Jornal Brasil Atual - Itanhaem 02

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Itanhaém

Jornal Regional de Itanhaém

nº 2

Distrib

Gratuuiição ta

Fevereiro de 2012

exposição

bons de bico

privataria tucana O PSDB comandou o maior roubo no Brasil, que movimentou US$ 2,5 bilhões

jararaca-ilhoa Ilha Queimada Grande, um lugar que esconde cobra em extinção

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Convento Verônica Serra

José Serra

ainda em pé Prédio tombado pelo Patrimônio Histórico e a união contra o desleixo

Pág. 3 FHC

Ricardo Sérgio

ciclismo

reintegração de posse

um verdadeiro choque de horror Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos Pág. 6

prova da cidade Mais de 300 atletas pedalam no 26º Torneio de Itanhaém

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editorial Há três episódios recentes da política estadual paulista que ilustram bem a serviço de que interesses pulsa o governo do Estado e para que serve a Polícia Militar: a invasão da Universidade de São Paulo e a consequente prisão de estudantes, a malfadada ação contra os dependentes de droga da Cracolândia e o choque de horror produzido pela tropa para desalojar mais de 6.000 pessoas do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba – vale lembrar que a ação foi urdida de maneira furtiva e rápida, pois as partes negociavam com o governo Federal quando uma reintegração de posse foi dada pelo juiz Rodrigo Capez, irmão do deputado federal Fernando Capez, do PSDB, a pedido da massa falida da empresa Selecta, do doleiro Naji Nahas. Não bastasse a triste constatação revelada pelo livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., onde é contada, tintim por tintim, a história de um dos maiores roubos levados adiante na política brasileira durante a desditosa privatização levada a cabo pelos tucanos – a matéria é tema de nossa presente edição e pode ser lida no site www.redebrasilatual.com.br/jornais –, o partido revela agora a sua face mais cruel, o seu lado mais desumano. Os três fatos, melancólicos por si sós, são reveladores de um governo que vai chegando ao fim passando a sensação de total menosprezo à população, que se apaga deixando as trevas como rastro e a estultícia como pegada. É isso. Boa leitura!

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Jararaca-ilhoa, uma bela cobra Ilha Queimada Grande é único reduto dessa serpente Em janeiro, a exposição Ilha Queimada Grande: O Espetáculo da Evolução, no Gabinete de Leitura, reuniu fotografias e curiosidades sobre a jararaca-ilhoa, colhidas por pesquisadores em expedições à Ilha Queimada Grande, em Itanhaém. Localizada a 35 km da costa continental de Itanhaém, a ilha é o único lugar do mundo onde é encontrada a cobra Bothrops insularis, a jararaca-ilhoa, serpente considerada “em perigo de extinção” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – o desembarque é proibido na ilha. Marcus Augusto Buonossato, biólogo e herpetólogo – que estuda répteis e anfíbios – explica o longo processo de evolução da jararaca, que levou 11 mil anos, adaptando-se ao novo habitat, na luta pela sobrevivência. “Podemos comparar Queimada Grande a Galápagos (ilha de estudos de

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Os Alckmistas estão chegando

exposição

Charles Darwin). Nesses milhares de anos de isolamento, a jararaca existente na Queimada Grande ficou menor, aprendeu a subir em árvores e a se alimentar de pássaros.” O biólogo Aníbal Melgarejo, chefe da Divisão de Zoologia Médica do Instituto Vital Brasil destaca que o veneno de cobra tem muitos segredos, que precisam ser estudados – no início do século 20, Vital Brasil fez uso ético de animais e deixou uma grande contribuição ao mundo científico. “O importante para preservar a população desta espécie é criá-la em cativeiro, oferecen-

do condições similares ao habitat natural, que favoreçam a reprodução.” Wilson Almeida Lima, chefe da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), diz que é preciso levar o conhecimento à população, como forma de despertar o interesse ecológico e a preservação do patrimônio natural. A transformação da Ilha em Parque marinho resultaria em maior fiscalização. “Isso inibiria a biopirataria. Itanhaém possui um patrimônio ecológico rico, pouco conhecido da população. A transformação da área é importante para proteger, de fato, o ecossistema.”

