Jornal brasil atual barretos 25

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BARRETOS

www.redebrasilatual.com.br

Jornal Regional de Barretos

jornal brasil atual

jorbrasilatual

nº 25

artiGo

DISTRIB

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Setembro de 2014

baNCários

CUidado Na UrNa Adesão dos bancos e dos caciques do PSDB a Marina Silva escancara o que está em jogo na eleição presidencial:

caMPanHa Categoria reivindica maior segurança para funcionários e clientes

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ElEiÇÕEs 2014

cartilHa

avançar no desenvolvimento com distribuição de renda e inclusão social

Diocese lança documento com críticas ao sistema político

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retroceder ao tempo em que o mercado estava acima dos empregos e da cidadania

PErfil

sÃo PaUlo

a loCoMotiva qUE saiU dos trilHos Escândalos de corrupção, falta de planejamento e insegurança marcam o governo Geraldo Alckmin Pág. 4

dona sonia Conheça a primeira dirigente do futebol varzeano de Barretos

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Barretos

2 rEforMa PolítiCa

Participação da população negra

Editorial Há uma novidade positiva na política, que é a obrigatoriedade de os candidatos apresentarem seus programas. E crescem as entidades e os órgãos públicos que fiscalizam a aplicação do programa. Como se vê, além do jeito e da história do candidato, os eleitores podem conhecer as propostas reais daqueles que pretendem tornar-se funcionários públicos. Focando nas eleições presidenciais, o debate vem ultrapassando ainda mais as características pessoais de cada um. Ao analisar o que foi registrado ou apresentado nas propagandas, é possível distinguir que, embora sejam três os principais candidatos na disputa pelo Palácio do Planalto – Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves –, são formulados apenas dois grandes conceitos de administração do Estado. Um dos conceitos é o do crescimento econômico com inclusão social dos pobres, representado por Dilma na continuidade dos últimos três governos. O outro é o modelo neoliberal, radical na figura de Marina, que vem, programaticamente, sugando as ideias dos antigos governos tucanos, e incorporando novidades testadas pelos neoconservadores norte-americanos. As diferenças são brutais. Enfrentam-se: o programa de erradicação da miséria, de crescimento econômico com investimentos em educação, saúde e transporte, contra o programa de mercado, com participação mínima do Estado e grupos capitalistas que privatizam tudo: petróleo, bancos, saúde, educação, transporte e segurança. Desde sempre, o Brasil Atual faz a opção no dia a dia pelo programa da inclusão social. E para aqueles que se iludem com pessoas, é preciso entender o perigo de entregar o Brasil nas urnas a uma nova sanha neoliberal.

A realização de uma Constituinte exclusiva que defina reformas no sistema político brasileiro representa, na visão do diretor-executivo da ONG Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), Frei David Raimundo, um instrumento essencial para consolidar as conquistas sociais da população negra. Ele acredita que, por meio de uma Assembleia Constituinte, a política de cotas raciais nas universidades públicas, estabelecida em 2012, e também nos concursos federais, sancionada neste ano, será solidificada e ampliada. “Seja quem for o presidente da República, essa política não pode ser mexida mais, a não ser que se volte a discuti-la na Câmara dos Deputados e no Senado, e que se mudem as leis. Mas isso seria uma afronta a nós, negros. Portanto, a Constituinte vai consolidar essas conquistas e ampliar tantas outras”, defende. A população brasileira é hoje composta por maioria negra. Na última amostragem feita pelo IBGE, em 2010,

divulgação

Congresso Nacional tem apenas 9,8% de negros e pardos

50,7% dos brasileiros se declararam pretos ou pardos. No entanto, segundo o diretor da Educafro, essas pessoas ainda estão, em grande parte, excluídas de cargos políticos no Congresso Nacional. Somente 9,8% dos senadores e deputados brasileiros são negros ou pardos, de acordo com estudo realizado pela ONG Transparência Brasil, em 2013. Na Câmara dos Deputados, a parcela corresponde a 10,7%, só 55 dos 513 deputados são negros. Já no Senado, o número é ainda menor: são três negros (3,7%),

entre 81 parlamentares. Para Frei David, os dados alarmantes são evidências de que o sistema político atual é profundamente viciado e mantido por “amarras negativas” criadas pelo sistema financeiro. Por isso, faz-se necessária uma reforma política que altere a forma de governo e estimule e assegure a participação popular. “Se o seu deputado, o seu senador e até o seu candidato à presidência não for a favor de uma Constituinte do sistema político, dificilmente ele vai ajudar o país a ser melhor em seu mandato”, argumenta. RME o WANDERLEY GUILHE se preparar para O Brasil ralou paravirão os grandes PIBs século 21. Agora

