Pranchas Anteprojeto - Habitação de Interesse Social

Page 1

ESTUDO PRELIMINAR HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V EDUARDO BEZZON 11111ARQ007 LARISSA ARANTES 11111ARQ017


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

CONDIÇÕES CONCEITUAIS REFERÊNCIAS PROJETUAIS CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM EDITE MMBB e H + F - São Paulo, SP O projeto promovido pela Sehab, foi implantado no terreno da antiga favela do Jardim Edite de 14.047,6 m². O conjunto está inserido no bairro Brooklin Novo, a região de grande crescimento econômico imobiliário da cidade de São Paulo e um local pouco usual para a implantação de unidades de habitação social. O térreo concentra serviços de utilidade pública como uma creche, um restauranteescola e uma unidade de saúde básica. As unidades habitacionais se localizam nas torres acima, acessadas por escadas e elevadores, tal que este é o primeiro conjunto de habitação de interesse social com elevadores no Brasil.

RESIDENCIAL PARQUE NOVO SANTO AMARO V Vigliecca e Associados - São Paulo, SP Localizado na zona sul de São Paulo, na Represa de Guarapiranga, o projeto mistura espaços públicos com unidades habitacionais de interesse social em meio a uma região favelizada. O térreo se divide em patamares que abrigam quadras, mobiliário de praça e a acomodação de um curso d'água já existente, além de outros atrativos para garantir o efetivo uso coletivo desses espaços. As unidades habitacionais fazem a limitação entre o entorno e o espaço de lazer criado no interior do conjunto.

REFERÊNCIAS CONCEITUAIS FONSECA, Maria de Lourdes Pereira. FORMA URBANA E USO DO ESPAÇO PÚBLICO. As transformações no centro de Uberlândia, Brasil. Tese de Doutorado em Urbanismo da Universidad Politécnica de Cataluña, Barcelona, 2007. Sustentabilidade e inovação na habitação popular: o desafio de propor modelos eficientes de moradia/ Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado de Habitação - São Paulo, 2010.

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

CONDIÇÕES SÓCIO-CULTURAIS PÚBLICO-ALVO O projeto se destina à população de baixa renda e renda média baixa que não possui moradia própria, moram em áreas distantes do centro comercial e dele necessitam para suas atividades cotidianas, mas não possuem condições de custear uma habitação convencional neste local.

ABRANGÊNCIA Além de beneficiar os próprios moradores do conjunto, oferecendo moradia de qualidade e boa localização, o conjunto se propõe a atender os moradores do entorno com os espaços públicos criados no térreo. Os serviços, também implantados no térreo, possuem uma abrangência maior (a nível municipal) e são divididos em dois blocos. O primeiro, à direita, serve de complementação ao comércio da Avenida João Naves e o segundo, de frente para a UAI, atende este aparelho com serviços de gráfica rápida, papelaria, entre outros complementos para servir seus usuários.

PERFIL SOCIAL As tipologias habitacionais criadas se propõem a atender diversos grupos familiares, sejam eles:

Pessoa só

DINKS

Família nuclear

Família monoparental

Família nuclear expandida

São três tipologias de unidades habitacionais, de 50m², 59,5m² e 70m², para atender as necessidades dos diferentes perfis familiares que podem ocupar o conjunto.

PERFIL ECONÔMICO A compra do imóvel se realizará por subsídios governamentais e, para se adequar à faixa de habitação de interesse social, a renda familiar deve ser de até R$1.600,00. O cadastro deve ser feito na Prefeitura e a família não pode ter outro imóvel, deste modo é possível maior controle sobre os compradores, evitando que famílias de maior poder aquisitivo ocupem o conjunto, em detrimento daquelas que realmente necessitam do auxílio.

PERFIL CULTURAL De acordo com um dos textos de referencia, e posteriormente comprovado pela Análise de Pós-Ocupação realizada, as classes sociais de baixa renda sentem maior necessidade da presença de áreas públicas de lazer, não apenas a sua presença, mas a qualidade das mesmas e a periodicidade de sua manutenção. A praça, o playground, o espaço de encontro e lazer são espaços necessários para complementar o ambiente domiciliar. A segurança do ambiente doméstico também é importante, tal que não é apenas a presença do muro que promove sua efetivação, mas a garantia da circulação de pessoas, a boa iluminação, os espaços abertos e a vigilância dos vizinhos, mesmo que de modo inconsciente, também podem promover ambientes mais seguros.

