tramas contemporâneas

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ESTÚDIO 503 tramas contemporâneas


Estilo de vida

“Coleção desenvolvida através de referências do nosso cotidiano de rua”


convite ao contemporâneo

o mundo atual oferta informações e transformações a todo momento e em todo lugar. trazemos, nesta primeira edição, reflexões sobre moda que atingem o planeta como um todo: questões sociais, políticas, econômicas e culturais que se interligam como tramas. “tramas contemporâneas” é o nosso primeiro mergulho nesse mar repleto de metamorfoses. esperamos que gostem da jornada.

Laura Castralli

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ESTÚDIO 503 direção: Barbara Almeida, Laura Castralli, Luisa Coelho e Mariana Costa.

projeto gráfico e diagramação: Barbara Almeida, Laura Castralli, Luisa Coelho e Mariana Costa.

identidade visual: Barbara Almeida, Laura Castralli, Luisa Coelho e Mariana Costa.

produção editorial: Barbara Almeida, Laura Castralli, Luisa Coelho e Mariana Costa.

colaboradores: Bárbara Almeida, Cristiane Artuzo, Débora Pereira, Equipe Pokito de Brechó, Gabriel Zarbetti, Laura Castralli, Lucas Marinos, Luís Coelho, Luisa Coelho, Mariana Costa, Melissa Lima, Naomy Westin, Thainá Labaki, Thiago Montanhere.

capa: Barbara Almeida, Laura Castralli, Luisa Coelho e Mariana Costa.

revisão: William Fernandez.

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mandala ecobags


Sumário 07 09 12 15 18 24 27 29 31

É na sola da bota, é na palma da mão!

O crescente fortalecimento de marcas de produções independentes

Duna e seu desfile de looks incríveis

Pela descentralização da moda: alternativas sustentáveis

Tramas contemporâneas

Quanto custa?

Pokito de Brechó

É Carnaval!

Conhecendo a Base Dois

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NOTA DAS EDITORAS Foi uma experiência e tanto fazer parte de um editorial que envolve um tema com o qual me identifico e poder trazer ainda mais visibilidade aos brechós e aos produtores locais.

Mariana Costa Desenvolver uma revista não é uma tarefa fácil, ainda mais quando se há tantas informações para serem acessadas e colocadas de diversas maneiras no mundo. Mas conseguir organizar e colocar um pouco da gente nesse processo todo é muito bacana.

Laura castralli É muito gratificante fazer uma produção sobre um tema muito importante e que me identifico bastante. O trabalho dos brechós e produtores locais é fascinante, existe uma grande história por trás de todas as peça / coleção que são lançadas e também realizam um papel muito importante para a sociedade.

luisa coelho Fazer um editorial sobre algo que faz parte da minha vida e que eu aprecio tanto foi bem interessante. Acho que a tendência a frequentar brechós e a produção própria tem estado cada vez mais em “moda” e é algo muito importante quando pensamos em sustentabilidade.

barbara almeida

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É na sola da bota, é na palma da mão! Louis Vuitton apresentou sua nova coleção feita por Pharrell Williams, marcando a Semana de Moda Masculina de Paris 2024 Por: Luís André Coelho

Reprodução: Louis Vuitton

No dia 16 de Janeiro, às 16h Pharrell Williams, cantor, compositor, rapper, produtor e estilista da Louis Vuitton desde de 2023, levou para a passarela de Paris a temática country americana. Com o estilo velho oeste, a coleção foi bem elaborada, trazendo peças xadrez, jeans, franjas, couro e muito artesanato refinado. Sem deixar de lado as lendárias bolsas da marca, que completaram os looks e a proposta final do desfile, com cores vibrantes e também clássicas.

Ditando tendência para o inverno de 2024, o estilista apostou nas roupas mais largas, botas e jaquetas. Fazendo uma mescla entre o atual e o passado dos cowboys, com composições coloridas e com bastantes tons de marrom e um verde mais escuro. As jaquetas apresentaram um bordado único, dando o toque especial e de alta qualidade ao produto final.

O desfile contou com um cenário totalmente voltado para o velho-oeste, assim mergulhando totalmente os convidados e telespectadores. Pharrell Williams também apresentou com exclusividade a música “Good People”, produzida pelo mesmo e Mumford & Sons.

