Projeto de Acessibilidade na Biblioteca da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE)

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Projeto de Acessibilidade na Biblioteca da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE)



Projeto de Acessibilidade na Biblioteca da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE)


Universidade Federal de Santa Catarina Alvaro Toubes Prata Reitor Yara Maria Rauh Müller Pró-reitora de ensino de Graduação Centro Tecnológico Edison da Rosa Diretor de Centro Departamento de Arquitetura e Urbanismo Sonia Afonso Chefe de Departamento Fernando Simon Westphal Coordenador do Curso Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo Vera Helena Moro Bins Ely Tutora e Orientadora

Ufsc

Vanessa Goulart Dorneles Orientadora

Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo - UFSC - 2011

Cristiano André Teixeira Gabriela Yoshitani da Luz Larissa Miranda Heinisch Bolsistas


1.

Introdução 1.1. 1.2. 1.2.1. 1.2.2. 1.3.

2.

3.

Sumário

17

Busca de Referencial Teórico Entrevistas Exemplos de Bibliotecas Levantamento de Dados Caracterização da Fundação Catarinense de Educação Especial Localização da FCEE e da biblioteca Situação Física Lançamento de ideias

O Projeto Final da Biblioteca da FCEE 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. 4.5. 4.6.

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Compreendendo a diversidade humana Considerações sobre a Acessibilidade Espacial Considerações sobre Desenho Universal

Metodologia de Projeto 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.4.1. 3.4.2. 3.4.3. 3.5.

4.

Justificativa Objetivos Objetivo geral Objetivos específicos Estrutura do Caderno

Referencial Teórico 2.1. 2.2. 2.3.

05

25

Edificação Paisagismo Layout Mobiliários Forro Piso

6.

Considerações Finais

37

7.

Referências Bibliográficas

41

8.

Apêndices

45



1.INTRODUÇÃO



CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO Figura 1 (ver referência da figura na página 43)

Neste caderno será apresentado o projeto de extensão universitária, desenvolvido para a Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) pelo grupo PET/ARQ através de um pedido da Fundação por intermédio da Empresa Junior de Engenharia Civil (EPEC). Trata-se de uma proposta de acessibilidade para a biblioteca da FCEE, e o grupo PET/ARQ foi contatado devido à sua experiência e conhecimento sobre Acessibilidade e Desenho Universal. Uma biblioteca acessível permite que todo o usuário usufrua de uso e acesso irrestrito, mesmo com alguma deficiência ou restrição. Assim, apresenta-se na sequência, o processo de d e s e n v o l v i m e n t o d a p ro p o s t a arquitetônica e paisagística para o local.

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

08

1.1. Justificativa A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) é uma instituição de referência por atender pessoas com deficiência, oriundas de todo o estado de Santa Catarina, desenvolvendo diversas atividades como ensino, pesquisa, atendimentos específicos e reabilitação (BRANDÃO et al, 2005). A FCEE, no ano de 2011, iniciou um processo de relocação de espaços, e ainda há a necessidade de um ambiente adequado para a biblioteca. É fundamental que esse ambiente seja inclusivo, atendendo aos requisitos de acessibilidade espacial e desenho universal.

Figura 2 (ver referência da figura na página 43)

Além disso, a Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, afirma que é direito de todo cidadão o acesso à educação, ao trabalho e ao lazer. Dessa forma, sendo a biblioteca um espaço onde há o acesso à informação e, também, a possibilidade de interação social num ambiente de estudo e trabalho, a mesma deveria ser estruturada de forma a garantir o pleno uso de todas as pessoas, incluindo as pessoas com deficiência.


Objetivos 1.2.1

Objetivo Geral

Elaborar um projeto arquitetônico acessível para a biblioteca da Fundação Catarinense de Educação Especial. 1.2.2.

Objetivos Específicos Ÿ Entender as necessidades dos

diferentes usuários

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.2.

Ÿ Levantar o espaço físico da FCEE

disponível para o projeto Ÿ Levantar exemplos de bibliotecas acessíveis Ÿ Desenvolver lay-out e mobiliário adequados Ÿ Elaborar paisagismo do entorno

Figura 3 (ver referência da figura na página 43)

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.3.

