Jornal Brasil Atual - Barretos 18

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barretos

www.redebrasilatual.com.br

Jornal Regional de Barretos

jornal brasil atual

Distrib

jorbrasilatual

Gratuuiição ta

nº 18

repressão

arapongagem

Abril de 2013

política

O que a ditadura vigiava em Barretos e o que José Maria Marin tinha com isso Operárias da anglo

trabalhadores rurais

bela parceria Educação: vereador Adilson busca apoio de Marcolino, líder do PT

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saúde

Elisa Branco

estudantes

não funciona UPA está pronta há sete meses, mas prédio continua inoperante

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futebol educação

pobres, negros e índios estão na universidade Edmar faz Ciências Sociais, Vanessa, Engenharia e Agenor formou-se em Som e Imagem Pág. 4-5

de mal a pior O Touro do Vale faz o caminho de volta à 4ª divisão do paulista

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outono

Barretos POLÍTICA

Vereador pede apoio a líder do PT O vereador professor Adilson Ventura (PT) esteve no gabinete do deputado Luiz Claudio Marcolino, líder do PT na Assembleia Legislativa, buscando apoio para a construção da Escola Estadual (do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio), no bairro Luiz Spina – conhecido como Predinhos Novos –, de um Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) e para que se denomine Escola Estadual

Aquino José

Por mais escolas, professor Adilson vai a Marcolino

Adilson e Marcolino: na luta

Professora Maria Helena Scannavino o colégio que será construído no bairro Zequinha Amêndola, em Barretos II. O professor Adilson pleiteou

também a construção de uma base da Polícia Militar no bairro Luiz Spina. Marcolino colocou-se à disposição das reivindicações de Barretos, comprometendo-se a lutar nas secretarias estaduais para que os pedidos da cidade sejam atendidos. No ano passado, o líder petista foi autor de emenda parlamentar que destinou R$ 150 mil para a compra de instrumental cirúrgico para a Santa Casa da cidade.

editorial pesquisa

Dilma: 63% de avaliação positiva Governo da presidenta tem avaliação melhor que o de Lula Segundo o Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (Ibope), em março, Dilma Rousseff bateu novo recorde e atingiu 63% de bom ou ótimo – maior percentual desde março de 2011, quando começou a pesquisa. Outros 29%, dos 2002 entrevistados em 143 municípios brasileiros, consideram o governo regular e 7% afirmam que ele é ruim ou péssimo. A aprovação do modo de governar subiu 1%, alcançando 79%, contra 17% dos que desaprovam. A confiança na presidenta subiu de 73% para 75%. E o otimismo para os próximos 16 meses de

divulgação

O período da ditadura militar, de 1964 a 1985 – golpe apoiado pela mídia comercial brasileira, conhecida hoje como PIG, o Partido da Imprensa Golpista – vigiou, prendeu e arrebentou muita gente pelo país. Barretos não passou ao largo. Pessoas e organizações da cidade – estudantes, sindicatos patronais e de trabalhadores, setores da Igreja e os notórios comunistas, caso entre nós de Elisa Branco – ficavam sob vigilância do Estado. Muitos foram mortos, e um dos casos mais escabrosos aconteceu com o jornalista Vladimir Herzog, em 1975, nas dependências do II Exército, em São Paulo. Muita gente contribuiu com isso. José Maria Marin foi um dos colaboradores. Em 1980, nos extertores da exceção, Marin, mandava ver no governo paulista e já carregava consigo a mancha de servir e servir-se dos militares. O tempo passou e o mesmo homem, já octogenário, assumiu a presidência da Conferação Brasileira de Futebol (CBF), em 2012 – em lugar de outro sujeito suspeito, Ricardo Teixeira, que foi morar em Miami. Mas a lama veio à tona. Do passado, Marin é acusado de perseguir o jornalista Herzog. Do presente, de surrupiar medalhas de jogadores e de superfaturar em compras de salas para a entidade. Enredado até o pescoço, Marin encontra amigos por aqui, como já os tinha em 1980 quando virou um cidadão barretense. A mancha maior foi tingida este mês pela Câmara Municipal, que aprovou uma moção de apoio do vereador Juninho Leite, do PTB, contra as “falsas declarações de que é vítima” tão excelsa figura. Durma-se com um barulho desses. É isso. Boa leitura!