vale o que vier Lixo em Vila Loty Apesar das várias reclamações de moradores da Vila Loty, alertando sobre a não regularidade da atuação dos coletores de lixo, observamos que providências não foram tomadas, pois as ruas continuam repletas de lixo espalhado pelas calçadas, meio-fio, etc. Apesar do alto valor cobrado juntamente com o IPTU, o serviço não é realizado a contento, pois não há regularidade nos dias em que o lixo deveria ser recolhido. Se durante a “temporada” o número da população duplica ou triplica, por que não há um planejamento prévio de ações? Todo ano é a mesma coisa. A resposta da Prefeitura é sempre a mesma: “a população duplica, triplica”, mas ela não sabe disso?. José Santaella Ruiz Expediente Rede Brasil Atual – Itanhaém Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 Convento

Sem manutenção, estrutura do prédio fica em risco A vereadora professora Regina Célia de Oliveira (PT) elaborou um abaixo-assinado em prol da reforma e preservação do Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. Só no último dia 3, das 10 h às 13 h, quando iniciou a coleta de assinaturas, a parlamentar conseguiu o apoio de mais de 500 pessoas. “Contamos com o apoio popular para pressionar os órgãos governamentais a tomarem providências efetivas, não apenas medidas paliativas” – disse. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e ícone da história, cultura e turismo de Itanhaém, o Convento Nossa Senhora da Conceição, ao longo do tempo, vem sofrendo com a falta de manutenção permanente e adequada. Conforme laudo

Arquivo

Coleta de assinaturas para reforma e preservação do Convento já está em andamento

recente do Ministério Público Federal, o prédio possui muitas rachaduras, infiltrações no telhado e fiação elétrica danificada. Existe um pilar, segundo

o relatório do MPF, com a estrutura bastante danificada, correndo o risco de desabar. Outro problema grave é que o edifício histórico até

hoje não tem um sistema de segurança contra incêndios em conformidade com o padrão exigido pelo Corpo de Bombeiros. A área externa também

não recebe os devidos cuidados quanto a arborização, jardins e rampas de acesso. “Por isso é vital que os órgãos públicos, tais como o Iphan, Ministério da Cultura, Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), Mitra Diocesana de Santos e a Prefeitura de Itanhaém assumam a responsabilidade pela reforma e preservação do convento” – disse. A vereadora professora Regina ressalta que o Convento Nossa Senhora da Conceição faz parte da história do Brasil e de Itanhaém. “Não pode ser relegado ao abandono e à deterioração. Esperamos que as autoridades tomem as providências antes que seja tarde demais. Temos que zelar melhor pelo patrimônio da Cidade” – afirmou.

política

Contas de 2008 do prefeito Forssell são reprovadas O prefeito de Itanhaém, João Carlos Forssell (PSDB), teve as finanças de 2008 reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE). Dentre os motivos da desaprovação constam a falta de pagamento de precatórios judiciais e débitos não quitados até o final daquele ano. À decisão do TCE não cabe recurso e será encaminhada à Câmara Municipal, que fará o julgamento político da ação. Não

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Tribunal de Contas do Estado desaprova falta de pagamento de precatórios judiciais

há data marcada para votação da matéria. Em sessão realizada no mês passado, os conselheiros do TCE rejeitaram as justifi-

cativas apresentadas pela Prefeitura no reexame das contas. A assessoria técnica do colegiado entendeu que “qualquer despesa deverá ter a respectiva cobertura financeira”, sendo necessária “a existência de disponibilidade de caixa”. O setor jurídico da Administração alega que enfrentava “dificuldades financeiras” e não conseguia saldar débitos. Segundo a Prefeitura, as dívidas de precatórios evoluíram 48% em pouco mais de oito meses –

