A TERCEIRA
COSTA
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A TERCEIRA COSTA: REVITALIZAÇÃO DA ORLA DA AVENIDA COMANDADOR HENRIQUE PANCADA NA CIDADE DE RIO GRANDE - RIO GRANDE DO SUL
Larissa Cristina de Oliveira Frutuoso Orientadora: Ana Paula Polidori Zechlinski Trabalho Final de Graduação I - Ênfase em espaços abertos FAURB UFPEL 2018
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“AS ÁGUAS SÃO MUITAS, INFINDAS, E EM TAL MANEIRA É GRACIONA QUE, QUERENDO-A APROVEITAR, DAR-SE-Á NELA TUDO, POR BEM DAS ÁGUAS QUE TEM.” PERO VAZ DE CAMINHA - CARTA DE DESCOBRIMENTO DO BRASIL
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SUMÁRIO
01. APRESENTAÇÃO
Pág 05
02. INTRODUÇÃO
Pág 12
03. SITUAÇÃO URBANA
Pág 23
04. O SÍTIO
Pág 28
05. PROJETOS REFERENCIAIS Pág 60 06. PROPOSTA DE PROJETO
Pág 71
07. BIBLIOGRAFIA
Pág 98
08. ANEXOS
Pág 102
09. APÊNDICES
Pág 108
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01. APRESENTAÇÃO
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TEMA O presente trabalho tem o objetivo de mostrar a trajetória durante o Trabalho Final de Graduação I do curso de Arquitetura e Urbanismo, da escolha do tema até o lançamento de projeto. Sendo importante fase de fundamentação teórica para o desenvolvimento do projeto no Trabalho Final de Graduação II.
O projeto conta ainda com um estudo em conjunto com a Secretaria Municipal de Pescadores, afim de buscar uma melhor forma de preservar o bem-estar dos pescadores da região, criando uma série de trapiches e o Mercado do Pescador, voltados para estes. Mostrando a importância deste setor para a cidade.
Com base nesse estudo, o projeto propõe a criação de áreas externas de encontro e convivência, voltadas para a Lagoa, como trapiches e decks que se projetam da orla para água, ampliando os locais de contemplação da paisagem natural circundante, além da criação de espaços para atividades recreativas e culturais.
Outros usos que se pretende dar ao espaço são novas áreas adequadas ao transporte público, como dos pequenos barcos pesqueiros, e melhor infraestrutura para o uso por parte dos praticantes dos esportes aquáticos, como canoagem, stand up, windsurf. Além de locais voltados para celebração de festas já existentes na cidade, principalmente voltadas a religiosidade.
Fonte: Panoramio
O Brasil possui uma ampla diversidade de situações em sua faixa de orla, com grande importância histórica e social para as comunidades que nela residem. Nesse sentido, o projeto urbano a ser desenvolvido é, sobretudo, a revitalização da Orla da Avenida Comandador Henrique Pancada da cidade de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, conhecida também como Orla Henrique Pancada.
Para o lançamento da proposta, foram primeiro levantadas questões a respeito da gestão costeira no país, no estado e no município de Rio Grande, que incluem estudo da legislação ambiental a serem aplicados na área de estudo. Em seguida foram realizados levantamentos da área, afim de conhecer os problema e potencialidades ali existentes.
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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS A zona costeira possui, historicamente, uma grande importância para o crescimento e formação das cidades. A maior parte das metrópoles contemporâneas localizam-se a beira-mar, onde aproximadamente dois terços da humanidade residem. Nesse sentido, o litoral abriga um contingente populacional denso e concentrado, ao qual corresponde uma concentração de atividades. É nesse contexto que a cidade de Rio Grande se encaixa, possuindo sua história pautada no uso da costa para a distribuição de mercadorias dentro do estado. Escoamento este realizado através de seus porto, até hoje ativos, como é o caso do Porto Novo e o Porto Velho, cada qual com um foco de recebimento de embarcações. Em paralelo, a cidade possui ainda a costa sul voltada para o Saco da Mangueira, a qual recebeu
em 2004 uma proposta para sua reA Avenida Comandador Henrique vitalização, através de ações conjun- Pancada, além de fazer parte da orla lacustre, tas com o governo Federal e Municipal. também está inserida na malha urbana do município, definida como importante correDevido a essa importância históri- dor de escoamento para o centro da cidade. ca, o local deste estudo acaba ficando em Devido a sua precária infraestrutura, acaba segundo plano e o transformando em um não sendo muito utilizada pela população, traesgoto ou um lugar vago em meio a cida- zendo congestionamentos às vias paralelas de. Este trabalho mostra um projeto que com melhores condições de uso. O trabalho propõe um desenvolvimento de execução final de graduação busca não apenas a revida revitalização da orla pautado no Projeto talização da faixa de orla, mas também da esde Gestão Integrada da Orla Marítima (Pro- trutura viária da Avenida Henrique Pancada. jeto Orla) do Ministério do Meio Ambiente e legislações federais, estaduais e municiNo entorno da Avenida Comanpais para subsidiar as diretrizes necessárias dador Henrique Pancada há existência de para o tipo da orla tratada. Buscando criar assentamentos irregulares, ocupados por espaços de encontro e convivência volta- pescadores locais e moradores de outras dos para a Laguna dos Patos, abrangendo localidades. Visto a importância destes o público que reside em seu entorno, como para o local, o estudo propõe a regularizatambém a população que passa por ali e se ção fundiária para essas áreas, baseado utiliza do espaço das mais variadas formas. no Plano Diretor da Cidade de Rio Grande.
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METODOLOGIA
01.ESTUDO
02.ESTUDOS DE REFERENCIAIS
DE PROJETO
08 .PROPOSTA
DA TEMÁTICA NO BRASIL
03.A CIDADE
ORLA
04.O SÍTIO
07.DIRETRIZES 06.CONCEITO
05.LEVAN-
TAMENTOS E ANÁLISES
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LOCALIZAÇÃO PELOTAS S DO A S GO TO LA PA
ARROIO GRANDE
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3 DISTRITO
LAGOA DOS PATOS
2 DISTRITO
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CENTRO HISTÓRICO
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4 DISTRITO OCEANO ATLÂNTICO
CANAL DO RIO GRANDE
Rio Grande e limites. Fonte: Google Earth 2017
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SACO DA MANGUEIRA
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1 Distrito e Sítio. Fonte: Google Earth 2017 e modificada pela autora
Com uma área territorial de 3.338,35 km² e de unidade territorial de 2.710 km², mas apenas com 50km² de área urbanizada e dividido em 5 distritos, a cidade de Rio Grande localiza-se na região sul do Rio Grande do Sul, a 313 km da capital, Porto Alegre. Segundo o IBGE de 2010, o município possui uma população de 197.228 de habitantes, com uma estimativa de 208.641 para 2016. Considerada de porte médio, possui 96% de sua população em zona
urbana, além de ser considerada de grande importância na região sudeste rio-grandense, seja pela sua produção agrícola ou sua grande atividade portuária. Rio Grande tem como cidades limítrofes Santa Vitória do Palmar, Pelotas, Capão do Leão, Arroio Grande e São José do Norte, conectando-se através das rodovias BR-116, BR 392 e BR 471.
também é conhecida como Noiva Mar, em virtude dos 220km de orla marítima da Praia do Cassino (considerada a maior do mundo). Além de fazer limite com o Oceano Atlântico, o município é costeado pela Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim, que fazem parte do maior complexo lacustre que se tem conhecimento: a Costa Doce. O clima é subtropical com as quatro estações bem definidas, Com uma topografia plana com, invernos muito frios e verões muito quentes. aproximadamente, 6m acima do nível do
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Meio Ampela autora
RUA IRMÃ OTÍLIA
Secretaria de modificada Imagem disponibilizada pela biente de Rio Grande e
Lagoa dos Patos
Comerciantes Locais
Pesca Artesanal Esportes aquáticos Lazer ativo e passivo
AV. HENRIQUE PANCADA
Com uma extensão de aproximadamente 2,5km a Orla Henrique Pancada, como é popularmente conhecida, abrange uma conjuntura de bairros. Segundo o Plano Diretor do Município de Rio Grande e definido pelo Orçamento Participativo Popular (OPP), a cidade é dividida em regiões, cada qual abrangendo um conjunto de bairros. A área estudada localiza-se na região 2, com dezesseis bairros em sua totalidade. Porém, o trecho abordado inclui apenas Lagoa, COHAB II, Vila Rural e Henrique Pancada.
Público Infantil Escoamento pluvial
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RUA VISCONDE DE MAUÁ
RUA VISCONDE DO RIO BRANCO
A extensão e entorno da orla foi demarcada levando em conta a visual para a Lagoa dos Patos, tendo em seus limites a Rua Irmã Otília e a Rua José de Alencar, incluindo ainda a Rua Visconde de Mauá, paralela a Av. Com. Henrique Pancada.
RUA JOSÉ DE ALENCAR
AV. HENRIQUE PANCADA
entorno, que utiliza para o turismo. A cidade de Rio Grande possui sua topografia relativamente plana, porém sua região mais ao centro possui uma cota maior que seus limites, por isso o escoamento de águas pluviais é todo realizado para tais regiões.
A Avenida, a qual abriga a orla, Famosa pelo por-do-sol, a orla possui um tráfego intenso, funcionando como rota alternativa da entrada prin- possui o seu entorno basicamente recipal da cidade até o centro histórico, sidencial e comercial. Em anos antecom um fluxo de carros de mão dupla. riores, o local abrigava uma série de indústrias pesqueiras, como é notado O local é utilizado por vários pela variedade de galpões abandonatipos de público, como moradores lo- dos na Avenida Henrique Pancada. cais, pescadores (do bairro ou da Ilha dos Marinheiros), praticantes de esportes aquáticos e o público da cidade ou
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02. INTRODUÇÃO
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O TEMA: ZONA COSTEIRA
Litoral Costa O conhecimento acumulado internacionalmente a respeito de zonas costeiras, nos últimos anos, é bastante vasto, porém ainda marcado fortemente por experimentações de cunho mais teórico. Entretanto, o conceito de desenvolvimento sustentável vem sendo mais debatido para o exercício de políticas ambientais, as quais articulam o crescimento econômico atrelado a conservação da natureza. Esses esforços mundiais iniciaram-se por volta da década de 70, tendo como marco principal, a Conferência de Estocolmo em 1972, realizada na Suécia.
Consciência Sustentável Conservação da Natureza
A região litorânea se caracteriza como uma localização diferenciada, rara e privilegiada, onde a sua interface com o mar propicia alguns usos quase que exclusivos, como o fluxo intercontinentais de mercadorias ainda hoje muito utilizados pelo transporte marítimo. Segundo Allan Corban (1987), o litoral se particulariza por uma apropriação cultural que o identifica como espaço de lazer, por excelência, e os espaços preservados são, hoje, ainda mais valorizados nesse sentido.
Beira Mar Praia
A importância dos espaços litorâneos envolve também aspectos econômicos, ecológicos e socioculturais. No âmbito econômico, os terrenos próximos ao mar são relativamente raros, atribuindo um valor diferencial e ocasionando grande disputa imobiliária por estas áreas.
Importância histórica Cultura
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Do ponto de vista ambiental, o litoral detém quadros naturais particulares de alta riqueza e relevância ecológica, ou seja, ecossistemas que são de vital importância para a reprodução de diversas espécies e manutenção da vida marinha, o qualificando também como importante fonte de recursos.
Disputa imobiliária
IMPORTANTE ECOSSISTEMA
Pescadores locais Riqueza natural Lazer e recreação
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Não apenas de cunho comercial, essa área também é procurada por moradores de baixa renda, que se apropriam desses lugares por, muitas vezes, estarem abandonados pela cidade e não possuírem alto valor moEsses atrativos naturais também imnetário, além de servirem como fonte de ren- pulsionam o turismo nessas regiões, abriganda para pescadores locais que ali habitam. do uma grande diversidade de lazer e recreação.
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ZONA COSTEIRA BRASILEIRA “Planejar e gerenciar, de forma integrada, descentralizada e participativa, as atividades socioeconômicas na zona costeira, de forma a garantir sua utilização sustentável, por meio de medidas de controle, proteção, preservação e recuperação dos recursos naturais e ecossistemas costeiros” (ministério do meio ambiente) No Brasil, os grandes problemas que existem para a gestão de suas zonas costeiras são a definição e delimitação desses espaços e seus conflitos oriundos da sobreposição dos títulos de propriedades.
