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barretos
Jornal Regional de Barretos
nº 5
menores
Distrib
Gratuuiição ta
Setembro de 2011
Eleições 2012
ruas proibidas Barretos terá de cumprir lei que proíbe jovens de sair de casa desacompanhados
escola de político Instituto Legislativo de Barretos forma futuros prefeitos e vereadores
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ORÇAMENTO
a cidade quer Transporte, Saúde e Educação lideram pedidos dos políticos
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KUNG FU literatura
Fernando Morais lança novo livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria conta a saga de cinco heróis cubanos presos nos EUA Pág. 4–5
a fera Carol, 14 anos, a menina que bota pra quebrar no kung fu
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2 Eleições 2012
A preparação de novos políticos
Barretos aprovou uma lei que todas as pessoas do País discutem – uns a favor e outros contra: a detenção de menores que saiam às ruas depois de certa hora, desacompanhados de seus pais ou responsáveis. Nos municípios em que se aprova a lei – como em Barretos –, prega-se que os índices de violência caem de modo estrepitoso. As cidades que a adotaram – São Joaquim da Barra, Fernandópolis e Cajuru – estão aí a lhes dar razão. Esquecem-se, contudo, de que a medida é paliativa, uma vez que a criminalidade aumenta nas cidades que lhes fazem fronteira, como acentuam os que se opõem à medida. Esse debate está nas páginas desta edição, assim como as reportagens sobre Carol, a menina que é um show no kung fu, Adevair, o ciclista que trocou o esporte pela roça – imagine por quê – e a entrevista exclusiva com o jornalista Fernando Morais, que nos brinda com um livro que trata das escaramuças da Guerra Fria travada entre Cuba e os Estados Unidos. Por problemas operacionais, a edição passada não circulou na cidade, mas está disponível no site <www.redebrasilatual. com.br/jornais/Barretos>. Esse jornal, o de número 4, trata, basicamente, da Festa do Peão, realizada no mês passado. É isso. Boa leitura. Aqui e on-line.
jornal on-line Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões jornalba@redebrasilatual.com.br
Curso de iniciação política na Câmara de Barretos
naldo da Silva, vereador e presidente do Instituto, o curso é apartidário e destinado a jovens e adultos, principalmente aos futuros candidatos nas eleições municipais de 2012 para vereador e prefeito, e demais interessados no tema. O radialista Odair Silva destacou a importância da formação para as novas lideranças e agentes políticos. “O projeto marca evolução na política barretense” – enfatiza.
ções e partidos são assuntos do módulo 3 e Ética e Política são temas do módulo 4, com itens que vão de virtude, ação e equilíbrio a responsabilidade e gestão. No último módulo, Política e Futuro, analisam-se o papel dos meios de comunicação, a era da informação, os movimentos internacionais, a questão ecológica e os desafios da nova geração. Segundo o professor Regi-
religião
Caminhada completa 25 anos Cidade Maria espera receber 15 mil peregrinos Os organizadores esperam receber 15 mil peregrinos no jubileu de prata da caminhada de 12 de outubro até a Cidade Maria. A manifestação religiosa católica deste ano prevê carreata às 4 horas saindo da Capela de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Pereira, com destino à Igreja do Bom Jesus. Deste templo,
Aquino José
editorial
O Instituto do Legislativo de Barretos, criado por lei municipal, oferece de graça o curso de Iniciação Política, destinado aos cidadãos com interesse no tema. A primeira formação foi em setembro. As palestras são divididas em cinco módulos, cada um com duração de três horas. No módulo inicial são abordados temas que vão do governo Getúlio Vargas a Dilma Rousseff – como, por exemplo, a República Federativa, a Era JK, a Renúncia de Jânio, o Regime Militar, os Anos de Chumbo, as Diretas-já, o Plano Real e os governos FHC e Lula. No módulo 2, o estudo versa sobre Política e Organização Social, com reflexões sobre Estado e Governo, a distribuição do poder, sistemas de governo, o Ministério Público. Política, elei-
Aquino José
Segunda capacitação vai até o dia 27 de outubro
às 5 horas, sai a procissão que percorre os 12 quilômetros até a Cidade Maria. Os padres pedem que os fiéis levem rádios portáteis para acompanhar os
cantos e orações que serão transmitidos pelas emissoras locais. O bispo diocesano, Dom Edmilson Caetano, preside missa, encerrando a tradicional caminhada em louvor à padroeira do Brasil. “Com Maria, Ser Igreja Discípula Missionária de Jesus Cristo” é o tema de reflexão em 2011.
