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Distrib
Bragança
Jornal Regional de Bragança Paulista
Gratuuiição ta
nº 1
Abril de 2012
banco
habitação
o medo do green park 324 famílias temem ser despejadas enquanto esperam a regularização do loteamento
É seguro? A pergunta é feita por clientes e funcionários das agências e postos
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privataria
bons de bico Como o PSDB comandou a roubalheira que movimentou US$ 2,5 bi
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futebol tempo
Chove cada vez menos na cidade Nos três primeiros meses de 2012, precipitação é a menor dos últimos 10 anos Pág. 5
custa caro Profissionalismo (quase) elimina os times de bairro da cidade
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Bragança Paulista
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Um espectador
banco
Livrai-nos do mal
Caro leitor, você está recebendo o primeiro número do jornal Brasil Atual, edição de Bragança Paulista, cujo compromisso é o direito à informação, que traz em si o debate das ideias. Ele será um veículo de comunicação que trará notícias do Brasil e do mundo e noticiará os problemas locais, privilegiando os interesses da comunidade e unindo, por meio da informação, as pessoas que nela vivem. Por isso, caro leitor, convidamos você a fazer parte desse projeto de comunicação. Leia, discuta, opine, sugira, critique. Enfim, participe. Já a partir da próxima edição, o leitor terá um espaço para dar sua opinião sobre qualquer tema. Inclusive sobre o nosso projeto. Então, mãos à obra. A edição inaugural relata o receio das famílias que vivem no Green Park – algumas desde 1987. Essa gente simples, que espera a regularização e a urbanização do loteamento, teme ser expulsa da área que ocupa há anos pela tropa de choque da Polícia Militar, como ocorreu recentemente no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. Outra reportagem desta edição mostra o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que nos revela como o PSDB operou a maior falcatrua brasileira, nos tempos da privatização. Bons de bico, esses tucanos. É isso. Boa leitura!
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determinado lugar – acordos com a receita municipal ou taxas judiciais, por exemplo. O posto do Bradesco na Prefeitura de Bragança funciona numa pequena sala, de
20 m², e só tem um vigilante, que não tem com quem revezar. No Fórum de Bragança, onde o movimento é maior, o salão é mais espaçoso, mas a falta de segurança é a mesma.
Roubo a bancos cresce 22,4%
A Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), revela que houve 1.591 ocorrências em 2011, média de 4,36 por dia. Do total, 632 foram assaltos (incluem sequestro de bancários e vigilantes) e 959 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos (incluem o uso de dinamite e maçarico). Foram 49 assassinatos, mais de quatro vítimas fatais por mês, sendo 32 em crimes de “saidinha de banco”. São Paulo lidera o ranking, com 538 ataques – a
divulgação
editorial
Porta giratória, biombos? Onde, quando? Essas perguntas são feitas pelos usuários do sistema bancário, assustados com a segurança de clientes e funcionários. Em muitas agências faltam dispositivos de segurança previstos em lei, mas nos correspondentes bancários – Correio, lotéricas, lojas –, o quadro é pior. Nem bancário há. À maioria da população, obrigada a pagar quase tudo por meio de boletos, resta contar com a sorte e rezar para não ser assaltada. Pior ainda quando a obrigação de pagar tem de ser cumprida em um
Andréa Ono
Segurança de clientes e funcionários está por um fio
Secretaria de Segurança mostra que o roubo a bancos cresceu 22,4% em São Paulo, em dez meses. Instaladas no fim dos anos 1990, as portas giratórias reduzem os assaltos. Em 2000, houve 1.903 ocorrências. Em 2010, o número baixou para 369, queda de 80,16%. Já em 2011, alguns bancos retiraram as portas giratórias e o número
de assaltos subiu para 422, crescimento de 14,36%. Um estudo do Dieese e da Contraf-CUT mostra que os cinco maiores bancos lucraram R$ 37,9 bilhões e destinaram R$ 1,9 bilhão para segurança e vigilância – comparado a 2010, houve queda de 5,45% para 5,20% do lucro em gastos com segurança. “Os bancos têm de ser responsáveis pela segurança de clientes e funcionários e não empurrar para o Estado esse ônus, ao exigir que a Polícia Militar faça a segurança das agências” – afirma Rodrigo Franco Leite, presidente do Sindicato dos Bancários de Bragança Paulista e Região.