mandato cresceu três pontos, chegando aos 65%. Três fatores possibilitaram a manutenção da avaliação positiva do governo Dilma: baixa taxa de desemprego aliada à manutenção da renda familiar, os pro-

gramas sociais e a personalidade e o carisma da presidenta da República. A pesquisa revela ainda que 61% dos brasileiros consideram o governo de Dilma igual ao do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Mas, pela primeira vez, aumentou o número de favoráveis a Dilma frente a Lula. Dessa vez, 20% da população considerou o atual governo melhor do que o anterior, que ficou com 18%. Em dezembro, a pesquisa mostrava que 21% dos brasileiros viam o governo Lula como melhor, enquanto 19% optavam pela presidenta.

Expediente Rede Brasil Atual – Barretos Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Aquino José, Enio Lourenço e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 6 mil exemplares Distribuição Gratuita


Barretos

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REPRESSÃO

DEOPS vigiou pessoas e organizações na cidade Acervo na internet revela quem esteve sob vigilância do governo durante a ditadura militar

Estudantes, pessoal do Frigorífico Anglo e a comunista Elisa: vigiados

beram. A decisão do juiz Cláudio Marques da Silva atendia a uma ação popular impetrada havia um mês. O protesto estudantil da Fundação Educacional de Barretos, de 2 agosto de 1983, também está registrado nos arquivos do Estado, assim como o ambiente de tranquilidade em que foi realizada uma reunião, no dia 5, entre os alunos e o presidente do Conselho da Fundação, na qual foi

mantido reajuste de 49,5% nas mensalidades. Outro episódio que consta dos arquivos é o movimento dos apanhadores de laranja de Barretos, em 16 de março de 1984. “Houve reunião no Sindicato entre trabalhadores e empreiteiras, tentando um acordo” – diz a ficha de 16 de maio de 1984. Da mesma forma, a notícia de que operários do Frigorífico Anglo lutavam

contra a jornada de 16 horas. “O Sindicato tentou negociar a pauta de reivindicações tirada em assembleia, mas a empresa foi para a mesa-0redonda sem qualquer proposta”. Já em julho de 1986, o Diário de Barretos anunciava que a CUT regional, a Comissão Pastoral da Terra e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais elaboravam uma cartilha que seria distribuída entre os apanhadores de

laranja, contendo informações sobre as principais reivindicações para o acordo coletivo da categoria. Por fim, a “comunista de projeção” Elisa Branco Batista, nascida em Barretos em dezembro de 1912, não podia estar fora do alcance da repressão. pois ela atuou politicamente em Barretos, na capital, em Santos e, pior, foi homenageada em Moscou. Elisa, já morta, é a barretense que possui prontuário de destaque no Deops.

divulgação

arquivo pessoal

O 1º Encontro dos Trabalhadores Rurais de Barretos, realizado no Centro Comunitário do Jardim Califórnia, que discutiu as reivindicações da categoria, foi monitorado pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), conforme registro de 15 de fevereiro de 1985. Da mesma forma uma reunião, realizada em 14 de maio de 1985 pela Associação Rural de Barretos, em que os sojicultores manifestavam desagrado com o preço da soja no mercado e marcavam um protesto. Em outubro de 1989, o Deops registrou uma notícia do jornal O Estado de S. Paulo, cuja manchete – “Juiz condena vereadores a devolver verba” – anunciava que os 17 vereadores de Barretos teriam de devolver aos cofres públicos parte dos subsídios que rece-

