Jornal Brasil Atual - Limeira 16

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Distrib

limeira

Jornal Regional de Limeira

Gratuuiição ta

nº 16

Agosto de 2012

trânsito

indústria de joias

morte na fábrica

Guilherme morreu há um ano, mas família não recebeu indenização até hoje novos radares Prefeitura instala mais equipamentos para multar os desavisados

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negritude

inclusão racial Festa da Abolição premia os destaques negros da cidade

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jogos sem terra

as lutas que não acabam nunca Assentados da região do Horto Florestal Tatu brigam até para não ter um lixão como vizinho Pág. 3

um 4º lugar Limeira conquista 67 medalhas em Atibaia, sendo 16 de ouro

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Limeira

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paz nos estádios

pesquisa

Presidenta é queridíssima Aprovação lá em cima: 59% acham governo bom ou ótimo

trânsito

Olhos atentos ao radar Novos equipamentos funcionam na cidade No quilômetro 5 mais 800 metros da rodovia municipal Dr. Cássio de Freitas Levy, que liga o município a Cordeirópolis, foram instalados radares nos dois sentidos e a velocidade máxima permitida é de 70 km/h. Ou-

tro ponto que ganhou radar foi a Avenida Fausto Esteves dos Santos, no bairro CECAP. O aparelho foi instalado em frente ao Posto de Saúde. Devido ao grande fluxo de pedestres, a velocidade máxima permitida é de 40 km/h.

Wagner Morente

A reportagemn de capa desta edição mostra uma tragédia que está completando um ano e é comum na cidade: a morte de um trabalhador no exercício de sua profissão. Se ela tivesse ocorrido por acidente, poderíamos lamentar o acaso, a fatalidade, a falta de sorte. Mas essa morte é emblemática. Ela ocorreu dentro da fabriqueta de joias Millon, depois de uma série de ordens dadas pelo dono da empresa – temos a comemorar o fato de não haverem ocorrido mais mortes naquele fatídico dia em que seu espectro estava presente. Hoje, o que temos? Bem, a fabriqueta mudou de endereço, do Jardim Montezuma para a Vila Rocha, e continua funcionando. Embora seja quase inacreditável, a polícia ainda não concluiu o inquérito para apurar a causa do óbito e jura de pés juntos que, até o fim deste mês, o trabalho estará concluído. E a família Ragonha, da qual Guilherme, o morto, fazia parte? Bem, ela não recebeu nem um centavo de indenização, o advogado da família, ao que tudo indica, também não se esforçou por isso, e estamos conversados. O melhor é fazer de conta que nada aconteceu. Até a próxima morte. É isso. Boa leitura!

de desaprovação era de 19% e variou dentro da margem de erro. O índice dos que consideram o governo regular oscilou negativamente de 34% para 32%. Manteve-se estável em 8% o percentual dos que classificam o governo como ruim ou péssimo e 1% não soube responder à questão. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O Ibope ouviu 2.002 eleitores com 16 anos ou mais em 141 municípios.

CNPJ: 15.933.767/0001-40 R$ 140,00

editorial

divulgação

A aprovação pessoal da presidenta Dilma Rousseff manteve-se estável, em 77%, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A aprovação do governo subiu de 55% para 59% dos entrevistados, que consideram o governo bom ou ótimo. Ainda segundo o Ibope, 18% dos eleitores desaprovam a maneira de Dilma de governar – 5% não souberam responder. Na pesquisa anterior, o percentual

jornal on-line Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões jornalba@redebrasilatual.com.br Expediente Rede Brasil Atual – Limeira Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Ana Lucia Ramos, Enio Lourenço, Ivanice Santos, Lauany Rosa, Tracy Ellen Caetano e William da Silva Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (19) 9708-0104 / (11) 3295-2800 Tiragem: 15 mil exemplares Distribuição Gratuita


