TFG I - FAUrb | UFPel - Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura

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Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura



Laura da Silva Ribeiro Orientada por Aline Montagna da Silveira

Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura

Trabalho Final de Graduação - I Ênfase em Espaços Construídos FAUrb - UFPel | 2018 Pelotas, 2018 01


Agradecimentos Aos meus pais, Joelson e Kátia, por terem me guiado e orientado a percorrer os melhores e mais sensatos caminhos de minha trajetória. Aos meus irmãos mais velhos, Ana Luísa e Leonardo, por me protegerem e acompanharem durante os diferentes processos da minha vida. À minha irmã mais nova, Maitê, por ter me ensinado um novo sentido da vida ao nascer e crescer diante dos meus olhos e cuidados fraternos. À minha orientadora Aline, que sempre se mostrou solícita, paciente e incentivadora das minhas diversas ideias e processos criativos. Aos professores e funcionários da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Pelotas, os quais muito agregaram para meu conhecimento que está para se tornar profissional e fizeram parte do meu cotidiano acadêmico. Aos meus amigos - os que moram perto e os que moram longe - que em meus diferentes momentos como pessoa continuaram ao meu lado, me oferecendo apoio, alegria e companhia.


Sumário 1 Apresentação

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2 Tema

7

Introdução

Histórico - Transtorno do Espectro Autista Epidemiologia Legislação

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8 12 16

3 Justificativa

17

4 Referenciais

27

5 Sítio

33

6 Proposta

45

7 Encaminhamentos

77

Centro de Atendimento ao Autista - Pelotas Referenciais Teóricos Referenciais Arquitetônicos Descrição do Terreno Entorno Malha Viária Aspectos Legislativos Organização Setorial Programa | Pré-Dimensionamento Conceito Lançamentos Proposição Fluxos Isométricas Composição Lugares Significantes Próximas Etapas Fontes de Figuras

18 28 29 34 39 42 44 46 47 48 49 51 55 59 61 67 78 79

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1.

Apresentação


Introdução A transformação e a criação de novos ambientes possibilita apropriação daqueles que se utilizam dos mesmos, gerando em seu íntimo uma gama de sentimentos e sensações. A partir dessa mutação, o que antes se tratava de um simples espaço se torna um lugar repleto de significados, onde ali são permitidas novas experiências e atividades. Nesse trabalho, o tema arquitetura é abordado através da relação com a condição TEA - Transtorno do Espectro Autista e a formação de lugares significantes através da proposta da criação de uma nova sede ao Centro de Atendimento ao Autista, referência no estado do Rio Grande do Sul e localizado na cidade de Pelotas. A concepção possibilita desafios no ato de projetar aos usuários com condições excepcionais de percepção do ambiente que os envolve e são enfrentados com estratégias distintas, mas se correlacionam através da forma arquitetônica e resolução funcional. Conceitos como legibilidade, introspecção e a conformação de espaços refúgio são empregados no processo criativo e revelam a flexibilidade que deve existir no edifício para que sejam atendidas todas e quaisquer demandas dos usuários com comportamentos e necessidades distintas.

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2.

Tema


Histórico - Transtorno do Espectro Autista A palavra “autismo” tem raízes no grego “autos” (eu) e foi utilizada pela primeira vez na história em 1908, pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, o qual descrevia um grupo de sintomas que eram relacionados à esquizofrenia. Trinta e cinco anos depois, em 1943, o psiquiatra austríaco Leo Kanner publica a obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. Nela, descreveu casos de onze crianças que tinham em comum “isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmice, denominando-as autistas”, e observou que os sintomas já apareciam na primeira infância ao utilizar o termo “autismo infantil precoce”. De acordo com Kanner, tais crianças respondiam de maneira incomum ao ambiente, apresentando comportamentos repetitivos, maneirismos motores

1908

Primeira utilização do termo “autismo” na história

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estereotipados, resistência à mudança e insistência na monotonia, bem como aspectos não usuais das habilidades de comunicação, como a inversão de pronomes e a tendência ao eco na linguagem, chamada “ecolalia”. Essas observações são contextualizadas por Leo Kanner no desenvolvimento do indivíduo, assim como o destaque a predominância dos déficits de relacionamento social e comportamentos incomuns. Passado um ano da publicação de Kanner, Hans Asperger, divulga o artigo “A psicopatia autista na infância”. Nele, o psiquiatra e pesquisador austríaco observa que o padrão de comportamento descrito ocorria preferencialmente em meninos e que essas crianças apresentavam deficiências sociais graves, tais como a falta de empatia, baixa capacidade de

1943

Publicação da obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” - Leo Kanner

fazer amizades, conversação unilateral e movimentos descoordenados. Entretanto, Asperger nota a habilidade que elas possuíam de discorrer sobre um tema de maneira detalhada. Seu relato foi tido como relevante nos anos 80 e ficou conhecido como um dos pioneiros no estudo do autismo, tendo seu nome descrito em uma Síndrome. Em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria publica a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais que fornece nomenclaturas e critérios padrões para os diagnósticos de transtornos mentais. Nessa edição os sintomas autísticos semelhantes eram classificados como um subgrupo da esquizofrenia infantil, e não possuía um diagnóstico separado.

1944

Publicação da obra “Psicopatia Autista na Infância” - Hans Asperger

1952

Lançamento da primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais


Na década de 50 a crença sobre o autismo era atribuída aos pais não emocionalmente responsáveis pelos seus filhos e era discutida a hipótese “mãe geladeira” - termo utilizado por Leo Kanner - associando o transtorno a falta de calor maternal aos seus filhos. Posteriormente, sua teoria foi abandonada por ser considerar-se totalmente infundada. Nesse período, eram diversos os estudos psicanalíticos sobre o autismo, porém, os pesquisadores não consideravam fatores biológicos e genéticos, apenas o impacto na vida das pessoas. Diversas evidências se acumularam no início dos anos 60, levando a crer que o autismo era um transtorno cerebral presente desde a infância e encontrado em todos os países e grupos socioeconômicos e étnico-raciais investigados.

1960

Evidências de que o autismo é um transtorno cerebral presente desde a infância

1965

Temple Grandlin cria a chamada “Máquina do Abraço” que a acalmava conforme a pressionava

Em 1965, Temple Grandin, uma jovem americana, cria a chamada “Máquina do Abraço”, aparelho que lhe pressionava como se estivesse sendo abraçada e que a acalmava, assim como outras pessoas com autismo. Ela ficou conhecida mundialmente e tornou-se uma excelente profissional e bem-sucedida ao explicar em palestras a importância em ajudar crianças autistas a desenvolverem suas potencialidades.

A classificação do autismo ocorre a partir de Michael Rutter, em 1978, sua definição é proposta a partir de quatro critérios: atraso e desvios sociais não só como deficiência intelectual; problemas de comunicação; comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos; início antes dos 30 meses de idade. Rutter conseguiu, a partir disso, criar um marco divisor na compreensão dessa condição.

Ainda nos anos 60, a segunda edição do Manual de Doenças Mentais (DSM-II) é publicada e refletia a predominância da psicodinâmica psiquiátrica. Os sintomas não eram especificados com detalhes em determinadas desordens e eram vistos como reflexos de grandes conflitos subjacentes ou reações de má adaptação aos problemas da vida.

Nos anos 80 classifica-se o autismo no DSM-III, e, pela primeira vez, ocorre o reconhecimento e colocação em uma nova classe de transtornos: Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – TIDs. O termo reflete o fato de que múltiplas áreas de funcionamento do cérebro são afetadas a partir da condição autista.

1968

Segunda edição do Manual de Doenças Mentais (DSM-II)

1978

Michael Rutter classifica o autismo a partir de quatro critérios para sua definição

1980

Classificação e reconhecimento do Autismo no DSM-III na classe TIDs

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A psiquiatra inglesa Lorna Wing instaura pela primeira vez o pensamento de que o conceito de autismo se tratava de um espectro de condições. Posteriormente, o termo “Síndrome de Asperger, numa referência à pesquisa de Hans Asperger foi estabelecido. A partir desse ponto, Lorna possibilitou uma revolução na forma como o autismo era considerado e tratado, bem como uma maior compreensão da condição. Fundou a National Autistic Society – NAS, juntamente com Judith Gold e o Centro Lorna Wing, promovendo serviços para pessoas autistas. Estudos sobre as formas de tratamento do autismo começam a ser realizados ao fim dos anos 80, pelo psicólogo Ivar Lovaas nos Estados Unidos, demonstrando como a intensidade da terapia

1981

Lorna Wing traz o conceito de que o autismo se trata de um espectro de condições

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1988

Ivar Lovaas estuda formas de tratamento do autismo através de terapia comportamental

comportamental e a intervenção precoce pode ajudar crianças com autismo nos seus desenvolvimentos cognitivos. O DSM então, substitui o temo “autismo infantil” para uma definição mais ampla – “Transtorno do Autismo” e inclui uma lista de critérios diagnósticos. Durante os anos 80 e 90, o papel da terapia comportamental e uso de ambientes de aprendizagem altamente controlados emergiram como os principais tratamentos para muitas formas de autismo e condições relacionadas. No ano de 1994, a DSM-IV traz novos critérios potenciais para o autismo, bem como as várias condições candidatas a serem incluídas na categoria TID, sendo assim, foram avaliados o excedente a mil casos por mais de 100 avaliadores clínicos. A Síndrome de Asperger é

1994

Substituição do termo “Autismo Infantil” para “Transtorno do Autismo” pela DSM-IV, trazendo novos critérios potenciais

adicionada ao DSM, ampliando o espectro do autismo, que passa a incluir casos mais leves, em que os indivíduos tendem a ser mais funcionais. Um equívoco é cometido pela revista Lancet, a qual publicou um artigo do cientista inglês Andre Wakefield afirmando que algumas vacinas poderiam ser fatores desencadeadores do autismo. Esses estudos foram desacreditados por outros cientistas e descartados. Nos últimos anos, mais de 20 estudos mostraram que, de fato, a associação da vacina ao autismo não possui fundamento. Com o objetivo de chamar a atenção para esse transtorno e despertar interesse da sociedade, em 2007 a ONU institui o dia 2 de abril como – Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

1998

A revista Lancet comete um equívoco ao afirmar que vacinas poderiam ser fatores desencadeadores do autismo


“Esse ato, pelo seu simbolismo, abriu possibilidades para um maior diálogo entre as famílias, profissionais da área e os próprios indivíduos com autismo. Veio como um alerta necessário para que os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), antes considerados raros, fossem vistos com maior responsabilidade. Pesquisas e interesse pelo TID, onde o autismo aparece como o mais prevalente, têm aumentado ano a ano, produzindo mais conhecimento, desmitificando crenças e afastando o que não é científico.”¹ - Ricardo Halpern, presidente do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre a implantação do Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

2007

Instauração do Dia Mundial da Conscientização do Autismo pela ONU

Por fim, a quinta edição do DSM, lançada em 2013, elimina os subtipos dos transtornos do espectro do autismo, permanecendo então apenas um único espectro com diferentes níveis de gravidade. O DSM-V passa a abrigar todas as subcategorias da condição em um único diagnóstico guarda-chuva denominado Transtorno do Espectro Autista – TEA. A Síndrome de Asperger não é mais considerada uma condição separada e o diagnóstico para o autismo passa a ser definido em duas categorias: alteração da comunicação social e pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados.¹

2013

O DSM-V passa a abrigar todas as subcategorias da condição em um único diagnóstico 1 HISTÓRIA do Autismo. Instituto PENSI, São Paulo. Disponível em: https://autismo.institutopensi.org.br/informe-se/sobre-o-autismo/historia-do-autismo/. Acesso em: out. 2018.