SONHO EMANCIPADO Vozes de quem deixou Estado de ser invisível ao

rasilatual.com.br 014 www.redeb nº 99 setembro/2

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Barretos

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bancários

Campanha Nacional pede maior segurança nas agências

Igor Sorente

A Campanha Nacional dos Bancários 2014, lançada em agosto na cidade com uma caminhada nas ruas do Centro, reivindica, dentre outros itens, maior segurança nas agências para a proteção dos funcionários e clientes. A categoria propõe que sejam instaladas portas giratórias com detector de metais, câmeras internas e externas, biombos nos caixas, guarda-volumes, e a contratação de vigilantes armados e com coletes em todas as agências do país. Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Barretos e Região, Marcelo Benedito, os bancos são irresponsáveis em não in-

Arquivo Sindicato dos Bancarios

A pauta também pede o fim das demissões, mais contratações e reformas estruturais

vestir devidamente nessa área. “Em 2013, os cinco maiores bancos (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica e Santander) investiram apenas o equivalente a 5,6% de seus lucros líquidos em segurança. Ao mesmo

tempo, exploram os clientes cobrando os juros e as tarifas bancárias mais altas do mundo, e não oferecem contrapartida social ao país”, revelou. Segundo o dirigente, os bancos estão “empurrando” as pessoas de baixa renda para

serem atendidas nas casas lotéricas e nos correspondentes bancários, onde o atendimento é precário e não há segurança. A categoria defende o atendimento igual e de qualidade para toda população, independentemente da classe social,

com segurança e proteção ao sigilo dos clientes. Na campanha, os bancários também pedem a contratação de mais funcionários. “Os bancos investem em tecnologia e demitem para conter custos. A população fica refém dos ataques cibernéticos e os bancários com sobrecarga de trabalho cada vez maior”, afirmou Marco Antônio Pereira, presidente do Sindicato dos Bancários. A categoria também está engajada em outras pautas mais abrangentes, como as campanhas pela reforma política, pela democratização dos meios de comunicação e o combate à terceirização e precarização do trabalho.

Política

Grito dos Excluídos lembra lacunas históricas No dia 7 de setembro, um ato na quadra da escola João Ferreira Lopes, na Vila Rios, marcou o Grito dos Excluídos deste ano e o encerramento da campanha do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do sistema político (leia matéria na página 6). Cerca de 400 pessoas participaram do encontro, que reuniu sindicalistas, militantes de movimentos sociais, educadores, vereadores, membros da igreja católica entre outros cidadãos barretenses. Francisco Chagas, o Piauí,

um dos coordenadores do acampamento Dona Zulmira Gonçalves, do Movimento Bandeira Branca dos Sem Terra, falou da democratização do campo com a reforma agrária. “O atual modelo preocupa-se apenas com a mecanização do campo e da cidade, acabando com a mão de obra. Setenta por cento dos alimentos consumidos no país são produzidos pela agricultura familiar”, lembrou. A vereadora Gláucia Simões (PMDB), que também defende a reforma agrária, sustentou que os eleitores devem fazer a escolha cons-

aquino josé

Manifestantes pediram mudanças no campo, no sistema político e nos meios de comunicação

ciente dos seus candidatos nas eleições de outubro. Já o vereador professor Adil-

son Ventura (PT) lembrou da importância da realização da reforma política e enfatizou a ur-

gência da democratização dos meios de comunicação social. “Acabar com o monopólio da mídia é dar oportunidade para as pessoas enxergarem o mundo de forma diferente”, disse. Para o padre Luiz Paulo Soares, assessor do Setor Social da Diocese de Barretos, “a sociedade está cada vez mais individualista, intolerante e violenta, com cada um querendo levar vantagens”. O sacerdote também criticou o consumismo e a forma como muitas pessoas encaram a política. “É importante ter consciência crítica”, afirmou.


