integrante do vencimento do colaborador, verifica-se que o uso total da viatura (profissional e pessoal) beneficia 74% dos colaboradores nas pequenas e microempresas, aplicando-se a 68% dos colaboradores quando se trata de médias e grandes empresas. Na Europa, o uso total da viatura da empresa pelos colaboradores não chega sequer aos 50%. Curiosamente, quando falamos de viaturas comerciais, a situação portuguesa aproxima-se da europeia, pois aqui o uso total da viatura é muito reduzido (29% em Portugal e 16% na Europa).


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MERCADOS

CMVM alarga exercício da atividade de intermediação financeira

Teixeira Duarte ganha obra na Venezuela

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) publicou o regulamento referente ao processo de registo específico para os consultores para investimento individuais e de sociedades de consultoria para investimento. A par das qualificações académicas, poderá a CMVM aceitar a demonstração de competências profissionais – por via da experiência profissional – como requisito àquelas qualificações, para efeitos do procedimento de registo de consultores para investimento.

A Teixeira Duarte – Engenharia e Construções celebrou com o Governo da Venezuela um entendimento para celebração de um contrato de obra pública para construção de uma autoestrada, num investimento que ascende a quase 4,8 mil milhões de euros. O projecto tem 19 km de extensão e a sua execução tem um prazo de 54 meses. O memorando foi celebrado no âmbito do “Acordo complementar ao acordo marco de cooperação entre a Venezuela e Portugal, em matéria de cooperação económica e energética”.

ESTUDO OBSERVADOR CETELEM INDICA

DIOGO SERRAS LOPES

Moral das famílias portuguesas tem o nível mais baixo da Europa

Espanha e Itália juntam-se a Portugal no conjunto das notas mais baixas da análise.

Os consumidores portugueses são os mais insatisfeitos entre os visados pelo Observador Cetelem, com uma nota de 2,4 (em 10). A progressão contínua do desemprego, a forte recessão da economia e as duras medidas de austeridade são as razões que o estudo da financeira do BNP Paribas aponta para esta fraca avaliação. Espanha e Itália juntam-se a Portugal no conjunto das notas mais baixas desta análise: 2,5/10 em Espanha e 3,2/10 em Itália. Comparando com as avaliações do ano transato, o recuo é mais sensível em Espanha (-0,6 pontos) do que em Portugal e em Itália (-0,2 pontos). Nestes três países da Europa do Sul salientam-se ainda diferenças muito acentuadas na descrição que os consumidores fazem entre a situação atual do país e a pessoal. Os espanhóis colocam dois pontos de diferença entre a nota de

avaliação pessoal e a da perceção geral do país (4,5 em 10 para a situação pessoal contra 2,5 em 10 para o país), os italianos atingem 1,7 pontos de diferença (4,9/10 para a situação pessoal contra 3,2/10 para a situação do país) e os portugueses apenas 1,5 pontos de diferença. Alemanha, Bélgica e Reino Unido contrariam tendência

A contrariar esta tendência estão três países da Europa Ocidental: Alemanha, Bélgica e Reino Unido. De acordo com o Observador Cetelem, aqueles Estados europeus “constituem o pódio vencedor em relação à avaliação da situação do país”. Os alemães, à cabeça pelo quarto ano consecutivo (5,9 em 10), seguidos pelos belgas (4,7 em 10) e pelos britânicos (4,5 em 10). A visão positiva

dos alemães explica-se facilmente: o mercado de trabalho resiste bem à crise e assegura um apoio ao consumo privado. Na Alemanha, a taxa de desemprego mantém-se num nível historicamente baixo há cerca de 20 anos. Mesmo com todas estas condicionantes, a avaliação na Alemanha diminuiu 0,3 pontos em relação a 2012. “O longo período de estagnação verificado na maior parte das economias europeias, bem como os problemas da dívida soberana da zona euro, suscitam importantes preocupações e têm um impacto direto nos consumidores. A perceção da situação atual do seu país está assim em baixa pelo quinto ano consecutivo, e atinge uma nota média de 3,6 em 10, contra 3,8 em 10 no Observador Cetelem 2012”, afirma Diogo Lopes Pereira, diretor de marketing do Cetelem.

Banco Popular reforça apoios ao setor agrícola O Banco Popular lançou uma nova oferta dirigida aos jovens agricultores que pretendam iniciar a sua atividade naquele setor, através da qual podem ter “acesso a spreads atrativos”. No âmbito do protocolo assinado com o IFAP, em dezembro de 2012, o Banco Popular também decidiu

reduzir para 4,5% o spread praticado nos financiamentos ao abrigo dos projetos aprovados no âmbito dos programas PRODER e PROMAR. “Dando seguimento à forte aposta no setor agrícola, o Banco Popular reforça assim o seu apoio ao setor primário, que conta já com um vas-

to conjunto de soluções de crédito e financiamento por parte da instituição bancária e de protocolos setoriais, como por exemplo com a CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) e com a EDIA (empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto de Alqueva)”, refere o banco, em comunicado.

Director de Investimentos, Banco Best

Vida depois da FED Os receios sobre a estratégia de saída das medidas não convencionais de política monetária que a Reserva Federal tem vindo a implementar desde a crise financeira global iniciada em 2008 têm assustado os investidores. Embora já tenham passado quase cinco anos desde a falência da Lehman Brothers, a atuação do banco central norte-americano, baixando a taxa de juro de referência para praticamente zero por cento e embarcando em sucessivos programas de “quantitative easing”, foi enquadrada por um cenário recessivo que muitos vaticinaram na altura poder vir a ser pior do que a grande depressão de 1930, caso não existisse uma atuação conjunta em termos de política orçamental e monetária que permitisse atenuar os efeitos da desalavancagem súbita por parte de famílias, empresas e setor financeiro, provocada pela realização do contexto de excesso de crédito que tinha sido vivido durante os anos anteriores. A utilização de políticas monetárias não convencionais (isto é, que se afastem da usual gestão da taxa de juro de referência) sempre foi polémica, em especial quando se trata de programas de quantitative easing, ou seja, de criar dinheiro através da compra de títulos em mercado (normalmente obrigações soberanas), por parte de um banco central. Para os adeptos da teoria monetarista, imprimir dinheiro é o equivalente a gerar inflação, sendo sempre complexo controlar posteriormente o aumentar das expectativas de subida de preços. Como tal, políticas de aumento artificial da massa monetária são sempre indesejáveis e contraproducentes. Sendo impossível realizar um contrafactual (como estaria a economia norteamericana caso a Reserva Federal não tivesse optado por estas medidas), o que podemos verificar é que os níveis de atividade económica nos Estados Unidos estão atualmente acima do valor verificado no pré-crise, registando crescimentos entre os 2% e os 3% anuais em termos reais. Ainda assim, tanto o mercado imobiliário como, principalmente, o desemprego ainda se encontram em níveis piores face aos anteriores à crise. É exatamente neste equilíbrio, entre uma economia que, embora recuperando ainda parece frágil em vertentes importantes, que surgiu nos últimos meses o debate sobre quando iria a Reserva Federal começar a diminuir os montantes envolvidos no seu mais recente programa de expansão monetária. As compras realizadas pela Reserva Federal aumentam o bolo total disponível para investir. Este aumento da liquidez cria pressão de compra sobre as obrigações governamentais e hipotecárias, de forma direta, e de forma indireta sobre todas as restantes classes de ativos, muito por manter a curva de taxa de juro em valores historicamente baixos, o que, por sua vez, aumenta a procura e atratividade dos ativos de maior risco, como as ações. É impossível estimar qual o impacto que este aumento de liquidez teve na subida quase ininterrupta de todas as classes de ativos desde, principalmente o verão de 2012. Mas sabemos que a mera hipótese de diminuição do ritmo dessas compras assustou os mercados de forma significativa. O que foi dito pela FED na quarta-feira passada prendese com uma diminuição do programa atual a partir do final do corrente ano e sua extinção em meados de 2014, caso a economia norte-americana continue a demonstrar sinais de robustez suficiente. Foi revelado também que qualquer intenção de subida das taxas de juro de referência não deverá ocorrer antes de 2015. Nesse sentido, embora seja normal que assistamos a um aumento da volatilidade a partir deste momento, é importante não olhar apenas para o efeito de liquidez mas também (ou, se calhar, principalmente) para as melhores condições económicas que essa retirada de liquidez pressupõe. Ou seja, embora o contexto possa não ser favorável para obrigações soberanas de baixo risco, tenderá a ser favorável para classes de ativos mais dependentes do crescimento económico, como os mercados acionistas.