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Epidemiologia Causas

Tratamento

Um amplo estudo realizado na Suécia mostra que fatores ambientais são tão importantes quanto a genética como causa do autismo. Tais fatores poderiam incluir o nível socioeconômico da família, complicações no parto, infecções sofridas pela mãe e o uso de drogas antes e durante a gravidez. Os autores se disseram surpresos ao descobrirem que a genética tem um peso de cerca de 50%, muito menos do que as estimativas anteriores de 80% a 90%. O resultado partiu da análise de dados de mais de 2 milhões de pessoas na Suécia entre 1982 e 2006, e é o maior estudo já realizado sobre as origens genéticas do autismo.¹

Contudo, em 2017, a revista científica Nature Neurscience publicou um estudo relevante para a pesquisa sobre as causas do TEA, revelando que os fatores genéticos se mostravam mais importantes nas causas e origens do autismo, embora os fatores ambientais também estejam associados. Este estudo foi realizado pelo grupo de pesquisa The Autism Speaks MSSNG Project, considerado o maior programa de estudos genéticos em autismo no mundo.²

1 HISTÓRIA do Autismo. Instituto PENSI, São Paulo. Disponível em: https://autismo.institutopensi.org.br/informe-se/sobre-o-autismo/historia-do-autismo/. Acesso em: out. 2018.

2 WORLD’S largest autism genome database shines new light on many ‘autisms’. Autism Speaks. Disponível em: https://www. autismspeaks.org/press-release/worlds-largest-autism-genome-database-shines-new-light-many-autisms. Acesso em: 10/2018.

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Ao final dos anos 80, os estudos sobre as formas de tratamento do autismo começaram a ser realizados e aprofundados, dando destaque ao psicólogo Ivar Lovaas, que, a partir de um experimento, analisa as reações de 19 crianças entre 4 e 5 anos diagnosticadas com autismo, as quais foram submetidas a 40 horas de atendimento relacionado a terapia comportamental e intervenção precoce. Dois anos depois, o Quociente de Inteligência (QI) dessas crianças havia aumentado 20 pontos em média, as que não foram submetidas a terapia não apresentaram melhoras.¹ Observa-se nos grandes centros que atendem indivíduos dentro do espectro autista a utilização de diversas terapias que auxiliam o desenvolvimento dos mesmos. As atividades são principalmente


Prevalência no Mundo focadas nas crianças, pois iniciar o tratamento na infância possibilita maiores chances de êxito na vida adulta e desenvolvimento. Sendo assim, destacam-se atividades relacionadas às artes, tecnologia, educação física, música, entre outras que permitem de maneira significativa a expressividade e controle dos conflitos internos de cada pessoa. O tema pedagógico entra de maneira mais forte do que a própria saúde no tratamento, enriquecendo o desenvolvimento cognitivo das crianças, jovens e adultos autistas. A inserção dos indivíduos na sociedade e a capacitação da comunicação com indivíduos externos é obtida através de determinados exercícios, como a utilização de animais nas terapias, a qual possibilita a aproximação da pessoa autista com o cão, gato e até mesmo cavalo que necessita de cuidados.

Cada pessoa na condição autista reage de uma forma diferente ao seu entorno; dessa forma, os tratamentos serão específicos para as situações diversas em que se encontram no seu íntimo. No caso de estímulos sensoriais, são questões muito específicas, porém, importantes de serem exploradas caso a caso.³

A ONU através da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pelo menos 1% da população mundial (76 milhões de pessoas) apresente o Transtorno do Espectro Autista, ainda que não diagnosticado, em sua maioria. Divulgaram também o pressuposto de que essa condição neurológica tem aumentado e a predominância de afetados são crianças. São poucos os estudos sobre epidemiologia e prevalência de TEA no mundo, entretanto, o Centro de Controle de Prevenção de Doenças – CDC, órgão ligado aos Estados Unidos, divulgou nesse ano de 2018 um relatório realizado em 2014. De acordo com a pesquisa, estima-se que 1 a cada 59 crianças faça parte do espectro autista, aumentando em 15% o dado anterior registrado em 2012 e 1% População mundial que apresenta TEA 99%

População mundial que não apresenta TEA

Figura 1: Representação da prevalência mundial do autismo 3 JACKS, Débora. Histórico do Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura. [Entrevista cedida a] Laura Ribeiro. Pelotas, set. 2018.

4 REJEITAR pessoas com autismo é ‘um desperdício de potencial humano’, destacam representantes da ONU. ONU BR. Rio de Janeiro, abr. 2016. Disponível em: https://nacoesunidas.org/rejeitar-pessoas-com-autismo-e-um-desperdicio-de-potencial-humano-destacam-representantes-da-onu/. Acesso em: out. 2018.

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divulgado em 2016 de que 1 para cada 68 crianças eram afetadas. As estatísticas foram recolhidas pelo órgão através de uma rede de monitoramento de autismo realizado pelo ADDM (The Autism and Developmental Disabilities Monitoring), criada em 2000 e localizadas em 11 estados diferentes dos EUA. Foram levadas em consideração apenas crianças nascidas em 2006, com 8 anos de idade. O estudo fornece dados mais concisos e alerta para a variação de números dentro da pesquisa no país, visto que, números maiores foram encontrados onde os pesquisadores possuíam acesso aos registros escolares. Apesar do estudo revelar resultados significativos para a sociedade, ainda há uma prevalência real baixa dos dados, uma vez que, a variação das taxas encontradas são de 1 em 34 no estado de New Jersey e 1 a cada 77, no Arkansas.⁴

As propensões de diagnóstico do autismo nas crianças variam desde questões de gênero até etnia. A diferença de diagnósticos nos sexos masculino e feminino diminuiu. No estudo de 2012 os meninos eram 4,5 vezes mais diagnosticados do que as meninas (1 em 37 versus 1 em 151). Isso reflete o fato de que as meninas possuem um melhor diagnóstico, muitas as quais não apresentavam o quadro estereotipado do autismo observado em meninos. Quanto aos casos das diferentes etnias, observou-se que no EUA crianças brancas são mais propensas ao diagnóstico, apesar de que em 2012 a diferença étnica diminuiu principalmente entre crianças brancas e negras. Isso parece refletir uma maior conscientização e triagem nas comunidades minoritárias. No entanto, o número de diagnósticos de crianças hispânicas é significativamente 1 em 59 1 em 68

Estados alvo do estudo

Figura 2: Representação dos alvos do estudo nos EUA⁴

1 em 166 1 em 150

1 em 110

2004 2006 2008 2010 2012 2018 2014 2016 Figura 3: Representação do estudo de prevalência ao longo dos anos⁴

4 PIGNATARI, Graciela. CDC divulga novos números de autismo nos EUA: 1 para 59. TISMOO. São Paulo, ago. 2018. Disponível em: http://tismoo.us/destaques/cdc-divulga-novos-numeros-de-autismo-nos-eua-1-para-59/. Acesso em: out. 2018

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1 em 125

1 em 88

menor do que de crianças não hispânicas. A conclusão dá-se através dos seguintes dados: crianças brancas - 17,2 a cada 1000 foi 7% maior do que entre crianças negras (16 a cada 1000) e 22% maior do que as crianças hispânicas (14 a cada 1000). Infelizmente, não foi detectada uma diminuição da idade de diagnóstico nos EUA, tendo apenas 42% de crianças as quais possuíram um diagnóstico efetivo e abrangente aos 36 meses (idade recomendada para uma avaliação bem-sucedida). A média encontrada de idade com diagnóstico realizado foi de 52 meses e não diferiu significativamente por gênero ou etnia. A partir dessa informação, tem-se que a maioria das crianças ainda estão sendo diagnosticadas após os 4 anos de idade, embora possam existir 14 a cada 1000

Crianças Hispânicas

16 a cada 1000

17,2 a cada 1000

Crianças Negras

Crianças Brancas

Figura 4: Prevalência de acordo com os Grupos Étnicos⁴


descobertas do transtorno ou sinais aos 2 anos. Tal situação é concebida como problemática, visto que a intervenção precoce apresenta maior sucesso no tratamento, possibilitando maior desenvolvimento e condições saudáveis ao longo da vida.⁴ Apesar do grande avanço com o estudo realizado pela CDC ainda existem dúvidas sobre a real epidemiologia do Transtorno do Espectro Autista nos EUA de maneira integral, observando-se a variação das taxas nos estados analisados conclui-se que os números podem ser maiores. Além disso, não existem dados confiáveis sobre a prevalência do autismo nos adultos, visto que é uma condição vitalícia e exigiria um estudo muito maior e mais amplo. A cada ano, cerca de 50 mil jovens com TEA cruzam a maioridade dos 18 anos nos EUA.

