Presidente do Sistema Fecomércio | Sesc Senac PR Darci Piana Diretor Regional | Sesc PR Emerson Sextos Diretora de Educação, Cultura e Ação Social | Sesc PR Maristela Bruneri Gerente de Cultura Márcio Norberto Gerente | Sesc Estação Saudade Mônica Diniz de Souza Técnica de Cultura | Sesc Estação Saudade Rafaela Prestes Remeika Projeto idealizado e desenvolvido por colaboradores Sesc Estação Saudade Capa | Projeto Gráfico | Diagramação Larissa Marli Clausen Conteúdo Textual | Fotografia Ellen Poli Biora Mackaulen David Tavares Rafaela Prestes Remeika
APRESENTAÇÃO O compromisso com as ações culturais e com a memória histórica envolvidas no processo de restauração do Sesc Estação Saudade passa pela concepção de um espaço expositivo que reúne um acervo com peças doadas pela própria comunidade ponta-grossense e parcerias estabelecidas com instituições públicas e privadas que mantém viva a memória ferroviária. O Guia Museu apresenta como o Sesc Estação Saudade concebe este espaço e como estamos investindo na melhor forma de preservar e conservar esses itens, para tornar esse conhecimento sobre a história ferroviária que perpassa as instalações da unidade, acessível a todos os visitantes.
Palavra do Presidente do Sistema FecomĂŠrcio PR
Palavra do Diretor Regional do Sesc PR
Sumário Linha do Tempo Primeira Fase Sala Francisco Búrzio Sala Foyer Dados de Visitação
Segunda Fase Sala Francisco Búrzio Sala Foyer Corredor 1º andar Foyer Escada Bilheteria
Destaques do Acervo
12 17 18 22 26 29 30 36 42 44 46 51
O compromisso com as ações culturais e com a memória histórica são valores intrínsecos ao Sesc Paraná. Por isso, temos orgulho de presentear Ponta Grossa com o Sesc Estação Saudade. Inaugurada em 1899, a gare¹ se consolidou como marco histórico no desenvolvimento do estado do Paraná. Foi um dos palcos principais da industrialização paranaense por meio da Estrada de Ferro São Paulo–Rio Grande, que conectava as grandes metrópoles a uma nova concepção de municípios efervescentes da região. O estilo da edificação destaca elementos da arquitetura neoclássica e art noveau, com ornamentos em madeira nobre, como pinho e imbuia. A beleza da estação comunicava aos viajantes da época o progresso e as riquezas do estado. Preservadas na restauração do Sesc Estação Saudade, essas características guardam a memória e ressaltam os padrões estéticos da época, agregando enorme valor cultural e histórico à região. O Sesc Paraná tem a honra de convidá-lo para uma viagem pelos trilhos do tempo e entre as memórias da Estação Saudade.
¹ O termo gare tem sua origem na língua francesa com surgimento no século XVII para designar embarcadouro e desembarcadouro à margem de rios. Com a ascensão dos trens, o nome foi estendido ao embarque e desembarque nas ferrovias, alterandose apenas mais tarde para o termo mais corrente: estação.
Estação Saudade Velha Estação Saudade, que saudade de tudo quanto ali aconteceu; de tuas plataformas apinhadas de gente que chegava ou que partia; gente feliz ou triste que se despedia, rostos cheios de angustia ou ansiedade ou rostos cheios de felicidade; gente perdida simplesmente naquele burburinho, como inúmeras vezes também ali fiquei, sozinho... Grandes locomotivas reluzentes que se cruzavam, esbaforidas e resfolegantes, cansadas já dessa rotina ingente de transportar cargas e gente... Saudade de ficar olhando as luzidas paralelas dos teus trilhos sonhando em meio a tanta agitação e aqueles brilhos... Fecho os olhos e fico imaginando que fantasmas somente perambulam por tuas solitárias galerias nestas noites vazias e circulam, nostálgicos também, talvez chorando, ao se cruzarem, nessa solidão, em cada desvão!... Edmundo Schwab
Linha do Tempo
Primeira Fase Em sua Primeira Fase, a Sala Expositiva Francisco Búrzio do Sesc Estação Saudade contava com 25 peças de acervo exposto, entre documentos, obra de arte, fotografias e objetos doados pela comunidade. Também eram expostas, peças do acervo da Casa da Memória de Ponta de Grossa, e da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). A exposição para inauguração no Sesc Estação Saudade foi elaborada em dois espaços: no primeiro andar, na Sala Francisco Búrzio e no andar térreo na Sala Foyer.