<www.arquivoestado.sp.gov. br/memoriapolitica>

CIDADÃO BARRETENSE

Câmara aprova moção de apoio a José Maria Marin

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O octogenário José Maria Marin, ex-governador do Estado e presidente da Confederação Brasileira de Futebol, está envolvido em negócios nebulosos que vão da compra superfaturada de salas para a entidade, no Rio de Janeiro, até ser um prócer da ditadura militar. Porém, na madrugada de 9 de abril, a Câmara de Barretos aprovou moção do vereador Juninho Leite (PTB)

Aquino José

Presidente da CBF é acusado de estar metido em embrulhadas e ser algoz da ditadura

Marin ganhou o apoio de Juninho – e da Câmara da cidade

de apoio a Marin, “contra a falsidade de declarações a ele atribuídas na morte do jornalista Vladimir Herzog”. A mo-

ção teve votos contra do professor Adilson (PT), Carlão do Basquete (PTB), Kiko Miziara (PV), Paula Lemos (PCB)

e Thalles do Samu (PSDB). O presidente da Casa, Leandro Anastácio (PTB), pediu que Juninho retirasse a proposta de apoio, mas ele justificou a posição afirmando que Marin é “homem humilde, que ajudou muito o Barretos Esporte Clube”. E lembrou que “ele é cidadão barretense desde 1980, título concedido pelo então vereador Gidrão Mefle Gidrão”. Preocupado com a exposi-

ção da Câmara, o presidente Leandro Anastácio referiu-se a Marin como uma figura ligada à ala radical da ditadura. Já Kiko Miziara (PV) sustentou que Marin é “um safado de mão-cheia, que participou da ditadura e é um ladrão de medalha” – disse, referindo-se ao fato de Marin ter embolsado uma medalha, que seria entregue a um jogador do Corintians, na Copa São Paulo de 2012.


Barretos

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Pobres, negros e índios chegam pela porta da frente

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62% da população apoia política de cotas, que revoluciona o ensino superior no país Por Cida de Oliveira

Voltar à escola e ter um trabalho longe da rotina extenuante do canavial. O sonho do índio terena Agenor Custódio, que dos 12 aos 18 anos

cortava cana em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, foi conquistado aos 39 anos, ao se formar em Imagem e Som pela Universidade Federal de

São Carlos (UFSCar). Agora, ele pode passar na seleção do programa de mestrado da instituição e disputar uma vaga na área de audiovisual ou na carreira acadêmica. A 230 km da capital, a UFSCar é uma das dez melhores universidades do país, segundo o Ministério da Educação. Agenor teve dificuldades para estudar. Adolescente, largou a escola para trabalhar. Aos 21 anos matriculou-se no ensino médio, que só concluiu aos 28 – mesmo assim, entrou na Faculdade de Turismo numa universidade pública de seu Estado. Estava no terceiro ano, mas parou por falta

(SP). Estudou em escola pública e, até o ensino médio, acreditava que toda faculdade era paga. Aprendiz numa indústria de autopeças, Vanessa fez modelação industrial – um curso técnico no Senai, junto com o colegial –, para entrar mais cedo no mercado de trabalho. Nos fins de semana, tinha aulas num cursinho popular. Aos 18 anos, viajou sozinha pela primeira vez e se matriculou em São Carlos. Sem computador portátil e com dinheiro que mal dava para o xerox, enfrentou dificuldades. “Tive muitas desilusões. Embora não seja declarado, o racismo existe” – afirma.

de dinheiro para alimentação, moradia e transporte. Mas o sonho não morreu. Em 2008 ingressou na UFSCar graças à cota para indígenas; em março, ele colou grau. “De outra forma seria impossível entrar numa universidade pública, gratuita, prestigiada, estudar, pesquisar e ter a chance no mestrado” – diz. Sua vizinha de república, Vanessa David de Campos, 23 anos, aluna de Engenharia de Produção, tem grandes expectativas. Ingressou na UFSCar em 2008, na cota dos negros. Primeira universitária da família, a futura engenheira cresceu na periferia pobre de Taubaté