5 MELLO, Ana Maria S. Ros de; ANDRADE, Maria América; CHEN HO, Helena; SOUZA DIAS, Inês de. Retratos do Autismo no Brasil. 1 ed. São Paulo, 2013. Disponível em: https://www.autismo.org. br/site/images/Downloads/RetratoDoAutismo-20131001.pdf. Acesso em: out. 2018.

Prevalência no Brasil

Prevalência no Rio Grande do Sul

Em 2013 foi lançado o livro “Retratos do Autismo no Brasil” que traz além de orientações sobre o TEA, alguns dados coletados através de uma pesquisa realizada nos anos de 2011 e 2012, onde no total 106 instituições; que variam entre Associações de Amigos do Autista, escolas particulares, clínicas e órgãos públicos como CAPS, responderam questões sobre a inclusão desses alunos com condições excepcionais. Como resultado, obteve-se o número de assistidos por região, sendo a região sudeste a que mais atende; e o número total da pesquisa equivalente a 3280 assistidos.⁵ Entretanto, tendo como referência a estimativa dada pela ONU, aproximadamente 2 milhões de brasileiros são atingidos pelo autismo.⁶

Lamentavelmente, não existem estudos de prevalência no estado do Rio Grande do Sul, apenas dados referentes ao senso comum. Entretanto, destaca-se a evolução da pesquisa sobre TEA através da parceria realizada entre a UFPel e a Universidade do Minho, localizada em Braga – Portugal. Em 2017 foi realizado na cidade de Pelotas o 1° CONLUBRA – Congresso Luso-Brasileiro sobre TEA e Educação Inclusiva onde foram apresentadas diversas pesquisas e trabalhos científicos relacionados às condições autistas, como tratamentos, causas, a inclusão escolar e a formação de profissionais especialistas e preparados para lidar com as excepcionalidades.⁷

6 OLIVEIRA, Carolina. Um retrato do autismo no Brasil. Revista Espaço Aberto - USP. São Paulo, ed. 170. Disponível em: http:// www.usp.br/espacoaberto/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil. Acesso em: out. 2018.

7 CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO - TEA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA, 1., 2017, Pelotas. Anais 2017. Pelotas, UFPel, 2017. Disponível em: http://www.conlubra.com.br/. Acesso em: out. 2018.

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Legislação Indivíduos com TEA são amparados por algumas legislações⁸ no âmbito federal e estadual. Primeiramente destaca-se a Constituição Federal, a qual impõe em diversos artigos questões de assistência, proteção social e equidade das pessoas portadoras de deficiência com relação às áreas da saúde, educação e mercado de trabalho.⁹ Dá-se importância também para a Lei n° 8069 do ano de 1990 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e garante os direitos referentes à vida, sem discriminação de qualquer condição que a criança ou jovem apresente.¹° Especificamente para o âmbito educacional, a Lei n° 9394 estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e assegura atendimento especializado e gratuito àqueles que apresentam alguma condição excepcional.¹¹ Também destaca-se a lei federal n° 12764 de 2012 institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e busca promover maior amparo aos indivíduos os quais possuem essa condição.¹²

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Na legislação estadual, destaca-se a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, de 1989 com artigos relacionados à reserva de vagas em cargos públicos, supervisão de estabelecimentos que abriguem indivíduos submetidos às condições especiais, prestação de serviços relacionados a assistência social, integração dos excepcionais, entre outros.¹³ Por último, salienta-se a primeira edição do chamado “Retratos do Autismo no Brasil”, lançado em 2013 através da Secretaria de Direitos Humanos . O livro não representa efetivamente uma legislação, porém, possui um compilado de orientações à comunidade em relação às condições do TEA, apresentando dados, pesquisas sobre os tratamentos e recomendações aos profissionais. É necessário ressaltar a importância do lançamento de tal documento vindo do poder público, pois permite maior visibilidade do assunto pela população brasileira, que por sua vez, passa a ter maior conhecimento e capacidade de lidar com as condições apresentadas pelo autismo.¹⁴

8 LEIS gerais que também contemplam o autismo. Instituto Autismo e Vida. Porto Alegre. Disponível em: http://www.autismoevida.org.br/p/legislacao.html. Acesso em: out. 2018. 9 BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: out. 2018. 10 BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [1990]. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm. Acesso em: out. 2018. 11 BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [1990]. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm. Acesso em: out. 2018. 12 BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Brasília, DF: Presidência da República, [1990]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em: out. 2018. 13 RIO GRANDE DO SUL. Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS: Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, [2017]. Disponível em: http://www2.al.rs.gov. br/dal/LinkClick.aspx?fileticket=9p-X_3esaNg%3d&tabid=3683&mid=5358. Acesso em: out. 2018. 14 MELLO, Ana Maria S. Ros de; ANDRADE, Maria América; CHEN HO, Helena; SOUZA DIAS, Inês de. Retratos do Autismo no Brasil. 1 ed. São Paulo, 2013. Disponível em: https://www.autismo.org. br/site/images/Downloads/RetratoDoAutismo-20131001.pdf. Acesso em: out. 2018.


3.

Justificativa


Centro de Atendimento ao Autista - Pelotas Danilo Rolim de Moura O Centro carrega o nome de uma importante figura no cenário médico do Rio Grande do Sul e principalmente da cidade de Pelotas através das suas contribuições acadêmicas e para a comunidade como um todo. Nascido em Bagé no dia 1 de novembro de 1953, Danilo Rolim de Moura formou-se em medicina em 1978 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especializou-se pediatra no ano de 1980 e concluiu o mestrado em Neurociências no ano de 2009, na PUC-RS. Sua trajetória é marcada por atuações no meio acadêmico da UFPel como docente do Departamento de Medicina, além dos fortes vínculos diretamente com a comunidade pelotense não somente como pediatra, mas também através do seu envolvimento político. Foi Secretário Municipal de Saúde da cidade de Pelotas de 1983 a 1986 e, nessa ocasião, tornou o município o primeiro do estado a adotar a estratégia “Ações Integradas de Saúde”, percursora do SUS. Sua contribuição como médico, docente e cidadão ainda possui efeitos e notoriedade, assim sendo, homenageia-se seu trabalho e preocupação através da nomeação realizada pela Prefeitura Municipal de Pelotas - Centro de Atendimento ao Autista | Dr. Danilo Rolim de Moura.¹

1 DANILO Rolim de Moura. Disponível em: https://www.escavador.com/sobre/1336400/danilo-rolim-de-moura#profissional. Acesso em: out. 2018.

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Figura 5: Dr. Danilo Rolim de Moura


Surgimento A existência de espaços destinados aos cuidados e atenção às pessoas com transtornos, síndromes e deficiências em Pelotas se resumia, no começo dos anos 2000, apenas a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), a qual possui um atendimento muito reduzido quando relacionado à parcela de usuários com Transtorno do Espectro Autista. Com essa problemática em vista, surgiram mobilizações vindas das mães de crianças e jovens dentro do espectro autista que se organizaram em uma associação em prol de um espaço para atendimento de seus filhos. No ano de 2008, a luta tornou-se mais efetiva e a associação teve a possibilidade da participação em uma consulta popular, o que resultou em um número de assinaturas suficientes para a aquisição de uma verba no valor de 300 mil reais vinda do poder público para

2008

Possibilidade de consulta popular para criação do Centro

Mudança o pontapé inicial do projeto. A partir desse momento, a Prefeitura de Pelotas deveria arcar com o custo de 30 mil reais, tal quantia destinou-se a aquisição de material pedagógico, transporte dos alunos, computadores, playground, entre outros equipamentos; o restante dos gastos a prefeitura assumiu. Em 2013 foi assinado o decreto de criação do Centro, no ano seguinte, mesmo sem o apoio dos materiais adquiridos (os quais não haviam chegado ainda), deu-se início às atividades e atendimento em uma casa alugada, localizada na Rua Gonçalves Chaves, número 3416, contando com o atendimento inicial de 58 crianças, jovens e adultos autistas sem limite de faixa etária.

2013

Assinatura da criação do Centro pela Prefeitura de Pelotas

O antigo espaço sede logo tornou-se pequeno e enxuto para a demanda suportada devido aos novos e subsequentes diagnósticos de TEA dentro da comunidade pelotense e entorno, logo, a capacidade prevista de 120 atendimentos foi extrapolada e chegou aos 300 usuários. Pelo fato da edificação em funcionamento inicial tratar-se de uma antiga residência, sua infraestrutura não era a ideal, tornando-a impotente diante do uso denominado, sendo assim, fez-se necessária a utilização de um novo prédio para a realização das atividades. A então sede atual se encontra em funcionamento desde fevereiro de 2018 e localiza-se na Rua General Argolo, número 1801. Anteriormente, sua função envolvia serviços hospitalares, por isso, o edifício detém de uma maior área para a disposição de salas, objetivo maior da mudança de espaço.²

2018

Mudança para nova sede de CAA

2 JACKS, Débora. Histórico do Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura. [Entrevista cedida a] Laura Ribeiro. Pelotas, set. 2018.

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Infraestrutura e Organização

Atendimento

O prédio com área aproximada de 1200 m² (o triplo comparada a antiga residência) possui 2 pavimentos e um porão, 32 divisões de atendimento e 20 banheiros. Sua organização funcional é regida a partir do critério de faixa etária de alunos, ou seja, o andar térreo é utilizado para atendimento das crianças menores, as quais necessitam de maior atenção e proximidade aos cuidadores e o primeiro pavimento para as crianças maiores e adultos. O programa da edificação conta com salas específicas para casa atividade realizada e um espaço ao ar livre provido de área verde e playground, muito utilizado e prezado pelos alunos.

As dinâmicas de atendimentos funcionam em grupos de até 4 pessoas de mesma faixa etária ou individualmente, tudo depende das condições daquela criança, jovem ou adulto para trabalhar ou não em grupo. Se o indivíduo não apresenta capacidade e precisa de maior foco em suas necessidades específicas, ele é encaminhado ao atendimento individual. Porém, se há habilitação para compartilhar, flexibilizar e dividir a atividade, ele vai para o grupo. Os critérios de atendimento são monitorados pelos profissionais, os quais analisam e decidem quais atividades os alunos necessitam, muitos deles ingressam em apenas 1 atendimento e os demais vão acontecendo posteriormente.