Expediente Rede Brasil Atual – Barretos Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Leonardo Brito (estagiário) e Aquino José Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 6 mil exemplares Distribuição Gratuita
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ORÇAMENTO EM DEBATE
Rodovia vira assunto central de audiência pública No trecho entre Barretos e Colômbia, Faria Lima deve ser duplicada e incluir acostamentos dotação de mais recursos para o setor de pesquisa do Hospital de Câncer de Barretos foi lembrada pelo deputado Sebastião Santos (PRB). Ronaldo Marques, da Fundação Padre Gabriel, reivindicou verbas para ampliar o trabalho da Comunidade Terapêutica e da Casa de Triagem, que atendem dependentes químicos em busca de recuperação. Já o secretário municipal de Saúde de Barretos, Cleber de Moura Delalibera, lembrou que a unidade do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), sem funcionamento pleno, deixa de atender centenas de pessoas que aguardam cirurgia de catarata. Falta custeio para o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e para medicamentos do programa Dose Certa – cobrou ainda o secretário.
Aquino José
Sob a coordenação do deputado petista Luiz Cláudio Marcolino foi realizada no dia 1º de setembro, na Câmara Municipal, a reunião sobre o Orçamento 2012, cujo principal tema foi a duplicação e a inclusão de acostamentos na Rodovia Faria Lima – chamavam a atenção as 15 cadeiras com os nomes das vítimas que morreram em acidentes nessa estrada. O deputado Donizete Braga (PT) sugeriu um encontro entre os prefeitos das cidades abrangidas pela rodovia com o secretário estadual de Transportes, para buscar uma solução para o problema. O deputado Itamar Borges (PMDB) defendeu a transformação de Barretos em estância turística. A necessidade de
Marco Antônio, à esquerda, e o deputado Marcolino, à direita
Mauri Trevisan, secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, pediu um centro de triagem adequado para abrigo de animais silvestres que ocupam a zona urbana em virtude de desmatamento e queimadas. Solicitou ainda a criação
de uma minicidade ecológica e de um centro de produção de organismos de combate a pragas. José Geraldo Resende, do Instituto João Falcão, pleiteou a instalação de uma oficina cultural, tendo como patrono o dramaturgo Jorge Andrade.
O presidente da Câmara de Barretos, Juninho Leite (PR), pediu unidades do AME e da Fatec, investimentos em vicinais, R$ 2 milhões para custeio da Santa Casa e atenção à regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. O ex-prefeito de Guaíra, Sergio de Mello (PT), pediu a recuperação da SP-413, Rodovia Norival Pereira Mattos, “a que leva à Usina Volta Grande” e liga São Paulo a Uberaba (MG) e Brasília. A isenção de ICMS para hospitais filantrópicos, revalorização dos funcionários da Educação, readequação do presídio de Barretos e criação de um centro de atendimento a pacientes com depressão também foram assuntos abordados no encontro.