Limeira

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sem terra

MST fecha lixão por um tempo e pede mais educação A área é do governo federal, fica perto do Horto Florestal Tatu, em Limeira, e foi ocupada, em abril de 2007, por 250 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Em novembro daquele ano, a Prefeitura promoveu por lá um violento despejo, sem ter direito algum ao local. Com muita luta, as famílias conquistaram a posse provisória da área e construíram o assentamento Elizabeth Teixeira, tendo como vizinhos um centro de detenção, uma

ana lucia ramos

Assentamento Elizabeth Teixeira exige posição das autoridades sobre regularização da área

pista de kart, outra de aeromodelismo e um estande de tiros. Em 27 de março passa-

do, os assentados organizaram um dia de protesto, fechando o lixão da Prefeitura que fun-

ciona no terreno e que receberia até lixo hospitalar. Depois, foram em comitiva pedir ao prefeito Orlando Zovico mais fiscalização sobre o lixão e a instalação de aterro sanitário no local. Além disso, eles reivindicaram também um transporte escolar seguro, a fim de evitar que os estudantes do assentamento tenham de esperar os ônibus à beira da estrada de terra, com risco de acidentes, mas até hoje tudo continua na mesma. A respeito do lixão, o secretário do Meio Ambiente,

Domingos Furgione, informou que os furgões da empresa Tecipar coletam o lixo hospitalar e o encaminham ao lixão da Prefeitura para a pesagem. Depois, é depositado em contêineres e encaminhado à empresa Silcon, que só o recebe se o peso coincidir com aquele registrado no lixão e, depois, o incinera fora da cidade. Assim, segundo o secretário, evita-se o despejo de resíduos no solo – os assentados foram convidados a visitar o local e ver de perto como é realizada essa ação.

Como fica o esgoto?

Que cartão de visita!

Qual será a destinação dada ao esgoto da Fundação Casa, que estava em construção ao lado do assentamento, já que a empresa MVG Engenharia e Construção, vencedora da licitação, perdeu os prazos e o Estado se viu obrigado a sus-

pender o contrato? Segundo o secretário do Meio Ambiente, Domingos Furgione, a área ainda está em fase de regularização ambiental e aguarda o parecer definitivo de sua secretaria, que só será dado após uma visita ao local.

ana lucia ramos

Lixão 3

A denúncia é do jornal Brasil Atual, de abril do ano passado. Sob o título Um Péssimo Cartão de Visita, ele apontava que a empresa Blocos e Lajes Bahia emporcalhava o meio ambiente. Mais de um ano depois, o MST quer saber qual foi a providência tomada pelas autoridades

municipais contra os crimes ambientais perpetrados por essa empresa, instalada às margens da Rodovia Anhanguera, e em que pé estão os dois processos que correm no Ministério Público contra ela: um da Prefeitura, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, e outro do vereador Ronei da Costa Martins,

do PT. O MST garante que a empresa destruiu parte da Área de Preservação Permanente (APP), com corte de árvores, assoreamento do córrego, destruição da nascente, construção de cercas indevidas e a captação irregular de água, com a instalação de uma caixa d’água no local.

A Prefeitura ingressou com processo de Interdito Proibitório contra os assentados, em abril de 2008. Mas a Justiça concedeu liminar dúplice, impedindo a expansão na área do horto tanto dos assentados quanto da Prefeitura. Mesmo assim, segundo os assentados, a Prefeitura implantou a fase 3 do lixão na área protegida pela liminar. Cobrado sobre o fato, o secretário de Meio Ambiente disse que “realmente há uma nova Área de Transbordo e

Triagem (ATT)”, mas negou que esteja no espaço estabelecido pela liminar. “Isso eu desconheço” – disse. Uma nova reunião está para ser agendada para, com a participação de outras secretarias e, se possível, com o prefeito e o pessoal do INCRA.


Limeira

4 Morte na fábrica

Família Ragonha permanece desamparada Por Enio Lourenço

No dia 5 de agosto fez um ano da morte do trabalhador Guilherme Ragonha, jovem de 22 anos que trabalhava como auxiliar de galvanização na fábrica Millon Semi Joias. Ele morreu ao tentar resgatar um colega, desmaiado, que limpava um tanque de onde escorriam resíduos químicos da produção das peças. Essas substâncias – ácido sulfúrico, cianeto de sódio, fosfato de potássio – produziam gases tóxicos. Ao inalar esses gases, Guilherme chegou à morte por asfixia e afogamento. Um ano depois, a mãe de Guilherme, Cleuza Ragonha, está desamparada. “O delegado me prometeu finalizar o inquérito antes de ele completar um ano e enviá-lo ao Fórum”