saltaram de R$ 10.678.738,50, em abril de 2008, para R$ 15.745.356,08, em dezembro. Em nota, a Prefeitura ponderou que o “órgão emite pareceres técnicos que auxiliam o trabalho do Legislativo”. Sobre a indisponibilidade financeira para pagar os restos do exercício de 2008, ela diz que vai aguardar a manifestação da Câmara para julgar a questão. A vereadora Regina Célia de Oliveira (PT) destaca que, ano a ano, as contas do pre-

feito Forssell vêm sendo rejeitadas pelo TCE. “Desta vez, existe a possibilidade de serem rejeitadas também pela Câmara, o que o tornaria inelegível. Espero que os vereadores façam uma análise crítica e acompanhem a decisão do TCE. Não podemos admitir tanta falta de planejamento e controle orçamentário. Não é um governo novato. Ao contrário, está no poder há mais de sete anos” – disse ela.


4 A privataria tucana

Privatização: livro denuncia Serra, família e amigos E conta como o PSDB comandou a maior falcatrua no Brasil, que movimentou US$ 2,5 bilhões

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Os tucanos comandaram o processo de privatização das empresas públicas na década de 1990, que movimentou US$ 2,5 bilhões e distribuiu propinas de US$ 20 milhões, segundo o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., de 320 páginas – 200 de texto jornalístico e 120 de reprodução de provas. Baseado em documentos, Amaury mostra como o PSDB vendeu o patrimônio público a preço de banana. Entre a compra e a venda, funcionava a lavagem de dinheiro e suas conexões com a mídia e com o mundo político. Os envolvidos são gente do alto tucanato: o livro liga o ex-candidato do PSDB à presidência, José Serra, a um esquema de desvio e lavagem de dinheiro e

Serra, Verônica, FHC, Dantas, Preciado e as Ilhas Virgens Britânicas: tucanos bons de bico

o acusa de espionar adversários políticos. “Quando ministro da Saúde, Serra criou uma central de montagem de dossiês na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no governo FHC.” O livro afirma também que o esquema era feito por meio de empresas off-shore das Ilhas Virgens Britânicas, e foi idealizado pelo ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e ex-tesoureiro da campanha de Serra e FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira. Outros esquemas semelhantes eram realizados pelo genro dele, Alexandre Bourgeois, por sua filha Verônica – que mantinha empresa em sociedade com a irmã do banqueiro Daniel Dantas – e pelo seu sócio, Gregório Marin Preciado.

Amaury Ribeiro Jr.

Como era o esquema de corrupção dos amigos e parentes de José Serra? O tesoureiro do Serra, o Ricardo Sérgio, criou um modus operandi de operar dinheiro do exterior, e eu descobri como funcionava o

esquema. Eles mandavam o dinheiro da propina para as Ilhas Virgens, um paraíso fiscal. Depois, simulavam operações de investimento para a internação de dinheiro. Usavam umas off-shores que simulavam investir dinheiro em empresas que eram deles mesmos no Brasil, numa ação muito amadora. Como você pegou isso? As transações estão em cartórios de títulos e documentos. Movimentou bilhões? Bilhões. Os banqueiros, ligados ao PSDB, formados na PUC do Rio, com pós-graduação em Harvard, sofisticaram a lavagem de dinheiro. A gente é simples, formado em jornalismo na Cásper Líbero, mas aprendeu a rastrear o di-

nheiro deles. Eles inventaram um marco para lavar dinheiro, seguido por criminosos como Fernando Beira-Mar, Georgina (de Freitas que fraudou o INSS). Os discípulos da Georgina foram condenados por operações semelhantes às que o Serra fez, que o genro dele, Alexandre Bourgeois, fez, que o Gregório Preciado fez, que o Ricardo Sérgio fez, que o banqueiro Daniel Dantas, que comandava a corrupção, fez. Serra espionava o Aécio? Está documentado. Ele contratou a Fence Consultoria, empresa que faz varreduras contra grampos clandestinos, no Rio de Janeiro. O Serra gosta de espionagem e manda espionar os inimigos dele. Ele contratou

