Jornal brasil atual bauru 03

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Jornal Regional de Bauru

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bauru

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Gratuuiição ta

nº 03

educação

nota zero Pesquisa revela decadência das escolas públicas no governo Alckmin

Julho de 2014

eleições 2014

voto em trânsito 92 cidades com mais de 200 mil eleitores estão habilitadas

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mobilidade

Bauru/Iacanga Duplicação da rodovia e viadutos deveriam ser entregues em junho

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perfil balanço

enviar foto

Copa do mundo pode gerar receita de R$ 30 bi Zezé Oliveira

Estimativa da Fipe projeta lucros com o turismo e geração de 1 milhão de empregos durante o Mundial da FIFA

Conheça a presidenta do Conselho Municipal da Comunidade Negra

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Bauru

2 Eleições 2014

Voto em trânsito atinge 92 cidades

editorial E a Copa do Mundo deu certo. Opa, dentro dos gramados foi uma decepção, mas fora, apesar da intensa campanha pessimista, o resultado foi positivo. O debate sobre os custos do Mundial e as prioridades sociais sempre foi legítimo, embora com muita manipulação de informação. “A mídia brasileira nos enganou”, disseram as equipes e a mídia internacional. Nosso leitor já havia lido aqui nossos alertas contra essas manipulações. A British Broadcasting Corporation (BBC) considerou a melhor de todas as Copas já realizadas. No transcurso dos jogos tivemos uma inversão total rumo à alegria e à certeza de que o Brasil está mudando para melhor, pois inclui os pobres em seus projetos econômicos, ao contrário do que fazem as elites, que só pensam em si mesmas e em continuar enriquecendo. Nesta edição destacamos uma reportagem baseada em pesquisa da Apeoesp (sindicato do professorado paulista), que revela um quadro bem ruim na educação durante a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os dados estatísticos, no entanto, sugerem que mudanças podem ser feitas, como valorizar os professores, forjar nova relação com as famílias dos alunos e com a comunidade, criar um programa de ensino mais profundo, etc. Pesquisas como essa jogam luzes na trajetória a ser perseguida, assim como constatam que é preciso ter, no governo do Estado de São Paulo, pessoas que busquem o melhor para a população.

Nas eleições gerais de outubro, o eleitor que estiver fora do seu domicílio eleitoral poderá exercer o direito ao voto em trânsito para a escolha do presidente e do vice-presidente da República. Diferente das eleições de 2010, a novidade é que neste ano não são apenas as capitais que oferecerão o benefício, mas todas as cidades com mais de 200 mil eleitores (leia o quadro abaixo). Os interessados têm até o dia 21 de agosto para habilitar o direito junto à Justiça Eleitoral, confirmando a cidade em que pretendem votar. A partir do momento em que o eleitor

www.tse.jus.br

Escolha para presidente poderá ser fora da seção original

solicitar o voto em trânsito, ele não poderá mais votar na sua seção de origem, a não ser que cancele a habilitação ou altere a cidade – a data limite é a mesma. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) indicarão o local onde as urnas do voto em trânsito serão instaladas nas respectivas cidades. No entanto, essas seções deverão ter no

mínimo 50 e no máximo 600 eleitores. Caso esses números não sejam atingidos, o TRE deverá informar aos eleitores da impossibilidade de exercer o direito. A habilitação do voto em trânsito será cancelada e os eleitores deverão justificar a ausência ou votar na seção de origem. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições gerais de 2010, quando a possibilidade ficou restrita às capitais, 80.419 eleitores registraram o pedido para votar em trânsito no primeiro turno e 76.458 no segundo turno.