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MERCADOS

Eurogrupo estabelece limites para fundos de resgate Ă banca Os ministros da Economia da Zona Euro chegaram a acordo para limitar entre 50 mil e 70 mil milhĂľes de euros a utilização do fundo de resgate (MEDE), cuja dotação total ascende a cerca de 500 mil milhĂľes de euros para a recapitalização direta da banca. O objetivo desta medida ĂŠ interromper o cĂ­rculo vicioso entre as dĂ­vidas bancĂĄria e soberana. O Estado-Membro beneďŹ ciĂĄrio terĂĄ de contribuir tambĂŠm para o resgate da sua banca.

Santander garante que nĂŁo necessita de mais capital O banco Santander descartou de forma perentĂłria que o grupo necessita de mais capital e assegurou que nĂŁo precisarĂĄ de fazer novas provisĂľes, em resultado do endurecimento da norma sobre reďŹ nanciamentos. A entidade ďŹ nanceira espanhola assume que possui provisĂľes mais do que suďŹ cientes, face Ă s atuais exigĂŞncias. De notar que a banca do paĂ­s vizinho foi obrigada a fazer provisĂľes elevadas, em resultado de dois decretos. Consideram ainda os seus responsĂĄveis que a situação do capital ĂŠ extremamente consistente.

A NOSSA ANĂ LISE

Banco Best remunera a 2,19% investimento de 125 euros a dois anos Chama-se Conta Poupança Crescente, Ê um depósito a prazo a dois anos, pode ser constituído a partir de 125 euros e remunera a uma TANB mÊdia de 2,19%. O produto Ê do Banco Best, permite reforços, mas não são obrigatórios, com um mínimo de 25 euros e pode ser mobilizado antecipadamente desde que seja mantido o valor mínimo exigido para a manutenção da conta: 125 euros.

CONSELHOS s

3E NĂ?O TEM MUITO DINHEIRO PARA INVESTIR MAS PROMETE SER ESFORĂŽADO NO SENTIDO DE CUMPRIR A DISCIPLINA DE IR DEPOSITANDO EUROS POR MĂ?S NESTE PRODUTO CONSEGUE OBTER UMA DAS MELHORES TAXAS REMUNERATĂ˜RIAS NESTA CLASSE DE PRODUTO .Ă?O SENDO OBRIGATĂ˜RIO O REFORĂŽO DOS EUROS CONFORME EXPLICA O TEXTO AO LADO CERTAMENTE QUE SE O CONSEGUIR FAZER VAI OBTER UMA 4!." MAIS ALTA E CONSEQUENTEMENTE TER UMA ESPĂ?CIE DE CONTA POUPANĂŽA QUE EFETIVAMENTE CRESCERĂˆ DE FORMA INTERESSANTE

MARTA ARAĂšJO martaaraujo@vidaeconomica.pt

s

3E NĂ?O Ă? MUITO DADO A COMPROMISSOS TAMBĂ?M PODERĂˆ OPTAR POR ADERIR AO PRODUTO COM UM POUCO MAIS DE CAPITAL DO QUE O MĂ“NIMO EXIGIDO EUROS E DEIXAR O PRODUTO SOSSEGADO A RENDER SEM SE PREOCUPAR COM REFORĂŽOS 3E UMA VEZ POR SEMESTRE LHE POR POSSĂ“VEL FAZER UM REFORĂŽO NO DEPĂ˜SITO AINDA MAIS VANTAGENS CONSEGUIRĂˆ

“A poupança que cresceâ€?

Como o prĂłprio nome indica, trata-se de um produto com uma taxa base que aplica um prĂŠmio de permanĂŞncia semestral. Desta feita, a Conta Poupança Crescente ĂŠ uma aplicação a dois anos, mas o melhor ĂŠ fazer as contas a quatro semestres. Trata-se de uma aplicação atrativa para quem queira constituir uma poupança sem necessitar de investir grande volume de capital. Trata-se de uma conta poupança low cost, exĂ­vel e que remunera a cima da generalidade do mercado em soluçþes idĂŞnticas. Na prĂĄtica, a partir de um investimento de, pelo menos, 125 euros, sendo que, no primeiro semestre, obtĂŠm uma TANB de 2,00%, o que equivale a uma TANL de 1,44% e TAEL de 1,45%. No que diz respeito ao prĂŠmio de permanĂŞncia, o mesmo ĂŠ de 0,125 % por semestre, a partir do segundo semestre e atĂŠ ao mĂĄximo de 0,375%, isto desde que nĂŁo tenham ocorrido levantamentos durante o prazo contratual.

Feitas as contas, TANB MĂŠdia deste produto ĂŠ de 2,19%, considerando a manutenção da taxa base e sem levantamentos no perĂ­odo. Tenha em linha de conta que nĂŁo ĂŠ aplicada taxa de juro para valores inferiores ao montante mĂ­nimo de manutenção (125 euros). Este produto prevĂŞ a renovação semestral e automĂĄtica, pelo mesmo prazo, atĂŠ ao prazo mĂĄximo de dois anos (quatro semestres). Neste contexto, a taxa de juro aplicĂĄvel ĂŠ a taxa em vigor na data da renovação conforme deďŹ nido em preçårio, acrescida dos prĂŠmios de permanĂŞncia acumulados. Mobilização antecipada, sim, e reforços, sim. Tudo em nome da exibilidade

Na Conta Poupança Crescente do Banco Best são permitidas mobilizaçþes antecipadas a qualquer momento, parciais ou totais, respeitando o montante

mĂ­nimo de manutenção (125 euros). No entanto, saiba que a mobilização antecipada do depĂłsito implica a penalização total de juros sobre o capital mobilizado. Como ĂŠ bom de ver, se ocorrerem levantamentos durante o semestre nĂŁo serĂĄ atribuĂ­do o prĂŠmio respeitante a esse perĂ­odo, mantendo-se as boniďŹ caçþes ganhas em perĂ­odos anteriores. Os reforços tambĂŠm sĂŁo permitidos (e recomendados) a qualquer momento, sendo os juros calculados proporcionalmente de acordo com a taxa de juro contratada no inĂ­cio do prazo contratual. Os reforços nĂŁo sĂŁo obrigatĂłrios e podem ser efetuados a partir de um mĂ­nimo de 25 euros e sem montante mĂĄximo. O produto ĂŠ seguro e beneďŹ cia da garantia de reembolso prestada pelo Fundo de Garantia de DepĂłsitos sempre que ocorra a indisponibilidade dos depĂłsitos por razĂľes diretamente relacionadas com a sua situação ďŹ nanceira.