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PRINCIPAIS PEÇAS

BOTAS Calçado que vem ganhando espaço novamente na moda, as botas de diferentes cores e estilos fizeram parte do desfile de Pharrell, combinando com a estética country. Em especial a coleção mostrou com exclusividade a parceria com Timberland, marca famosa pelas botas amareladas, item que marcou o hip-hop internacional e nacional. O estilista uniu a bota que marcou gerações ao longo dos anos com a marca de alta costura, assim produzindo uma bota marcante. O calçado na cor preta mostra os detalhes que foram produzidos em dourado, fazendo referência ao logo da Louis Vuitton. A coleção ainda não está disponível no site, mas é possível observar as peças via Instagram e plataformas digitais. Reprodução: Twitter

Essa coleção coloca novamente a marca no mais alto patamar, com uma ótima estética e com uma história contada através das roupas. A coleção possui peças que serão tendências no inverno de 2024 e até dos próximos anos, agora é aguardar a próxima assinatura de Pharrell e quais suas contribuições para a moda.

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o crescente fortalecimento de marcas de produções independentes por Laura Castralli fotos Laura Castralli e Lucas Marinos

Octopus Tattoo Shop é uma marca independente que começou como estúdio de tatuagem e, desde 2018, vem lançando novas camisetas e novos itens de vestuário (além de continuar funcionando como estúdio de tatuagem na cidade de Nova Odessa).

Lucas Marinos Amadio é o nome por trás: tatuador, ilustrador e artista diz que foi, inicialmente, influenciado por amigos tatuadores que estavam produzindo peças com ilustrações mais voltadas para tatuagens e que acabaram servindo de inspiração para que produzisse suas próprias peças.

Boné Five Panel Octopus Prod (R$100)

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Pins Love Trap e Polvo (R$30)

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Lucas já está em sua terceira edição de peças, lançada ano passado, e é a mais ousada, pois contou com novos itens além das camisetas: 2 versões de bonés, uma touca, 2 opções de moletons, 1 shorts e vários pins coloridos.

Touca não disponível

No momento, o estúdio de tatuagem está em construção de uma nova sede, fazendo com que a produção da nova coleção da Octopus fique em standby. “Coleção nova só depois que o estúdio ficar pronto, talvez junto com a inauguração”.

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Duna e seu desfile de looks incríveis por Laura Castralli

Para promover a segunda parte de “Duna”, o elenco tem viajado para diversos países para divulgação do novo filme. O filme conta com um elenco de peso: Zendaya, Timothee Chalamet, Rebecca Ferguson, Austin Butler e Florence Pugh, a produção também conta com Anya Taylor-Joy e Léa Seydoux. Todo o elenco entregou looks maravilhosos em toda divulgação, mas as atrizes têm chamado mais atenção e, principalmente, Zendaya.

Instagram

Zendaya usando um look Torishéju

Instagram As atrizes Léa Seydoux, Rebecca Fergunson, Florence Pugh e Zendaya na premiere de Londres

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Instagram Florence Pugh e Zendaya

Instagram Rebecca Fergunson em Fendi

Instagram Zendaya usando Louis Vitton

Confira com os trabalhos dos estilistas envolvidos, nomes como Law Roach, Tom Eerebout e Rebecca Corbin-Murray, que escolheram alta costura para compor os looks das atrizes

Instagram Anya Taylor-Joy usando Dior

Instagram Zendaya em um Mugler de 1995

Instagram Florence com Valentino

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UM ROLE SOBRE MODA SUSTENTÁVEL, CRIATIVIDADE E EMPREENDENDORISMO JOVEM.

VENHA SER

! r o t i s o p x e m u

PARA MAIS INFORMAÇÕES, PG. 27


PELA DESCENTRALIZAÇÃO DA MODA: alternativas sustentáveis por Laura Castralli

Pinterest

O aumento na temperatura que percebemos nos últimos meses de 2023 já era uma pauta falada há anos. A presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, afirmou que “a mudança do clima é o grande desafio do nosso século” em uma entrevista para a CNN em 2021, ano em que o desmatamento na Amazônia havia atingido o maior índice em 10 anos, crescendo em 29% em relação ao ano anterior, sendo a pecuária uma das maiores responsáveis pelos danos ambientais. De acordo com a Global Fashion Agenda, a indústria da moda é responsável por 4% da emissão de carbono no meio ambiente (embora esse número possa variar por falta de rastreamento e monitoramento), nos quais os processos de produção dos materiais das peças (em sua maioria, provenientes do petróleo, contando com tintura), seu descarte inadequado (aterros como o de Atacama, no Chile ou em Gana, onde as roupas ficam lá poluindo o solo) e o desmatamento (com a produção do couro, por exemplo), são alguns exemplos de poluição causada pela indústria.

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Só com a produção do couro, por exemplo, já é um grande fator no desmatamento, pois a indústria pecuária é a maior responsável pelo desflorestamento da floresta amazônica, do Cerrado no Brasil e das florestas tropicais em todo o mundo.