Confira a relação dos municípios habilitados AC RIO BRANCO AL MACEIÓ AM MANAUS AP MACAPÁ BA FEIRA DE SANTANA BA SALVADOR BA VITÓRIA DA CONQUISTA CE CAUCAIA CE FORTALEZA DF BRASÍLIA ES CARIACICA ES SERRA ES VILA VELHA ES VITÓRIA GO ANÁPOLIS GO APARECIDA DE GOIÂNIA GO GOIÂNIA MA SÃO LUÍS MG BELO HORIZONTE MG BETIM MG CONTAGEM MG GOVERNADOR VALADARES MG JUIZ DE FORA MG MONTES CLAROS MG UBERABA MG UBERLÂNDIA MS CAMPO GRANDE MT CUIABÁ PA ANANINDEUA PA BELÉM PA SANTARÉM

PB PB PE PE PE PE PI PR PR PR PR PR RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RN RO RR RS RS RS RS RS SC

CAMPINA GRANDE JOÃO PESSOA JABOATÃO DOS GUARARAPES OLINDA PAULISTA RECIFE TERESINA CASCAVEL CURITIBA LONDRINA MARINGÁ PONTA GROSSA BELFORD ROXO CAMPOS DOS GOYTACAZES DUQUE DE CAXIAS NITERÓI NOVA IGUAÇU PETRÓPOLIS RIO DE JANEIRO SÃO GONÇALO SÃO JOÃO DE MERITI VOLTA REDONDA NATAL PORTO VELHO BOA VISTA CANOAS CAXIAS DO SUL PELOTAS PORTO ALEGRE SANTA MARIA BLUMENAU

SC FLORIANÓPOLIS SC JOINVILLE SE ARACAJU SP BARUERI SP BAURU SP CAMPINAS SP CARAPICUÍBA SP DIADEMA SP FRANCA SP GUARUJÁ SP GUARULHOS SP ITAQUAQUECETUBA SP JUNDIAÍ SP LIMEIRA SP MAUÁ SP MOGI DAS CRUZES SP OSASCO SP PIRACICABA SP RIBEIRÃO PRETO SP SANTO ANDRÉ SP SANTOS SP SÃO BERNARDO DO CAMPO SP SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SP SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SP SÃO PAULO SP SÃO VICENTE SP SOROCABA SP SUZANO SP TAUBATÉ TO PALMAS

Expediente Rede Brasil Atual – Bauru Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de Redação Paulo Salvador Secretário de Redação Enio Lourenço Redação Francisco Monteiro, Flaviana Serafim, Giovanni Giocondo, Henrique Perazzi de Aquino e João Andrade Revisão Malu Simões Foto Capa Leo Martins/Frame/ Folhapress Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita


Bauru

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balanço

Brasil pode lucrar até R$ 30 bilhões com a Copa do Mundo Estimativa projeta receita elevada com turismo e geração de 1 milhão de empregos Por Flaviana Serafim

FERNANDO PEREIRA

A festa com a Seleção Brasileira acabou antes da final da Copa do Mundo. A derrota por por 7 x 1 para a Alemanha entrou para a história, assim como a organização do evento esportivo, fartamente elogiada pelos estrangeiros, que teve no carisma do povo brasileiro o grande trunfo na recepção dos turistas. Agora, o que todos querem saber é qual será o legado da Copa, depois de tanto dinheiro investido. De acordo com a projeção

Os investimentos

“Foi um momento histórico de oportunidades, com obras de infraestrutura, promoção do país e qualificação de trabalhadores”, afirmou José Claudeonor Vermohlen, assessor da Secretaria de Relações Político-Sociais da Presidência da República (Snarps). Para Vermohlen, o que foi investido na Copa do Mundo, e nas áreas da saúde e da educação (veja o gráfico), traz benefícios ao país e encerra o mito de que houve prioridade na realização do evento em detrimento das áreas sociais. Em 2013, o governo federal investiu R$ 101,9 bilhões em educação e R$ 83 bilhões

Fonte: Portal da Transparência

Copa do Mundo R$ 25,6 bi (Estádios + Infraestrutura)

de estrangeiros, desde aqueles que venderam pulseirinha de barbante, para garantir o almoço, aos viajantes ‘ricos’ do Primeiro Mundo, que acamparam na zona sul de São Paulo”, conta a economista Luciana Rocha, de 43 anos. A surpresa positiva fora dos gramados também foi o bom funcionamento dos aeroportos, dos acessos aos estádios e a infraestrutura das 12 cidades-sede, contrariando os céticos.