Expediente Rede Brasil Atual – Bragança Paulista Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Andréa Ono, Enio Lourenço, Marcel Barros, Moriti Neto e Rodrigo Franco Leite Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita
Bragança Paulista
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A privataria tucana
Privatização: livro denuncia Serra, família e amigos Os tucanos comandaram o processo de privatização das empresas públicas na década de 1990, que movimentou US$ 2,5 bilhões e distribuiu propinas de US$ 20 milhões, segundo o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., de 320 páginas – 200 de texto jornalístico e 120 de reprodução de provas. Baseado em documentos, Amaury mostra como o PSDB vendeu o patrimônio público a preço de banana. Entre a compra e a venda, funcionava a lavagem de dinheiro e suas conexões com a mídia e com o mundo político. Os envolvidos são gente
divulgação
E conta como o PSDB comandou a maior falcatrua no Brasil, que movimentou US$ 2,5 bilhões
Serra, a filha Verônica, FHC e Ricardo Sérgio: tucanos no livro
do alto tucanato: o livro liga o ex-candidato do PSDB à presidência, José Serra, a um esquema de desvio e lavagem de
dinheiro e o acusa de espionar adversários políticos. “Quando ministro da Saúde, Serra criou uma central de montagem de
dossiês na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no governo FHC.” O livro afirma também que o esquema era feito por meio de empresas off-shore das Ilhas Virgens Britânicas, e foi idealizado pelo ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e ex-tesoureiro da campanha de Serra e FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira. Outros esquemas semelhantes eram realizados pelo genro dele, Alexandre Bourgeois, por sua filha Verônica – que mantinha empresa em sociedade com a irmã do banqueiro Daniel Dantas – e pelo seu sócio, Gregório Marin Preciado.
Como era o esquema de corrupção dos amigos e parentes de José Serra? O tesoureiro do Serra, o Ricardo Sérgio, criou um modus operandi de operar dinheiro do exterior, e eu descobri como funcionava o esquema. Eles mandavam o dinheiro da propina para as Ilhas Virgens, um paraíso fiscal. Depois, simulavam operações de investimento para a internação de dinheiro. Usavam umas off-shores que simulavam investir dinheiro em empresas que eram deles mesmos no Brasil, numa ação muito amadora. Como você pegou isso? As transações estão em cartórios de títulos e documentos. Movimentou bilhões? Bilhões. Os banqueiros, ligados ao PSDB, formados na PUC do Rio, com pós-
divulgação
A entrevista com o autor das denúncias
Amaury Ribeiro Jr.
-graduação em Harvard, sofisticaram a lavagem de dinheiro. A gente é simples, formado em jornalismo na Cásper Líbero, mas aprendeu a rastrear o dinheiro deles. Eles inventaram um marco para lavar dinheiro, seguido por criminosos como Fernando Beira-Mar, Georgina (de Freitas que fraudou o INSS). Os discípulos da Ge-
orgina foram condenados por operações semelhantes às que o Serra fez, que o genro dele, Alexandre Bourgeois, fez, que o Gregório Preciado fez, que o Ricardo Sérgio fez, que o banqueiro Daniel Dantas, que comandava a corrupção, fez. Serra espionava o Aécio? Está documentado. Ele contratou a Fence Consultoria, empresa que faz varreduras contra grampos clandestinos, no Rio de Janeiro. O Serra gosta de espionagem e manda espionar os inimigos dele. Ele contratou a empresa de um coronel baixo nível da ditadura. O pretexto era que fazia negócio de contraespionagem. O doutor Ênio (Gomes Fontenelle, dono da Fence) trabalhou na equipe dele. Para espionar o Aécio. E a ex-governadora maranhense Roseana Sarney?
