www.corsan.com.br
A água tem o poder de transformar o mundo.
LAVOURA
Bem cuidada, acaba com a sede de pessoas e animais. Volume 64 / Nº 466 /Maio/Junho/Julho 2016
Diminui doenças. Irriga a agricultura. Impulsiona a indústria. É combustível para a economia.
De tão vital para milhões de gaúchos, a Corsan trata dela com todo o carinho há 50 anos.
Hoje são 42 bilhões de litros de água tratada, todos os meses, sendo distribuídos para mais de 7 milhões de gaúchos.
A ÁGUA TRATADA COM RESPEITO
La Niña no horizonte
Após uma safra com El Niño, a previsão climática é de menor ocorrência de chuvas no segundo semestre, o que obriga a adoção de medidas que incluem o armazenamento de água desde o início da lavoura, preparo antecipado e plantio na época recomendada Páginas 22 a 25
A gente sabe o tamanho e a responsabilidade do nosso trabalho, e por isso tem um pedido especial a fazer: trate a água com respeito.
Você também pode dar o exemplo. Proteja as fontes. Consuma de forma consciente. Evite desperdícios. Dê valor para o que a água realmente é: o nosso futuro.
Todos juntos, Governo do Estado, Corsan e você, também têm o poder de transformar.
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Safra 2015/16 registra queda
Prepare o solo para superar o clima
Páginas 6 e 7
Páginas 26 a 29
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EDITORIAL
LAVOURA
Planejar é preciso
A revista Lavoura Arrozeira é uma publicação do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) Av. Missões, 342 - Porto Alegre (RS) - Brasil CEP 90230-100 / Fone +55 (51) 3288-0400 www.irga.rs.gov.br www.facebook.com/IrgaRS - @IrgaRS ISSN: 0023-9143 ............................................................................ Governador do Estado: José Ivo Sartori Vice-governador: José Paulo Cairoli Secretário Estadual da Agricultura e Pecuária: Ernani Polo Presidente do Irga: Guinter Frantz Diretor Comercial: Tiago Sarmento Barata Diretor Técnico: Maurício Miguel Fischer Diretor Administrativo: Renato Caiaffo da Rocha Chefe de gabinete: Ernesto Molon Assessoria de comunicação: Luciara Schneid, Sérgio Pereira, Caroline Freitas e Raquel Flores. ...................................................................... Revista Lavoura Arrozeira Coordenação editorial: Luciara Schneid - MTB 7.540 Produção e execução: Padrinho Agência de Conteúdo Edição: Carlos Guilherme Ferreira - MTB 11.161 Colaboração: Tiago Barata, Luciara Schneid, Sérgio Pereira, Caroline Freitas. Capa: foto Luiz Ávila. Impressão: Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (Corag) Tiragem: 8 mil exemplares ...................................................................... Atendimento ao leitor: revista@irga.rs.gov.br (51) 3288.0455
...................................................................... Para assinar gratuitamente a Revista Lavoura Arrozeira acesse: www.irga.rs.gov.br/assine É permitida a reprodução de reportagens, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, obrigatoriamente, a opinião da revista.
B
em sabe o produtor gaúcho que a conjuntura econômica nacional recomenda uma postura de cautela. Diante de números negativos da Economia – que também se estendem à cultura do arroz, ainda que por influências climáticas –, cada vez mais ganha força o planejamento para o manejo da lavoura. E este é um dos temas-chave desta edição da Revista Lavoura Arrozeira, já que o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) prioriza a capacitação do produtor em todas as esferas. De fato, há motivos para uma maior atenção. Os dados preliminares da última safra, referentes a abril, indicam quebra em torno de 15%, na comparação com o ano passado. Os técnicos atribuem a retração à influência do fenômeno El Niño, pois fortes chuvas assolaram o Rio Grande do Sul em dezembro e, ainda, em abril. A água não afetou apenas as plantações – até mesmo estradas do interior registraram estragos, atrapalhando o escoamento da produção. Diante disso, é o caso de se trabalhar para uma recuperação nos próximos meses. Como forma de suporte, a Lavoura Arrozeira traz duas reportagens especiais sobre previsão climática e opções de preparo do solo. Didáticos e com informações técnicas, os textos
apresentam as perspectivas de clima para o segundo semestre – a tendência é de ocorrência do fenômeno La Niña, marcado pela diminuição das chuvas e pela decorrente necessidade de armazenamento de água. Neste contexto, a sistematização do solo representa uma boa solução, já que pode gerar até 40% de economia no consumo de água. Na parte de preparo antecipado do solo – uma das bandeiras do Irga –, pode-se obter retorno imediato e melhorar o aproveitamento do clima. Sem falar no uso racional de recursos. Na Fronteira Oeste, o preparo antecipado já é adotado por cerca de 70% dos produtores, enquanto o percentual da Depressão Central ainda está em 30%. Como se percebe, medidas de planejamento da lavoura, não necessariamente com grande investimento econômico, podem fazer toda a diferença na balança de dificuldades impostas pelo clima e pela economia. É por isso que o Irga mantém uma posição otimista e de suporte à lavoura arrozeira gaúcha, sempre ao lado do produtor e consciente de seus desafios. A agricultura sempre foi um motor para a economia do Rio Grande do Sul, e jamais se poderia imaginar algo diferente com a cultura do arroz gaúcho – responsável por 70% do mercado do grão no Brasil.
Sumário – Lavoura Arrozeira Edição 466 Foto do leitor Interatividade Resultados da safra Visita chinesa Consumo de arroz Seguro-granizo Abertura da Colheita Dia Estadual de Campo Dia de Campo Regional Ranking beneficiamento Reportagem de capa Preparo de solo
4 5 6 8 10 12 13 16 18 19 22 26
Artigo técnico Convênio Irga/Flar Sementes certificadas Missão a Gana Artigo técnico Gestão via internet Palavra do Produtor Evolução do arroz Calendário de eventos Eventos Pelos Nates Há 50 anos
30 34 36 38 40 43 46 48 49 50 52 54
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FOTO DO LEITOR
Um olhar especial para
belas lavouras
Camaquã recebe roteiro técnico
O
Irga participou de roteiro técnico realizado em Camaquã no dia 23 de março. O evento foi promovido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD), com apoio das empresas Bayer e RiceTec. A programação ocorreu na Colônia da AUD – Lote 5 (BR-116, quilômetro 399). Estavam previstas as seguintes estações: Soja (Irga); Híbridos (RiceTec); Melhoramento (Irga); Irrigação (Irga); Projeto 10 (Irga); e Cultivares (Embrapa). Pelo Irga, participaram da organização do evento as equipes do 3º Nate e da Coordenadoria Regional da Planície Costeira Interna.
Já virou tradição nas páginas da Lavoura Arrozeira: publicamos a cada edição as fotos vencedoras do Concurso Fotográfico do Irga. São imagens que mostram a rotina de trabalho dos produtores e as belezas dos campos gaúchos. Aqui estão as quatro melhores, escolhidas via Facebook do Irga.
Bagé teve 170 participantes no Dia de Campo Regional
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ealizado na manhã de 4 de março, o Dia de Campo Regional de Bagé contabilizou cerca de 170 pessoas inscritas, entre produtores rurais, estudantes e outros interessados. O evento foi organizado pelo Irga, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Fundação de Apoio à Pesquisa Eduardo Gastal (Fapeg). A programação, que começou por volta de 8h nos campos experimentais da Embrapa Pecuária Sul (BR-153, quilômetro 633), contou ainda com apoio de Fracari, RiceTec e Sementes Simão. Ao meio-dia a
Foto de Leila Bartz - Dona Francisca RS
Foto de Alessandro Azevedo Acosta Pelotas RS
Uruguaiana reúne mais de 250 produtores
Foto de Leila Bartz - Dona Francisca RS
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Foto de Leila Bartz - Dona Francisca RS
4 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016 Página 4.indd 2-3
equipe de Gastronomia e Eventos do Irga serviu risoto de frango aos participantes, com apoio do 24º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga em Bagé e da Coordenadoria Regional da Campanha. O dia de campo foi organizado sobre sete estações: Melhoramento genético do Irga: objetivos, avanços e perspectivas; Sementes certificadas de arroz irrigado; Camalhão Base Larga – uma opção para irrigar e drenar em terras baixas; Pecuária x arroz irrigado – uma alternativa com renda e sustentabilidade; Melhoramento genético da Embrapa e o manejo de irrigação para arroz; Novos híbridos RiceTec; e Implantação e manejo da cultivar Capim Sudão BRS Estribo em terras baixas.
a manhã do dia 25 de fevereiro foi realizado, no Centro de Pesquisa da Fepagro em Uruguaiana, o Dia de Campo Arroz e Soja promovido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em parceria com a Associação dos Arrozeiros do município. O evento reuniu mais de 250 produtores rurais. Os visitantes passaram por quatro estações: Projeto Soja 6000 – Manejo para altas produtividades de soja (duas estações); Cultivares de arroz irrigado e linhagens promissoras/Manejo de doenças; e Manejo em irrigação em soja/Manejo conservacionista de solos de arrozeiros.
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INTERATIVIDADE
Lavoura Arrozeira on-line A conexão entre Irga, produtor e Lavoura Arrozeira não termina na revista. Você pode saber mais informações acessando o site e o Facebook do Irga Acesse pelo computador, tablet e celular e fique sempre por dentro do que está acontecendo no cenário arrozeiro gaúcho.
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Notícias Novidades do setor. Eventos e feiras. Acordos governamentais e comerciais. Notícias institucionais do Irga. Vídeos, áudios e fotos.
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solo, evapotranspiração, geada, dias sem chuva, estiagem agrícola e risco de incêndio.
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PROJEÇÃO DE RESULTADOS
Safra 2015/16 indica queda de 16%
10.000.000
Produção (Ton e
8.953.
9.000.000 8.000.000 7.000.000
6.798.591
6.000.000 5.000.000 4.000.000
6
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Máquinas em ação para a safra: área plantada no RS caiu 6% em relação à de 2014/2015, também devido à ação climática
3.000.000 2.000.000 1.000.000 -
2009/2010 2010/2
* Produção média das safras de 20
FOTO ASSESSORIA IRGA
Dados do Irga sinalizam que as fortes chuvas de 2015 prejudicaram as plantações de arroz, na comparação com a colheita anterior
n) nas safras de 2009/2010 a 2014/2015 e estimativa na safra 2015/2016
.598 7.698.531
8.069.903 8.116.669
8.719.449
7.400.000**
99%
da área plantada no Rio Grande do Sul estava colhida até o início do mês de junho
2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
010/2011 a 2014/2015
8.311.630*
O
s relatórios preliminares do Irga, referentes ao início do mês de junho, indicam que a safra deste ano deverá registrar queda de 16%, na comparação com a do ano passado. A previsão é feita em razão das condições climáticas desfavoráveis, principalmente com base nas fortes chuvas que castigaram o Rio Grande do Sul em dezembro de 2015. Com base nos levantamentos da entidade realizados até o início do mês de junho, com cerca de 99% da área colhida no Rio Grande do Sul, estima-se uma produção em torno de 7,4 milhões de toneladas. – Ao analisarmos os resultados em anos de El Niño, observa-se normalmente uma redução de produção – explica o gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), Athos Gadea. Na atual safra, foram plantados 1,083 milhão de hectares, 42 mil hectares a menos do que na safra passada, que foi de 1,125 milhão de hectares. Também houve perda em função das enchentes de 25 mil hectares, resultando numa área em produção de 1,058 milhão de hectares, 6% menor do que na safra passada. – Fatores climáticos contribuíram para a redução de 10% na produtividade em relação à safra passada. Atraso na semeadura e incidência menor de radiação solar, durante o ciclo da cultura, devido ao maior número de dias com nebulosidade, foram os fatores principais – complementa. A situação foi agravada pela
** Produção estimada
Média
ocorrência de forte de chuvas, no final do mês de abril, que deixaram as lavouras submersas. – No geral, o fenômeno (El Niño) para o arroz do Rio Grande do Sul indica perdas. Nesta safra foi ainda mais intenso para a produção de arroz, pois atingiu o Estado no período de semeadura e na colheita – lamenta o diretor técnico do Irga, Maurício Fischer. O mau tempo não causou problemas apenas nas áreas cultivadas, houve, ainda, estragos na infraestrutura das lavouras (cercas, taipas, drenos, canais e nas estradas do interior, o que impediu alguns produtores de escoar a produção em tempo hábil, causando prejuízo na qualidade final do produto. Outro agravante foi que a cultura da soja também foi atingida, mesmo sendo colhida depois do arroz. No final de maio ainda não existiam estimativas exatas, mas regiões como o litoral norte, zona sul e Campanha, teriam sido as áreas com soja plantada mais atingidas. As informações preliminares do Irga sobre a produção de arroz são feitas por seis Coordenadorias Regionais: Fronteira Oeste, Campanha, Depressão Central, Planície Costeira Interna, Planície Costeira Externa e Zona Sul. De acordo com os resultados apurados até o início do mês de junho, as lavouras da Depressão Central foram as que tiveram maior redução de produção, principalmente nos municípios de Cachoeira do Sul e Rio Pardo. Até o final de junho, o Irga deverá divulgar os resultados da safra por município produtor.
Isso equivale a
7,4
milhões de toneladas
2015/2016
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INTERCÂMBIO
Professores da Universidade de Yunnan
visitam o Estado A convite de professora da UFRGS, comitiva chinesa buscou informações sobre pesquisa e métodos de produção de arroz irrigado aplicados no Estado PROFESSORA RENATA PEREIRA DA CRUZ Departamento de Plantas de Lavoura - UFRGS
D
e 5 a 7 de abril, um grupo de quatro professores da Universidade de Yunnan, na China, visitou o Rio Grande do Sul com o objetivo de conhecer um pouco mais sobre a pesquisa e produção de arroz irrigado no Estado. O grupo veio a convite da professora Renata Pereira da Cruz, da UFRGS, que mantém contato regular com a professora e diretora da Universidade de Yunnan, doutora Lijuan Chen. No primeiro dia, o grupo foi recebido na Faculdade de Agronomia da UFRGS, onde foram recepcionados pelo diretor da Faculdade, Professor Pedro Selbach.
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A seguir, assistiram a uma apresentação sobre o arroz irrigado no Brasil e a evolução do melhoramento genético de arroz irrigado no Rio Grande do Sul feita pela professora Renata Pereira da Cruz. Depois, três professores chineses fizeram apresentações que trataram sobre a evolução da pesquisa sobre arroz híbrido na China, novas formas de produção de sementes e pesquisas com viroses. Mais tarde, os professores dos Departamentos de Botânica, Genética e Física da UFRGS, Janette Fett, Márcia Margis e Rogério Margis, apresentaram suas linhas de pesquisa e principais resultados em pesquisas com expressão gênica e RNAi em arroz.
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Grupo visitou a Estação Experimental do Irga No dia 6 de abril, o grupo de professores chineses foi recebido pelos pesquisadores do Irga na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha, onde assistiu a apresentações dos pesquisadores Daniel Waldow e Cláudio Ogoshi sobre o programa de melhoramento genético de arroz do Irga e sobre as pesquisas em arroz híbrido desenvolvidas. À tarde, a visita foi feita no campo experimental, onde as principais cultivares convencionais e Clearfield do Irga foram apresentadas, assim como os híbridos desenvolvidos. Vale destacar que, para o grupo de pesquisadores chineses, as cultivares e híbridos CL são novidade. No último dia da visita ao Estado, o grupo foi a Camaquã, onde foram recebidos pelo produtor de sementes Roberto Jaeger, que organizou um roteiro.
O que impressionou os chineses por aqui Tamanho das lavouras. Na China, planta-se em torno de 0,1 hectare por produtor. Potencial produtivo gaúcho. Preferência por cultivares Clearfield. Nível de mecanização das lavouras – na China, são manuais. Tipo de grão preferido para consumo: enquanto aqui preferimos o arroz que fica “soltinho” após a cocção (teores médios a altos de amilose), na China a preferência é por arroz “pegajoso”, com teores de amilose baixos tanto para as cultivares do tipo índica quanto para as do grupo japônica. O melhoramento genético e a produção de arroz no Rio Grande do Sul estão muito bem e, em alguns aspectos, até melhores que na China.
Professores chineses apresentaram estudos As palestras dos professores chineses na UFRGS mostraram que a Universidade de Yunnan foi a pioneira nos estudos e lançamento do primeiro híbrido de arroz Japônica na China. Assim, apesar de o doutor LongPing Yuan ser considerado o pai do arroz híbrido, ele foi responsável pelo primeiro híbrido de arroz do tipo índica, sendo que o professor doutor Zhengyou Li, da Universidade de Yunnan, pode ser considerado, segundo eles, o pai do arroz híbrido do tipo japônica. O interesse daquela universidade em desenvolver híbridos japônica deve-se ao fato de que na Província de Yunnan há muitas áreas cultivadas em altas altitudes, onde as cultivares japônicas adaptam-se melhor devido a eventuais condições de estresse por temperatura baixa. No processo de melhoramento genético na Universidade de Yunnan, inúmeros tipos de variedades e subespécies de arroz têm sido utilizados, como a índica, japônica, javânica, aromáticas e espécies silvestres afins. Como o foco principal são sempre as cultivares híbridas, a pesquisa no sentido de melhorar a produção de sementes não para. A principal linha de pesquisa é o desenvolvimento
de linhas macho e fêmeas de hábito perene. Tais linhagens produzem semente sempre nas mesmas plantas, ou seja, não há a necessidade de re-semear a lavoura com sementes novas. Como consequência, a semente híbrida produzida nesse cruzamento também dará origem a uma lavoura comercial perene, ou seja, compra-se a semente uma vez só e a lavoura produz por vários anos, desde que manejada de forma adequada. Esse manejo envolve o uso de hormônios de crescimento que estimulam as plantas a emitir novas estruturas reprodutivas. Outra pesquisa interessante é a que envolve a incorporação do gene fst (femalesterility) em linhagens macho. Com a presença desse gene, essas linhagens não apresentam fertilidade na parte feminina da flor, ou seja, não formarão semente por autopolinização como ocorre nas áreas de produção de semente híbrida. Com isso, não há a necessidade de semear as linhagens fêmea e macho separadamente (em linhas). Segundo os chineses, a presença desse gene nas linhagens macho facilita a logística de produção de sementes. As linhagens portadoras passam a produzir de 5% a 10% mais pólen.