O legado no Estado de São Paulo

Educação R$ 101,9 bi Saúde R$ 83 bi

da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo, um montante de R$ 30 bilhões foi injetado na economia brasileira, além da geração de 1 milhão de empregos – 15% dos 4,8 milhões de vagas com carteiras assinadas criadas no governo Dilma Rousseff (PT). “Fui contra desde o início, pois tínhamos outras prioridades, como saúde e educação. Mas vi o crescente número

em saúde. “Em 2014, a previsão é investir em cada área, respectivamente, R$ 107 bilhões e R$ 91,5 bilhões”, explica. Dos R$ 25,6 bilhões gastos com a Copa, R$ 8 bilhões foram para a construção ou reforma dos 12 estádios. Os outros R$ 17,6 bilhões foram destinados às obras de infraestrutura nas cidades-sede. Do montante total, o governo federal empenhou R$ 5,8 bilhões, enquanto o restante foi pago pelos governos locais, iniciativa privada, ou através de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).

A cidade de São Paulo, onde foi realizado o jogo de abertura na Arena Corinthians, recebeu cerca de 500 mil turistas (40% de estrangeiros) durante a Copa. Nos seis jogos oficiais, o “Itaquerão” recebeu mais de 350 mil torcedores. A São Paulo Turismo (SPTuris) estipula que houve o acréscimo de R$ 1 bilhão na economia do município. Até o

final da primeira fase da Copa, os gastos médios individuais giraram em torno de R$ 2.200, entre os brasileiros, e R$ 4.800, entre os estrangeiros. Outros 11 municípios do interior e litoral paulista também foram alvo do turismo devido à presença de 15 seleções, que fizeram das cidades seus Centros de Treinamento. “A Copa é motivo de orgulho e quem torceu contra vai

ter que admitir o êxito”, opina o aposentado campineiro Adão Luís Carlos. Adão diz ter ficado feliz por ter visto a seleção de Portugal treinando no Estádio Moisés Lucarelli, da Ponte Preta (seu time de coração). Em um dos treinamentos, a Prefeitura de Campinas disponibilizou seis mil ingressos, que se esgotaram em cinco minutos e 46 segundos.

Crítica, isenções e estádios O técnico contábil Genivaldo Gonçalves, de 53 anos, foi crítico à realização do Mundial. “Fui totalmente contra a implantação da tal Copa FIFA, mas, como todo brasileiro, passei a torcer pela nossa seleção, que não foi lá essas coisas.” Para ele, “os estádios nunca mais terão a lotação máxima, como ocorreu no torneio”, e o Brasil não de-

veria ter dado isenção de impostos à FIFA e às empresas patrocinadoras. Segundo o ministro dos Esportes Aldo Rebelo, a renúncia fiscal é uma política que se pratica em função do interesse público. “Teve renúncia fiscal em matéria-prima para construir os estádios, o que serviu para modernizar a infraestrutura esportiva do nosso país, que é uma necessidade. Não estão

sendo construídos estádios só para a Copa”, disse. Os 12 estádios também são considerados arenas multiuso, porque também estão preparados para receber shows, espetáculos culturais, exposições, seminários e congressos. No entanto, essa realidade ainda é uma incógnita e ainda não se sabe se alguns se tornarão “elefantes brancos”.