CAMPANHA
Bancários lutam por melhorias no atendimento
Aquino José
Eles organizaram uma manifestação que chamou atenção pelo bom humor de seus pleitos
Passeata dos bancários no centro da cidade
Melhor atendimento à população com ampliação do horário das agências (9 h às 17 h), dois turnos de trabalho com respeito a jornada de seis
horas, aumento do número de caixas – cinco por agência –, redução do tempo de fila a 15 minutos, fim da terceirização no sistema financeiro e novo censo na
categoria para averiguar o resultado dos programas das empresas no combate às discriminações de gênero, raça, opção sexual e contra pessoas com deficiência são as reivindicações dos bancários. No primeiro semestre foram registrados 838 ataques a bancos, com 20 mortes, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e a Confederação Nacional dos Vigilantes. Por isso, os bancários pedem assistência médica e psicoló-
gica às vítimas da violência e instalação de mais equipamentos de prevenção a assaltos, sequestros e extorsões. Contra a “saidinha de banco”, eles pedem a criação de postos para depósitos e saques em dinheiro e a instalação de caixas eletrônicos em locais seguros. Cobram também a instalação de portas individualizadas de segurança com vidros à prova de balas nas entradas das agências; divisórias nos caixas e entre caixas eletrônicos;
instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, instalação de vidros blindados na fachada dos bancos e malhas finas de aço nas janelas que dão acesso à rua. O presidente do Sindicato dos Bancários de Barretos e Região, Marco Antônio Pereira, disse que o Comando Nacional da categoria tem dificuldades em convencer os banqueiros a atender às reivindicações dos trabalhadores e da população.
4 literatura
Os Últimos Soldados da Guerra Fria Livro de Fernando Morais relata a saga de cinco heróis cubanos presos há 13 anos nos EUA
Por Paulo Donizetti de Souza
cubanas a atentados a bomba em hotéis. As reclamações diplomaticamente dirigidas ao governo americano eram ignoradas.
Como surgiu o livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria? Eu estava num táxi com a minha mulher quando ouvi no rádio que agentes da inteligência cubana tinham sido presos havia algumas horas. Originalmente eram 14, quatro escaparam. Cinco traíram, fizeram delação premiada, estão em algum lugar do mundo, com nome falso. E cinco não aceitaram fazer acordo, disseram: “Não somos espiões, nunca quisemos nem queremos tocar num único documento norte-americano, viemos aqui para nos infiltrar em organizações de extrema direita que estavam colocando bombas
em Cuba, sobretudo na indústria turística”. Quando ouvi essa história no rádio, comentei com a minha mulher: “Pô, isso aí dá um livro”. Na primeira oportunidade que tive de ir a Cuba, comentei com amigos lá da direção do partido: “Eu quero fazer essa história”. Eles diziam que isso podia comprometer a segurança pessoal de muita gente, que era segredo de Estado, e toda vez que voltava a Cuba eu insistia. Em 2005, fui a Havana para a bienal do livro. Na véspera de eu voltar para o Brasil, toca o meu celular. Era o Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional. Eu estava
jantando no Floridita, e ele foi até lá: “Ainda está interessado na história dos cinco?” Em 2008, comecei a falar com familiares, ouvi gente envolvida com eles, governo, inteligência, militares. Ao longo desses três anos pude entrevistar alguns dos presos, porque eles estão em cinco prisões de segurança máxima, cada uma em um Estado, com regimentos diferentes. Algumas permitiam que eu falasse por internet, outras não. Nas que não permitiam, eu chegava por meio da família, que tinha uma cota de telefonemas mensal; mandava perguntas pelas mulheres, filhos e tal.
Distante apenas 160 km do maior império militar do mundo, restava ao governo cubano, para defender-se, a inteligência. Os agentes da Rede Vespa, disfarçados em profissões inusitadas como instrutor de salsa em Key West ou personal trainer de milionários de Miami, protegeram seu país de centenas dessas operações. Em 1998, uma ofensiva do FBI levou à captura dos agentes. Quatro escaparam. Outros cinco negociaram a liberdade em troca de informações. Restaram René e seus companheiros Fernando González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Gerardo Hernán, ainda hoje encarcerados em diferentes presídios de segurança máxima, condenados pela Justiça americana a penas de 15 anos a prisão perpétua.