São variadas as atividades e atendimentos existentes no Centro e dependem dos profissionais contratados, bem como dos espaços de salas. Entre elas destacam-se a ludoterapia, arteteraria, tecnologia assistiva, educação física, psicomotricidade, atividades de estimulação psicomotora e sensorial, além dos atendimentos de terapia ocupacional, fonoaudiólogos e psicólogos (este focado nas famílias dos alunos). Existem também os Atendimentos Educacionais Especializados, voltados para os indivíduos que já se encontram em outra escola e utilizam o centro como apoio, a Intervenção Precoce, orientada para crianças dos 3 aos 6 anos de idade e a Pet Terapia. Ademais, a direção almeja novas atividades para o centro, como a musicoterapia e academia para alunos adultos.²

2 JACKS, Débora. Histórico do Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura. [Entrevista cedida a] Laura Ribeiro. Pelotas, set. 2018.

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Figura 6: Antiga sede localizada na Rua Gonçalves Chaves

Figura 7: Nova sede do CAA localizada na Rua General Argolo


Atividades Existentes Ludoterapia Tem como objetivo a projeção do modo de ser da criança através de brincadeiras cotidianas, como brincar de boneca, hora do conto, jogos de rabiscos, entre outras atividades, expressando assim tanto suas afinidades quanto dificuldades em relação aos atos rotineiros e brincadeiras. O especialista utiliza tal projeção através das dinâmicas para procurar uma solução para seus conflitos e buscar um melhor desenvolvimento ao longo de seu crescimento; Estimulação Sensorial A abordagem da Integração Sensorial funciona em um ambiente com diversos estímulos, onde o aluno poderá explorar os sentidos através de tecidos diferenciados, texturas, ruídos, entre outros. É de suma importância frisar que cada criança, jovem ou adulto possui um comportamento diferente, podendo existir reações agressivas ou de muita afinidade à determinados estímulos;

Figura 8: Atividades em Grupo do CAA

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Atendimento Educacional Especializado Atividades educacionais específicas para alunos que já se encontram em outra escola, reforçando a especialização e o cuidado ao considerar as necessidades e condições da criança ou jovem autista. Sendo assim, utilizam-se do centro como uma ferramenta de apoio pedagógico excepcionalmente qualificado em turno reverso das aulas consideradas convencionais; Intervenção Precoce Com um caráter preventivo, a Intervenção Precoce é orientada para crianças em idade pré-escolar, e funciona através das realizações de atividades diversas, principalmente lúdicas consistindo na estimulação de diferentes áreas do cérebro e resultando em maiores chances de êxito no desenvolvimento do indivíduo; Fonoaudiologia Utilizando mecanismos convencionais de conversação, a terapia tem como objetivo a melhora na expressão verbal dos indivíduos e possibilitar maior autonomia e independência na comunicação oral;

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Figura 9: Atividades realizadas pelos alunos do CAA


Tecnologia Assistiva Esse atendimento traz estímulos relacionados ao uso de ferramentas audiovisuais e conteúdos multimídia através de aparelhos tecnológicos como computadores, videogames, entre outros; Psicomotricidade Com finalidades pedagógica e psicológica, o atendimento utiliza parâmetros da educação física, objetivando a melhora vinda da criança por meio do comportamento com seu corpo e movimento e estabelece comunicação não somente pelo aspecto oratório, mas também através de gestos, visando a melhora de alunos que possuem dificuldades relacionadas às formas de expressão; Terapia Assistida por Animais Também conhecida como “Pet Terapia”, utiliza animais para finalidade terapêutica, adotando como premissa básica a capacidade do animal de oferecer benefícios que vão além das terapias convencionais, como melhora na comunicação – a partir de nomear filhotes – melhor desempenho motor ao brincar com os animais, jogar bola, acariciar. O animal é grande estimulador das funções sociais e habilidades sociais dos seres humanos, o animal mais comumente utilizado para a terapia é o cachorro, entretanto podem ser utilizadas aves doméstica, gatos, entre outros;

Figura 10: Atendimento da Pet Terapia

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Arteterapia Essa terapia utiliza diferentes campos das artes como formas de comunicação e expressão vinda dos alunos. Atividades oriundas das artes visuais como pintura, barro, colagem, bem como artes cênicas – atuação, contos, teatros, utilização de marionetes - auxiliam nos modos de expressão dos alunos através do simbólico que muitas vezes podem representar atos diversos sem intenção; Psicoterapia A psicoterapia dentro do centro tem como público-alvo as famílias dos alunos, buscando dar apoio e tratamento às mesmas que enfrentam as dificuldades de lidar com as condições de seus familiares dentro do espectro autista. Terapia Ocupacional O Terapeuta Ocupacional busca trabalhar com o assistido a realização de atividades simples corriqueiras e pertencentes à rotina com foco principal na melhoria do desempenho individual e independência. As atividades vão desde as realizadas na escola, até o momento do brincar, das mais simples às mais complexas;

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Figura 11: Atividades Lúdicas no CAA


Atividades Almejadas Musicoterapia Essa terapia traz como benefícios a diminuição de movimentos estereotipados, o aumento da criatividade, melhoria na expressão e comunicação, entre outros, apenas pelo uso de instrumentos e exercícios de canto ou movimentação durantes as músicas; Academia Para a inserção de uma academia no centro devem ser levadas em conta as questões de segurança para os alunos, por isso, almeja-se um espaço para realização de atividades físicas sem uso de equipamentos considerados pesados, sendo assim, o ideal seria utilizar equipamentos para realização de treinos funcionais, ioga e outras atividades similares.²

2 JACKS, Débora. Histórico do Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura. [Entrevista cedida a] Laura Ribeiro. Pelotas, set. 2018. Figura 12: Atendimento de Educação Física aos adultos

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Parcerias

Demanda

Problemáticas

Visando trabalho em conjunto com outras instituições, muitas parcerias são realizadas no CAA, especialmente com a Universidade Federal de Pelotas que realiza com auxílio de alunos do curso de Medicina Veterinária a chamada “Pet Terapia”. Além disso, destaca-se também o projeto de intervenção precoce em parceria com a UFPel e Universidade do Minho, em Portugal. Estudantes dos cursos de Nutrição e Psicologia também atuam através de estágios dentro do Centro, além dos professores que participam de projetos de formação continuada. As parcerias acontecem de maneira intermunicipal também, sendo que as entidades e organizações de outros municípios vêm até o CAA com objetivo de orientação e busca de referências para implantação de centros espelhados no mesmo modelo, além da possibilidade da informação e especialização de profissionais com relação ao autismo até mesmo em estudos de casos de determinados alunos.

Considerando os alunos em atendimento, contabiliza-se mais de 350 usuários, porém, há uma lista de espera que ultrapassa 250 pessoas e vai sendo movimentada à medida que novos profissionais são contratados. No atual prédio, inicialmente, atendiam-se 300 alunos, porém, estima-se que a capacidade do Centro suporte de 600 a 700, otimizando alguns atendimentos e observando que por dia são acompanhados cerca de 90 indivíduos. Ao passo que acontecem as chamadas de 8 até 10 alunos, ingressam aproximadamente 12 novos na lista de espera. Uma pequena parcela dos atendidos, cerca de 18, vem de fora do município, geralmente das cidades do entorno, Capão do Leão, São Lourenço, Morro Redondo, sendo Pinheiro Machado o município mais longínquo. A previsão é que a demanda nunca se esgote, pois novos diagnósticos sempre virão à tona.

Apesar da edificação ter a capacidade de atender uma maior demanda do que a antiga sede, a mesma apresenta problemáticas internas relacionadas a infraestrutura para atendimento dos usuários com condições excepcionais, como a má distribuição dos fluxos, divisões precárias e dificuldades em relação às condições de isolamento termo acústico. Entretanto, a maior problemática encontrada e que justifica a construção de uma nova sede é o fato do prédio não ser próprio do poder público, e sim, alugado.²

2 JACKS, Débora. Histórico do Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura. [Entrevista cedida a] Laura Ribeiro. Pelotas, set. 2018.

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4.

Referenciais


Referenciais Teóricos Arquitetura e Autismo As paredes, pilares, portas, janelas, cheios e vazios são elementos visuais que, misturados, fazem parte de composições arquitetônicas. Tais conformações produzem efeitos significativos nos usuários de uma edificação qualquer, sensações de que existem barreiras ou continuidade de determinados caminhos. Sentimentos de conforto, segurança, aconchego são todos transmitidos pelo arranjo das peças e elementos. Funciona como um jogo, ou talvez como uma receita. Entretanto, muitas vezes o jogo não possui as mesmas regras, a receita não possui os mesmos ingredientes. Quando o usuário do edifício reage de maneira considerada “atípica” pela sociedade em relação ao ambiente que o envolve, são necessárias determinadas estratégias para seu acolhimento. O Transtorno do Espectro Autista traz milhões de crianças e adultos ao redor do mundo com diferentes olhares e respostas aos espaços, muitas vezes apresentam uma percepção distorcida das informações e interpretações dos sentidos, culminando em um cenário caótico que pode causar insegurança e instabilidade. O indivíduo inserido no espectro foca no seu íntimo, no seu “eu” e possui inquietações das mais diversas em sua mente, aguçando seus cinco sentidos de maneira excessiva, o que muitas vezes o deixa mais confuso.¹ A arquitetura inclusiva traz a premissa de que os prédios deveriam se adequar aos usuários, e não o contrário. Sendo assim, são identificados sete conceitos projetuais: requisitos acústicos, sequenciamento espacial, espaços de fuga, compartimentalização, transições, zoneamento sensorial e segurança (MOSTAFA, Magda; 2008). Os ambientes que são projetados para o atendimento de uma demanda com o caráter descrito devem permitir e possibilitar as diversas repostas do ambiente que passem sentimentos de conforto, calmaria e serenidade aos usuários que assim necessitam de tais sensações, assim como de estímulos quando forem requisitados. Desse modo, é indispensável a sensibilidade por parte do projetista em relação aos espaços, lugares e composições, planejando as reações daqueles que serão o público-alvo e permitindo sua inclusão na experiência da percepção.

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O meio ambiente construído como linguagem tem o poder de definir e aperfeiçoar a sensibilidade. Pode aguçar e ampliar a consciência. Sem arquitetura, fugazes... A forma construída tem o poder de aumentar a consciência do sentido de interior e exterior, intimidade e exposição, vida privada e espaço público. (TUAN, 1983, p. 119).