Bauru

4 Educação

Rede pública estadual é reprovada na gestão Alckmin Pesquisa mostra insatisfação de pais, alunos e professores, e sugere diretrizes Por Giovanni Giocondo

divulgação

Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e pelo Instituto Data Popular, no primeiro semestre de 2014, revelou que a educação é um dos segmentos mais problemáticos do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo o estudo, 50% dos pais de alunos entendem que as escolas de seus filhos são regulares, ruins ou péssimas. Entre os estudantes, esse índice salta para 67%.

O levantamento intitulado “Qualidade da Educação nas Escolas Estaduais de São Paulo”, que entrevistou 700 pais de alunos, 700 professores e 700 estudantes, confirma as impressões da sociedade paulista quanto à rede estadual de ensino: péssimas condições de trabalho aos professores, infraestrutura inadequada para o aprendizado dos alunos, administração antidemocrática das escolas, entre outras. Para a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo

Noronha, o estudo expressou o que há muito tempo vem sendo utilizado como palavra de ordem dos protestos realizados pela entidade. Já a deputada estadual Beatriz Pardi (PT), professora aposentada da rede pública estadual e integrante da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), entende que a pesquisa comprova o período de decadência mais rápida da história das escolas públicas de São Paulo.

Professores ouvidos na pesquisa Apeoesp/Data Popular relataram que a baixa remuneração oferecida pelo governo do Estado de São Paulo – atualmente, profissionais com licenciatura plena ingressam na rede estadual ganhando R$ 2.415,89, em jornada de 40 horas semanais – os obriga a lecionar em mais de uma escola ou em vários períodos. O excesso de trabalho favorece a abstenção e compromete o tempo de preparação de aulas e correção de trabalhos e provas. O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), membro da Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública no Estado de São Paulo, entende que é necessário um plano estadual de educação, que compreenda metas, diretrizes e objeti-

vos. “A educação em São Paulo está à deriva”, critica. Para o parlamentar, que é diretor de escola pública, também deve ser criado um plano de carreira para os professores capaz de atrair novos profissionais. “Sem investimentos em salários dignos não há a mínima condição de avançar em outras áreas”, comenta. Ele ainda acusa o governador Geraldo Alckmin de desrespeitar a Lei do Piso, aprovada em 2008 pelo Congresso Nacional, por não atender às exigências trabalhistas firmadas. A norma diz que os professores devem utilizar um terço das 40 horas semanais de trabalho em atividades extraclasse, como a preparação das aulas e as correções de atividades. E para isso, o docente deve ser remunerado, o que o governo paulista não faz. A precariedade dos regi-

Marcelo Camargo/Abr

Falta de valorização do professor: o principal gargalo

mes profissionais do professorado paulista se evidencia nas distintas categorias com mais e menos benefícios. Os professores temporários da “categoria O”, por exemplo, não são estatutários, nem celetistas. “Se eles ficarem doentes, não podem usar o Iamspe (Instituto de Assistência Médica do

Servidor Público Estadual)”, complementa a sindicalista Maria Izabel. No ano passado, após intensa pressão da Apeoesp sobre o Palácio dos Bandeirantes, que incluiu 22 dias de greve na rede estadual, foi realizado o maior concurso público da história da educa-

ção paulista, que até o fim de sua vigência (2017) deve contratar quase 120 mil novos professores. O desafio, agora, é tornar o concurso periódico, estabelecendo um “gatilho” toda vez que o número de docentes temporários alcançar o índice de 10% do quadro de profissionais, conforme prevê o artigo 81 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). A pesquisa ouviu de 34% dos pais, 40% dos alunos e 39% dos professores a afirmação: “Professor qualificado e valorizado é sinônimo de educação de qualidade”. E para qualificar, a sindicalista e os parlamentares concordam que é necessária uma formação continuada aos docentes, com cursos adequados aos horários de trabalho.