Habituado a grandes reportagens, o jornalista e escritor Fernando Morais foi atrás da história. O autor de A Ilha (1976, atualizado em 2001) e das biografias de Olga Benário Prestes, Assis Chateaubriand e Paulo Coelho (traduzido em mais de 40 países) conhece o caminho das pedras e dá a suas histórias narrativas cinematográficas. Antes mesmo de ser escrito, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, lançado em agosto, teve seus direitos vendidos para cinema. Trata-se, segundo o autor, de uma história eletrizante como um romance policial. Pena que, a exemplo dos 50 anos de agressões norteamericanas a Cuba, nenhuma de suas 350 páginas tenha uma linha sequer de ficção. É tudo verdade.
Ao longo desses três anos pude entrevistar alguns dos presos, que estão em cinco prisões de segurança máxima
Pouca gente em Cuba sabia dessa missão? Ninguém! Só o altíssimo escalão, Fidel, Raúl Castro e mais dois ou três dirigentes do partido. Os caras saem de Cuba como traidores, como desertores, gente que roubou avião... Teve um deles que arrancou com o avião de lá e pousou quase em pane seca em Miami. As mulheres não sabiam, os filhos não sabiam, não podiam saber. Era uma coisa dolorosa, porque a mulher era apontada na rua como a mulher do gusano (traidor). Haja frieza. Tem coisas muito interessan-
jailton garcia
do turismo, base da economia da Ilha depois da derrocada da União Soviética. As ações incluíam de rajadas de metralhadoras contra turistas em praias
jailton garcia
O agente René Gonzáles foi o primeiro a entrar na Flórida, em 1990. Saiu de Havana simulando ser um traidor da revolução cooptado pelo sonho americano. Nos dois anos seguintes, seria seguido por outros 13 companheiros, entre eles duas mulheres. A Rede Vespa, como foi batizada, estava pronta e tinha a missão de infiltrar-se nas organizações de direita, que jamais digeriram a revolução de 1959. Com apoio de empresários e políticos norte-americanos, essas organizações contratavam mercenários para sabotagens como lançar pragas contra as lavouras e interferir nas comunicações do aeroporto de Havana. No início dos anos 1990, passaram a privilegiar o terror à indústria
Mercenários eram contratados em Miami para botar bomba em hotel, em avião, em agência de turismo cubana Quem contratava mercenários? Era gente da extrema direita cubana, que começou a se exilar, gente que perdeu banco, usina, indústria, e fica em Miami financiando o terror contra Cuba. En-
tão, esses mercenários recebiam em média US$ 1.500 por bomba. Tem um deles preso em Cuba. Foi condenado à morte por fuzilamento e teve a pena comutada para 30 anos de prisão. Esses mercenários têm valor para os americanos... Claro... Tem um americano lá, Allan Gross, que foi a Cuba duas vezes. Na primeira conseguiu botar bomba e escapar, e na segunda foi preso, a partir de informações mandadas pelos cinco. Ia colocar cinco ou seis bombas por US$ 7.500. Eu fui falar com ele. É uma história de dar calafrio. E, com relação ao pedido de Carter a Obama, alguma expectativa? Eu não sei. O Obama não pode desagradar a bancada anticastrista, ele depende de maioria no Congresso, como todo mundo. Eu tenho esperança de que o Obama possa indultá-los não neste mandato, mas se for reeleito. Se indultar agora, a dificuldade de se reeleger vai ser grande, por isso e pela soma dos problemas que está vivendo. Você vê perspectiva de abertura do regime cubano? Você não pode ver Cuba como vê um país qualquer, não se pode discutir a realidade cubana sem considerar o bloqueio. Por exemplo, um navio japonês que aporte em Cuba – porque o país comprou dez tomógrafos da Toshiba, no Japão –, assim que atraca num porto cubano, ficará não sei quantos meses sem poder atracar em portos norte-americanos. Eles multam empresas pelo mundo. A expressão que usam não é “comercializar”, é “traficar” com Cuba. São 50 anos de agressões. Nenhum outro país na história foi vítima da agressão norte-americana durante tanto tempo em todos os sentidos, militar, político, econômico, diplomático.