De acordo com o Censo de 2010, o país apresenta 26,6% da população residente em municípios de zona costeira, o equivalente a 50,7 milhões de habitantes, comparado a 2006 Contando com 463 municípios e 8.500 km de extensão territorial, a população que se ocupa dessas áreas está em atividades, direta ou indiretamente, ligadas ao turismo, produção de petróleo e gás natural, pesca e serviços que atendem à dinâmica econômica gerada pelo litoral. A área litorânea brasileira, detentora de fortes conflitos relacionados a ocupação e uso do solo, possui 9,2% dos domicílios de uso ocasional (utilizados para veraneios ou férias), enquanto outros municípios contam com um percentual de 4,6%. Essa ocupação se justifica não apenas pela questão histórica do Brasil, como também pela tendência mundial da população em ocupar essas áreas próximas ao litoral.
Figura 1: Crescimento da população no Brasil (IBGE 2010)
Segundo o IBGE, a ocupação da zona costeira do brasil, vem a cada ano aumentando (Figura 1).
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O declínio da produção pesqueira e consequente abandonos de industrias pesqueiras (em sua maioria localizados no litoral), o aumento da ocupação humana na costa do país causa grandes impactos no bioma marinho e na sobrevivência das espécies que ali vivem, sendo de suma importância a criação de áreas de proteção
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A atividade pesqueira, apesar da sua importância para as comunidades onde está inserida, sofreu essa enorme queda por variados motivos. Entre as causas, de ordem operacional, estão: o esforço da pesca além da capacidade de reprodução das espécies; bloqueios à reprodução das espécies marinhas; níveis de poluição e ação externa na zona econômica do mar territorial (Moraes, 2007). Segundo Schmitt (1998) esse declínio também se deve à condições tecnológicas defasadas, mão-de-obra desqualificada e deficit de recursos financeiros.
e conservação ambiental. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por exemplo, constituídos por longas linhas de praias e restingas e estão classificadas como áreas prioritárias de conservação, porém apenas 90% dessas áreas no Brasil encontram-se fora das áreas abrangidas por unidades de conservação oficiais. Nesse sentido, o gerenciamento deste amplo universo de trabalho, implica, fundamentalmente, a construção de um modelo cooperativo entre os diversos níveis e setores do governo e deste com a sociedade.
O Estado é o maior agente impactante nessa zona, com a capacidade de reverter tendências de ocupação e gerar novas perspectivas de uso, além de ser responsável também pela instalação de equipamentos ou melhorias na infraestrutura, sendo necessário, para a realização dessas intervenções estatais, a análise da legislação e dos planos de projetos praticados. E, o mais importante, que tais ações sejam de fato concretizadas e, não apenas, ficando no âmbito teórico e legal, pois a costa brasileira necessita de controle ambiental e político em suas estâncias.
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LEGISLAÇÃO COSTEIRA: RIO GRANDE
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O município de Rio Grande não posA nível estadual, existem vinte e sui uma legislação específica para gestão de cinco legislações a respeito do meio amsua costa lacustre e/ou marítima, por isso se biente, dentre elas, a Lei 8.676/88 e suas baseia em leis ambientais estaduais e federais posteriores atualizações (Lei 13.660/11 e Lei 14.285/13), a qual determina a obrigatoriedade dos municípios com orla marítima, lacustre ou fluvial, em demarcar áreas para pesca, lazer ou recreação. O Estado do Rio Grande do Sul prevê ainda, por meio do Código Estadual de Meio Ambiente, que tais municípios, para ter direito a responsabilidade de licenciamento ambiental, precisam obrigatoriamente elaborar um Plano de Meio Ambiente Municipal. É nesse contexto que surge, em 2006, o Plano Ambiental Municipal de Rio Grande, que caracteriza os ecossistemas, geografia, clima e tudo que envolve o meio ambiente do município.
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A cidade conta ainda com o Plano Diretor do Município do Rio Grande, que determina a localização das áreas de interesse ambiental e áreas funcionais. Devido a área de estudo pertencer a uma Área Funcional (Figura 2), foi necessário um maior estudo quais a precauções, em meios legais, para possíveis intervenções. A Avenida Henrique Pancada, segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande, é considerada Área de Preservação Permanente (APP). Segundo o Código Florestal – Lei Federal 12.651/2012 – Área de Preservação Permanente é: toda área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações urbanas.
Plano diretor do Município do Rio grande - Art. 76. Áreas Funcionais são as que requerem regime urbanístico especial, condicionando às suas peculiaridades no que se refere a:
O Código determina ainda que a intervenção nessas áreas só são possíveis nas hipóteses de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto ambiental, desde que seja delimitada de acordo com o mesmo. Essa delimitação, as áreas no entorno de lagos e lagoas naturais, deve ser, a partir da borda, de 30m, ou seja, indica-se 30m de total preservação da vegetação ali existente.
Demarcação entorno
I - Características de localização, situação, condição topográfica, proteção à saúde pública e ao patrimônio ambiental, nos seus aspectos ecológicos, paisagísticos e culturais; II-Equipamentos urbanos, programas e projetos governamentais implantados em sua área; III-Urbanização, regularização e produção de habitação de interesse social.
Figura 2: Mapa 06 do Plano Diretor do Município de Rio Grande - Unidades de Planejamento
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PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DO RIO GRANDE
ÍNDICE DE APROVEITAMENTO:1.2 residencial 0.66 Comércio/Serviço TAXA DE OCUPAÇÃO: 66%
TAXA DE PERMEABILIDADE: 35% - Dimensão mínima de lote: 250m² e 300m² para lotes de esquina RECUOS PARA AJARDINAMENTO: Mínimo de 4 metros
ÁREAS VERDES: 5%
PRAÇA, ESCOLA E OUTROS: 15% TESTADA MÍNIMA: 10m e 12m para lotes de esquina
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Instituído pela Lei Nº 6.585, de 20 de agosto de 2008, o Plano Diretor Participativo do Município do Rio Grande possui leis municipais que tratam de: Divisão Distrital, Perímetro Urbano, Regime Urbanístico, Parcelamento do Solo Urbano e Rural e Sistema Viário. Além de possuir o Código de Obras e Código de Posturas municipais como complementares.
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PARÂMETROS URBANÍSTICOS
Em 9 de dezembro de 2009, a Lei Nº 6.806m acrescenta o Artigo 26-A ao Plano Diretor: “Art.26-A Na Área Urbana ao longo das margens do Canal do Norte e Laguna dos Patos, independente da Unidade de Planejamento em que estiver inserida, fica permitida a implantação da atividade de “Preparação e conservação artesanal do pescado”, desde que atenda a legislação ambiental vigente, bem como ao Plano Diretor do Município.” O Plano Diretor possui ainda uma série de anexos que complementam e detalham cada tipo de atividade permitida no município. No caso da lei de uso e ocupação do solo o plano classifica a Orla Henrique Pancada como Área Funcional, o qual não possui um regime urbanístico pré-definido, porém, em seu entorno, existem áreas classificadas como Unidades Residenciais (UR) e Corredores de Comércio e Serviço (COR), onde o último se encaixa à Avenida Comandador Henrique Pancada. Com relação às URs, às que estão dentro da área, são regidas por parâmetros urbanísticos.
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O Plano Diretor conta ainArt.20. As Unidades Residenda com o anexo 2, instituído pela Lei ciais são caracterizadas pela homoge6.964 de dezembro de 2010, o qual neidade de uso, em que predominam as define para cada unidade residencial residenciais. ou mista, as atividades permitidas. atividades Parágrafo único. As ativiNo diagrama ao lado é des- dades residenciais são as exercidas em tacada as atividades para área do função da habitação, as complementares entorno da Orla Henrique Pancada. ou compatíveis com essa, e os equipamentos locais comunitários e de serviço
ao público, quantificados de acordo com as densidades populacionais estabelecidas pelo Plano Diretor da unidade residencial ou mista, as atividades permitidas. No diagrama abaixo é destacada as atividades para área do entorno da Orla Henrique Pancada.
HABITAÇÃO Unifamiliar e Coletiva COMÉRCIO VAREJISTA
SERVIÇOS PROFISSIONAIS VINCULADOS À HABITAÇÃO
Carnes, fruteiras, padarias, peixarias, armazéns, hortomercado, bares, cafés, lancherias, restaurantes, farmácias, drogarias, perfumarias, ferragem, material elétrico, supermercado, armarinhos, bijuterias, postos de abastecimento, depósitos e postos de revenda de gás classe 01, bazar, peças e acessórios para veículos, artigos sanitários, material de construção, máquinas, aparelhos, equipamentos diversos, veículos, floricultura, produtos agrícolas e veterinários, artigos religiosos, vidraçarias e centro comercial.
Conserto de calçados e artigos de couro, conserto de máquinas e aparelhos elétricos ou não de uso pessoal ou doméstico, reparação de instalações elétricas, hidráulicas e de gás, reparação de artigos diversos, barbearias, salões de beleza, manicuras e pedicuros, massagistas, alfaiatarias, ateliers de costura, bordado e tricot, profissional liberal técnico e universitário e profissional autônomo.
SERVIÇOS DE LAZER E CULTURA COMUNITÁRIO E SOCIAIS
SERVIÇOS PESSOAIS
Áreas verdes de uso público para recreação ativa (praça), clubes e locais privados de uso recreativo ou esportivo de caráter local, clubes e locais privados de uso recreativo ou esportivo de caráter urbano, centros de comunidade, centros esportivos, ruas de lazer, locais para parque de diversões, circos, etc., estabelecimentos de ensino formal de 1° grau; estabelecimentos de ensino formal de 2° grau; estabelecimentos de ensino formal de 3° grau, creches, escolas maternais, centros de cuidados, jardim de infância ou pré 1° grau (incluindo o pré 1° grau de ensino formal), escolas especiais, arquivos, auditórios, bibliotecas, centro cultural, cinema, discoteca, instituto do livro, ligas e associações assistenciais e beneficentes, museus, pinacotecas, planetário, teatros, templos e locais de culto em geral, televisão educativa, instituições científicas e tecnológicas, agências de serviço social, asilos, conselhos comunitários, associações de moradores, entidades de classes e sindicais, instituições de menores.
Confecção sob medida de artigos do vestuário, confecção sob medida de calçados e demais artigos de couro, barbearias, salões de beleza e massagistas, saunas, duchas e termas, laboratórios de análises clínicas, radiologia, ótica e prótese, estúdios fotográficos.
SERVIÇOS PÚBLICOS
Federal, estadual, regional, municipal, entidade de turismo, prédios e instalações vinculados às policias civil e militar, prédios e instalações vinculados ao corpo de bombeiros.
SERVIÇOS PROFISSIONAIS E TÉCNICOS
Pequenos ambulatórios, postos de atendimento de urgência e postos de atendimento médico.
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LAGOA DOS PATOS De acordo com Tomazelli e Villwock (1991, p.15), o termo lagoa refere-se genericamente aos corpos aquosos litorâneos, independente de suas dimensões ou de seu grau de afastamento ou ligação com o mar. Segundo Phleger (1981, p.54), é um corpo d’água salobra ou salgada que foi represado por uma barreira arenosa, mas que ainda mantém comunicação com o mar por intermédio de um ou mais canais. O termo lago é aplicado àquelas lagoas costeiras que não possuem conexão direta com o mar e que, apresentam características de água doce (TOMAZELLI; VILLWOCK, 1991, p.15).
LAGOA
Considerada uma das maiores lagoas costeiras da América do Sul, a Lagoa dos Patos possui uma superfície de 10 000 km², extensão aproximada de 250 km, largura de até 56 km e mais de 300 km de vias navegáveis.
LAGUNA
Ao Sul, a lagoa assume característica de região estuarina devido a sua comunicação com o Oceano Atlântico, através do Canal do Norte, localizado entre Rio Grande e São José do Norte, e do Canal São Gonçalo e Lagoa Mirim, entre Pelotas, Rio Grande e Santa Izabel do Sul. Afetados pela circulação atmosférica de larga escala, a direção e intensidade dos ventos e a quantidades de chuva, resulta em uma salinidade e níveis de água da lagoa variáveis (Kantin, 1983).
LAGO
O termo lagoa foi introduzido pelos portugueses, e é definido como sendo um pequeno lago próximo à costa (1922 apud PACHECO, 1987, p.107). Figura 3: Localização Lagoa dos Patos. Fonte: Brasil Turismo
Paralela ao Rio Grande do Sul e separada do Oceano Atlântico por uma extensa restinga, a lagoa permeia importantes cidades do estado. Ao Norte, junto a cidade de Porto Alegre, abriga o Rio Guaíba que apresenta características de rio, estuário e de lago, e considerado, juntamente com seus afluentes, um dos principais responsáveis pelo aporte de água à lagoa (MÜLLER, 2003).