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Comunidade escolar refuta progressão continuada

divulgação

A progressão continuada, implementada em meados da década de 1990, é apontada como um dos itens prejudiciais ao ensino público no Estado de São Paulo. O estudo constatou que 94% dos pais, 75% dos alunos e 63% dos professores são contra o sistema. Na opinião do deputado estadual Carlos Giannazi, o método que originalmen-

te prevê a avaliação do aluno em ciclos foi distorcido para se tornar a simples aprovação automática. “A progressão continuada é importante porque ela respeita o estágio de aprendizagem e o ritmo de cada aluno. Ela é fundamental, mas nunca foi implantada de verdade no Estado de São Paulo”, explica. A Secretaria Estadual de

Educação, por meio de nota, defende-se informando que, ao final de 2013, aprimorou o sistema, ampliando as possibilidades de retenção e também permitindo a correção de eventuais defasagens de forma mais prematura. E como se garantir melhorias de ensino quando 46% dos estudantes entrevistados dizem já ter passado de ano sem ter

aprendido a matéria? A presidenta da Apeoesp, Maria Izabel, acredita que este método é uma forma de exclusão de oportunidades a longo prazo, seja no mercado de trabalho ou na continuidade dos estudos. “O aluno está sendo excluído do direito de acesso a um conhecimento que historicamente foi acumulado pela sociedade”, pondera.

Conselhos escolares para democratizar a instituição

giovanni giocondo

Para a deputada estadual Beatriz Pardi (PT), a escola é uma das instituições que mais guardou “recordações” da ditadura civil-militar (1964-1985). A professora aposentada acredita que o autoritarismo da instituição começa pelas ordens da Secretaria Estadual de Educação, passando pelas diretorias regionais de ensino, até chegar às salas de aula, onde projetos impostos pelo governo transformam os professores em meros “operadores pedagógicos”. Parte da democratização

dessa estrutura verticalizada passa pela criação de instâncias e órgãos colegiados que interfiram na gestão das escolas. A pesquisa Apeoesp/Data Popular mostrou, por exemplo, que 70% dos pais entrevistados afirmaram nunca terem ido a uma reunião do conselho da escola do filho. Maria Cecília Luiz, professora e coordenadora do curso de Fortalecimento dos Conselhos Escolares da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) – desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação (MEC)

Investimentos providenciais em ordem” o que está fora de lugar, tornando a manutenção do sistema mais barata. Um dos diagnósticos da pesquisa é que a falta de infraestrutura nas escolas estaduais, visível na ausência de equipamentos e laboratórios, representa piora na qualidade da educação. Reportagem da Rede Brasil Atual feita em março mostrou, com base em dados da Secretaria da Fazenda, que o governo

estadual reduziu em 36,62% os investimentos na construção e ampliação dos prédios e na compra de materiais escolares, entre 2013 e 2014. No levantamento, quase 90% dos entrevistados dizem que faltam bibliotecas nas escolas. Datashow e televisão estão ausentes em 82% e 84% dos casos, respectivamente. “Uma criança que fica o dia inteiro olhando para a lousa não tem estímulo”, observa a deputada.

Papel da escola giovanni giocondo

A Constituição estabelece que todos os Estados devem investir no mínimo 30% de seu Orçamento na Educação. Ao observar a LDB na Comissão de Educação e Cultura da Alesp, a deputada Beatriz Pardi verifica que dificilmente esse índice é superado em São Paulo. Em sua opinião, o governo paulista deveria elevar o volume de recursos destinados ao setor durante um período de ao menos 10 anos para “pôr

–, considera este quadro preocupante. Segundo ela, não basta aumentar o número de membros nos conselhos, mas deve-se garantir que esses conselheiros compreendam a importância de sua participação nesses órgãos. “A escola é um espaço de construção da cidadania, de liberdade de expressão de ideias e de crescimento pessoal e social”, explica. A acadêmica entende que deve haver o envolvimento da comunidade local e dos profissionais da educação.

