Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

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Bebedouro

Jornal Regional de Bebedouro

nº 11

música

Distrib

Gratuuiição ta

Setembro de 2011

gastronomia

meninos que cantam

Coral se apresenta até no Exterior, mas pouca gente sabe

mestre cuca As quituteiras de mão cheia que fazem a festa da molecada

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cinema

nós na fita Enquanto Você Não Vem, um filme feito por gente da cidade

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atletismo literatura

Fernando Morais lança novo livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria conta a saga de cinco heróis cubanos presos nos EUA

sebo nas canelas

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Equipe de Bebedouro faz bonito na prova de Catanduva


2 gastronomia

Elas fazem a festa da molecada Equipe Mestre Cuca prepara doces e salgados

Um ditado popular – Santo de casa não faz milagre – tem tudo a ver com a situação em que vivem os bebedourenses e um patrimônio cultural da cidade, o coral fundado pelo maestro Américo Donizete Batista, os Meninos Cantores de Bebedouro. Por uma simples razão: o pessoal faz um tremendo sucesso pelo Brasil afora, vira e mexe se apresenta no Exterior – já esteve até em Praga, capital da República Tcheca – e aqui na cidade, onde devia ser reconhecido por todos, quase ninguém sabe de sua existência. Pra tentar reverter o nosso próprio desconhecimento, a gente reservou uma página pra eles nesta edição, que traz outra revelação surpreendente, do nosso entrevistado, o jornalista Fernando Morais, um exímio contador de histórias. Ele escreveu um livro – Os Últimos Soldados da Guerra Fria – em que relata como ocorre essa luta estúpida, que acabou na prisão, há 13 anos, de um grupo de cubanos pelos Estados Unidos. Outra coisa bem bacana foi feita pelo bebedourense nascido na capital Gustavo Pessoa. Ele produziu um curta-metragem – Enquanto Você Não Vem – na cidade, em três fins de semana, com gente daqui mesmo. Assim, ele enterrou de vez a imagem de que só se faz filme com uma boa ideia na cabeça e algum dinheiro no bolso. Ele – já que iniciamos o editorial com ditados – usou apenas a metade inicial da frase para compor um audiovisual que transpõe os limites de Bebedouro e - por que não? – abre um novo nicho cultural na cidade. Parabéns também pra ele. É isso, boa leitura!

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Regiane, que completa: “Ela tem massa mais fina, fica crocante, é uma delícia”. Nas festas infantis, elas fazem pintura facial na molecada e esculturas em bexiga. Os docinhos são preparados por Roseane e são chamados de “docinhos da Tia Rose”. A mãe, dona Rosalina, reforça a equipe quando há necessidade. Marquinhos, o marido, já passou muita dificuldade na

vida. Sem família na cidade depois que sua mãe morreu, ele ficou deprimido e desempregado até se aposentar. Há quatro anos, conheceu Regiane e há dois se casaram. Com gosto pela cozinha desde garoto, ele incentivou a esposa e a cunhada a formarem a Equipe. Regiane trabalha numa empresa da cidade durante a semana e ajuda nas festas, normalmente à noite e nos finais de semana. Quem prepara tudo é a irmã Roseane e a mãe, Dona Rosalina. Eu só fiscalizo – conta Marquinhos, rindo. “Fico feliz por elas quando ouço elogios dos clientes” – completa. Para contratar a Equipe é só ligar para 3343-4757 ou 8144-4003 email <maps.47@hotmail.com>.

vale o que vier

divulgação

editorial

Regiane Rodrigues da Silva dos Santos, de 37 anos, e sua irmã Roseane Rodrigues da Silva, de 30, acharam um jeito de aumentar a renda familiar. Elas formam a Equipe Mestre Cuca, que faz salgadinhos, lanches, espetinhos, escondidinho de carne seca e outros quitutes para festas de aniversário e casamento. Marcos Aparecido dos Santos, de 48 anos, marido de Regiane, aposentado por invalidez não pode trabalhar, mas acompanha tudo bem de perto. Santos conta que as pessoas gostam muito da batata recheada, que ele considera uma “especialidade das meninas”. “Tem também a pizza de frigideira, o nosso carro-chefe, nosso diferencial” – diz