Esta noite 200 milhões de crianças vão dormir na rua em todo o mundo. Nenhuma delas é cubana O regime mantido há 50 anos não ficou um tanto decrépito? O Raúl Castro já fez alguns acenos de abertura. É evidente que eles radicalizaram muito quando a revolução triunfou. Pô, estatizaram até quiosques de batata frita. Aí você tem de criar um ministério com um bando de burocratas para administrar quiosques de batata frita. Não é papel do Estado... Aparar a barba, cortar o cabelo? Barbeiro do Estado. É evidente que assim você desenvolve um dinossauro burocrático, e os cubanos percebem isso. O bloqueio justifica o regime tão fechado? Muita gente me pergunta por que sou solidário à Revolução Cubana até hoje se é um regime que tem tantas mazelas. Eu costumo responder o seguinte: tem um outdoor em Cuba que diz “Esta noite 200 milhões de crianças vão dormir na rua em todo o mundo. Nenhuma delas é cubana”. Que país pode fazer isso? A França? Imagina! No inverno, você vê imigrantes dormindo embaixo das pontes. No Japão? Eu fui ao Japão duas vezes para fazer o Corações Sujos, e você vê velhinhos morando em caixas de papelão na
rua, pedindo dinheiro. Em Nova York tem miseráveis. Falo de países do primeiríssimo mundo. Em Cuba você não vê ninguém descalço, banguela. É por isso que sou solidário. Você pode dizer que a liberdade é um valor universal. Tudo bem, mas eles transformaram um bordel norteamericano em um país civilizado, um país exemplar. Pode abrir, ter liberdade de expressão, de organização, partidária? Eu acho que, enquanto houver bloqueio e os Estados Unidos forem inimigos tão agressivos da Revolução Cubana, é difícil. O bloqueio é questão de honra, ou pirraça? É loucura! Cuba tem o PIB da Daslu, uma economia de nada, e é um país de 10 milhões de habitantes. A maior potência bélica, econômica e militar do planeta está ali, a 160 quilômetros de distância. É a distância de São Paulo a Piracicaba, do Rio de Janeiro a Juiz de Fora. O Fidel mandou para o Bill Clinton um contêiner do tamanho desta mesa com fitas de vídeo, áudios, grampos, dossiês dizendo quem eram os caras que estavam em Miami financiando o terrorismo. Por que não prenderam? Podem dizer o que quiserem, que sou dinossauro, não me importo. Uma das poucas coisas boas que eu conquistei na vida foi a minha independência.
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rack Obama indulte a pena deles e os coloque em liberdade. O processo judicial tem um erro atrás do outro. Primeiro, o fato de eles terem sido julgados em Miami, cidade anticubana. É a crônica da condenação anunciada. Conversei com muita gente em off que me deu dicas de onde procurar documentos. Folheei 30.000 páginas de material que eles mandaram para Havana, selecionei 6.000 folhas de papel para trazer e trabalhar em cima. O FBI já estava de olho neles três anos antes de prendê-los. Entrou em todas as casas clandestinamente e todos os dias copiava tudo que eles estavam mandando para Cuba. E esse material eu peguei todo. Tive acesso a grampo telefônico, filmagem de gente preparando atentado, transcrição de conversa de mercenários. Abundância de material secreto.