A Lagoa dos Patos possui planos de águas rasas, variando de 2m a 6m de profundidade. Próxima a Rio Grande, os 6m de profundidade são constatados mais próximas as regiões do porto de exportações (DAER – Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem).
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PESCA: O CASO DE RIO GRANDE Rio Grande, cercado pelas águas da Laguna dos Patos e do litoral adjacente, com mais de 200 espécies de peixes a serem pescadas, sempre foi propícia para a industria da pesca (CHAO et al, 1982). Por volta do início dos anos 1960, a localização estratégica do município atraiu várias industrias de cunho pesqueiro. Em 1967, através do Decreto-Lei 221-67 o go20/09 - 20/12 PRIMAVERA verno federal planejava transformar a pesca em uma industria base (MARTINS, C.A.A. BAGRE TAINHA & RENNER, M.A.G, 2014). Alcançando seu objetivo em 1990, e transformando Rio Grande em um complexo industrial de importância nacional. Porém, devido a extração exacerbada e sem controle sustentável 21/12 - 20/03 VERÃO das espécies, várias industrias acabaram CAMARÃO falindo e sendo abandonadas. Paralelamente à atividade fabril, existia a pesca artesanal.
OUTONO 20/03 - 20/06 LINGUADO
20/06 - 21/09 INVERNO ANCHOVA CORVINA LINGUADO
O município possui em seu entorno ilhas que abrigam uma população pesqueira, como é o caso da Ilha dos Marinheiros com mais de 400 famílias de pescadores e a Ilha da Torotama com, aproximadamente, 250 famílias. Segundo a Secretaria de Município da Pesca (SMP), a cidade conta com várias comunidades de pescadores, que se localizam, além das ilhas, nos aglomerados de bairros: -Henrique Pancada, Prado, São Miguel e Bosque Silveira -Mangueira, Parque Coelho e Bernadete -Barra Velha, Barra Nova e Querência (Praia do Cassino) Todos os anos, ocorre na cidade a Festa do Pescador e Festa da Anchova, comemorado no dia do padroeiro de Rio Grande, São Pedro. A prefeitura realiza também alguns projetos para estimular a pesca artesanal, como a introdução do peixe na merenda escolar, o curso de boas práticas para os pescadores e feiras livres no centro da cidade. Dentre os peixes característicos da região estão a Anchova, Tainha, Corvina de água doce, Linguado e Bagre mas o camarão é o produto que mais dá rentabilidade as famílias pesqueiras riograndinas. O diagrama mostra as época mais propicia para a pesca do camarão e das espécies de peixes mais capturadas pelos pescadores locais, segundo o secretário de pesca do Rio Grande.
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03.SITUAÇÃO URBANA
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Rio Grande, com sua localização estratégica, teve um papel muito importante para a formação do Estado. A fundação da primeira vila da Província do Rio Grande do Sul abriu uma porta para o ingresso de tropas militares em qualquer ponto do Estado, devido à facilidade oferecida pelo porto marítimo. A colônia brasileira passava por um período de expedições do ouro em seu interior, quando o interesse da coroa portuguesa em estender seus domínios até a região da Prata surgiu. Em 1680, foi fundada pelos portugueses, em frente a Buenos Aires e na parte setentrional do rio da Prata, a fortaleza da Colônia do Santíssimo Sacramento (Weimer, 1992). Em 1736, antes da chegada de Silva Paes, já havia sido iniciada a construção da cidade por Cristovão Pereira de Abreu. Devido a localização vulnerável a ataques espanhóis, em 1737, Silva Paes decidiu estabelecer uma fortificação de caráter definitivo, o presídio de Jesus-Maria-José. Nos anos seguintes, surgiram mais duas povoações ao redor da Fortificação do estreito de Santa’Ana, construída em 1738 e Rio Grande se consolidava como sede alternativa da Colônia do Sacramento. Silva Paes, providenciou a vinda de pessoas do Rio de Janeiro e em 1747, Rio Grande foi elevada a condição de vila (VOLKMER, 1994).
Entre 1763 e 1776, houveram invasões espanholas e o assentamento original da vila de Rio Grande deteriorou-se, dispersando a população e contribuindo para o estabelecimento de novos núcleos de povoação pelo interior do Estado.
A prosperidade trazida pela intensificação do comércio atraiu e financiou a instalação de importantes industrias entre 1917 e 1937, porém anos 50 essas atividades paralisaram e houve o consequente abandono das atividades fabris.
Com a perda da Colônia do Sacramento para os espanhóis em 1780, e início do ciclo do charque, a vila se tornou um grande escoador da produção, acentuando as atividades portuárias e o crescimento urbano. Então, no final do século XIX, a vila foi elevada a categoria de cidade pela Lei Provincial Nº 5, de 27 de junho de 1835.
Estabelecimento da Colônia do Sacramento
1680
Silva Paes constrói o forte de Jesus-Maria-José
1736
Início da instalação dos portugueses em Rio Grande
1737
Invasões espanholas
1747
1763
Colônia elevada a condição de Vila do Rio Grande
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HISTÓRICO Os anos de 1940 e 1941 foram marcados por excessivas chuvas na região da Lagoa dos Patos. Os municípios do entorno da Lagoa receberam em 1941 um volume de 1.828mm de chuvas muito além de sua média anual de 1.200- 1.300mm (ANUÁRIO, 1941:55).
Vila elevada a Cidade de Rio Grande
Provocando o aumento do nível da Lagoa e consequente inundação das cidades as suas margens. Em Rio Grande, há relatos de que a enchente causou grandes prejuízos, transbordando água pelo cais, fronteiro ao Mercado Público, pela rua Riachuelo e por toda a extensão da margem do canal. Rapidamente, todo o litoral norte e sul, incluindo o Saco da Mangueira, foram invadidos pelas águas. Conforme a Revista do Globo, na rua Riachuelo as águas subiram a mais de meio metro de altura, invadindo residências e estabelecimentos comerciais (Torres, 2012).
A grande enchente
Posição estratégica 1780
Perda da Colônia do Sacramento e importância porto Rio Grande
1835
1917
Instalação de industrias
1941
1950
Paralisação e abandono das atividades fabris
RIO GRANDE Escoador de produção A grande enchente Vila Rio Grande
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PLANO DE MOBILIDADE DE RIO GRANDE Infraestrutura Rotas Cicláveis Transporte público
PEDESTRE
Humanização do Trânsito
Criado em 15 de mar- Sistema Cicloviário: rotas ciço de 2011, o Plano de Mobilida- cláveis por toda a cidade, promovendo de Urbana do Rio Grande abrange: a humanização do trânsito, estipulando largura mínima de pistas, tipo de sina- Programa Calçada Legal: lança- lizações, instalação de bicicletários e mento de diretrizes para implantação de estacionamento sinalizado nas vias púpasseios acessíveis, priorizando a cir- blicas. Sendo criado duas ciclorotas, culação de pedestres nas vias urbanas, uma ao norte e outra ao sul (Figura 9). organizando usos do espaço público e a posição de elementos que munem - Troncalização e Integração do as calçadas da cidade, evidenciando os Transporte Coletivo Urbano e Distrital registros históricos da pavimentação. - Estações Principais de InteComo a largura das calçadas, mobiliário urbano, iluminação e segurança pú- gração: planejar a construção do problica, redes de infraestrutura e outros. jeto arquitetônico das estações do transporte coletivo urbano integrado. tos
Tratamento dos PonCríticos de Rio Grande
Com um total de 12 332m de percursos e cinco trechos, que foram classificados em função do tipo de paisagem e mudança no tipo de via ciclável. A Avenida Comandador Henrique Pancada está inclusa em uma das duas grande rotas cicláveis previstas no plano, no caso a ciclorota ao norte de Rio Grande. A rota da Orla Henrique Pancada pertence ao trecho 3, mais precisamente no sub-trecho 3.2, com uma extensão de 2 400m, é classificada como ciclofaixa bidirecional e localizada junto ao calçamento da orla e com o uso voltado para lazer (Figura 4).
Figura 4: Rotas Cicláveis de Rio Grande. Fonte: Plano de Mobilidade Urbana do Rio Grande.
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PONTOS DE INTERESSE Residencial Jockey Club Praça Shopping
Praça Saraiva
LAGOA DOS PATOS
Secretaria de Infraestrutura
Sindicato Rural
SACO DA MANGUEIRA
Subestação da CEEE
Estádio Aldo Dapuzzo
Cemitério Católico
Imagem extraída do Google Earth e adaptada pela autora Santa Casa de Rio Grande
O município de Rio Grande , no entorno em questão, é atendido pelo Saco da Mangueira e pela Lagoa dos Patos. Próximos a essas orlas existem uma gama de sedes institucionais, locais de lazer e comércio.
Legenda Residencial Comercial Institucional Serviço Área de intervenção
27
28
04.SĂ?TIO
29
Imagem da autora
A cidade, quando vista de cima, possui grandes massas verdes em todo seu território. Com sua pequena área de urbanização, muitas desses espaços verdes são áreas não edificadas e até mesmo não urbanizadas.
No entorno imediato não é diferente, com a Orla Henrique Pancada toda composta por vegetação nativa e plantada, as ruas próximas também possuem lotes com vazios e algum traço de vegetação.
possuem um estrutura adequada, por isso, em sua maioria são campos de futebol utilizados pela sociedade. A orla possui espaços com equipamentos de playground, implantados pela prefeitura, e locais de lazer pasNo que diz respeito as praças e par- sivo, construído pela própria soques, apesar de existentes, não ciedade e utilizados pela mesma.
Rio Grande. Fonte: Google Earth 2017 e modificada pela autora
1 distrito e área de projeto.Fonte: Google Earth 2017 e modificada pela autora
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ENTORNO ÁREAS VERDES
Imagem extraída do Google Earth e adaptada pela autora
Legenda Massas verdes Parques e Praças Águas Lênticas Demarcação da área de intervenção
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HIERARQUIA VIÁRIA
Av. Com. Henrique Pancada
Av. Cidade de Pelotas
RuaArgentina Argentina Rua
Av. Cidade de Pelotas
Av. Com. Henrique Pancada
Rua Dom Bosco
Imagem extraída do Google Earth e adaptada pela autora
O entorno em questão conta com quatro ruas coletoras, a Av. Henrique Pancada, Av. Pelotas e Ruas Dom Bosco que ligam a entrada da cidade ao centro histórico e comercial, e a Rua Argentina no sentido norte-sul que dá acesso a orla.
De acordo com o Plano Diretor do Rio Grande, as ruas coletoras Av. Henrique Pancada e Av. Cidade de Pelotas são classificadas como Corredores de comércio e serviços, ou seja, avenidas que possuem maior fluxo de veículos.
Rua Dom Bosco
Legenda
Via Coletora Via Local Demarcação da área de intervenção
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TRANSPORTE PÚBLICO
Av. Com. Henrique Pancada
Rua Argentina
Av. Cidade de Pelotas
Rua Dom Bosco
Imagem extraída do Google Earth e adaptada pela autora
Rio Grande possui duas emEm 2010 houveram mudanpresas de transporte público urbanas, ças nos trajetos dos ônibus, com Noiva do Mar e Cotista, que circu- o objetivo de integração das linhas. lam dentro dos 5 distritos da cidade. O mapa acima mostra linhas de percurso do transporte público, ou seja, representações de parte dos
Legenda
Cassino Cidade Nova Polivalente - Portugal Junção via Prado via Bosque Junção Prado via Presidente Vargas
trajetos percorridos pelos ônibus que passam próximo a área de intervenção.
No entorno da área estudada passam quatro linhas, todas da empresa Noiva do Mar, que seguem no sentido leste-oeste, ou seja, que dão acesso ao centro.
33
As massas de ar são grandes porções de ar que influenciam diretamente na temperatura e índices pluviométricos do continente. O Rio Grande do Sul situa-se em zona climaticamente de transição, pois recebem influências tanto de massas e frente polares, como de
massas tropicais e correntes delas. Na cidade de Rio Grande, por sua localização mais ao sul, recebe menor influência dos sistemas polares, porém maior dos sistemas tropicais marítimos conjugados com o efeito do relevo e da continentalidade decorrentes (Rossato, 2011).
Imagem disponibilizada pela biente de Rio Grande e
Secretaria de Meio Ammodificada pela autora
Com um clima subtropical úmido, com inverno frio e verão fresco e forte influência do oceano, Rio Grande possui chuvas regularmente distribuídas durante o ano, possuindo maiores precipitações nos meses de inverno e primavera. (Klein, 1998).