Estou com um exemplar do Brasil Atual em mãos, da cidade de Bebedouro, e achei um trabalho realmente muito interessante. Nós somos o birô de criação Pincovae ART – Ilustrações e Web Design e estamos começando agora a trabalhar na cidade. Envio anexas nossas propostas de trabalho e uma arte impressa, e gostaria de saber quais os procedimentos para divulgação dela no jornal. Aproveitando, deixo o convite para que, por gentileza, entrem em contato conosco, tenho certeza que muitas propostas e ideias poderão ser trocadas. Estamos tratando diretamente com as pequenas empresas de Bebedouro, buscando oferecer o menor preço de toda região, com um trabalho de qualidade garantida. Porém, também precisamos ser vistos, por isso contamos com a ajuda da equipe do Brasil Atual. Desde já, muito obrigada. Beatriz Fernandes – Gerente de programação

Parabéns. Bebedouro precisa de um jornal democrático, que veicule fatos e opiniões, em especial sobre questões da juventude. Saulo Pimenta Neves – pimentaneves13@yahoo.com.br Expediente Rede Brasil Atual – Bebedouro Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Leonardo Brito (estagiário) Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 música

Meninos Cantores, um orgulho de Bebedouro O coral Meninos Cantores de Bebedouro existe desde abril de 2005, fundado pelo maestro Américo Donizete Batista, de 41 anos. Integrante da Associação Musical e Artística Meninos Cantores de Bebedouro, conta com 35 cantores e cantoras, de 6 a 16 anos. Com repertório polifônico eclético, que vai do sacro ao popular e folclórico, passando pelo erudito em vários idiomas, o coral passa por um trabalho técnico vocal específico e aulas de teoria musical “Todos os meninos e meninas leem partitura fluentemente” – diz Américo. Muita gente na cidade não conhece o grupo, apesar de ele já ter se apresentado até no Exterior. Na Rede Vida de Televisão, o grupo participa quatro vezes por ano da missa

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Fundado pelo maestro Américo, o coral já representou o Brasil e no Exterior

O coral canta na Argentina e no Teatro Municipal e na Estação de trem de Bebedouro

Argentina, onde representou o Brasil no Encuentro Internacional del Ninõs Cantores e recebeu convites para encontros em diversos países, como México, Peru, Venezuela.

transmitida ao vivo para o Brasil e mais 32 países. Na Rede Globo já fez especiais de Natal e foi objeto de reportagens, assim como na Band e no SBT. Em 2007 realizou turnê pela

Desde sua fundação, o coral cantou centenas de vezes em São Paulo. Já esteve na capital – apresentando-se com a Orquestra Paulista do Estado, no Hospital Alemão –, em

Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Campinas, Santos, Franca, Marília e São João da Boa Vista. No Paraná, realizou concertos em Curitiba, Foz do Iguaçu e Campo Largo. Em 2008, gravou seu primeiro CD, Quisera, com peças sacras, populares, folclóricas e natalinas, com a participação especial da Orquestra de Flautas da Associação dos Meninos Cantores. Também representou o Brasil, em 2008, na 18ª Edição do Festival da Música de Advento e Natal em Praga, na República Tcheca. Desde a fundação, o coral fez mais de 200 concertos, sob a regência do maestro Américo, auxiliado pela esposa, a fisioterapeuta Roberta Leopoldino de Andrade Batista.

Nascido em Bebedouro, em 30 de abril de 1970, o maestro Américo iniciou sua carreira artística aos nove anos. De família humilde, ele morou no Jardim Marajá durante a infância, ainda hoje residência de sua mãe, Maria Tereza Costa Batista. Criança, tinha aulas de piano com a professora Denise Ribeiro e de vários instrumentos e teoria musical com o professor Pedro José Rorato. O maestro Américo também era um atleta. Treinava como goleiro no futebol – foi escolhido pelo

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Américo Donizete Batista, o regente da cidade