a empresa de um coronel baixo nível da ditadura. O pretexto era que fazia negócio de contraespionagem. O doutor Ênio (Gomes Fontenelle, dono da Fence) trabalhou na equipe dele. Para espionar o Aécio. E a ex-governadora maranhense Roseana Sarney? Está no Diário Oficial. O agente era o Jardim (Luiz Fernando Barcellos), ligado ao Ricardo Sérgio. Mas a imprensa defende o Serra e não divulga. Dilma contra-atacou com arapongas também? Não. As pessoas que trabalhavam na campanha da Dilma eram ligadas ao mercado financeiro. Me chamaram porque vazava tudo. Os caras faziam uma reunião e, no dia

seguinte, estava na imprensa. Eu achava que era coisa do (ex-deputado tucano Marcelo) Itagiba ou do (candidato a vice-presidente, deputado do PMDB, Michel) Temer. Aí veio a surpresa: era o fogo-amigo do PT, de Rui Falcão (atual presidente do PT e deputado estadual).

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A entrevista com o autor das denúncias


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Silêncio ensurdecedor

De pronto tropeço em duas razões para o costumeiro silêncio ensurdecedor da mídia nativa. A primeira é tradição desse pseudojornalismo arcaico: não se repercutem informações publicadas pela concorrência. Tanto mais quando saem nas páginas impressas por quem não fala a língua dos vetustos donos do poder e até ousa remar contracorrente. A segunda razão é o próprio José Serra e o tucanato em peso. Ali, ai de quem mexe, é a reserva moral do País. Mino Carta, revista CartaCapital

seguir, estão os governistas PMDB e PSB (18 cada), PDT (17), PR (15) e PCdoB (13). Alguns oposicionistas – DEM (5), PSDB (4) e PPS (4) – também aderiram. No lançamento do livro, organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé na sede do Sindicato dos Bancários, Protógenes afirmou que a iniciativa visa a proteger a integridade física do autor do livro. “Não poderíamos demorar

Censura combinada

Em 47 anos de trabalho nas redações nunca tinha visto nada igual, nem na época da ditadura, quando a gente não era proibido de escrever, apenas os censores não deixavam publicar. Foi como se todos houvessem combinado que o livro simplesmente não existiria. Esqueceram-se que o mundo foi revolucionado por um negócio chamado internet, em que todos nos tornamos emissores e receptores de informações, tornando-se impossível esconder qualquer notícia. Ricardo Kotscho, TV Record e portal R7

ming’ e perder o Amaury”, lembrou. O jornalista corria o risco de “virar estatística”, segundo termos do delegado, “sofreria um ‘assalto’, diriam que reagiu”. A expectativa é de que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), instale a comissão em fevereiro, depois do recesso. “Se a CPI for mesmo aberta, vou avisar que o que está no livro é pequeno”, adiantou Ribeiro Jr. O ano novo promete.

Propaganda política

A chamada “grande imprensa”, por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados pela verba oficial e fazem propaganda política, demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, porque precisava analisar com tranquilidade o livro para verificar se ele realmente acrescenta dados novos às denúncias sobre as privatizações, e se tem provas. Merval Pereira, O Globo

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Michel Filho

no livro. As 185 assinaturas – 14 a mais do que o mínimo de um terço dos 513 membros da Câmara Federal – colhidas pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) incluem gente de todas as colorações partidárias. Embora os líderes do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do PT, Paulo Teixeira (SP), tenham preferido não assinar para manter a “neutralidade” que a relação com outras legendas exige,