Sala Francisco Búrzio Quantas histórias cabem na Estação Saudade? Local de encontros e despedidas de viajantes, a Estação foi palco de momentos históricos para a cidade, como a passagem do Exército Brasileiro durante a Guerra do Contestado (1912-1916) e a permanência de Getúlio Vargas em Ponta Grossa durante a Revolução de 1930. Além da história da cidade, a Estação e suas ferrovias também fizeram parte do cotidiano de inúmeras pessoas que trabalharam aqui e nas ferrovias: maquinistas, grafistas, agentes de estação, auxiliares administrativos, telegrafistas, etc. Aqui, nesta sala, você encontra itens que nos contam um pouco dessas histórias: documentos da Companhia da Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande e da americana Brazil Railway, também revistas da Rede de Viação Paraná Santa Catarina e da Rede Ferroviária Federal S.A; além de equipamentos utilizados na comunicação entre estações e na construção das linhas férreas; fotografias que capturaram momentos históricos, desde a primeira fase de construção da Estação até a retirada dos trilhos em 4 de abril de 1990; certificados e documentos de trabalhadores cujas histórias de vida se entrelaçam com a história do prédio.
Visitação ADFPG | Francisco Búrzio
11/01/2020 | Francisco Búrzio
11/01/2020 | Francisco Búrzio
Sala Foyer Quanto tempo você demora numa viagem para outra cidade? No tempo do trem , se deslocar para outra cidade poderia demorar um dia. Para outro estado, semanas. Para outro país, eram meses! Pode parecer muito tempo, mas antes dos trens essas viagens eram feitas a cavalo ou por navio, e demoravam ainda mais. Por isso, quando a Estação Ponta Grossa foi inaugurada em 1899, seus trilhos e trens representavam o meio de transporte mais moderno da época. Aqui, neste ambiente, você encontra alguns dos itens que faziam parte das grandes estações: o carimbador de bilhetes, os bancos de espera, o banco de vagão de trem e as malas de viagem. Mas nem só de objetos se conta uma história, havia também os viajantes e os trabalhadores. Entre esses, os Agentes de Estação, os Maquinistas, os Guarda-Freios e inúmeros outros funcionários que garantiam que cada trem saísse na hora certa. Ah! Mais um modo de viajar: viajar pela história! Observe com atenção cada item desta sala. Os objetos nos contam sobre como era no tempo do trem, e cada um é testemunho dessa história.
16/12/2019 | Foyer
16/12/2019 | Foyer
16/12/2019 | Foyer
16/12/2019 | Foyer
Dados de Visitação Entre janeiro e 20 de março de 2020, o Sesc Estação Saudade atingiu cerca de 1.801 visitantes espontâneos, sem agendamento ou atendimento direto de colaboradores do Sesc. Já o serviço de Ação Educativa, atendeu no mesmo período o público de 394 pessoas, em 38 visitas mediadas para grupos da comunidade, instituições que atendem pessoas com deficiência, e grupos escolares.
Visita Guiada com Colégio Estadual Senador Corrêa.
Segunda Fase A partir do trabalho apresentado pelo Sesc Estação Saudade, e com o reconhecimento da comunidade, novas doações chegaram. Entre documentos, fotografias e objetos, surgiu a necessidade de pensarmos em novos expositores, bem como na ampliação dos de recursos expositivos para expor cerca das 67 peças doadas para o Sesc. Para tornar público todo o acervo, passamos apresentar a exposição também nos espaços da Bilheteria e o corredor do primeiro andar.
Sala Francisco Búrzio A nova expografia desta sala conta com a instalação de banners nas janelas, que além de suavizar a exposição dos documentos a luz do sol, oferecem ao visitante informações com a Linha do Tempo da Estação Saudade, e com o texto que apresenta o tema da exposição “História em Trilhos”, que reforça as histórias presentes na Estação Saudade e na memória ferroviária de empresas e funcionários.
Sala Foyer A Sala Foyer também recebeu a instalação de banners nas janelas para proteção do acervo exposto, e neste ambiente o visitante encontra nos banners a apresentação da unidade e o tema da sala expositiva, “Modos de Viajar”. O objetivo desta mostra a ambientação dos tempos dos trens, com a exibição dos bancos e malas de viagem, dos quepes dos uniformes e as fotografias dos ferroviários.
Corredor 1º andar Enquanto os alunos aguardam o horário das aulas, podem contemplar neste espaço as Bandeiras de Sinalização utilizadas pela antiga RFFSA, do acervo da ABPF, na parede próxima a sala de artes.
Foyer Escada No ambiente que antecede o Foyer, estão expostas as fotografias do ferroviário José de Andrade Júnior, que registrou o cotidiano de seu trabalho capturando imagens de trens e trabalhadores, completam o espaço, as antigas Lamparinas a gás, do acervo da Casa da Memória.
Fotografias do ferroviário José de Andrade Júnior, doação da família.
Bilheteria
Faixa - Testemunho da pintura original
Testemunho Arqueológico da construção
Destaques do Acervo
Os uniformes dos ferroviários conferiam prestígio social aos trabalhadores e distinguiam a função do funcionário. Neste conjunto com exemplares de diferentes períodos e empresas, o quepe vermelho identificava o Agente da Estação. Já o Fiscal de Finanças, usava um quepe verde. O Auxiliar de Agente da Estação era identificado pelo quepe azul, assim como os maquinistas. Fazem parte da história recente, os bonés das empresas Ferropar, Ferroeste e da Ferrovia Sul Atlântico S.A.