Juventus da capital, numa peneira realizada na cidade –, jogava tênis de mesa, xadrez, damas e praticava atletismo no Educandário Santo Antô-

nio, onde estudou. Sempre acompanhado de perto pelo professor e amigo Robson José Quitério – a quem o maestro chama de irmão, Américo defendeu Bebedouro nos Jogos Regionais nas provas de 400 m, 800 m e 1.500 m. A primeira vez que competiu no atletismo, aos 7 anos, participou da prova de pedestrianismo Arnaldo de Rossis Garrido, no aniversário da cidade, correndo o Anel Viário (8,2 km). “Cheguei em último lugar, mas recebi o troféu de atleta mais novo” – relembra . Américo foi radialista – ele trabalhou na Rádio Bebedou-

ro, no final dos anos 90, e na Rádio Brasil de Campinas, do sistema Globo de Rádio, como narrador esportivo e produtor. Isso o ajudava a se manter em Campinas, onde o maestro se aprofundou na música em 1998, ao ter aulas de piano com a professora Célia Maria Chagas Nithack, uma das melhores professoras do Brasil. Seu maior incentivador foi o frei Eduardo Chagas Nithack – “o paizão” –, que acreditou em seu talento e proporcionou condições para que o jovem estudasse no Conservatório Carlos Gomes, morasse em sua casa e cursasse Regência

na Unicamp. Três anos depois ele realizava concertos pelo mundo afora. Hoje ele é leiloeiro, responsável pelos leilões em Bebedouro e região – trabalha nas festas do Caminhoneiro, da Unidade e do Hospital do Câncer de Barretos, entre outras. Essa é a forma que arrumou para ajudar as entidades necessitadas. O maestro Américo Donizete Batista programa retornar à Europa, especialmente para a Alemanha, seu segundo país. Américo mora em Bebedouro, no Jardim do Bosque.


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Os Últimos Soldados da Guerra Fria Livro de Fernando Morais relata a saga de cinco heróis cubanos presos há 13 anos nos EUA

Por Paulo Donizetti de Souza

cubanas a atentados a bomba em hotéis. As reclamações diplomaticamente dirigidas ao governo americano eram ignoradas.

Como surgiu o livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria? Eu estava num táxi com a minha mulher quando ouvi no rádio que agentes de inteligência cubana tinham sido presos havia algumas horas. Originalmente eram 14, quatro escaparam. Cinco traíram, fizeram delação premiada, estão em algum lugar do mundo, com nome falso. E cinco não aceitaram fazer acordo, disseram: “Não somos espiões, nunca quisemos nem queremos tocar num único documento norte-americano, viemos aqui para nos infiltrar em organizações de extrema direita que estavam colocando bombas

em Cuba, sobretudo na indústria turística”. Quando ouvi essa história no rádio, comentei com a minha mulher: “Pô, isso aí dá um livro”. Na primeira oportunidade que tive de ir a Cuba, comentei com amigos lá da direção do partido: “Eu quero fazer essa história”. Eles diziam que isso podia comprometer a segurança pessoal de muita gente, que era segredo de Estado, e toda vez que voltava a Cuba eu insistia. Em 2005, fui a Havana para a bienal do livro. Na véspera de eu voltar para o Brasil, toca o meu celular. Era o Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional. Eu estava

jantando no Floridita, e ele foi até lá: “Ainda está interessado na história dos cinco?” Em 2008, comecei a falar com familiares, ouvi gente envolvida com eles, governo, inteligência, militares. Ao longo desses três anos pude entrevistar alguns dos presos, porque eles estão em cinco prisões de segurança máxima, cada uma em um Estado, com regimentos diferentes. Algumas permitiam que eu falasse por internet, outras não. Nas que não permitiam, eu chegava por meio da família, que tinha uma cota de telefonemas mensal; mandava perguntas pelas mulheres, filhos e tal.

Distante apenas 160 km do maior império militar do mundo, restava ao governo cubano, para defender-se, a inteligência. Os agentes da Rede Vespa, disfarçados em profissões inusitadas como instrutor de salsa em Key West ou personal trainer de milionários de Miami, protegeram seu país de centenas dessas operações. Em 1998, uma ofensiva do FBI levou à captura dos agentes. Quatro escaparam. Outros cinco negociaram a liberdade em troca de informações. Restaram René e seus companheiros Fernando González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Gerardo Hernán, ainda hoje encarcerados em diferentes presídios de segurança máxima, condenados pela Justiça americana a penas de 15 anos a prisão perpétua.

Habituado a grandes reportagens, o jornalista e escritor Fernando Morais foi atrás da história. O autor de A Ilha (1976, atualizado em 2001) e das biografias de Olga Benário Prestes, Assis Chateaubriand e Paulo Coelho (traduzido em mais de 40 países) conhece o caminho das pedras e dá a suas histórias narrativas cinematográficas. Antes mesmo de ser escrito, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, lançado em agosto, teve seus direitos vendidos para cinema. Trata-se, segundo o autor, de uma história eletrizante como um romance policial. Pena que, a exemplo dos 50 anos de agressões norteamericanas a Cuba, nenhuma de suas 350 páginas tenha uma linha sequer de ficção. É tudo verdade.