Estrutura do Caderno

Para a melhor compreensão do processo de trabalho e das etapas percorridas, o caderno foi organizado da seguinte forma: Introdução - que apresenta o projeto de extensão, seus objetivos e uma breve justificativa Referencial Teórico – trata dos temas que serviram de base para a melhor compreensão e elaboração de um projeto inclusivo para esse caso. São eles: a compreensão da diversidade humana (diferentes deficiências), acessibilidade espacial (definição e componentes), desenho universal (conceituação) e bibliotecas acessíveis (análises de exemplos a partir dos componentes da acessibilidade). A Situação Atual da FCEE – são abordados aspectos da atual sede da Fundação Catarinense de Educação Especial, como sua localização, as condições físicas do local a ser implantada a biblioteca e a caracterização das necessidades de seus usuários. O Processo Projetual – são descritas as etapas de trabalho percorridas ao longo do desenvolvimento da proposta. O Projeto Final da Biblioteca da FCEE - mostra o resultado final do trabalho com representações gráficas do mesmo Considerações Finais – é feita uma reflexão de todo o processo, ressaltando seus pontos positivos e negativos. Referências Bibliográficas – são registradas todas as fontes que auxiliaram no aprofundamento sobre o tema e que ajudaram a fundamentar as diretrizes da proposta. Apêndices – apresenta as publicações do projeto de extensão em eventos como resumo enviado ao III Encontro Nacional de Ergonomia do Ambiente Construído (ENEAC) e artigo enviado ao 12° Ergodesign.

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2.REFERENCIAL TEÓRICO


CAPÍTULO 2: REFERENCIAL TEÓRICO

A seguir serão explicados alguns conceitos fundamentais sobre acessibilidade e desenho universal, e que serviram de base para a melhor compreensão da diversidade humana.

2.1. Compreendendo a diversidade humana A sociedade é caracterizada pela sua pluralidade de seres humanos. Diferentes pessoas possuem diferentes características, sejam elas físicas, comportamentais ou sociais. Isso gera necessidades e dificuldades diferentes, peculiares a cada indivíduo. A palavra deficiência é muitas vezes dotada, pela sociedade, em um sentido negativo, supondo-se que o indivíduo com limitações seria menos capaz do que os outros. Vale, portanto, ressaltar que deficiência não é o contrário de eficiência; o contrário de eficiência é ineficiência (Fávero, 2007). Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o que caracteriza a deficiência é uma modificação a nível fisiológico no corpo humano, o que pode acarretar uma limitação na realização de determinadas tarefas (Who, 2008). Segundo Dischinger, Bins Ely e Piardi (2009) as

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a) Físico-motoras: são aquelas que acarretam dificuldades ou até mesmo a impossibilidade de realizar quaisquer movimentos com os membros superiores e/ou inferiores.

deficiente sensorial.. Outro exemplo são os deficientes auditivos.

c) C o g n i t i v a s : d i f i c u l d a d e s p a ra compreensão e tratamento de informações recebidas no que se refere a atividades mentais. Exemplo: pessoas com Síndrome de Down, autismo. d) Múltipla: associação de mais de uma deficiência. Exemplo: pessoa com deficiência auditiva e cognitiva.

Figuras 04 e 05: exemplos de deficiências físico-motoras, como usuários de cadeira de rodas e muletantes, respectivamente

b) Sensoriais: caracterizam-se por perdas significativas nas capacidades dos sistemas de percepção, quais sejam: sistema básico de orientação ou equilíbrio, sistema visual, paladar-olfato, háptico e sistema auditivo.

É importante ressaltar a diferença entre dois conceitos básicos considerados quando se fala de acessibilidade: Deficiência e Restrição. A deficiência, como citada anteriormente, se refere à definição ligada à saúde. Já a restrição é o termo usado na arquitetura, e se refere às limitações existentes em um ambiente que impedem um indivíduo de executar alguma atividade. É preciso compreender que não são apenas as pessoas com deficiência que têm restrições no uso dos espaços. Uma mãe com um carrinho de bebê, por exemplo, pode apresentar muita dificuldade em seu deslocamento se o passeio não tiver o calçamento adequado ou se não houver rampas na transição entre um nível e outro.

CAPÍTULO 2: REFERENCIAL TEÓRICO

deficiências podem ser classificadas em relação às habilidades funcionais humanas da seguinte forma:

Figura 07: portador de deficiência sofrendo restrição pela Figura 06: a pessoa com deficiência visual é um exemplo de

falta de rampas para vencer desníveis. (*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

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CAPÍTULO 2: REFERENCIAL TEÓRICO

Estas restrições ocorrem porque muitas vezes o ambiente apresenta barreiras que dificultam a compreensão e plena apropriação do espaço. Segundo BRANDÃO et al (2005), elas podem ser assim classificadas: a) Barreiras atitudinais: são aquelas que se estabelecem socialmente e estão relacionadas às atitudes que prejudicam as pessoas, como o preconceito ou a falta de respeito. Alguém que estaciona o carro em cima da calçada, por exemplo, está uma gerando uma dificuldade para os outros indivíduos, a partir de uma atitude de desrespeito em meio social.