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ENTORNO IMEDIATO VENTOS, CLIMA E MASSAS DE AR
Legenda Vento Sudoeste ou Minuano Vento Nordeste ou Nordestão Massa Tropical Continental Massa Tropical Atlântica Massa Polar Atlântica
No município há predomínio de ventos com direção nordeste (popularmente conhecido como “nordestão”) na maioria dos meses do ano, com exceção dos meses de maio, junho e julho, onde é verificada uma grande influência de ventos de sudoeste e oeste (Braga, 1995).
Sendo o grande responsável pela dinâmica costeira e correntes litorâneas, o vento é fator determinante no desenvolvimento e migração do campos de dunas costeiras e no regime hidrodinâmico da Lagoa dos Patos (Projeto Orla, Rio Grande, 2011).
Com temperatura média de 18 º C, mas com amplitude térmica anual bem alta, suas temperaturas médias variam entre 8 e 13 ºC nos meses mais frio e 17 e 23 ºC no verão . Caracterizando a região que está situada Rio Grande de conjuntos de médias mais baixas do Estado.
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Secretaria de Meio Ammodificada pela autora
R. Acre
R. Cel. Pilar
Av. Brasil
R. Coronel Pedroso
R. Gustavo Sampaio
Av. Argentina
R. Peru
Imagem disponibilizada pela biente de Rio Grande e
Av. Cidade de Pelotas
Legenda
Sem pavimentação Bloco de concreto Asfalto
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PAVIMENTAÇÃO DAS VIAS
Como mostra o mapa, apenas as vias principais possuem asfaltamento adequado, sendo que, segundo a Secretaria de Infraestrutura do Município, tal asfalto não está com a qualidade adequada, possuindo apenas 1cm de espessura, mesmo sendo 5cm o mínimo.
Não apenas isso, mas ausência de passeio em boa parte delas, como também a escassez de sinalização de trânsito e poucas faixas de pedestres, são características marcantes.
R. Ernesto Alves
R. José de Alencar
R. Gonçalves Dias
R. Castro Alves
R. Casemiro de Abreu
Rua Visconde de Rio Branco
R. Tobias Barreto
R. Álvares Cabral
Rua Visconde de Mauá R. das Missões
R. Guarda Óscar Jesus
R. Amapá
Av. Henrique Pancada
Segundo a Prefeitura do Rio Grande, são feitos reparos semanais nas avenidas, enquanto as que não possui asfaltamento, recebem apenas o “tapamento de buracos” com brita ou areia.
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38
Imagem disponibilizada pela biente de Rio Grande e
Secretaria de modificada
Meio Ampela autora
EQUIPAMENTOS URBANOS, CICLOVIAS E ATIVIDADES DE INTERESSE PARA ORLA
Legenda Parada de ônibus Vendedores itinerantes Playground Teatro ao ar livre Ciclofaixa projeto Ciclofaixa existente
Segundo o Plano de Mobilidade Urbana de Rio Grande há um projeto proposto, como dito anteriormente, para implantação de uma ciclovia que passe pela Av. Henrique Pancada, além disso, já existe uma ciclovia na Av. Cidade de Pelotas.
Com relação a paradas de recentemente pela prefeituônibus na área , apesar de ser bem ra e em boas condições, os banatendida, existe um problema com cos são poucos e mal distribuídos. a qualidade destas, visto que apeExiste na orla, um projeto da prenas três possuem abrigo e assento. feitura, em construir um teatro ao ar liOs equipamentos que existem na vre em frente a nova escola. Ela também orla são mal atendidos, apesar de possuir é utilizada por comerciantes itinerantes, dois playgrounds, todos inaugurados como vendedores de peixe e cebola.
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Legenda
1 metro 2 metros 3 metros 4 metros 5 metros
Imagem disponibilizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Rio Grande e modificada pela autora com o auxĂlio do programa Global Mapper
1m
1m 2m 2m
3m 3m
5m 4m
Curvas de nĂvel altimĂŠtricas
40
TOPOGRAFIA
2m
4m
5m
Rio Grande possui uma topografia plana, com altitudes que variam, em média, de 1m a 5m acima do mar. Situado sobre terrenos sedimentares, seu solo é arenoso não estratificado, com lençol freático com profundidade que vai de 1m a 2m de profundidade (Mirlean et al, 2005).
5m
Localizada na parte sul da planície costeira do Rio Grande do Sul, a região faz parte da Planície Costeira Sul. O assentamento do município se deu a partir da margem da Lagoa dos Patos, sobre terrenos mais altos, compostos por dunas de areia, pois ao sul estavam localizados os banhados (Dias, 1998).
Nesse sentido, os terrenos próximos a Lagoa dos Patos, com é o caso da Orla Henrique Pancada, possuem um solo de característica argilosa, muito permeáveis, porém, passível de construção de edificações de até cinco pavimentos.
41
Legenda
Linhas de drenagem
Escoamento
Locais de alagamento
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Imagem disponibilizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Rio Grande e modificada pela autora com o auxĂlio do programa Global Mapper
DRENAGEM
O município, possui todo o escoamento pluvial da cidade desaguando no Saco da Mangueira ao sul e na Lagoa dos Patos ao norte. Por esse motivo, a Orla Henrique Pancada possui uma infinidade de locais para escoamento direto na Lagoa.
boa parte dos domicílios ligam a rede de esgoto diretamente no encamento pluvial, visto que Rio Grande possui apenas 33% dos domicílios ligadas a rede de esgoto, segundo dados da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN). Por descaso da prefeitura ou imprudência dos usuários, este Porém, esta água possui alto grau é um problema alarmante na cidade. de poluição, pois, de acordo com a Secretaria de Infraestrutura do município,
Ainda segundo a Secretaria de Infraestrutura, todo ano o nível da Lagoa sobe, devido a incidência de fortes ventos na região. Por isso, alguns pontos da avenida sofrem de alagamentos causados por problemas com o escoamento da água, que é impossibilitado pelo lixo. A prefeitura alega toda semana ocorrer a limpeza desses desaguadouros, fato negado pela população residente do local.
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USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
0
50
100
ESCALA: 1:8500
Legenda
Porém, a partir da Rua Visconde do Rio Branco as edificações passam a ter caráter essencialmente residencial, Misto por esse motivo, o raio de influência Educacional da Orla Henrique Pancada foi escolhido Vazio até esta via. Isso não significada que a Assentamento irregular população de outras ruas ou bairros Áreas verdes não se utilizam desta, mas não posNa vias paralelas, na Rua Vis- suem influência direta em seus usos. conde de Mauá, mais precisamente, a influência da orla ainda é bastante forOutro pronto importante a ser te, onde é possível notar a presença de destacado é o caso do assentamento irusos mistos, comerciais e residenciais. regular que está inserido na paisagem. Essa região, de acordo com o Projeto Papareia 1¹ ,é uma das mais antigas favelas do município, localizada em área urbana de ocupação intensiva, conforme o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado. 1. Projeto de urbanização da Vila Henrique Pancada Residencial Comercial
organizado
A Av. Com. Henrique Pancada e suas ruas paralelas possuem um uso predominantemente residencial e misto. Nesta avenida, o uso do comércio junto com o domicílio é mais forte, além de pontos de serviço, como oficinas e consertos, são também os mais encontrados .
em 1997 pela Prefeitura do Rio Grande.
Distante aproximadamente 2km do centro comercial, essas famílias não possuem qualificação profissional, vivendo de emprego sazonal, empregos domésticos e fundamentalmente da pesca artesanal, em especial do camarão. Sabendo da história dessa região para a cidade, mesmo que seja uma população marginalizada, ela possui grande importância histórica para a formação do local. Metade da área já não se encontra em zona de risco, com exceção da parte mais a esquerda que, além de não possuir qualquer tipo de infraestrutura básica, como saneamento básico ou rede elétrica, agride o meio ambiente, visto que o aterramento doe boa parte do local foi feito com lixo pelos habitantes dali.
CHEIOS E VAZIOS
0
50
100
ESCALA: 1:8500
Legenda Cheios Vazios Assentamento irregular Áreas verdes
A análise de cheios e vazios demonstra a relação entre fundo e figura na implantação. Assim, índices como afastamentos , taxa de ocupação e áreas máximas de construção assumem papéis efetivos na configuração do espaço (Kohlsdorf, 1996). Nesse sentido, a relação de recuos frontais e laterais são muito variáveis. Com relação ao frontal, existe o problema da ausência de passeio na maioria das quadras, por isso, fica difícil definir algum limite e padrão. Já o afastamento lateral é quase que inexistente, visto que boa parte domicílios até se apropriam do lote alheio.
O mapa mostra a presença de um tipo de parcelamento comum na região estudada, ou seja, a forma como o solo é dividido para vários tipos de ocupação. No caso do entorno da Orla Henrique Pancada, as quadras são compostas por figuras simples, regulares em sua maioria (com exceção do trecho que está na curvatura da Av. Henrique Pancada) e formam conjuntos por grande repetição de elementos. Os lotes, inseridos nas quadras, também seguem o mesmo caráter.
ALTURAS DAS EDIFICAÇÕES
0
50
100
ESCALA: 1:8500
Legenda Térreo 2 pavimentos 3 pavimentos 4 pavimentos 5 pavimentos Assentamento irregular Áreas verdes
O solo da região, como citado anteriormente, possui características arenosas e argilosas, além de um lençol freático a uma profundidade curta. Por isso, as edificações, principalmente mais próxima a orla, são basicamente térreas ou de dois pavimentos. Existem ainda, alguns poucos edifícios que chegam a cinco pavimentos, mas não são os mais indicados para o local.
Os prédios de dois pavimentos são, em sua maioria, de caráter residencial e educacional. Aqueles que ultrapassam três pavimentos, são edificações coletivas residências. Existem também uma gama de galpões abandonados no entorno, tais foram classificados não pelo número de pavimentos, mas pelas suas alturas, ou seja, um galpão de dois andares, foi classificado como de três pavimentos, pois sua dimensão vertical ultrapassava a altura padrão de dois pavimentos desse caráter, chegando a uma edificação de três ou até quatro.
B
B’
5.80
0
50
C
A
C’
A’
PERFIS VIÁRIOS
10.00
5.47
100 5.80
10.00
5.47
ESCALA: 1:8500
No entorno da Orla Henrique Pancada existem uma gama de avenidas e ruas. Nesse sentido, foram escolhidas apenas as vias de maior fluxo. O Perfil A, Avenida Comandador Henrique Pancada, não possui em muitos de seus trechos o espaço do pedestre bem delimitado, já o lado que pertence a Orla é notória a presença o passeio, porém sem pavimentação.
4.15
12.00
5.80
3.90
10.00
5.80
5.47
10.00
5.47
4.15 4.15
PERFIL A - AVENIDA Comandador HENRIQUE PANCADA (sem escala)
12.00 12.00
3.90 3.90
PERFIL C - VISCONDE DE MAUÁ (sem escala)
O Perfil B, Rua Argentina, também não possui delimitação de via carroçavel e passeio definidos, por isso foram usadas medidas estimadas. O Perfil C, Avenida Visconde de Mauá, em alguns trecho nota-se essa delimitação, como foi o caso do perfil utilizado.
8.26
10.43
8.26
10.39
4.15
12.00
PERFIL B - ARGENTINA (sem escala)
5.57 5.57
3.90
8.26
10.39
5.57
Imagem disponibilizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Rio Grande e modificada pela autora
2
1
3
1 1
2
2
3
3
4
Legenda Marcos Visuais Pontos Nodais Limites visuais da orla Limite Lagoa e Via
1
4
2
5
3
7
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MAPA MENTAL
4
7
6
5 4
5
Dos cinco elementos classificados por Lynch, os três utilizados foram: A análise visual segundo Lynch, organiza os lugares mentalmente representados por intermédio de cinco elementos que, por hipótese, são constantes em todo e qualquer espaço urbano existente (Kohlsdorf, 1996). É importante frisar que a análise apenas utiliza a nomenclatura dos elementos, visto que o “mapa mental” foi realizado com base na visão da autora e não através de entrevistas, como determina Kevin Lynch.
5
6
Esta técnica é uma das mais utilizadas e adequadas para o estudo de uma área, pois Kevin Lynch não apenas extrai as formas físicas, como também as atividades e comportamentos sociais no local estudado.