Ao longo desses três anos pude entrevistar alguns dos presos, que estão em cinco prisões de segurança máxima

Pouca gente em Cuba sabia dessa missão? Ninguém! Só o altíssimo escalão, Fidel, Raúl Castro e mais dois ou três dirigentes do partido. Os caras saem de Cuba como traidores, como desertores, gente que roubou avião... Teve um deles que arrancou com o avião de lá e pousou quase em pane seca em Miami. As mulheres não sabiam, os filhos não sabiam, não podiam saber. Era uma coisa dolorosa, porque a mulher era apontada na rua como a mulher do gusano (traidor). Haja frieza. Tem coisas muito interessan-

jailton garcia

do turismo, base da economia da Ilha depois da derrocada da União Soviética. As ações incluíam de rajadas de metralhadoras contra turistas em praias

jailton garcia

O agente René Gonzáles foi o primeiro a entrar na Flórida, em 1990. Saiu de Havana simulando ser um traidor da revolução cooptado pelo sonho americano. Nos dois anos seguintes, seria seguido por outros 13 companheiros, entre eles duas mulheres. A Rede Vespa, como foi batizada, estava pronta e tinha a missão de infiltrar-se nas organizações de direita, que jamais digeriram a revolução de 1959. Com apoio de empresários e políticos norte-americanos, essas organizações contratavam mercenários para sabotagens como lançar pragas contra as lavouras e interferir nas comunicações do aeroporto de Havana. No início dos anos 1990, passaram a privilegiar o terror à indústria


Mercenários eram contratados em Miami para botar bomba em hotel, em avião, em agência de turismo cubana Quem contratava mercenários? Era gente da extrema direita cubana, que começou a se exilar, gente que perdeu banco, usina, indústria, e fica em Miami financiando o terror contra Cuba. En-

tão, esses mercenários recebiam em média US$ 1.500 por bomba. Tem um deles preso em Cuba. Foi condenado à morte por fuzilamento e teve a pena comutada para 30 anos de prisão. Esses mercenários têm valor para os americanos... Claro... Tem um americano lá, Allan Gross, que foi a Cuba duas vezes. Na primeira conseguiu botar bomba e escapar, e na segunda foi preso, a partir de informações mandadas pelos cinco. Ia colocar cinco ou seis bombas por US$ 7.500. Eu fui falar com ele. É uma história de dar calafrio. E, com relação ao pedido de Carter a Obama, alguma expectativa? Eu não sei. O Obama não pode desagradar a bancada anticastrista, ele depende de maioria no Congresso, como todo mundo. Eu tenho esperança de que o Obama possa indultá-los não neste mandato, mas se for reeleito. Se indultar agora, a dificuldade de se reeleger vai ser grande, por isso e pela soma dos problemas que está vivendo. Você vê perspectiva de abertura do regime cubano? Você não pode ver Cuba como vê um país qualquer, não se pode discutir a realidade cubana sem considerar o bloqueio. Por exemplo, um navio japonês que aporte em Cuba – porque o país comprou dez tomógrafos da Toshiba, no Japão –, assim que atraca num porto cubano, ficará não sei quantos meses sem poder atracar em portos norte-americanos. Eles multam empresas pelo mundo. A expressão que usam não é “comercializar”, é “traficar” com Cuba. São 50 anos de agressões. Nenhum outro país na história foi vítima da agressão norte-americana durante tanto tempo em todos os sentidos, militar, político, econômico, diplomático.

Esta noite 200 milhões de crianças vão dormir na rua em todo o mundo. Nenhuma delas é cubana O regime mantido há 50 anos não ficou um tanto decrépito? O Raúl Castro já fez alguns acenos de abertura. É evidente que eles radicalizaram muito quando a revolução triunfou. Pô, estatizaram até quiosques de batata frita. Aí você tem de criar um ministério com um bando de burocratas para administrar quiosques de batata frita. Não é papel do Estado... Aparar a barba, cortar o cabelo? Barbeiro do Estado. É evidente que assim você desenvolve um dinossauro burocrático, e os cubanos percebem isso. O bloqueio justifica o regime tão fechado? Muita gente me pergunta por que sou solidário à Revolução Cubana até hoje se é um regime que tem tantas mazelas. Eu costumo responder o seguinte: tem um outdoor em Cuba que diz “Esta noite 200 milhões de crianças vão dormir na rua em todo o mundo. Nenhuma delas é cubana”. Que país pode fazer isso? A França? Imagina! No inverno, você vê imigrantes dormindo embaixo das pontes. No Japão? Eu fui ao Japão duas vezes para fazer o Corações Sujos, e você vê velhinhos morando em caixas de papelão na