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tes. Um deles era comandante de uma coluna de tanques na África, durante a Guerra de Angola, um sujeito com formação em Engenharia Aeronáutica na Ucrânia, na União Soviética, que foi dar aula de salsa para os gays em Key West. Outro era comandante de MIG, de caça-bombardeiro, tinha longa experiência em combates, e foi trabalhar como personal trainer, fazer ginástica com milionários de Miami. Outro, o Gerardo, chefe do grupo, vendia charges para jornal em Miami. Todos moravam em quitinete, alguns tinham carro, nenhum tinha celular, que começava a aparecer. O primeiro, o René, vai para lá em 1990, depois vão os outros. Em 1992, a chamada Rede Vespa estava montada. E a ação deles nos EUA conseguiu evitar... Conseguiu evitar centenas de atentados e permitiu a prisão de vários mercenários, alguns dos quais eu pude entrevistar. Mercenários estrangeiros que eram contratados pelo pessoal de Miami para botar bomba em hotel, em avião, agência de turismo cubana. O turismo estava salvando a revolução, então era o que tinham de destruir. É uma história muito dramática e ao mesmo tempo eletrizante, você lê como quem lê um romance policial. Tem uma correspondência secreta entre o Fidel e o Bill Clinton, com informações que os cinco mandaram de Miami para Havana, e o pombo-correio entre o Fidel e o Clinton era o Gabriel García Márquez. (O objetivo era alertar o governo americano para que impedisse os atentados.) Há quem defenda afrouxar a pena? O ex-presidente Jimmy Carter declarou que espera que o Ba-
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Toque de recolher é implantado em Barretos Foi aprovada a lei que impõe o toque de recolher a menores de 16 anos desacompanhados dos pais ou dos responsáveis legais, entre 23 h e 5 h. A lei, que ganhou o nome de toque de acolher, foi regulamentada pelos vereadores, por oito votos a favor e três contra. Sancionada em junho pelo prefeito Emanoel Mariano Carvalho (PTB), a lei já vale em Barretos. O autor dela, o vereador Aparecido Cipriano (PTB), 45 anos, lembrou que agora o Poder Executivo é obrigado a fiscalizar os menores que circulem pelas vias públicas desacompanhados. Segundo ele, a intenção é conseguir que o Juizado da Infância e da Juventude e o Conselho Tutelar de Barretos – com o apoio da Polícia Militar, da Polícia Civil e de fiscais da Prefeitura –,
divulgação
Lei se chama, eufemisticamente, Toque de Acolher e foi aprovada na Câmara de Vereadores
Toque de Acolher – ou toque de recolher – está em vigor na cidade
assegurem as medidas de acolhimento, proteção e defesa de crianças e adolescentes. “A medida visa dar mais segurança para o menor; nada justifica que jovens de 12 ou 13 anos circulem pela cidade sem a presença de um responsável. A rua, à noite, não é
lugar seguro para ninguém” – assegura o vereador. Cipriano reforça que o direito de ir e vir já é limitado pela sociedade. “Uma criança que frequenta o ensino infantil não sai da escola à hora que quer, mas apenas nos horários certos, com a presença dos pais” – acen-
tua, acrescentando: “Não queremos privá-los da liberdade, mas preveni-los das situações de risco presentes na rua”. O vereador diz que a implantação da lei em Cajuru, São Joaquim da Barra e Fernandópolis é exemplo de que ela deu certo, pois reduziu as ocorrências de
brigas e uso de drogas. “Os casos caíram 59% nessas cidades, reflexo da lei que alcançou os traficantes que usavam menores – que têm penas mais brandas – para vender drogas” – ressalta. Segundo o Conselho Tutelar de Cajuru, a 185 km de Barretos, há melhoras sensíveis com a proibição. De abril até junho, as ocorrências caíram de 123 para uma média de cinco por mês. Em São Joaquim da Barra, a 95 km de Barretos, a lei também foi aprovada, no fim de fevereiro. Lá, os problemas mais graves eram o furto e o assalto, que ultrapassavam 185 casos mensais. A lei vigora com regras mais severas. A idade mínima subiu de 16 para 18 anos e os pais podem ser multados em até 20 salários mínimos – dependendo da infração do menor – se o jovem for flagrado pela segunda vez na rua fora de hora.