agosto. Faltam os depoimentos de outros funcionários não envolvidos com o acidente. Ednélson enxerga o receio de alguns depoentes ao falarem do patrão, mas não acredita que haja um discurso orquestrado para a sua defesa. Segundo ele, “alguns trabalhadores se desligaram da fábrica de joias por motivos diversos, nenhum relacionado ao acidente”. Três meses após o acidente, a fundição mudou do Jardim Montezuma para a Vila Rocha. Segundo o proprietário, Luís Milaré, os procedimentos de segurança eram atendidos e a Millon voltou a funcionar. “O acidente chocou a gente, que pensou em fechar as portas até para amenizar a dor da perda do Guilherme.”

ana lucia ramos

Millon Semi Joias funciona em novo endereço; polícia não conclui inquérito

Millon no Jardim Montezuma e Millon na Vila Rocha: sumiu a identificação da empresa

– diz. Vendedora autônoma, ela tem dificuldade de honrar os compromissos financeiros deixados pelo filho. “A empresa não me indenizou, não recebi nem o seguro, mas continuo pagando as contas do Guilherme – uma moto, um notebook e a faculdade de Fisioterapia

–, que ele concluiu em 2011, com muita dificuldade.” O advogado da família Ragonha, Paulo Tarso, explica que não tomou nenhuma medida judicial porque aguarda o fim do inquérito policial para trabalhar no caso. “Não posso adiantar muita coisa. Precisa-

rei me reunir com a família, mas acho que vamos pedir uma ação indenizatória por dano moral, pois o rapaz ajudava a família” – diz. O escrivão do 1º Distrito de Limeira, Ednélson Olichescki, diz que o laudo pericial chegará à fase final de apuração em

Como foi o acidente, segundo o Ministério do Trabalho O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de Piracicaba elaborou um relatório sobre a morte ocorrida na Millon Semi Joias. Segundo o MTE, o auxiliar de galvanização Allan Gomes Nogueira, de 21 anos, recebeu a tarefa do encarregado Alex Sandro da Silva Oliveira, de 28, para limpar o tanque subterrâneo com a bomba de sucção até que ela não drenasse mais os resíduos restantes. Após terminar o banho nas peças, outro auxiliar, Vandernei Barros, de 38 anos, foi ajudar o colega na limpeza. Então, quando a bom-

ba parou de aspirar a sujeira, Alan entrou no tanque (de 2 m de profundidade por 2 m de diâmetro), suspenso por uma corda, a fim de retirar o restante da sujeira com um galão – ele descartou usar uma escada a fim de evitar o aumento das rachaduras do tanque, que já estava corroído pelo material químico. Ao começar a limpeza manual, Allan sentiu-se mal e tentou sair de lá. Mas, ao tentar escalar a corda, ele desmaiou e caiu no fundo do reservatório. Imediatamente, Vandernei entrou no tanque para salvar Allan. Vendo o que se passava, o dono da empresa, Luís Milaré, solicitou

ao encarregado Alex Sandro e a Guilherme Ragonha que ajudassem Vandernei a retirar Allan. Mas, ao inalar os gases dos resíduos químicos, Vandernei também desmaiou, e foi parar junto a Allan, no fundo do tanque. Em meio à confusão reinante, enquanto o encarregado Alex foi buscar outra corda para ajudar na retirada dos trabalhadores, Guilherme desceu ao encontro dos dois colegas caídos. Quando o encarregado voltou à sala, Guilherme suspendia Vandernei, que era retirado da borra fétida, que agia no organismo de Guilherme. E ele desfaleceu, indo para o fun-

do do tanque. Ao vê-lo lá embaixo, foi a vez de Alex prender a respiração e tentar socorrer o amigo, mas Guilherme era pesado demais. Agora, era Alex que, embora tentasse erguer Guilherme, passava mal. Até que, agarrado à borda do tanque pelos colegas, ele soltou de vez o amigo Guilherme que, de novo, foi ao fundo do tanque. Retirado inconsciente do local, os colegas de Alex decidiram: ninguém mais tentaria resgatar Guilherme. Enfim, o Corpo de Bombeiros chegou à Millon e levou os acidentados à Santa Casa. Vandernei foi a única vítima levada pelo resgate que, consciente, presenciou as ten-

tativas de reanimação cardiopulmonar em Guilherme até a chegada ao hospital, onde já chegou morto. O empresário Luís Milaré produz joias folheadas há 15 anos. Ele diz que jamais pediu aos empregados para entrar no tanque de resíduos químicos. “A limpeza era feita pela parte externa, com bomba de sucção. O primeiro rapaz a entrar no compartimento deve ter feito isso para adiantar o serviço” – concluiu Milaré, orientando a reportagem a procurar o advogado da empresa, porque ele não queria mais comentar o assunto.