Ex-metalúrgico, Edmar Neves da Silva, 21 anos, do terceiro semestre de Ciências Sociais, entrou na faculdade por meio da cota para oriundos da escola pública. Cursou a primeira metade do ensino fundamental na rede municipal de Mogi-Guaçu (SP), depois seguiu na rede estadual até o ensino médio. “A formação foi muito ruim” – lembra o estudante, que queria chegar ao ensino superior público, gratuito e de qualidade. O que o ajudou a suprir as falhas foi uma bolsa de um curso pré-vestibular particular, que ganhou em 2010, quando trabalhava de dia e estudava à noite e nos fins de semana. Dirigente do di-

retório acadêmico da UFSCar, Edmar é o segundo da família numa faculdade. A irmã mais velha cursou Administração com bolsa integral do Programa Universidade para Todos (ProUni) e faz pós-graduação em Marketing. Os pais não concluíram o ensino fundamental. Porém, ainda há gente que paga colégios caros para os filhos chegarem às universidades públicas, que se incomodam de vê-los dividir salas de aula com negros, indígenas e estudantes pobres – antes da adoção de cotas, em 2004, eles não estariam ali. Esse incômodo acabará quando a elite se conscientizar de que as boas escolas públicas são mantidas pelos impostos de todos. Há também casos como o

paulo pepe/rba

Por uma nova cultura. E bota cultura nisso

Graças às cotas, Vanessa, Edmar e Agenor chegaram lá

da fisioterapeuta Sílvia Martinez, que pagou boa escola particular para a filha que ficou na lista de espera da Universidade de Brasília (UnB). “Se não houvesse vagas reservadas

para as cotas, ela teria entrado. É uma mudança de mentalidade, que leva gerações para ser assimilada. Mas é uma questão de justiça social, vale a pena” – opina.

Um estudo dos pesquisadores Jacques Velloso e Claudete Batista Cardoso, da UnB – a primeira a adotar cotas para negros e pardos, em 2004 –, verificou que as cotas mais que dobraram as chances desses candidatos. Para completar, em agosto de 2012, a presidenta Dilma sancionou a lei de ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio. O prazo é de quatro anos para que as instituições reservem metade das vagas para estudantes do ensino médio de escolas públicas. Desse percentual, metade é para estudantes de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo per capita.


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Por meio da imprensa conservadora, os porta-vozes da classe social que o ex-governador paulista Cláudio Lembo batizou de “elite branca” espalham uma visão enviesada, segundo a qual as cotas ferem a igualdade e o mérito acadêmico, são ineficazes porque o problema está na péssima qualidade do ensino básico público, e não na má distribuição de renda, rebaixam o nível acadêmico, desfavorecem os brancos mais pobres em detrimento dos negros e prejudicam essa população ao estigmatizá-la como incompetente. Todos esses mitos vão sendo derrubados. Em 2006 e 2008, pesquisas do instituto Datafolha indicavam que mais de 80% da população aprovava as cotas. Em fevereiro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma pesquisa do Ibope que mostra que 62% dos entrevistados – dois em cada três brasileiros – apoiam cotas em universidades públicas para alunos negros, pobres e estudantes da escola pública. A pesquisa foi realizada em todas as regiões brasileiras e

constatou que é maior (77%) o apoio às cotas para os de baixa renda, seguido por 64% de aprovação às baseadas em critério de raça. A oposição é maior entre os entrevistados brancos, das classes A e B, moradores das capitais, nas regiões Norte e Centro-Oeste. E menor entre os que estudaram da 5ª à 8ª série, emergentes da classe C, nordestinos e moradores do interior. Segundo o jornal, os que buscam ascensão social e econômica são mais simpáticos a políticas que aumentem suas chances de chegar à faculdade. A pesquisa mostra que, em todas as camadas sociais, o apoio é maior que a contrariedade. “De 2004 a 2011, a proporção de pessoas pertencentes à faixa de menor renda aumentou no ensino superior, passando de 0,6% para 4,2%. No mesmo período, a inserção dos negros saltou de 5% para 8,8% e dos pardos, de 5,6% para 11%” – diz o professor João Feres Júnior, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