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O governo FHC arrecadou R$ 85,2 bilhões com a venda das empresas públicas. Mas o país pagou R$ 87,6 bilhões para as empresas que assumiram esse patrimônio – R$ 2,4 bilhões a mais do que recebeu. O prejuízo veio porque o governo absorveu as dívidas das empresas, demitiu um monte de gente, emprestou dinheiro do BNDES aos compradores e aceitou como pagamento o uso de “moedas podres”, títulos do governo que valiam metade do valor de face. A “costura”, feita por Ricardo Sérgio, envolvia o pagamento de propina dos empresários que participavam do processo. O dinheiro era lavado em paraísos fiscais. Promoveu-se um desmonte das empresas públicas, fazendo-as parecer mais inoperantes do que eram – assim, quase foram pelo ralo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o livro prova a importância do combate do movimento sindical ao processo de privatização. “A velha imprensa não repercute as graves denúncias e mostra a sua parcialidade. Esperamos que o Ministério Público e a Polícia Federal investiguem esses crimes de que trata o livro e retomem para os cofres públicos todo o dinheiro desviado.”

rações ilegais e dificultar novos desvios, a discussão precisa passar pelo Congresso Nacional. O primeiro passo, porém, é a investigação. Depois da chegada aos pontos de venda, não tardou para parlamentares de diferentes legendas fazerem menção à publicação e entrar na agenda o pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. O fato relevante exigido pela Constituição para levar adiante a CPI da Privataria

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uma Comissão Parlamentar de Inquérito As perdas Por Para proteger o país de ope- está nos documentos contidos 67 petistas subscreveram. A muito para não perder o ‘ti-

Perda de critério

À perda de critério jornalístico se somaram intenções comerciais e políticas dos grupos jornalísticos. Como justificar o escândalo em torno de um avião alugado que transportou o Lupi, a denúncia de que Orlando Silva recebeu dinheiro na garagem e ignorar documentos levantados por Amaury Ribeiro Jr.? Os argumentos de Merval Pereira foram uma tentativa desesperada de convencer o procurador geral da República de que há critério jornalístico que impede que os jornais divulguem o livro. Luis Nassif, jornalista


6 reintegração de posse

A desastrosa ação da polícia. E outros desastres Tropa de Choque desaloja seis mil moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos

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Madrugada de 22 de janeiro, domingo. A maioria dos habitantes de São Paulo dorme. À socapa, com contingente cinco vezes maior do que o usado para a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, dois mil soldados da Polícia Militar paulista iniciam uma operação de guerra, das maiores em tempos recentes. De repente, a tropa aparece com cavalos, cachorros, escudos, cassetetes, carros blindados, revólveres, pistolas com balas de borracha, sprays de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo, tratores. E invade as casas. Os inimigos não são chefões do tráfico de drogas nem banqueiros flagrados em esquemas de lavagem de dinheiro. São 1.500 famílias – seis mil pessoas – do Pinheirinho, bairro de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Elas não têm nem como pegar seus documentos, mas tentam resistir. Montam barricadas, atiram pedras e paus, queimam carros. A história acaba com muita fumaça, gritos, choro e feridos.

A polícia e sua violência costumeira: pôs fogo nas casas e rendeu o povo armado de paus

Alvo de um imbróglio judicial, a área foi ocupada pelas famílias há sete anos. O terreno de 1 milhão de m² pertence à empresa falida Selecta, do doleiro Naji Nahas (veja abaixo). Há pouco tempo, Edson Cury, prefeito de São José dos Campos, do PSDB, solicitou à Justiça Estadual a reintegração de posse da área, a pretexto de cobrar uma dívida de R$ 15 milhões da Selecta em IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). No início de janeiro, a PM já tentara desocupar o terreno,

mas a resistência dos moradores abortou a operação. No dia 20, a Justiça Federal suspendeu a reintegração de posse. Um acordo firmado entre a Selecta e os advogados dos moradores, na presença de deputados de diferentes partidos, garantia a suspensão por 15 dias. Porém, alegando “conflito de interesses”, o desembargador Rodrigo Capez (irmão do deputado federal Fernando Capez, do PSDB), que respondia pela presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, ignorou a decisão fede-