Limeira

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O relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) constatou 41 irregularidades de segurança na Millon e descreveu a sala usada no tratamento de resíduos químicos (onde estava o tanque) como insalubre. “Havia falhas de ventilação e o trabalho se dava em ambiente confinado, perigoso à saúde e à vida.” Os funcionários afirmaram ao MTE que ninguém recebia formação profissional. O pessoal adquiria experiên-

cia no trabalho diário com outro colega. As informações foram enviadas ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A assessoria de imprensa do MPT disse que o órgão pediu ao MTE nova fiscalização na fábrica, que corre em sigilo de Justiça. O MPT tanto pode firmar um Termo de Ajustamento de Conduta com a Millon, que preveja uma indenização à família, quanto mover uma Ação Civil Pública, que prevê medidas punitivas mais duras.

Justiça, palavra dura A família Ragonha vive duas incertezas: de justiça e da Justiça. Ao lado do marido Álvaro e dos filhos Gustavo, 20, e João Vitor, 8, Cleuza, a mãe de Guilherme, segue na esperança de que a Millon seja punida. “Não quero que nenhuma mãe passe o que estou passando. Dinheiro algum traz o meu filho de volta, mas a Millon tem de nos indenizar” – diz. Hoje, dona Cleuza tem problemas de saúde – hipertensão, descontrole emocional e estresse. Segundo ela, Guilherme

voltou a trabalhar na fábrica de joias (ele havia trabalhado na Millon em 2007) porque recebera a proposta de ganhar R$ 1.500 por mês, que financiariam a pós-graduação em fisioterapia infantil – antes, o jovem entregava marmitas e lanches de manhã à noite. “Tiraram o chão da gente. Naquela manhã, ao sair pra trabalhar, ele bateu na janela e disse: ‘tchau, mãe, fica com Deus’. Eu o esperei, pois a gente almoçava juntos na sexta-feira. Mas nunca mais o vi vivo” – lamenta a mãe.

Socorro providencial Débora Rodrigues, 23 anos, trabalhava no banho químico das joias e, no dia fatal, seria dispensada por causa da limpeza do reservatório. Quando se trocava, ela ouviu gritos, foi à sala do tanque e percebeu a gravidade do acidente. Foi ela quem salvou a vida do pessoal, ao usar uma mangueira com água corren-

te para limpar os rostos dos colegas desmaiados, cheios de produtos químicos, e fazer respiração boca-a-boca e massagem cardícaca nos feridos. Depois, ela teve dispneia, irritação cutânea e vômitos. Por ficar ajoelhada na borda do tanque, Débora ainda tem marcas das escoriações nos joelhos.

olimpíada estudantil

Thairiny, a joia rara de Limeira Campeã recebeu título das mãos de Lula A propaganda da Olimpíada de Língua Portuguesa 2012, que circulou nos meios de comunicação, mostrava de forma poética o artigo O Problema que Ofusca o Brilho, de Thairiny Ribeiro, de 18 anos, em que ela critica a falta de cuidado com o meio ambiente. Thairiny ganhou o concurso na categoria artigo de opinião, em 2010, quando ainda estudava no Colégio Técnico de Limeira (Cotil). Thairiny sempre gostou de escrever e viu no concurso a chance de falar do lugar onde vivia. “Eu não tinha familiaridade com o tema, mas escrevi sobre a economia de Limeira, que gira em torno da fabricação de joias” – diz ela. No artigo, ela discute o impacto que os metais pesados – cromo, níquel, cobre e chumbo –, utilizados na fabricação de joias folheadas, têm no meio ambiente, ao serem despejados no esgoto da cidade. Ela denuncia as empresas que empregam a

arquivo pessoal

A vida em perigo

população mais pobre da cidade com salários baixos e falta de segurança no manuseio dos materiais de trabalho. O texto de Thairiny foi escolhido como o melhor da Cotil, o melhor de Limeira, o melhor de São Paulo, da região sudeste e, na final, realizada em Brasília, recebeu a medalha de ouro das mãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nunca vou esquecer. Foi emocionante e surreal receber a medalha do Lula.” Depois, Thairiny recebeu ainda o prêmio Talento Jovem,