Para 48% dos pais, o principal papel da escola é formar cidadãos. Já 35% dos estudantes entendem que cabe à

escola preparar o aluno para o mercado de trabalho. Segundo a presidenta da Apeoesp, é “um sonho unir essas pretensões à transmissão do conteúdo das disciplinas”. Assim como “tornar a escola mais plural, com mais investimento, respeito aos professores e democracia nos projetos pedagógicos, mais condizentes com os objetivos da comunidade”, conclui Maria Izabel.


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Mobilidade

Duplicação da rodovia Bauru-Iacanga está atrasada Nos últimos anos, a rodovia Cezário José de Castilho (SP-321), popularmente chamada de Bauru-Iacanga, tem contabilizado inúmeros casos de acidentes graves na região. Somente em 2014, foram nove mortes na pista. A “rodovia da morte”, como ficou conhecida, é a principal ligação da região central com a zona norte de Bauru (Vila São Paulo, Quinta da Bela Olinda, Nova Bauru, Jardim Colina Verde, Parque City, Jardim Ivone e Pousada da Esperança), além dos municípios de Iacanga, Arealva e Reginópolis. A estrada também é a única via de

joão andrade

Alckmin prometeu novas pistas e viadutos para junho; acidentes preocupam população

acesso ao Aeroporto Estadual “Moussa Nakhl Tobias” (Bauru/Arealva). Em novembro de 2013, após dez anos de expectativa, a população da região final-

mente teve um alento com as obras de duplicação da rodovia. A promessa do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), no entanto, era de finalizar as novas pis-

tas, que custaram cerca de R$ 92 milhões, até junho de 2014 – o que não aconteceu. “Uso a rodovia para chegar ao aeroporto e percebo que na maior parte do trecho, princi-

palmente fora do perímetro urbano, só existe a terraplanagem. Não dá pra ver nenhum viaduto ou passarela com obras adiantadas, exceto uma passarela nas proximidades da [rodovia Marechal] Rondon. O transtorno é grande e o risco de acidente aumentou, em especial no trevo que dá acesso ao aeroporto”, critica o enfermeiro Natanael Costa, de 45 anos. A duplicação inclui 20 quilômetros de pista desde a rodovia Marechal Rondon até o trevo que dá acesso ao aeroporto estadual. O projeto ainda prevê a construção de oito viadutos, duas passarelas e vias marginais.

Cidade

Acampamento de sem-terra é surpreendido por incêndio No dia 23 de junho, um incêndio de grandes proporções queimou cerca da metade dos 150 barracos de lona do acampamento “Sem Limites”, dos trabalhadores sem terra, localizado às margens da Rodovia Bauru-Iacanga, distante 35 quilômetros do Centro de Bauru. No dia seguinte, a Justiça determinou a retirada das famílias acampadas no terreno da Fazenda Santo Antônio (do Grupo Mondelli) desde o dia 21 de março. A Polícia Civil suspeita que o incêndio tenha sido criminoso e investiga o caso. “Mesmo sem nenhuma conclusão do inquérito poli-

cial, a imprensa buscou depoimentos de pessoas ligadas aos donos da fazenda para culpar as famílias acampadas, que são as maiores vítimas do incêndio”, desabafou Rosemeire Maria Martins, uma das coordenadoras do grupo. Segundo ela, muitas famílias perderam roupas e mantimentos. “Foi um ‘Deus nos acuda’. Não sabíamos se apagávamos o fogo, se retirávamos as crianças ou se ajudávamos os idosos a ficarem longe da fumaça”, relata. De acordo com as lideranças do movimento “Sem Limites” (nome alusivo ao slogan

divulgação

Metade das moradias foram atingidas; no dia seguinte, Justiça determinou a retirada dos ocupantes

do município), a Fazenda Santo Antônio tem 569 hectares, é improdutiva, e o Instituto Nacio-

nal de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tem interesse em comprá-la para repassá-la

aos trabalhadores sem terra. Os proprietários da área negam essas informações. As famílias, que se denominam “bandeira branca” – não são ligadas a nenhuma organização de luta pela terra –, permanecem mobilizadas. A reportagem do Brasil Atual questionou Rosemeire sobre as pretensões do grupo de voltar a acampar na Fazenda Santo Antônio. Ela explicou que o intuito do movimento é conquistar um assentamento na região e dialogar com o Incra para que a fazenda do Grupo Mondelli se torne um assentamento rural.