Figura 09: A escada é uma barreira física muito frequente que impossibilita a livre circulação de deficientes físico-motores.

c) Barreiras de informação: são aquelas que dizem respeito à compreensão do espaço como um todo. As informações que o ambiente fornece estão diretamente relacionadas à possibilidade dos indivíduos se orientarem no mesmo. Assim, o excesso de informações, como anúncios e propaganda nos espaços urbanos, causam desconforto visual e confusão para as pessoas que usam esses locais.

Figura 08: Apesar da existência de um balcão com altura adaptada para cadeirantes, essa área apropriada foi utilizada para exposição de produtos, impedindo a sua utilização.

b) B a r re i ra s f í s i ca s : s ã o o s e l e m e nto s arquitetônicos ou de desenho espacial que dificultam ou impedem a realização das atividades. Por exemplo, uma rampa com inclinação superior à recomendada ou portas com largura insuficiente para a passagem da cadeira de rodas, impedem o cadeirante de acessar o ambiente sem a ajuda de terceiros.

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(*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

Figura 10: o excesso de informação causa confusão para os usuários.


Dischinger, Bins Ely e Piardi (2009) conceituam um lugar acessível como de fácil compreensão e que permite o usuário, independente de suas habilidades e restrições, ir e vir, e realizar suas atividades com segurança, conforto e autonomia. A falta de conhecimento sobre as necessidades especiais das pessoas com deficiências gera preconceito e dificuldade em alcançar esse ambiente inclusivo. As mesmas autoras utilizaram quatro componentes para definir as condições de acessibilidade espacial do ambiente: orientabilidade, deslocamento, comunicação e uso. Para que haja acessibilidade é preciso que as pessoas compreendam os espaços. Quando há essa legilibilidade espacial, a orientabilidade está sendo garantida, ou seja, o usuário do ambiente em questão consegue localizar-se de forma independente no meio em que se encontra. Caso o ambiente não forneça informações arquitetônicas e/ou sinalização suficientes, as pessoas passam a buscar outros meios para se localizarem, como verbalização com outros usuários. Fazem uso, portanto, da comunicação, que corresponde à possibilidade de troca de informações entre as pessoas, bem como entre as pessoas e equipamentos de tecnologia assistiva. A partir do momento em que se sabe por onde se locomover, é preciso que os ambientes e mobiliários sejam utilizáveis. O uso trata da utilização do espaço, mobiliários e equipamentos e esse componente visa à participação do indivíduo nas atividades, podendo integrá-lo com conforto, segurança e independência. O deslocamento pelo espaço (circulações

horizontais e verticais) deve poder ser feito, assim como os demais componentes, de forma segura e independente. Esses componentes, na maioria das vezes interdependentes, quando devidamente aplicados, abrem espaço para uma maior possibilidade de inclusão.

Figura 11: Mobiliários como totens direcionais auxiliam no deslocamento e orientabilidade dos usuários.

CAPÍTULO 2: REFERENCIAL TEÓRICO

2.2. Considerações sobre Acessibilidade Espacial

Figura 12:Mapas táteis são uma forma de sinalização para orientar deficientes visuais.

Figura 13: Rampas e corrimãos adequados garantem um deslocamento livre e seguro

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CAPÍTULO 2: REFERENCIAL TEÓRICO

2.3. Considerações sobre Desenho Universal Dischinger et al (2001) define Desenho Universal (DU) como “um modo de concepção de ambientes, espaços e produtos visando sua utilização pelo mais amplo espectro de usuários, incluindo crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiências temporárias ou permanentes”. Esse termo foi usado pela primeira vez pelo criador do Centro de Desenho Universal da Carolina do Norte (EUA), Ronald L. Mace, em 1985. A filosofia do DU aplica sete princípios, estabelecidos pela Universidade do Estado da Carolina do Norte – EUA (CUD, 2011). São eles: a) Uso equitativo: as atividades podem ser realizadas de forma igualitária pelo maior espectro possível de pessoas. b) Flexibilidade no uso: o design comporta diversas preferências e habilidades individuais. c) Uso simples e intuitivo: é a fácil compreensão do uso, independente da experiência, conhecimento, habilidades de linguagem ou nível de concentração do usuário. d) Informação perceptível: o design transmite a informação necessária e de forma eficiente, independentemente das condições ambientais ou das características do usuário. e) Tolerância ao erro: o ambiente é projetado de forma a minimizar riscos e acidentes, oriundos de ações acidentais ou não intencionais. f) Baixo esforço físico: é o uso de forma eficiente e confortável, com o mínimo de fatiga. g) Dimensão e espaço para aproximação e uso: tamanho e espaço apropriado para a adequada

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aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do usuário.


3.METODOLOGIA DE PROJETO


CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PROJETO

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O processo projetual foi dividido em quatro etapas: entrevistas, busca de referencial teórico, levantamento de dados e lançamento de ideias. Elas serão descritas a seguir.