Barretos

4 SÃO PAULO

Sucateamento do Estado mina acesso a serviços públicos Governador Alckmin responde às críticas dos movimentos sociais com violência Por Giovanni Giocondo

divulgação

A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem sido marcada por uma série de ações prejudiciais ao trabalhador paulista. Serviços básicos, como transporte, saúde, saneamento e segurança, tornaram-se artigos de luxo para a população.

O protesto foi reprimido pela tropa de choque da PM. Após cinco dias de paralisação, 40 metroviários foram demitidos sob acusação de “vandalismo”. Para o diretor-geral do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes, “o governo só agrediu e demitiu trabalhadores para desviar o foco da corrupção”. Ele acredita que o governador manipulou informações para jogar a população contra os funcionários. Alckmin diz ser “vítima” do esquema, mas três companhias acusadas de integrar o cartel doaram R$ 4 milhões à campanha do governador à reeleição.

Em 2013, uma pesquisa feita pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) em 71 prontos-socorros no Estado mostrou que em 57,7% deles havia pacientes aguardando por atendimento em macas nos corredores, todos com equipes médicas incompletas.

A crise da água O Estado de São Paulo vive a maior crise hídrica de sua história. O Sistema Cantareira, que abastece 8,8 milhões de pessoas na região metropolitana, entrou em colapso. Em 1º de setembro, o reservatório operava com 10,8% da capacidade, com a água sendo extraída da reserva técnica que fica abaixo do solo. A pior seca dos últimos 84 anos, porém, não é a principal responsável pelo mau uso da água. Segundo a Secretaria Estadual de Recursos Hídri-

cos, São Paulo perdeu, em 2013, 25,7% de sua água tratada por problemas no sistema de distribuição. Para o geólogo Samir Barcha, a crise está ligada à falta de planejamento. “O abastecimento de água está atrelado ao crescimento da população, do parque industrial e das condições climáticas, fenômenos previsíveis. Se esses aspectos fossem considerados, com a criação de fontes alternativas e de um programa de redução de perdas, o impacto seria menor.”

A política de segurança pública Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) revelam que 322 homicídios foram registrados no Estado em julho de 2014. O governo Alckmin, no entanto, contemporiza, pois o índice segue abaixo dos 10 a cada 100 mil habitantes – números “toleráveis” pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Na contramão do combate ao crime, os movimentos sociais sofrem com a violência do Estado. Em janeiro de 2012, o governador enviou um exército de policiais para São José dos Campos, para retirar à força 7.000 moradores da comunidade Pinheirinho,

divulgação

Em julho de 2013, a multinacional alemã Siemens denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a existência de um cartel nas licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O esquema existia desde 1997, durante a gestão do também tucano Mário Covas, e consistia na combinação dos preços das obras entre as empresas, com aval de autoridades do governo estadual. O valor final do serviço ficava até 20% mais caro. Segundo a Siemens, diretores das empresas públicas, secretários, políticos e servidores públicos recebiam propina para “autorizar” a irregularidade. Entre os beneficiários estava o atual presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Robson Marinho. Em junho de 2014, os metroviários entraram em greve para questionar as irregularidades e exigir melhorias na infraestrutura do sistema, além da pauta salarial.

Saúde pública

EDSON LOPES JR/A2

Cartel do Metrô

E a reação aos que criticam esse modelo é uniforme: a repressão. Nesta reportagem, Brasil Atual traz um resumo das ações adotadas por Alckmin nos últimos quatro anos, para administrar crises em setores estratégicos do Estado de São Paulo.

que viviam lá desde 2003. A ação foi rechaçada por órgãos internacionais de direitos humanos. Em junho deste ano, o advogado Benedito Barbosa também foi vítima de arbitrariedade da PM, quando foi espancado e detido por soldados após ter se identificado, quando mediava a saída

de 120 famílias de uma ocupação no Centro da capital. “Esse é o modus operandi da PM. Eu me sinto impotente, porque, no dia seguinte, um jovem negro é morto pela polícia na periferia, mas seu caso também será esquecido. Não há punição, mas incentivo à violência.”, lamentou.