ral e fez prevalecer a decisão da juíza Márcia Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, que determinava a reintegração de posse da área. Confiantes na validade da liminar da Justiça Federal e no acordo firmado com a Selecta, os moradores não se organizaram para resistir. A imprensa internacional – o britânico The Guardian, por exemplo – divulgou mortes na operação. A informação não foi confirmada oficialmente. Ninguém sabe o saldo de feridos. O

secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, foi baleado na perna. “Pelas costas, recebi tiros de bala de borracha, que me atingiram a perna” – disse. Jornalistas e deputados foram impedidos de entrar no Pinheirinho depois da ação. O governo tentou jogar a culpa nos moradores pela violência – um dia depois da desastrosa ação, a Secretaria de Segurança Pública divulgou que uma verdadeira fortuna em cocaína (338 quilos) fora encontrada na área desocupada. A truculência da polícia paulista do governador tucano Geraldo Alckmin recebeu críticas da opinião pública internacional. No dia 27, a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) Raquel Rolnik cobrou explicações das autoridades brasileiras sobre o caso. Ela disse que a operação foi marcada por “gravíssimas violações dos direitos humanos” e que o país caminha para trás em questões de cidadania.

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A Justiça dos ricos devolveu a terra a um criminoso O Pinheirinho era de um casal de alemães assassinado misteriosamente em 1969. A terra, sem herdeiros – portanto do Estado –, caiu nas mãos de Naji Nahas, um libanês que chegou aqui nos anos 1960, trazendo muitos dólares na bagagem. Em 1980, Nahas já era bem mais rico do que quando chegou: era dono de haras e investia na Bolsa de Valores do

Rio de Janeiro. Mas, em 1989, ele se sujou na quebra da bolsa carioca. Acusado de manipular o preço de ações para vendê-las por mais, Nahas acabou preso sob regime domiciliar. Condenado a 24 anos de prisão por crime de colarinho branco, contra a economia popular e formação de quadrilha, ele foi inocentado em 2004, mas voltou aos jornais com a operação Satiagraha,

acusado de lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. Hoje, o Pinheirinho pertence à massa falida da empresa Selecta, de Naji Nahas, e vale R$ 180 milhões. Antes abandonada, a área foi ocupada pelas famílias agora despejadas. Nela havia ruas pavimentadas, energia elétrica, água, coleta de lixo, comércio e igrejas. Se o local fosse considerado

Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), como o movimento queria, o bairro seria de moradias populares, o que diminuiria seu valor de mercado. Mas a especulação está de olho na área, que está próxima a um setor industrial de alta tecnologia e faz fronteira com condomínios de luxo de Jacareí, cidade vizinha.


7 ciclismo

26º Torneio de Ciclismo, uma festa de rua da cidade Alex Diniz e Valquíria Pardial vencem prova de Elite, que teve outras duas categorias Na categoria Elite feminino, Valquíria Pardial, de Pindamonhangaba, cruzou em primeiro lugar. “É uma prova tradicional e venho todos os anos. É praticamente a abertura do calendário de ciclismo, válido

A prova foi acirrada. Quase 300 atletas de diversas cidades paulistas, mais o argentino Francisco Chamorro disputaram no dia 11, na Avenida Washington Luiz, no Centro, o 26º Torneio de Ciclismo de Itanhaém. Na categoria Elite masculino, a vitória foi de Alex Diniz. No percurso, o atleta Chamorro, que já disputou provas internacionais na Turquia e na Espanha e também representava Sorocaba , ficou quase o tempo todo na liderança. Mas, no final, venceu Diniz. “A disputa foi emocionante” – disse ele.