Limites: não são, necessariamente, limites físicos ou políticos, sendo mais como algo que dificulta a transição do observador de um ponto a outro do espaço urbano. Conhecidos como bordas e caracterizados como elementos lineares, estes são rupturas entre dois espaços do espaço urbano, ou seja, são fronteiras. Pontos nodais: também conhecidos como ponto ou nós, são mais reconhecidos pelo uso do que pela forma, sendo o movimento sua principal característica, podendo ser intersecções de caminhos. Marcos visuais: diferentes do pontos focais, são definidos por formas simples e contrastantes, permitindo leitura e orientação da estrutura espacial da área.
49
32.87
73.06
188
.07
46.94 159
.40
37.7
4
100.21
47.48
Com aproximadamente 1.90 km de extensão e 7.76ha de área, a Orla Henrique Pancada conta com áreas de vegetação nativa e plantada, como já comentando anteriormente. Possuindo trecho mais largos verticalmente, o mínimo que existe entre a margem da Lagoa dos Patos e o leito carroçavel é de 31m. Os mapas ao lado mostram as dimensões da orla, de acordo com o mapa urbano (MUB) disponibilizado pela prefeitura.
145.95
63.32
230.2
1
De acordo com o Código Florestal, instituído pela Lei 12 .651 de 2012, é necessário reservar 30m para Área de Proteção Ambiental, em zonas urbanas que ficam no entorno de lagos e lagoas naturais, a partir da borda da calha do leito regular. Dessa forma, foi demarcado essa faixa com o objetivo de não degradar o ecossistema ali existente.
372,71
Demonstrando que esse perímetro já é respeitado, visto que a orla possui grande extensões de verde.
0
50
100
ESCALA: 1:8500
50
ORLA HENRIQUE PANCADA LEVANTAMENTOS GERAIS Área: 7.76 ha 11.83 100.78 112.95 18.25 103.18
31.4
3
92.46
16.71
121.07
726.96
83.58
44.52
92.65
2
7 28.
67.36
4
111.3
6
241.9
0
100
50
72.73
45.71
31.21
32.43
58.79
47.57
41.27
ESCALA: 1:4500
42.32
3 128.0
8.36 18.83 8
23.96
12.84 6 2 . 2 5 56.13
0
50
100
ESCALA: 1:8500
404
.52 252.82
9 387.4
881.57
0
50
100
ESCALA: 1:8500
2004
Legenda
Limite Natural em 2004
Aterro
Trapiches
Aterro
Trapiches
Aterro
Trapiches
Imagem do Google Earth e modificada pela autora
2009
Legenda
Limite Natural em 2004
Imagem do Google Earth e modificada pela autora
2013
Legenda
Limite Natural em 2004
Imagem do Google Earth e modificada pela autora
52
ATERROS
Trapiches
Ocupação
Aterro
Esgoto
Os aterramentos na Orla Henrique Pancada foram construídos pela população local, o grande problema disso é a forma inadequada que é realizado, no caso, com depósito de lixo.
Lagoa dos Patos Favela
Outro fato constatado é o crescimento da Vila Henrique Pancada, o assentamento irregular localizado a na extremidade esquerda do mapa, destacando a importância do lugar para os moradores do município.
Como mostra a cronologia da orla, é notória a inclusão e retiraO crescimento da Vila ocorreu da de dois trapiches e a instalação de forma irregular, causando degradade uma parte de aterro significati- ção ambiental, devido aos depósito de vo, próximo a um desses trapiches. lixo para aterrar locais muito alagáveis.
Lixo
Degradação Ambiental
Não apenas a orla, mas o seu O nível da Lagoa dos Patos sofreu entorno também possui lotes e qua- um pequeno aumento, entre 2004 e 2017, dras, antes vazios, e hoje ocupa- porém, não foi encontrado nenhuma pesdas ou em processo de ocupação. quisa que comprove, além das imagens de satélite extraídas do Google Earth.
2017
Legenda
Limite Natural em 2004
Aterro
Trapiches
Imagem do Google Earth e modificada pela autora
53
01- Jerivá - (Syagrus romanzoffiana) 02- Salso Chorão (Salix x pendulina) 03- Álamo (Populus nigra) 04- Junco (Juncus effusus) 05- Plátano (Platanus x hispanica) 01
02
Fonte: Imagem disponibilizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Rio Grande e
03
modificada pela autora
04
04
54
LEVANTAMENTO DE VEGETAÇÃO EXISTENTE
O Plano Diretor de Arborização sugere o uso, em corredores verdes, de espécies que produzem frutos para alimentação dos animais. Nesse sentido, o Jerivá foi uma das espécies plantadas na Orla Henrique Pancada, porém Rio Grande elaborou em 2009 a data exata desse projeto não foi eno Plano Diretor de Arborização urbana contrado, mesmo sendo realizado pela (PDAU), que estabelece critérios quan- Prefeitura Municipal do Rio Grande. tos às espécies recomendadas para ArAs outras espécies preborização Urbana. Além do PDAU, exissentes são nativas da cidatem outros instrumentos legais básicos como os Códigos de Obras ou Posturas de e da região de litoral lacustre. Municipais e os Códigos de Loteamentos. Segundo a Constituição Federal, toda cidade com mais de 20 mil habitantes, deve, obrigatoriamente, contar com plano diretor aprovado pela Câmara Municipal.
55
1
3
2
1
2
6 3
10 4
5
7
Fonte: Imagem disponibilizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Rio Grande e
7
9
8
modificada pela autora
8
9
56
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
4
11
12
13
10
5
6 18
15
14
16
11
17
12
57
1
2
6 3
10 4
5
7
Fonte: Imagem disponibilizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Rio Grande e
13
8
9
modificada pela autora
14
15
58
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
11
12
13
16
18
15
14
16
17
17
18
59
Imagem da autora
05.PROJETOS REFERENCIAIS
60
Fonte:http://www.sasaki.com/project/134/chicago-riverwalk/
CHICAGO RIVERWALK
ARQUITETOS: Chicago Department of Transportation, Ross Barney Architects, Sasaki Associates, Jacobs Ryan Associates, Alfred Benesch & Company LOCALIZAÇÃO: CHICAGO, IlLINOIS EUA ANO DO PROJETO: 2009 - 2016 ÁREA: 3.5 ha
61
Fonte:http://www.sasaki.com/project/134/chicago-riverwalk/
Finalizado em 2016, o projeAlém do desafio de lidar com as to teve início em 2009, sendo execu- inundações anuais de até 2m do rio, o parque tado em etapas desde sua concepção. linear possui sete metros de largura e uma área totalmente urbanizada a sua margem. Com uma área abrandando seis quarteirões, o objetivo era abraçar o rio e Com um programa de usos bem sua riqueza natural. Chicago possui uma variados, a orla foi dividida em bloextensa costa lacustre (região dos grandes cos, cada qual com sua identidade única: lados) e grandes braços de rios que cortam The Marina Plaza (A Marina): a cidade, porém esses rios são esquecidos. restaurantes e mesas ao ar livre ofereNesse sentido, os arquitetos cem vistas da vida próxima a água, introuxeram a cidade para o rio nova- cluindo passeio turístico de barco. mente, transformando em um espaThe Cove (A Enseada): Aluguel ço de conexão entre as margens do rio. de caiaque e locais para artesanato ; The River Theatre (O Teatro do Rio): Uma escadaria escultural que oferece conectividade para pedestres à beira da água e assentos, enquanto as árvores fornecem vegetação e sombra.
62
THE RIVERBANK
The Water Plaza (A Piscina): um espaço com fontes e chafariz que oferece uma oportunidade para crianças e famílias se envolverem com água na beira do rio. The Jetty (O Cais): Uma série de cais e jardins oferecem um ambiente de interação com o rio, incluindo oportunidades de pesca e identificação de plantas nativas.
THE JETTY
The Riverbank (A Margem do Rio): um passeio acessível e uma nova marina, dão acesso a umas das avenidas que cortam o rio. Em outras palavras, cada peça tem sua própria maneira de resolver a orla para a cidade, seja criando programas esportivos ou usando elementos de desenho urbano para facilitar a transição de ruas a estes espaços de permanência (terraços, bancos alinhados com rampas).
THE MARINA PLAZA
63
Fonte:http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/ online/beira-mar-de-fortaleza-ganhara-letreiros-turisticos-1.1687875
REQUALIFICAÇÃO DA AV. BEIRA MAR
ARQUITETOS: RICARDO MURATORI, ESDRAS SANTOS, FAUSTO NILO LOCALIZAÇÃO: FORTALEZA, CEARÁ BRASIL ANO DO PROJETO: 2009 - 2011 EXTENSÃO: 3.5 km
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Mercado de Peixe. Fonte: G1, 2017
Trecho da Orla executada. Fonte: G1. 2016
Iniciado em 2009, através de um A Avenida Beira Mar hoje já possui concurso que a Prefeitura Municipal de uma infinidade de usos, como feira de arteFortaleza promoveu, o projeto ganha- sanatos, bares, locais de pesca, além de uma dor ainda está em processo de obras. infinidade de hotéis turísticos a sua margem. O projeto busca melhorar esses espaços, danCom 3.5m de extensão, segun- do uma melhor estruturação a cada um deles. do os arquitetos responsáveis, a proposta tem o objetivo de democratização da Em 2016 foi executado uma das orla, ou seja, o acesso qualquer cidadão etapas do projeto. Com 600m de extensem qualquer tipo de barreira física , vi- são o trecho contemplou ações de tersual ou ambiental, privilegiando a con- raplanagem, contenção do calçadão, tinuidade paisagística e a mobilidade. novo piso, ciclovia, paisagismo, iluminação e acessibilidade (G1 Globo, 2016).
Foi inaugurado no mesmo ano, o novo Mercado dos Peixes, com 2.000m² e 45 boxes destinados a para venda de produtos e uma área de bares, para degustação. O espaço empregará, diretamente, cerca de 200 pessoas, além dos pescadores que fazem o abastecimento do mercado. Importante é destacar a valorização que o projeto trás ao pescar local, visto que todo o pescado será do litoral de Fortaleza e redondezas, levando o turista a conhecer e reconhecer a importância do pescador para a região.
65
Fonte:http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/10.109/3559?page=3
Legenda SETOR 1 SETOR 2 SETOR 3
Croqui dos quiosques. fonte: http://www.ricardomuratori.com.br/projetos/requalificacao-av-beira-mar/
Croqui dos sanitรกrios. fonte: http://www.ricardomuratori.com.br/projetos/requalificacao-av-beira-mar/
Croqui Mercado do Peixe. fonte: http://www.ricardomuratori.com.br/projetos/requalificacao-av-beira-mar/
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MERCADO DE PEIXE
Devido a sua grande extensão, o Todos os setores contam projeto foi separado em setores, cada um com passeio público e ciclovia, pocontendo uma característica particular, rém cada um com espaços próprios: mas sem quebrar a continuidade da orla. Setor 1: com feira de artesanato, praça, bosque, grande trapiches destinada a embarque e desembarque de barcos. Setor 2: conta com anfiteatro, pista de skate, trapiches destinado para passeio e pesca
Croqui Mercado do Peixe. fonte: http://www.ricardomuratori.com.br/projetos/requalificacao-av-beira-mar/
Setor 3: conhecido como Largo de Iracema, possui um espaços e equipamentos mais voltados ao lazer passivo, como jogos de mesa, bancos, locais para prática de yoga e esportes fitness;
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Fonte:http://sztuka-krajobrazu.pl/1637/artykul/letnie-kapielisko-pod-tychami
LAGO PAPROCANY
ESCRITÓRIO DE ARQUITETURA: RS+ LOCALIZAÇÃO: TYCHY, SILÉSIA - POLÔNIA ANO DO PROJETO: 2014 ÁREA: 2 ha
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Com uma menor extensão, com No passeio há equipamentos para relação aos projetos anteriores, a orla um lazer mais passivo, como a instalação do lago Paprocany possui grande im- de redes para descanso, além de mesas portância para a cidade, sendo um lo- de jogos e bancos por todo o perímetro. cal de constante uso pela população. Os bancos foram desenhados esO projeto foi criado com o obje- pecialmente para o local e podem ser usativo de expor a valorização da paisagem dos como arquibancadas para assistir a e na e expansão dos locais de lazer para jogo e competições de esportes aquáticos. as pessoas do local e para os turistas. A orla também conta com uma Baseando seu conceito na valorização para com areia e academia ao ar livre, dedos materiais abundantes na região da Silésia, dicados a um lazer mais ativo. Em trechos a proposta possui um passeio todo em ma- desses equipamentos há instalação de omdeira, com um desenho orgânico que permite brelones para maior conforto dos usuários. o usuário admirar tanto a água quanto a terra.