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

LISTA DE ATIVIDADES

COMERCIALIZAR

ABRIGAR CARROS

CONJUNTO

EXERCITAR-SE RECEBER AMIGOS

CIRCULAR TRABALHAR

DESCANSAR

HABITAÇÃO

LER CONVERSAR

LAVAR ROUPAS

COMER

VESTIR-SE

REUNIR LAVAR LOUÇA

SECAR ROUPAS

ESTUDAR PASSAR ROUPA

DORMIR

VER TV

ESCOVAR OS DENTES TOMAR BANHO

COZINHAR Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

CONCEITOS DO PROJETO

ACESSOS As vias que permitem o acesso ao conjunto possuem diferentes características, tanto de usos quanto de fluxos. Aproveitando suas particularidades, o projeto prioriza o acesso de pedestres pela rua Antônio Silva e Avenida João Naves de Ávila. A rua Benjamim Constant prioriza o acesso prioriza o acesso de veículos. CIRCULAÇÃO DE PESSOAS Os blocos de apartamentos foram elevados do solo sobre pilotis permitindo maior permeabilidade entre os blocos. DESNÍVEIS A partir da topografia, foram criados desníveis no térreo, diferindo um metro a cada lance, interligados por escadas e rampas. O primeiro nível, à Avenida João Naves, concentra os serviços que atendem ao comércio local e à UAI. O segundo nível possui espelho d'água, mobiliário de praça e dá acesso ao terceiro nível. O terceiro nível, à Rua Benjamim Constant, abriga o estacionamento em seu subsolo e acima o bicicletário, mais mobiliário de praça e o playground. A PRAÇA O térreo abriga os equipamentos de uso coletivo das unidades de habitação, além de permitir sua utilização pelos pedestres, tanto dos moradores das proximidades, quanto de passantes. O COMÉRCIO Os blocos de serviços complementam o comércio já existente no entorno e atendem uma potencialidade criada pela presença de muitos usuários da UAI. HABITAÇÃO O conjunto de apartamentos busca oferecer um novo conceito de habitação de interesse social, tanto seu local de implantação (no centro da cidade), quanto os equipamentos que oferece. PASSARELAS As passarelas, junto com os corredores, além de permitir o acesso entre blocos, também promovem espaços de encontro e lazer por suas dimensões. TRANSPORTES Os moradores, pela localização do conjunto, podem fazer seus percursos a pé, podem usar o transporte público com a proximidade da cabine de ônibus da Avenida João Naves e do Terminal Central, podem usar o carro com a disponibilidade de 80 vagas de estacionamento e a bicicleta com o bicicletário implantado.

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Foto aérea do terreno escolhido Fonte: Google Earth

O terreno escolhido se localiza entre a Avenida João Naves de Ávila e as ruas Cruzeiro dos Peixotos e Benjamin Constant. Com 5.000 m², se apresentou como um ponto estratégico para a implantação de um conjunto de habitação social por vários motivos. Primeiro, por sua localização central, a qual se caracteriza pela forte atração de uma grande quantidade de habitantes diariamente. Pela forte valorização do solo nestes locais, é pouco usual o uso deste para habitação, especialmente para a população de baixa renda. Constantemente, tais conjuntos são construídos nas periferias, mesmo após a comprovação da baixa eficácia deste modelo. A habitação de interesse social, além de oferecer abrigo, deve garantir melhor qualidade de vida, facilitar o acesso à saúde, educação, transporte e outros equipamentos públicos. Ela não deve ser apenas uma solução arquitetônica isolada que se implanta em qualquer e/ou vários locais aleatórios, seu caráter social precisa englobar outras variáveis, considerando o entorno urbano. O terreno escolhido, além de sua posição central, oferece fácil mobilidade a outros pontos da cidade. Na Avenida João Naves de Ávila, à frente do terreno, há uma cabine de ônibus por um lado e por outro há o Terminal Central de ônibus. Além de favorecer a mobilidade de seus moradores pelo transporte público, sua localização permite o rápido deslocamento de pedestres ao centro urbano. Ao lado, há uma Unidade de Atendimento Integrado (UAI), que recebe uma grande quantidade de pessoas diariamente.

Mapa de usos do entorno

Mapa cheio/vazio da quadra

Volumetria do entorno

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

SITUAÇÃO

N

LEGENDA TERRENO UAI

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

LEGISLAÇÃO Pela legislação municipal, a área é classificada como Zona Central 1. Seguem abaixo as tabelas referentes às normas de uso e ocupação permitidas neste local.

ANEXO VI TABELA 1 - QUADRO DE ADEQUAÇÃO DOS USOS ÀS ZONAS Usos / Zona

Zona Central 1 – Hipercentro da cidade, onde predominam as atividades de comércio, serviços, com expressiva densidade habitacional e diversos equipamentos sociais e comunitários.

ANEXO VII TABELA 2 – VOLUMETRIA Zona

Tax a de Ocupação Má xima (%)

Coeficiente de Aproveitamento Máximo

Afastamento Frontal

Mínima (m)

Mínimo (m)

Afa stamento Lateral e Fundo Mínimo (m)

Testada

Área Mínima do

ZC1

ZC2

ZCF

ZPL

ZPP

H1 - Habitação Unifamiliar

A

A

A

P

A

H2h - Habitação Multifamiliar Horizontal

A

A

A

P

P(4)

H2v - Habitação Multifamiliar Vertical

A

A

A(1)

P

P

H3 - Habit ação de Interesse Social

A

A

P

P

P

C1 - Co mércio Varejista Local

A

A

A(2)