FOTOS DIVULGAÇÃO
Comitiva de chineses teve uma extensa agenda de visitas no Estado, na Capital e no Interior, entre os dias 5 e 7 de abril
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COMUNICAÇÃO
Programa de
Valorização do Arroz
capacita formadores de opinião Nutricionista do Irga visitou cursos de gastronomia de universidades para apresentar o instituto e falar sobre benefícios do grão e modos de aproveitá-lo FOTOS ASSESSORIA IRGA
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O
s alunos de duas turmas do curso de Gastronomia da Unisinos, campus São Leopoldo, participaram em 22 de abril de uma aula ministrada pela nutricionista do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Cleusa Amaral, sobre o Arroz e seus benefícios para a saúde humana e o seu uso na culinária, junto ao laboratório de Tecnologia de Alimentos. A ação faz parte da proposta do Programa de Valorização do Arroz (Provarroz) para multiplicar informações entre formadores de opinião e profissionais da área de saúde, estudantes de Nutrição, Gastronomia e Medicina. Além de apresentar o Instituto, sua estrutura e objetivos aos acadêmicos, a nutricionista falou sobre a importância e benefícios do arroz para a saúde, com enfoque sobre o consumo que registrou queda de 17,1% nos últimos 20 anos. Em seguida, realizou uma atividade prática para ensinar os futuros “chefs” a manusearem a farinha de arroz. Foi distribuído ainda material institucional sobre o Irga e displays com receitas à base de arroz. Essa foi a primeira aula programada em uma agenda que passará por várias universidades do Estado. Os alunos se mostraram receptivos e participativos, com perguntas sobre a cultura do arroz, o Irga e suas funções e também sobre os diferentes tipos de arroz e seus usos na gastronomia. A professora Raquel Chesini, do curso de Gastronomia da faculdade Unisinos, destacou a importância dessas aulas para os alunos do 1º semestre do curso de Gastronomia na Unisinos: – A cultura do arroz está intimamente relacionada à produção rural no nosso Estado e uma das veias do nosso curso é a valorização regional dos alimentos. Conforme Raquel, o arroz é um cereal de alto potencial nutricional. A nutricionista explica os benefícios à saúde de quem o consome e destaca, ainda, a parceria do Irga
nas atividades da universidade: – Sabemos da importância e do enorme trabalho que esse instituto desenvolve com os produtores rurais do nosso Estado, valorizando e divulgando essa cultura. Para o aluno Luca Vinícius Ostjen, de 25 anos, do 3º semestre do curso de Gastronomia, o arroz é a base da alimentação humana e está inserido na cultura da população. – Para nós, que trabalhamos com alimentação, é muito importante saber encontrar alternativas para esse ingrediente, que é essencial.
FALE CONOSCO Os interessados em agendar palestras podem entrar em contato pelo e-mail eventos@irga.rs.gov.br.
Entender o cultivo do arroz e seus benefícios qualifica a gastronomia Conforme Lucas, saber diferenciar os tipos de arroz disponíveis no mercado, entender suas formas de contribuição para a saúde, opções de aproveitamento e receitas criativas foram alguns dos ensinamentos proporcionados durante a aula ministrada pelo Irga. Jorge Marcelo da Silva Zubósqui, 34 anos, também do 3º semestre, destaca que para um aluno de Gastronomia é fundamental conhecer e entender cada ingrediente, desde seu cultivo até as técnicas de preparo e seus benefícios. – O Irga tem um papel fundamental na construção desse saber. Segundo ele, entender o cultivo do arroz, o manuseio, as técnicas de preparo, seus benefícios para a nutrição do organismo e a gama de produtos derivados desse ingrediente fundamental para nossa dieta é agregar ao currículo um saber com qualidade. O programa realiza ainda outras ações como a participação dos trêileres do Irga que foram adesivados com a logomarca do programa em eventos pelo interior do Estado. Também estão sendo realizadas ações de mídia em revistas e jornais e publicação de artigos científicos que comprovam as qualidades nutricionais do cereal.
RAQUEL CHESINI Professora do curso de Gastronomia da Unisinos
“Ao falar da disponibilidade de variedades muito diferentes e muitas vezes desconhecidas, cada uma com suas características individuais e com diversas possibilidades de preparos dos mais diversos pratos, é estimulada a criatividade dos alunos aliada a uma alimentação saudável e segura.”
Alunos ficaram atentos às orientações da nutricionista Cleusa Amaral (D) sobre a manipulação da farinha de arroz; à E, trêiler do Irga
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INTEMPÉRIES
Comunique queda
de granizo pelo site do Irga Análise das ocorrências via formulário on-line ajuda a agilizar os pedidos de indenização dos produtores atingidos
O
Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) disponibiliza em seu site, desde 7 de abril, um formulário específico para comunicação de queda de granizo em lavouras de arroz. Assim, os produtores no Estado podem fazer eletronicamente a notificação diretamente ao Instituto, conforme estabelece o Decreto nº 51.446/2014. O diretor Comercial do Irga,
Tiago Barata, que coordenou a criação do novo formulário, explica que os orizicultores passam a contar agora com uma ferramenta mais ágil e precisa para a informação dos sinistros. – A comunicação on-line é apenas uma das ações desenvolvidas em relação ao processo de indenização por queda de granizo. Construímos um espaço específico no nosso site para instruir o produtor
atingido e preparamos uma equipe para atender as ocorrências da forma mais eficiente possível. Queremos agilizar as análises das ocorrências, pois sabemos que o produtor atingido necessita dos recursos de uma possível indenização o mais rápido possível. Para isso, é importante que a documentação necessária chegue completa – explica Barata.
Como fazer o aviso
1 – O produtor encontra na página principal do
site do Irga o banner “Comunicação de queda de granizo”.
3 – Nessa página, o produtor poderá clicar
no “Formulário Comunicação de Queda de Granizo” e fazer o comunicado previsto no decreto. Importante que o produto fique atento ao prazo de três dias úteis após a ocorrência do sinistro para efetivar a comunicação, conforme estabelece a legislação.
2 – Ao clicar sobre o banner, o orizicultor
acessa, primeiramente, uma página com informações importantes sobre os procedimentos a serem adotados nos casos de queda de granizo, inclusive com link para o Decreto nº 51.446/2014.
4 – Após preencher o formulário e clicar
em “Enviar”, o programa desenvolvido pela Companhia de Processamento de Dados do Estado do RS (Procergs), a pedido do Irga, emite automaticamente comunicados ao Nate respectivo, que entrará em contato com o orizicultor para agendar uma vistoria.
Edital de patrocínio O Diário Oficial do Estado (DOE) publicou em 7 de abril, nas páginas 45 a 48, o edital nº 001/2016, que trata sobre a seleção pública de projetos de patrocínio pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O documento foi elaborado com o objetivo de regulamentar os pedidos de patrocínio para eventos ligados ao setor orizícola. – A partir de agora, toda solicitação de patrocínio encaminhada ao Irga precisa, obrigatoriamente, seguir o que determina o edital 001/2016 – explica o chefe de gabinete do instituto, Ernesto Molon. O regulamento foi elaborado pelo Comitê de Patrocínios do Irga, integrado por representante do Conselho Deliberativo e por servidores do instituto de diversas áreas. O edital estabelece prazos, condições de participação, oficialização da proposta, habilitação jurídica e fiscal, divulgação dos selecionados, condições contratuais, pagamento e execução do contrato. O Irga patrocina eventos como feiras, exposições, seminários, congressos e fóruns ligados ao setor orizícola. As entidades que pretendem solicitar patrocínio ao instituto devem ficar atentas ao prazo limite para o encaminhamento do pedido: até 60 dias antes da realização do evento. Como já vinha ocorrendo, a aprovação dos projetos ficará condicionada à análise do Comitê de Patrocínio do Irga, do Comitê de Patrocínios do Estado (CPAERS) e da Secretaria de Comunicação do RS (Secom).
Fique ligado Prazo para pedido
60 dias antes do evento Tipo de eventos (ligados ao arroz)
Feiras Exposições Congressos Seminários Fóruns
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COMEÇO DA SAFRA
Abertura da Colheita possibilita
parceria e qualificação
Evento em Alegrete reuniu a cadeia produtiva em uma oportunidade para intercâmbio de experiências e conhecimento de pesquisas e experimentos
FOTO FLÁVIO BURIN / FEDERARROZ
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ABERTURA DA COLHEITA
Equipe do Irga presente no Parque Doutor Lauro Dornelles trouxe contribuções em temas como a palestra “Novos Rumos”, do diretor Maurício Fischer, sobre gestão e capacitação de produtores
FOTOS FLÁVIO BURIN / FEDERARROZ
A
colheita da safra 2015/2016 teve início oficializado entre os dias 18 e 20 de fevereiro no Parque Doutor Lauro Dornelles, em Alegrete, e viu o Irga apresentando novidades sobre suas pesquisas e experimentos. Uma das primeiras atividades do encontro de três dias foi a palestra “Novos rumos”, proferida pelo diretor técnico do Instituto, Maurício Fischer, na quinta-feira (18). Em sua fala, Fischer destacou o trabalho de gestão com atendimento à capacitação para os produtores, um dos propósitos tanto do instituto quanto da Farsul e Federarroz. Ele também abordou as parcerias em andamento para o desenvolvimento de pesquisas pública para novas cultivares, melhoramento genético, manejos, sustentabilidade ambiental e financeira da lavoura. Por fim, ressaltou o relançamento do selo ambiental e o desenvolvimento de um programa de rastreabilidade e de plataforma de informações aos produtores. Em seguida, foi a vez de o gerente da Divisão de Pesquisas do Irga de Cachoeirinha, Rodrigo Schoenfeld, assumir o pronunciamento. Ele tratou sobre a situação da colheita no Rio Grande do Sul, que havia fechado, naquela semana (iniciada na segunda-
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feira, 15 de fevereiro) em 2,5% da do Arroz, Athos Gadea, foi um área colhida, com uma produtividade dos que recebeu honraria. O média de 7.426 quilos por hectare. presidente da Federarroz, Henrique O excesso de chuvas no fim de 2015 Dornelles, destacou durante discurso também foi tópico explorado, já que que este foi o ano de superação, causou perda aproximada de 15% na especialmente pelo clima que produção atual em relação à anterior. castigou lavouras de arroz em todo o Schoenfeld dedicou, ainda, Rio Grande do Sul, especialmente parte da sua fala às na Fronteira Oeste. qualidades da cultivar Lembrou que todos Irga 424 RI, apontada os nomes foram como mais uma escolhidos irga arma a ser utilizada criteriosamente e que recebeu honraria por de acordo com o reconhecimento foi meio do gerente da Dater, Athos Gadea. recomendações do feito a todos que, da Homenagem veio sistema Clearfield. sua maneira, fizeram a da Federarroz – Há uma diferença para o setor. epidemia de Brusone – É o momento em no Rio Grande do que entregamos nossa Sul, e a melhor ferramenta ferramenta de produção. Essa é genética resistente à doença é a uma ferramenta que nos orgulha. Isso 424 RI – afirmou Schoenfeld, representa o nosso trabalho, a nossa complementando que há oferta de perseverança de enfrentar os problemas sementes oficiais para 90% da área e resolvê-los para poder colher, para do Estado, mas que 30% estão indo produzir e gerar riquezas – ressaltou. para fora. Também durante a Abertura e Uma das orgnizadoras da aproveitando a visita do secretário Abertura da Colheita, a Federarroz Nacional de Política Agrícola, André destacou nomes que contribuíram Nassar, foi entregue pelo secretário ao longo do último ano com o de Estado da Agricultura, Pecuária setor orizícola gaúcho. O gerente e Irrigação, Ernani Polo, dois da Divisão de Assistência Técnica documentos elaborados em conjunto (Dater) do Instituto Rio Grandense com entidades ligadas à produção.
Arrozeiros pediram trabalho em conjunto No sábado (20), ocorreu a solenidade oficial de abertura, que teve a presença do então governador em exercício do Estado, José Paulo Cairolli, e de profissionais do ramo arrozeiro. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, também esteve presente e recordou a guerra fiscal, sobre a qual afirmou que “é preciso trabalhar em cadeia” para superá-la. Ele aproveitou a oportunidade e entregou a Cairolli um documento pedindo que o governo acelere processos e recursos para o Irga. O dirigente ressaltou, ainda, as inovações e tecnologias que foram apresentadas durante os dias da Abertura Oficial da Colheita. – Em momentos de frequente mutação, o produtor tem de estar atento pelas novas tecnologias – ressaltou Dornelles, lembrando as dificuldades passadas pelo setor, como o prejuízo de cerca de R$ 500 milhões em decorrência das enchentes no final de 2015.
FOTOS ASSESSORIA IRGA
Momentos do evento: acima, as soberanas da 19ª Fenarroz com o vice-governador José Paulo Cairoli e com o presidente do Irga, Guinter Frantz; à esquerda, apresentação do diretor comercial do Irga, Tiago Barata durante o lançamento do Provarroz
Programa de Valorização do Arroz é lançado Durante a Abertura da Colheita, também foi lançado oficialmente o Programa de Valorização do Arroz (Provarroz) pelo diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Barata. Segundo ele, o Rio Grande do Sul é responsável por 69% da produção nacional do cereal, mas apenas 9% são consumidos no Estado. Do grão gaúcho, 75% vão para outros locais como São Paulo, Rio de Janeiro e Nordeste, o que torna o Estado o maior exportador brasileiro de arroz.
Além de incentivar o consumo do grão, o programa visa a oferecer um alimento mais saudável, já que está cientificamente provado que o arroz atua como adjuvante em patologias como diabetes, hipercolesterolemia, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, apneia do sono, problemas psicossociais, problemas de articulação e diversos tipos de câncer, conforme dados da Federação Latino-Americana de Sociedades de Obesidade. Há ainda uma preocupação
da população com uma alimentação mais saudável. – Em pesquisa recente, 54% dos entrevistados se mostraram preocupados ou muito preocupados com uma alimentação saudável – diz Barata. Outro benefício diz respeito ao baixo custo, já que uma porção de arroz sai em média de R$ 0,12 a R$ 0,15 por refeição. O diretor falou um pouco sobre os objetivos do programa, que é capacitar multiplicadores de conhecimento para informar e conscientizar a população
sobre os aspectos nutricionais e funcionais do arroz e seus coprodutos, enfatizando a importância do consumo nos níveis ideais e apresentando a necessidade e benefício do consumo desse cereal. O programa terá quatro anos de duração, de 2016 a 2019 e já está em circulação material com a identidade visual, apresentado durante o evento pela coordenadora Camila Pilownic. Consiste em cartazes, cartilhas e displays com receitas e com os benefícios do consumo do cereal.
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DIA ESTADUAL DE CAMPO
Tecnologia e produtividade ao alcance dos produtores Evento na Estação Experimental de Cachoeirinha recebeu mais de 1,5 mil pessoas
O
tradicional Dia de Campo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), ocorrido em 1° de março, contou com um público superior a 1,5 mil participantes em 2016. Realizado na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha, o evento anual – um dos principais no calendário da entidade – recebeu gente das mais variadas localidades do Rio Grande do Sul. Nesta edição, estiveram também delegações estrangeiras, como integrantes do Fundo Latino Americano do Arroz (Flar), da Colômbia. Durante a ação, os presentes tiveram a oportunidade de testemunhar novas tecnologias e experimentos realizados pelos pesquisadores do Irga em prol do desenvolvimento da lavoura arrozeira do Estado As práticas tiveram cinco estações técnicas principais e dois roteiros alternativos:
1ª Estação
Irga 424 RI
A primeira estação foi conduzida pelo pesquisador do Irga Alencar Zanon e pelo engenheiro agrônomo do Flar Luciano Carmona. O mote foi a cultivar Irga 424 RI, com ensaios conduzidos a partir dos manejos que estejam de acordo com o Projeto 10. Conforme Zanon, o objetivo é a transferência de conhecimentos ao produtor e a redução de custos. – O projeto 10, manejo para alta produtividade de arroz, foi uma revolução no Estado, saindo de uma média de 5,5 mil toneladas para quase 8 mil toneladas por hectare – lembrou Zanon.
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Já Carmona fez questão de dar a devida importância para a parceria entre o Irga e o Flar. – Deste campo saíram todas as revoluções tecnológicas da lavoura do Rio Grande do Sul, sempre defendendo o interesse dos produtores. O Flar apoia e participa desses projetos de transferência de tecnologia – afirmou Carmona, complementando que a meta para os próximos três anos é chegar à média de 8 mil quilos por hectare.
2ª Estação
Manejo de doenças A estação 2 dedicou-se ao Manejo de Doenças, com o fitopatologista Claudio Ogoshi e o extensionista do Núcleo de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) de Itaqui, Gil Marques Neto. De acordo com Ogoshi, o Estado vive hoje uma epidemia de Brusone, que é a principal doença da cultura irrigada e pode levar a perda total da lavoura. – A principal causa são as cultivares suscetíveis – afirmou o fitopatologista, mostrando cultivares resistentes obtidas a partir de melhoramento genético, além de práticas de manejo (época de semeadura, adubação, rotação de culturas) para evitar o desenvolvimento da doença.
3ª Estação
Melhoramento genético A estação 3 tratou sobre melhoramento genético, por meio da apresentação de uma vitrine de cultivares de arroz ministrada pela equipe de Melhoramento Genético e apresentada pelos pesquisadores Oneides Ozevani e Roberto Wolter. No espaço, foram exibidas 10 cultivares (como a Irga 425, 426, 427, 428, 429, 430, 424 e 424 RI). Entre elas, duas híbridas (Prime CL e QM1010 CL), lançadas entre os anos de 2009 e 2013. Os materiais têm características e produtividades diferentes e qualidade parecidas. Todas foram testadas e avaliadas em diferentes subestações do Irga.
4ª Estação
Competitividade A produção e uso de sementes para a competitividade orizícola foram o tema da Estação 4, capitaneada pelos pesquisadores Flávia Tomita, Gustavo Soares e pelo extensionista de Viamão, Ronaldo Woyniak. Os profissionais expuseram a importância de o produtor usar sementes de qualidade certificadas C1 e C2, e não as de “bolsa branca” (piratas). O representante da Basf, Felipe Ferreira, enumerou as sete etapas para vencer o arroz-daninho, tais como utilização de sementes certificadas, irrigação no estádio recomendado, controle de escapes desse tipo de grão e de invasoras, entre outros.
5ª Estação Soja 6000
Estação baseada no projeto Soja 6000. Nela, o pesquisador Darci Uhry descreveu as etapas do projeto, que segue os mesmos moldes do projeto 10. Para ele, a soja é a principal opção para rotação e melhoria do controle de plantas daninhas em áreas de arroz. Havia ainda dois roteiros alternativos: plantio direto, pragas, irrigação automatizada e pós-colheita e, como segunda alternativa, bioclimático de arroz, plantas daninhas x irrigação, milho e mecanismos rompedores.