Por Lauany Rosa

da Câmara Municipal de Limeira, e o Troféu Fumegalli como melhor aluna da cidade, mas pouca coisa mudou com relação às denúncias que ela fez. “Acho que não prestaram atenção ao que estava escrito. Eu critico a política, denuncio os abusos ambientais, mas todos só veem a vitória da olimpíada” – ressalta. Em 2011 Thairiny passou no vestibular para Engenharia Civil, na Universidade Federal de São Carlos. Como o curso é em período integral, Thairiny mudou-se para um pensionato em São Carlos. “Sinto falta do clima ameno, das pessoas alegres e sorridentes de Limeira” – diz. Thairiny pensa também em fazer letras para exercitar a paixão pela escrita. Os pais dela vivem em Limeira. Ela vem nos fins de semana, pois canta no coral da igreja católica. Mês passado, como estava de férias, ela matou saudades de Limeira, cidade que para ela é uma verdadeira joia.

Trecho do texto campeão Por Thairiny Ribeiro “Do meu ponto de vista, deve-se investir em projetos educacionais de formação profissional para que esses trabalhadores possam competir no mercado de trabalho e exigir seus direitos. Também é necessário fiscalizar com eficácia, punir e até mesmo promover o fechamento dessas empresas que não tratam seus resíduos e, portanto, desobedecem às leis ambientais. Consequentemente, com

a regularização e a profissionalização dos trabalhadores desse setor, a economia, a saúde dos cidadãos e a infraestrutura de Limeira melhorarão. Todos querem brilhar: ao comprar uma joia folheada, os consumidores querem brilhar; as empresas, ao crescerem, gerarem empregos, aumentarem seus lucros, querem brilhar; o município quer aumentar os índices de desenvolvimento, e, portanto, também quer brilhar.

Mas não podemos permitir que as nossas águas percam o brilho, afetando a saúde da população. É claro que as medidas citadas não irão solucionar todos os problemas dos limeirenses com relação a essas empresas, mas, pelo menos, a tentativa para resolvê-los vale; afinal de contas, como dizia Karl Marx, sociólogo alemão, de nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática.”


Limeira

6 negritude

comportamento

A festa do Troféu Abolição

Pinturas no corpo

Ela premiou quem se destacou na luta por inclusão étnica

Expo Tattoo agita jovens da cidade

ana lucia ramos

divulgação

As pessoas, entidades e organizações que se destacam na luta por inclusão étnica, racial e social foram homenageadas na noite de 27 de julho, no plenário da Câmara Municipal de Limeira. O evento foi idealizado e organizado pelo Instituto Educacional (IEG). Foram premiados Eduardo Gomes, o babalorixá Eduardo T’Osumaré, representando a liberdade religiosa; Carla Siqueira, Miss Limeira 2008, primeira miss negra da cidade; e Evandro Roberto Elias, fundador do movimento de Estética Beleza Negra. A Associação dos Moradores do Abílio Pedro recebeu o prêmio pelo projeto Resgatando

O pessoal na festa, que teve o Maracatu e Carla Siqueira

Vidas pelo Esporte e Maurisa da Silva, como liderança social em defesa da Saúde Pública. O grupo de maracatu Porto de Maracatu, de Piracicaba; o

grupo de samba de raiz Amigos do Dito, de Limeira; e o movimento Hip Hop das Quebradas também foram homenageados.