Pinterest

Com o monitoramento da Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), foi estimado que entre janeiro e dezembro de 2022, foram devastados o equivalente de quase 3 mil campos de futebol por dia de floresta, a maior destruição em 15 anos (desde 2008, quando o instituto começou a monitorar a região).

Pinterest

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Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta, para preservar um clima habitável e tentar reduzir a poluição do planeta, a produção de carvão, petróleo e gás deve diminuir rapidamente e a capacidade global de energia renovável (como energia eólica, solar e geotérmica) precisa triplicar, sem contar com os investimentos para adaptação dos efeitos da mudança global do clima, que também não devem parar por aí: investir no descarte das roupas, na reciclagem, no uso de alternativas sustentáveis para produção de roupas (e sua manutenção para que durem mais) e, principalmente, na durabilidade das roupas.

A pegada de carbono (que é o total de emissões de gases de efeito estufa) da indústria da moda mostra a necessidade de repensar diversos aspectos dos produtos de todo o setor e sua durabilidade. Alternativas sustentáveis como as fibras amazônicas (como o tucum, buriti e turiri) e fibras de resíduos alimentares (como banana, milho, por exemplo) podem ser alternativas para diversificar as opções dentro do mercado, para além do consumo consciente. Ainda mais se podemos investir em produção local e descentralizada, valoriza-se também os aspectos sociais, culturais e ambientais, fomentando o trabalho de comunidades locais e cooperativas.

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tramas contemporâneas

o slow fashion está se disseminando há um tempo e tem criado raízes na sociedade como uma oportunidade de combater o consumismo desenfreado que o capitalismo nos incentiva todos os dias, juntamente com as tendências. o fortalecimento da produção local e de brechós reforça a sustentabilidade fazendo coleções com duração e incentivando uma menor frequência de compra (além de melhor pensada). aqui vai nosso tributo ao consumo consciente.

por Bárbara Almeida, Laura Castralli, Luisa Coelho e Mariana Costa maquiagem Débora Pereira fotos Laura Castralli

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Thainá usa Camiseta Emerica Skateboard (R$139)


Thainá usa Camiseta Ripndip (R$299) e Mandala Ecobags (R$45)


Naomy usa blusa (R$120) e bermuda (R$80), ambos Base Dois e ecobag Sofia Froder (não disponível) Thainá usa Camiseta Ripndip (R$299) e ecobag Mandala (R$)


Naomy usa blusa (R$120) e bermuda (R$80), ambos Base Dois


Naomy usa blusa Base Dois (R$60)


Quanto custa? Por Luisa Coelho

Na indústria da moda existem diversos problemas, indo além das toneladas de emissões de gases e aumento de plásticos nos oceanos. O trabalho escravo também está presente, sendo pouco comentado dentro da indústria. Temos um bom exemplo, a “Shein”, onde podemos encontrar qualquer tipo de nova tendência navegando pelo site e vemos diariamente compras pelo mesmo sendo postada nas redes sociais.

Pinterest

Foi encontrado no local de trabalho da marca condições análogas à escravidão, na investigação, descobriram que frequentemente os colaboradores trabalham até 18h por dia, costuram 500 peças de roupa diariamente.

Gerado pelo consumismo desenfreado, o “fast fashion” acompanha as novas tendências do momento, produzindo peças a cada trend, sendo necessária uma produção veloz para o consumo imediato, com tecidos de baixa qualidade, resultando em descarte exacerbado e rápido das peças. Desde o surgimento dessa linha de produção rápida, - formato que mais utiliza mais mão de obra escrava - o trabalho escravo também se tornou um dos pontos principais sobre os impactos ambientais

A escravidão moderna é o oposto de desenvolvimento sustentável, usada para reduzir custos e gerar produções em massa dentro de uma empresa. Apresenta diversos malefícios aos trabalhadores, a maioria são imigrantes e normalmente desesperados por salários, com dívidas a pagar, acabam aceitando a má remuneração.

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Ganho de 0,20 centavos por hora/custo humano Penalização por erros Péssimas condições de trabalho (abuso básico dos direitos humanos) Exploração, ameaças

Pinterest

O que impede uma revolução desses trabalhadores diante a exploração é a falta de voz e medo. Em muitos países e muitas marcas ainda fazem uso da mão de obra escrava, é de suma importância ficar atento as lojas que tem envolvimento com trabalhos similar à escravidão ou mão de obra escrava.