1 VERGARA, Lizandra; TRONCOSO, Marcia; RODRIGUES, Gabriela. ACESSIBILIDADE ENTRE MUNDOS: uma arquitetura mais inclusiva aos autistas. Santa Catarina, mai. 2018. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/325134173_ACESSIBILIDADE_ENTRE_MUNDOS_uma_arquitetura_mais_inclusiva_aos_autistas. Acesso em: nov. 2018.


Referenciais Arquitetônicos Comunidade Sweetwater Spectrum / LMS Architects A Comunidade Sweetwater Spectrum traz uma possibilidade de habitação de apoio para adultos dentro do espectro autista. Com o objetivo de maximizar o desenvolvimento e independência dos moradores, a proposta tem a alternativa de replicação em todo o país, tendo habitações duradouras e de alta qualidade. A comunidade loca-se na cidade de Sonoma/CA, nos Estados Unidos, e conta com toda infraestrutura necessária para locomoção e transporte, além de estar situada em um local seguro e com grande interação com o entorno e vizinhança através de projetos de extensão e atividades de voluntariado. Seu programa conta com 4 residências de 4 dormitórios, além de espaços de uso coletivo como o centro comunitário utilizado para exercícios e atividades, cozinha de ensino, piscina terapêutica, além de uma fazenda urbana e pomar.

A simplicidade e definição concisa dos espaços públicos e privados permitem maior legibilidade da leitura espacial por meio do usuário, além das múltiplas experiências organizadas hierarquicamente em camadas, começando no dormitório a terminando na comunidade como um todo. Espaços com caráter de refúgio foram, talvez, um dos mais importantes em termos de auxílio aos moradores, através deles, obtém-se calmaria e silêncio, muitas vezes fenômenos altamente requisitados pelas pessoas dentro do espectro. A previsibilidade vem como semelhança das habitações, para que assim, os usuários sintam-se confortáveis ao visitarem uns aos outros. Os espaços em sua maioria trazem serenidade aos moradores, ao fim da diminuição de estímulos sensoriais, com formas e materiais familiares e iluminação indireta.²

Figura 13: Implantação do projeto

Legibilidade, hierarquia experiencial, previsibilidade, espaços serenos, visualização e retiro foram os princípios utilizados para concepção do projeto e têm funções de amparo à condição autista através da organização espacial dos blocos.

2 COSTA, Isabela. Comunidade Sweetwater Spectrum / LMS Architects. ArchDaily. 2014. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/01-169110/comunidade-sweetwater-spectrum-slash-lms-architects. Acesso em: out. 2018.

Figura 14: Apontamento do conceito de Legibilidade

Figura 15: Materialização do Espaço Refúgio

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Escola Infantil Municipal De Berriozar / Javier Larraz + Iñigo Beguiristain + Iñaki Bergera A escola localizada em Navarra, na Espanha, traz o caráter lúdico e infantil através dos revestimentos de fachada coloridos e seriados, condizente com sua função e público-alvo. Sua organização funciona em volta de um pátio central, permitindo uma continuação do interior do edifício junto ao exterior e livre circulação dos alunos na recreação. O edifício está submetido a uma condição de permeabilidade visual através dos seus fechamentos transparentes, pensados para que haja maior controle dos cuidadores em relação as crianças. Nota-se o contraste entre o interior e exterior, onde o envelope da edificação traz a cor e o lúdico, porém, o interior possui caráter mais sereno e tranquilo, condicionado pela cor branca e luz natural vindo das claraboias.³

3 ALVES, Jorge. Escola Infantil Municipal De Berriozar / Javier Larraz + Iñigo Beguiristain + Iñaki Bergera. ArchDaily. fev. 2013. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-96342/escola-infantil-municipal-de-berriozar-slash-javier-larraz-plus-inigo-beguiristain-plus-inaki-bergera. Acesso em: out. 2018.

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Figura 16: Localização do pátio central

Figura 17: Existência de permeabilidade visual

Figura 18: Caráter lúdico do edifício através do uso de cores


O Jardim Coberto – Laboratório Permanente A extensão de um jardim de infância existente localizado em Correggio, na Itália, traz como principal característica a aproximação das crianças à natureza. A relação da arquitetura e didática é bem evidente através de estratégias utilizadas no projeto que vêm desde o paisagismo e uso de espécies, até a disposição da estrutura predial. O edifício integra-se com o verde natural através do uso de pátios internos e externos que além de permitirem abundância de luz natural, concedem espaço a vegetação, elemento importante para o estímulo sensorial das crianças, e compensa a ocupação do prédio no espaço verde que ali permanecia. Além dos pátios, há acesso ao terraço da edificação, que permite livre visual do entorno natural, circulação dos alunos e diferentes atividades e sensações criadas através das diversas texturas dos materiais implantados. O interior predial é marcado pela simplicidade e amplitude de espaços, visando a livre circulação das crianças que é permitida pela resolução da estrutura no perímetro da edificação e a não disposição de pilares dentro dos ambientes. Ainda assim, os alunos podem ser vistos e monitorados pelos profissionais através dos fechamentos translúcidos.⁴

Figura 19: Apontamento de pátio interno

Figura 20: Esquema perspectivado do projeto

Figura 21: Terraço utilizado pelas crianças

4 SOUZA, Eduardo. O Jardim Coberto – Laboratório Permanente. ArchDaily. ago. 2015. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/771477/o-jardim-coberto-laboratorio-permanente. Acesso em: out. 2018.

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Jardim de Infância em Sondika – NO.MAD O edifício pronto para receber uma escola infantil na Espanha traz como ideia principal a construção de um mundo exclusivo para as crianças, onde tudo tátil para elas seja com uma altura de no máximo 1,15 m, desse modo, encontra-se também um criativo jogo de aberturas em diferentes tamanhos, mas que permanecem nessa altura predominante infantil. No projeto há uma identificação com a natureza, a “bolsa marsupial”, lugar onde se há uma vista privilegiada do exterior, porém, existe como estratégia a possibilidade de esconderijo, dando uma sensação de proteção. Desse modo, a ideia funciona no projeto através da disposição de fechamentos translúcidos nas áreas das salas, porém dispostos de aberturas móveis com tamanhos similares aos dos alunos, permitindo versatilidade dentro do espaço. As diferentes alturas de portas nessa fachada trazem aos usuários a ideia de que a escala do edifício não é outra a não ser deles, o público infantil. Enquanto na fachada totalmente transparente o sol ilumina a hora das atividades recreativas, na elevação oposta percebe-se a vibração intensa da mudança no céu, o então pôr do Sol.⁵

Figura 22: Apontamento das diferentes alturas de aberturas

Figura 23: Localização dos banheiros juntos às salas de aula

5 KINDERGARTEN In Sondika / NO.MAD. ArchDaily. nov. 2013. Disponível em: https://www.archdaily.com/449678/kindergarten-in-sondika-no-mad. Acesso em: out. 2018.

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Figura 24: Fachada com elemento translúcido


5.

Sítio


Descrição do Terreno Características Gerais O local de inserção da proposta se faz de extrema importância, revelando características relacionadas ao contexto projetual e de equipamentos necessários no entorno do terreno. Para a implantação do projeto, foi escolhido o lote n° 2190, localizado na cidade de Pelotas, no quarteirão entre as ruas Alberto Rosa, Álvaro Chaves, Dr. Cassiano e Dr. Miguel Barcellos, bairro Centro. O terreno -atualmente murado - possui um formato retangular, de topografia relativamente plana, com ausência de um desnível significativo.

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Figura 25: Lote 2190 cotado

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Figura 26: Ambientação do lote 2190

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Justificativa de Escolha Aven id

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O local de inserção do projeto encontra-se em um meio urbano, com equipamentos próximos relacionados ao lazer e bem-estar social, bem como proximidade e conexão de rotas relacionadas à mobilidade urbana. Como potencialidade e característica fundamental de escolha para inserção destaca-se seu caráter resguardado e aparentemente protegido dos intensos fluxos, apesar de ser localizado em um contexto urbano e central. As principais vias encontradas no entorno são a Almirante Barroso e Juscelino Kubitscheck, consideradas fundamentais eixos dentro da malha urbana viária ao darem espaço aos percursos feitos por diversas linhas de ônibus e faixas cicloviárias. Faz-se necessário ressaltar sua proximidade tanto com o centro da cidade de Pelotas, quanto com o bairro Navegantes, esse considerado periférico.

Figura 27: Imagem satélite

Escala 1:2000

Figura 28: Imagem satélite da ambientação do lote 2190

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Levantamento FotogrĂĄfico

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Figura 29: Imagem perspectivada da frente murada do terreno

Figura 30: Panorâmica do terreno no ano de 2011

Figura 31: Imagem da Rua Alberto Rosa em frente ao terreno

Figura 32: Panorâmica do terreno no ano de 2016


Topografia A topografia do lugar escolhido possui uma leve declividade, concentrando sua parte mais baixa ao centro do mesmo, mantendo sua frente e fundos com relevo mais alto. Faz-se necessário frisar a a característica alagadiça do solo na cidade de Pelotas, o que acarreta na escolha de soluções projetuais as quais prevejam questões da drenagem da água e dificultem o aparecimento de manifestações patológicas causadas por problemas de umidade vindas do solo.

Legenda Entre 1 e 2 m Entre 2 e 3 m Entre 3 e 4 m Entre 4 e 5 m

Figura 33: Mapa topográfico do terreno e entorno

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Estudo Solar

Estudo dos Ventos

Inverno e Primavera Ventos Predominantes NE

Figura 34: Outono - 18:00

Figura 35: Inverno - 18:00 Verão Ventos Predominantes L

Outono Ventos Predominantes SW Figura 38: Verão - 20:00

Figura 36: Primavera - 18:00

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Figura 37: Verão - 20:00


Entorno Alturas Aven id

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Figura 40: Mapa de alturas do entorno

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Figura 39: Torres em construção

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O entorno do terreno possui diversas alturas de edificações, possuindo a variação de tipologias térreas mesmo até acima de 6 pavimentos. Nas faces Norte e Sul do terreno são encontrados prédios com 4 pavimentos, enquanto sua face voltada para Oeste possui à sua frente um edifício com 7 pavimentos. É importante destacar a localização de 3 torres que estão em processo de construção aos fundos do lote, na direção Leste. Os projetos dessas edificações almejam uma altura superior a 6 andares, ou seja, são classificadas na faixa acima de 18 metros.