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Os negros na universidade são uma novidade nas aulas

Na avaliação de frei David Raimundo dos Santos, 60 anos, diretor da ONG Educação e Cidadania de Afrodescendentes (Educafro), a aprovação das cotas é fruto dos argumentos sólidos dos defensores da medida. “Com humildade, sabedoria e vigor, as pessoas esclarecem à opinião pública, o que não ocorre com os críticos que estão em 90% das reportagens contrárias publicadas nesses 10 anos” – diz. O juiz federal William Douglas, 45 anos, do Rio de Janeiro, era contrário às cotas dos negros, mas passou a defendê-las. Branco, filho de pai lavrador e mãe operária, ele não crê mais em “heroísmo”. “Minha filha estuda em colégio caro, de professores bem pagos e ótima estrutura, mas a maioria das crianças pobres estuda em escolas sem professores, carteiras ou banheiros. Não é justo exigir o mesmo desempenho na hora de entrar na universidade” – diz. As cotas valem apenas para o ingresso na faculdade. A permanência e a conclusão são por conta do aluno. Com o mesmo grau de exigência nos cursos, os cotistas superam as deficiências do ensino básico e rendem igual ou melhor

que os não cotistas. Em 2008, o desempenho acadêmico dos cotistas negros era de 6,41 e dos vindos de escolas públicas 6,56, acima do 6,37 dos não cotistas. Além disso, a taxa de conclusão dos cursos era maior. Embora as universidades estaduais paulistas não adotem o sistema de cotas, a Unicamp concede pontos adicionais na nota do vestibular dos egressos da rede pública. A comissão para o vestibular constatou que a nota média desses alunos beneficiados foi mais alta que a dos demais. Outra resposta ao discurso de que a política de cotas seria demagógica e os beneficiados abandonariam o curso vem de um estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A maioria dos cotistas já cumprira a maior parte dos créditos das disciplinas e o seu desempenho estava entre os mais altos em cursos como Matemática, Física, Engenharia Elétrica, Ciências Biológicas, Odontologia, Farmácia,

Filosofia, Comunicação, Nutrição, Psicologia e Direito. Os cotistas também estavam menos sujeitos a reprovação por faltas. Primeiro aluno a ingressar na UFBA por meio de cotas, Icaro Vidal formouse em Medicina em 2011. Negro e oriundo da escola pública, viu graduarem-se inúmeros grupinhos de estudantes brancos, formados nas melhores escolas particulares de Salvador. Nunca fez parte de nenhum deles, tampouco sentiu na pele preconceito por ser cotista. Mas sabe que existia, de forma velada. Médico do Programa de Saúde da Família da Prefeitura de Salvador e servidor estadual num instituto de criminalística, Icaro torce pela educação brasileira. “As cotas facilitam a entrada na faculdade, mas não são tudo. É preciso melhorar a escola pública. Atendo adultos e crianças de 12 anos que não sabem ler nem escrever.”

lucia correia lima/rba

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A voz da elite branca Como vencer o preconceito

Flagrante: o doutor Icaro atende seus pacientes


Barretos

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UPA está pronta há sete meses e ainda não funciona

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Aquino José

A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Barretos está pronta há 7 meses e nunca funcionou por falta de equipamentos. O assunto foi denunciado em reuniões do Fórum Popular da Saúde, pela imprensa local e foi debatido na Câmara Municipal. O Ministério da Saúde informa que enviou 2 milhões de reais para a construção do imóvel e seu equipamento. A administração anterior, do prefeito Emanoel Carvalho, PTB, diz que gastou a verba com a construção de um prédio melhor.