Em um encontro com as duas funcionárias da biblioteca e duas chefes de setor, foi aplicada uma entrevista semiestruturada com perguntas abertas e caráter bastante informal. A partir daí, procurou-se traçar o perfil das pessoas que usufruirão desse ambiente. Nessa reunião foram levantadas questões sobre como a biblioteca funcionava, qual era seu público freqüentador, quais atividades são ali realizadas, quais eram as atribuições, necessidades e rotina das bibliotecárias. Então, a partir desses questionamentos, foi possível ter um maior entendimento para a elaboração de um programa de necessidades que efetivamente solucionasse as principais carências existentes e valorizasse potencialidades, criando assim um espaço de qualidade.

3.2. Busca de Referencial Teórico Em uma primeira etapa, procurou-se uma aproximação com temas Acessibilidade Espacial e Desenho Universal, já conceituados e exemplificados no Capítulo 2. Para isso, foram feitas leituras e fichamentos de dissertações e publicações, como: BINS ELY et al, 2007; BRANDÃO et al, 2005; OLIVEIRA, 2006; DORNELES, 2006; BINS ELY et al, 2010. Em paralelo, foi feita também a análise da Norma Brasileira de Acessibilidade NBR 9050 (ABNT, 2004). Durante o processo, para embasamento teórico, foram pesquisados também alguns referenciais de projeto de bibliotecas, em especial daquelas que considerassem a acessibilidade. A seguir, foram escolhidos três exemplos (Biblioteca Louis Braille, Biblioteca Nacional de Brasília e Biblioteca de São Paulo) e procurou-se classificá-los a partir dos componentes de acessibilidade, identificados pelos ícones da figura14.

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PROJETO

3.1. Entrevistas

Figura 14: componentes de acessibilidade (*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PROJETO

Biblioteca Louis Braille São Paulo/SP Atualmente localizada no Centro Cultural de São Paulo, é planejada e equipada para atender os usuários com deficiência visual. Possui uma boa sinalização por meio de letreiros e placas indicativas, além da existência de piso podotáteis, numa faixa de circulação sem barreiras. Há banheiro acessível para cadeirantes e recursos como a c er vo em B ra ille, liv ro s g rava d o s e computadores com programas específicos para as necessidades dos usuários com deficiência visual.

Figura 15: sinalização e piso podotátil indicando o caminho

Exemplos de Bibliotecas

Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) Brasília/DF Apresenta características na disposição de seu layout e mobiliários que promovem a acessibilidade.

Mesas com alturas adequadas para usuários de cadeira de rodas.

Estantes com espaçamento adequado para circulação.

Figura 16: espaçamento suficiente para a passagem de um cadeirante

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Seus quatro elevadores facilitam a locomoção de cadeirantes.

(*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

Tem identificação em Braille para os andares e é bem sinalizada.


Exemplos de Bibliotecas

A BSP segue as diretrizes da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência visando com que seu prédio esteja adaptado para dar mobilidade e conforto aos seus usuários.

Figura 17: sinalização na entrada da BSP

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PROJETO

Biblioteca de São Paulo (BSP) São Paulo/SP

Figura 18: interior da BSP

Dispõe de equipamentos para auxiliar a leitura de cegos e pessoas com baixa visão e mobiliário especial para o usuário de cadeira de rodas.

Possui funcionários capacitados para comunicar-se em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).

Possui boa circulação entre as estantes.

A orientação é facilitada com o uso de placas de sinalização (figura 17).

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PROJETO

3.3. Levantamento de dados Nessa etapa buscou-se compreender a dinâmica e o trabalho da FCEE, além de ser feita uma análise da situação do local a ser implantando o projeto da biblioteca e levantamento de físico da situação atual. 3.3.1. Caracterização da Fundação Catarinense de Educação Especial A Fundação Catarinense de Educação Especial tem abrangência estadual e tem perdido um pouco do seu caráter de ensino, devido às políticas de inclusão social nas escolas, o que faz com que as pessoas com deficiência tenham por lei o direito de freqüentar a rede de ensino regular. Portanto, as atividades desenvolvidas na FCEE, atualmente, são principalmente uma complementação e assistência à educação. 3.3.2. Localização da FCEE e da biblioteca A instituição (A) localiza-se no município de São José, perto à BR101. Do outro lado dessa rodovia está o Shopping Itaguaçu (B), um importante ponto de referência.

(A)

io

r itó

fe Re

er nd va La ia

(B)

Figura 19: localização da fcee e detalhe da área de intervenção

O local destinado a ser implantado o projeto para a nova biblioteca era anteriormente usado como uma lavanderia, portanto não possuía a infra-estrutura necessária para esse novo uso.