De 27 a 29 de julho, três mil pessoas foram ao Expo Tattoo no Centro Municipal de Eventos, que reuniu 120 tatuadores em 50 estandes com novidades sobre tatuagens e pircings. A programação contou com shows de bandas de rock, concurso de tatuagens e a escolha da Miss Tattoo. Participaram tatuadores de Limeira, Piracicaba,

Sorocaba, Araras, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Florianópolis e até do Peru. Cada tatuador realizou cinco tatuagens durante a exposição. A Expo Tattoo arrecadou cerca de 6 mil litros de leite e R$ 1.100,00 – a entrada do evento mais 20% da renda do estacionamento – para o Banco de Alimentos e instituições de caridade do município.

artigo

O projeto de castração química é boa alternativa?

arquivo pessoal

Um problema sério é que quase sempre o pedófilo volta a praticar a pedofilia

Beatriz Carneiro Ferreira Advogada e mestre em Bioética pelo Centro Universitário São Camilo – SP

O termo “crime de pedofilia” é utilizado de forma equivocada pelos meios de comunicação. A lei brasileira não possui o tipo penal “pedofilia”. A pedofilia, como contato sexual entre crianças e adultos, se enquadra juridicamente no crime de estupro de vulnerável, com pena de oito a quinze anos de reclusão. É considerado um crime hediondo. Os meios de comunicação, de forma insistente, invocam como verdade a equiparação de uma condição psicológica com um ato criminoso. Considerando que mesmo após cumprida a pena acima

mencionada o pedófilo tende a voltar a praticar a pedofilia, visto que se trata de um desvio de sua personalidade, tem-se buscado soluções para o problema, entre as quais a castração química, que se resume em tratamento hormonal que diminui a libido do delinquente – tramita no Congresso Nacional, um projeto de lei que cria a alternativa de pena para os presos condenados por pedofilia, podendo eles ter sua pena diminuida em até um terço caso consintam em submeter-se à castração química. A castração química é um

processo reversível e que pode ser aplicado também em mulheres. Normalmente, usam-se substâncias como o acetato de cyproterona e o acetato de medroxiprogesterona que inibem o processo de formação dos espermatozoides, reduzindo o volume de ejaculação e ocasionando a diminuição das fantasias sexuais. Porém, alguns juristas entendem que a castração química seria inconstitucional, pois nossa Carta Magna proibe as penas perpétuas, cruéis e violadoras da integridade física e moral do condenado. Violaria também tratados de

direitos humanos, dentre eles o Pacto de São José da Costa Rica. Por violar tais dispositivos constitucionais, se aprovada, a Lei de Castração Química poderá ser objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal. Ademais, hoje se preconiza a ressocialização do apenado; sendo assim, marginalizar uma pessoa que sofre de alguma patologia não significa recuperá-la. O certo, para alguns doutrinadores, não seria a castração química e sim um tratamento digno ao pedófilo.


Limeira

7 futsal

jogos regionais

Limeira conquista o 4º lugar

Santander é campeão

Em Atibaia, a gente participou de 41 modalidades

XIX Copa Bancária reuniu 91 atletas

WAGNER MORENTE

Classificação 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

Pontuação 323 295 242 236 232 219 218 148

Município Americana Rio Claro Campinas Limeira Indaiatuba Hortolândia Itatiba Bragança Paulista

O torneio reuniu os times do HSBC-Itaú, Bradesco A, Bradesco B, Bradesco Luciano Esteves, Banco do Brasil, BMB e Santander. Na final, dia 29, o Santander bateu o HSBC-Itaú por 5 a 4 e sagrou-se campeão – o terceiro lugar coube ao Bradesco A. A torcida do Santander recebeu a taça de bicampeã, como a mais animada. O artilheiro da Copa foi Fábio Valero, do Banco do Brasil, e Wagner Tostes,

ana lucia ramos

Limeira ficou em 4° lugar, com 236 pontos, na 56ª edição dos Jogos Regionais da 4ª Região Esportiva do Estado de São Paulo, realizada na cidade de Atibaia. Limeira participou de 41 modalidades e conquistou 16 medalhas de ouro, 27 de prata e 24 de bronze. A delegação da cidade era formada por 400 pessoas – atletas, dirigentes e pessoal de apoio.

do Bradesco A, foi o goleiro menos vazado. As equipes doaram 80 quilos de alimentos (arroz, feijão e macarrão) à Comunidade Reviver.