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Faltam equipamentos mas Ministério da Saúde informa que já mandou R$ 2 milhões

Rede de atenção psicossocial

Aquino José

Ainda este ano, Barretos, Bebedouro e Olímpia poderão contar com a Rede de Atenção Psicossocial para atender pacientes com problemas mentais e dependentes de álcool e drogas. Assim, a região garantirá a internação dessas pessoas no Centro

de Convivência, após o período de desintoxicação. A revelação foi feita pela enfermeira Maria Francisca Moreira Pires, da Diretoria Regional de Saúde (DRS), no Seminário sobre Atenção Básica, do Fórum Popular de Saúde da Região de Barretos.

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Atender bem não é favor

“Atender bem na saúde não é favor, é direito. O SUS é para todos e ninguém pode ser barrado” – diz o médico Francisco Morgado, o doutor Chicão, que participou do seminário sobre atenção bási-

ca, em 13 de abril, na Escola João Ferreira Lopes, na Vila Rios. Ele pregou que as pessoas se organizem nos bairros e exijam do poder público um atendimento de qualidade na saúde, lembrando que a nossa cultura política é muito autoritária. “Os poucos que reivindicam e confrontam são malvistos, considerados barraqueiros, mas se o atendimento na saúde não vai bem, organizem-se, façam passeata, pro-

testem, cobrem à Prefeitura, à Câmara, em busca de uma solução” – afirma. O médico também coloca em dúvida a “epidemia do crack”, que está na mídia. Ele salienta que há gente séria nas Comunidades Terapêuticas, mas também há muita picaretagem, com muita gente lucrando com isso. “O álcool é uma droga lícita, que traz mais problemas que o crack e ninguém fala disso” – alerta.

Em recente contato com o ministro Alexandre Padilha, o prefeito Guilherme de Ávila foi informado de que o Ministério da Saúde já enviou dinheiro para a obra completa e não disporá de mais recursos para a compra de equipamentos. Enquanto o impasse continua, a população fica sem atendimento. O vereador Adílson Ventura (PT) alerta que se demorar muito para a UPA funcionar, o prédio terá de passar por reformas em virtude de desgaste natural, sem nunca ter sido utilizado.


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futebol

Barretos retorna à 4ª divisão do futebol paulista

Aquino José

BEC foi rebaixado depois de fracassada campanha em 2013, causando irritação na torcida

O Touro do Vale teve três vitórias, dez derrotas e seis empates em 19 jogos disputados. O ataque marcou 19 gols. A defesa sofreu 32 tentos. Na classificação geral, o time somou 15 pontos e foi o 19º colocado (vice-lanterna) em seu grupo. Geime Rotta, André

Oliveira e Sérgio Caetano foram os técnicos que dirigiram o time na temporada. Na última partida da competição, dia 14 de abril, o Touro do Vale empatou em 1 gol com o São Bento de Sorocaba, sob o comando do ex-jogador Reinaldo Simão. Com o BEC caíram

o União São João de Araras, Palmeiras B e São Vicente. O presidente do BEC, Juninho Leite, afirmou que pretende manter as atividades no clube mesmo com o encerramento do campeonato. A ideia é reforçar o trabalho das categorias de base (Sub-15, Sub-17 e Sub20), visando a formação de atletas. A intenção é formar pratas da casa, para que o Barretos não fique nas mãos de profissionais sem nenhum vínculo e comprometimento com a cidade. Reinaldo Simão, atual coordenador das categorias de base do BEC, também entende que está na hora do Barretos acreditar nos jogadores da cidade.

Em maio, a várzea O Campeonato Varzeano da Liga Barretense de Futebol começa dia 5 de maio. Segundo a tabela, a primeira rodada da Série A prevê os seguintes jogos: Mutirão Santa Cecília x Camarões, no Paulo Prata; Inter-Marília x CSU, no Frigorífico; Barretos II x Vila Diva, no Rochão; Mutirão Gomes x Predinhos, no Cavalgando para o Futuro; ADPM x Habitar Brasil, na ADPM. São Bento x Nadir Kenan, no São Bento. A primeira fase

da competição vai até 4 de agosto. Nas outras séries os jogos começam dia 12 de maio. O grupo B1 terá partidas nas manhãs de domingo. A terceira divisão amadora, B2, vai jogar no período da tarde. O presidente do Barretos Esporte Clube, Juninho Leite, disse que está em entendimento com a Liga Barretense de Futebol para que os principais jogos da várzea sejam disputados no Estádio Antônio Gomes Martins, o Fortaleza.