P

P

C2- Comércio Varejista Diversificado

A

A

P

P

P

C3P - Comércio Especial e/ou Atacadista de Pequeno Porte

A

A

P

P

P

C3M - Comércio Especial e/ou Atacadista de Médio Porte

P

P

P

P

P

C3G - Comércio Especial e/ou Atacadista de Grande Porte

P

P

P

P

P

C4-I - Comércio Atacadista Especial I

P

P

P

P

P

C4-II - Comércio Atacadista Especial II

P

P

P

P

P

S1 - Serviço Local

A

A

A(2)

P

P

A(8)

A

P

P

P

S3 - Serviço Especial

P

P

P

P

P

E1 - Equipam ento Social e Comunitário - Local

A

A

A(2)

P(3)

P

Lote (m2)

ZC1

60 (1) (11)

4 ,5

Facultativo (5)

1,5 (5)

10

250

ZC2

60 (2) (11)

2,75

3,0 (5 )

1,5 (5)

10

250

ZCF

70

1,5 (10 )

Facultativo

1,5

10

250

ZPL

-

-

-

-

-

-

ZPP

20

0 ,2

3,0

1,5

50

5.000

(1) Permitido 80% nos 3 primeiros pavimentos acima do nível do logradouro, para os usos comercial e ou serviços e as áreas comuns de qualquer uso, com coeficiente de aproveitamento máximo de 1,8 e altura máxima de 14,0m. O subsolo não poderá ocupar apenas a projeção do recuo. (5) De acordo com o Capítulo V. (11) Para edifícios-garagem, estacionamentos privados e edifícios de uso misto, nos pavimentos destinados a uso exclusivo de estacionamento, a taxa de ocupação máxima é de 100%.

S2- Serviço Diversificado

A = Adequado P = Proibido

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

Mapa topográfico do terreno

Mapa topografia alterada

O acesso ao terreno também é um critério favorável, de modo que ele apresenta sua fachada frontal à Avenida João Naves de Ávila, fachada posterior à Rua Benjamim Constant e um acesso lateral por uma rua particular estreita. Cada fachada tem uma característica diferente, que permite explorar as estratégias propostas pelo projeto. Com um desnível frente-fundo de três metros, a topografia fica bem marcada no térreo pela presença de patamares, com 1m de altura cada. O primeiro patamar, ao nível da calçada, permite o acesso de pedestres, tanto moradores, quanto usuários da UAI e do bloco de serviços que será implantado. O segundo patamar, ao nível da rua particular, apresenta mobiliário de praça e vegetação, além de garantir acesso ao próximo nível. O terceiro patamar abriga estacionamento no subsolo e o acesso de veículos, pelo menor fluxo da Rua Benjamim Constant. Perspectiva maquete alterada

NÍVEL 0

NÍVEL 1

NÍVEL 2

SUBSOLO GARAGEM

NÍVEL 3

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

INSOLAÇÃO

Os blocos longitudinais concentram dormitórios à fachada Leste; à fachada Oeste, concentram-se o corredor de acesso aos apartamentos e as aberturas das áreas de serviço. O corredor, com largura de 2,5m, além de oferecer acesso aos apartamentos, também se apresenta como um local de lazer/estar. Os blocos transversais (à fachada da rua Benjamim Constant) tem seus corredores voltados para a rua e as aberturas dos dormitórios são voltadas para o interior do conjunto.

5 6 4 3

2

1

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

SISTEMA CONSTRUTIVO E MATERIAIS

ESTRUTURA: Steel frame associado a estrutura metálica e lajes pré-moldadas

VEDAÇÃO ÁREAS SECAS: Gesso acartonado

VEDAÇÃO ÁREAS MOLHADAS: Placa cimentícia

REVESTIMENTO BANHEIROS: Ladrilho hidráulico

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

PROJETO

Vista lateral esquerda

Vista posterior (Rua Benjamim Constant)

Vista lateral direita

Vista frontal (Av. João Naves de Ávila)

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

PROJETO

Corte transversal bloco sobre estacionamento

Corte longitudinal

Corte blocos 1 e 2 Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

PROJETO

PERSPECTIVAS

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


ATELIÊ DE PROJETO INTEGRADO V HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR VERTICAL DE INTERESSE SOCIAL

ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE

· · · · ·

Ventilação cruzada e iluminação natural nos apartamentos, permitindo economia de energia ao dispensar outros métodos de refrigeração e iluminação. Aquecimento solar da água dos banheiros, aproveitando a área da cobertura para posicionamento das placas de coleta da energia solar. Reaproveitamento da água da chuva: coleta da água da chuva pra manutenção dos jardins no térreo e abastecimento do espelho d’àgua na lateral do bloco de serviços. Aberturas na cobertura da garagem, as quais permitem iluminação natural, dispensando ou amenizando a necessidade de iluminação artificial durante o dia. Utilização de materiais pré-fabricados para edificação da obra, de modo a diminuir a produção de resíduos sólidos ao final do processo.

Eduardo Bezzon / Larissa Arantes


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.