F o n t e : h t t p : / / s z t u k a - k r a j o b r a z u . p l / 1 6 3 7 / a r t y k u l / l e t n i e - k a p i e l i s k o - p o d - t y c h a m i
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Com aproximadamente 400m de extensão, o local antes possuía apenas a vegetação nativa à beira da estrada, utilizado apenas por pescadores. Quando o projeto foi inaugurado em 2014, o espaço de tornou muito frequentado, apesar do clima desfavorável da região.
Plataforma de madeira Plataforma de madeira Espaço para descanso em redes
Bicicletário Academia ao ar livre Fonte:http://sztuka-krajobrazu.pl/1637/artykul/letnie-kapielisko-pod-tychami
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Imagem da autora
06. PROPOSTA DE PROJETO
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CONCEITO Esporte Convivência
Água
Sentir Fauna Casa Viver Flora Humano Paisagem Expressão
Tendo a paisagem como protagonista e a costa como espaço vivo, pode-se dizer que a terceira costa é um lugar onde há encontro, expressão, sensação, liberdade. A relação da cidade com a água faz parte do seu nascimento, crescimento e nega-la pode causar a sua morte. A terceira, indica último lugar a ser visto, deixado de lado, esquecer a valorização que tal colocação também possui. A costa é espaço de encontro, da água com a terra, da fauna com a flora, do meio com o ser humano, local de vida acontecendo. A terceira costa é a cidade acontecendo e sendo deixada de lado, sem importância, um espaço qualquer que é belo, porém cheio de “mas”.
A relação do meio ambiente com o meio social humano é base fundamental. O esporte na água é livre, o esporte em terra é fluído. A conexão do estar no meio é sereno, o sentir-se integrado à fauna é completo. A pesca é trabalho, é lazer, é cultura. A força do projeto é a relação entre as diversas atividades, é espaço de convivência, é união da cidade com a paisagem natural, é enxergar a cultura desse local, é valorizar o que é chamado de “casa”.
Vendo Rio Grande como uma granO conceito é água, é vida, é paisade península, cercada de belezas naturais e gem, é integração, interação, é convivência! únicas, com a grandeza do mar em uma de suas costas e o forte mercado em seus portos, a delicadeza da lagoa perde sua força. A lagoa é parte do oceano, uma parte que se misturou com uma brecha de espaço sem terra e se impôs, se deitou sobre a imensidão terreste e quebrou barreiras. O projeto não é impor, mas expor a grandeza da lagoa, continuar quebrando barreiras que foram construídas no continente, que resultaram em uma cidade de costas para a água.
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DEMANDA E PROJETO
Atracadouro Decks Passeio Trapiches Ciclovia Mercado Equipamentos Infraestrutura A demanda de projeto foi desenvolvida a partir de um conjunto de ideias centrais que resumiram as intenções da proposta. Organizando os espaços e seus equipamentos de acordo com as necessidades da orla. Não apenas suprir o local em termos de infraestrutura, mas principalmente valorizar a orla e atrair pessoas. Respeitar as atividades já existentes e sugerir novas funções que agregam valor a região. Valorizar o que hoje é deixado de lado.
O projeto prevê a instalação de novos trapiches e decks, afim de levar o usuário mais para perto da água, levar ao pescador maior conforto em seu trabalho e tornar um ponto de desembarque para diversas outras embarcações. Instalar equipamentos que tragam conforto a quem se utiliza da orla, projetar um passeio e uma ciclovia com um desenho orgânico que valorize a curvatura dessa porção nordeste do município, quebrando com a linearidade das quadras adjacentes a costa. Integrar todos os moradores a esses novos usos, trazer, por exemplo, a Vila Henrique Pancada para dentro da orla e não como parte limitante desta. Atender as necessidades de quem pratica esportes ali, através de vestiários e um desenho de trapiche que os auxiliem.
Trazer o pescador de volta à cidade, para orla Henrique Pancada, propondo a construção do Mercado do Pescador. Não apenas empregando quem pesca, mas quem sobrevive disto, como as famílias desses pescadores. Chamar a atenção da cidade para o problema com o saneamento básico e propor a órgãos públicos o tratamento de esgotos e canais. Trazer o olhar de todos para a costa lacustre e torna-la também um ponto de encontro.
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TIPO
ATIVIDADES
EQUIPAMENTOS
FLUXOS
CAMINHADA CORRIDA ANDAR DE BICICLETA
PASSEIO ORGÂNICO CICLOVIA BIDIRECIONAL
ESTAR
SENTAR, REPOUSAR JOGAR, CONVERSAR TOMAR CHIMARRÃO
BANCOS, ESPREGUIÇADEIRAS MESAS DE JOGOS GRAMA
CONTEMPLAÇÃO
ASSISTIR O POR-DO-SOL CONECTAR COM A ÁGUA TOMAR CHIMARRÃO
DECKS TRAPICHES BANCOS, ESPREGUIÇADEIRAS
LAZER
BRINCAR CONSTRUIR MALHAR YOGA
PLAYGROUNDS ACADEMIA PÚBLICA GEODÉSIA MULTIPALCO GRAMA
COMÉRCIO
VENDA DE PRODUTOS LOCAIS
FISHTRUCK VENDEDOR DE CEBOLA MERCADO DO PESCADOR
PESCA
ATRACAR EMBARCAÇÕES
TRAPICHES
PASSAGEM
-
PARADAS DE ÔNIBUS BANHEIROS ESTACIONAMENTOS BICICLETÁRIOS
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PROGRAMA DE NECESSIDADES
Imagem
disponibilizada
pela
R FLUXOS PASSAGEM
ESTA
Secretaria
de
Meio
CONTEMPLAÇÃO A PLAÇÃO SCA EM C NT E CO S P E O RCIO P COMÉ PLAÇÃ M E T R R N R CO LAZER FLUXOS ESTA ESTA ESTA FLUXOS RCIO PASSAGEM COMÉ OS RCIO COMÉ FLUX
ER R
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CONTEMPLAÇÃO
ZE
LA
A PESCCO NTE MPL FLU XOS AÇÃ O R A T S FL E PAS UXOS SAG EM
Ambiente
de
Rio
Grande
e
modificada
pela
autora
baseado
em
Borsa
2017.
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Trapiche em precárias condições de uso
Área utilizada por praticantes de esporte aquáticos, como canoagem, stand-up, windsurf e kitesurf.
Trajeto mais utilizado para lazer ativo
Trapiche utilizado por banhistas e praticantes de esportes aquáticos
0
50
ESCALA: 1:4500
100
Pontes instaladas sob os canais de escoamento pluvial (Imagem 5).
Antes de desenvolver qualquer Trapiches menores: utilizado pela traçado, foi realizado um levantamentos população para descanso e contemplação; dos usos utilizados atualmente na orla. Área de parque infanA partir disso, notou-se uma til: localizados perto das escolas; setorização baseada nas atividades Monumento Iemanjá: loali desenvolvidas,dentre elas estão: cal de oferendas e práticas religiosas; Trapiches maiores: ficam loAtracadouro de embarcações: conscais de práticas de esportes aquáticos, uso para contemplação ou para banho; truídos pelas pescadores devido a ausência de algum espaço que atenda esta necessidade.
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ZONAS DE USOS EXISTENTES Espaço construído pela população local e utilizada como área de lazer passivo (Imagem 6)
Local que está instalada Iemanjá e onde ocorrem práticas religiosas (Imagem 8).
Área construída pelos pescadores para embarque e desembarque de embarcações (Imagem 7)
Imagem 5
Imagem 6
Espaço utilizado pelos moradores da Vila Henrique Pancada. Ausência de equipamentos.
Imagem 7
Imagem 8
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Afim de buscar um melhorar o lançaEm seguida, foi verificada a exismento do projeto e superar a dificuldade com tência de vegetação nativa e plantada. a grande escala do projeto, foi necessário Nas árvores mais relevantes foi notaaplicar várias malhas para iniciar os estudos. do uma linearidade e continuidade entre elas, delimitando outra malha encontrada. Primeiro, foram traçadas malhas paralelas as vias, afim de delimitar um meE por último, seguindo as leis estudanor espaço na orla, visto que cada qua- das, uma malhar que respeite a delimitação dra possui em média 100m de extensão. de 30 m de área de proteção ambiental (APP).
01 - Malha Quadras
02 - Malha Arborização
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LANÇAMENTO DE PROJETO DESENHOS DE MALHAS
0
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ESCALA: 1:4500
0
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ESCALA: 1:4500
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03 - Malha APP
04 - Malhas juntas
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0
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ESCALA: 1:4500
0 50 ESCALA: 1:4500
100
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Levando em consideração as malhas, O objetivo desse desenho mais o desenho do passeio seguiu um traçado orgânico é fazer o usuário conhemais orgânico, de modo que acompanhasse cer cada pedaço da orla, valorizana margem da Lagoa dos Patos, a valorizando. do seu aspecto natural e topográfico. A ciclovia proposta pelo Plano de Mobilidade do Rio Grande coloca esta paralela a Avenida Comandador Henrique Pancada e bidirecional. A proposta de seguir a ciclorota bidirecional se mantém, porém, o traçado na avenida é modificada.
As árvores nativas mais significativas e mais conservadas, a principio, serão mantidas. Já os decks existentes serão todos retirados, visto a má qualidade do material e da forma que foram construídos, sendo substituídos por novos que sigam a mesma proposta do passeio, De forma que seguisse desenho além da implantação em outros espaços. do calçadão, a ciclovia bidirecional foi colocada tangente a esta, implantando apeOutro fator importante a ser lenas uma delimitação de espaço entre estes. vado em conta, é que em alguns pontos o calçadão proposta passa por cima de dois canais pluviais. A solução encontrada foi o aterramento e encamento de parte do canal, visto que o passeio só toma uma pequena área, não causando maiores problemas com o escoamento.
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PROPOSTA DE PASSEIO
0
50
100
ESCALA: 1:4500
2.50
0.50
5.00
Piso tátil Piso intertravado cinza
Passeio
Piso tátil
Grama
Obstáculo
Piso intertravado vermelho
Ciclovia
O tipo de pavimentação escolhido foi o piso intertravado, de modo que mudasse apenas a cor de cada bloco, para diferenciar a ciclovia do passeio. O piso intertravado é mais poroso e consequentemente permeável, sendo bom para o local que recebe constantemente inundações. O problemas das inundações também será resolvido previamente com o aterramento apenas nos pontos que alagam até a rua.
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INSTALAÇÃO DE DECKS E TRAPICHES
0
50
100
ESCALA: 1:4500
0
50
100
A ideia inicial era a de instalação de um deck contínuo por toda orla, que levasse o usuário a um passeio por água, sem a necessidade de entrar nesta. Entretanto, este lançamento acabou indo contra a um dos principais conceitos, a preservação e valorização da vegetação nativa. Entre elas esta o Junco que, caso se concretizasse este deck, o degradaria ou esconderia.
ESCALA: 1:4500
0
50
ESCALA: 1:4500
100
A medida que foi prosseguindo o estudo, os decks foram diminuindo, sendo colocados em pontos específicos, mantendo o desenho orgânico.
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T2
D1 T1
33.00 36.00 17.00
T1 - Trapiches 1
3.00 30.00 3.00 3.00 T2 - Trapiches 2
36.00
8.00
12.00
3.00
12.00
3.00 45.00
8.00
45.00
3.00
3.00
45.00
12.00
45.00
46.00 3.00
8.00
33.00
46.00
17.00
3.00
33.00
3.00 30.00 3.00 T3 - Trapiches 3
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60
.00
0
50
18.50
100
ESCALA: 1:4500
T3 D2
D1 - Deck 1
Iemanjá
18.50
0
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Iemanjá 100
D2 - Deck 2
ESCALA: 1:4500
Após conversas com moradores e pescadores, foi relatada a preferência por trapiches, não apenas pela possibilidade deste chegar até mais longe da terra, como também pela cultura de se sentir mais em Rio Grande. Não apenas baseado nisto, mas também a viabilidade de construção frente aos Juncos ali existentes, optou-se pela construção de decks em madeira, localizados em apenas alguns pontos da orla e trapiches em cada setor de atividades.
Os trapiches possuem funções Este D2 terá em volta da Iemanjá uma mais específicas, como o T1 para es- proteção de concreto, para que as velas dos portes aquáticos e o T3 para os pes- devotos não causem problemas com incêndio. cadores, mas também podem e deO Deck 1 será projetado de modo que vem ser utilizados para a contemplação. “converse” com o Multipalco instalado nas Já os decks são voltados mais proximidades e os novos usos ali propostos. para o descanso, com exceção do D2 que abriga um local para a Iemanjá que já esta no local, porém agora com uma melhor estrutura para os usuários.