Está no Diário Oficial. O agente era o Jardim (Luiz Fernando Barcellos), ligado ao Ricardo Sérgio. Mas a imprensa defende o Serra e não divulga. Dilma contra-atacou com arapongas também? Não. As pessoas que trabalhavam na campanha da Dilma eram ligadas ao mercado financeiro. Me chamaram porque vazava tudo. Os caras faziam uma reunião e, no dia seguinte, estava na imprensa. Eu achava que era coisa do (ex-deputado tucano Marcelo) Itagiba ou do (candidato a vice-presidente, deputado do PMDB, Michel) Temer. Aí veio a surpresa: era o fogo-amigo do PT, de Rui Falcão (atual presidente do PT e deputado estadual).
As perdas O governo FHC arrecadou R$ 85,2 bilhões com a venda das empresas públicas. Mas o país pagou R$ 87,6 bilhões para as empresas que assumiram esse patrimônio – R$ 2,4 bilhões a mais do que recebeu. O prejuízo veio porque o governo absorveu as dívidas das empresas, demitiu um monte de gente, emprestou dinheiro do BNDES aos compradores e aceitou como pagamento o uso de “moedas podres”, títulos do governo que valiam metade do valor de face. A “costura”, feita por Ricardo Sérgio, envolvia o pagamento de propina dos empresários que participavam do processo. O dinheiro era lavado em paraísos fiscais. Promoveu-se um desmonte das empresas públicas, fazendo-as parecer mais inoperantes do que eram – assim, quase foram pelo ralo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o livro prova a importância do combate do movimento sindical ao processo de privatização. “A velha imprensa não repercute as graves denúncias e mostra a sua parcialidade. Esperamos que o Ministério Público e a Polícia Federal investiguem esses crimes de que trata o livro e retomem para os cofres públicos todo o dinheiro desviado.”
Bragança Paulista
4 habitação
As muitas faces da ocupação no Green Park Com déficit habitacional de pelo menos 10 mil moradias numa cidade de 150 mil habitantes, há 188 ocupações irregulares em Bragança Paulista, segundo o programa Cidade Legal, do governo do Estado. Entre elas está o Green Park, loteamento aprovado pela Prefeitura em 1987, que possui o maior número de famílias assentadas à espera de regularização e urbanização. Os proprietários do terreno acumulam mais de 365 execuções fiscais por não pagarem impostos. Estimativa da Prefeitura aponta que 324 famílias moram no terreno – cerca de 1360 pessoas. Vindas de vários estados do país, elas se espalham nas ruas classificadas por números, sem asfalto,
Moriti Neto
Com dívida milionária, área abriga 324 famílias que esperam regularização
Minas Gerais e está no Green Park desde 2004. Ali conheceu a esposa, Roseli Aparecida, vinda de Tuiuti, cidade vizinha a Bragança. Hoje, eles, sete filhos e um amigo dividem uma casa simples na Rua 3. Um dos moradores
saneamento básico e outros itens de infraestrutura. E anseiam pela resolução do problema que se arrasta há anos, assim como a ausência do poder público. O auxiliar de serviços gerais Carlos Batista veio de
mais ativos pela regularização da área, Carlos participou de reuniões que poderiam solucionar o problema. Porém, os discursos não viraram realidade. “A última reunião no bairro foi em 2010, com o advogado da proprietária e gente
da Prefeitura. Falaram em resolver, em dar documentos de propriedade aos moradores, mas, depois disso, não conseguimos informações sobre o projeto” – diz ele. Márcio Juviniano Barros, chefe da Divisão de Habitação da Prefeitura, diz que o projeto de regularização e urbanização do Green Park existe, pois a área está inscrita no programa Cidade Legal, do governo do estado. São 280 unidades para regularização e urbanização, algo perto de 200 mil m² de terreno. “Mas – ele diz – há moradias que estão em Áreas de Proteção Permanente (APP). Essas pessoas terão que ser removidas. Legalmente, não dá pra mexer nesses locais.”