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(*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

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Através de visitas exploratórias, observações e levantamentos físicos, pode-se perceber que apesar de a FCEE ser uma instituição de referência, suas instalações não estão totalmente adequadas às normas de acessibilidade e isso inclui sua biblioteca. O local estava carente de um lugar apropriado para armazenar seu acervo, com o objetivo inclusive de expandi-lo e disponibilizá-lo da maneira devida ao público, num ambiente que fosse também agradável para ser um espaço de estudo.

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PROJETO

3.3.3. Situação Física

Figura 20: situação da praça em frente

Figura 21: situação do interior da lavanderia

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PROJETO

3.4. Lançamento de ideias Após a fundamentação teórica, do conhecimento da situação do local e dos desejos de seus usuários, começaram a ser lançadas as primeiras ideias, expressas através de desenhos (figuras 22 e 24) e uma maquete de estudo (figura 23). Partiu-se do seguinte programa de necessidades: Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ

Local para o acervo técnico, permitindo a sua ampliação Local para o armazenamento dos periódicos Espaço multimídia Espaços de estudos individuais e em grupo Área de trabalho e banheiro para as bibliotecárias Área para as crianças Área de leitura externa Tratamento paisagístico da praça

Utilizou-se também o programa computacional GoogleSketchup para estudos de volumetria e insolação. Reuniões semanais, com cerca de duas horas, foram feitas entre os integrantes durante o período de três meses em que foi desenvolvido o projeto. Além da reunião com a diretoria da Fundação, que foi de extrema importância para ter-se um retorno de se o que estava sendo proposto condizia com suas expectativas. O resultado da proposta pode ser visto no capítulo a seguir.

Figura 23: maquete de estudo do ambiente interno da biblioteca Figura 22: situação do interior da lavanderia

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(*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

Figura 24: estudo inicial de layout e paisagismo


4. O PROJETO FINAL


CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

4.1.

Edificação

A necessidade de uma expansão do acervo da biblioteca demandou a ampliação do espaço. Isso fosse feito de forma modular, de forma a aproveitar a estrutura da construção, facilitando assim a obra posterior. Aumentou-se em dois módulos a edificação na parte central da fachada frontal. Como pode se ver na Figura 17 além da ampliação da edificação, também foi construído um sanitário acessível que servisse a parte interna da biblioteca.

Figura 25: Simulação tridimensional mostrando a volumetria final do projeto da biblioteca

A entrada foi marcada com um elemento em vermelho de forma a facilitar a compreensão espacial e indicar seu acesso, além de ter sido colocado um mapa tátil da biblioteca, permitindo que a mesma pudesse ser compreendida com maior facilidade pelas pessoas com deficiência visual. Os acessos do exterior para o interior da biblioteca ou banheiros são dotados de rampas, permitindo o deslocamento confortável do cadeirante.

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Figura 27: Flamboyant na área central

CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

Procurou-se respeitar os fluxos de pessoas nessa área, criando-se passeios, nesses locais de maior passagem, com largura suficiente para deslocação facilitada e com a indicação do caminho através de pisos guias para o deficiente visual. Ambientes externos foram criados para possibilitar a permanência das pessoas em locais sombreados, com bancos revestidos de madeira dispostos a facilitar a comunicação e o uso desses espaços por cadeirantes, de forma que eles pudessem permanecer ao lado dos bancos e ao mesmo tempo fora da rota de passagem. A partir da conversa com a diretoria da Fundação, também foram propostos canteiros , onde se propõe o uso de uma vegetação “sensitiva”, a uma altura em que o cadeirante possa interagir com a mesma.

A vegetação arbustiva proposta foram as Estrelitzias ao redor do deck, para delimitarem esse espaço de leitura ao ar livre e também Azaléias distribuídas ao longo da praça e na entrada da biblioteca. Há, além disso, um canteiro de bambu orquídea no muro da entrada do banheiro.

Figura 26: Canteiro sensitivo ao lado do banco

A vegetação proposta foi um flamboyant na área central da praça gerando um local sombreado no verão, enquanto no inverno, por ser uma árvore caduca, permite que o ambiente receba maior insolação. Além disso, essa espécie possui uma floração de coloração avermelhada que torna o ambiente mais agradável esteticamente.

Figura 28: Deck adjacente à edificação da biblioteca, permitindo um espaço de leitura e estar ao ar livre

(*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

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CAPĂ?TULO 4: O PROJETO FINAL

Figura 29: Planta de construir e demolir

Legenda A conservar A demolir

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A construir


Com o objetivo de permitir a apropriação da praça por todos os usuários, contemplar espaços de descanso e integrar com o refeitório próximo, o desenho paisagístico foi assim proposto:

CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

4.2. Paisagismo

Piso guia de acessibilidade

Floreiras para plantas sensitivas

Espaço para cadeira de rodas permanecer

Bancos revestidos de madeira

Figura 30: Proposta de Paisagismo (*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

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CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

4.3. Layout Baseando-se no programa de necessidades previamente elaborado e considerando os requisitos de uma biblioteca, assim como as necessidades das pessoas que a utilizarão, o layout procurou estabelecer um zoneamento claro das funções pensando na questão da orientação.