“É a limpeza social, a criminalização de menores” comunitários a qualquer momento” – explica Ariel. Ele compara a lei à antiga medida do Juizado de Menores, dos anos 1980, quando a chamada carrocinha de menores saía às ruas para recolher à força os jovens pelas ruas do país. “Trata-se de uma política de limpeza social, de perseguição, repressão e criminalização dos menores” – diz. Ariel defende que os municípios tenham mais programas de incentivo social que façam os menores se desenvolverem. Para ele, o toque de recolher
apenas transfere o problema, já que os índices de criminalidade diminuem no município em que há a lei, mas aumentam nos municípios vizinhos. Ariel, que integra o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) diz que “o Fórum Nacional de Conselheiros Tutelares já se manifestou contrário a esse tipo de tratamento em relação à criança e ao adolescente”. Para discutir a mudança da lei, o Conanda protocolou nas
Varas da Infância e Juventude do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a sugestão da criação de programas e projetos
sociais e educacionais nos municípios, 24 horas por dia, que atendam os menores em situação de risco.
Aquino José
O vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ariel de Castro Alves, 34 anos, discorda da lei do toque de recolher. As medidas tomadas não protegem os menores de áreas de risco e não diminuem a violência, só transferem o problema para os municípios vizinhos. “A medida é inconstitucional. O Estatuto da Criança e do Adolescente assegura a liberdade de ir e vir e frequentar espaços
Ruas de Barretos: menores proibidos de circular
7 KUNG FU
Falta apoio para o esporte na cidade Empresários não reconhecem que investimento dá retorno de mídia Punho do Dragão, em novembro. “Não temos certeza se participaremos do evento, pois não há apoio financeiro” – afirma. Em Barretos há 100 adeptos do kung fu, que treinam em duas academias. Na escola de Émerson, 40 alunos aprendem a arte marcial, dos quais 20 formam a equipe de competição. A esperança do professor é que o Comitê Olímpico aprove o kung fu como modalidade do evento.
Na Olimpíada da China, ele foi apresentado como esporte de exibição. Émerson pratica kung fu há 27 anos. Coleciona 130 medalhas e já foi campeão mundial, campeão sul-americano e nove vezes campeão brasileiro. Ele preparou e integrou a equipe barretense que conquistou 13 medalhas do Campeonato Brasileiro, na modalidade Wushu moderno – sete de ouro, duas de prata e quatro de bronze.
Aquino José
A opinião é do professor de educação física Émerson do Nascimento, 35 anos, que mantém a Academia Wushu Chan Lee, de kung fu, no bairro Zequinha Amêndola. “A Prefeitura ajuda no transporte, mas isso não basta” – afirma. A dificuldade de ter patrocínio atrapalha os atletas barretenses nas competições, visto que a despesa de cada um fica em torno de R$ 200 – diz ele. A equipe se prepara para a Copa
Émerson e Carol e as medalhas conquistadas este ano
Aquino José
Fera barretense quer ser a melhor do Brasil
Carols e o estilo Wushu
Esforço extremo e disciplina não faltam para Ana Carolina de Lima Souza, 14 anos, alcançar o sonho de ser a melhor do Brasil no kung fu. Moradora em Zequinha Amêndola, Carol estuda na escola Giuseppe Carmíneo e acumula 40 medalhas, das quais 10 foram conquistadas em 2011. No Campeonato Bra-
participar de competições em 2012. Carol revela que sofreu preconceitos. “Havia colegas que falavam que a arte marcial era coisa de homem. O pensamento mudou, mas ainda tem gente que pensa assim” – diz. Carol treina três horas diárias, de segunda a sábado. A preparação aumenta em uma
sileiro, disputado em setembro, em Brasília, ela conseguiu duas medalhas de bronze e uma de prata no estilo Wushu. A arte marcial chinesa está no sangue da família. Seu pai era professor de kung fu, mas largou o esporte. A garota pretende se aperfeiçoar na modalidade “lança” para
hora quando se aproximam as competições. Os exercícios são repetitivos, cansativos e dolorosos. Algumas lesões são parte do ofício do atleta. Carol estuda também computação, violão e viola. Adora música sertaneja. Mas aprecia outros estilos e já executa até rock no violão.