História comum: a angústia por uma casa
Moriti Neto
A lavradora Maria de Lourdes Soares chegou de Ilhéus, Bahia, há 17 anos, após a morte do marido, e foi morar em Piracaia com uma filha. Mas há nove anos a filha morreu vítima de câncer e a família – Maria de Lourdes e três netos – decidiu ir para o Green Park, na Rua 2, numa área próxi-
ma a uma APP. “Queria saber do nosso destino, se ficamos aqui ou não. Ninguém fala nada” – diz. Uma neta, Letícia Soares dos Santos, monitora no Ponto de Cultura Semear – instituição que trabalha com muitas crianças de 4 a 11 anos, do Green Park –, resume a condição dos moradores: “Na eleição, todo político vem
aqui e promete dar um jeito. O atual prefeito (João Afonso Sólis, o Jango, do PSDB) foi um desses. A eleição passou, o segundo mandato dele está no fim, e nada”. Letícia sabe que a família pode ser removida da Rua 2, mas crê que falta rapidez ao poder público, até na circulação de informações. “A gente
Sem informação: o medo do Pinheirinho Na Rua 2 mora também a cozinheira Maria Conceição Rodrigues Santos. Na pequena casa de alvenaria, ela, o marido e duas filhas pequenas estão há três anos. A família saiu de Salvador, na Bahia, e encontrou o Green Park
por indicação de um parente. “Na Bahia era difícil, não havia oportunidade. Então, meu marido veio e arrumou trabalho de ajudante de pedreiro. Eu não queria muito vir, mas acabei cedendo” – relata. Hoje, Conceição não
esconde as preocupações pela incerteza de viver no Green Park. “Mudamos com muito medo. A gente não sabia o que ia encontrar. Só sabia que a área tem uma dívida grande e que a Prefeitura poderia regularizar as nossas casas.
Agora, tem a história de que vão retirar parte do pessoal. A gente viu o que aconteceu no Pinheirinho: expulsos, os moradores ficaram sem casa, né?” O chefe de Habitação da Prefeitura, Márcio Juviniano, afirma: “Uma parte das casas
quer o melhor – asfalto, saneamento, transporte adequado. Tudo falta aqui. Se for pra ficar, a gente quer arrumar o lugar, melhorar as condições. Se for pra sair, que seja pra um lugar com estrutura. O problema é que não temos certeza de nada, pois as decisões não são informadas.”
da Rua 2, as que estão em área de APP e fazem fundo com a rua principal, terá de ser removida. Esse pessoal será transferido para um conjunto habitacional, ainda em construção, no bairro Águas Claras”.
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5 tempo
Outro Green Park?
Chove cada vez menos A precipitação de 2012 foi a menor em 10 anos
Em janeiro, eles entraram com ação de reintegração de posse no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Os desembargadores concederam a liminar, mas recomendaram que a medida fosse expedida no Fórum da Comarca de Bragança Paulista, em audiência com a presença dos representantes de 20 famílias da ocupação, testemunhas e os donos do terreno. Na audiência, dia 7 de fevereiro, a expedição da liminar de reintegração de posse foi negada pelo juiz de direito da 3ª vara cível da cidade. Também foi apresentada uma proposta de compra do terreno pelos moradores, que não foi aceita. Representantes da ocupação garantem que dez famílias se estabeleceram no local há mais de oito anos. Um recurso dos proprietários, protocolado na segunda quinzena de fevereiro no TJ-SP, tenta derrubar a decisão do juiz que negou a liminar e conseguir a reintegração de posse.
fabiano Sperendio
Moriti Neto
No dia 16 de janeiro passado, cerca de cem pessoas ocuparam um terreno vizinho ao Green Park. O grupo, que já cresceu e é formado em boa parte por parentes de moradores da primeira ocupação, alega que a área estava abandonada, no mínimo, há uma década. “Ocupamos o lugar e dividimos a área em pequenos lotes” – conta o mecânico Rosinal Félix Ferreira, um dos ocupantes. As ruas foram demarcadas e o terreno dos moradores ficou com oito metros de frente para que cada família pudesse ocupar um lote. Neles, pequenas moradias foram erguidas. “A nossa intenção não é fazer favela. Nós queremos construir de tijolo. A intenção não é tomar nada, nossa proposta é de comprar os lotes” – diz Rosinal. A situação no local é mais delicada do que no Green Park. O chefe da Divisão de Habitação da Prefeitura de Bragança, Márcio Juviniano Barros, explica as diferenças: “No Green Park, as pessoas ocuparam um local que tem dívidas reconhecidas com a Prefeitura e os moradores estão cadastrados em um programa habitacional. Na segunda ocupação, não há registros de abandono, como alega o grupo que entrou na área. Os impostos estão sendo pagos e os proprietários querem o terreno”. Os donos do lote são Lázaro Batista Nogueira e Lázaro Marcelo Nogueira.
