‘O lixo que você coloca na rua da sua calçada, de noite acenderá o poste da sua rua’

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‘O lixo que você coloca na rua da sua calçada, de noite acenderá o poste da sua rua’, conta o secretário de serviços urbanos de São Bernardo. Por Larissa Capriotti O secretário de serviços urbanos de São Bernardo do Campo, Tarcisio Secoli, estuda a implantação de uma Usina Termoelétrica movida a resíduos sólidos para transformação de energia, no antigo lixão do Alvarenga. Em entrevista, afirmou que 100% dos lixos da cidade serão depositados na usina para conversão em eletricidade. A Termoelétrica será construída na Estada do Alvarenga, divisa de Diadema com São Bernardo do Campo, próxima ao Rio Sena, para retirada da água e transformação em vapor. O nome Termoelétrica vem de “termo”, que significa calor e “elétrica”, que refere-se à energia. As águas aquecidas se transformam em vapor, que faz pressão para girar a turbina responsável pela geração de eletricidade. As obras ainda não começaram. A prefeitura aguarda a aprovação do projeto pelo EIA RIMA, Estudo e Relatório do Impacto Ambiental, que posteriormente seguirá para a CETESB, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, para a outorga do processo. A partir deste momento começa o trabalho de descontaminação do solo do lixão. Após a liberação da CETESB, a Termoelétrica tem previsão de inauguração para janeiro de 2016. A Prefeitura de São Bernardo do Campo estudou o solo do lixão para concluir o tipo do material proveniente das profundezas no local. O passo seguinte será a descontaminação do solo através da retirada dos gases com tubulações e motores de sucção, finalizando o tratamento com a filtragem do gás. O lixão do Alvarenga está desativado desde 2001, mas oferece altos riscos à população que vive ao redor do local devido a enorme produção de chorume, a liberação de gases altamente tóxicos e água contaminada. Porem, o lixo não será extinto. O custo para a retirada do material e tratamento final dos resíduos é muito alto, além da possibilidade de se manter o solo estabilizado, o que garante a segurança na entrada e saída de caminhões. “A nossa intenção é manter o lixão no local porque há mais de 50 metros de profundidade de lixo”, afirmou o Secretário Tarcisio Secoli. Com a retirada dos gases tóxicos e do chorume, a previsão é de que o mau cheiro e a contaminação sejam extintos, eliminando os riscos à população. Um modelo de pressão negativa interna da usina, que suga o ar para o forno é o que irá impedir a liberação do cheiro e gases tóxicos, além de preservar o índice de poluentes liberados na atmosfera. A Termoelétrica consumirá 720 toneladas de lixo por dia, das 770 toneladas que o município produz diariamente. Para dar conta do excedente de detritos entra em cena um outro processo importante: a reciclagem. Para cuidar do excedente a cidade espera reciclar até 8% de todo o lixo coletado.


E não apenas a população que vive no local será beneficiada. “O lixo que você coloca na rua da sua calçada, de noite acenderá o poste da sua rua”, explica Secoli. Além dos benefícios ambientais, a futura Termoelétrica do Alvarenga também trará economia para os cofres públicos. Com produção diária de 14MW (MegaWatts) de energia, 6 MW a mais do que as necessidades da área pública de São Bernardo do Campo, será possível eliminar o custo fornecido da concessionária Eletropaulo, direcionando essa verba para outras necessidades do município. O projeto está orçado em 380 milhões de reais; serão 80 milhões para recuperação do antigo lixão do Alvarenga e 300 milhões para construção da Usina Termoelétrica.


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