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Valorizar o espaço e respeitar o coO setor 1, por exemplo, é voltado tidiano da orla, foram os princípios nortea- para a cultura, mas de forma que integre dores para o zoneamento. Propor novos a população vizinha a orla, algo que hoje, usos que complementem o que já existe, é delimitado pela instalação de um muro. como anteriormente comentando também O setor 2, mantem as atividafoi de suma importância para a proposta. des de esportes aquáticos acontecendo A divisão de setores não deli- no novo trapiche, mas propõe que esse mita esses locais a receberem apenas setor seja utilizado por outros esporesse tipo de tratamento, mas funciona tes ao ar livre, com a instalação de quacomo auxílio, visto o tamanho da área. dras e playgrounds para o público infantil.
No setor 3, serão instalados equipamentos que auxiliem os praticantes de caminhadas e corridas. Além de mais quadras de esportes que traga mais movimento ao local, hoje pouco utilizado. O setor 4, tem uma pequena parte utilizada pelos moradores para descanso e relizações de atividades. Essa função será ampliada, de modo que traga não apenas os habitantes de perto, mas também de outros locais.
SETOR 1: CULTURAL
SETOR 3: LAZER ATIVO
SETOR 2: ESPORTES
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ZONEAMENTO
SETOR 5: MERCADO DO PESCADOR
0
SETOR 4: LAZER PASSIVO
Esse setor contará com espaços e equipamentos que favoreçam a realizações de oficinas e integração da cidade com os moradores locais. Como exemplo, o “barco-rede”, que será comentado melhor mais adiante.
Nesse sentido, o setor será basicamente de valorização cultural, ou seja, trazer o turismo, a pesca e inclusão social da Vila Henrique Pancada não apenas para este setor, mas para toda orla. Por possuir uma grande extensão, o projeto O setor 5 possui um uso propõe a realização de algumas festa que mais abrangente, pois é onde será ocorrem na cidade, como a Festa do Pesinstalado o Mercado do Pescador. cador ou a Festa do Mar, por exemplo.
50
100
ESCALA: 1:4500
Funcionando como porta de entrada e mostrando que existe uma padronização, apesar dos variados usos desta costa, o setor 1 e 5 serão marcados pela valorização cultural, seja pela arte ou pelo comércio.
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POLUIÇÃO DOS CANAIS PLUVIAIS
O maior problema relatado pela pessoas que se utilizam da Orla Henrique Pancada está no cheiro desagradável vindo dos canais que ali desaguam. Como já comentado anteriormente, os canais são pluviais, mas utilizados de forma errônea pelos moradores para esgoto. Por isso, a solução proposta pelo projeto é o tratamento desses canais, além da ligação correta de canalização de esgoto nos domicílios que ainda não possuem tal infraestrutura.
O projeto também prevê a utilização de espécies de plantas que filtram a poluição da água, pois além de seres utilizadas pelos peixes ali existentes, proporcionam a visual parecida com gramado. Como é o caso do Aguapé, que tem a capacidade de absorver metais pesados como chumbo, podendo ser utilizada para limpeza de águas contaminadas residuais de indústria. São encontradas em crescimento espontâneo em rios e lagos, sobre águas fundas ou rasas, estas com fundos lamacentos e abundância de matéria orgânica, sendo ideal para o local.
Nome popular: Aguapé Nome Científico: Eichchornia erassipes
Fonte: http://www.ecoeficientes.com.br/quais-especies-de-plantas-conseguem-filtrar-a-agua/
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VILA HENRIQUE PANCADA
Fonte: Google Maps 2011 Fonte: Google Maps 2011
De acordo com uma pesquisa realizada pela Prefeitura do Município do Rio Grande, em 1993, a população da Vila Henrique Pancada girava em torno de 770 habitantes e 221 moradias. A proposta realizada, com base na pesquisa, foi de realojar para um local mais próximo, todos os moradores. Fonte: Google Maps 2011
Entretanto, a ideia do projeto não foi bem recebida pela população, visto que a maioria já residia ali a mais de dez anos, e considerarem um local além de fácil acesso ao centro, sem necessidade de usar transporte público para o deslocamento, e ser próximo a Lagoa dos Patos, de onde tiram seu meio de subsistência. Visto essa situação em 1993 e verificada o crescimento da comunidade desde então, o presente trabalho propõe a regularização fundiária da Vila, com a instalação de melhor infraestrutura e redes de saneamento básico. Além de promover ações sociais, já que o local possui alta periculosidade.
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O trabalho busca trazer também a importância cultural e histórica do pescador para a cidade, de forma a instalar locais com atrativos turísticos que valorizem o pescador local e do entorno. O projeto também buscou saber mais sobre a vida dos pescadores que habitam a Orla Henrique Pancada, através de conversa com três diferentes pescadores, onde foi notória a percepção de que há falta de infraestrutura para a prática da pesca. Não apenas o local, mas a cidade também não salienta a importância destes, segundo um dos entrevistados, Rio Grande “esqueceu” que possui atrativos turísticos, como a Festa do Pescador, baseados no trabalho do pescador.
Dessa forma, o trabalho busca trazer a referência ao projeto de Fortaleza, e instalar o Mercado do Pescador, onde empregará não apenas o pescador, o qual venderá o peixe, mas também a família destes, através da instalação de locais para a degustação do pescado e a contemplação da orla. A estrutura será algo leve, localizada em um lote residencial, que hoje está a venda, de forma a aproveitar a plantação de bambo ali existente e fazer alusão a embarcação utilizada pelos pescadores. Além disso, o projeto propõe trazer para as proximidades do mercado, na orla, equipamentos que complementem o tipo de atividade que ali será desenvolvido.
Dentre os equipamentos, banheiro e vestiários, mesas de jogos, playground, bicicletário , bancos e um trapiches utilizado para atracadouro e contemplação. A ideia é trazer o riograndino e o turista para mais próximo da água e mostrar a importância do pescador para a cidade, através da compra e venda do pescado e sua culinária típica. Para beneficiar, principalmente os pescadores do município e região, serão comercializados apenas peixes locais. O Mercado ainda contará com espaço para descarregar e limpar o material, além de oficinas para orientar os trabalhadores a limpeza correta do alimento.
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ESCALA: 1:8500
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O LOCAL
Imagem da autora
Imagem da autora
Imagem da autora
Imagem da autora
MERCADO DO PESCADOR
REFERENCIAIS
Fonte: http://www.ricardomuratori.com.br/projetos/mercado-dos-peixes/
Fonte: www.ricardomuratori.com.br/proje- Fonte: www.ricardomuratori.com.br/projetos/mercado-dos-peixes/ tos/mercado-dos-peixes/
Fonte: www.archdaily.com.br/br/775724/ sala-de-conferencias-naman-retreat-vo-trong-nghia-architects
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Fonte: Imagem disponibilizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Rio Grande
Deck
GeodĂŠsia
Muro com grafite
Fontes: Grafite: www.instagram.com/martinwhatson/ Grafite
Mesas de jogos: Panoramio Academia: http://www.pssltd.co.uk
Mesas de jogos
Braseiro: http://ideiasparareciclagem.blogspot.com.br Barco: imagem da autora
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CROQUIS
Trapiche Trapiche Braseiro
Barco-rede
Banho Academia
Braseiro
Academia
Barco-rede
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MOBILIÁRIO
Fonte: http://obispadesign. Fonte: blogspot.com.br com
Fonte: http://www.mader.com.br/mobiliário-canoas/
http://archiproducts.
Fonte: https://www.externalworksindex. Fonte: http://https://www. Fonte: http://kupolnii-konsco.uk/ baileystreetscene.co.uk trukcii.com
Os mobiliários escolhidos serão em concreto, madeira e alguns em metal. A madeira será mais utilizada para fazer alusão as embarcações utilizadas pelos pescadores. Como é o caso das espreguiçadeiras, que serão adaptações de um material já produzido pelos moradores, que contam com o barco ou caico¹ e rede em seu interior. Serão usados também os mobiliários já produzidos pela população. Fonte: http://designboom.com
1. Nome popular entre os pescadores para nomear o seus barco de pesca
Com relação aos bicicletários, serão colocados junto aos bancos. Bancos com curvaturas que se adaptam ao passeio e em madeira. As lixeiras serão em madeira e metal. Os banheiros e vestiários serão distribuídos em módulos ao longo da orla e mais concentrados próximos aos espaços pre-setorizados, todos constituídos em madeira e aço.
Será ainda instalada uma geoA Avenida Com. Henrique Pancada possui uma boa iluminação, vis- désia em madeira, próximo ao multo que é uma via importante para a tipalco, localizado no setor 1 da orla. cidade, por isso, serão utilizados posOs pontos de ônibus seguiram o estes junto ao novo passeio implantado. tilo em madeira e com desenho orgânico.
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No término desta etapa, é possível afirmar que existe uma demanda social motivada pela necessidade de se reconectar-se a água. Eliminar as barreiras físicas “imaginárias” é extremamente necessário para que ocorra uma reintegração da cidade com a paisagem.
As propostas aqui apresentadas são baseadas na realidade do público do entorno e da cidade, e através do tratamento paisagístico é possível que se restabeleça, nesssa orla, a noção de “casa” para os riograndinos.
Imagem da autora
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse sentido, é possível concluir a Através de conversas com a po- importância do projeto, visto a grande riqueza pulação e levantamentos, acredita-se que natural e cultural esquecida em meio a tantos a revitalização do local de estudo é es- outros pontos mais visados em Rio Grande. sencial, visto suas precárias condições. Imagina-se que a reestruturação urbana da orla, promoverá uma maior conexão da cidade com suas costas, além de estimular a valorização de sua cultura.
Imagem da autora
ENCAMINHAMENTOS Algumas questões, como o objeAlém de uma distribuição melhor emto arquitetônico do Mercado do Pescador, basada dos equipamentos mais específicos, não foram discutidas nessa etapa do pro- como bicicletários, banheiros, lixeiras, bancos. jeto e serão trabalhadas em sua sequênA iluminação também será melhor cia, afim de analisar melhor as opções de solução de acordo com a temática. tratada, visto o novo passeio criado, a relação de luz e sombra causa pelas árvores, Então, fica encaminhado para a pró- a altura e espaçamentos entre os postes. xima etapa, um maior estudo do paisagismo, A intenção projetual do uso da madeide modo que seja melhor estudada as árvores nativas e plantadas, quais serão mais adequa- ra e suas estruturas curvas, porém com uma maior verificação técnica ainda é necessária. das ao projeto e como se comportam ao solo. E fundamentalmente, definir com Assim como o estudo de desenho urmaior clareza cada setor criado, com suas bano da via principal, com o objetivo de implantar o melhor espaço para estacionamen- disposições das atividades bem determinatos, faixas de pedestres, paradas de ônibus. do para que ocorra uma coerência entre eles.
97
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ANEXOS
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APÊNDICES
Patrimônio Nacional Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, instituído pela Lei 7.661 de maio de 1988, e revisado em 1990, define a Zona Costeira como:
Imagem da autora
Diversidade ambiental
“O espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre.” O PNGC frisa ainda que esta zona abriga um mosaico de alta relevância ambiental, com uma diversidade marcada pela transição de ambientes terrestres e marinhos, com interações que lhe conferem um caráter de fragilidade e requerem, por isso, atenção especial do poder público.