Governador do Estado visitou o evento O evento contou também com a visita do governador José Ivo Sartori e do secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo. Por volta do meio-dia, eles deram uma passada para conferir a atividade e participaram do almoço preparado pela Equipe de Gastronomia e Eventos do Irga. Claro, um prato com o objeto de pesquisa do instituto: carreteiro. Sartori e Polo cumprimentaram os presentes e disseram estar satisfeitos por ver tanta gente envolvida em um trabalho que apresenta soluções para a produção de arroz. O presidente do Irga, Guinter Frantz, ressaltou a importância de produtores interagirem em iniciativas do tipo, sejam os dias de campo regionais ou os roteiros técnicos promovidos em diferentes regiões arrozeiras do Estado. Segundo ele, o objetivo, mais do que oferecer conhecimento para que se obtenha alta produtividade, é mostrar como obter renda compatível com propriedade de cada um.
FOTOS ASSESSORIA IRGA
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IRGA NO CAMPO
Expoagro recebe estações tecnológicas
FOTOS ASSESSORIA IRGA
O
Irga esteve presente na 16ª Expoagro Afubra, feira agrícola que ocorreu entre 21 e 23 de março, em Rio Pardo. Durante os dias do evento, a entidade manteve um estande com vitrines tecnológicas montadas no entorno. Para o Dia do Arroz (22), foi pensada uma programação especial, que teve uma sequência de ações com o intuito de incentivar o consumo do grão e orientações sobre os programas Soja 6000 e Projeto 10. O Irga aproveitou a presença na Expoagro para se aproximar de produtores rurais e agrônomos, mostrando novas tecnologias do setor orízicola. Para isso, montou quatro estações tecnológicas para visitação. Na primeira, abordou adequação ambiental. No local, também expôs o projeto do Selo Ambiental do instituto. Na segunda estação, o Irga divulgou o projeto Soja 6000, lançado ano passado e já consagrado. Na terceira, colocou como tema o Projeto 10, relacionado a duas cultivares com melhor posicionamento para a região da Depressão Central: a Irga 424 RI e a 429. Na última parada, o tema foi o potencial das cultivares Irga 425, 426 e 427, 428 e 430. Havia ainda uma estação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Dia de Campo Regional CACHOEIRA DO SUL – Cachoeira do Sul foi a sede da primeira edição do Dia de Campo Regional da Região Central. Realizado em 21 de fevereiro, na Estação Regional de Pesquisa, o evento agregou 720 produtores de 34 cidades da área central. Sob o tema “Tecnologia para produtividade e Rentabilidade da lavoura arrozeira”, o encontro setorial contou com seis estações técnicas durante a manhã e quatro oficinas técnicas à tarde. Cada parada técnica abordou tópicos relevantes para o sucesso da lavoura orizícola, como manejo de doenças e de invasoras, fertilidade do solo, sistema pré-germinado e enfoque no
manejo das novas cultivares do Irga – a Irga 424 RI e Irga 429. O novo projeto sobre rotação de culturas (Soja 6000) também teve destaque, com os princípios básicos para o cultivo de soja em várzea. De acordo com o engenheiro agrônomo José Fernando de Andrade, encarregado de dissertar sobre “Manejo de Plantas Invasoras”, o Dia de Campo teve como objetivo integrar e trocar vivências entre toda a cadeia produtividade do arroz. Antes de encerrar o cronograma, os conselheiros da Região Central reuniram-se para avaliar o evento e debater alternativas aos problemas resultantes das enchentes de 2015.
JAGUARÃO – Promovido pela Coordenadoria Regional Zona Sul do Irga, o Dia de Campo Regional de Jaguarão ocorreu em 28 de fevereiro, no Grupo Quero-Quero e na Fazenda São João. Com a temática “Inovação e Tecnologia para Mais Renda no Campo”, a atividade superou as expectativas e reuniu mais de 1,2 mil participantes para discutir os resultados em áreas de arroz e soja em rotação. O objetivo, de acordo com o coordenador regional da Zona Sul, André Barros Matos, é propiciar renda e produtividade para tornar a lavoura mais sustentável Na fazenda São João, os engenheiros agrônomos Luiz Alberto Gomez, da propriedade,
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e Filipe Selau, da Divisão de Pesquisa do Irga, apresentaram comparativo entre cultivo mínimo, preparo convencional e plantio direto em arroz envolvendo cultivar Guri Inta CL. Já Luciano Carmona, do Flar, e Glaciele Valente do 16º Nate de Santa Vitória do Palmar, falaram sobre o projeto 10 em área cultivada com a variedade Irga 424 RI. Na fazenda do Grupo Quero-Quero, os engenheiros agrônomos André Ulguim, do Irga, e Dirceu Agostinetto, da Faem/UFPel, trataram sobre os manejos de capim arroz resistente aos herbicidas inibidores de ALS. Outros temas, como o projeto Soja 6000, foram tratados em mais duas estações de trabalho.
INDÚSTRIA
Maior produtividade compensa redução no número de engenhos Ao passo em que 40 indústrias deixaram de beneficiar arroz no Estado, o volume beneficiado cresceu 22% no mesmo período
FOTO DIVULGAÇÃO / PIRAHY
L
evantamento realizado pelo Departamento Comercial e Industrial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) mostra que 40 indústrias deixaram de beneficiar o grão no Estado entre 2010 e 2015. O volume beneficiado, contudo, aumentou 22% no mesmo período. Em 2010, 225 empresas atuavam nesse segmento no Estado. Cinco anos depois havia 185, aponta o estudo. No mesmo intervalo de tempo, a quantidade de arroz que passou pelos engenhos saltou de 4,9 milhões de toneladas por ano para 6 milhões. Esse avanço fez que com o volume médio beneficiado por empresa passasse de 22 mil toneladas/ano para 32,8 mil toneladas. Assim como o setor produtivo, o beneficiamento de arroz no RS sofre com a sistemática elevação dos custos, perdendo competitivade no mercado. É o que aponta o diretor comercial do Irga, Tiago Sarmento Barata. – Houve concentração de empresas, mas não entre as cinco maiores, que eram responsáveis por 35,4% do beneficiamento em 2010 e ficaram com 33,2% em 2015 – acrescenta.
O estudo também não detalha o que levou empresas a deixar de operar. Mas o diretor executivo do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz-RS), Cézar Gazzaneo, lembra que 20 anos atrás eram cerca de 400 engenhos. Em muitos casos, eram pequenos e operados pelo produtor para conseguir vender o grão por um preço mais elevado com a agregação de valor. Sem escala, acabavam perdendo a competitividade. Gazzaneo ainda aponta que as 50 maiores indústrias sempre mantiveram a relação de 80% do beneficiamento total. – São empresas com escala comercial viável – afirma o diretor executivo do Sindarroz. – E, assim como no campo, elas também aumentaram a produtividade, o que é um fator preponderante para se manter no mercado – acrescenta. Sobre o momento de recessão no país, Gazzaneo entende que isso não deve afetar diretamente o setor porque o arroz, da mesma forma que não se beneficia quando há grande expansão do PIB, não vê queda significativa de consumo quando há retração na economia.
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19
10
INDÚSTRIA Beneficiamento anual em sacos de 50kg
1
15.512.203
Camil
10.645.646
Há mais de quatro décadas no mercado, a marca de arroz Tio João é o carro-chefe da Josapar, empresa com origem em Pelotas fundada na década de 1920. A companhia está presente em pontos de venda em todo o Brasil e ainda tem seus produtos exportados para mais de 40 países. Além de Pelotas, opera unidades industriais em Itaqui, Campo Largo (PR) e Recife (PE). A empresa reúne completa infraestrutura de silos em unidades de armazenagem e secagem para o recebimento da safra.
6.078.803
5,01%
Pirahy
Com sede em São Borja, a Pirahy Alimentos está no mercado desde 1975. Dois anos depois iniciou as atividades no bairro do Passo, onde funcionam a estrutura administrativa, parte da produção industrial e a unidade de beneficiamento de sementes. A unidade de arroz parboilizado foi inaugurada em 2007. Além da forte atuação na região Sul, a empresa está presente no Sudeste e no Centro-Oeste. Prato Fino é a marca de arroz.
Beneficiamento anual em sacos de 50kg
4
8,77%
Josapar
Beneficiamento anual em sacos de 50kg
3
primeiras do ranking
A Camil começou em 1963 como uma cooperativa, em meio à tendência de migração do cultivo do arroz da região central para o sul do país. Doze anos depois já dava um salto ao inaugurar um centro de armazenamento, distribuição e atendimento ao cliente em São Paulo. Em 1985 foi construído um moinho de arroz na cidade. Com a compra de diferentes marcas e indústrias, tem doze unidades no Brasil, nove no Uruguai e quatro no Chile. A Camil é uma das maiores empresas nacionais em seu segmento.
Beneficiamento anual em sacos de 50kg
2
As
% 12,77
4.063.594
3,35%
Urbano
Com matriz em Jaraguá do Sul (SC), a Urbano Agroindustrial tem a sua filial gaúcha instalada em São Gabriel. A empresa foi fundada por Urbano Franzner na cidade catarinense em 1960. Entre outros investimentos, a empresa dá atenção à sustentabilidade. A unidade gaúcha foi uma das primeiras na América Latina a utilizar a casca do arroz como biomassa para produzir energia elétrica.
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Beneficiamento anual em sacos de 50kg
5
3.967.645 SLC
3,27%
A SLC Alimentos atua na industrialização e na venda de arroz e feijão desde o final do ano 2000, quando comprou as marcas Namorado, Americano e Bonzão. No ano seguinte, adquiriu a marca Butuí. Além das unidades industriais no Estado, em Alegrete e Capão do Leão, há outras em Tocantins, Pernambuco e São Paulo. Há centros de distribuição em Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e no interior de São Paulo, Bahia e Pará. O Grupo SLC nasceu em 1945, em Horizontina.
Total anual beneficiado no ranking das 50 maiores
100.996.404
Beneficiamento anual em sacos de 50kg
Sacos de 50kg FOTO DIVULGAÇÃO / CAMIL
7
3.467.493 Cotrisel
A Cooperativa Tritícola Sepeense (Cotrisel) nasceu da dificuldade da venda de produtos agrícolas na década de 1950. Na época, um pequeno grupo se uniu buscando alternativas para a comercialização do que era cultivado. Por ser uma cooperativa de produção agrícola, a Cotrisel foi se adaptando aos ciclos na região. Hoje tem no arroz irrigado seu principal produto. Depois do beneficiado, o grão é comercializado com as marcas próprias Sepé e Tiarajú no Sudeste e Nordeste do país. A produção é recebida e industrializada em diferentes unidades, como em São Sepé, Restinga Seca, Formigueiro, Vila Nova do Sul e São Pedro do Sul.
Beneficiamento anual em sacos de 50kg
8
2.913.752
Unidade de Rio Grande da Camil, a líder no ranking de beneficiamento Beneficiamento anual em sacos de 50kg
CAAL
6
3.951.026
2.773.537
Arrozeira Pelotas A empresa iniciou as atividades no setor arrozeiro há 21 anos, em Pelotas. Entre as principais marcas estão Brilhante, Tio Sam, Burguês e Figurão. Nas três unidades de beneficiamento que tem no município a empresa segue normas e critérios técnicos de produção. A empresa tem atuação no Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Também exporta para o Peru e países da África por meio de tradings.
2,28%
Nelson Wendt
A Nelson Wendt Alimentos tem três unidades industriais – duas em Pelotas, onde são produzidos arroz branco e parboilizado, e uma no Recife, onde é feito o reprocessamento e a distribuição para estados do Norte e Nordeste. A marca de arroz Emoções está disponível em diferentes versões.
Beneficiamento anual em sacos de 50kg
3,25%
2,40%
Além de produzir para marcas de terceiros, a Cooperativa Agroindustrial Alegrete (CAAL) comercializa produtos próprios. No segmento de arroz, tem as marcas Alegre e CAAL. A CAAL é fruto de uma trajetória que remonta à metade do século passado. Ao longo desse tempo, tornou-se a única cooperativa de arroz do município.
Beneficiamento anual em sacos de 50kg
9
2,86%
10
2.669.422
2,20%
Pilecco
Com sede no Alegrete, a Pilecco Nobre completa 40 anos em dezembro de 2016. Tem sete filiais: três em São Paulo, duas em Minas Gerais, uma no Rio de Janeiro e uma no Distrito Federal. O mercado de atuação engloba Rio Grande do Sul, Paraná, estados do Sudeste e do Centro-Oeste. O grupo também investe em pesquisas para utilizar tecnologias limpas na produção e industrialização, com reaproveitamento do subproduto, como a geração de energia a partir da biomassa da casca de arroz.
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PREVISÃO CLIMÁTICA
Sinal amarelo Recomendação é de que produtores façam um planejamento para enfrentar eventos como a redução das chuvas
M
esmo com a cautela que toda a projeção meteorológica de longo prazo exige, especialistas no setor são unânimes ao recomendar aos agricultores gaúchos que se planejem, desde agora, para a possibilidade de que o clima, nos próximos meses, traga os reflexos do La Niña. O evento climático deve começar a ter impacto ainda no segundo semestre deste ano. Os efeitos, como a redução de chuva, devem ser sentidos após o curto período de normalidade que deve se seguir ao fim do El Niño, que já está arrefecendo.
Entre os meteorologistas, existem os mais cautelosos ao falar sobre previsão de La Niña, mas também há profissionais categóricos ao afirmar que as chances de isso ocorrer são grandes, e muito. O que há de mais concreto é a existência de vários indicativos que apontam para a provável ocorrência da “pequena menina” por aqui na safra de verão. A boa notícia é que o La Niña costuma ser favorável ao arroz, ao contrário do que ocorre quando há incidência do El Niño, que trouxe perdas de quase 6% na produtividade do grão no atual ciclo do arroz no Rio Grande do Sul, de acordo com o sexto Levantamento da Safra 2015/2016 da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Independentemente do tamanho da crença sobre incidência ou não do La Niña ainda neste ano, a recomendação geral é mesma: prepare-se para os efeitos da anomalia gerada no clima mundial pela queda nas temperaturas médias do Oceano Pacífico
equatorial. Resumidamente, o La Niña costuma vir acompanhado de tempo mais seco para o RS. Assim, a dica principal para os orizicultores é aproveitar o atual momento de El Niño, quando ainda há boas precipitações, e o seguinte período neutro (junho e julho), para armazenar água. O Estado tende a registrar, ainda, ocorrência de tempo mais seco adiante, no período pós-semeadura, com exceção do início de 2017 (janeiro, em épocas de La Niña, costuma chover). De acordo o professor Solismar Prestes Damé, do 8° Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os estudos do International Research Institute on Climate and Society – IRI (da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos) apontam que a probabilidade de registro do La Niña no segundo semestre deste ano é entre 60% e 65%. E vem crescendo. – Há poucos meses, essa probabilidade era de 50%, mas vem aumentando a cada FOTO LUIZ ÁVILA
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para o La Niña O que são os fenômenos El Niño e La Niña Tanto o El Niño quanto o La Niña são anomalias na temperatura da superfície e subsuperfície no mar do Pacífico Equatorial. Quando há um aquecimento acima de 0,5°C no trimestre, ocorre o El Niño. Quando há registro de uma temperatura 0,5°C abaixo da média, ocorrem as mudanças relacionadas ao La Niña. A palavra El Niño é derivada do espanhol e refere-se à presença de águas quentes que todos os anos aparecem na costa norte do Peru na época de Natal. Os pescadores do Peru e Equador chamaram a presença de águas mais quentes de Corriente de El Niño em referência ao Niño Jesus ou Menino Jesus. As anomalias do sistema climático que são mundialmente conhecidas como El Niño e
La Niña têm consequências no tempo e no clima em todo o planeta. Nesta definição, considera-se não somente a presença das águas quentes da Corriente El Niño, mas também as mudanças na atmosfera próxima à superfície do oceano, com o enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial. Com esse aquecimento do oceano e com o enfraquecimento dos ventos, começam a ser observadas mudanças da circulação da atmosfera nos níveis baixos e altos, determinando mudanças nos padrões de transporte de umidade e, portanto, variações na distribuição das chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas. Em algumas regiões do globo também são observados aumento ou queda de temperatura.
Fontes: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Bernadete Radin (Fepagro)
nova análise. E a Universidade de Columbia observa em seus estudos mais de 20 modelos de dados para chegar a esse cálculo. Entre essas análises, medem movimentações atmosféricas e temperaturas das águas – explica Damé. Os efeitos do El Niño neste ano já estão em declínio, o que deve levar os meses de junho e julho a registrarem um clima de normalidade, com o consequente enfraquecimento da chuva (um dos principais efeitos do El Niño no Rio Grande do Sul). Agrometeorologista da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Bernadete Radin avalia ser cedo para afirmar que o La Niña estará por aqui em breve. Mas, na dúvida, recomenda aos produtores que começam a planejar opções para armazenamento de água. – Isso será como um seguro, com outro qualquer feito pelo produtor. É melhor se precaver e investir em armazenagem de água nos próximos períodos. É preferível fazer isso mesmo na incerteza do fenômeno do que ficar sem água lá adiante. O La Niña, no Estado, vem acompanhado de menor
frequência de chuva. E como a regra básica diz que o arroz precisa de sol na cabeça e água no pé, o sol não deve faltar. A água, porém, é melhor estocar – analisa Bernadete, que está finalizando estudo sobre os impactos do El Niño e do La Niña no Rio Grande do Sul nos últimos 50 anos, com Ronaldo Matzenauer. Especialista em meteorologia de longo prazo do Clima Tempo, Alexandre Nascimento assegura que já acendeu o sinal amarelo do La Niña: – É muito grande a chance de que ocorra. Trabalho com acima de 70% de probabilidade. Vários modelos de previsão que estão sendo estudados indicam esse caminho. Se olharmos dados históricos, esses modelos ganham ainda mais credibilidade. Apesar de sinalizar que espera por um La Niña de fraca intensidade e sem registro de seca no Rio Grande do Sul no ciclo agrícola 2016/2017, Nascimento pondera que esse cenário pode ocorrer na safra 2017/2018. – Para o arroz, a perspectiva das condições desta próxima safra é boa. Ao menos, bem melhores do que as registradas na safra atual, que teve perdas com o excesso de umidade.