Área para Acervo Área para Estações Ergonômicas

Área para Estudos em Grupo Área infantil

Deck para Leitura

Banheiro Acessível

Área para Bibliotecárias Marquise marcando a entrada Área para Computadores Figura 31: Zoneamento que definiu o layout do projeto

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Para o melhor conforto e utilização do local, foram propostos os seguintes elementos de mobiliário:

04 02

CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

4.4. Mobiliários

03

01

05

06

* 07 08

Figura 32: Planta do mobiliário (*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

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CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

Estantes

Estante Infantil

As estantes de livro do acervo foram projetadas de forma a atender a NBR 9050, estando a uma altura confortável para o cadeirante acessar os livros e com um bom espaçamento entre si permitindo o fácil deslocamento. Há também espaço para letreiro informativo, indicando o material que ali se encontra e facilitando a sua localização.

Para a área infantil, pensou-se em uma estante com dimensões que fossem coerentes ergonômicamente com a estatura das crianças e que fossem facilmente acessadas por elas.

Figura 35: a estante infantil

01 Figura 33: modelo de estante para o acervo

02

Figura 34: outro modelo de estante para o acervo

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(*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

04


Delimita a área das funcionárias de formar a possibilitar que haja um espaço confortável para a o seu trabalho permitindo inclusive que um cadeirante atue nesse espaço. É dotado de gavetas para uso geral e estantes para armazenamento de livros; possui uma abertura que permite o acesso da cadeira de rodas para o atendimento.

05

Figura 36: vista frontal do balcão

05

CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

Balcão

Figura 37: vista interna do balcão

Estante Funcionárias Fez-se necessário também o uso de uma estante para ficar na área de trabalho das bibliotecárias, onde há a necessidade de armazenamento e organização do material devolvido.

06

Figura 38: estante para as funcionárias (*) A referência das figuras encontra-se na p. 38

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CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

Módulo de Descarte

Módulo de descarte Permite que os usuários da biblioteca tenham um local para consultar o acervo e, caso queiram descartar o livro, o depositem nesses módulos, facilitando assim o trabalho das bibliotecárias e criando um lugar confortável para uma leitura rápida, devido à almofada disposta sobre o baú com tampo alçapão (B), que possibilita o armazenamento de itens diversos, como brinquedos para as crianças. Nele também está afixada a relação com as subseções do acervo, facilitando a localização por parte do usuário (A).

(A)

(B)

03

Figura 40: o módulo de descarte

Estação ergonômica

Figura 39: estação ergonômica

*

A estação ergonômica proporciona um ambiente de estudo individual confortável para todos, mas principalmente para o portador de alguma deficiência físico-motora. Possui dimensões reguláveis o que permite a adaptação de acordo com o seu usuário.

08

Bancada de computadores

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Bancada suspensa, fixada à parede por mãos-francesas, para ser colocada na área de uso dos computadores da biblioteca, com as dimensões de forma a poder ser devidamente apropriada por seus usuários. (*) A referência das figuras encontra-se na p. 43

Figura 41: a bancada de computadores


Foi proposta a colocação de um forro de gesso em todo o interior da edificação para permitir flexibilidade de modificação de layout, como por exemplo, quanto à instalação de iluminação. Foram tomados alguns cuidados quanto a instalação de luz. Indicou-se que ela fosse sem rebaixamentos, mais flexível e sugerida uma iluminação pontual na área de trabalho. Como segunda opção para o forro, foi sugerido o uso de material de PVC.

CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

4.5. Forro

Figura 42: Planta de Forro

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CAPÍTULO 4: O PROJETO FINAL

4.6. Piso Para a área da biblioteca foi proposto um piso laminado de madeira devido a sua resistência e aspecto estético. Nos banheiros foi sugerido o uso de um porcelanato ou similar, para facilitar a limpeza. Na área externa, foi recomendado piso de madeira tratada para o deck e nos passeios da praça cimento alisado ou blocos intertravados. Além disso foram projetados os caminhos com piso tátil para a auxiliar na orientação por parte do deficiente visual. Foram usados os dois pisos indicados na Norma Brasileira de Acessibilidade, NBR 9050 (ABNT, 2004): o piso alerta e o piso direcional.