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Classificação

escolinha de esportes

Elite feminina

Alex Diniz

Elite masculina

Fernando Sikova

Júnior

Douglas Garces Nunes

Sênior

Salva Surf Resgate Itanhaém

Tem de tudo na Prefeitura. Procure

Atletas fizeram manobras radicais nas ondas do mar Com manobras radicais, surfistas da região participaram da primeira etapa do Salva Surf Resgate Itanhaém, realizado dia 11, na Praia do Centro. Os 40 atletas foram divididos nas categorias iniciante, open e master. Todos demonstraram habilidade nas ondas. Na categoria iniciante, o primeiro lugar ficou com Luan Kawani. Na open, a vitória foi de Isaac Pereira. E na categoria master, o vencedor foi o atleta conhecido como Eduardinho.

mauro ramos

mauro ramos

zado na Avenida Condessa de Vimieiros, 1131, no Centro. O aluno deve levar consigo duas fotos 3x4, cópia do Registro Geral (RG) ou da Certidão de Nascimento, comprovante de residência e um atestado médico comprovando a aptidão física. Confira a lista com os horários e os locais dos treinamentos no site www.itanhaem.sp.gov.br.

Valquiria Pardial

surfe

Inscrições abertas

Itanhaém está com matrículas abertas para as escolinhas de basquete, capoeira, futebol de campo, futebol society, futsal, judô, karatê, kickboxing e natação. Para fazer parte da equipe, o interessado deverá comparecer das 8 h às 12 h e das 13 h às 17 h, no Centro Municipal Tecnológico de Educação, Cultura e Esportes (CMTECE), locali-

pelo ranking nacional” – disse a atleta, que concluiu com uma mensagem aos novos competidores: “O importante é gostar e fazer por amor. O ciclismo é um esporte sofrido em que o atleta tem de treinar muito”.

A lista com resultado final Iniciante 1º Luan Kawani 2º Thiago Araújo 3º Gabriel Leite

Open 1º Isaac Pereira 2º Eduardinho 3º Danilo Corona

Master 1º Eduardinho 2º Cheyne Kawani 3º Alexandre Mariano


8 foto síntese

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Horizontal – 1. (Geom.) Diz-se de linhas ou superfícies equidistantes em toda a extensão de outra linha ou superfície 2. Ficar amarelo, empalidecer 3. Diz-se de algo sem manchas ou sujeira; Seguia 4. Sigla de Moçambique na internet; Elevação das águas em mares, em virtude dos ventos e das marés; (Sigla) Observatório Tecnológico 5. (Sigla) Escritório de Arquitetura; Grupo formado por uma única família 6. Anos de vida; (Sigla) Antigo Testamento 7. Profissional que produz reportagens 8. Falta de exatidão, falha; (Informática) Programa que converte arquivos de imagem em dados digitais onde cada ponto do desenho é representado por sua coordenada 9. Canal de televisão do Brasil; Município de Minas Gerais 10. Satanás, demônio; Raspa, sobra 11. Qualquer período de tempo, como parte de um período maior; Cada um dos membros anteriores das aves, que servem para voar.

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Vertical – 1. Torcedor do Palmeiras 2. Sentimento de estima ou de solidariedade entre pessoas; Banda alemã de rock 3. Memória do computador regravável; Apuro 4. Nome de uma praia do Rio de Janeiro; (Sigla) Antes de Cristo; 5. Prenome de Trotski, revolucionário bolchevique; (Fem.) Resultado de errar 6. Forma antiga do artigo o; Quarta letra do alfabeto; Grande tronco de madeira 7. Percorra com a vista o texto; Cada uma das duas partes do corpo humano que ficam nas extremidades das pernas; Bolo de farinha de arroz e azeite de coco 8. Casa Indígena; Roçaduras 9. Igreja episcopal; Expressão usada para chamar alguém; Nome de um Estado do Norte do Brasil 10. Obras de engenharia de estradas, feitas para facilitar o trânsito nos cruzamentos de duas ou mais rodovias.

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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas p a l m e i r e n s e

a r a m a r i m p z o a a d a d e p o e r b r a t a p o c

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