DĂ­vida pĂşblica penaliza intermediação ďŹ nanceira O valor das ordens sobre instrumentos ďŹ nanceiros recebidas pelos intermediĂĄrios registou uma quebra de 1,6%, em maio, face ao mĂŞs anterior, para 14,035 mil milhĂľes de euros. Em termos homĂłlogos, veriďŹ cou-se um acrĂŠscimo de 2,3%, de acordo com a CMVM. A descida mensal do valor das ordens ďŹ -

cou a dever-se à queda de 20% na dívida pública e de 9% na dívida privada. Nos cinco primeiros meses, assistiu-se a um aumento no valor das ordens sobre a dívida pública de 20%, face a igual período do ano passado. No segmento das açþes, o valor das ordens manteve-se eståvel, relativamente ao mês precedente, tendo-se cifrado em 3,3 mil

milhĂľes de euros. JĂĄ entre janeiro e maio, o valor das ordens registou um decrĂŠscimo de 5%, face aos cinco primeiros meses do exercĂ­cio anterior. O BES (19,7%), a CaixaBI (11,8%) e a Fincor (8,9%) obtiveram as maiores quotas de mercado nas transaçþes sobre açþes. Na dĂ­vida – pĂşblica e privada – a maior

quota pertenceu ao BES (54,1%), seguido do BESI (16,1%) e da Intermoney Valores (14,4%). Os Estados Unidos, a Alemanha e a França foram os três principais destinos das ordens executadas sobre açþes fora de Portugal, enquanto o Reino Unido, a Alemanha e o Luxemburgo foram os principais destinos das ordens sobre títulos de dívida.


44

SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

MERCADOS

DAX 30 - ANĂ LISE DE LONGO PRAZO

PSI-20 - ANĂ LISE DE LONGO PRAZO 0RQWKO\ 4 *'$;, Pric e EUR

8.112

8.000 7.500

7.420

7.200

7.000 6.500 6.000

5.900

5.500

5.000

5.000

4.500 4.000 2006

2007

2008

2000

2009

2010

2011

2012

2010

2013

O PSI-20 registou esta semana mĂ­nimos de quase 7 meses, o que evidencia o momentum descendente que tem caracterizado o Ă­ndice nacional desde os mĂĄximos do ano observados em meados de Maio. Este evento ĂŠ tecnicamente negativo para o PSI-20, e apesar desta semana ter sido observado o forte recuo dos mĂ­nimos de 7 meses observados, uma visita aos 5160 pontos nĂŁo deve ser posta de parte. A quebra do suporte dos 5456 pontos deverĂĄ despoletar uma visita a estes nĂ­veis.

:HHNO\ 4 36, Pric e EUR

6.400

6.375 6.150

6.000 5.697

5.600

5.456,2 5.200

5.160

4.800 4.400 04

11

18

25

02

09

16

23

Q4 11

30

06

13

20

27

03

10

17

24

02

09

16

23

Q1 2012

30

06

13

20

27

04

11

18

25

01

08

15

22

Q2 2012

29

06

13

20

27

03

10

17

24

31

07

14

4.400 21

Q3 2012

28

05

12

19

26

02

09

16

23

30

07

14

21

Q4 2012

28

04

11

18

25

01

08

15

22

01

08

15

22

Q1 2013

29

05

12

19

26

03

10

17

24

31

07

14

21

28

05

12

19

26

02

Q2 2013

Este mĂŞs, o DAX jĂĄ anulou a quase totalidade dos ganhos obtidos no mĂŞs passado. No entanto, a tendĂŞncia de alta, iniciada em ďŹ nais de 2011, que impulsionou o indice alemĂŁo para os mĂĄximos histĂłricos ainda estĂĄ em vigor, sendo necessĂĄrio uma visita Ă zona dos 7200/7420 para que esta seja posta em causa. No mĂŠdio prazo apenas uma quebra do suporte dos 5900 pontos poderĂĄ evidenciar perda de momentum ascendente.

CARLOS BALULA carlosbalula@imf.pt

Eur/Usd em mĂ­nimos de um mĂŞs

FILIPE GARCIA

MERCADO MONETĂ RIO INTERBANCĂ RIO

ďŹ lipegarcia@imf.pt

EUR/USD

Taxas Euribor aceleram subida Pela primeira vez desde hĂĄ muito tempo a variação semanal das Euribor mede-se em centĂŠsimas e nĂŁo em milĂŠsimas de percentual. O aumento de volatilidade e incerteza na sequĂŞncia da reação aos comentĂĄrios da Reserva Federal e Ă falta de acordo dentro da UE quanto Ă polĂ­tica a prosseguir numa situação de falĂŞncia de um banco contribuĂ­ram para levar as referĂŞncias de monetĂĄrios aos mĂĄximos dos Ăşltimos meses. As tensĂľes nos paĂ­ses com maiores diďŹ culdades aumentam. Na GrĂŠcia, o abandono de um dos partidos da coligação levou a que a maioria seja apenas de trĂŞs assentos, tornando mais difĂ­cil a aprovação de reformas. A crise polĂ­tica e o falhanço nas privatizaçþes colocam o paĂ­s numa situação delicada. TambĂŠm complicada parece ser a situação de ItĂĄlia, apesar de os dados de conďŹ ança do consumidor e da balança de pagamentos para paĂ­ses fora da UE terem saĂ­do bastante positivos. Numa polĂŠmica aďŹ rmação, o segundo maior banco do paĂ­s – Mediobanca – aďŹ rma

que o risco de insolvĂŞncia do paĂ­s estĂĄ a subir e que 160 grandes empresas italianas estĂŁo a ser geridas num contexto de crise. Para o banco em causa, o paĂ­s nĂŁo conseguirĂĄ evitar o recurso a ajuda externa nos prĂłximos seis meses. Na Alemanha, os empresĂĄrios mostraram-se um pouco mais otimistas, na sua contribuição para o Ă­ndice IFO que subiu duas dĂŠcimas para 105,9. Muito deste otimismo baseia-se na expetativa de maiores exportaçþes, nomeadamente para a China, algo que pode ďŹ car em causa tendo em conta os Ăşltimos desenvolvimentos naquele paĂ­s. O falhanço europeu, na tentativa de separar o sistema bancĂĄrio dos paĂ­ses em que os bancos estĂŁo inseridos, mostra que a uniĂŁo bancĂĄria estĂĄ mais longe do que alguns acreditavam. É convicção generalizada que, a partir de agora, serĂĄ difĂ­cil chegar a acordo em alguma matĂŠria atĂŠ que o novo governo alemĂŁo seja eleito e empossado, ou seja, atĂŠ outubro. Se as Euribor oscilaram nas centĂŠsimas, jĂĄ as taxas ďŹ xas

subiram umas boas dĂŠcimas, tendo a referĂŞncia a 10 anos passado os 2,15%. A queda nos preços das obrigaçþes deu-se em todos os mercados, mas, pela falta de liquidez e pelos problemas habituais, acabou por ser a periferia quem mais sofreu. Espanha jĂĄ teve os 10 anos acima dos 5% quando hĂĄ menos de um mĂŞs estava abaixo dos 4%. No leilĂŁo de bilhetes de tesouro desta semana pagou 0,87% a 3 meses e 1,44% a 9 meses, quando no Ăşltimo leilĂŁo havia pago 0,33% e 0,79%, respetivamente. TambĂŠm ItĂĄlia viu a sua referĂŞncia de 10 anos a subir para perto de 5%, e esta pagou numa emissĂŁo a dois anos o preço mais alto desde setembro de 2012. HĂĄ quem questione se “nĂŁo serĂĄ destaâ€? que alguns paĂ­ses irĂŁo ďŹ nalmente acionar o OMT, mecanismo anunciado pelo BCE, que, mesmo nunca tendo sido usado, contribuiu decisivamente para uma acalmia nos mercados europeus. ANĂ LISE PRODUZIDA A 26 DE JUNHO DE 2013