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GESTÃO COSTEIRA: BRASIL O PNGC foi a primeira iniciativa, com Na Zona Costeira, segundo a Consmais detalhamento e operacionalização, de tituição Brasileira, são incluídas os terrenos gestão da costa no Brasil. A iniciativa do pla- de marinha e seus acrescidos, definidos nos no surgiu a partir do momento que o interes- art.2º e art.3º do Decreto-Lei Nº 9.760/46: se comercial e imobiliário na zona costeira Art. 2º São terrenos de marinha, tornou-se uma possibilidade de lucro, devido em uma profundidade de 33 (trinta e a suas potencialidades naturais. Antes disso, três) metros, medidos horizontalmenexistiam diretrizes e leis instituídas com o te, para a parte da terra, da posição objetivo de iniciar a proteção dos interesses da linha do preamar-médio de 1831: da segurança nacional, como é o exemplo a) os situados no continendas Diretrizes Gerais para a Política Nacional te, na costa marítima e nas marpara os Recursos do Mar (PNRM), de 1980; gens dos rios lagoas, até onde se e da Lei Nº 6.938, de 1981, que dispõe sofaça sentir a influência das marés; bre a Política Nacional do Meio Ambiente. b) os que contornam as A Constituição da Repúbliilhas situadas em zona onde se ca Federativa do Brasil de 1988, quanfaça sentir a influência das marés. do instituída reconhece a Zona CosteiParágrafo único. Para os efeitos ra como Patrimônio da União, como é deste artigo a influência das marés é visto no parágrafo 4° do art.225 que define: caracterizada pela oscilação periódica A Floresta Amazônica brasileira, de 5 (cinco) centímetros pelo menos, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pando nível das águas, que ocorra em qualtanal Mato-Grossense e a Zona Costeira quer época do ano (BRASIL, 1946). são patrimônio nacional, e sua utilização Desde a instituição do PNGC em far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do 1988, houveram uma série de realizações, meio ambiente, inclusive quanto ao uso como a criação e o fortalecimento de equidos recursos naturais (BRASIL, 1988). pes institucionais nos Estados e o aumento da consciência da população em relação aos problemas da Zona Costeira, e em 1990 é aprovada, através do Resolução CIRM Nº 001/90, o PNGC II, e em 1997 a Resolução CIRM Nº 005/97 atualiza a anterior.
Segundo o documento de 97, este busca “adequar o PNGC à sua prática atual, contemplando, assim, a experiência acumulada no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA) e pelos diversos executores de suas atividades, incorporando, consequentemente, as novas demandas surgidas no âmbito da sociedade, cujo marco balizador está representado nos documentos gerados pela Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como RIO-92, destacando-se a chamada Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento e a Agenda 21.”
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PNGC I
LEI N 6.938/81 1980
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente
PNRM Diretrizes gerais para a Política Nacional para os Recursos do Mar
1981
1988
PROJETO ORLA
Resolução CIRM N 1/90
1997
Atualização da L7.661/88 Constituição da República Federativa do Brasil Lei 7.661/88 PNGC
Projeto do governo Federal de Gestão da Costa Brasileira.
PNGC I 1990
Resolução CIRM N. 5/97 - Atualização do PNGC I
2013
25 anos do PNGC 2000
Depois do PNGC, vêm sendo criadas uma séries de decretos-leis e revisões de leis de planos anteriores, com o intuito de se adequar as mudanças da costa brasileira. É importante entender que o papel do poder público, em seus três níveis de poder, é de suma importância para a gestão do litoral e sua preservação, não apenas no âmbito legal e teórico, sendo função deste planejar, fiscalizar e monitorar a zona costeira. Existem, nesse caso, uma estrutura institucional para a gestão costeira, composta por orgãos, cada qual sua função:
- Supervisão e apoio: Comissão Interministerial para Recursos do Mar (CIRM), o Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (Gi-Gerco), Grupo de Articulação e Integração do Gerenciamento Costeiro (GAI-Gerco) e o subgrupo de interação dos Estados G-17. - Coordenação e articulação: Ministério do Meio Ambiente (MMA) Execução: União, Estados e Municípios Paralelos a estes orgãos, existem ainda, uma série de colegiados que colaboram direta ou indiretamente com a gestão costeira: CONAMA, conselhos estaduais e municipais de Meio Ambiente; Colegiado estadual; Colegiado municipal; Conselhos de Recursos Hídricos - CT Coast (Integração da Gestão das Bacias Hidrográficas e dos Sistemas Estuarinos e da Zona Costeira); Conselhos de UCs; Conselhos de Mosaico; Comitê Gestor do Projeto Orla.
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A legislação brasileira abrange uma série de instrumentos normativos e de gestão, onde estão as leis, decretos, diretrizes e planos acerca, não apenas da costa, mas de todo o ambiente que o envolve. Para melhor organização e controle, eles se organizam em:
PROJETO ORLA Política Nacional de Implantação Práticas Patrimoniais e Ambientais Ocupação da Zona Costeira
No ano de 2000 surge O Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima – Projeto Orla - do Governo Federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, e da Secretaria do Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Com o objetivo de implementar uma política nacional que articule as práticas patrimoniais e ambientais com o planejamento de uso e ocupação desse espaço visando a sustentação natural e socioeconômica da Zona Costeira, o projeto elaborou 5 instrumento técnicos que auxiliam os gestores municipais e estaduais na elaboração do Plano de Gestão desses espaços, que foram: Fundamentos para gestão integrada, Manual de gestão, Guia de implementação, Implementação em territórios com urbanização consolidada e Subsídios para um projeto de gestão. Também foram oferecidas palestras e oficinas e estabelecidas comissões locais responsáveis pela coordenação e implementação desse projeto em cada região do país, à cargo da Superintendência do Patrimônio da União de cada estado.
Constituição Federal/88, Lei Nº 6938/81 e Dec. Nº5377/05, Resolução CIRM 1/90
Normas diretamente relacionadas ao contexto do PNGC, que criam instrumentos de gestão, estabelecem regras de controle, utilização e conservação da zona costeira.
Instrumentos Normativos InPEGC,PMGC, diretos: São os instrumentos SIGERCO elencados no decreto 5.300 de 2004, que define no Art 1º² PNGC, PAF,
Instrumentos de aplicação e articulação entre todos os níveis do governo
Plano de Recursos Hídricos, Plano Nacional sobre Mudança do Clima, etc
São todos que apoiam teira e não no Decreto
os instrumento a gestão cosestão elencados 5.300 de 2004
Instrumentos Normativos Diretos Instrumentos Normativos Indiretos Instrumentos de Gestão Diretos
Instrumentos de Gestão Indiretos
2. Este Decreto define normas gerais visando a gestão ambiental da zona costeira do País, estabelecendo as bases para a formulação de políticas, planos e programas federais, estaduais e municipais.
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O assentamento urbano da Cidade do Rio Grande teve inicio com a construção do Forte Jesus-Maria-José, sendo suplantado pela Fortificação do Estreito de Sant’Ana. Ao redor do forte iniciaram as primeiras aglomerações populacionais e, entre 1738 e 1749, haviam duas povoações mais populosas, a do Estreito e do Porto. Com o avanço das areias, a povoação do Estreito foi abandonada e em 1752, não haviam mais nenhum traço desta. Em 1767, data do primeiro registro técnico do assentamento urbano, a população cresceu próximo ao forte de forma linear, acompanhando a margem da Lagoa dos Patos. (Figura 5) Com a chegada dos espanhóis na Vila do Rio Grande, entre 1763 e 1776, a população dispersou-se. Como mostra o registro (Figura 6), a linearidade junto a margem norte da península se manteve e, apesar da barreira das altas dunas existentes e as áreas inundáveis, o interior também começou a ser povoado. A planta mostra ainda, projeções de ocupações e talvez o primeiro registro de diretrizes urbanas.
Com a perda da Colônia do Sacramento para os espanhóis, a partir de 1780 as atividades portuárias na Vila do Rio Grande assumiram papel importante para a colônia, causando seu crescimento urbano (Figura 7). Nesse mapa é possível notar que as áreas antes consideradas como empecilho (alagadas e de dunas) foram povoadas, mostrando um possível uso das dunas para aterrar as zonas baixas alagadiças.
Com a paralisação de muitas atividades fabris, o crescimento de Rio Grande diminuiu, mas não significa que estagnou, como mostra a expansão que permeia os acessos terrestres. Os anos 70 foram marcados pela implantação do Super Porto, Distrito Industrial e da Fundação Universidade de Rio Grande (FURG), além da superação da barreira da Rodovia Pelotas-Rio Grande para implantação de um loteamento de alto padrão. Ações que, na década No final do século XIX, com o apro- de 80, estimularam a ocupação das áreas fundamento do Canal de Navegação e seu anteriormente vazias da cidade (Figura 9). material utilizado para aterrar uma parte da cidade, surgiu o Porto Novo, causanNa década de 80, são lançados nodo em 1922 uma intensificação de ocu- vos loteamentos, constituindo conjuntos pação às suas proximidades, na margem habitacionais de características populares. sul da península. Não apenas o porto, mas Verifica-se um adensamento da ocupação também a vinda de industrias ao seu re- das áreas próximas às Rodovias Rio Grandor, foi o causador desse povoamento, de/Pelotas e Rio Grande/Cassino, e no Baltrazendo mais de 1200 operários a cidade. neário, tornando clara a indução bipolar no crescimento horizontal do Rio Grande. Somente a partir de 1904 que a área, hoje Avenida Henrique Pancada, foi ocupada, sendo projetado também uma área de aterro nunca executada (Figura 8).
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CRESCIMENTO DE RIO GRANDE
Figura 5*: Núcleos histórico, Fundação 1737-1739.
Figura 6*: Núcleos histórico, Fundação 1767-1776
Figura 9*: 1987
Figura 7*: Núcleos histórico, Fundação 1869
Figura 8*: 1937
*Mapas retirados do artigo “Crescimento Horizontal da Cidade de Rio Grande” - Elena Salvatori, Lydia Angelica Gomez de Pérez Habiaga, Maria do Carmo Thorman. Disponibilizado pelo Neab-Faurb
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Proposto em 2015, o ProA revitalização conta com uma jeto para Revitalização da Orla da área de passeio e de ciclovia, além de Rua Comandador Henrique Pan- várias faixas de pedestres distribuídas cada, só foi concluído em 2017. ao longo da avenida. O problema, além da agressão ao meio ambiente, está em Realizado pela Prefeitura Mu- não enxergar a orla como um espaço nicipal do Rio Grande, a revitalização contínuo, ou seja, foram sugeridos esrecebeu recursos do governo Federal paços que não se conectam entre si. e Municipal que estavam estipulados em torno de um milhão de reais. O A questão da escolha do projeto propôs a instalação de qua- tipo de pavimentação para esses dras de vôlei, pista de patinação, can- espaços também não foi satisfachas de bocha e estacionamentos, to- tória, visto que a maioria das quados localizados na área verde da orla. dras e pistas são em piso cimentício. Por esse motivo, o projeto não foi aprovado pela Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande, pois degradava gravemente o ecossistema ali existente. Ocasionando a perda da verba e não realização do projeto.
Outro ponto, é a desvalorização do espaço para os pescadores locais. No documento há menção a respeito da valorização desses trabalhadores, porém o projeto não segue isto, não reservando qualquer tipo de área a estes, democratizando, assim, o uso da orla.
Documento, disponibilizado pela Prefeitura, que detalha o orçamento e os espaços propostos do projeto.
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PROJETO PROPOSTO PELA PREFEITURA DO RIO GRANDE
Piso podotátil Ladrilho concreto
de Detalhamento do passeio público
A proposta se utiliza também de outros pisos. Para a área do calçadão, foram utilizados ladrilhos de concreto, padrão quadriculado, nas dimensões 49x49x2.5 cm nas cores cinza natural e escuro, contendo também peças na mesma coloração e tamanho com padrão destinado à sinalização podotátil direcional e de alerta. Além de meio fio (guia) em concreto pré-moldado dimensões 12x15x33x100 cm.
O prazo estipulado para concluir a obra, segundo o documento, será de três meses.
As quadras de vôlei serão de areia compactada com contorno da área total a colocação de meio fio (guia) liso em concreto pré-moldado. O perímetro das quadras será cercado com tela de arame galvanizado.
O acordo ainda está em vigência, porém, como comentado, a verba para a continuação da revitalização, após a adequação aos requisitos da Secretaria do Meio Ambiente, não pode ser utilizada novamente, ou seja, será necessário fazer outro pedido junto ao governo federal.
A vegetação nativa foi mantida em algumas poucas áreas. Os juncos foram todos mantidos, porém a maioria das árvores nativas foram retiradas, mantendo apenas os Jerivás, os quais foram plantados em outro momento pela Prefeitura de Rio Grande.
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Cancha de vôlei em piso cimentício
Estacionamento em piso cimentício cinza escuro
Estacionamento em piso cimentício cinza escuro
Pista de patinação em piso cimentício
Quadra de futebol em piso cimentício
Multipalco
Planta disponibilizada pela Prefeitura Municipal do Rio Grande, sem identificação do autor do projeto. Sem escala
Área de quiosques
Cancha de Bocha Academia ao ar livre e Parque Infantil
Área de quiosques
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PROJETO PROPOSTO PELA PREFEITURA DO RIO GRANDE Área de quiosque Área de deck Área de quiosque Quadra de vôlei de areia
Quadra de futebol em piso cimentício
Praça Infantil em piso cimentício
Quadra de futebol em piso cimentício
Estacionamento em piso cimentício cinza escuro
Quadras multiusos
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