rua, pedindo dinheiro. Em Nova York tem miseráveis. Falo de países do primeiríssimo mundo. Em Cuba você não vê ninguém descalço, banguela. É por isso que sou solidário. Você pode dizer que a liberdade é um valor universal. Tudo bem, mas eles transformaram um bordel norteamericano em um país civilizado, um país exemplar. Pode abrir, ter liberdade de expressão, de organização, partidária? Eu acho que, enquanto houver bloqueio e os Estados Unidos forem inimigos tão agressivos da Revolução Cubana, é difícil. O bloqueio é questão de honra, ou pirraça? É loucura! Cuba tem o PIB da Daslu, uma economia de nada, e é um país de 10 milhões de habitantes. A maior potência bélica, econômica e militar do planeta está ali, a 160 quilômetros de distância. É a distância de São Paulo a Piracicaba, do Rio de Janeiro a Juiz de Fora. O Fidel mandou para o Bill Clinton um contêiner do tamanho desta mesa com fitas de vídeo, áudios, grampos, dossiês dizendo quem eram os caras que estavam em Miami financiando o terrorismo. Por que não prenderam? Podem dizer o que quiserem, que sou dinossauro, não me importo. Uma das poucas coisas boas que eu conquistei na vida foi a minha independência.

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rack Obama indulte a pena deles e os coloque em liberdade. O processo judicial tem um erro atrás do outro. Primeiro, o fato de eles terem sido julgados em Miami, cidade anticubana. É a crônica da condenação anunciada. Conversei com muita gente em off que me deu dicas de onde procurar documentos. Folheei 30.000 páginas de material que eles mandaram para Havana, selecionei 6.000 folhas de papel para trazer e trabalhar em cima. O FBI já estava de olho neles três anos antes de prendê-los. Entrou em todas as casas clandestinamente e todos os dias copiava tudo que eles estavam mandando para Cuba. E esse material eu peguei todo. Tive acesso a grampo telefônico, filmagem de gente preparando atentado, transcrição de conversa de mercenários. Abundância de material secreto.

jailton garcia

tes. Um deles era comandante de uma coluna de tanques na África, durante a Guerra de Angola, um sujeito com formação em Engenharia Aeronáutica na Ucrânia, na União Soviética, que foi dar aula de salsa para os gays em Key West. Outro era comandante de MIG, de caça-bombardeiro, tinha longa experiência em combates, e foi trabalhar como personal trainer, fazer ginástica com milionários de Miami. Outro, o Gerardo, chefe do grupo, vendia charges para jornal em Miami. Todos moravam em quitinete, alguns tinham carro, nenhum tinha celular, que começava a aparecer. O primeiro, o René, vai para lá em 1990, depois vão os outros. Em 1992, a chamada Rede Vespa estava montada. E a ação deles nos EUA conseguiu evitar... Conseguiu evitar centenas de atentados e permitiu a prisão de vários mercenários, alguns dos quais eu pude entrevistar. Mercenários estrangeiros que eram contratados pelo pessoal de Miami para botar bomba em hotel, em avião, agência de turismo cubana. O turismo estava salvando a revolução, então era o que tinham de destruir. É uma história muito dramática e ao mesmo tempo eletrizante, você lê como quem lê um romance policial. Tem uma correspondência secreta entre o Fidel e o Bill Clinton, com informações que os cinco mandaram de Miami para Havana, e o pombo-correio entre o Fidel e o Clinton era o Gabriel García Márquez. (O objetivo era alertar o governo americano para que impedisse os atentados.) Há quem defenda afrouxar a pena? O ex-presidente Jimmy Carter declarou que espera que o Ba-