Impacto nas lavouras Além do excesso de chuva que provocou o atraso no plantio do grão no Estado, o El Niño impactou as lavouras gaúchas também devido à maior nebulosidade e, consequentemente, menor radiação solar e menos fotossíntese das plantas (o que se reflete diretamente na produtividade). O El Niño é caracterizado, no Estado, por grande incidência de chuva na maior parte do tempo, mas no mês de janeiro costuma haver trégua. Já quando há efeito do La Niña costuma haver menos precipitações, principalmente na primavera – ao contrário do El Niño, que assim como o La Niña incide praticamente da mesma forma nos outros grandes produtores do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai. No RS, os eventos El Niño são desfavoráveis para a cultura do arroz irrigado em 53% dos casos. Isso é causado pelo excesso de chuvas, principalmente nos meses de primavera, que contribuem para o atraso da semeadura e, em alguns casos, provocam perda de lavouras devido a enchentes. Já os eventos La Niña são favoráveis à cultura do arroz irrigado em 60% dos casos. Esses resultados são explicados, em parte, pela redução das chuvas, principalmente nos meses de primavera, que favorece a semeadura e o desenvolvimento da cultura, bem como a eficiência da adubação nitrogenada de cobertura.
Como se preparar – Precaver-se quanto ao armazenamento de água; – Privilegiar o preparo antecipado de áreas; – Organizar o sistema de irrigação; – Efetuar o plantio na época recomendada.
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FOTO LUIZ ÁVILA
PREVISÃO CLIMÁTICA
O produtor Luiz Carlos Machado e sua filha Juliana, de Santo Antônio da Patrulha, usam o celular para conferir a previsão climática
Economize a água disponível Especialista do Irga em manejo da água, o pesquisador Elio Marcolin recomenda a quem não tem como fazer a ampliação de suas reservas de água que comece a pensar logo em planejar melhor uso desse recurso natural. A melhor maneira de economizar no consumo da água para a lavoura é adotando a sistematização do solo. – Para ampliar o espaço de seus reservatórios e açudes, o produtor depende
de autorização ambiental, e isso costuma levar dois, três anos. Isso quando aprovado. O que ele pode fazer, então, é melhorar o uso da água já coletada. Essa também é uma forma de se preparar para períodos de escassez, como pode ocorrer com La Niña – avalia Marcolin, estimando uma economia de até 40% no consumo de água com a sistematização do solo. A sistematização consiste basicamente em nivelar o solo, drenar a área e depois montar o entaipamento das áreas de plantio com pouca altura, formando grandes “quadros” para a semeadura. Com isso, a água é retida em blocos menores. Veja no quadro abaixo como funciona o processo.
Molduras na lavoura em 4 etapas 1) Todo o trabalho inicia com o
nivelamento do solo, seja ele plano ou em declive (escalonado).
2) A ideia é montar taipas baixas e com a base larga. A altura máxima deve ficar em torno de 15 cm.
3) Com isso, será menor a lâmina de água que vai se formar dentro desse
quadrado. Quando o entaipamento é mais alto, a lâmina de água também aumenta. Durante o dia, essa quantidade maior de água acumula muito calor e evapora mais facilmente mesmo no período da noite.
4) A lâmina menos profunda faz com
que a água “esfrie” mais rapidamente e se preserve.
24 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
Fala, produtor O depoimento de quem já adotou o sistema (e reduziu o consumo de água):
LUIZ CARLOS MACHADO Produtor em Santo Antônio da Patrulha
“Adotei o sistema há uns seis anos porque aqui na região se passou a adotar um desligamento obrigatório das bombas em razão de baixa nos rios. Ou seja, precisava achar uma forma de compensar essas paradas.” “Adotei a sistematização por necessidade mesmo, e foi o dinheiro mais bem investido que já fiz até hoje. Isso reduziu o tempo que antes era perdido com um trabalhador aguando a lavoura”. “O investimento com certeza já se pagou. Na época (2010) meu custo foi próximo de R$ 1,6 mil por hectare. Hoje, gasto em torno de 35% menos água. Tenho quadros de 1 hectare até 8 hectares. Mas o que eu recomendo é fazer isso com ajuda de um engenheiro agrônomo. Para realmente dar certo é preciso alguns estudos específicos de cada local.”
FOTO LUIZ ÁVILA
PREVISÃO CLIMÁTICA
O produtor Luiz Carlos Machado e sua filha Juliana, de Santo Antônio da Patrulha, usam o celular para conferir a previsão climática
Economize a água disponível Especialista do Irga em manejo da água, o pesquisador Elio Marcolin recomenda a quem não tem como fazer a ampliação de suas reservas de água que comece a pensar logo em planejar melhor uso desse recurso natural. A melhor maneira de economizar no consumo da água para a lavoura é adotando a sistematização do solo. – Para ampliar o espaço de seus reservatórios e açudes, o produtor depende
de autorização ambiental, e isso costuma levar dois, três anos. Isso quando aprovado. O que ele pode fazer, então, é melhorar o uso da água já coletada. Essa também é uma forma de se preparar para períodos de escassez, como pode ocorrer com La Niña – avalia Marcolin, estimando uma economia de até 40% no consumo de água com a sistematização do solo. A sistematização consiste basicamente em nivelar o solo, drenar a área e depois montar o entaipamento das áreas de plantio com pouca altura, formando grandes “quadros” para a semeadura. Com isso, a água é retida em blocos menores. Veja no quadro abaixo como funciona o processo.
Molduras na lavoura em 4 etapas 1) Todo o trabalho inicia com o
nivelamento do solo, seja ele plano ou em declive (escalonado).
2) A ideia é montar taipas baixas e com a base larga. A altura máxima deve ficar em torno de 15 cm.
3) Com isso, será menor a lâmina de água que vai se formar dentro desse
quadrado. Quando o entaipamento é mais alto, a lâmina de água também aumenta. Durante o dia, essa quantidade maior de água acumula muito calor e evapora mais facilmente mesmo no período da noite.
4) A lâmina menos profunda faz com
que a água “esfrie” mais rapidamente e se preserve.
24 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
Fala, produtor O depoimento de quem já adotou o sistema (e reduziu o consumo de água):
LUIZ CARLOS MACHADO Produtor em Santo Antônio da Patrulha
“Adotei o sistema há uns seis anos porque aqui na região se passou a adotar um desligamento obrigatório das bombas em razão de baixa nos rios. Ou seja, precisava achar uma forma de compensar essas paradas.” “Adotei a sistematização por necessidade mesmo, e foi o dinheiro mais bem investido que já fiz até hoje. Isso reduziu o tempo que antes era perdido com um trabalhador aguando a lavoura”. “O investimento com certeza já se pagou. Na época (2010) meu custo foi próximo de R$ 1,6 mil por hectare. Hoje, gasto em torno de 35% menos água. Tenho quadros de 1 hectare até 8 hectares. Mas o que eu recomendo é fazer isso com ajuda de um engenheiro agrônomo. Para realmente dar certo é preciso alguns estudos específicos de cada local.”
ESTRATÉGIAS
Prepare o terreno para a colheita Planejamento correto no manejo do solo permite conseguir um resultado favorável na safra – mesmo se houver clima adverso
26 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
FOTOS LUIZ AVILA
Abaixo, máquina trabalha na incorporação da palha na Granja 4 Irmãos, em Rio Grande; acima, a etapa de colheita
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
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ESTRATÉGIAS
Preparo antecipado do solo: rentável, mas pouco adotado
L
ogo após o final da colheita de arroz, o que o produtor deveria começar a fazer? Planejar a próxima safra, dizem especialistas. E isso significa, no caso do arrozeiro, dar início assim que possível ao preparo antecipado da terra para a próxima semeadura. Envolvido nas negociações de comercialização e logística da atual safra, porém, os produtores gaúchos têm dado pouca atenção ao trabalho com a terra, especialmente aquele que deve ser feito ainda mais precocemente. Na atual 2015/2016, ano de El Niño e muita chuva, quem fez o recomendado conseguiu plantar no período correto e ter boa produtividade mesmo nas condições adversas. Com o excesso de chuva, muitos produtores estavam preparando o solo enquanto, na verdade, já deveriam ter até plantado. Na Fronteira Oeste, onde já há uma cultura mais forte de preparo antecipado, os danos do El Niño foram menores. Já na Depressão Central e Planícies, por exemplo, esse bom hábito ainda é pouco adotado. O preparo antecipado é uma das principais bandeiras do Irga. É pouco implantado apesar de todos os benefícios que traz, alerta o chefe a seção de solos e água a do instituto, o engenheiro agrônomo Filipe Selau Carlos: – Na Depressão Central e Planícies, onde as propriedades normalmente são menores, o produtor não costuma deixar nenhum área livre. Por isso, ele deve iniciar o preparo de sua terra logo após o final da colheita. Ainda que isso vá exigir força de trabalho e algum recurso financeiro, é fundamental e requer, na verdade, planejamento. Ao defender que é mais uma questão de organização do que
dinheiro, Selau lembra que o retorno desse trabalho é de curtíssimo prazo. O tempo de uma lavoura. – O preparo antecipado não é uma ação em que o produtor terá retorno lá longe. O reflexo positivo é muito imediato, na mesma safra, com a maior produtividade – explica. Uma dos problemas que o produtor precisa resolver e que, muitas vezes, afasta-o desse trabalho antecipado, é a falta de uma estrutura de apoio para o que precisa ser feito após a colheita do grão. Para Selau, especialmente no caso de produtores de menor porte, o tempo que se deveria destinar a planejar a próxima lavoura e o preparo da terra acaba sendo ocupado por questão de logística e venda da colheita recém-feita. Dividido entre negociar o grão e a necessidade de planejar o plantio seguinte, além das perdas devido à produtividade, o agricultor também tem outros tipos de custos decorrentes no atraso da semeadura. – Nesse ciclo, sem planejar, o produtor acaba somente apagando incêndios e gastando mais. Quem planta arroz em dezembro, possivelmente vai gastar com insumos como adubo, e não terá a radiação solar correta no momento em que a planta mais precisa. Ou seja, vai gastar mais e colher menos. Com o preparo antecipado do solo isso não ocorre – finaliza o engenheiro agrônomo.
28 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
Calendário para planejar a terra
VERÃO Quem tem área em descanso deve começar o trabalho de preparo do solo no verão. Em caso de ocorrência de chuva no meio do trabalho, é sempre bom esperar de cinco a sete dias para começar a uniformização e o entaipamento da terra. Para os produtores sem áreas em descanso, essa prática deve se iniciar logo após a colheita.
ANTES DO INVERNO O ideal é já ter deixado tudo pronto antes do inverno, período mais úmido e que propicia a infestação de plantas invasoras. Se possível, aproveitar a temporada com cobertura, melhorando a qualidade o solo. Uma das possibilidades é plantar azevém.
Calendário para planejar a terra
De cima para baixo: lavoura para colheita, máquinas em ação, lavoura dessecada e cobertura com azevém
FILIPE SELAU CARLOS Engenheiro agrônomo do Irga
“No caso de produtor que não tem uma estrutura mínima de apoio administrativa e comercial, por exemplo, no lugar de planejar a lavoura desde cedo ele acaba se envolvendo com problemas de transporte e venda do grão. Infelizmente, é um desvio de foco bastante comum. E cabe ao produtor achar uma solução, dentro do possível”
1 – Ação rápida Basicamente, o preparo antecipado da terra consiste em, logo após o término de uma safra, aproveitar as primeiras janelas de sol para passar uma grade leve na palhada que ficou, depois aplainar e, no caso do arroz, fazer o entaipamento.
2 – Melhor aproveitamento do clima Se adotar o preparo antecipado da terra para receber a semeadura do arroz, o produtor consegue aproveitar todas as janelas de sol propícias a cada etapa da lavoura. A ideia de chegar à primavera seguinte com tudo pronto para plantar no período correto é um dos pilares da boa produtividade. Ou seja, terá impacto direto e rápido nos ganhos. Em anos de El Niño, as janelas de sol que permitem trabalhar com o solo mais adequado não duram mais do que seis ou sete dias. Após a ocorrência de chuva, vale lembrar, ainda é necessário um bom período para que se consigam condições de umidade adequadas de semeadura do arroz.
Na região da Depressão Central gaúcha, somente
30%
dos produtores faz o preparo antecipado do solo.
FIM DE AGOSTO No final de agosto o produtor já deve estar fazendo a dessecação das áreas. O ideal é ter 30 dias de prazo antes da semeadura das lavouras.
FINAL DE SETEMBRO Com o preparo antecipado do solo, ao chegar a época do plantio (a partir de setembro), o produtor já estará com sua área pronta para semear dentro da janela de plantio recomendada.
Na Fronteira Oeste, considerada um modelo no Estado nessa ação, o preparo antecipado é rotina para cerca de
70% dos orizocultores.
3 – Evitar problemas Sem contar com a terra pronta, ao invés de estar plantada, como ocorreu devido ao El Niño neste ano, o produtor aproveitaria as janelas para preparar o solo. Se tivesse feito o preparo antecipado, o dano causado pelo fenômeno climático teria sido bem menor no Estado.
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
29
ARTIGO TÉCNICO
Estudo avalia cultivo de
em áreas de arroz irrigado Confira o artigo técnico “Viabilidade econômica de milho cultivado sob diferentes manejos de água em gleissolo háplico distrófico típico”
JOAQUIM FARACO RODRIGUES Engenheiro Agrônomo, Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental joaquim_faraco@hotmail.com NILZA DOS REIS CASTRO Professor; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) / Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) JOSÉ ANTÔNIO LOUZADA Professor; UFRGS - louzada@iph.ufrgs.br PAULO REGIS FERREIRA DA SILVA Professor; UFRGS; Consultor Técnico do Irga RODRIGO SCHOENFELD Engenheiro Agrônomo, pesquisador do Irga MATHEUS BARRETO MAASS Estudante de pós-graduação NATAN PAGLIARINI Estudante de pós-graduação
30
RESUMO
A
baixa utilização de tecnologia disponível e a grande oscilação de preços pagos aos produtores fazem com que o produtor não invista em tecnologia para aumentar a produtividade de grãos de milho no Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, o milho surgiu como alternativa de rotação de culturas em áreas cultivadas com arroz irrigado nesse Estado. Para isso, é necessário um sistema de irrigação e drenagem eficiente, sem ocasionar problemas de manejo para o cultivo do arroz em rotação. O objetivo deste trabalho é avaliar se é economicamente viável cultivar milho sob diferentes manejos de irrigação e drenagem, em áreas cultivadas com arroz irrigado no RS. O experimento foi conduzido nos anos agrícolas 2013/14 e 2014/15, na Estação Experimental do Arroz, do Irga, em Cachoeirinha. Em todos os tratamentos, a área foi nivelada com uma declividade de 0,08%, ao longo do comprimento das parcelas (79 m). Foram testados quatro tratamentos: (T1) microcamalhão de 15 cm de altura, com irrigação por sulco sempre que necessário, (T2) microcamalhão com 15 cm de altura, sem irrigação, (T3) sem construção de microcamalhão, com irrigação por banhos sempre que necessário, e (T4) sem construção de microcamalhão, sem irrigação. Os tratamentos foram arranjados em delineamento de blocos casualizados, com três repetições. O milho cultivado em áreas de arroz irrigado é técnica e economicamente viável desde que e que se utilize um sistema de drenagem eficiente e se faça o uso de irrigação, quando necessário.
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
INTRODUÇÃO
N
o Rio Grande do Sul, o milho apresenta produtividade média de 5,21 Mg ha-1, segundo dados da CONAB, 2013. Porém, a produtividade máxima atingida em experimentos realizados em terras altas no RS foi de 17,40 Mg ha-1 (Menegati et al., 2012), indicando que há uma grande lacuna entre a média do RS e seu potencial. Diversos fatores podem explicar essa baixa produtividade média no Estado: a má distribuição de chuvas durante o ciclo da cultura, a baixa utilização de tecnologia disponível e a grande oscilação de preços pagos aos produtores, fazendo com que o produtor não invista em tecnologia para aumentar a produtividade de grãos. Nos últimos anos, o milho surgiu como alternativa para rotação de culturas em áreas cultivadas com arroz irrigado no RS, uma vez que essas áreas apresentam alta infestação de plantas daninhas, principalmente de arroz vermelho, pelo cultivo sucessivo do arroz. O cultivo de milho em rotação nessas áreas serve como uma ferramenta para diminuir a infestação de plantas daninhas, principalmente de arroz vermelho, pela utilização de híbridos de milho com tecnologia “RR” (resistente a glifosato), sendo possível aplicar o dessecante químico para o com arroz vermelho, sem prejudicar o milho (Silva e Schoenfeld (2013). Outras vantagens da rotação são o aumento da rentabilidade da área cultivada (Vernetti Junior et al., 2003) e a diminuição dos riscos econômicos da utilização de monocultura (Wander et al., 2010).