Legenda Até 3 m de altura Até 6 m de altura Até 9 m de altura Até 12 m de altura Até 15 m de altura Acima de 18 m

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Usos Aven id

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Figura 41: Mapa de usos do entorno

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É possível observar que o entorno imediato do terreno escolhido possui, em sua maioria, uso residencial. Tal fator reforça ainda mais o caráter “bairro” de inserção do projeto, ainda que locado no centro da cidade. A região a Oeste do entorno possui variações de usos, entretanto, nota-se a marcação da rua Almirante Barroso caracterizada pelo comércio e serviços, além de usos mistos. A leste, mantém-se a mancha residencial, provavelmente influenciada pela proximidade com o bairro Navegantes e a zona periférica da cidade.

Legenda Uso Residencial Uso Institucional Uso de Serviços Uso Misto Uso Comercial Escala 1:5000


Equipamentos Para a localização de equipamentos próximos ao terreno, foi estipulado um raio de 1000 metros (1 km), utilizando o critério de que tal distância é considerada perfeitamente caminhável pelo usuário criança acompanhado de um adulto. Foram locados os equipamentos relevantes para a proximidade para com o CAA, sendo eles as escolas - públicas e particulares, as praças e áreas arborizadas. Os equipamentos de saúde, entretanto não foram localizados dentro da área estipulada, apesar da existência de uma Unidade de Pronto Atendimento na Avenida Ferreira Viana, próximo ao raio demarcado. Ressalta-se a área destinada à criação de um novo parque para a cidade de Pelotas, diminuindo o déficit de áreas arborizadas e de lazer do município, além de localizar-se próximo ao local escolhido para a idealização projetual.

Legenda Áreas Arborizadas Escolas Praças Figura 42: Área de novo parque

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Figura 43: Mapa de equipamentos em um raio de 1 km

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Malha Viária Hierarquia Viária

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Figura 45: Mapa de hierarquia viária

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Figura 44: Vias não consolidadas

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O terreno se insere em ruas locais, que não permitem um fluxo intenso de veículos. Todavia, ressaltam-se as vias coletoras, consideras como alguns dos principais eixos da malha viária, os quais possuem maior tráfego e permitem maior acesso com relação às linhas de ônibus. São encontradas algumas vias não consolidadas fundos do terreno, sendo elas os prolongamentos das ruas General Argolo e Álvaro Chaves. A proximidade das vias arteriais como a Avenida Bento Gonçalves e Juscelino Kubitscheck também é um item necessário a ser destacado, pois são algumas das vias que possibilitam o acesso à cidade, fator importante para o projeto em questão, visto que certa porcentagem de alunos são de fora do município.

Legenda Vias Locais Vias Coletoras Vias Arteriais Vias Não Consolidadas Escala 1:5000


Mobilidade

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Para a análise de recursos de mobilidade do entorno do terreno escolhido foram consideradas rotas e paradas de ônibus, ciclovias e ciclofaixas, importantes itens para descolamento tanto de alunos, quanto funcionários do CAA. Através da identificação das mesmas, nota-se um bom atendimento nesse quesito ao entorno, de modo que os pontos analisados são locados a uma distância menor do que 1 km do terreno; novamente, distância caminhável por crianças acompanhadas de adultos. As rotas de ônibus são locadas nas avenidas Bento Gonçalves e Juscelino Kubitscheck, essas sendo vias arteriais, e na rua Almirante Barroso, uma via coletora. Em relação a malha cicloviária, são encontradas uma ciclofaixa na rua Félix da Cunha e uma ciclovia na Avenida Juscelino Kubitscheck.

Legenda Rotas de Ônibus Ciclovias | Ciclofaixas Paradas de Ônibus

Figura 46: Mapa de mobilidade

Escala 1:5000

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Aspectos Legislativos De acordo com a Lei n° 5.502, de setembro de 2018 que institui o Plano Diretor Municipal, observa-se que i terreno 2190, escolhido para a inserção do projeto em questão, não se encontra em nenhum tipo de Área Especial. Desse modo, não existem condições excepcionais em relação à construção no local; assim sendo, utilizam-se como orientações os seguintes artigos encontrados na mesma lei relacionadas à altura, recuos, ocupação e projeções: Art. 123 - Em todo o perímetro urbano será permitida a edificação de até 10,00m (dez metros) de altura, observadas as seguintes disposições, conforme mapa U-14 em anexo à presente lei: I - Recuo de ajardinamento de 4,00m (quatro metros), o qual poderá ser dispensado através de estudo prévio do entorno imediato no caso de evidenciar-se, no raio de 100,00m (cem metros), a partir do centro da testada do lote, a existência de mais de 60% (sessenta por cento) das edificações no alinhamento predial; II - Recuo de ajardinamento secundário, nos terrenos de esquina, nas condições estabelecidas no inciso anterior, o qual se fará na testada do lote em que não se faça o recuo de ajardinamento principal com, no mínimo, 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros); III - Isenção de recuos laterais; IV - Taxa de ocupação máxima de 70% (setenta por cento); V - Recuo de fundos mínimo de 3,00m (três metros)¹. Art. 129 - É vedada a edificação de qualquer corpo avançado sobre o alinhamento predial, que caracterize acréscimo de área construída ao terreno, como sacadas e balanços de qualquer espécie, com exceção de elementos de fachada e balcões com projeção máxima de 0,60m (sessenta centímetros), em qualquer imóvel do perímetro urbano, admitidos com dimensões superiores nas edificações recuadas.¹ Ademais, classifica-se a edificação através do mesmo Plano Diretor como sendo de porte baixo, incomodidade 10 e baixo grau de impacto. A prefeitura, no entanto, exige para o uso especial do projeto sendo educacional, um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).

44

1 PELOTAS. Lei nº 5.502, de 11 de setembro de 2008. Institui o Plano Diretor Municipal e estabelece as diretrizes e proposições de ordenamento e desenvolvimento territorial no Município de Pelotas, e dá outras providências. Pelotas, RS: Câmara Municipal, [2008].


6.

Proposta


Organização Setorial O programa organiza-se através da formação de setores de apoio, tanto aos alunos - crianças e adultos; quanto às famílias dos usuários. Além disso, também são identificadas áreas com relação aos funcionários do Centro, sendo elas de Serviço e Administração. Todos esses setores convergem à área do Coletivo, espaço que define e coordena todos os outros. Entende-se como Apoio às Crianças uma área com repartições onde funcionam atividades para alunos de até 16 anos; o Apoio aos Adultos é a zona que concentra alunos com idade acima de 16 anos. O setor de Apoio à Família fornece suporte aos familiares dos alunos, os quais necessitam de um espaço próprio, visto o gasto de tempo excessivo no Centro aguardando os atendimentos daqueles que os mesmos encontram-se acompanhando. As áreas de Serviço e Administração possibilitam os fluxos de funcionários como professores, diretor, vice-diretor, coordenador, entre outros. A zona do Coletivo concentra todos os usuários do Centro, possuindo espaços de uso público, sem restrições, os quais têm atividades com caráter grupal e comunitário, como áreas de lazer, biblioteca, refeitório, entre outros.

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Apoio às Crianças

Serviço

Apoio aos Adultos

Coletivo

Apoio à Família

Figura 47: Diagrama de setores

Administração


Programa e Pré-Dimensionamento Os usos e compartimentos definidos para o projeto foram definidos com base nas atividades que o Centro de Atendimento ao Autista já concentra e almeja realizar através de tratamentos pedagógicos para indivíduos que possuem TEA. Referente ao setor de Apoio à Criança, são definidas funções relacionadas às atividades com caráter infantil, como a Intervenção Precoce, Atendimento Educacional Especializado, entre outras. A zona de Apoio ao Adulto concentra os atendimentos voltados aos alunos maiores de 16 anos que possuem maior capacidade de entendimento e assimilação. São localizadas nessa área, salas para uso de academia, tecnologia assistiva, musicoterapia, arteterapia e terapia assistida por animais. Alguns atendimentos são realizados tanto para as crianças como para adultos, por isso, fez-se necessária a duplicação de algumas salas com mesma atividade, assim torna-se viável atender a demanda de adultos e crianças separadamente. Além da previsão de salas para as atividades existentes no CAA, planeja-se construir uma base de apoio familiar mais consolidado, destinando zonas de lazer e espera aos familiares, bem como repartições onde possam existir rodas de conversa de associações de pais, buscando realizações de terapias em conjunto e grupos de apoio. Figura 48: Tabela de Pré-Dimensionamento

47


Conceito O projeto trata como público-alvo adultos e principalmente crianças apresentando condições consideradas excepcionais, reagindo de diferentes formas ao ambiente que as envolve, ora necessitando de isolamento, ora de estímulos. Sendo assim, como principais premissas de projeto, são utilizados conceitos os quais “abraçam” a condição autista, apresentando segurança, introspecção, legibilidade, hierarquia de usos e fluxos, além da possibilidade de espaços refúgio. Tais princípios dialogam entre si e promovem diferentes sensações aos que se utilizam dos espaços projetados, atendendo a cada necessidade específica do aluno. O caráter lúdico faz parte da conformação criativa do edifício para relacionar-se com um dos principais usuários - a criança; permitindo utilização de cores diversas, equipamentos que permitam a exploração por meio da imaginação infantil e a criação de lugares significantes. É imprescindível que seja mantida uma unidade e identidade nos blocos criados para que sejam compreendidos e assimilados pelos diferentes comportamentos apresentados pelas pessoas que encontram-se no Espectro Autista. Criar para usuários com condições especiais e únicas deve possibilitar versatilidades e flexibilidade, adaptando o prédio ao usuário, e não o usuário ao prédio.