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6 cinema

Os atores bebedourenses que trazem o cinema na veia

Gustavo (de boné) e o elenco da cidade

Ficha técnica: Atores: Osmar Santos, Nadyr Rossanezi, Larissa Bitencourt e Gustavo Rossanezi. Diretor e produtor: Gustavo Pessoa Apesar de toda a sua família ser bebedourense, Gustavo Pessoa nasceu em São Paulo e mudou-se para cá aos 17 anos. Aos 15, ele fez cursos de interpretação em Jaboticabal e Ribeirão Pre-

to e em seguida cursou cinema antes da Faculdade de Comunicação Social. Em 2008 produziu seu primeiro curtametragem, Fotografia, de 7 minutos. Com ele participou da Mostra Cine Cufa, no Rio de Janeiro, e da Cine Cult USP, em Ribeirão Preto. Em 2009, produziu um videoclipe do cantor paulistano Fernando Curcino, mesmo ano em que elaborou um roteiro em

Basta conversar com Gustavo Pessoa, jovem professor de 24 anos, para perceber que em sua veia pulsa o cinema. Formado em Comunicação Social, ele trabalha com produção gráfica e áudiovisual e leciona informática e teatro nas escolas da rede municipal. Em 12 de junho, Dia dos Namorados, ele lançou seu filme de ficção em curta-metragem Enquanto Você Não Vem. Com atuação de amadores – pessoas ligadas a cultura e educação da cidade –, o filme de dez minutos tem temática romântica e conta a história média-metragem (50 minutos) chamado Dois Terços de Minha Vida, que conquistou o 29º lugar no Festival Filma Brasil. Em seguida fez um experimento em stop motion, Sapatos de Couro, para o Festival realizado pela Academia Internacional de Cinema (Fist Shot film). O produtor já tem outro roteiro pronto para um filme mais elaborado e aguarda patrocínio.

de um homem que foi deixado no altar. Na esperança de que sua noiva um dia retorne, ele a espera em seu banco, acompanhado de um retrato e um cachecol. As gravações foram feitas em três finais de semana e contaram com a colaboração dos moradores das casas que serviram de cenário e do pároco da Igreja Matriz de São João Batista, palco de cenas importantes do roteiro. Para Gustavo Pessoa, a proposta é mostrar que é possível realizar um trabalho audiovisual em cidades descentralizadas do mercado

cinematográfico. “Além de levar o nome de Bebedouro para outras localidades, o curta-metragem insere na vida da população um nicho de produção cultural pouco explorado” – diz ele, que completa: “Me tocou muito a elevação da autoestima das pessoas que atuaram. O Seu Osmar Santos é um exemplo disso, ele ficou muito feliz com o trabalho”. Enquanto Você Não Vem foi enviado para vários festivais e deverá passar na Mostra “Curta no Metrô”, na capital paulista, nos próximos meses.

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Gustavo Pessoa prova que dá para fazer curtas-metragens na cidade, com poucos recursos


7 Atletismo

Bebedouro faz muito bonito em Catanduva O corredor da Associação Bebedourense de Atletismo (ABA/DME), Carlos de Oliveira Santos, venceu a 12ª edição da Corrida Internacional Matilat/Nardini, na categoria até 24 anos, realizada no mês passado, em Catanduva. Ele completou o percurso de 10 km em 32'29”. Outro destaque entre os bebedourenses foi Flávio Júlio Basilo, o Vinho, que também garantiu presença no pódio ao assegurar o terceiro melhor tempo na categoria 35 a 39 anos, com o tempo de 33'09”, marcando o seu melhor tempo no ano. No feminino, a atleta de Bebedouro Maria Inês Moratto Alves da Silva foi a terceira melhor colocada na categoria 50 a 59 anos, com o tempo de 54'43”, e também assegurou lugar no pódio. Também representaram Be-

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A turma da Associação Bebedourense de Atletismo continua correndo atrás de vitórias

A equipe de Bebedouro que correu em Catanduva

naldo Thomé (51'09”) e Sidnei Alves da Silva (51'30”). Na classificação geral, os quenianos, considerados os favoritos do fundismo, perderam para os brasileiros na 12ª Corrida Internacional Matilat/ Nardini. A tradicional prova de atletismo, realizada nas

bedouro na corrida Nilton Santos (35'53”), Adriano de Oliveira (36'06”), César Augusto Nogueira (36'22”), Germino dos Santos (36'57”), Antonio Alves dos Santos (37'20”), Carlos Eduardo Moretti (38'27”), Givaldo Teixeira Sobrinho (39'16”), José Jorge Rodrigues (42'11”), Ro-