EVOLUĂ‡ĂƒO EURIBOR (EM BASIS POINTS) 19.junho13

31.outubro12

10.outubro12

1M

0.126%

0.123%

0.003

0.112%

0.014

3M

0.222%

0.212%

0.010

0.200%

0.022

1Y

0.539%

0.506%

0.033

0.476%

0.063

FUTUROS EURIBOR

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

Data August 13 September 13 October 13 March 14 June 15 December 16

3 Meses ImplĂ­cita 0.270% 0.280% 0.325% 0.430% 0.830% 1.645%

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,50% BCE Lending Facility* 1,00% Deposity Facility* 0,00% *desde 2 de maio 2013

EUA R.Unido Brasil JapĂŁo

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

J

<L HO G

FED Funds Repo BoE Taxa Selic Repo BoJ

EURO FRA’S Forward Rate Agreements Tipo* Bid Ask 0.248 0.258 1X4 0.289 0.299 3X6 0.360 0.401 1X7 0.427 0.442 3X9 0.527 0.542 6X12 0.941 0.961 12X24 *1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRS InterestSwapsvs Euribor 6M Prazo Bid Ask 0.597 0.627 2Y 0.803 0.823 3Y 1.256 1.286 5Y 1.781 1.811 8Y 2.056 2.071 10Y Obrigaçþes

4 4 4 4

0,25% 0,50% 8,00% 0,10%

Fontes: Reuters e IMF

5Y 5.91 3.66 1.28 0.78 3.67 1.47 1.46 0.34

10Y 6.72 4.84 2.37 1.77 4.71 2.46 2.57 0.88

:HHNO\ 4(85 Pri c e USD

1,36 1,35 1,3405

1,34

1,328

1,33

1,32

1,32 1,31

1,3

1,2965

1,29 1,28 1,275 1,27 16

07 21 04 18 01

Q4 2012

22

22 05 19 03 17

Q1 2013

07 21 05

Q2 2013

Eur/Usd O Eur/Usd recuou a semana passada de um mĂĄximo de quatro meses para um mĂ­nimo de um mĂŞs. Este movimento deu-se no seguimento de vĂĄrias semanas consecutivas de ganhos. Apesar de o câmbio ter apresentado nas Ăşltimas semanas a necessidade de uma correção, o movimento observado foi caracterizado por uma forte “violĂŞnciaâ€?, o que sugere que este movimento poderĂĄ ter mais “espaçoâ€? para continuar. Depois de o suporte dos 1,3170/1,32 dĂłlares ter sido quebrado, o câmbio estĂĄ agora a testar os 1,30 dĂłlares, o que sugere mais quedas para as prĂłximas semanas. Eur/Jpy O Eur/Jpy ainda cota perto dos mĂĄximos de trĂŞs anos. Ape-

sar de ter sido observado algum recuo dos 133,7 ienes, analisando o comportamento deste “crossâ€? desde princĂ­pios de abril, este estĂĄ ainda lateral, balizado entre os 125 e o mĂĄximos de trĂŞs anos. SerĂĄ importante vigiar o limite inferior da banda de variação, pois a sua quebra poderĂĄ despoletar uma queda atĂŠ aos 119.7 ienes. Eur/Gbp Os movimentos do Eur/Gbp tĂŞm sido caracterizados, desde os mĂĄximos de 20 meses observados em fevereiro, por mĂĄximos relativos mais baixos. No entanto, o câmbio tem tido evidentes diďŹ culdades em quebrar o suporte das 0,84 libras. Caso a quebra se suceda, poderemos assistir a uma violenta queda do câmbio, talvez para valores abaixo das 0,83 libras.

Fixing 26.jun.13

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD

1.3024

-2.19%

1.20%

-1.29%

EUR/JPY

127.33

1.57%

-3.44%

12.08%

EUR/GBP

0.8482

-0.74%

-1.02%

3.93%

EUR/CHF

1.2262

-0.46%

-1.64%

1.57%

EUR/NOK

7.9470

3.52%

5.41%

8.15%

EUR/SEK

8.7615

1.03%

1.90%

2.09%

EUR/DKK

7.4599

0.01%

0.08%

-0.01%

EUR/PLN

4.3445

0.61%

3.48%

6.64%

EUR/AUD

1.4033

0.82%

6.18%

10.39%

EUR/NZD

1.6730

-1.16%

4.80%

4.27%

EUR/CAD

1.3649

-0.01%

2.09%

3.90%

EUR/ZAR

13.1663

-0.48%

9.03%

17.84%

EUR/BRL

2.8828

-2.32%

8.91%

6.63%


45

SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

MERCADOS

Banif aprova aumento de capital

BdP penaliza bancos que colocam créditos duvidosos em fundos

O Banif aprovou o aumento de capital até 450 milhões de euros. Isto quando ainda não se conhece o plano de reestruturação que está a ser negociado com Bruxelas. Os acionistas deram luz verde ao aumento de capital, mas não foi definido qualquer prazo limite. Por sua vez, foi votada favoravelmente a supressão do direito de preferência no momento da emissão de novas ações, refere o banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O Banco de Portugal pretende que os bancos provisionem mais capital quando transformam créditos duvidosos em fundos de reestruturação. A entidade reguladora está a estudar um agravamento da dedução que os bancos precisam de fazer nos fundos próprios, no âmbito desse tipo de operações. Acontece que os bancos continuam a usar os referidos fundos de reestruturação para alocarem ativos e assim melhorarem o seu balanço. Daí a intenção de aumentar o valor que têm de contabilizar em capital.