As águas da represa do Jaguari alagaram Bragança Paulista, em 2010
A quantidade de chuvas registrada em Bragança Paulista nos três primeiros meses de 2012 foi 38% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Os dados são do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas, do Instituto Agronômico de Campinas (Ciigaro/IAC), que mantém unidades de monitoramento em várias cidades da região. A precipitação no período é a menor registrada nos últimos 10 anos na “época das águas”. A chuva acumulada em 2002 foi 617,8 mm. Nos mesmos meses de 2012, a soma da quantidade de chuvas foi de 470 mm, 23,7% menos. A chuva diminuiu bastante na última década, a exceção de 2010, quando ocorreram enchentes de grande propor-
ção em Bragança e Atibaia. Naquele ano, a pluviometria do primeiro trimestre foi de 820,2 mm, quase o dobro do que choveu este ano – em 2012, foram 42 dias secos no primeiro trimestre. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) a desertificação da terra no Brasil soma mais de 1,34 milhão de quilômetros quadrados e abrange 31,6 milhões de habitantes (17% da população). Ao longo dos anos, a exploração de recursos naturais somada às mudanças climáticas provocam os mais variados impactos nos ecossistemas e, em diversos casos, a degradação da terra e redução da oferta de água e alimentos. Pesquisa da Embrapa sugere que a geografia da pro-
dução agrícola brasileira vai mudar nos próximos anos. Essa tendência já pôde ser comprovada com o aumento da oferta de produtos escassos durante as chuvas, como o tomate, cujo preços caíram 44,22%. Segundo os analistas do Instituto de Economia Agrícola (IEA), as secas que provocaram o atraso do plantio do feijão das águas nas principais regiões produtoras também elevaram os preços de um dos principais produtos da cesta básica do brasileiro. “Todos os anos, quase não temos tomate nesta época do ano para oferecer. Mas em 2012, chegou a sobrar” – informa Fabiano Sperendio, gestor operacional da Cooperativa Entre Serras e Águas, sediada em Bragança.
Bragança Paulista
6 política
DE PRIMEIRA Devem, não negam
Dezessete vereadores de Bragança devem mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos. Eles usaram o dinheiro que não podiam e agora não pagam. Não negam a dívida, mas dizem que não têm como quitar. O Ministério Público já denunciou, falta a Justiça fazer sua parte. Os eleitores precisam ficar de olho, para não votar em quem poderá ser condenado por mau uso do dinheiro do povo. Se a Justiça não fizer a sua parte, vamos fazer a nossa assim mesmo.
Tráfico
Lá na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, a CDHU, todo mundo sabe que tem uma “boca de fumo” em frente ao Bloco Dois, só a Polícia não sabe. Pior, outro dia a empresa que cuida da iluminação foi lá e colocou lâmpadas. Os “manos” quebraram. A empresa voltou e os trabalhadores foram ameaçados. Chamada, a Guarda Municipal foi ameaçada. Sabe o que aconteceu? A Guarda correu! Até quando?
Devem, não negam II
Com o pedido de condenação e de inelegibilidade dos 17 vereadores, o cenário da política fica mais confuso ainda em Bragança. Pela lei da Ficha Limpa, já tem muita gente fora. Agora, se o pedido do Ministério Público for aceito, vão sobrar vagas na Câmara.
Esgoto
Impostos
Quando você compra uma lata de cerveja por R$1,50, paga de impostos R$ 0,68. Se o multimilionário Eike Batista comprar a mesma cerveja paga os mesmos R$ 0,68 em impostos. Como ele ganha muito mais que todos nós juntos, o imposto pra ele é uma baba. Para nós é muito, muito caro.
A Sabesp cobra tarifa de esgoto, mas não capta o resíduo produzido na cidade. Grande parte é despejado no rio Jaguari. O de Vargem continua sendo jogado acima da área de captação de Bragança. Pelo que havia sido acertado com o Município e o Ministério Público, a captação de esgoto deveria estar disponível em dezembro de 2011. Deveria! A conta chega pra todos, já o serviço...