BASQUETE

A formação de atletas de ponta para as Olimpíadas Centro de Excelência forma pessoal de alto rendimento; objetivo é 2016, no Rio de Janeiro

puta há 10 anos o Campeonato Paulista de Basquete, nas categorias Sub-15 e Sub-17. No segundo semestre, Barretos também vai competir nas categorias Sub-19 e adulto. “Várias atletas de Barretos se destacam no cenário do basquete

brasileiro” – lembra Jesus de Oliveira. “Fernanda Balbiano, do Ourinhos, foi eleita no ano passado a melhor jogadora da Liga Nacional. Naira,da equipe de São José dos Campos e Joyce Coelho, do Guarulhos também são barretenses.”

A Associação Amigos do Esporte conseguiu sua certificação para captação de recursos pela Lei Paulista de Incentivo ao Esporte – ela prevê que empresas repassem até 3% do valor que recolhem de ICMS à instituição. Dois projetos já estão autorizados para a captação e ambos trabalham com adolescentes e pré-adolescentes. Um deles incentiva a prática do esporte, o outro identifica novos talentos no basquete feminino.

Aquino José

O apoio de empresas

Aquino José

O Centro de Excelência fica no Cemep, no bairro América. Os treinos são diários, das 14 h às 18 h para as meninas, e das 18 h às 22 h, para os meninos. O projeto é coordenado pelo diretor da Associação Amigos do Esporte, Jesus de Oliveira. Para descobrir novos talentos do basquete, a meta do núcleo de formação é realizar peneiras todos os meses para atletas da região. Em 2013, o time masculino participará dos Jogos da Juventude, da Copa São Paulo e da Liga Regional de Ribeirão Preto. O Campeonato Paulista de 2014 também está nos planos da garotada. Já o time feminino dis-

“A captação de R$ 320 mil, autorizados pelo governo do Estado, pode ter sucesso. A entidade tem uma carta de intenções de doação da Usina Guarani, uma das empresas que mais pagam ICMS na região” – revelou o diretor Jesus de Oliveira.


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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas

Horizontal – 1. Quem faz pesquisa 2. Sigla do Rio Grande do Sul; Nome das plantas que causam irritação na pele 3. Que contém ópio; Liga Oficial Pokémon 4. Quadro-negro; Radical NO2, que torna mais ácida a molécula da qual faz parte 5. A letra R; Visto que 6. Tribunal Administrativo Tributário; Classe de compostos orgânicos com um radical hidroxila ligado a um núcleo de benzeno 7. Tornar mais fino 8. Sorri; Indica a pessoa que fala e funciona como sujeito da oração; Bashar Hafez al-, dirigente sírio 9. Cidade do Ceará; As três primeiras letras do alfabeto; Music Theatre International 10. Lugar com água e vegetação no meio de um deserto; Designa orelha. Vertical – 1. Trabalhador que vive apenas de seu salário 2. Casual, fortuita 3. Tenda, ou abrigo subterrâneo dos povos nômades do centro da Ásia; Símbolo do ósmio 4. Por pouco; Fonema correspondente à letra L 5. Nome de um bairro carioca; Plural de água 6. Que não tem bom sabor, insípido 7. Comuna da Suíça, localizada no Cantão Valais; Antônimo de forte 8. Símbolo de prata; Pau-d’arco, árvore de madeira muito resistente 9. Distúrbio da visão que impede a percepção de cores 10. Sobrenome do general que é patrono da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro; Antigo Testamento 11. Trecho musical que se executa depois de uma cerimônia.

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