Barretos

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artigo

Marina Silva e PSB assumem agenda neoliberal tucana Compromissos históricos com os trabalhadores são esquecidos em nome do mercado financeiro

A adesão do mercado financeiro à candidatura de Marina Silva foi instantânea. E o programa do PSB, já com a candidata na cabeça de chapa após a morte de Eduardo Campos, torna nítida essa aliança em temas relacionados a mercado de trabalho, direitos dos trabalhadores e condução da economia. Diz o programa de Marina: “A terceirização de atividades leva a maior especialização produtiva, a maior divisão do trabalho e, consequentemente, a maior produtividade das empresas”. É essa a linguagem utilizada pelas empresas e bancos quando substituem seus quadros de funcionários por serviços terceirizados para economizar com salários e direitos, e desorganizar categorias. E são esses os argumentos da bancada empresarial no Congresso desde 2004, na tentativa de aprovar um projeto de lei (o PL 4330) que escancara as portas da legislação trabalhista para essa fraude na subcontratação de mão de obra. Atualmente, as empresas perdem na Justiça do Trabalho os processos contestando essa prática. E com um programa desses, podem acabar com a “insegurança jurídica”. O objetivo de “reduzir os custos” do trabalho no Brasil não é novo. Um projeto de lei com esse fim foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2002, último ano de governo FHC. Quando Lula tomou posse, em 2003, retirou o projeto, que já estava no Senado, e

ayrton vignola/ae

Por Paulo Donizetti de Souza

enterrou sua tramitação. De lá para cá, o Brasil conviveu com um processo de desenvolvimento que apostou no fortalecimento do mercado interno, permitiu a criação de empregos e o aumento da renda. Para retomar aquela agenda que havia sido superada, Marina precisará de uma ­­coalizão neoliberal conservadora no Congresso, nos moldes daquela que deu sustentação às políticas da era FHC. Com o discurso da “nova política”, vai precisar de adesões do pior da “velha política” para cumprir seus “compromissos”. Seu programa defende a independência do Banco Central, o que significa retirar do Estado o papel de regulador da economia e deixar ao sabor do mercado a regulação dos juros, do crédito e do câmbio, por exemplo. Não por coincidência, estão entre os gurus econômicos do PSB uma das donas do Itaú,

“Não por coincidência, estão entre os gurus econômicos do PSB uma das donas do Itaú, Maria Alice Setúbal, e os economistas de alma tucana Eduardo Giannetti e André Lara Resende” Maria Alice Setúbal, e os economistas de alma tucana Eduardo Giannetti e André Lara Resende. Por meio da candidata, propõem superávits primários (sobras de caixa para arcar com o pagamento de juros da dívida pública) mais elevados que os atuais. Mesmo que ao preço de conduzir a economia brasileira a um forte arrocho fiscal, levando à redução dos investimentos públicos e dos gastos sociais. O programa de Marina para a política comercial também repete o ideário neoliberal que prevaleceu no Brasil durante os anos 1990, e que destruiu economias em todo o mundo. Os acordos bilaterais propostos

pela candidata do PSB contrariam a tendência de fortalecimento dos blocos econômicos como o Mercosul. A diminuição da importância do pré-sal também é um dos anseios da “nova” aliança, o que anularia os enormes investimentos em pesquisa e tecnologia feitos para que o Brasil assumisse posição de protagonista no campo energético mundial. E prejudicaria o retorno desses investimentos, já previstos em lei, para a educação e a saúde. Outra curiosidade do caderno de projetos do PSB para o Brasil é destinar cinco páginas à importância do agronegócio, e de se garantir seu crescimen-