Impostos II
Por isso, é preciso fazer a Reforma Tributária (rever a forma de cobrar impostos). Os ricos pagam menos da metade do que os pobres, se considerada a renda de cada grupo. É preciso inverter isso.
religião
Católicas, que respeitam a quaresma, indagam: “E daí?”
andréa Ono
Engana-se quem pensa que o sacrifício é coisa para quem vive à sombra da batina do padre
Jaci, Patrícia, Janice, Cláudia e Gil
Também é desinformado quem acredita que basta não comer carne vermelha ou se abster de bebida alcoólica. Com o passar do tempo, a maneira de colocar a fé à prova também evolui.
Há quem deixe de assistir novela, de entrar no Facebook, de frequentar baladas. Para muita gente, abrir mão de alguma coisa importante nesta época é legal. “A Quaresma vai da Quarta-feira de Cinzas à Sexta-feira Santa. São 40 dias que antecedem a Páscoa. As pessoas se preparam, seguindo o exemplo de Jesus, que jejuou por 40 dias, foi tentado, mas resistiu. Cada um faz sua opção de sacrifício. Eu não pinto as unhas de vermelho” – conta a bancária Jaci Godóy de Camargo, 51 anos, da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Bragança Paulista. Segundo ela, a decisão de
viver um sacrifício é individual. “Meu filho mais velho não consome álcool nesses 40 dias. Os outros filhos, eu não sei.” A professora e empresária Gil Schivinin, 38 anos, diz que, apesar da provocação dos amigos, carne, álcool e refrigerante ficam fora de seu cardápio durante a Quaresma, há quatro anos. “Sou superbaladeira, não frequento nenhuma igreja, não sou católica praticante. Nos churrascos, os amigos passam o copo de cerveja na minha frente, mas não abro mão”. Este ano, a analista de Recursos Humanos Janice Bernardi Camargo não comeu pão. No
ano passado, não comeu chocolate. “Pra mim, é um tempo de conversão, de mudança. São 40 dias de reflexão. Minha família é católica e apoia. Meus amigos, no início, achavam que era bobeira. Hoje, alguns passaram a fazer o mesmo. Então, é como se eu ganhasse um presente de Páscoa, uma vida nova, de alegria. Sou uma pessoa melhor após os dias de reflexão e conversão” – diz Janice, de 26 anos. Já a fisioterapeuta Patrícia Tommasi Ferreira, 30 anos, faz um sacrifício: não come pão doce. “É o que mais gosto de comer, mas não como doce nesta época há três anos.” A psicóloga
e funcionária pública estadual Cláudia Maria Silva, 36 anos, diz que é difícil cumprir a tarefa, mas a sensação que fica depois é o de que faria tudo de novo. “Faço sacrifício de Quaresma há cinco anos. Já fiquei sem comer chocolate, sem beber refrigerante, sem comer frutas. Não comer chocolate foi o mais difícil até agora” – confessa. Quem não é adepto da prática pode pensar que todo esse sacrifício é compensado com ovos de Páscoa e o almoço da Sexta-feira Santa. “Isso não é sacrifício. Que sacrifício existe em se encher de bacalhoada na sexta-feira? – questiona Jaci.
Bragança Paulista
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Esporte
Mais dinheiro, menos identificação
reprodução
Moriti Neto
O futebol amador de Bragança iniciou a fase de campeonatos organizados em 1949. Quatro anos de competições foram disputados – com um modelo que dividia em dois torneios os times das áreas urbana e rural. Em 14 de abril de 1953, surge a Liga Bragantina de Futebol, fundada pelos diretores de clubes Olímpio e Flávio Rodrigues, do Ferroviários Atlético Clube, Dedé Muniz, do Legionários Esporte Clube, e Francisco Batista de Lima, do Esporte Clube Marianos. Nos 63 anos de disputas organizadas no futebol amador bragantino, alguns clubes se destacam como vencedores históricos e retratam a dualidade entre os tempos do jogar com amor à camisa e o profissionalismo atual. Entre esses times, estão o Ferroviários, com 12 títulos, o Legionários, com seis troféus, e o São
reprodução
Custo do futebol amador de Bragança aumenta; relação com comunidades se dilui Lourenço, com 12 campeonatos. Hoje, os times arrecadam e contratam mais, mas o elo com as comunidades que representam diminuiu. É o que garantem personagens que vivenciaram o passado. Abner Antonio Sperendio, 69 anos, nasceu em Bragança e jogou nas três equipes como goleiro, nos anos 50 e 60. Ele descreve o ambiente da época. “As equipes vinham de origens e comunidades diferentes. Era mais que amor à camisa, era amor pela região de onde saíam” – conta. Relatos históricos apontam que quase nunca um jogador mudava de clube. “A rivalidade era muita, eu fui exceção” – explica Abner. “Só que eu tinha ligação com os três clubes, tinha raízes em várias partes da cidade. Normalmente, não era assim. O jogador começava e parava de jogar no mesmo time, pois estava fincado em um lugar” – completa.