TÍTULOS EURONEXT LISBOA Título

PAINEL BANCO POPULAR

Última Cotação

Variação Máximo 52 Mínimo 52 EPS Est EPS Est PER Est Act Semanal Sem Sem Act Fut

PER Est Div. Yield Div. Yield Est Fut Ind

Data Atl

SALVADOR NOBRE DA VEIGA Hora Atl

ALTRI SGPS

1,788

-5,94%

2,066

1,012

0,236

0,223

7,576

8,018

1,40%

1,12%

26-06-2013

16:35:00

B. COM. PORT.

0,093

-7,00%

0,120

0,048

-0,017

0,006

--

15,500

--

0,00%

26-06-2013

16:37:05

B.ESP. SANTO

0,646

-7,71%

1,190

0,456

-0,002

0,069

--

9,362

--

0,00%

26-06-2013

16:35:00

BANIF-SGPS

0,097

-3,00%

0,170

0,090

--

--

--

--

--

--

26-06-2013

16:35:00

B. POP. ESP.

2,410

-14,54%

5,244

2,370

0,061

0,248

39,508

9,718

--

0,00%

26-06-2013

15:30:22

BANCO BPI

0,931

-1,79%

1,380

0,475

0,074

0,099

12,581

9,404

--

0,32%

26-06-2013

16:35:00

COFINA,SGPS

0,417

-4,80%

0,730

0,300

0,040

0,030

10,425

13,900

2,40%

2,40%

26-06-2013

16:36:02

CORT. AMORIM

1,960

-1,51%

2,100

1,231

0,240

0,240

8,167

8,167

5,10%

4,59%

25-06-2013

25-06-2013

CIMPOR,SGPS

3,330

0,00%

3,950

2,930

0,390

0,445

8,538

7,483

0,49%

5,26%

26-06-2013

16:35:00

EDP

2,448

-4,97%

2,670

1,743

0,261

0,277

9,379

8,838

7,56%

7,72%

26-06-2013

16:35:00 16:35:00

EDPR

3,750

-0,98%

4,434

2,252

0,166

0,220

22,590

17,045

--

1,33%

26-06-2013

MOTA ENGIL

2,328

-1,44%

2,440

0,988

0,226

0,290

10,301

8,028

4,73%

4,73%

26-06-2013

16:35:00

ESF GROUP

5,200

0,39%

5,732

5,010

--

--

--

--

--

2,12%

26-06-2013

16:35:00

GALP ENERGIA

11,840

-5,51%

13,285

9,255

0,466

0,537

25,408

22,048

2,03%

2,31%

26-06-2013

16:35:00

IMPRESA,SGPS

0,670

6,35%

0,670

0,280

0,030

0,040

22,333

16,750

--

--

26-06-2013

15:34:00

J. MARTINS

15,605

-8,02%

18,560

11,071

0,699

0,827

22,325

18,869

1,89%

2,26%

26-06-2013

16:35:00

MARTIFER

0,610

0,00%

0,820

0,500

-0,010

0,020

--

30,500

--

--

26-06-2013

16:35:00

NOVABASE

2,450

0,04%

3,080

1,660

0,217

0,240

11,290

10,208

4,08%

3,47%

26-06-2013

16:19:01

GLINTT

0,160

0,00%

0,210

0,090

--

--

--

--

--

--

26-06-2013

16:17:20

P. TELECOM

2,940

-3,29%

4,462

2,812

0,303

0,326

9,703

9,018

11,05%

11,19%

26-06-2013

16:39:35

PORTUCEL

2,416

-3,44%

2,915

1,803

0,258

0,262

9,364

9,221

6,62%

7,95%

26-06-2013

16:35:00

REDES E. NAC.

2,196

-2,79%

2,390

1,800

0,228

0,246

9,632

8,927

7,74%

7,65%

26-06-2013

16:35:00

S. COSTA

0,200

-16,67%

0,330

0,120

--

--

--

--

--

--

26-06-2013

09:11:28

SEMAPA

6,662

0,24%

7,410

4,715

0,923

0,905

7,218

7,361

3,83%

3,86%

26-06-2013

16:35:00

SONAECOM

1,575

-1,62%

1,818

1,131

0,158

0,152

9,968

10,362

7,62%

5,27%

26-06-2013

16:37:52

SONAE,SGPS

0,738

-1,99%

0,800

0,395

0,040

0,059

18,450

12,508

4,49%

4,61%

26-06-2013

16:35:00

SONAE IND.

0,517

-0,39%

0,683

0,439

-0,227

-0,133

--

--

--

27,08%

26-06-2013

16:35:00 11:53:01

SAG GEST

0,180

0,00%

0,400

0,160

-0,040

-0,010

--

--

--

0,00%

26-06-2013

TEIX. DUARTE

0,580

-6,45%

0,680

0,200

--

0,050

--

11,600

2,59%

--

26-06-2013

16:35:00

Z. MULTIMEDIA

3,580

-8,09%

3,941

1,980

0,146

0,189

24,521

18,942

3,35%

4,19%

26-06-2013

16:35:00

TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS Última Cotação

Variação Semanal

B.POPULAR

2,472

-13,35%

5,271

2,341

0,061

0,248

40,525

INDITEX

96

-1,87%

111,800

76,595

4,195

4,703

22,884

REPSOL YPF

16,12

-7,68%

18,550

10,900

1,707

1,714

9,443

TELEFONICA

9,947

-2,05%

11,780

7,900

1,079

1,122

FRA. TELECOM

7,38

-2,68%

11,580

7,091

1,070

LVMH

125,2

-1,88%

143,400

113,550

BAYER AG O.N.

81,62

-3,05%

87,210

DEUTSCHE BK

33,69

-2,08%

38,730

DT. TELEKOM

8,799

-0,20%

Título

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PAINEL BANCO POPULAR PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl

Hora Atl

9,968

--

20,413

1,98%

0,57%

26-06-2013

16:38:00

2,56%

26-06-2013

9,405

16:38:00

3,01%

6,09%

26-06-2013

9,219

16:38:00

8,865

3,52%

7,47%

26-06-2013

1,034

16:38:00

6,897

7,137

6,78%

10,31%

26-06-2013

7,434

16:35:00

8,346

16,842

15,001

2,32%

2,55%

26-06-2013

16:37:01

52,890 22,110

5,793

6,504

14,070

12,532

2,33%

2,54%

26-06-2013

16:35:03

3,970

4,692

8,466

7,163

2,23%

2,41%

26-06-2013

10,110

16:35:29

7,976

0,710

0,752

12,401

11,709

7,96%

5,94%

26-06-2013

16:35:20

VOLKSWAGEN

148,6

-3,26%

175,650

110,800

21,023

24,305

7,071

6,116

2,35%

2,85%

26-06-2013

16:35:22

ING GROEP

6,912

-3,75%

7,905

4,640

0,986

1,087

7,010

6,359

--

0,15%

26-06-2013

16:37:03

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@ bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