to; e somente três parágrafos à agricultura familiar, que responde pelo emprego de 74% da mão de obra na área rural, por aproximadamente 38% da produção nacional, e por 60% da produção de alguns itens básicos da alimentação brasileira. O programa reserva ainda a redução do papel do BNDES e dos bancos públicos, tanto no que diz respeito ao crédito de longo prazo quanto ao consumidor. Marina propõe acabar com crédito direcionado, aquele que financia casa própria, agricultura, pequenos e médios empresários e industriários. Em benefício dos bancos privados, que poderiam cobrar juros mais altos na concessão desse tipo de empréstimo, que hoje é regulamentado. Os riscos desse receituário são conhecidos dos brasileiros: recessão de fato (muito além da “recessão técnica”) e a volta do desemprego. Um cenário dos anos 1990, que enfraquece os trabalhadores e diminui sua capacidade de promover a distribuição de renda por meio de aumentos reais em seus acordos coletivos. Com o fracasso do PSDB em se firmar como braço político da elite econômica, no plano nacional, o PSB e Marina aceitam assumir essa agenda. Ela une sua fome de ganhar uma eleição com a vontade do mercado de devorar o projeto de desenvolvimento com distribuição de renda e inclusão social que vem sendo construído desde 2003 ao longo dos governos Lula e Dilma. É isso o que está em jogo no dia 5 de outubro.


Barretos

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ElEiÇÕEs 2014

diocese de barretos lança cartilha política A Diocese de Barretos distribuiu nas suas paróquias a cartilha Seu voto vale #vempraurna, contendo orientações para o voto consciente. O documento foi apresentado à imprensa pelo administrador diocesano, padre José Roberto Santana, e pelo assessor das pastorais sociais, padre Luiz Paulo Soares. Segundo a cartilha, “o Estado que temos revela os limites da democracia representativa e efetivamente não responde às necessida-

des do povo”. O documento destaca que muitos recursos são consumidos com a dívida pública, corrupção e a máquina do governo em detrimento das políticas sociais. No ano 2013, por exemplo, 40% do orçamento público foi destinado ao pagamento dos juros e amortização da dívida, enquanto apenas 4,2% foi para a saúde e 3,7% foi para a educação. As soluções propostas pela Diocese passariam pelas reformas política e tributária. Para isso, “o eleitor deve ficar aten-

Milton Figueiredo

Documento faz críticas ao sistema político brasileiro e recomenda ações para os eleitores

to se os candidatos e os seus partidos estão comprometidos

com a justiça e a solidariedade social, a segurança pública,

a superação da violência, a justiça no campo, a dignidade da pessoa, os direitos humanos”. A cartilha ainda enfatiza que “o voto não é mercadoria” e não deve ser usado como uma permuta de favores. Enfatizando a questão da cidadania, o documento pede para o eleitor acompanhar as ações e decisões políticas e administrativas dos governantes e parlamentares eleitos, para cobrar deles a coerência das promessas de campanha.

PlEbisCito PoPUlar

Campanha recolheu 2.371 votos na cidade Favoráveis à criação de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político são a maioria

aquino josé

O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o sistema político obteve êxito na cidade, segundo o empresário Ronaldo Marques, um dos coordenadores locais do movimento. “Apesar das dificuldades para organizar a campanha, em virtude do prazo escasso, o re-

sultado foi positivo”, explica. A coleta de assinaturas ocorreu entre os dias 1º e 7 de setembro. Somente em Barretos foram totalizados 2.371 votos, dos quais 2.325 eram favoráveis a reforma política através do processo Constituinte, contra 39 contrários. Houve seis votos em branco e

um voto nulo. De acordo com Marques, os organizadores do plebiscito pretendem ampliar o trabalho na área de cidadania. “A ideia é promover reuniões para debater outros temas de interesse da comunidade e realizar ações transformadoras”, disse.