“A moda consciente é uma tendência crescente” O consumo consciente está em ascensão, ganhando visibilidade, sendo umas das soluções menos agressiva. Apoiar brechós, slow fashion e produção local é um ótimo caminho para um mundo melhor Brechó, compra acessível e sustentável, reduz o impacto ambiental da indústria da moda, poupando trabalhos escravos e energia que seriam necessárias para produzir novas roupas. Peças com tecidos com mais durabilidade, também são uma ótima opção na hora de fazer uma nova compra ;) 25



Pokito de brechó por Bárbara Almeida

O QUE É O POKITO? “Pokito de Brechó é um projeto que foi criado em 2021, com o intuito de fazer uma feira de brechós, work shop, aulas de upcycling, djs, comidas e entre outros. Dando muita voz ao empreendedorismo jovem e espaço para novas oportunidades.”

Pokito de Brechó

qual foi o objetivo deste projeto no início de tudo? e o que esperam QUEM ESTÁ ENVOLVIDO COM O PROJETO? para o futuro? “Temos os empreendedores que são @isabellapcl, @jeisao.o, @blast.atelie, @flame_garimparia @swbryma e os brechós que seria o @santibrecho, @acervodoreliquia, @pokitodeestilo, @relicari.oz, @admiresebrecho, @brecho_105 @_brech013 e o @brecho_high, todos podem ser encontrados no Instagram.”

“Acho que quando começamos queríamos trazer algo interessante para nossa comunidade e algo que pudesse ter uma visão de futuro para todos que vão e oportunidades também, além de ter umas roupinhas no precinho com os brechós. E sobre o futuro, é só madurecer mais a ideia.”

quem tem interesse de expor, aonde ou com quem devo falar?

qual será o próximo evento?

“Manda uma dm lá no Instagram da @pokitodebrecho”

“Ainda não temos datas, mas fiquem ligadinhos nas nossas redes socias que está vindo novidades!”

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É CARNAVAL! Que o brasileiro ama essa festa a gente já sabe... mas e a origem dos famosos bloquinhos? por Mariana Costa

O Carnaval é reconhecido mundialmente como uma das festas populares mais animadas e representativas da cultura brasileira. Mas você sabe como surgiram os blocos de rua que animam a festa de rua das cidades?

O Globo

Mulher com estandarte do "Carnaval da vitória", do Bloco Sempre Unidos, na Avenida Rio Branco, em 1946

Os famosos blocos de rua surgiram dos “entrudos” portugueses, que eram comemorações de rua onde as pessoas brincavam jogando água, ovos, farinha e restos de comida umas nas outras. Essa brincadeira era principalmente feita por negros escravizados, sendo criminalizada durante o século 19.

Desfile do cacique de ramos na Avenida Rio Branco no carnaval de 1987

Isso ocorreu como uma forma de reprimir manifestações dos negros, Oporém, Globo no final do mesmo século, foram criados os cordões e os ranchos, blocos de pessoas que saíam as ruas seguindo carros decorados. Esses cordões evoluíram ao longo dos anos, trazendo cada vez mais outros elementos da cultura brasileira, como a capoeira, as marchinhas e o samba. 29


De carnaval em carnaval, esse movimento segue crescendo! E pensamos em trazer uma playlist bem carnavalesca pra vocês curtirem enquanto se arrumam com as amizades pro bloco/festinha de carnaval! Diário Carioca

Para você ter um gostinho do meu gosto musical e das editoras, aqui vai algumas recomendações:

Pinterest Desfile do Monobloco no RJ, 2018

O canto da cidade - Daniela Mercury (1992) tem vários hinos carnavalescos e essa é a minha preferida 100% você - Chiclete com banana (2004) Lembro de ouvir o CD do chiclete com banana da minha mãe bem pequenininha e desde sempre dançava pela casa...

Quer dar uma conferida na playlist completa? Acesse nosso QR Code!

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Conhecendo a base dois O artista urbano Base Dois teve seu primeiro contato com o Graffiti em 2014 através da cultura Hip Hop na Zona Sul de Piracicaba, no interior de São Paulo. Desde então, seguiu em busca de estudos e desenvolvimento do seu estilo próprio dentro do movimento. Com fortes inspirações em desenhos animados, HQ’s e outros grandes artistas do Brasil, criou a sua própria identidade.

Autorretrato

Camisa branca Base Dois (R$120)

Em sua trajetória, o artista também se aventurou no universo da moda (costura, modelagem e customização) e em 2018 criou a sua primeira coleção de roupas, assim fundando a sua própria marca. Hoje em dia, segue criando e explorando diversas vertentes artísticas, trazendo em cada obra toda a sua essência, seja na parede ou nas roupas!

midia.ret

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ESTÚDIO 503

Publicado pelo Issuu Produzido pelo Canva



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