48

Figura 49: Ilustração do conceito envolvendo o usuário através da introspecção e segurança


Lançamentos Volumetrias

Legenda Apoio à Criança Apoio ao Adulto Apoio ao Coletivo Figura 50: Isométricas de estudos volumétricos

Administração

49


Zoneamentos

Legenda Apoio à Criança Apoio ao Adulto Apoio ao Coletivo

50

Figura 51: Estudos de zoneamentos

Sem Escala

Administração


Proposição Volumetria A partir da definição do conceito que abraça a condição autista e das premissas de projeto, foram lançados diversos estudos de volumetria e zoneamento, até um resultado prévio que apresenta todo o processo criativo. A volumetria obtida apresenta 2 blocos que referem-se à zona de Apoio à Criança, 1 bloco com uso Coletivo, 1 de Apoio aos Adultos, 1 de Serviços e outro de Administração. Como almejado no conceito proposto, tem-se como centro do projeto o bloco coletivo, e todas as outras volumetrias abraçam grandes pátios que por sua vez, terão usos designados à cada zona de apoio.

Legenda Apoio à Criança Apoio ao Adulto Serviço Apoio ao Coletivo Figura 52: Volumetria final

Sem Escala

Administração

51


Circ. Vertical

Circ. Vertical

Pátio de

Pátio

Apoio aos

de uso

Adultos

Coletivo

Acesso de Serviço

Rua Álvaro Chaves

Acesso

Rua Álvaro Chaves

Pátio de Apoio às Crianças

Rua Alberto Rosa

O zoneamento foi proposto através de dois critérios importantes: a diferenciação de fluxos relacionados à faixa etária de alunos e a definição de uso dos pátios abraçados pelo edifício. Desse modo, loca-se à Oeste do terreno pela Rua Alberto Rosa o bloco de administração e de Apoio aos Adultos, direcionando o fluxo logo no acesso. A volumetria com uso do Apoio às Crianças forma um “L” abraçando o pátio com uso infantil e no segundo pavimento possui um formato em “U”. O bloco do uso Coletivo conforma outros dois pátios designados aos adultos e ao público em geral, até mesmo funcionários. Tal distribuição de blocos e zoneamento proporciona uma clara definição hierárquica de usos e diferentes fluxos, além da introspecção voltada para os pátios. Ademais, são concentradas os espaços de circulação vertical nas regiões extremas do bloco infantil, afim de prever problemáticas relacionadas ao PPCI do projeto.

Rua Alberto Rosa

Zoneamento

Legenda Apoio à Criança Apoio ao Adulto Serviço Apoio ao Coletivo

52

Figura 53: Zoneamento final

Sem Escala

Administração


Planta Térreo

Coordenação

Recepção

Direção

Pet Terapia

Ed. Física

Acesso Rua Alberto Rosa

Circulação Vertical

Arteterapia

Pet Terapia

Tecnologia Assistiva

Interv. Precoce Interv. Precoce

Musicoterapia

Ter. Ocupacional Banheiros Interv. Precoce

Est. Sensorial

Ludoterapia

Sala de Espera

Circulação Vertical

Estar Funcionários

Depósito Academia Cozinha

Musicoterapia

Banheiros

Est. Psicomotora

Rua Álvaro Chaves

Secretaria

Espaço Refúgio

Sala de Professores

Refeitório Banheiros

Figura 54: Planta do pavimento térreo

Acesso de Serviço

Escala 1:400

53


AEE

Fonoaudiólogo

AEE

Fonoaudiólogo

Circulação Vertical

Espaço Refúgio

AEE

AEE

AEE

Banheiros

Espaço Família

AEE

Psicoterapia

Tec. Assistiva

Circulação Vertical Arteterapia

Espaço Refúgio

Rua Álvaro Chaves

Rua Alberto Rosa

Planta Segundo Pavimento

Biblioteca

Sala Multiuso

54

Figura 55: Planta do segundo pavimento

Escala 1:400


Fluxos Adultos As circulações e fluxos do projeto são, em sua maioria, lineares e amplas, não apresentando muitas quebras, o que permite maior leitura do espaço pelos alunos. Uma das maiores premissas para o zoneamento funcional era a separação dos fluxos de adultos e crianças, desse modo, manteve-se ao máximo tal objetivo, havendo uma sobreposição apenas no bloco coletivo com acesso à biblioteca, sala multiuso e refeitório.

Figura 56: Fluxos de alunos adultos no térreo e segundo pavimento

Sem Escala

55


Crianças A circulação de crianças envolve todo seu bloco de apoio, pátio e bloco coletivo, não acontecendo na área de adultos ou serviço. É importante ressaltar também a localização de fluxos das crianças que ainda se encontram nas atividades de Intervenção Precoce, que possuem de 3 a 6 anos de idade. Por serem mais novas e requererem de maiores cuidados e atenção, suas salas foram dispostas mais próximas da área de administração, ou seja, da diretoria, coordenação e secretaria, além da proximidade com a sala de espera dos familiares também. As atividades voltadas para crianças com idades consideradas mais maduras foram locadas no pavimento superior, visto que essas necessitam de menor proximidade aos profissionais.

56

Figura 57: Fluxos de alunos crianças no térreo e segundo pavimento

Sem Escala


Família A circulação da família e acompanhantes de alunos concentra-se no área coletiva, onde aguardam os atendimentos e realizam atividades de lazer ou grupos de terapia. Aponta-se também uma mancha de fluxo na área administrativa, uma vez que muitas vezes os acompanhantes ou familiares possam tratar de assuntos pedagógicos com a diretoria ou coordenação em relação ao aluno matriculado.

Figura 58: Fluxos de familiares e acompanhantes no térreo e segundo pavimento

Sem Escala

57


Funcionários O fluxo de funcionários é disposto no prédio como um todo, nos dois pavimentos, de maneira que os professores possam acessar todas as salas de aula, os espaços coletivos e a própria zona de apoio aos funcionários onde são localizadas áreas de estar destinadas aos mesmos. Além disso, também é indicado o fluxo de serviço voltado para a Rua Álvaro Chaves.

58

Figura 59: Fluxos de funcionários no térreo e segundo pavimento

Sem Escala


Isométricas

Fac h

ada

Oe

ste

Fac h

ada

Oe

ste

Figura 60: Isométricas cortadas evidenciando pavimento térreo e segundo pavimento

59


e

est

O ada

h Fac

Fac h

ada

60

Les

te

Figura 61: IsomĂŠtricas


Composição Análise de Cheios

Figura 62: Análise de cheios na Fachada Oeste

Figura 63: Anáise de cheios na Fachada Leste

Figura 64: Análise de cheios na Fachada Norte

Figura 65: Análise de cheios na Fachada Sul

61


Anรกlise de Vazios

Figura 66: Anรกlise de vazios Fachada Oeste

Figura 67: Anรกlise de vazios na Fachada Leste

Figura 68: Anรกlise de vazios na Fachada Norte

Figura 69: Anรกlise de vazios na Fachada Sul

62


Fachadas

Figura 70: Fachada Oeste

Escala 1:300

Figura 71: Fachada Leste

Figura 72: Fachada Norte

Figura 73: Fachada Sul

Escala 1:300

Escala 1:300

Escala 1:300

63


Materialidade A estrutura do edifício baseia-se na utilização de concreto armado como material, enquanto nos elementos de vedação será utilizada a técnica construtiva de alvenaria de tijolos. Ademais, o prédio é elevado do nível zero, uma vez que o terreno possui uma área alagadiça na sua região central; o que impede o surgimento de manifestações patológicas vindas da umidade do solo.

64

B

A

B B

A A

B A Figura 74: Localização dos cortes no primeiro e segundo pav.

Figura 75: Corte esquemático AA

Escala 1:250

Figura 76: Corte esquemático BB

Escala 1:250


Os materiais utilizados vão desde fechamentos opacos lisos e brancos, até utilização de painéis metálicos coloridos e vazados. A composição de cheios e vazios nas fachadas é dada pelo uso da alternância entre os fechamentos opacos, translúcidos e painéis vazados, nesse caso, as paredes de vedação, os painéis de vidro, e brises, respectivamente. Na elevação Oeste, onde loca-se o acesso, e no bloco coletivo são encontrados painéis metálicos utilizando cores quentes, o que mantém o caráter lúdico do projeto, evidencia o acesso e o bloco central, além de desempenhar papel de barreira solar nas direções Oeste e Leste. Painéis metálicos corrediços são utilizados no nível térreo do bloco de Apoio à Criança, porém, no pavimento superior os mesmos são fixos. Tal estratégia é adotada com objetivo de uma composição plástica interessante, servindo como barreira visual da área de banheiros das salas voltadas para o pátio, além de delimitar os espaços refúgio dos alunos.

Figura 77: Representação de materiais e paleta de cores

65


Estratégias 1 - Massa de vegetação rasteira e de porte baixo; 2 - Massa de vegetação de porte médio e alto além de frutíferas| Utilizam-se de massas verdes para compor o espaço externo do projeto, criando visuais agradáveis, microclimas e aproximação do usuário ao ambiente natural;

2

5 - Espaços Refúgio | Utilizados como principal conceito, os espaços refúgio garantem a serenidade e isolamento do aluno, sem que haja estimulação em casos de necessidade;

5

6

3 - Qualificação da área externa através de desníveis, decks e coberturas leves | Os desníveis e decks delimitam os espaços, o que possibilita maior legibilidade e leitura dos mesmos, conceitos importantes para o caráter do projeto; 4 - Circulações protegidas, porém, permeáveis | São dispostas circulações que ligam o bloco de Apoio aos Adultos até o bloco Coletivo sem que haja sobreposição de fluxos, além da locação de um fluxo de serviços. Idealiza-se que as mesmas possuam leveza e não prejudiquem a leitura do volume edificado, entretanto, proteja os usuários;

3

1

5

3 5

2

3 5

5

1

1 4

6

3 4

6

6

5

5

6 - Circulação Vertical 66

Figura 78: Esquema de estratégias utilizadas

Sem Escala


Lugares Significantes Pátio de Apoio às Crianças Quando um espaço passa a transmitir sensações e sentimentos aos usuários ele expressa significados, ou seja, torna-se um lugar significante, dotado de estratégias as quais passam a manter uma ligação ao público que o utiliza. Sendo assim, o lugar criado e idealizado torna-se efetivamente apropriado, dando sentido ao conceito de arquitetura. O espaço destinado ao pátio de Apoio às Crianças é denominado lugar significante por ser idealizado como palco de extensão das salas de atendimento ao ambiente externo, caracterizado por elementos naturais de massas verdes, mobiliários lúdicos e os espaços refúgio possibilitados pela utilização de painéis corrediços. É de suma importância para o público infantil o contato com o exterior, principalmente nas condições apresentadas pelos que se encontram no espectro autista, assim, suas percepções não se limitam apenas ao ambiente construído e dotado de barreiras, possibilitando maior liberdade e exploração de novas visuais e texturas.