aNUNCiE aqui! Telefone: (11) 3295–2820 E-mail: jornalba@redebrasilatual.com.br | jornalbrasilatual@gmail.com jornal brasil atual

jorbrasilatual


Barretos

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PErfil

dona sonia é a primeira mulher na várzea barretense Ela preside o time de futebol Barretos II há 16 anos, e coleciona quatro vice-campeonatos

aquino josé

Dona Sonia Maria de Oliveira é uma pessoa tranquila no dia a dia. Mas ela se transforma radicalmente à beira dos campos de futebol da cidade, “pois todos os problemas acontecem com os mais fracos”, relata a presidente do time Barretos II. “Quem manda no time fora de campo sou eu. Dentro dos gramados é o Niltinho”, explica, em referência ao técnico que a acompanha há cinco anos. O Barretos II tem 25 anos,

dos quais 16 sob o comando de Sonia. À frente da equipe, ela conquistou quatro vice-campeonatos da Série A e um acesso da Série B do Campeonato Varzeano. A dirigente conta que as dificuldades de dirigir o time vão desde a falta de comida para a confraternização até a falta de dinheiro para a manutenção do clube. “Meu time é pobre, mas defendo seus interesses. O campeonato acaba em dezem-

bro, porém pagaremos dívidas contraídas até março ou abril de 2015. A comida e as chuteiras, por exemplo, saem do meu bolso”, frisa. Por outro lado, a primeira dirigente do futebol de várzea da cidade, que não hesita em reclamar da arbitragem se entender que o Barretos II esteja sendo prejudicado, tem bom relacionamento com os demais cartolas e atletas. “Muitos me pedem a benção e até me chamam de mãe”, lembra.

Como a pioneira chegou à presidência do barretos ii competições organizadas pela Liga Barretense de Futebol. “Ninguém queria assumir o time e ele me disse: ‘Nega’, pega [o clube] porque eu não posso. Você leva o nome de presidente e eu faço tudo, te ajudo. Isso já faz 16 anos e eu

continuo na luta”, comenta. Porém, tudo sempre foi difícil e ela teve de enfrentar preconceitos até se afirmar no meio. “Falaram que eu era ‘sapatão’, pois vivia no meio de homens. ‘Sapatão’ gosta de mulher, não de homem”, observa.

Com o passar dos anos, Sonia convidou outras mulheres para acompanhar a várzea. “Hoje, há mulheres que participam ativamente dos times, como a dona Tereza, do São Bento”, lembra. O Barretos II figura entre

PARA SÃO PAULO MUDAR E O BRASIL MELHORAR AINDA MAIS

os principais candidatos ao título da Série A deste ano. “Quando eu monto um time, vou para o tudo ou nada. Eu sonho com o título de campeão, mas perder faz parte do jogo e da vida”, conclui esperançosa.

CNPJ: 20.559.269/0001-10, valor da inserção: R$ 270,00

Coligações: COM A FORÇA DO POVO: PT, PMDB, PR, PRB, PROS, PDT, PCdoB, PP, PSD | PARA MUDAR DE VERDADE: PT, PCdoB, PR | Coligação Federal: PT, PCdoB

inForMe PuBlicitÁrio

Dona Sonia era casada com Vagner Pereira, o Parafuso, um dos fundadores do Barretos II, falecido há 12 anos. Em 1998, após uma confusão em um jogo contra a ADPM, ele agrediu uma pessoa e foi eliminado das


Barretos

8 foto síntese – Berranteiro

Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

Refúgio; Norma de recinto conduta Mineral A fala do radioativo bebê

Adicional de (?): é pago ao trabalhador exposto a condições de risco Benefício Norma, em inglês

Protegido; amparado

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

© Revistas COQUETEL Norma de

1 3 5 1 8 3 9 Lubrificante de motores (pl.)

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Solução

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As mensagens podem ser enviadas para jornalbrasilatual@gmail.com ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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BANCO

Edgar (?) Poe, poeta dos EUA Criar asas

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Edgar (?) Poe, poeta dos EUA Criar asas

Pedro (?), economista do governo FHC

Adjetivo inicial de cartas afetivas

Ricky Martin, cantor Construtor de diques

Adjetivo inicial de cartas afetivas

C A S T O R

Fútil; frívolo Antônimo de "lá"

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Falta de chuvas Animal do arado

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Falta de chuvas Animal do arado

Barcos de índios Brado do toureiro

Ricky Martin, cantor Construtor de diques

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Símbolo grego de ©beleza Revistas COQUETEL masculina

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Barcos de índios Brado do toureiro

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Protegido; amparado

Alegre; recreativa Continua a existir

F

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aquino josé

Pôr em um mesmo nível (fig.)


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