ruas de Catanduva, foi vencida por Solonei Rocha da Silva, do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo. Com tempo de 29’51’’, Solonei superou o queniano Nicholas Kimeli Keter, que demorou um segundo a mais para completar o trajeto, seguido do tanzaniano Musenduki Mohamedi Ikoki, com 30’01’’. Pela vitória na prova, Solonei levou para casa uma moto Yamaha zero-quilômetro. Na categoria geral feminina, as quenianas mantiveram a hegemonia na competição. Com tempo de 33’56’’, Nancy Jepkosgei Kipron levou a melhor sobre a brasileira Michele Cristina das Chagas, e garantiu a primeira colocação na corrida. A 12ª Corrida Internacional Matilat/Nardini também distribuiu prêmios em dinhei-

ro para os atletas nas diversas categorias masculinas e femininas, assim como para colaboradores do Grupo Aurélio Nardini mais bem colocados na prova.

Corrida infantil A Corrida Matilat/Nardini também fez a festa dos jovens de 7 a 17 anos, distribuindo brindes para os participantes da Corrida Kids. Os irmãos Maria Eduarda Vicente Santos (11ª colocada nos 100 m), Eduardo Gabriel (10º colocado nos 50 m) e Ana Carolina ( 5ª colocada nos 50 m) representaram a ABA/ DME no evento.

Futebol

Ronaldo Alves está no Náutico Porto Alegre, clube com quem tem contrato até 2014. De lá para cá ninguém tem visto o atleta jogar pela equipe colorada e várias pessoas se perguntam onde andaria o bom zagueiro bebedourense. No final de maio, o time gaúcho emprestou o jogador ao Náutico, time pernambucano que disputa a Série B do Brasileirão. No dia 11 de julho, contra o time paulista de Americana, Ronaldo foi expulso de campo por causa de uma confusão com um atacante

Marcos Nagelstein

Na edição nº 6 (março/2011), o jornal Brasil Atual – Bebedouro contou a história do zagueiro bebedourense Ronaldo Luiz Alves, de 21 anos, que disputou o Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, em 2010, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Filho dos ex-apanhadores de laranja José Luiz Alves (50) e Zoraide Timóteo Alves (46), residentes no Alto da Boa Vista, Ronaldo defendia na ocasião o Internacional de

Lucas Uebel/VIPCOMM

Bebedourense foi emprestado pelo Inter gaúcho ao time pernambucano

Dois momentos de Ronaldo Alves: treinando no Internacional e posando para a foto

adversário e ficou afastado por dois jogos. “Aprendi com o que

aconteceu. Não se pode cair na provocação de outros atletas” –

disse o defensor alvirrubro, que voltou ao time titular.


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Horizontal – 1. Divisão de ganhos ou despesas; Sigla de Rondônia 2. Nome de certo capitão, romance de Érico Veríssimo; Homem ruim 3. Agência Nacional (sigla); Cosmético em pó, avermelhado, que se aplica no rosto para deixá-lo corado; Partido Republicano 4. Sozinho; Associação Portuguesa de Aviação Ultraleve; Espaço vazio ou desocupado 5. Pessoa que não tem fé; O protocolo sob o qual assenta a internet 6. Sexta nota musical; Norma de proceder ou ponto de vista, em certas conjunturas (plural) 7. É, em francês; Época 8. Nome de uma cidade mineira; Passar pelo coador 9. Sorri; Labareda; Som do cabrito 10. Cabana indígena; Caminhonete usada no transporte coletivo de um pequeno número de passageiros 11. Pedido de socorro; Companheiro de Teodoro na dupla sertaneja

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Vertical – 1. Nascidos no Brasil 2. Referente aos nomes próprios 3. Rádio Difusora (sigla); Forma sincopada de está; Carta do baralho 4. Nome comum a vários peixes de forma achatada, com três barbatanas no rabo fino com um ferrão na ponta; Unidade Cristã (sigla) 5. Célebre personagem de Walt Disney 6. Fêmea do cavalo; Alcoólicos Anônimos 7. Alimento preparado com leite coalhado por fermento lácteo; Museu de Arte Moderna 8. Bairro carioca 9. Aumentativo de vida; Caminhe 10. Lisonja, adulação; Aliança Ministerial Apostólica Internacional (sigla) 11. Metal dourado; Calmo, tranquilo

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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas b r a s i l e i r o s

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Palavras cruzadas

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