Figura 79: Idealização do pátio de Apoio às Crianças

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Espaço Refúgio Infantil Utilizado como estratégia e conceito de maior importância ao projeto, os espaços refúgio destinados ao público infantil são imaginados como lugares serenos, para isolamento dos alunos, objetivando a calma e tranquilidade em necessidades específicas do usuário. O lugar deve apresentar flexibilidade quanto aos recursos de estímulos sensoriais como luz, cor, texturas, visto que cada usuário possui uma necessidade diferente e específica, carecendo ora de refúgio, ora de estímulos.

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Figura 80: Idealização de Espaço Refúgio às crianças


Pet Terapia O atendimento da Terapia Assistida por animais, ou Pet Terapia, é uma das atividades que mais surtem efeitos no comportamento dos alunos através das interações realizadas principalmente com cães, despertando curiosidade, sentimentos relacionados ao cuidado e fortes ligações com os animais. Tal atividade carece tanto de um espaço coberto e fechado para proteção de intempéries, como um ambiente aberto e conectado com o exterior para realizações de circuitos e brincadeiras as quais necessitam de amplitude no lugar.

Figura 81: Idealização de atendimento da Pet Terapia

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Arteterapia O processo criativo e artístico faz-se de suma importância nas terapias relacionadas ao TEA, sendo assim, a idealização de lugares que permitam tais atividades é de extrema necessidade. A arteterapia trabalha com a liberdade de expressão artística, ou seja, pinturas, desenhos, entre outros. Desse modo, o lugar pensado para tal atendimento deve possibilitar a liberdade descrita para a projeção do íntimo das crianças através da arte utilizando a própria arquitetura e seus elementos.

70

Figura 82: Idealização do atendimento de Arteterapia


Estimulação Sensorial Os sentidos muitas vezes são extremamente aguçados nas pessoas que encontram-se no espectro autista. A estimulação sensorial explora esse fator através do uso de novas texturas, cores, entre outros meios. O lugar destinado a essa atividade necessita dispor de equipamentos lúdicos e que sejam passíveis de exploração, do toque, do sentir, além da possibilidade de visuais exteriores e entrada de luz natural. Todas as salas de atendimento infantil e pátio são voltadas para a direção norte, considerada a melhor orientação solar. Tal decisão foi tomada a partir do fator de que a maioria dos alunos são crianças; e, essas necessitam das melhores condições que a arquitetura oferece por serem consideradas mais frágeis.

Figura 83: Idealização do atendimento de Estimulação Sensorial

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Espaço Refúgio Adulto Como frisado anteriormente, os espaços destinados ao refúgio dos alunos se fazem presentes e imprescindíveis no projeto. A área de Apoio aos Adultos possui, assim como a das crianças, a possibilidade de retiro, asilo e isolamento por parte dos alunos, afim de atender as necessidades vindas dos mesmos.

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Figura 84: Idealização de Espaço Refúgio dos adultos


Academia Para a realização das atividades físicas dos adultos é encontrado no projeto o espaço de academia, um lugar amplo e atribuído de uma visual do exterior, podendo acontecer no ambiente fora dos limites construídos. Nesse lugar ocorrem atividades que não necessitam de equipamentos considerados pesados, como yoga, circuitos, alongamentos entre outras ações do âmbito da educação física consideradas mais leves e com intuito de acalmar os alunos.

Figura 85: Idealização do espaço destinado à Academia dos adultos

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Pátio de uso Coletivo O bloco de uso Coletivo abraça a área externa, onde loca-se o pátio, e caracteriza a ampliação das atividades que acontecem dentro do ambiente construído. O lugar pode ser utilizado por todos os usuários do prédio, entretanto, é um local marcado pelo uso da família e acompanhantes, visto que ele encontra-se amarrado nos espaços de refeitório e sala de espera. Desse modo, podem ser realizadas ações relacionadas ao comer, estar, brincar, entre outras. Caracteriza-se o espaço com as visuais de massas verdes, dos desníveis e da permeabilidade encontrada nas circulações e compartimentos do edifício, mantendo a ligação entre os espaços.

74

Figura 86: Idealização de uso do espaço de pátio Coletivo


Sala de Espera As famílias e acompanhantes, além dos próprios alunos se apropriam do espaço de espera de maneira notável, dado que os atendimentos são longos e há certa necessidade de aguardar a disponibilidade de profissionais. Dito isso, qualifica-se o lugar destinado ao uso afirmado através da permeabilidade com o exterior, ou seja, a conexão com o pátio de uso Coletivo e mantém-se as visuais de circulação das crianças, sem que haja a retirada da ligação visual das mesmas com seus familiares, permitindo maior sensação de segurança às mesmas.

Figura 87: Idealização de uso do espaço Sala de Espera pelos alunos, familiares e acompanhantes

75


76

Figura 88: Perspectiva externa do edifĂ­cio evidenciando a Fachada Oeste


7.

Encaminhamentos


Próximas Etapas Como encaminhamentos, são elencadas etapas de projeto focadas em detalhes específicos de composição, bem como funcionais. São eles: - definição de materiais de revestimentos internos, externos e que possuam texturas diferenciadas para exploração dos usuários; - estudos relacionados às cores e como elas influenciam a estimulação sensorial dos alunos; - resoluções em relação às circulações verticais; - estabelecimento de dimensões relacionadas às alturas, bem como a elevação do solo; - indicar solução de cobertura; - focar em soluções bioclimáticas mais específicas; - resolver problemáticas relacionadas à estrutura e hidráulica.

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Fontes de Figuras Página 13: figura 1 - PIGNATARI, Graciela. CDC divulga novos números de autismo nos EUA: 1 para 59. TISMOO. São Paulo, ago. 2018. Disponível em: http://tismoo.us/destaques/cdc-divulga-novos-numeros-de-autismo-nos-eua-1-para-59/. Acesso em: out. 2018; Página 14: figuras 2, 3 e 4 - PIGNATARI, Graciela. CDC divulga novos números de autismo nos EUA: 1 para 59. TISMOO. São Paulo, ago. 2018. Disponível em: http://tismoo.us/destaques/cdc-divulga-novos-numeros-de-autismo-nos-eua-1-para-59/. Acesso em: out. 2018; Página 18: figura 5 - MORRE em Porto Alegre o destacado Médico Danilo Rolim de Moura. Pelotas 13 horas. jan. 2012. Disponível em: http://www.pelotas13horas.com.br/noticia/morre-em-porto-alegre-o-destacado-medico-danilo-rolim-de-moura-2d086c0d-8463-4c80-a7e6-739593296446. Acesso em: out. 2018; Página 20: figura 6 - PELOTAS terá centro de atendimento a autistas. Diário da Manhã. abr. 2014. Disponível em: http://diariodamanhapelotas.com.br/site/pelotas-tera-centro-de-atendimento-a-autistas/. Acesso em: out. 2018; Página 20: figura 7 - CENTRO de Atendimento ao Autista funciona em novo endereço. Prefeitura de Pelotas. mar. 2018. Disponível em: http://www.pelotas.com.br/noticia/centro-de-atendimento-ao-autista-funciona-em-novo-endereco. Acesso em: out. 2018; Páginas 21, 22, 23, 24 e 25: figuras 8, 9, 10, 11 e 12 - CENTRO de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura. 10 out. 2018. Facebook: CENTRO de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura @centrodeatendimentoaoautistadrdanilorolimdemoura. Disponível em: https://www.facebook.com/pg/centrodeatentimentoaoautistadrdanilorolimdemoura/photos/?ref=page_internal. Acesso em: dez. 2018. Modificadas pela autora; Página 29: figuras 13, 14 e 15 - COSTA, Isabela. Comunidade Sweetwater Spectrum / LMS Architects. ArchDaily. 2014. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-169110/comunidade-sweetwater-spectrum-slash-lms-architects. Acesso em: out. 2018. Modificadas pela autora; Página 30: figuras 16, 17 e 18 - ALVES, Jorge. Escola Infantil Municipal De Berriozar / Javier Larraz + Iñigo Beguiristain + Iñaki Bergera. ArchDaily. fev. 2013. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-96342/escola-infantil-municipal-de-berriozar-slash-javier-larraz-plus-inigo-beguiristain-plus-inaki-bergera. Acesso em: out. 2018. Modificadas pela autora; Página 31: figuras 19, 20, 21 - SOUZA, Eduardo. O Jardim Coberto – Laboratório Permanente. ArchDaily. ago. 2015. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/771477/o-jardim-coberto-laboratorio-permanente. Acesso em: out. 2018. Modificadas pela; Página 32: figuras 22, 23 e 24 - KINDERGARTEN In Sondika / NO.MAD. ArchDaily. nov. 2013. Disponível em: https://www.archdaily. com/449678/kindergarten-in-sondika-no-mad. Acesso em: out. 2018. Modificadas pela autora; Página 34: figuras 25 e 26 - Acervo da autora; Página 35: figuras 27 e 28 - Prefeitura de Pelotas, 2015. Modificado pela autora; Página 36: figura 29 - Acervo da autora; Página 36: figura 30 - GOOGLE Street View. jun. 2011. Google. Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-31.7660202,-52.3342286,3a,75y,108.98h,88.4t/data=!3m6!1e1!3m4!1sLSwZrrCwifORTj_6XbpfGQ!2e0!7i13312!8i6656. Acesso em: out. 2018. Modificada pelo autora; Página 36: figura 31 - Acervo da autora; Página 36: figura 32 - GOOGLE Street View. mai. 2016. Google. Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-31.7660202,-52.3342286,3a,75y,108.98h,88.4t/data=!3m6!1e1!3m4!1sLSwZrrCwifORTj_6XbpfGQ!2e0!7i13312!8i6656. Acesso em: out. 2018. Modificado pelo autor; Páginas 37 - 76: figuras 33 a 88 - Acervo da autora.

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