O piso alerta é composto por relevos tronco-cônicos distribuídos de forma homogênea sobre a superfície de sua base. Ele é utilizado para sinalizar situações de risco para o deficiente visual e tem também a função de indicar uma mudança de direção no caminho.

Figura 43: o piso alerta

O piso direcional é formado por relevos de seção trapezoidal, estendidos no sentido longitudinal ao longo dos limites da base. Serve como guia quanto à orientação no ambiente e indica caminhos preferenciais de deslocamento, sem obstáculos e seguros.

Figura 44: o piso direcional

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5.CONSIDERAÇÕES FINAIS



CAPÍTULO 5: CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este projeto teve um curto prazo de três meses para sua realização, porém espera-se ter concebido um espaço que atenda às expectativas dos usuários e funcionários da Fundação Catarinense de Educação Especial, onde todos tenham o acesso facilitado à informação e a possibilidade de integração social em um ambiente agradável e inclusivo. Cada proposta (edificação, paisagismo, layout, mobiliários, piso, forro), foi pensada considerando as necessidades e interesses das pessoas que utilizariam esse local e priorizando a concepção de um ambiente acessível, resultando em um espaço de qualidade e possível apropriação por todos. Durante a análise dessas necessidades e da busca por soluções, foi possível compreender de que forma ocorre a acessibilidade e de quais recursos a Arquitetura pode apropriar-se para promovê-la. Vale ressaltar o quão gratificante é a possibilidade da aplicação do conhecimento de forma a contribuir com a sociedade na qual se insere, de forma a trazer uma melhor qualidade de vida para os outros, aplicando os anos de trabalho do grupo PET/ARQ na área. Espera-se que este trabalho sirva de referência para futuros estudos na área, promovendo a acessibilidade e a aplicação do desenho universal.

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6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CAPÍTULO 6: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bibliografia Consultada ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050/2004 – Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamento urbano. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. BINS ELY, Vera H. M. et al. Acessibilidade espacial e inclusão nas instalações do colégio de aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina – avaliação e propostas de projeto. Santa Catarina: PET Arquitetura e Urbanismo, 2007. BINS ELY, Vera H. M. et al. Projeto de Sistema de Informação Tátil para a Biblioteca Universitária Central da UFSC. Santa Catarina: PET Arquitetura e Urbanismo, 2010. BINS ELY, Vera H. M. et al. Projeto Jardim Universal para UFSC. Santa Catarina: PET Arquitetura e Urbanismo, 2010. BRANDÃO, Milena M. et al. Acessibilidade e Inclusão nas Instalações da Fundação Catarinense de Educação Especial. São Carlos: Anais do PLURIS – 1º Congresso Luso Brasileiro para o Planejamento Urbano Regional Integrado Sustentável, 2005. ISBN 85-85205-60-1

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DISCHINGER, Marta; BINS ELY, Vera Helena Moro; PIARDI, Sonia Maria Demeda Groisman. Promovendo acessibilidade espacial n o s e d i f í c i o s p ú b l i co s : p ro g ra m a d e acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nas edificações de uso público. Florianópolis, 2009. DISCHINGER, Marta. BINS ELY, Vera Helena Moro. DAUFENBACH, Karine. RAMOS, Juliana de Lima. CAVALCANTI, Patrícia Biasi. Desenho Universal: por uma arquitetura inclusiva. Florianópolis: Relatório de Pesquisa PET/Arq/SESu, 2001. DORNELES, Vanessa Goulart. Acessibilidade para idosos em áreas livres públicas de lazer. Florianópolis, 2006. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal de Santa Catarina. FÁVERO, Eugênia Augusta Gonzaga. Direitos das pessoas com deficiência – garantia de igualdade na diversidade. Rio de Janeiro: WVA, 2007. OLIVEIRA, Aíla Seguin Dias Aguiar de. Acessibilidade Espacial em Centro Cultural: estudo de casos. Floria nópolis, 2006. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal de Santa Catarina.