Porém, para que se viabilize a introdução de culturas de rotação em áreas tradicionalmente cultivadas com arroz, é necessário que haja um eficiente sistema de drenagem, sem ocasionar problemas de manejo no cultivo da cultura introduzida, pois os solos onde se cultivam o arroz são muito mal drenados. Entretanto, apenas a utilização de uma drenagem eficiente não é o suficiente para que altas produtividades sejam atingidas. Além do adequado manejo da drenagem e irrigação, é necessária a integração de todas as outras práticas de manejo, como o uso de adubação adequada (Cancellier et al., 2011), o método de cultivo (Vernetti Junior et al., 2009), o controle de pragas (Figueiredo et al., 2006), a escolha da época preferencial de semeadura (Forsthofer et al., 2006), visando ao melhor aproveitamento da radiação solar. Entretanto, o uso dessas práticas demanda alto investimento inicial. Forsthofer et al. (2006) demonstraram que o aumento do uso das práticas de manejo está associado à obtenção de altas produtividades. Apesar de apresentar um custo elevado, a receita obtida também é maior quando se eleva o nível de tecnologia aplicado, gerando, assim, maior rentabilidade. Sangoi et al. (2006) também associam a adoção de maior investimento em insumos e tecnologia na lavoura como aspectos fundamentais para o aumento do rendimento de grãos e, em consequência, do retorno econômico com o cultivo de milho. Alternativas de drenagem para o milho cultivado em áreas de arroz irrigado no RS são apresentadas nas INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVO DO MILHO E DO SORGO NO RIO GRANDE DO SUL SAFRAS 2013/2014 e 2014/2015. Uma maneira de se realizar uma drenagem eficiente é a sistematização do terreno em declividade, em até 0,5%, ou seja, 50 cm de desnível a cada 100 m de comprimento. Em geral, a sistematização de áreas cultivadas com arroz irrigado é feita sem nenhuma declividade, para melhor aproveitamento da água. Porém, a declividade serve para que ocorra o escoamento superficial da água, assim que cesse sua infiltração no solo. Outra maneira de se proporcionar uma drenagem eficiente é a utilização do sistema de microcamalhão. Neste método, a cultura é semeada em cima da crista do microcamalhão para evitar que a planta fique debaixo da água, sendo formados pequenos sulcos paralelos à linha de cultivo, que deixam mais uniforme o avanço da água de irrigação na área cultivada. Logo, a integração de todas essas práticas gera um custo elevado. Assim, são necessários estudos que analisem a viabilidade econômica da introdução do milho em áreas cultivadas
com arroz irrigado, podendo proporcionar novos rumos ao setor orizícola no RS. O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade econômica do milho cultivado em áreas de arroz irrigado no RS sob diferentes manejos da irrigação e drenagem.
de 2014, como cobertura de solo no outonoinverno. O híbrido de milho foi o mesmo utilizado no ano anterior, com semeadura realizada em 28 de outubro de 2014. A análise física e química do solo apresentou os seguintes resultados: 13% de argila, 23,6 mg dm-3 de P, 122 mg dm-3 de K, 1,4% de M0. e 5,4 de pH. Foi aplicado como adubação de base 400 kg ha-1 do MATERIAL E MÉTODOS adubo químico NPK da formula 04-17-27. A experimento foi conduzido a campo nos quantidade e as épocas de aplicação da adubação anos agrícolas 2013/14 e 2014/15, nas de cobertura foram as mesmas do ano anterior. mesmas unidades experimentais, em Aumentou-se a densidade de plantas para 9,0 pl Cachoeirinha. A Estação Experimental do Arroz m-2. A colheita foi em 6 de março de 2014. situa-se na região ecoclimática da Depressão A análise econômica foi baseada no método Central do Rio Grande do Sul, a 29o55’30’’ de utilizado pela FECOAGRO/RS de determinação latitude sul e a 50o58’21’’ de longitude oeste e à do custo de produção das culturas Minetto altitude de 7 m. O solo da área experimental é (2005). Esta metodologia foi utilizada por Silva classificado como Gleissolo Háplico Distrófico et al. (2008), Sangoi et al. (2006) e Forsthofer et típico (STRECK et al., 2008). al. (2006), também para avaliar o desempenho O experimento constou de quatro manejos econômico do milho. Neste método é calculada da irrigação, sendo eles: (T1) microcamalhão a margem bruta que quantifica a diferença entre de 15 cm de altura, com irrigação por sulco receita bruta obtida e dispêndio efetuado em sempre que necessário; (T2) microcamalhão cada manejo de irrigação e drenagem, uma vez com 15 cm de altura, sem irrigação; (T3) sem que no total do dispêndio não foram ponderadas construção de microcamalhão, com irrigação remunerações à terra, às instalações e às por banhos sempre que necessário, e (T4) construções, nem juros sobre o desembolso. sem construção de microcamalhão, sem Os custos de insumos como: máquina para irrigação. Os tratamentos foram arranjados plantio direto, colheita, transporte de produção, em delineamento de blocos casualizados, semente (milho e nabo forrageiro), adubo (base com três repetições. Nos tratamentos com e cobertura), pulverização, herbicidas (Primatop microcamalhão, estes foram construídos 4L + Glifosato 6L) e transportes de insumos com um equipamento agrícola de marca KF, foram obtidos com a COTRIJAL – Cooperativa concebido para construir o microcamalhão, o Agropecuária e Industrial de Não-Me-Toque, sulco, adubar e realizar a semeadura em uma RS. Os custos de gradagem pré-nivelamento, única passada. Seis linhas são cultivadas em manejo pré-semeadura (nivelamento) e irrigação cada passada da máquina, sendo duas linhas (diesel) foram considerados o custo de produção em cada microcamalhão. No tratamento do arroz (Irga) – ano agrícola 2013/2014. E o com microcamalhão, com irrigação (T1), custo da semeadura com a microcamalhoneira a irrigação foi feita por sulcos, entre cada foi obtido com a Industrial KF, fornecedora da duas fileiras de milho. No tratamento sem microcamalhoneira. O rendimento de grãos foi microcamalhão, com irrigação (T3), a avaliado em uma área útil de 10 m2 e expresso irrigação foi feita por banhos, sendo a água na umidade de 13 g kg-1. aplicada entre as fileiras do milho. O preço do saco de 60 kg de milho foi obtido No primeiro ano (2013/14), fez-se a através da média dos valores dos últimos 10 semeadura do híbrido simples e precoce de anos, AGROLINK. Este valor foi corrigido milho Dekalb 250 PRO2 em 1º de novembro para o valor presente, através do Índice Geral de 2013. A análise física e química do solo de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), apresentou os seguintes resultados: 14% de argila, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). 9,4 mg dm-3 de P, 33,8 mg dm-3 de K, 1,2% de Que registra a inflação de preços desde matériasM0. e 5,8 de pH. Foi aplicado como adubação primas agrícolas e industriais até bens e serviços de base 500 kg ha-1 do adubo químico NPK da finais, ou seja, correção dos valores obtidos nos fórmula 04-17-27. Na adubação de cobertura anos anteriores conforme a inflação no período. foi aplicado 300 kg ha-1 de N, parcelada em três O preço médio corrigido foi de R$ 26,62. doses: 60 kg ha-1 no estádio V3, 120 kg ha-1 O delineamento experimental foi o de blocos no estádio V8 e 120 kg ha-1 no estádio V12, casualizados. O dispositivo experimental conforme escala de Ritchie et al. (1993). Como consistiu em 12 parcelas de 4 metros de largura fonte de adubo nitrogenado foi utilizada a ureia por 79 de comprimento, sendo três parcelas para com inibidor da enzima urease. A densidade de cada um dos quatro tratamentos. plantas utilizada foi de 8,0 pl m-2. A colheita foi Os dados obtidos foram submetidos à análise realizada no dia 24 de março de 2014. de variância ANOVA. Quando significativos, as No segundo ano (2014/15), fez-se a médias foram comparadas pelo teste de Tukey, semeadura de nabo forrageiro em 20 de abril ao nível de 5% de probabilidade.
O
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
31
ARTIGO TÉCNICO
RESULTADOS
O
s dois anos agrícolas estudados apresentaram características climáticas diferentes. No primeiro ano, ocorreu uma época de estiagem de cerca de 30 dias durante os meses de dezembro e janeiro, justamente o período mais seco ocorreu exatamente no momento crítico da cultura, o espigamento (Bergamaschi et al., 2006). O espigamento do milho ocorreu no dia 16/1/2014. Isso afetou negativamente o rendimento de grãos e os componentes do rendimento nos tratamentos não irrigados, conforme será visto mais adiante. Nesse ano, foram necessárias 10 irrigações, totalizando 300 mm irrigados, enquanto o volume precipitado ao longo do desenvolvimento do milho foi de 480 mm, totalizando 780 mm entre irrigações e precipitações. No segundo ano (2014/2015), o maior período de estiagem foi de 10 dias durante o inicio do mês de fevereiro. Com as precipitações constantes e sem um grande período de estiagem durante o desenvolvimento do milho, os tratamentos irrigados e não irrigados se equivaleram durante esse ano, uma vez que foram necessárias apenas três irrigações durante o ciclo da cultura, 90 mm irrigados. O volume precipitado durante o desenvolvimento da cultura foi de 620 mm, totalizando um volume de 710 mm, proveniente das irrigações e das precipitações. O custo dos diferentes manejos de irrigação e drenagem variou quanto ao sistema de plantio (direto e microcamalhão), uso ou não da irrigação e os custos da colheita e do transporte da produção, que irão variar conforme a produtividade, sendo 8% da produtividade para a colheita e 2% para o transporte. No primeiro ano agrícola foram considerados o custo de gradagem pré-nivelamento e do nivelamento do solo (Tabela 1). Já no segundo ano, esse custo foi desconsiderado, pois não foi realizada mais nenhuma atividade quanto ao nivelamento (Tabela 2). Porém, nesse ano foram acrescidos os custos do nabo forrageiro e da adubação utilizada para esta cobertura. Os demais custos do cultivo do milho, como: a semente, os adubos de base e cobertura, aplicações do adubo de cobertura, pulverizações, herbicidas e transportes de insumos foram iguais para os diferentes manejos. Os valores foram arredondados da seguinte maneira: quando o primeiro algarismo após a vírgula for maior que cinco, aumenta-se em uma unidade o algarismo que permanece. Quando menor que cinco, o
32
Tabela 1
Custos fixos e variáveis para os diferentes manejos de irrigação e drenagem, ano agrícola 2013/2014. CUSTO
T1*
Custos Variáveis nos Tratamentos
T2
T3
T4
R$ ha-1
Plantio
113
113
90
90
Irrigação
193
-
193
-
Colheita (8% da produção)
364
162
302
189
Transporte Produção (2% da produção)
91
40
76
47
Gradagem pré-nivelamento
121
121
121
121
Manejo pré-plantio (Nivelamento)
108
108
108
108
Semente
705
705
705
705
Adubo base (fórmula 4.17.27)
490
490
490
490
Adubo de cobertura
38
38
38
38
Nitrogênio
893
893
893
893
Pulverização
20
20
20
20
Herbicidas (Primatop 4L + Glifosato 6L)
133
133
133
133
Custos Fixos
Transporte Insumos Soma Total dos Custos
R$ ha-1
4
4
4
4
3.273
2.826
3.173
2.839
*T1 – 15 cm de altura de microcamalhão com irrigação; T2 – 15 cm de altura de microcamalhão sem irrigação; T3 – Sem microcamalhão com irrigação; T4 – Sem microcamalhão sem irrigação.
último algarismo permanece o mesmo. No primeiro ano (2013/14), o rendimento de grãos e o número de espigas por metro quadrado foram influenciados pelo o uso da irrigação (Tabela 3). Os tratamentos T1 e T3 apresentaram rendimentos de 10,3 e 8,5 Mg ha-1, respectivamente. Devido ao longo período de estiagem verificado durante o florescimento, nos tratamentos não irrigados o rendimento de grãos diminuiu em 56% e 38%, respectivamente em relação aos tratamentos irrigados, com e sem microcamalhão. Apesar de a irrigação ter sido realizada por sulcos e banhos, é possível notar que o milho responde à irrigação como os demais métodos de irrigação, como por gotejamento (Rodríguez et al., 2011) e aspersão (Bergamaschi et al., 2006). No segundo ano, não houve diferença significativa entre os tratamentos em relação a que variáveis ao uso do microcamalhão ou não e ao uso da irrigação ou não, uma vez que as precipitações constantes acabaram nivelando os resultados dos tratamentos irrigados (T1 e T3) e não irrigados (T2 e T4). A ocorrência de precipitações durante dias consecutivos, gerando precipitações acumuladas de mais até 80 mm em três dias, foi observada em seis oportunidades, sem resultar em prejuízo às plantas de milho. Esse
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
resultado evidencia que as duas estratégias de drenagem utilizadas, a sistematização em declive e a sistematização em declive mais o uso do microcamalhão, são alternativas eficientes para a drenagem do milho. Observou-se maior rendimento de grãos no segundo ano em relação ao primeiro. Esse maior rendimento no segundo ano pode ser atribuído à presença de uma cobertura de solo no outono-inverno (nabo forrageiro) e ao aumento da densidade de plantas de 8 para 9 pl m-2. Esses dois fatores, cobertura de inverno (Silva et al., 2008) e densidade de plantas (Silva et al., 2010) são importantes para o aumento de produtividade de grãos. Quanto às avaliações econômicas, observou-se que no primeiro ano o tratamento com microcamalhão e com irrigação (T1) foi o que apresentou a maior margem bruta, R$ 1.280,00 por hectare (Tabela 3), ou seja, apresentou o maior lucro. Apesar de apresentar o maior custo, esse tratamento foi a que propiciou a maior receita bruta, demonstrando que a irrigação por sulcos, originários da construção do microcamalhão, é uma excelente alternativa para a irrigação, podendo gerar um bom retorno financeiro. O tratamento com irrigação por banhos, sem microcamalhão
Tabela 2
Custos fixos e variáveis para os diferentes manejos de irrigação e drenagem, ano agrícola 2014/2015. CUSTO
T1*
Custos Variáveis nos Tratamentos
T2
T3
T4
R$ ha-1
Plantio
113
113
90
90
Irrigação
193
-
193
-
Colheita (8% da produção)
466
428
458
468
Transporte Produção (2% da produção)
117
107
114
117
Semente Nabo Forrageiro (20 kg ha-1)
60
60
60
60
Adubo base Nabo (MAP 250 kg ha-1)
397
397
397
397
Semente
794
794
794
794
Adubo base (fórmula 4.17.27)
490
490
490
490
Adubo de cobertura
38
38
38
38
Nitrogênio
893
893
893
893
Pulverização
20
20
20
20
Herbicidas (Primatop 4L + Glifosato 6L)
133
133
133
133
Custos Fixos
R$ ha-1
Transporte Insumos Soma Total dos Custos
4
4
4
4
3.717
3.475
3.684
3.504
*T1 – 15 cm de altura de microcamalhão com irrigação; T2 – 15 cm de altura de microcamalhão sem irrigação; T3 – Sem microcamalhão com irrigação; T4 – Sem microcamalhão sem irrigação.
TABELA 3 Rendimento de grãos em Mg ha-1, receita bruta, custo de produção e margem bruta, em R$ ha-1, durante dois anos agrícolas. Cachoeirinha-RS. Trata- Rendimento Receita Custo de Margem mentos de grãos Bruta Produção Bruta (Mg ha-1) R$ ha-1 Ano agrícola 2013/2014 T1 T2
10,3 4,5
a* b
4.552 2.023
3.272 2.826
1.280 -803
T3 T4
8,5 5,3
a b
3.780 2.369
3.172 2.839
608 -470
Ano agrícola 2014/2015 T1 T2 T3 T4
13,7 12,0 12,8 12,9
ns
5.829 5.350 5.723 5.856
3.717 3.475 3.684 3.503
2.213 1.875 2.040 2.353
*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey (p < 0,05), ns – Não significativo (p < 0,05) na coluna. 1T1 – 15 cm de altura de microcamalhão com irrigação; T2 – 15 cm de altura de microcamalhão sem irrigação; T3 – Sem microcamalhão com irrigação; T4 – Sem microcamalhão sem irrigação.
No segundo ano, que foi um ano úmido acima da média histórica, todos os tratamentos apresentaram margem bruta positiva, ou seja, geraram lucro, pois mesmo os tratamentos não irrigados apresentaram alta produtividade. Nesse ano, o custo de produção aumentou devido a maior quantidade de sementes utilizada por hectare e a implantação e manejo da cobertura de solo no outono-inverno. A receita obtida também aumentou de maneira considerável, justificando o investimento. A maior margem bruta obtida foi nos tratamentos T4 e T1. Para que se tenha rentabilidade com o cultivo de milho em áreas de arroz irrigado no RS é necessário que se tenha uma produção superior a 100 sacos por hectare. Considerando o preço médio dos últimos 10 anos, essa produção proporciona uma receita de cerca de R$ 2.660,00 por hectare, necessária para suprir o custo de produção. Para esse cálculo foram desconsiderados os custos de irrigação, gradagem prénivelamento e do manejo pré-semeadura, e o custo básico dos insumos utilizados para a produção de milho. A adequada drenagem e a realização de irrigação, quando necessária, são práticas essenciais para que o produtor tenha vantagens econômicas e técnicas com a introdução de milho em rotação de culturas em áreas cultivadas com arroz no RS.
(T3) também apresentou margem bruta positiva. Esse tratamento, apesar de apresentar um custo menor que o T1, CONCLUSÃO resultou em menor receita bruta, devido à menor produtividade obtida. milho cultivado em áreas de Nesse primeiro ano, os dois tratamentos arroz irrigado no Rio Grande sem irrigação (T2 e T4) apresentaram do Sul mostrou-se técnica e margem bruta negativa, ou seja, resultaram economicamente viável desde que associado em prejuízo financeiro. Isto se deve ao fato ao uso da irrigação e de um eficiente sistema de apresentarem baixos rendimentos de de drenagem. grãos, devido ao prolongado período de Em um ano (2013/14) em que houve estiagem ocorrido durante os meses de estiagem no período do florescimento dezembro e janeiro, embora a precipitação do milho, a irrigação por sulco ou média histórica (de 1975 a 2015) nesses microcamalhão foi a melhor alternativa meses ser de 106 mm para Porto Alegre, técnica e econômica. Já em um ano úmido, segundo o INMET. A ocorrência acima da média histórica (2014/15), de déficit hídrico ou com precipitações adequadas pequenas estiagens e bem distribuídas durante nesse período, mesmo o ciclo do milho, todos os QUER SABER MAIS? em áreas consideradas tratamentos testados foram preferenciais no técnica e economicamente ENTRE EM CONTATO zoneamento climático, viáveis. COM OS AUTORES PELOS afeta a produtividade de As duas alternativas E-MAILS INFORMADOS NO milho (Matzenauer et al., de drenagem testadas, INÍCIO DO ARTIGO 2002), demonstrando que sistematização do terreno a irrigação complementar em declive e o uso de para esse cultivo no microcamalhão associado estado do RS é fundamental para à sistematização do terreno em estabilidade técnica e econômica da declividade, foram viáveis técnica e atividade. economicamente.