ciclismo
Adevair trocou as competições pela enxada. E é feliz Moço, Adevair de Carvalho, em 1963, venceu a eliminatória de ciclismo de Barretos e representou a cidade na capital. Lá recebeu o prêmio revelação do interior, na Prova 9 de Julho. Foi a consagração. Afinal, antes, na Praça Francisco Barreto, com uma “bicicletinha de mulher”, ele venceu o campeão sul-americano Cláudio Rosa, da equipe Calói. Depois,
por dez anos ele participou de provas até se desiludir com a falta de apoio. Mas em 1979 ele voltou à cidade e formou uma equipe de competição, com atletas locais – José Nélson, Antônio Donizete Pelegrini e Inésio Persival. Técnico improvisado, ele utilizava a “experiência” das pistas. Mas outra vez ele se decepcionou. Dessa vez, com o uso de dro-
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Ele plantou hortas em chácaras até comprar sua terrinha. Magrela, agora, só para passear
Adevair pedala rumo à cidade
gas e estimulantes. “A pureza ficou com nossos atletas, mas outros competidores passaram a dar mau exemplo” – lamenta. Adevair se dedica hoje ao plantio orgânico. Ele cultiva cereais e sonha formar uma agrofloresta de frutas silvestres em parte da propriedade, entremeadas de tamarino, mamão, maracujá, manga e jaca, entre tantas. Está satisfeito
com o projeto e pega firme na enxada para atingir seu objetivo. Para não perder o hábito, quando vai à cidade ele pedala com vigor a sua bicicleta entre atalhos de canaviais e estradas de terra. Leva em média três horas para ir de sua terrinha a Barretos. “Se a Rodovia Faria Lima tivesse acostamento dava para fazer o trajeto em uma hora” – diz.
8 foto síntese – Estação Cultural
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Horizontal – 1. Divisão de ganhos ou despesas; Sigla de Rondônia 2. Nome de certo capitão, romance de Érico Veríssimo; Homem ruim 3. Agência Nacional (sigla); Cosmético em pó, avermelhado, que se aplica no rosto para deixá-lo corado; Partido Republicano 4. Sozinho; Associação Portuguesa de Aviação Ultraleve; Espaço vazio ou desocupado 5. Pessoa que não tem fé; O protocolo sob o qual assenta a internet 6. Sexta nota musical; Norma de proceder ou ponto de vista, em certas conjunturas (plural) 7. É, em francês; Época 8. Nome de uma cidade mineira; Passar pelo coador 9. Sorri; Labareda; Som do cabrito 10. Cabana indígena; Caminhonete usada no transporte coletivo de um pequeno número de passageiros 11. Pedido de socorro; Companheiro de Teodoro na dupla sertaneja
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Vertical – 1. Nascidos no Brasil 2. Referente aos nomes próprios 3. Rádio Difusora (sigla); Forma sincopada de está; Carta do baralho 4. Nome comum a vários peixes de forma achatada, com três barbatanas no rabo fino com um ferrão na ponta; Unidade Cristã (sigla) 5. Célebre personagem de Walt Disney 6. Fêmea do cavalo; Alcoólicos Anônimos 7. Alimento preparado com leite coalhado por fermento lácteo; Museu de Arte Moderna 8. Bairro carioca 9. Aumentativo de vida; Caminhe 10. Lisonja, adulação; Aliança Ministerial Apostólica Internacional (sigla) 11. Metal dourado; Calmo, tranquilo
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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.
Respostas b r a s i l e i r o s
o n o m a s t i c o
a s t a
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r a d r r a i a p
t i o p a t i n h a s
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Palavras cruzadas
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Sudoku
2 9 1 4 5 7 3 6 8
7 3 8 6 2 9 1 5 4
4 6 5 1 8 3 7 2 9
9 7 6 3 1 4 2 8 5
5 8 3 7 6 2 4 9 1
1 2 4 8 9 5 6 7 3