handebol

Limeira investe para ser destaque no esporte O Limeira Clube-Einstein disputa a Liga Paulista de Handebol, em quatro categorias: Juvenil Masculino, Sub 21 Masculino e Feminino e Adulto Feminino. O handebol é mantido pela Faculdade Einstein, da qual João Evangelista Macário, de 45 anos, é o coordenador de esportes. Ele chegou de Santo André e, em pouco tempo, transformou o esporte. Assim como Piracicaba e Americana, Limeira é referência na região, “é a Meca do handebol” – como ele diz. Todos os atletas estudam e alguns ganham R$ 600 mensais. A Faculdade oferece bolsas de estudo no ensino superior e no curso de línguas. 90% dos jogadores são de Limeira, mas há também esportistas de outras cidades e Estados. Hoje, por exemplo, joga

ana lucia ramos

Mantido pela Faculdade Einstein, o Limeira Clube prepara-se para virar referência no Estado

no time uma jovem revelada em Aracaju, há cinco anos, que tem contrato para atuar na Europa. “Ela vai brilhar no exterior” – diz João, que trabalha no handebol desde as escolinhas, a iniciação no esporte. Durante algum tempo, João teve de se afastar do esporte por ordem do então se-

cretário de Esporte, Roberto Lucato, nomeado no tempo do prefeito cassado Silvio Félix. O time se desestruturou totalmente. “Abri mão de uma equipe masculina campeã. A partir daí a equipe caiu até deixar de existir” – lembra. No ano passado, porém, ele reassumiu o cargo a convite

do novo secretário de Esporte, Júlio César Florindo. Agora, João treina as equipes todos os dias. Os resultados podem ainda não ser positivos, mas com o tempo eles virão. A casa está sendo organizada e ela começa pelo alicerce e não pelo telhado” – afirma João. A grande conquista do han-

debol de Limeira foi o prêmio Unicef, do Comitê Olímpico Italiano. Foi a única equipe das Américas a ganhá-lo, no ano passado, quando o time feminino excursionou por 29 dias à Europa, com parte das despesas bancadas pela Faculdade, parte pelas famílias das atletas – elas tiveram de dormir três noites no aeroporto de Madri. O handebol é um esporte caro. Gasta R$ 600 mil por ano, dos quais a cidade contribui com R$ 20 mil. João tem consciência de que essa falta de investimento não é privilégio do handebol, mas do esporte limeirense. Por isso, ele espera que o próximo prefeito eleito se comprometa com o esporte e invista no setor. “Investindo em esporte, ele não gastará em saúde” – ensina João.


Limeira

8 palavras cruzadas palavras cruzadas

foto síntese – a Bola de R$ 146 mil

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Horizontal – 1. Cada uma das unidades residenciais, em prédio de habitação coletiva 2. Grande tronco de madeira 3. Sigla de Roraima; Estado brasileiro onde fica uma parte da Floresta Amazônica; Botequim 4. Causar tribulação, afligir 5. Instrumento manual, usado para cavar ou remover terra e outros materiais sólidos; Relativo a número 6. Adv. (ant.) Agora; Suave 7. Imediatamente, já; Clube do Remo 8. O ser humano, a humanidade; Designa um tempo limite em que alguma coisa, evento etc. termina ou deve terminar 9. Sílaba que não tem acento tônico; Parte do palácio de um sultão muçulmano onde ficam as mulheres 10. Sigla do Estado de Rondônia; Despenca; Igreja episcopal

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Vertical – 1. Causar algum tipo de impedimento ou perturbação 2. Porta, de madeira ou de ferro que, a partir da rua, dá acesso a um jardim público ou a uma casa, edifício etc.; Nome de famoso treinador brasileiro de futebol, de sobrenome Glória 3. Atmosfera; Galho 4. Série ou conjunto de roubos (plural) 5. Ghraib, famosa prisão iraquiana; País situado na extremidade oriental da Península Arábica; 6. Colocar em posição reta e vertical 7. República parlamentar federal de dezesseis estados cuja capital é Berlim 8. Sigla do Estado do Espírito Santo; Medida agrária; Gemido 9. Entreter-se, distrair-se 10. Chá, em inglês; Pessoa que mostra cortesia, amabilidade, gentileza 11. Curso de água doce, Letra anterior ao ene

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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas a t r a p a l h a r

p a o r r t r a o r a o m t o o

r a p i n a g e n s

t a p a r b u u m a o r m a c

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