account manager da XTB

Enviesamentos cognitivos e a sua correlação com o sucesso nos mercados – Parte II No último artigo fiz referência a alguns dos enviesamentos que se colocam entre o investidor e o sucesso dos seus portfólios, especificamente, da falácia de o investidor assumir que, por os mercados accionistas subirem sempre no longo prazo, o mesmo cenário se aplica às suas acções, mesmo que estas não sejam representativas do mercado, e também da aversão à perda de um investidor, que leva a que este dificilmente feche posições em perda, o que o levaria a assumir um erro. Além destes enviesamentos e falácias cognitivas, existem mais alguns factores que acabam por ser um entrave do investidor alcançar o sucesso. E quais são eles? A negligência acaba por ser um factor a ter em conta. Quando os portfólios dos investidores obtêm boas performances, os investidores tendem a segui-los minuciosamente, como se tratasse de jardineiros que cuidam de um jardim de grande manutenção. Os investidores nestes períodos acabam por demonstrar grande interesse na gestão dos seus portfolios e de colher os frutos da sua pesquisa e trabalho árduo em geri-lo. Contudo, se esse período for dominado por períodos de queda ou de grande lateralização, muitos investidores perdem interesse. Como consequência, aquilo que antes eram portfolios minuciosa e aparentemente mantidos começam a transparecer sinais de negligência. Ao invés de eliminar posições perdedoras, muitos investidores acabam por deixar-se tomar pela inércia e, ao não eliminarem as suas perdas, estas tendem a crescer para valores fora de controlo. Adicionalmente, uma das estratégias em que muitos investidores se centram é o da esperança. Esperança, de uma forma sucinta, é o acreditar na possibilidade de um cenário final positivo, ainda que haja evidências fortes do contrário. Apesar de esta ter o seu lugar numa temática teológica, não existe lugar para a esperança nos mercados financeiros que têm por hábito ser frios e cruéis. Apesar duma avalanche de notícias e eventos negativos, muitos investidores acabam por se “agarrar” aos seus investimentos perdedores, apenas sob possibilidade dos seus investimentos voltarem no mínimo ao seu ponto de compra. A decisão de manter a posição não tem por base uma análise racional ou de uma estratégia devidamente delineada, mas puramente emocional, e a emoção e desejo de que uma acção suba não faz com que esse cenário seja mais provável de acontecer. Em conclusão, ocasionalmente, temos de assumir as perdas e vender os nossos investimentos perdedores antes que essas perdas se tornem ainda maiores, e devemos perceber que a esperança não é uma estratégia válida nos mercados financeiros. Um investidor precisa de ter uma razão lógica e racional para deter uma posição perdedora. Adicionalmente, o factor ancoragem é importante, ou seja, o preço que pagámos por determinado investimento é irrelevante para o sentido que este tomará no futuro. Um investimento subirá ou descerá de preço tendo por base as forças de mercado, os fundamentais por detrás desse investimento e as perspectivas futuras, e não com base na fé ou esperança ou do preço que pagamos por esse mesmo activo. POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

Administrador da Insizium acelera na Boavista

AUTOMÓVEL Mazda quer recuperar quota de mercado de 2% em Portugal

O SUV CX-5 foi lançado em maio de 2012 e o 6 (na foto) no início deste ano. AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

A Mazda quer voltar a ter quota de mercado de 2% em Portugal que obteve em 2008. De então para cá, as quotas da marca japonesa no mercado nacional de ligeiros de passageiros têm sido mais tímidas e, de janeiro a maio, a fatia foi de 0,45%, apesar do crescimento de 30%. Daí que Luís Morais, diretor-geral da Mazda Motor de Portugal, assuma que o crescimento registado em 2013, sendo positivo, é insuficiente. “A taxa de crescimento de 30% não é suficiente, porque nos últimos anos sofremos muito o ‘run out’ de gamas anteriores, acompanhada pela crise mundial, das alterações de capital da Mazda e da valorização do iene. Foi quase uma tempestade perfeita”, analisa Luís Morais. Dada a atual conjuntura económica do país, o executivo não arrisca um volume concreto até ao fim do ano, “agarrando-se” à quota pretendida. “O que lhe podemos dizer é que queremos recuperar 2% de quota de mercado que já detivemos. Se o mercado forem 100 mil unidades, 2% seriam cerca de dois mil Mazda. Na última vez que obtivemos essa quota [2008], foram cerca de cinco mil unidades”, explica o diretor-geral da Mazda Portugal, consciente de que aquele volume não será atingido este ano. Depois de CX-5 e 6, seguem-se 3 e 2

A total renovação da gama de modelos será o catalisador do crescimento. Segundo Luís Morais, um dos contribuintes para o crescimento registado até maio já foi o SUV CX-5 (em Portugal desde maio de 2012) e que o novo 6 (que chegou em janeiro deste ano) poderá potenciar, ainda mais, esse desempenho. A renovação da gama Mazda será concluída com os novos 3 (final do ano) e 2 (2014). “2013 não está a ser fácil. Mas a chegada do CX-5, do 6 e, mais tarde, do 3, vai permitir à Mazda dar a volta por cima”, explica. O líder da marca em Portugal refere que os 30% de subida são “em volumes absolutos baixos, mas ainda assim é positivo”. Com motor 2.2 diesel com 150 ou 170 cv (caixa manual e automática) e tração 4x2 e 4x4, o CX-5 tem preços entre 31 400 e 46 600 euros. Já o 6 tem o mesmo motor, mas apenas com 150 cv (também caixa manual e automática). Disponível na variante berlina e carrinha, custa entre 33 980 e 46 900 euros.

Manuel Castro, administrador da Insizium, é um dos pilotos que vai disputar o Campeonato de Portugal de GT este fim de semana no Circuito da Boavista. Esta faceta do também acionista da empresa portuguesa de tecnologias de realidade virtual é já antiga. Com efeito, Manuel Castro começou no karting, como quase todos os pilotos, há já 20 anos. Castro, que faz equipa com Gonçalo Manahu, tripula um Porsche 997 GT3 Cup.

EQUIPA DISPUTA CAMPEONATO DE PORTUGAL DE GT COM MERCEDES SLS DA SPORTS & YOU

Vodafone BP Ultimate Team de dois milhões de euros A Vodafone BP Ultimate Team tem, segundo José Pedro Fontes, que conduz, com Miguel Barbosa, um Mercedes SLS AMG GT3 no Campeonato de Portugal de GT, uma exposição mediática de dois milhões de euros por época. O piloto recorda que o desporto automóvel é, segundo os estudos da Cision, dos eventos que mais pessoas atraem. AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

A Vodafone BP Ultimate Team, equipa que disputa o Campeonato de Portugal de GT com um Mercedes SLS AMG GT3 da Sports & You, consegue uma exposição mediática de dois milhões de euros por época. “Um projeto como o nosso, só a correr no campeonato português, tem uma exposição mediática de cerca de dois milhões de euros. Temos patrocinadores internacionais que se gerem por rácios de investimento versus retorno e nós, por exemplo no ano passado, num dos casos, duplicámos esse retorno”, disse à “Vida Económica” o piloto José Pedro Fontes, que faz dupla com Miguel Barbosa aos comandos do carro alemão. “Tanto eu como o Miguel temos uma grande longevidade nos patrocínios. No meu caso, por exemplo, tenho patrocínios de há 20 anos. Isso é um selo de que as coisas correm bem e que há um trabalho profissional”, acrescenta Fontes. O experiente piloto, cujo percurso começou na Fórmula Ford e passa, além da velocidade, pelos ralis, recorda que o desporto automóvel é, segundo os estudos da Cision, o quarto evento que mais pessoas atrai, a seguir ao futebol, à música e a atividades culturais (cinema, teatro e afins). “Com uma curiosidade, é daquelas com a menor taxa de pessoas que não gosta”, acrescenta. “O futebol e a música têm um peso muito grande na orientação que as grandes marcas dão aos seus orçamentos. Mas acho que o desporto automóvel tem características que o tornam diferente e as quais deve aproveitar”, defende José Pedro Fontes, para quem as marcas que pretendam ter uma imagem colada a valores como a qualidade, a durabilidade, a rapidez ou a alta tecnologia “faz todo o sentido estarem” nos automóveis. “Por isso é que connosco estão marcas que refletem isso. Além disso, temos duas vantagens.

