Coleção Saudade - álbum Sesc Estação Saudade

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COLEÇÃO SAUDADE


Presidente do Sistema Fecomércio | Sesc Senac PR Darci Piana Diretor Regional | Sesc PR Emerson Sextos Diretora de Educação, Cultura e Ação Social | Sesc PR Maristela Bruneri Gerente de Cultura Márcio Norberto Gerente Executiva | Sesc Estação Saudade Mônica Diniz de Souza Técnica de Cultura | Sesc Estação Saudade Rafaela Prestes Remeika Orientadora de Atividades - Artes Visuais | Sesc Estação Saudade Ellen Polli Biora Assistente Administrativo - SAC | Sesc Estação Saudade Larissa Marli Clausen Projeto idealizado e desenvolvido por colaboradores Sesc Estação Saudade Capa | Projeto Gráfico | Diagramação Larissa Marli Clausen Conteúdo Textual | Fotografia Ellen Poli Biora João Gilberto Agner Holm Mackaulen David Tavares Mônica Diniz de Souza Rafaela Prestes Remeika


Apresentação Coleção Saudade Uma das poucas certezas que tenho, é que somos todos nós – eu - você e tantos - feitos de pedaços de saudades, colados lado a lado e nos compondo como um ser inteiro. Mas vale também dizer que SAUDADE não é sinônimo de tristeza ou lembranças dolorosas, a saudade deveria ser sempre leve e de fazer brilhar os olhos e arrepiar-se por inteiro. E como bons fazedores de saudade, também podemos ser colecionadores de Saudade. Colecionamos saudade de lugares em que pisamos. Dos doces que provamos. Dos sorrisos e do jeito de alguém que vive dentro da nossa lembrança. Alguns colecionam selos, outros tampinhas, há quem colecione botões e borboletas. Então, que tal unirmos Coleção + Saudade? Aqui apresento o resultado dessa união a Coleção Saudade, um álbum cheio de memórias, lembranças, curiosidades, figurinhas para você levar para sua casa um pouco dessa Saudade.

João Agner.



Palavra do Presidente



Palavra do Diretor Regional


Estação Saudade


Velha Estação Saudade, que saudade de tudo quanto ali aconteceu; de tuas plataformas apinhadas de gente que chegava ou que partia; gente feliz ou triste que se despedia, rostos cheios de angustia ou ansiedade ou rostos cheios de felicidade; gente perdida simplesmente naquele burburinho, como inúmeras vezes também ali fiquei, sozinho... Grandes locomotivas reluzentes que se cruzavam, esbaforidas e resfolegantes, cansadas já dessa rotina ingente de transportar cargas e gente... Saudade de ficar olhando as luzidas paralelas dos teus trilhos sonhando em meio a tanta agitação e aqueles brilhos... Fecho os olhos e fico imaginando que fantasmas somente perambulam por tuas solitárias galerias nestas noites vazias e circulam, nostálgicos também, talvez chorando, ao se cruzarem, nessa solidão, em cada desvão!... Edmundo Schwab


Linha do Tempo

Local de encontros e despedidas de viajantes, a Estação foi palco de momentos históricos para a cidade, e foi também cenário de outras tantas histórias que mesmo pequeninas foram tecendo ponto a ponto os trilhos da vida das pessoas.


1894

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A Estação Paraná é inaugurada já defasada, considerando a velocidade com que Ponta Grossa se transformava por conta da ferrovia. Era necessária uma nova estação para a cidade.

16.12.1899 É inaugurada a Estação Ponta Grossa, que logo ganharia um novo nome. Em 1900, o presidente da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, Dr. Antonio Roxo de Rodrigues, seria homenageado ela cidade: Estação Roxo de Rodrigues.

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1908

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O nome Roxo de Rodrigues caiu em desuso. Assim, a estação volta a ter o nome da cidade. O prédio passa por sua primeira ampliação: alas laterias são adicionadas à construção original.


1912

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O Foot-ball Club Operário Pontagrossense é criado no dia 1º de maio. Composto pelas comunidades ferroviária e fabril da cidade, que crescem rapidamente, o clube é mais do que esporte: é a representação social, cultural e política.

1912 Ponta Grossa e sua estação têm um papel estratégico na Guerra do Contestado, em que Paraná e Santa Catarina lutam pela delimitação de suas fronteiras: a cidade é o polo civilizado mais próximo das àreas de conflito. A presença militar muda o cotidiano de todos.

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1916

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Santos Dumont passa por diversas cidades paranaenses. Em Ponta Grossa, uma multidão o leva até o Hotel Palermo para uma grande festa. Antes de voltar para São Paulo, ganha uma recepção oficial na Estação Ponta Grossa.


1916

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Mais uma ampliação é feita no prédio, para abrigar mais passageiros e evitar aglomerações, que facilitavam os assaltos dentro da estação. A cidade havia se transformado por conta da ferrovia.

1920 O crescimento do uso dos carroções, sistema rudimentar comparado à ferrovia, demonstra a crise que veio por conta da lentidão e dos altos fretes dos trens.