O
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
33
PARCERIA
Irga amplia
convênio com Flar FOTO ASSESSORIA IRGA
Parceria dura 20 anos e auxilia o Irga a ofertar desenvolvimento de cultivares aos arrozeiros gaúchos, capacitação de técnicos do Irga e difusão de tecnologia
O que é o Flar Fondo Latinoamericano para Arroz de Riego
É uma entidade público-privada voltada a melhorar a competitividade e sustentabilidade dos sistemas de produção de arroz, com enfoque na ecoeficiência. 18 países da América Latina são integrantes Visita dos consultores do Flar, técnicos da Dater e da Pesquisa aos produtores da Depressão Central durante Gira Técnica em janeiro
Criação: 16 de janeiro de 1995 Fundadores: Brasil, Colômbia, Uruguai,
Venezuela e Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat) Sede: Cali, Colômbia
34 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
www.flar.org
O
Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) está renovando por mais cinco anos o convênio com o Fondo Latinoamericano para Arroz de Riego (Flar), parceria que já dura mais de 20 anos e traz como benefício o constante acesso dos arrozeiros gaúchos a cultivares de maior produtividade. O Flar é uma parceria público-privada (PPP) entre entidades de 18 países da América Latina que busca melhorar a competitividade e a sustentabilidade dos sistemas de produção de arroz, com enfoque na ecoeficiência. O Irga, único representante brasileiro, é um de seus fundadores. O novo convênio com o Flar trará benefícios como: novo enfoque em projetos específicos na área de melhoramento genético e pesquisa; ampliação da geração de inverno realizado em Penedo (Alagoas), cujos trabalhos são mantidos pela Fundação Irga; reforçar as estruturas e dar apoio na área de doenças fúngicas (brusone), realizando a introgressão de genes de resistência a esta doença nos cultivares Irga 409 e 417; efetuar o sequenciamento do genoma de 15 cultivares e materiais avançados do Irga; oferecimento das instalações do Centro Internacional de
Agricultura Tropical (Ciat), na Colômbia, para capacitação de pesquisadores e técnicos da extensão; apoiar o projeto de conversão de cultivares; discutir integração de programas de melhoramentos de arroz híbrido mantidos pela autarquia; e iniciar programa de transferência de tecnologia para incremento de produtividade na lavoura orizícola.
por exemplo, resistir a doenças, o Irga faz cruzamentos para transferir qualidade para suas cultivares. Nas palavras de Fisher, “é um trabalho de formiguinha”. O diretor técnico explica que o fato de o Ciat estar localizado em uma região de clima tropical permite acelerar o processo de cruzamento de sementes, pois agiliza o avanço de gerações e encurta o desenvolvimento de novas cultivares. Cultivares produzem – Em condições controladas, mais de 500kg/ hectare consegue-se fazer até três cultivos por ano no Ciat, O diretor técnico do Irga, enquanto aqui se faz apenas um Maurício Fischer, afirma que a – compara. parceria permite que produtores A parceria também permitirá gaúchos ganhem acesso a que técnicos recém-contratados germoplasmas – material que pelo Irga sejam capacitados preserva a herança genética na Colômbia em áreas como de uma cultivar de arroz – tratamento de doenças, desenvolvidos no Ciat. manejo, combate a insetos, – As nossas principais melhoramentos de cultivares, cultivares lançadas pelo Irga etc. O Ciat tem bons laboratórios têm origem em germoplasmas e capacita muito o pessoal vindos do Ciat – explica Fischer, técnico do Irga, diz Fischer. salientando que cada entidade Este novo convênio envolverá sócia pode escolher a linha de o pagamento de US$ 320 mil aperfeiçoamento que deseja anuais ao Flar. No entanto, buscar: o retorno desta parceria é – Os melhoristas selecionam o garantido. material que eles querem para os – Uma nova cultivar seus programas. Eles oferecem geralmente agrega novos valores à para todos os sócios os materiais orizicultura, tais como qualidade, no campo. produtividade, resistência a A partir do material originado doenças etc. Imagine o impacto do Ciat, que tem qualidade que tem isso dentro do contexto – superior e é desenvolvido para, pondera Fischer.
Saiba mais Benefícios da renovação com o Flar
Novo enfoque em
projetos específicos na área de melhoramento genético e pesquisa
Ampliação da
geração de inverno realizado em Penedo (Alagoas), cujos trabalhos são mantidos pela Fundação Irga
Reforçar as estruturas e dar apoio na área de doenças fúngicas (brusone), realizando a introgressão de genes de resistência a esta doença nos cultivares Irga 409 e 417
Efetuar o
sequenciamento do genoma de 15 cultivares e materiais avançados do Irga
Oferecimento
FOTO DIVULGAÇÃO FLAR
das instalações do Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), na Colômbia, para capacitação de pesquisadores e técnicos da extensão
Apoio ao projeto de conversão de cultivares
Discutir integração
de programas de melhoramentos de arroz híbrido mantidos pela autarquia
Retomar programa Trabalho com o Flar ajuda a melhorar a qualidade de cultivares do Irga
de transferência de tecnologia para incremento de produtividade na lavoura orizícola.
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
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QUALIDADE NA LAVOURA
Sementes certificadas trazem benefícios para o produtor Área semeada para a produção superou 18 mil hectares na última safra
A
produção de sementes certificadas de arroz vem ganhando espaço no RS. Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) na safra 2015/2016 a área semeada para sua produção chegou a 18.149,73 hectares. Os principais objetivos da certificação é garantir ao produtor sementes com qualidade e zero arroz vermelho. Engenheira agrônoma do Irga, Flávia Miyuki Tomita explica que a utilização de sementes certificadas traz benefícios econômicos ao produtor, visto que ele terá maior produtividade e não estará contaminando suas áreas de produção com plantas daninhas resistentes, e economizará em defensivos agrícolas. Além disso, a semente certificada tem padrões mínimos
de pureza, sementes nocivas e germinação exigida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) garantindo ao produtor sementes de qualidade. – Sabemos que o produtor quer economizar, mas vai economizar logo no insumo mais importante? A diferença de valor de se usar uma semente não certificada de uma certificada é inferior a 3%. Portanto vale o investimento – afirma Flávia.
Entenda como funciona o processo de certificação Para tornar-se um produtor de sementes certificadas das cultivares Irga, o produtor deve ser habilitado via edital e cadastrar seus campos no Mapa.
36 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
Leva-se de quatro a cinco anos para que uma semente certificada chegue às lavouras comerciais. Durante esse período, as sementes são avaliadas no campo e em laboratório, para levar ao produtor sementes com pureza genética e física. Após serem homologados, os campos receberão ao menos duas vistorias – durante a floração e pré-colheita – por Certificadores do Irga. Se aprovados, serão colhidos e beneficiados, um certificador realizará a amostragem das sementes e as enviará para um dos laboratórios de análise de sementes do Irga. Caso estejam dentro dos padrões mínimos estabelecidos por lei, os lotes de sementes recebem um certificado.
Produtores Habilitados Programa de Certificação Safra 2015/2016 Coradini Alimentos
Dom Pedrito
Henrique Orlandi Júnior
Charqueadas
EPAGRI 108
AGS Insumos Agrícolas Ltda.
Alegrete
Darci Wolmeister
São Borja
Imembuy Alimentos Ltda.
São Borja
Lucas Teló Water
Cereias Lima LTDA
Alegrete
Edison Comis
Uruguaiana
Jorge Augusto Barragana Brazeiro
Uruguaiana
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
Edson Ceratti Eireli
Uruguaiana
José Licério Scheffer Rocha
Tapes
GURI INTA CL
Coop. Agroindustrial Alegrete
Alegrete
Engenho Coradini
Dom Pedrito
Lucas Teló Water
São Jerônimo
Alfredo Oscar Krebs Pereira
Osório
Jones Dalla Porta
São Borja
Flavio Antônio Dutra
Capivari do sul
Solismar Paulo Freitas Fonseca
Camaquã
Antonio José Velho Martins
Mostardas
Josapar S.A.
Pelotas
Frederico Bergamaschi Costa
Rio Grande
Teichmann Agropecuária
São Borja
Arnaldo Schwalm Eckert
Tapes
Lucas Teló Water
São Jerônimo
Geraldo Condessa Azevedo
Mostardas
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
Arrozeira Sepeense
São Sepé
Pirahy Alimentos LTDA
São Borja
Germano Dias Hadler
Arroio Grande
Cauduro Agronegócios LTDA
S. Vicente do Sul
Thedy & Thedy LTDA
Uruguaiana
Granja 4 Irmãos S.A. Ind. E Comércio Rio Grande
IRGA 429
Cereias Lima LTDA
Alegrete
Heitor Nunes e Renato Nunes
Capivari do Sul
AGS Insumos Agrícolas Ltda.
Alegrete
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
Henrique Orlandi Júnior
Charqueadas
Arnaldo Schwalm Eckert
Tapes
Coop.Tritícola Caçapavana LTDA
Caçapava do Sul
Cultivar BR/IRGA 409
IRGA 417
São Jerônimo
AGS Insumos Agrícolas Ltda.
Alegrete
Henrique Rodrigues de S. Costa
Pedro Osório
Carlos Gilberto Melo de Melo
Alegrete
Cooperativa Tritícola Sepeense
São Sepé
Cereias Lima LTDA
Alegrete
Imembuy Alimentos Ltda.
São Borja
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
Edison Comis
Uruguaiana
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
Jones Dalla Porta
São Borja
Coop.Agrícola Mista Nova Palma
Dona Francisca
Edson Ceratti Eireli
Uruguaiana
Coop. Agroindustrial Alegrete
Alegrete
Jorge Augusto Barragana Brazeiro
Uruguaiana
Edson Ceratti Eireli
Uruguaiana
Flavio Antônio Dutra
Capivari do sul
Edison Comis
Uruguaiana
Jorge Longaray Jaeger
Camaquã
Granja 4 Irmãos S.A. Ind. E Comércio Rio Grande
Frederico Bergamaschi Costa
Rio Grande
Edson Ceratti Eireli
Uruguaiana
José Alfredo Volcato Goulart
Uruguaiana
Jorge Augusto Barragana Brazeiro
Uruguaiana
Geraldo Condessa Azevedo
Mostardas
Josapar S.A.
Pelotas
José Ferrugem Barcelos
Glorinha
Lucas Teló Water
São Jerônimo
Heitor Nunes e Renato Nunes
Capivari do Sul
Lucas Teló Water
São Jerônimo
José Licério Scheffer Rocha
Tapes
Jorge Longaray Jaeger
Camaquã
Pirahy Alimentos LTDA
São Borja
Lucas Teló Water
São Jerônimo
José Ferrugem Barcelos
Glorinha
Luiz Carlos Machado
S. Ant. Patrulha
Marcos Gomes
S.Vitória do Palmar
IRGA 424 AGS Insumos Agrícolas Ltda.
Alegrete
Paulo Rotta Pereira
S.Vitória do Palmar
Arnaldo Schwalm Eckert
Tapes
Sementes Lannes LTDA
São Gabriel
Carlos Gilberto Melo de Melo
Alegrete
Sérgio Augusto Giuliani e Filhos
São Gabriel
Carlos Lampert Cauduro
S. Vicente do Sul
Solismar Paulo Freitas Fonseca
Camaquã
Cereias Lima LTDA
Alegrete
SZ Sementes LTDA
Santa Maria
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
Teichmann Agropecuária
São Borja
Coop. Agroindustrial Alegrete
Alegrete
Thedy & Thedy LTDA
Uruguaiana
Edison Comis
Uruguaiana
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
Edson Ceratti Eireli
Uruguaiana
IRGA 430
AGS Insumos Agrícolas Ltda.
Alegrete
José Licério Scheffer Rocha
Tapes
Coop. Agroindustrial Alegrete
Alegrete
Luiz Carlos Machado
S. Ant. Patrulha
Engenho Coradini
Dom Pedrito
Paulo Roberto da Silveira Hadler
Pelotas
Geraldo Condessa Azevedo
Mostardas
Sementes Lanes LTDA
São Gabriel
Granja 4 Irmãos S.A. Ind. E Comércio Rio Grande
SZ Sementes LTDA
Santa Maria
Solismar Paulo Freitas Fonseca
Camaquã
Thedy & Thedy LTDA
Uruguaiana
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
Valter José Potter
Dom Pedrito
BRS 358
Josapar S.A.
Pelotas
Granja 4 Irmãos S.A. Ind. E Comércio Rio Grande
IRGA 425
Jorge Augusto Barragana Brazeiro
Uruguaiana
Coop.Agrícola Mista Nova Palma
Dona Francisca
Jorge Longaray Jaeger
Camaquã
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
José Alfredo Volcato Goulart
Uruguaiana
José Ferrugem Barcelos
Glorinha
IRGA 426
José Licério Scheffer Rocha
Tapes
AGS Insumos Agrícolas Ltda.
Alegrete
Solismar Paulo Freitas Fonseca
Camaquã
Cereias Lima LTDA
Alegrete
Thedy e Thedy LTDA
Uruguaiana
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
BRS PAMPA
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
Coop. Agroindustrial Alegrete
Alegrete
AGS Insumos Agrícolas Ltda.
Alegrete
Cooperativa Tritícola Sepeense
São Sepé
Alexandre Buchaim
Camaquã
COOTAP
Eldorado do Sul
André Luiz Almeida
S. Vitória do Palmar Alegrete
IRGA 424 RI
L 3000
Josapar S.A.
Pelotas
BRS Catiana
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
AGS Insumos Agrícolas Ltda.
Alegrete
Edison Comis
Uruguaiana
Cereias Lima LTDA
Alexandre Buchaim
Camaquã
Edson Ceratti Eireli
Uruguaiana
Josapar S.A.
Pelotas
André Luiz Almeida
S.Vitória do Palmar
Imembuy Alimentos Ltda.
São Borja
Solismar Paulo Freitas Fonseca
Camaquã
Antonio José Velho Martins
Mostardas
Jorge Augusto Barragana Brazeiro
Uruguaiana
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
Arnaldo Schwalm Eckert
Tapes
Josapar S.A.
Pelotas
Breno Terra Azevedo
Mostardas
José Alfredo Volcato Goulart
Uruguaiana
BRS PAMPEIRA
Carlos Gilberto Melo de Melo
Alegrete
Thedy & Thedy LTDA
Uruguaiana
Edison Comis
Uruguaiana
Carlos Lampert Cauduro
S. Vicente do Sul
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
Jorge Longaray Jaeger
Camaquã
Cauduro Agronegócios LTDA
S. Vicente do Sul
José Alfredo Volcato Goulart
Uruguaiana
Cereias Lima LTDA
Alegrete
IRGA 428
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
Arnaldo Schwalm Eckert
Coop.Agrícola Mista Nova Palma
Dona Francisca
Coop. Agroindustrial Alegrete
Tapes
BRS Querência
Carlos Lampert Cauduro
S. Vicente do Sul
Valdemir João Simão
Alegrete
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
Coop.Tritícola Caçapavana LTDA
Caçapava do Sul
Coop.Agrícola Mista Nova Palma
Dona Francisca
BRS SINUELO
Cooperativa Tritícola Sepeense
São Sepé
Darci Wolmeister
São Borja
Thedy & Thedy LTDA
Dom Pedrito
PUITÁ INTA CL Alfredo Oscar Krebs Pereira
Osório
Antonio José Velho Martins
Mostardas
Arnaldo Schwalm Eckert
Tapes
Arrozeira Sepeense
São Sepé
Cauduro Agronegócios LTDA
S. Vicente do Sul
Cereias Lima LTDA
Alegrete
Ciagro Comércio Imp. e Exp.
São Borja
Coop.Tritícola Caçapavana LTDA
Caçapava do Sul
Cooperativa Tritícola Sepeense
São Sepé
Edison Comis
Uruguaiana
Edson Ceratti Eireli
Uruguaiana
Flavio Antônio Dutra
Capivari do sul
Frederico Bergamaschi Costa
Rio Grande
Geraldo Condessa Azevedo
Mostardas
Heitor Nunes e Renato Nunes
Capivari do Sul
Jorge Longaray Jaeger
Camaquã
José Ferrugem Barcelos
Glorinha
José Licério Scheffer Rocha
Tapes
Luiz Carlos Machado
S. Ant. Patrulha
Paulo Roberto da Silveira Hadler
Pelotas
Sementes Lanes LTDA
São Gabriel
SZ Sementes LTDA
Santa Maria
Thedy & Thedy LTDA
Uruguaiana
Valdemir João Simão
Dom Pedrito
Valter José Potter
Dom Pedrito
Uruguaiana
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
37
NEGÓCIOS INTERNACIONAIS
estuda importar arroz cultivado no Estado N a tentativa de prospectar novas possibilidades para a safra, uma missão composta por representantes de entidades gaúchas ligadas à cultura do arroz foi até Gana conhecer o mercado local e estreitar laços. A passagem pelo país africano ocorreu entre os dias 12 e 18 de março, e foi protagonizada pelo presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, e pelo presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Guinter Frantz. A visita, segundo Dornelles, surgiu após pedidos de grupos do setor privado ganês. – Nos contataram em busca de produtores e tecnologia para melhorar a produção do local. Fomos lá verificar as condições de cultivo e expor nossas possibilidades de cultivo e extensão. Também avaliamos as condições do país, como posição geográfica e se pode se tornar um centro de distribuição, como é a segurança para um possível envio de técnicos e se há uma democracia consolidada – relata Dornelles. – Fomos acionados porque o Rio Grande do Sul é o Estado que mais produz o grão e onde tem mais tecnologia. A receptividade de autoridades e entidades ligadas ao cultivo do arroz em Gana foi excelente. Vejo uma grande
possibilidade para exportamos. Pode ser um ótimo mercado, que dá brechas para fazermos pontes com outros países – complementa Frantz. A comitiva visitou centros comerciais de massa e alguns mais requintados de Acra, capital de Gana. O roteiro incluiu, também, passagens por cidades do interior que produzem arroz para subsistência e serviu para constatar que a demanda pode ser maior do que se pensava. – Os ganeses consomem muito arroz. Acreditamos que a maioria das estatísticas e números sobre consumo e produção interna estão equivocados, na medida em que não foi possível verificar a produção interna de 300 mil toneladas. O mercado que observamos é importador de mais de 600 mil toneladas – constata Dornelles. Como contrapartida para essa abertura de mercado, deve-se fornecer assistência técnica e extensão rural para o desenvolvimento da agricultura local. No entanto, ainda não há previsão de início das exportações. – Como estamos trabalhando em razão das perdas que tivemos aqui (RS), não houve para tempo nos reunirmos e propor ações concretas – revela Dornelles, complementando que também há negociações incipientes com o Quênia.
38 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
Vejo uma grande possibilidade para exportarmos. Pode ser um ótimo mercado, que dá brechas para fazermos pontes com outros países. GUINTER FRANTZ Presidente do Irga
Missão com entidades gaúchas visitou o país para estabelecer relações comerciais e avaliar as condições locais de cultivo e extensão
FOTO ASSESSORIA IRGA
Consumo interno em Gana está em 800 mil toneladas
Delegação com Irga (à direita, o presidente Guinter Frantz) e Federarroz foi à África em março
600
mil toneladas é o potencial importador de Gana, segundo a Federarroz
A viagem também serviu para conhecer um projeto desenvolvido pelo Brazil Agrobusiness Group, que atua com uma lavoura de mais de 300 hectares de arroz, além de contar com fábrica de beneficiamento. Segundo o presidente da Federarroz, a iniciativa é vista como referência pelos ganeses. Todavia, ainda é necessário se buscar variedades que agradem o paladar da população local, como o arroz ‘perfumado’ ou arroz ‘jasmim’, de acordo com o dirigente. A ideia é que Federarroz e Irga atuem em parceria para juntar investidores dispostos a colaborar com a proposta de produzir e exportar em solo africano em troca de assessoramento técnico e de extensão rural. Atualmente o Brasil exporta 10% da sua produção de arroz, que corresponde a mais de 30% do total do Mercosul. Por se tratar do país que mais consome, mas também o que mais produz dentro do bloco, o objetivo dos dirigentes gaúchos é promover o comércio internacional de grãos da região, inclusive puxando a liderança para o setor. Gana é uma nação com extensão territorial menor que a do Rio Grande do Sul. Atualmente, é a democracia mais consolidada do continente e possui demanda por importação superior a 350 mil toneladas. O consumo interno é de aproximadamente 800 mil toneladas. Menos de 10% da área ocupada pelas lavouras de arroz é irrigada, resultando em produtividade média de 2,5t/ ha. É uma das melhores e mais promissoras economias da região oeste africana.
Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
39
ARTIGO TÉCNICO
Modelo de custo de
produção do Irga Artigo explica cálculo que leva em conta o sistema de cultivo semidireto, com operações consideradas e ponderadas segundo a sua participação na lavoura
EQUIPE DE POLÍTICA SETORIAL DO IRGA
P
odem-se adotar diversos modelos para retratar o custo incorrido numa atividade econômica. A maior ou menor exatidão desse modelo matemático poderá representar o real valor do custo desta atividade. O Custo de Produção desenvolvido pelo Irga é um modelo já tradicionalmente adotado (veja-se o “Custo de uma Quadra de Arroz, safra 1961/62) onde já se adota o modelo de um custo ponderado segundo a participação do determinado item do custo na lavoura arrozeira do Estado e segundo o tempo médio gasto nas diversas atividades nas operações da lavoura, remunerando o capital empregado, sejam pela sua depreciação, manutenção e remuneração do capital.
40 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
O atual modelo do Custo Médio Ponderado calculado pelo Irga tem em conta o sistema de cultivo semidireto (ou de cultivo mínimo), com as operações consideradas e ponderadas segundo sua participação na lavoura, daí a importância do Censo Orizícola, que procura atualizar estes itens considerados. O Custo é dividido em Itens e Anexos – os Anexos 01 ao 28 demonstram o custo unitário, tais como o custo hora de um operário, de um trator, de uma colheitadeira, da irrigação (segundo suas modalidades) entre outros. Já os Itens (01 ao 25) demonstram o custo por hectare dos diferentes componentes do custo, tais como terra de cultivo, operações de lavoura, fretes, transportes, controle de pragas e moléstias, entre outros, para uma lavoura hipotética de 100 hectares.
FOTO ADOBE STOCK
A Terra de Cultivo (Item 01) representa 14,2% do Custo de Produção, onde se pondera o custo em 60,3% em terra arrendada e 39,7% em terra própria. Na terra arrendada é considerado um custo de arrendamento de 16,2% da produção e sobre a área própria, o custo médio de R$ 15.000,00/ha a uma taxa de 6% ao ano (taxa mínima paga pela poupança, sem considerar a Taxa Referencial – TR); sendo os custos calculados em R$ 595,74/ha e R$ 357,21/ha o que totaliza o custo da terra de cultivo em R$ 952,95/ha. O capital representado pelas máquinas e equipamentos considerados na lavoura soma o capital de R$ 1.593.570,00. Os diferentes itens de desembolsos da lavoura estão demonstrados no Quadro 1 (confira ao lado). Se considerarmos os custos variáveis da lavoura e os custos fixos, são respectivamente 82,2% e 17,8%, Quadro 2 (página seguinte); ou seja, R$ 5.521,41/ha e R$ 1.193,92/ha, totalizando R$ 6.715,33/ha. O Custo é calculado de forma pessimista, ou seja, considera-se a produtividade média de 3 safras, ou seja, 150,19 sacos/ha e o custo por saco é de R$ 44,71. Se considerarmos o valor da cotação media do dólar comercial no mês de janeiro, de R$ 4,05/US$, o custo será de US$ 1.657,14/ha (US$ 11,03/saco).
Quadro 1 Resumo do custo de produção pelos itens de desembolso. Custo De Produção Por Operações – Safra 15/16 Jan/2016 Itens R$/Ha % Us$/Ha Item 01 - Terra De Cultivo 952,95 14,19% 235,15 Item 02 - Desmonte De Taipas 8,36 0,12% 2,06 Item 03 - Discagem 141,84 2,11% 35,00 Item 04 - Aplainamento 127.62 1,90% 31,49 Item 05 - Drenagem 156,26 2,31% 38,31 Item 06 - Adubo De Base E Cobertura 770,90 11,47% 190,23 Item 07 - Semente 210,60 3,13% 51,96 Item 08 - Aplicação De Base E Semeadura 116,61 1,73% 28,77 Item 09 - Rolagem 6,69 0,10% 1,65 Item 10 - Irrigação 696,18 10,37% 171,79 Item 11 - Canais E Condutos 134,79 2,00% 33,26 Item 12 - Taipas 101,76 1,51% 25,11 Item 13 - Aguador 138,25 2,05% 34,11 Item 14 - Aplicação Adubação De Cobertura 56,62 0,87% 14,46 Item 15 - Controle De Invasoras, Pragas E Molestias 726,38 10,81% 179,24 Item 16 - Colheita 597,44 8,89% 147,43 Item 17 - Transportes Internos 131,75 1,96% 32,51 Item 18 - Fretes 322,67 4,80% 79,62 Item 19 - Secagem 392,24 5,84% 96,79 Item 20 - Administração 178,55 2,65% 44,06 Item 21 - Estradas 33,04 0,49% 8,15 Item 22 - Instalações Agrícolas 73,04 1,08% 18,02 Item 23 - Taxas (Cdo, Funrural, Lic, Ambiental) 231,62 3,44% 57,15 Item 24 - Juros Do Financiamento Custeio Agrícola 202,32 3,01% 49,92 Item 25 – Juros Sobre Capital Próprio Do Custeio Agric 205,85 3,06% 50,79 Total 6.715,33 100,00% 1.657,14 - Prod. Considerada(Média De 3 Anos: 11/12, 12/13 E 13/14) 150,19 Sacos/Há - Custo Em Reais (R$) Por Saco De 50 Kg 44,71
Scs/Ha 23,47 0,20 3,49 3,14 3,82 18,98 5,18 2,87 0,16 17,14 3,31 2,50 3,40 1,44 17,89 14,71 3,24 7,94 9,66 4,39 0,81 1,79 5,70 4,98 5,07 165,40
- Custo Em Dólares (Us$) Por Saco De 50 Kg 11,03 - Cotação Do Dólar Comercial (Jan/2016, Venda) 4,0524 - Preço Comercial Do Arroz (Sc 50 Kg, Seco,Limpo) 40,60
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ARTIGO TÉCNICO
Quadro 2 Custo de produção considerando custos variáveis e custos fixos.
SAFRA 2015/16 – PROJEÇÃO Sistema Cultivo Mínimo, Irrigação Natural, Elétrico, Diesel Produtividade Média (sacos/ha) 150,19 Jan/2016 ITENS DO CUSTO
R$/há
US$/há
Sacos/há
Participação(%)
1.1- Operações Lavoura
351,03
86,62
8,65
5,63
1.2- Irrigação
97,15
23,97
2,39
1,45
2 - Energia Elétrica irrigação
257,51
63,55
6,34
3,83
3 - Sementes
210,60
51,97
5,19
3,14
4 - Adubo (base e cobertura)
770,90
190,24
18,99
11,48
5 - Agroquímicos
532,49
131,40
13,12
7,93
6 - Aviação
208,63
51,48
5,14
3,11
7 - Fretes
322,67
79,63
7,95
4,80
8 - Transportes internos
47,12
11,63
1,16
0,70
9 - Aguador (pagto. %)
60,97
15,05
1,50
0,91
10 - Administrador (pagto. %)
30,24
7,46
0,74
0,45
11 - Taxas (CDO, Funrural, Licenciamento)
231,62
57,16
5,70
3,45
12 - Secagem
392,24
96,79
9,66
5,84
13 - Juros s/CUSTEIO oficial
202,32
49,93
4,98
3,01
14 - Juros s/capital próprio (custeio)
205,85
50,80
5,07
3,07
15 - Terra (arrendamento)
595,74
147,01
14,67
8,87
16 - Salários
455,93
112,51
11,23
6,79
17 – Reformas e manutenções
548,41
135,33
13,51
8,17
5.521,41
1.362,52
136,00
82,22
1 – Depreciação
456,29
112,60
11,24
6,79
2 – Renda dos Fatores (amortização)
737,63
182,03
18,17
10,98
CUSTOS FIXOS
1.193,92
294,62
29,41
17,78
CUSTOS TOTAL
6.715,33
1.657,14
165,40
100,00w
I – DESPESAS DE CUSTEIO DA LAVOURA 1 – Combustível
CUSTOS VARIÁVEIS II – CUSTOS FIXOS
CUSTO/SACO – R$
44,71
CUSTO SACO – US$
11,03
CUSTO VARIÁVEL/SACO – R$
36,76
CUSTO FIXO/SACO – R$
7,95
CUSTO VARIÁVEL/SACO – US$
9,07
CUSTO FIXO/SACO – US$
1,96
Preço do arroz – R$/saco – no levantamento:
40,60
Produtividade – sacos/há:
150,19
Cotação do dólar comercial (Jan/2016, venda)
4,0524
De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o custo total de produção de arroz no Estado para a safra 2015/2016 teve, em média, um incremento de 17,4% em relação ao observado na safra anterior, atingindo R$ 6.715,33 por hectare. Isso deve-se ao aumento de vários
itens componentes do custo, a citar: energia elétrica, onde o custo do kW consumo teve um aumento de 41% e o de demanda de 10,4%, o PIS/COFINS, superior a 61% o diesel de 4,61%. O adubo de base (05.20.30) teve um aumento de 27%, a ureia, de 19%, os agroquímicos, de 18% a 40% em determinados produtos.
A Taxa Selic teve um aumento de 16% neste período – repercutindo no custo financeiro da lavoura. Os valores referenciais de financiamento do BB tiveram um aumento médio superior a 23%. São vários fatores que contribuem para o aumento do custo, que combinados resultam numa taxa média de 17,4%.
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ADMINISTRAÇÃO
Gestão via
internet ajuda produtor a ter lucro e evitar perdas
Esqueça softwares antigos e planilhas de papel: solução criada por empresa de Pelotas facilita o planejamento e execução para o produtor rural
C
om sede na zona sul do Estado, uma empresa vem se destacando ao oferecer soluções para auxiliar o produtor rural a ter lucro na lavoura e na pecuária. A Connectere Agrogestão, de Pelotas, criada em 2010 e que hoje tem à frente o economista e agrônomo Marcelo Lagemann e o especialista em TI Ivan Holsbach Schuster, desenvolveu uma ferramenta acessada via internet que proporciona um acompanhamento do negócio muito além do simples controle do caixa. No sistema, chamado de +Gestão, são registradas as informações mais importantes e necessárias para a administração de uma propriedade rural. O programa possibilita o cruzamento de dados envolvendo as diferentes áreas e os diversos grupos de custos e despesas. Proporciona também o planejamento, a execução e o acompanhamento das etapas do processo produtivo. Como
seria pouco prático apresentar uma enxurrada de números que acabariam por confundir mais do que ajudar, o sistema destaca em painéis de controle os dados mais importantes. A partir deles é possível uma tomada de decisão menos intuitiva e mais embasada em dados. A ideia de criar a empresa e lançar a ferramenta veio a partir da constatação da carência no mercado de um sistema de gestão que pudesse ser acessado via internet. Só havia softwares antigos ou simples planilhas eletrônicas, lembram os sócios. – No nosso trabalho a gente vê que cada propriedade tem uma situação diferente, mas o que se identifica é a busca por informação. E para se chegar a uma informação com qualidade é preciso um balanceamento de três itens: pessoas, processos e sistema – afirma Lagemann. – Por isso, é muito importante o treinamento de quem vai utilizar a ferramenta e disponibilizar um suporte cooperativo – acrescenta.
Contando hoje com parcerias como a Bayer e o Grupo Kleffmann, o Sistema +Gestão faz fama acima do Rio Grande do Sul. Além de produtores no Estado, a Connectere tem na sua carteira clientes do Paraná, de Mato Grosso, de Goiás, da Bahia e do Piauí. Durante as entrevistas para esta reportagem, Lagemann visitava propriedades na região norte gaúcha e Schuster estava no interior baiano. A equipe de suporte fica em Pelotas. Por considerar uma informação estratégica, a Connectere não revela o número de clientes. – O sistema funciona pela internet, não é um aplicativo que precisa baixar, e pode ser acessado pelo computador, notebook ou tablet – explica Schuster, que tem pósgraduação em Sistemas de Informação e Telemática. – Dessa forma, não precisa baixar nova versão no caso de atualizações, como também não corre o risco de pegar vírus – acrescenta.
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EMPRESAS
Falta de informação pode trazer prejuízo Com experiência na análise administrativa e suas peculiaridades, Ivan Schuster acrescenta que não adianta chegar ao fim da safra e descobrir que houve prejuízo. Quem registrar e quantificar vai conseguir medir para consequentemente ter mais lucro – afinal, o primeiro passo para reduzir os custos é conhecê-los e, geralmente, a forma de reduzir é ser eficiente e eficaz, acrescenta Lagemann. Os sócios lembram que, devido ao manancial de compras e pagamentos feitos ao longo de um ano, a falta de informação sobre o negócio pode acarretar perdas, não necessariamente em razão de crise na economia. E citam exemplos. Um produtor que
utiliza o +Gestão foi informado pelo sistema que iria pagar pela segunda vez uma mercadoria já quitada. Outro havia programado receber os insumos de forma parcelada, mas terminou a safra e havia deixado de retirá-los, esquecendo-se de sua existência até o programa sinalizá-lo sobre as entregas pendentes. – O sistema foi concebido para ser operacionalmente simples. A entrada de dados é fácil, sem precisar ficar digitando muitas informações – afirma Schuster. – Outra característica é que não é um sistema enorme, que acaba se transformando em um elefante branco, além de estar constantemente recebendo melhorias e novas funcionalidades – adiciona.
Marcelo Lagemann afirma que é preciso balancear pessoas, processos e sistemas para se chegar a uma informação de qualidade
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Telas do sistema trazem informações completas sobre diferentes aspectos como fluxo de caixa e fontes e insumos
FOTOS DIVULGAÇÃO
ENTENDA O +GESTÃO O que o sistema proporciona:
Registro de informações para a administração da propriedade. Cruzamento de dados de diferentes áreas e grupos de custos e despesas. Planejamento, execução e acompanhamento de etapas do processo produtivo. Os dados mais importantes são apresentados em painéis de controle.
FOTOS REPRODUÇÃO
A tomada de decisão se dá por planejamento, e não intuição.
Ivan Schuster lembra que o sistema funciona diretamente na internet, ou seja: não é um aplicativo
Mapas georreferenciados permitem visualizar a área da propriedade
entre 2 mil e 10 mil hectares. O maior tem 35 mil hectares e o menor, 130. A diferença em cada tipo de empreendimento são as informações que o produtor precisa analisar para fazer a gestão, conforme as particularidades. rastreabilidade da produção. O processo de implantação Dá para ver as informações demora entre três e quatro na forma gráfica ou por meio de dias, dependendo do listagens, além de comparativos tamanho e complexidade da entre orçado e realizado e propriedade, basicamente projeções financeiras. para treinamento do pessoal, A ferramenta pode ser pois o sistema é previamente utilizada em propriedades estruturado. Além desse de pequeno, médio e grande custo inicial, é paga uma taxa porte. A maior parte dos mensal, que a empresa prefere clientes da Connectere tem não informar os valores.
Menor cliente tem 130 hectares No caso da agricultura, o produtor informa os insumos e as áreas para aplicação, bem como os demais custos e despesas, e obtém indicadores de forma simples e objetiva. Na pecuária, é possível fazer o controle dos animais de vários formatos, individual, lote, categoria, permitindo a extração de informações para a
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PERFIL
Ary Marimon 6 décadas de olho na lavoura
Natural de Bagé, produtor foi homenageado em evento ligado à Abertura da Colheita
P
restes a completar 60 anos à frente de lavouras de arroz – como destacou em evento ligado à Abertura da Colheita, quando foi homenageado pela Federarroz –, Ary Marimon, 90 anos, ainda comanda a propriedade com os olhos bem próximos do grão e do gado. E vem dessa proximidade uma recente aventura de Marimon pelos campos do Alegrete, onde faz “campereadas” semanais pela propriedade. Gosta de olhar de perto o peso do gado, a qualidade do arroz e de tudo mais que seja plantado ou criado no local. Essas campereadas são feitas de camioneta, mas nem por isso rendem menos emoções do que o trabalho a cavalo. Pode-se dizer que suas incursões pela propriedade ainda deixam seus rastros. Uma das histórias recentes, além de provocar riso nos amigos, bem representa o perfil do “seu Ary”, como conta o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, “vizinho de propriedade” de Marimon. Ao contrário de muitos produtores que migram para área urbana, o também ex-presidente da Farsul e integrante ou fundador de uma dezena de cooperativas e sindicatos ainda vive dentro da fazenda, distante cerca de 40 quilômetros da cidade, aonde ainda se chega por estradas de chão. – Certa vez foi encontrado no meio de um campo com a camioneta pegando fogo. Ele conta que rodou e rodou pela área, em um período de frio e com forte geada ainda na lavoura, e desceu para olhar melhor. Quando se virou viu o carro em chamas – diverte-se Dornelles. Para o presidente da Federarroz, Marimon se caracteriza, como gestor, por ser tradicional e muito equilibrado com as finanças. – É uma pessoa extremamente séria e honesta, e envolvida com a sociedade como poucos. Além da fazenda, ainda cuida atentamente da esposa, acamada, e ainda se envolve com questões importantes para a comunidade, ajudando a enfrentar os problemas da Santa Casa local. Não foram poucas vezes que ele se incomodou e tomou a frente dessa causa, de forma enérgica – elogia o vizinho de propriedade.
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O que se fala sobre Ary Marimon MAURÍCIO FISCHER Diretor técnico do Irga.
Além de muito benquisto, ele é muito respeitado sempre que se manifesta, assim como pelo trabalho coletivo. Também é reconhecido pelo dinamismo. Continua na atividade rural no campo e acompanha sempre as questões da classe.