Figura 01: http://2.bp.blogspot.com/-jitr8w4ciqo/TZXfYJSfgiI/AAAAAAAAAxo/NWot-NV8UBk/s1600/livros.jpg Figura 02: http://2.bp.blogspot.com/_eIBAVA7AGQ0/TUWo3lgUIbI/AAAAAAAAO9I/pkKvqVM3N4o/s400/eds006.jpg Figura 03: http://3.bp.blogspot.com/-Hiejo1RWHCU/Tqb_0ebkRMI/AAAAAAAABm0/8G62AgMl4S0/s1600/imagem_livros_lf_9_1_1_3_1_2_1_1_1_1_1.jpg Figura 04: http://thumbs.dreamstime.com/thumblarge_129/1173746896p3mg8i.jpg Figura 05: http://thumbs.dreamstime.com/thumblarge_541/128505817790Newi.jpg Figura 06: http://thumbs.dreamstime.com/thumblarge_641/1319195471d01noI.jpg Figura 07:http://1.bp.blogspot.com/_aPSzqqincf0/TDtYDoqxIZI/AAAAAAAAAHA/Gd4Nhx-e7fI/s320/4.jpg Figura 08: http://vidamaislivre.com.br/uploads/flagras/cinemark_617x440.jpg Figura 09: http://pt.dreamstime.com/cadeira-de-rodas-e-escadas-thumb19043697.jpg Figura 10: http://1.bp.blogspot.com/_G_97pIn5PXU/TPUyFDERJQI/AAAAAAAAADE/8K9gnJTVwTQ/s1600/MOBI.jpg Figura 11: http://www.arcoweb.com.br/design/fotos/78/totem_direcional.jpg Figura 12: http://www.arcomodular.com.br/portugues/uploads/images/Produtos%20-%20Mapas%20T%C3%A1teis/DSC02494.jpg Figura 13: http://portal.ua.pt/projectos/meu/images/g_rampas1.gif Figura 14: acervo pessoal Figura 15: http://lh3.ggpht.com/-crJm8q4uMw/SxP83gTZL5I/AAAAAAAAC_A/Am_h03DPm0c/1%252520Bliblioteca%252520Louis%252520Braille%252520Foto%252520S%2525C3%2525B4nia%252520P arma.jpg Figura 16: http://www.bnb.df.gov.br/ index.php/espacos/item/50-sal%C3%A3o-de-estudo-e-leitura Figura 17: http://colunistas.ig.com.br/clarissaschneider/files/2010/07/blibioteca-de-sao-paulo-1.jpg Figura 18: http://revistalivro.files.wordpress.com/2010/05/fotos_bsp04.jpg Figura 19: Google Earth, com modificações dos autores Figura 20: acervo pessoal Figura 21: acervo pessoal Figura 22: acervo pessoal Figura 23: acervo pessoal Figura 24: acervo pessoal Figura 25: acervo pessoal Figura 26: acervo pessoal Figura 27: acervo pessoal Figura 28: acervo pessoal Figura 29: acervo pessoal Figura 30: acervo pessoal Figura 31: acervo pessoal Figura 32: acervo pessoal Figura 33: acervo pessoal Figura 34: acervo pessoal Figura 35: acervo pessoal Figura 36: acervo pessoal Figura 37: acervo pessoal Figura 38: acervo pessoal Figura 39: http://dumontbrasil.blogspot.com/2010_05_01archieve.html Figura 40: acervo pessoal Figura 41: acervo pessoal Figura 42: acervo pessoal Figura 43: http://www.grandeluz.com.br/canais/produtos/?cat_id=3&pro_id=7 Figura 44: http://www.grandeluz.com.br/canais/produtos/?cat_id=3&pro_id=6

CAPÍTULO 6: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Referências das Figuras

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7.APÊNDICES



Design Process to Accessibility: one library for all Authors: Vanessa Goulart Dorneles, Vera Helena Moro Bins Ely, Larissa Miranda Heinisch, Gabriela Yoshitani da Luz, Cristiano André Teixeira In Brazil, the most research on universal design and accessibility are POE – Post Occupancy Evaluation. This abstract presents one different research that answers how to design accessible spaces from the beginning of its conception. We present the process design to one accessible library developed to Fundação Catarinense de Educação Especial, this institution serves people with disabilities, providing teaching, research, specific care and rehabilitation (Brandão et al, 2005). The design was made in six steps. First, the authors contact the institution to know the real needs of its users. In this step we made interviews with open questions to workers. The second step was physical and photographic survey to know the space where the library will be insert. The third step consisted in the bibliographic study and survey of examples of accessible libraries throughout the world. The fourth step was the proposal development that included the internal layout, the bathroom renovation, landscape design and furniture creation. The fifth stage was one feedback with institution's users to discuss the proposal. Finally, the proposal was adjusted according to feedback from the previous step. The accessible library Project was created according four accessibility components, proposed by Dischinger et al (2009): orientation/information, communication, movement and use. Some tactile tiles and tactile maps were implanted to help people with visual impairments to have information about space. The individuals study space was separated to collective study space to facilitate the communication between users. The circulations and accesses were designed for comfortable movement for all users. All furniture can be used for people with wheelchair or short stature, e.g., the bookshelves have a maximum height of 1.5 metros. The end result was satisfactory because it accords with the users' needs. The space created was accessible and democratic, and the diversity was respected.

CAPÍTULO 7: APÊNDICES

Resumo enviado para o evento Universal Design Oslo 2012

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48 CAPÍTULO7: APÊNDICES


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CAPÍTULO 7: APÊNDICES



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