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1930

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Em sua ida ao Sudeste para tomar à força o ponto de presidente da República, Getúlio Vargas elege Ponta Grossa sede dos estadosmaiores civil e militar da revolução. Vitorioso, toma as primeiras providências do novo governo na estação.


1942 A icônica maria-fumaça, chamada de Locomotiva 250, entra em funcionamento. O projeto foi idealizado pelo engenheiro Ewaldo Krüger e concluído por seu filho Germano.

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1981 A ferrovia está longe do seu auge. O ônibus é o melhor transporte para passageiros e rodovias são construídas para superar os caminhos sinuosos dos trilhos, que não são eficientes.

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1990 Em 4 de abril, é feita a última viagem férrea até a estação Imprensa e populares acompanham a retirada dos trilhos junto à antiga plataforma de embarque. 12


1997 Com o deslocamento da manhã ferroviária e o crescimento vertical da cidade. a estação perde sua função. No dia 8 de julho, ela é rebatizada como Estação Saudade, pela memória de outros tempos.

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2017 Após 8 anos como Biblioteca Municipal (2004-2012), a estação enfrenta um novo período de abandono. Em 12 de maio, o município assina a Escritura Pública de Concessão da Estação Saudade ao Sesc Paraná.

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16.12.2019

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O Sesc Estação Saudade é inaugurado, com uma nova função: unidade cultural e café-escola Senac para a comunidade pontagrossense. Um novo começo para o prédio de 120 anos que carrega passado, presente e futuro da cidade.


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A arquitetura da Estação Ponta Grossa foi pensada para impressionar viajantes de outros estados e países. O estilo do edifício é chamado de eclético, porque combina elementos da arquitetura neoclássica e art nouveau.

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Arquitetura

Fachada da Fernandes Pinheiro

Na fachada voltada para a Rua Fernandes Pinheiro, entrada de embarque para os viajantes, o Relógio ganha destaque com os elementos de decoração em gesso com motivos florais.

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Relógio da Estação

As fachadas do edifício trazem elementos neoclássicos, como a racionalidade e o equilíbrio expresso na distribuição e no formato das portas e janelas, bem como nas decorações em gesso

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Detalhes das janelas e colunas de estilo neoclássico


Do outro lado, na fachada voltada para onde ficava a linha férrea e o pátio de manobra dos trens, as portas que dão acesso à plataforma são originais da época, e feitas de aço forjado com motivos florais, influência da arquitetura art nouveau.

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Ornamentos das portas das plataformas

Ao longo dos 180 metros da plataforma, as colunas que sustentam a cobertura foram feitas a partir dos trilhos...

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Colunas de trilhos

E o beiral do detalhado, ganha destaque com os lambrequins, com formas geométricas simples mas, marcantes ao longo de toda a plataforma.

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Lambrenquins


Arquitetura Espaços Internos 22

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A Bilheteria mantém suas características originais, construída em madeira de pinho e imbuia. O móvel é de estilo manuelino, conhecido também como gótico português tardio, típico das construções ecléticas da época.

Cabine da bilheteria

Esta "janela arqueológica" revela a estrutura das paredes do edifício, construídas com rochas e cimento, conforme a técnica de construção do século XIX.

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Pintura decorativa

A decoração interna no estilo Art Nouveau, tem suas formas inspiradas em elementos da natureza. Esta "janela arqueológica" exibe a pintura original com motivos florais, feita com a técnica de molde vazado.

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Janela arqueológica


A escada, mantida em sua estrutura original, foi construída em 1899 com madeiras de pinho Paraná e Imbuia. O uso da madeira marcava além de elementos estéticos, elementos da identidade paranaense, já que a extração de madeira era um importante produto econômico da região.

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Escada

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Ladrilho Hidráulico Hidraulico Biblioteca

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Cremona


Modos de Viajar

Enquanto as folhas do calendário voavam misturando o tempo, viajar era uma grande aventura que levava dias, semanas e até alguns meses. Você já imaginou?

Estação Saudade

Quando a Estação Ponta Grossa foi inaugurada em 1899, seus trilhos e trens representavam o meio de transporte mais moderno da época, e todos queriam provar essa novidade. Cada papel, cada objeto, cada livro ou fotografia são testemunhos atemporais e condutores da História. As pessoas, testemunhas, tecedoras pertencentes a cada estória contada, mas tudo ainda é Saudade, no virar das páginas do velho tempo...

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Malas de viagem


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Bancos de vagĂŁo

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Sino

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Carimbador

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Bilhetes


História em Trilhos 53

Quando a Estação Ponta Grossa foi inaugurada em 1899, seus meio de transporte mais moderno da

época,

e

todos

53

trilhos e trens representavam o queriam

provar essa novidade! novidade Telégrafo

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Teodolito

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Relógio


Nem sรณ de objetos e fotografias se

conta

uma

histรณria,

sobretudo os viajantes, os trabalhadores, essas pessoas inseridas

num

fio

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histรณrico

vivo e fazedores de saudades.

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Quepes

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Foguista

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Maquinista



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