A Vodafone BP Ultimate Team disputa o Campeonato de Portugal de GT com um Mercedes SLS AMG

O desporto automóvel é, segundo os estudos da Cision, o quarto evento que mais pessoas atrai, a seguir ao futebol, à música e a atividades culturais (cinema, teatro e afins)

Uma é o fator experiência: o marketing experiencial está a crescer e nós damos aos patrocinadores a oportunidades de clientes e colaboradores poderem fazer ‘co-drives’ connosco. Andar num carro de corrida é inesquecível. Outra é o facto de, nos circuitos citadinos (mas também nos ralis e no TT), irmos ao encontro da população. É importante conseguirmos criar uma interação com o público e no desporto automóvel isso é possível”, advoga o piloto do Porto. Profissionalismo ajuda em tempo de crise

Esta equipa entende, segundo José Pedro Fontes, a competição automóvel como um meio de comunicação das marcas. “Montámos todo o projeto para que as marcas que nos apoiam poderem trabalhar nisso. Por isso, temos de combinar a vertente qualidade do piloto com a vertente de mediatismo e relações públicas do piloto. E não foi inocente a associação entre mim e o Miguel [Barbosa]. Além de termos uma amizade de há algum tempo, temos uma visão da competição muito se-


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SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2013

AUTOMÓVEL

Cascais candidata-se a receber Smart Times A Smart portuguesa e a Câmara Municipal de Cascais estão de partida para Lucerne, na Suíça, para marcar presença no Smart Times 2013, a maior concentração da marca do mundo, que se vai realizar de 23 a 25 de agosto. O intuito da presença portuguesa este ano é especial: oficializar a candidatura à organização do Smart Times 2014 em Portugal, em Cascais. Este evento envolve todos os anos cerca de 2500 a 3000 viaturas e conta com a participação de cerca de 6000 fãs da marca provenientes de 22 países.

Kirchhoff Automotive pede “luz verde à indústria” europeia Arndt Kirchhoff, CEO da Kirchhoff Automotive, empresa alemã que detém a portuguesa Gametal – Metalúrgica da Gandarinha, defende que a Europa deve dar “luz verde à indústria”. As afirmações do empresário, que acompanhou a recente visita da chanceler alemã, Angela Merkel, a Portugal, aconteceram à margem das comemorações dos 50 anos da Gametal, que decorreram (no dia 21) nas instalações da fábrica, em Ovar.

tem exposição mediática por época de menos abundância, é normal que os projetos mais estruturados consigam aguentar-se melhor. Este é um desporto que junta equipas amadoras e profissionais. Nós adaptámos o nosso projeto para ir ao encontro das necessidades das marcas que nos apoiam e criar uma mais-valia que nos ajude a tentar manter os nossos parceiros”, indica José Pedro Fontes. “Mistura” entre profissionais e amadores

GT3 da Sports & You. José Pedro Fontes (na foto) partilha o carro com Miguel Barbosa.

melhantes, em que se alia à competitividade desportiva o retorno mediático. Não deixa de ser curioso que ambos sejamos licenciados em Ciências da Comunicação”,

explica a nossa fonte. Esta visão da equipa acaba por ajudar a equipa a sentir menos os efeitos da crise nos patrocínios. “Nas alturas

Questionado se o facto da competição automóvel ter, em Portugal, um misto de equipas profissionais e amadores poder causar algum “ruído” juntos dos decisores de investimento, o entrevistado admite que sim. “Estes projetos têm um custo e tudo tem de ser suportado por patrocinadores. Quando existem amadores que podem suportar os custos, qualquer ajuda é boa. Portanto, às vezes podemos estar a concorrer quase como se fosse deslealmente, pois eu preciso de 10 para correr, mas pode haver alguém que por um aceita. Claro que, depois, pode não ter a mesma competência que nós temos. Mas na altura de decidir, a diferença de valores pode pesar. Outra questão associada à falta de profissionalismo é a taxa de insucesso pode ser maior, o que pode ‘estragar’ alguns patrocinadores devido a más experiências”, explica. José Pedro Fontes, destaca, porém, que há que saber viver com essa realidade. “Essas são as regras do jogo. Eu acho que em Portugal vai continuar a ser um desporto de profissionais e amadores, porque não temos dimensão para ter só profissionais”, conclui.

Passagem pelo Circuito da Boavista importante para Campeonato de Portugal de GT A passagem do Campeonato de Portugal de GT pelo Circuito da Boavista, este fim de semana (29 e 30 de junho), é positivo para a promoção da competição, de acordo com José Pedro Fontes, que falou à “Vida Económica” na primeira sexta-feira (dia 21) do evento. “É o maior evento desportivo nacional. Não há outro evento que consiga ter tanta gente a ver ao vivo como este. Num jogo de futebol estão 50 mil pessoas, nestes dois fins de semana, quantas pessoas passam por aqui? Imensas. Como é óbvio, podermos participar no maior evento do país é um trunfo que temos de aproveitar”, refere. O piloto defende ainda que o circuito do Porto tem ainda o condão de aproximar o desporto motorizado das pessoas. “Em Portugal há uma grande paixão por automobilismo, mas, nos últimos tempos, houve um afastamento das pessoas. O acabar o circuito de Vila do Conde, o acabar o Circuito de Vila Real e a ideia que a velocidade iria acontecer só em autódromos estava errada. Ora, o Circuito da Boavista voltou a trazer fãs às corridas e depois a interessarem-se por ir ver outras corridas. Eu tenho amigos que, até à Boavista, nunca tinham visto uma corrida ao

vivo. Desde que os ralis saíram de Sintra, as pessoas de Lisboa nunca mais foram ver ralis”, exemplifica. “É determinante voltarmos para as cidades e, nesse aspeto, o Circuito da Boavista é fantástico, porque ultrapassou o ser um evento desportivo para ser um evento social do país”, acrescenta José Pedro Fontes. O entrevistado recorda ainda a importância que eventos como o Circuito da Boavista têm para a promoção do país. “Para cidade, e eu sou portuense, penso que, além daquilo que é tradicional, como o vinho do Porto, é um dos grandes embaixadores. Quando falam comigo, falam-me de duas coisas: do Circuito da Boavista e do Futebol Clube do Porto. Isso para nós é positivo, porque somos um país que tem muito para vender e precisamos de chamar pessoas e precisamos de ter coisas diferentes para as chamar”, defende. “Além disso, neste primeiro fim de semana, dos carros históricos, há um turismo de luxo. Muitos pilotos que estão aí são milionários. Que eventos temos que tragam tantos milionários para ver o Porto? Passam a conhecer o país e podem investir no país”, considera José Pedro Fontes.