Quem é
Ary Marimon e o Irga Ary Marimon é engenheiro agrônomo, técnico agrícola, servidor público aposentado da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, onde atuou como chefe da inspetoria na Fronteira Oeste, entre outras funções. Ajudou a fundar e é participante de uma dezena de cooperativas e sindicados rurais. É
ex-presidente do Sindicato Rural de Alegrete, da Farsul e de outras entidades. Natural de Bagé, migrou para Alegrete, onde fez sua história, adquiriu terras e formou seu patrimônio, ao mesmo tempo em que ajudou a estruturar o setor, estimulando a união e cooperação.
O Ary sempre foi um homem de opiniões firmes e fortes, e assim ele foi também como liderança na Farsul. Ele nunca deixou de conduzir temas importantes para os ruralistas mesmo que incomodasse outras entidades ou pessoas, contanto que fosse em prol do setor.
FOTOS FEDERARROZ, DIVULGAÇÃO
CARLOS SPEROTTO Presidente da Farsul.
Alguns trechos do discurso feito pelo produtor durante a homenagem da Federarroz, em fevereiro, na abertura oficial da colheita, em Alegrete:
“É com imensa satisfação que eu agradeço aqui em nome dos homenageados e em nome dos que aqui estão, dos que tiveram presença, mas não voz. Caso não pudesse falar, iria mesmo quebrar o protocolo se necessário fosse. E sei que logo iriam me perdoar. Não porque sou velho, porque sou idoso.” “Planto arroz há 59 anos. Na verdade, eu quero aqui prestar a minha homenagem ao que poderia haver de mais importante para mim, à classe arrozeira, seus produtores e instituições, como a Federarroz e ao Irga, mais importante instituição do Estado na área do arroz, em minha opinião.” “Já tivemos no Estado muitas estações experimentais de estudo com diferentes grãos, como trigo, e até com cana-de-açúcar, e todas foram sendo fechadas ao longo dos anos. Foi com o Irga que este importante projeto de pesquisas e estações experimentais se consolidou.” “Não são poucos os exemplos do trabalho e da importância do Irga, desde o arroz 404, e todos os que se seguiram. Todos os avanços que fizeram e ainda fazem na atividade arrozeira, confirmada por todas as cultivares que estão espalhadas e germinando nas lavouras do Estado.”
Ary Marimon discursa para plateia de representantes do setor arrozeiro Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
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PRODUTIVIDADE
Variação da área plantada (em hectares)
929.869 952.539 726.135
1.048.184 1.088.727
1.125.782
664.730
1984/85 1989/90 1994/95 1999/00 2004/05 2009/10 2014/15
Variação da área perdida (em hectares)
30 anos de crescimento na lavoura arrozeira
Pesquisas, técnicas, tecnologias novas, sementes certificadas e outros fatores levaram à expansão
A
s últimas três décadas foram de extrema importância para a cultura do arroz no RS. Graças às pesquisas relacionadas ao cultivo do grão, técnicas apropriadas de cuidado com o solo (manejo integrado de soja, pecuária e arroz, por exemplo), tecnologia moderna, sementes certificadas, semeadura em datas corretas e novas cultivares (Projeto 10), houve um incremento considerável nas lavouras. A área plantada cresceu de 726.135 para 1.125.782 hectares entre 1985 e 2015 – cerca de 55%. Já a produção total no mesmo período foi de 3.444.575 toneladas para 8.719.449, o que significa um ganho de 153%. Não à toa, o Estado hoje
35.273 OBS: No período de 30 anos, em safras anteriores, não houve perda
29.995
16.504
4.959 1999/00 2004/05 2009/10 2014/15
Evolução da área colhida (em hectares)
1.120.823 1.018.189
1.053.454
929.869 936.035 726.135 664.730
é responsável por 69,51% do arroz colhido e 48,47% da área semeada no país. – Houve um incremento da 1984/85 1989/90 1994/95 1999/00 2004/05 2009/10 2014/15 área estabilizada nos últimos 30 anos, ainda que tenhamos um potencial maior a ser Evolução da produção explorado que é limitado por 8.719.449 causa dos recursos hídricos. Para (em toneladas) 6.798.591 6.250.734 chegarmos a esse incremento, 4.874.136 5.121.240 mais perceptível na última década, usamos novos cultivares 3.444.575 e tecnologia moderna validados 3.076.955 por pesquisas do Irga. Antes, no período entre 1985 e 2005, mais ou menos, nos dedicamos ao trabalho estrutural nas lavouras. Após isso, conseguimos levar tecnologia aos produtores e alçar nossa safra a patamares de alto nível mundial – afirma o diretor 1984/85 1989/90 1994/95 1999/00 2004/05 2009/10 2014/15 técnico do Irga, Maurício Fischer. Fonte: Irga
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CALENDÁRIO
AGENDA DE EVENTOS DO IRGA Junho, julho e agosto de 2016
MAIS INFORMAÇÕES Site oficial do Irga - www.irga.rs.gov.br
21 a 22/6 Santa Maria
29/6
–
Telefone: (51)
3288-0400
30/6
5 a 7/7
Canguçu
Camaquã
Cachoeirinha
Reunião técnica
Seminário Resultados da colheita
Manejo integrado de cultivo de arroz
11 e 12/7
13 e 14/7
13/7
São Gabriel
Cachoeirinha
Cachoeirinha
Dona Francisca
Seminário Resultados
Curso plantas daninhas e fertilidade
Curso doenças e manejo de soja
Seminário Resultados
2º Encontro de Produção de Soja em Terras Baixas no Sul do Brasil
5/7
10 e 12/8
27/8 a 4/9
Candelária
Bento Gonçalves
Esteio
Seminário Resultados
Reunião da Comissão Técnica do Arroz Irrigado
Expointer 2016
21/7
FOTO ASSESSORIA IRGA
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EVENTOS
Irga acompanha inauguração de sede do Flar no Uruguai diretor técnico do Irga, Maurício Fischer, e o gerente de pesquisa da autarquia, Rodrigo Schoenfeld, estiveram em Treinta y Tres, no Uruguai, em 16 de março, para a inauguração da sede regional do Fondo Latinoamericano para Arroz de Riego (Flar). Os dois também participaram do Dia de Campo: Arroz, realizado na Unidade Experimental Paso de la Laguna do Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria (INIA), na mesma cidade. Durante a inauguração da nova sede regional Zona Temperada do Flar ocorreu o seminário “Perspectivas da Pesquisa Internacional e Regional do Arroz”, com explanações do diretor-geral do Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), Ruben Echeverría, do chefe de Pesquisas do Ciat, Joe Tohme, e do diretor executivo do Flar, Eduardo Graterol, tendo como moderador o diretor do Programa Nacional do Arroz do INIA, Gonzalo Zorrilla. Maurício Fischer participou dos debates relatando as experiências brasileiras no plantio de arroz, com enfoque no trabalho desenvolvido pelo Irga. Também fizeram relatos das pesquisas em seus países o presidente da Associação dos Produtores de Arroz do Uruguai, Ernesto Stirling; e o diretor regional do INIA Treinta y Tres, Walter Ayala. Antes na inauguração, Fischer e Schoenfeld participaram do dia de campo do INIA, realizado na Unidade Experimental Paso de la Laguna. – Além das estações de manejo e melhoramento também discutimos o convênio entre o Irga e o INIA, e foram apresentados nossos materiais Irga 430, 424 e 424 RI – acrescenta Schoenfeld.
FOTOS ASSESSORIA IRGA
O
Irga e Bayer promovem capacitação técnica
C
erca de 80 pessoas participaram, nos dias 11 e 12 de fevereiro, de um treinamento promovido pela parceria Irga-Bayer na Estação Experimental do Arroz (EEA) do Irga em Cachoeirinha. Reunidos no auditório A da estação, o grupo discutiu, em dias alternados, os cultivos de arroz e soja. Além de seminários, os participantes também realizaram
50 Lavoura Arrozeira Nº 466 | Maio/Junho/Julho 2016
atividades no campo de experimentos da EEA. O gerente de pesquisa do Irga, engenheiro agrônomo Rodrigo Schoenfeld, destaca a importância da parceria entre as duas instituições. – Em agosto do ano passado, Irga e Bayer assinaram termo de cooperação técnica durante a 38ª Expointer. Quando da assinatura do convênio, a empresa entregou ao Irga uma colhedora de
parcelas experimentais. E esse treinamento aqui em Cachoeirinha também faz parte deste termo de cooperação – explica Schoenfeld. Pela Bayer, participou da capacitação Eduardo Goulart, agrônomo de desenvolvimento de mercado da empresa. – O objetivo do treinamento é aproveitar o conhecimento do Irga em pesquisa, assistência técnica e extensão rural, promovendo um alinhamento técnico, já que nosso cliente final é o mesmo, o produtor – acrescenta Goulart.
Curso do Estado prepara servidores para um novo sistema administrativo
O
s servidores do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) conheceram, no final de dezembro, o novo sistema denominado Processos Administrativos do Governo do Estado (Proa e-Gov), que está sendo implantado desde o início de 2016 e vai substituir os processos físicos
por digitais, entre outras mudanças. De acordo com o analista de sistemas da Procergs Vilnei Ferras da Costa, o sistema é bastante simples e fácil de usar e vem substituir o antigo SPI – Sistema de Protocolo e, a longo prazo, deve abolir os processos em papel para tê-los apenas em
meio eletrônico. – O SPI existe há 30 anos e já temos informação e tecnologia suficientes para se ter um processo eletrônico – salienta. Participaram ainda da apresentação as servidoras da Procergs Maria de Guadalupe Ximenes Rocio e Virgínia Silva Ferreira.
Segundo Costa, a implantação seguirá um cronograma até 30 de junho, data limite para a inclusão de novos processos no SPI: serão 20% em fevereiro, 40% em março, 60% em abril, 80% em maio até chegar aos 100% em junho. Ao longo desse período os servidores irão receber treinamentos e terão à disposição os mais diversos meios de informação sobre o novo sistema, como vídeos, workshops, EAD com tutoria, entre outros. Entre as principais vantagens do novo sistema desenvolvido pela Procergs estão maior agilidade e instantaneidade, rastreabilidade, gerenciamento do desempenho, economicidade, transparência, entre outros. Hoje, através do sistema de protocolo integrado (SPI) utilizado por 75 organizações diversas, tramitam no Estado mais de 3,5 milhões de processos ativos, outros 13,2 milhões encontramse arquivados e são abertos ainda, em média, 90 mil novos processos por mês, gerando aproximadamente 480 mil andamentos mensais.
Palestra em Arroio Grande aborda tendências de mercado
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Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) foi um dos apoiadores da palestra sobre tendências dos mercados de arroz e soja para 2016, que ocorreu no restaurante do Sindicato Rural de Arroio Grande (Parque de Exposições Guilhermino Dutra), em Arroio Grande, na noite de 19 de março. O palestrante convidado foi o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal da Agricultura de Arroio Grande, com apoio do Irga Zona Sul, Sindicato Rural, Coopré, Coodic e Associação dos Arrozeiros. No encerramento do encontro foi servido um jantar.
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PELOS NATES
Fique por dentro do que acontece
nas regionais do Irga R
ealizado em 17 de março, o 2º Dia de Campo Regional Arroz e Soja em Palmares do Sul registrou a participação de 120 pessoas. O evento foi uma parceria do Irga e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), com apoio de Prefeitura de Palmares do Sul, Embrapa e Massey Ferguson e patrocínio de Sicredi, Associação dos Arrozeiros, Cycloar e Desenvolt. As seis estações estavam distribuídas pela Estação de Pesquisas da Planície Costeira
Externa do Irga (quatro ensaios da autarquia) e pela lavoura do produtor rural Domingos Terra (as outras duas da Emater). Após passar pelas duas primeiras estações, os inscritos eram transportados em grupos até a propriedade rural em microônibus, para visita a duas estações da Emater. Depois, retornavam à estação da PCE para as duas últimas apresentações do Irga. Ao final do evento foi servido arroz com galinha, preparado pela equipe de Gastronomia e Eventos do instituto. Pelo Irga, o dia de campo foi organizado pela Coordenadoria da Planície Costeira Externa (PCE) e pelos seis Núcleos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) da regional.
FOTOS ASSESSORIA IRGA
Mais de 120 pessoas no 2º Dia de Campo de Irga e Emater em Palmares
Conselheiros da Zona Sul se reúnem em Santa Vitória do Palmar
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Irga de Rio Pardo teve dia de campo em março
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Irga promoveu no dia 9 de março o Dia de Campo Municipal Irga Rio Pardo – 5º Nate. O evento foi organizado em parceria com Coparroz e Agro Comercial Kist & Heemann. A programação ocorreu na Lavoura de Julcy Leone Eidt (Porto Dantzmann, BR-290, quilômetro 229, em Pantano Grande). O 5º Nate faz parte da Coordenadoria Regional da Depressão Central. Foram programadas cinco estações: Manejo para alta produtividade em arroz (Projeto 10); Cultivares de arroz IRGA 426, 429 e 424 RI; Manejo de doenças e pragas em arroz; Projeto Soja 6.000; e Cultivares de soja (experimento com 20 cultivares). O encerramento ocorreu ao meio-dia, com um churrasco para os participantes.
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Irga promoveu em 8 de março Reunião Regional Representativa do Conselho Deliberativo da autarquia na Zona Sul na Estação Experimental de Santa Vitória do Palmar. Participaram os conselheiros Márcio Sanchez da Silveira, Leandro Paiva Neto e Otávio Pereira Souza (Santa Vitória do Palmar); Luís Otávio Souza de Moraes e Aílton Nicollete (Chuí); Frederico Bergamaschi Costa (Rio Grande); Fernando Rechsteiner (Pelotas); Carlos Alberto Iribarrem (Capão do Leão); Jair Almeida (Pedro Osório); e João Paulo Silveira (Jaguarão). Pela Irga, participaram o presidente, Guinter Frantz; o diretor Técnico, Maurício Fischer; o diretor Comercial, Tiago Barata; o diretor
Administrativo, Renato Rocha; o gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), Athos Gadea; o gerente de Pesquisa, Rodrigo Schoenfeld; além do coordenador da Regional Zona Sul, André Matos, e outros técnicos da Zona Sul. O primeiro item da pauta foi a visita à Estação Experimental de Santa Vitória do Palmar, que previa um roteiro para os conselheiros da Zona Sul por todos ensaios que estão sendo conduzidos na Campo Experimental relativos à safra 2015/2016. O engenheiro agrônomo Roberto Carlos Doring Wolter, responsável pela estação, guiou o grupo pelos experimentos. Após a visita à Estação Experimental, os conselheiros, juntamente com a diretoria executiva, gerentes e técnicos do Irga, reuniram-se no Sindicato Rural de Santa Vitória do Palmar para discussão de outros temas da pauta do encontro.
Camaquã recebe roteiro técnico
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Irga participou de roteiro técnico realizado em Camaquã no dia 23 de março. O evento foi promovido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD), com apoio das empresas Bayer e RiceTec. A programação ocorreu na Colônia da AUD – Lote 5 (BR-116, quilômetro 399). Estavam previstas as seguintes estações: Soja (Irga); Híbridos (RiceTec); Melhoramento (Irga); Irrigação (Irga); Projeto 10 (Irga); e Cultivares (Embrapa). Pelo Irga, participaram da organização do evento as equipes do 3º Nate e da Coordenadoria Regional da Planície Costeira Interna.
Bagé teve 170 participantes no Dia de Campo Regional
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ealizado na manhã de 4 de março, o Dia de Campo Regional de Bagé contabilizou cerca de 170 pessoas inscritas, entre produtores rurais, estudantes e outros interessados. O evento foi organizado pelo Irga, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Fundação de Apoio à Pesquisa Eduardo Gastal (Fapeg). A programação, que começou por volta de 8h nos campos experimentais da Embrapa Pecuária Sul (BR-153, quilômetro 633), contou ainda com apoio de Fracari, RiceTec e Sementes Simão. Ao meio-dia a
equipe de Gastronomia e Eventos do Irga serviu risoto de frango aos participantes, com apoio do 24º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga em Bagé e da Coordenadoria Regional da Campanha. O dia de campo foi organizado sobre sete estações: Melhoramento genético do Irga: objetivos, avanços e perspectivas; Sementes certificadas de arroz irrigado; Camalhão Base Larga – uma opção para irrigar e drenar em terras baixas; Pecuária x arroz irrigado – uma alternativa com renda e sustentabilidade; Melhoramento genético da Embrapa e o manejo de irrigação para arroz; Novos híbridos RiceTec; e Implantação e manejo da cultivar Capim Sudão BRS Estribo em terras baixas.
Uruguaiana reúne mais de 250 produtores
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a manhã do dia 25 de fevereiro foi realizado, no Centro de Pesquisa da Fepagro em Uruguaiana, o Dia de Campo Arroz e Soja promovido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em parceria com a Associação dos Arrozeiros do município. O evento reuniu mais de 250 produtores rurais. Os visitantes passaram por quatro estações: Projeto Soja 6000 – Manejo para altas produtividades de soja (duas estações); Cultivares de arroz irrigado e linhagens promissoras/Manejo de doenças; e Manejo em irrigação em soja/Manejo conservacionista de solos de arrozeiros.
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ALMANAQUE
Há 50 anos na Revista Lavoura Arrozeira JUNHO DE 1966 O noticiário internacional da Lavoura Arrozeira destacou o Ano Internacional do Arroz, da FAO. A ideia era promover a produção, consumo, comercialização e mercados de arroz, além de realizar pesquisas técnicas e econômicas. Como já era tradicional na revista, foram publicadas tabelas de preços do grão nos mercados de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Os leitores também conferiram preços de itens diversos como arame, cimento, madeiras, adubos, lubrificantes e sacaria.
A reportagem de abertura da Lavoura Arrozeira de maio de 1966 trouxe um estudo de custos da quadra de arroz, referente à safra 1965/1966. Conforme o Departamento de Obras e Assistência Técnica do Irga, as “despesas mais onerosas” foram aquelas ligadas à irrigação, sementes, juros e adubos. Na parte técnica, a revista apresentou o Sistema de Medas Castelhano, que economiza mão de obra. Segundo o engenheiro agrônomo Alcandor Connil, nesse sistema somente são amarrados os feixes da base e os que formam o chapéu. O corpo da meda é constituído por plantas empilhadas.
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REPRODUÇÕES
MAIO DE 1966
JULHO DE 1966 Edição referente a julho e agosto, teve como destaque o Orizicultor do Mês: Fazenda Butiá. A reportagem da Lavoura Arrozeira visitou a plantação em Camaquã, dedicada ao arroz paralelamente à criação de gado bovino. Na parte técnica, os produtores puderam aprender mais sobre o tratamento das sementes de arroz, em artigo assinado pelo engenheiro agrônomo Alderico Mascarello. Ele trouxe os resultados de tratamentos realizados antes da época usual.
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