Quepe de Agente de Estação da RFFSA Doação de Marco Antonio Chaves Acervo Sesc Estação Saudade
Quepe de Auxiliar de Agente de Estação da RFFSA Doação de Marcos Elias Milléo Acervo Sesc Estação Saudade
Quepe de Fiscal de Finanças da RVPSC Doação de Adriele Fátima Montes Guimarães Acervo Sesc Estação Saudade
Quepe de Maquinista da Locomotiva da Rede Ferroviรกria Federal S.A. Acervo Casa da Memรณria
Boné da empresa FERROPAR Boné da empresa FERROESTE Boné da empresa Ferrovia Sul Atlântico S.A. Doação de Marcos Elias Milléo Acervo Sesc Estação Saudade
Apólice da Companhia Brazil Railway Doação FECOMÉRCIOPR Acervo Sesc Estação Saudade
Documento original referente à ação preferencial no valor de 100 doláres emitida pela Brazil Railway Company em 28 de maio de 1910, para ser amortizada em 100 parcelas mensais de um dólar, das quais foram quitadas 40 parcelas. O capital autorizado a ser integralizado pela empresa era de U$ 40.000.000 (quarenta milhões de dólares) A Brasil Railway Company operou de 1906 a 1917, concentrando 47% das ferrovias brasileiras.
Cupons da Apólice da Companhia Brazil Railway Doação FECOMÉRCIOPR Acervo Sesc Estação Saudade
Telégrafo Acervo Casa da Memória
O telégrafo era um aparelho utilizado para a comunicação entre as estações ferroviárias, essencial para segurança e controle de tráfego nos trilhos, impedindo que eles colidissem. Antes da invenção de meios mais modernos de comunicação, toda a liberação era feita pelo telégrafo, que funcionava através da eletricidade e enviava mensagens criptografadas por código Morse.
JOSÉ DE ANDRADE JÚNIOR Viaduto de Oficinas Fotografia Doação da Família de José de Andrade Júnior Acervo Sesc Estação Saudade
Esta fotografia realizada por José de Andrade Junior, ferroviário e fotógrafo amador, registrou o exato momento do encontro dos trens no Viaduto de Oficinas. Uma foto guarda muito mais que um momento, aqui nesse caso, registra a persistência e dedicação de um amante da fotografia, que ficou uma semana com a câmera fotográfica, aguardando o momento perfeito para registrar a imagem de dentro do trem.
DORIAN GRISOLIA JÚNIOR Estação Saudade Desenho Doação do artista Acervo Sesc Estação Saudade
O desenho de Dorian Grisolia Júnior foi selecionado em 1993 para a Exposição Coletiva de Artes Plásticas do Banco do Brasil - 75 anos, organizada pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. Destacando a arquitetura de estilo eclético, o desenho recebeu o nome de Estação Saudade, reforçando como o local era popularmente conhecido. Em 1997, através da Lei nº 5811, a antiga estação passou a ser reconhecida oficialmente como Estação Saudade.
Maquete do Viaduto Sinimbú da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba Doação de José Francisco Pavelec Acervo Sesc Estação Saudade
O Viaduto Sinimbú, representado nesta maquete, faz parte da Estrada de Ferro Paranaguá - Curitiba. Sua construção, com aço importado da Bélgica, teve início em 1880 e cobre um vão de 62,28 metros. O viaduto foi inaugurado junto a Estrada de Ferro em 1885.
Teodolito Acervo Associação Brasileira de Preservação Ferroviária
Instrumento de precisão óptica para medir ângulos verticais e horizontais. Criado por Ignazio Porro em 1835 é um instrumento usado para determinar as medidas e formas da Terra, campo gravitacional, locação de pontos fixos e sistemas de coordenadas ou de uma parte da sua superfície. Utilizado para desenvolvimento da criação das linhas férreas.
Carimbador de bilhetes Alesso Acervo Casa da Memória
Antes da criação de formas mais modernas de impressão, o Carimbador de Bilhetes, datado do século XX, era o instrumento utilizado para carimbar os bilhetes de trem com a data e hora do embarque. Com funcionamento semelhante ao carimbo, o funcionário ajustava as informações na máquina e carimbava o bilhete do passageiro.
Banco de vaga de trem e Malas de Viagem Séc XX Acervo Casa da Memória de Ponta Grossa e Doações.
Banco da Estação Séc XX Acervo Casa da Memória de Ponta Grossa.
Lampião Séc XX Acervo Casa da Memória de Ponta Grossa.
Relógio da Rede Ferroviária Federal S.A da Estação de Uvaranas. Séc XX Acervo Casa da Memória de Ponta Grossa
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