Porto e Tiago Monteiro aceleram notoriedade da Honda em Portugal

WTCC em Portugal e presença de Tiago Monteiro na equipa oficial dão notoriedade adicional. AQUILES PINTO aquilespinto@vidaeconomica.pt

O facto de o WTCC passar por Portugal – sendo que este ano, já este fim de semana, vem ao Circuito da Boavista, que é um dos mais admirados do calendário – e de ter o português Tiago Monteiro como um dos pilotos da equipa oficial acelera a notoriedade da Honda no nosso país. “De facto, existe a particularidade da notoriedade do WTCC ser superior em Portugal do que em outros países. O facto de uma das etapas se disputar no nosso país e de um dos pilotos ser português e correr para a Honda contribui sem dúvida para essa notoriedade adicional”, disse à “Vida Económica” o diretor de comunicação da Honda Portugal, Carlos Cerqueira. A mesma fonte especifica, porém, que a perceção que os consumidores têm da marca como ator dos desportos motorizados acontece em todo o mundo. “A associação da Honda ao desporto motorizado contribui para o mercado e os consumidores terem a noção que a marca se mantém fiel aos seus valores de origem. O desporto motorizado faz parte do ADN da marca e o fundador Soichiro Honda chegou mesmo a afirmar que “se a Honda não corre, não há Honda”. Por aí se pode perceber o compromisso inicial e a ligação que procuramos manter nos dias de hoje”, indica. Civic é carro oficial do evento

“A Honda Portugal tem em curso ações de comunicação no Circuito da Boavista. Para além de comunicação no local com exposição de viaturas e presença da marca em vários formatos publicitários, há também uma caravana Civic WTCC a percorrer as principais ruas das cidades de Lisboa e do Porto. “Esta caravana irá promover não só o evento WTCC mas também o novo Civic 1.6 diesel”, explica Carlos Cerqueira. Além disso, a marca japonesa estabeleceu uma parceria com a organização do Circuito da Boavista, sendo o Honda Civic a viatura oficial do evento. Em termos de modelos, uma versão desportiva do Civic vai ter algumas coisas da versão de competição que Tiago Monteiro pilota. “A Honda está neste momento a desenvolver o novo Civic Type R, que chegará ao mercado em breve, e que herdará muitos dos desenvolvimentos tecnológicos testados em competição”, refere o diretor de comunicação da Honda Portugal, Carlos Cerqueira.


Uma edição

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Gaspar considera regresso aos mercados muito positivo O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, considera que o regresso aos mercados “tem superado as expetativas iniciais”. No entanto, também avisa que é necessário criar as condições que permitam o acesso regular no período após a saída da troika, ou seja, a partir de junho do próximo ano. O governante explicou que essas condições passam por continuar a emitir Bilhetes do Tesouro, de acordo com os moldes habituais, com maturidades de três, seis, 12 e 18 meses. Serão realizados leilões de dívida, com calendários indi-

cativos para os mesmos, a par de iniciativas que promovam as obrigações do tesouro junto do grande público. Defende ainda a necessidade de criar instrumentos de investimento de médio e longo prazos que “alarguem o leque de opções junto dos aforradores”, disse o ministro. Admite que foram superados obstáculos decisivos, mas o país tem de persistir.

Crédito às empresas e famílias cai mil milhões O crédito atribuído pelos bancos às famílias e empresas registou uma quebra superior a 1,1 mil milhões de euros, em abril. Esta foi a maior descida no âmbito do crédito às famílias, refere o Banco de Portugal. O total do crédito concedido pelos bancos aos particulares, em abril, ascendia a 131,8 mil milhões de euros, o que se traduziu numa quebra de 608 milhões,

relativamente ao mês anterior. O crédito malparado, no referente aos particulares, apresentou uma descida de 23 milhões de euros, no período em análise. Já o crédito às empresas apresentou uma quebra de 526 milhões de euros, sendo que o malparado, neste segmento, cresceu 430 milhões de euros. Tratou-se do quarto mês consecutivo de subida.

NOTA DE FECHO JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ Mestre Drucker School PhD Columbia University Professor Catedrático E-mail: nop4867@mail.telepac.pt Linked In: http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa

Ana Vasques, Paula Mendes, Ronald Reagan e o bebé A história começa assim: um cidadão incumpre nas suas obrigações para com a segurança social. Esta intervém e: 1º. Leva-lhe todo o saldo bancário; 2º. Dá ordens para suspender o pagamento da reforma; e 3º. Deduz-lhe mensalmente uma verba no ordenado. O cidadão vai pagando até que – apesar das suas limitações – começa a desconfiar que já está tudo mais que pago, incluindo juros de mora. Contacta a segurança social e… não consegue obter uma resposta compreensível. Entretanto todos os meses continua a ser-lhe deduzida uma parte do vencimento e a reforma continua… obviamente… suspensa. Em desespero recorre a mim. Apesar de não perceber nada do assunto, faço umas contas e… e… parece-me evidente que não é o cidadão que deve ao estado, mas sim o estado que (já) deve ao cidadão. Contactado o ministro, este passa o assunto para o presidente do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, que passa por sua vez o assunto à directora do departamento de gestão da dívida: dra. Ana Vasques. A qual ao fim de alguns meses envia um ofício a 1) fazer um historial do processo e 2) concluir que “remanescem no entanto em dívida alguns valores quanto a juros de mora”. ?! Isto é: diz que o cidadão deve. Mas não quanto: um euro? dez mil? cem mil? Nem tão pouco porquê. Nem sequer quando informará sobre isto. Nada. Tudo continuando como dantes no quartel de Abrantes: o cidadão a pagar (dedução no vencimento), sem receber (a reforma) e sem (qualquer) justificação.

Passados alguns meses, consigo (com a ajuda do ministro e seu gabinete) resolver o imbróglio. De facto, quem deve é o estado ao cidadão. E não o inverso... Este caso ilustra a raiz de um dos problemas do estado. Trabalhar é servir. E trabalhar mal é servir mal. Sendo certo que há duas razões pelas quais as pessoas trabalham bem. Ou um motor interior, a chamada ética de trabalho. Ou os incentivos externos. No sector privado estes últimos estão sempre presentes: há concorrência e quem se está nas tint… vai à falência. No estado não. Temos que contar ou com a ética profissional (algo que, falando em termos gerais, escasseia em Portugal). Ou com incentivos internos (inexistentes por falha da gestão). Enquanto escrevia isto, uma colaboradora aparece-me chorosa. A filha teve um AVC durante uma sessão de corridas na aula de ginástica da escola D. Carlos I. A professora de ginástica depôs que a aluna nunca manifestou previamente qualquer sintoma. Dois médicos (do Serviço Nacional de Saúde) confirmam que se desconhece a causa. E a directora, Paula Mendes (que não é médica) recusa-se a accionar o seguro escolar porque “se trata de doença de que o aluno é portador” ?!? Questionada sobre a compatibilidade da sua posição com a dos médicos e da professora de ginástica, escreve um ofício: “Nada mais tenho a acrescentar”. O que nos leva (finalmente) a Ronald Reagan: o estado em Portugal comporta-se como um bebé: de um lado um apetite insaciável; do outro, uma irresponsabilidade total.

Vide artigos e gráficos blog: http://economiadasemana.blogspot.pt twitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa

Impostos diretos disparam em maio Os impostos diretos registaram um aumento de 33%, em maio, de acordo com os dados da Direção-Geral do Orçamento. Já em termos acumulados – de janeiro a maio – o crescimento foi de quase 22%, face a igual período do ano passado. A DGO revela aponta “o efeito decorrente da limitação à dedução de prejuízos fiscais, por um lado, e da operacionalização da Unidade de Grandes Contribuintes, por outro, no crescimento da cobrança voluntária do IRC e no aumento do número d e

empresas a pagar imposto”. Nos cinco primeiros meses, as receitas de impostos cresceram 5,7%, para cerca de 14,6 mil milhões de euros. “Para esta melhoria contribuiu o crescimento da receita fiscal mensal do Estado de 14,4%”, adianta a DGO. Entretanto, o Estado gastou mais 11,3% em subsídios de desemprego, mas conseguiu reduzir em 82 milhões de euros as dívidas em atraso.


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