Andréa Ono
Origens diversas e rivalidade em comum O time do Ferroviários, da região do Taboão, nasceu da organização dos operários da Estrada de Ferro Bragantina, em 1948, quando surge também o Legionários, no bairro do Matadouro, apenas seis meses depois. “A rivalidade desses dois times era incrível, parava a cidade não só nos dias de confronto. O jogo era assunto nas semanas que o antecediam e sucediam” – diz o historiador bragantino Joel Mancinelli.
No ano da fundação da Liga Bragantina foi fundado o São Lourenço, da região do Lavapés, que representa uma comunidade diferente dos outros dois clubes. “Se o Ferroviários era um time de forte organização operária e o Legionários vinha de uma área rica de comerciantes e cerealistas, o São Lourenço nasce de lugar mais pobre, com dificuldades bem maiores” – lembra Mancinelli. Numa cidade pequena, o que dividia os jogadores eram as
fronteiras impostas pelos bairros e as origens. A rivalidade era o motor dos clubes. Hoje, o conjunto de regras é mais rígido, há maior atenção da mídia local e os campeonatos parecem mais organizados, com quatro divisões e 80 clubes participantes. Os times também têm dificuldade em segurar as revelações. Muitas vezes, gastam bom dinheiro para reforçar os elencos. “Antes, quem revelava mais era melhor. E manti-
nha os laços com a comunidade, pois os jogadores eram dos bairros. Agora, gasta-se até R$ 500 por partida para pagar um veterano do profissional, como fizeram com o Macedo (atacante bicampeão mundial pelo São Paulo Futebol Clube, na década de 90, jogador do Ferroviários, em 2011). O esquema é semiprofissional. O time, se for campeão, tudo bem, se não for, paga caro” – finaliza o historiador.
Bragança Paulista
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foto síntese – represa de piracaia
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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.
Respostas
Horizontal – 1. Diz-se de pessoa que gosta de contar vantagens ou de mentir para se promover 2. Som, ruído; Impor silêncio 3. Traço ou caminho sem desvios ou curvas; Ordem dos Advogados 4. Clarear 5. Recobre o corpo das aves 6. Cidade da Hungria; Oitavo mês do ano 7. Cachorro; Três vezes; Ala de um exército 8. Segundo a psicanálise freudiana, um dos três componentes estruturais básicos da psique; Argola; (Abrev.) Cruzeiro 9. Veia do coração; Elemento químico de número atômico 53 10. Casas humildes. Vertical – 1. Incidente, aventura, fato imprevisto ou palpitante 2. Diz-se de motor em alta rotação 3. Que não dá espaço a contestações; Iniciais de Roberto Carlos 4. Aia; Registro escrito do que ocorreu em uma sessão 5. Antes de Cristo; Na retaguarda 6. Instrumento muito usado no campo; Indivíduo de pele escura 7. Primeira letra do alfabeto grego; Expressão de saudação; Instituto de Biociências 8. Contração do pronome te e do pronome a; Qualquer quadrúpede usado na alimentação humana; O colorido predominante em um corpo 9. Anel, argola; O tempo que vai do meio-dia até anoitecer 10. Que demonstra muita crueldade.
p a r l e c o r e t a i l u m p e n a e r d c a o i d a a o r t s c a
a p a c a l f i n a e a g o t r i r o a i s e b
Palavras cruzadas
t a a r o r e s t a c r o d r e
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