Bauru

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Perfil

A presidenta do conselho da comunidade negra de Bauru A professora Maria José Oliveira é um exemplo de militância em direitos humanos e sociais

joão andrade

A professora aposentada Maria José de Oliveira, a Zezé, de 60 anos, continua ensinando fora das salas de aula. Ela não corrige mais provas e trabalhos, como fez durante 30 anos na rede estadual de ensino. Agora, ela contribui para corrigir posturas discriminatórias, ensinando direitos humanos. Em 2013, Zezé tornou-se a primeira mulher a presidir o Conselho Municipal da Co-

munidade Negra, que foi fundado há dez anos. O espaço, ligado à Secretaria Municipal da Cultura, é um dos principais fomentadores de políticas públicas voltadas ao combate do racismo e de todas as formas de preconceito, além de divulgar a cultura africana, geralmente excluída dos currículos escolares. “Não sou descendente de escravos. Descendo do povo africano”, afirma em todas as

palestras que ministra, quando fala das condições desumanas a que seus ancestrais foram submetidos durante a escravidão. Além de militar contra o racismo, Zezé também continua lutando ao lado de sua categoria profissional por melhores salários e condições de trabalho. “Sou dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) e há muitos anos dedico parte da minha vida à

defesa dos meus colegas e de toda a classe trabalhadora”, revelou. Casada e mãe de três filhos, Zezé é uma mulher moderna que reconhece as injustiças sociais e tenta corrigi-las com uma arma poderosa: a consciência de classe. “Meus filhos cresceram me vendo sempre na luta e se orgulham de mim. Essa é a minha grande recompensa”, contou emocionada.

Cultura

Músicos criam movimento para garantir apresentações Cerca de 40 músicos bauruenses iniciaram um movimento para garantir o direito de trabalhar nos bares, restaurantes e boates na cidade. Os artistas lutam contra as proposições da Lei Municipal 3.896/95, que versa sobre o funcionamento desses estabelecimentos, com destaque para a questão da emissão de ruídos em ambientes abertos e fechados. “Está cada vez mais difícil conseguir trabalho, pois os bares e restaurantes, principalmente aqueles localizados na periferia, têm sofrido ações truculentas da Polícia Militar devido às apresen-

henrique perazzi de aquino

Leis municipais coibem artistas pelo “barulho” e horário de fechamento dos estabelecimentos

tações musicais, independentemente do horário”, explica o músico Ed Santos, um dos organizadores do movimento. De acordo com Ed, quando os policiais não conseguem provar legalmente que a emissão de ruídos está acima do

permitido (60 decibéis), o argumento apresentado para encerrar as apresentações é baseado na Lei Municipal 5.241/2005, que obriga os bares a fechar as portas às 23 horas. “Não queremos infringir a lei, mas precisamos pactuar

com o poder público sobre a nossa atuação enquanto artistas, já que esse é o nosso ‘ganha pão’”, reivindica Ed. Para o músico, as restrições das leis municipais ainda prejudicam o consumo de cultura popular e lazer em Bauru, uma vez que, para muitos trabalhadores, a opção da música ao vivo no barzinho é a única perto de suas casas. O movimento para rever os dispositivos das duas leis municipais conta com o apoio de proprietários de bares, boates e restaurantes, além de trabalhadores do setor, como cozinheiros, garçons e balconistas – a geração de empregos tam-

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bém sofre impacto direto com as restrições. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) solicitou uma audiência com o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB), para mediar a negociação entre as partes. “O assunto é polêmico e envolve direitos. Contudo, em uma cidade como Bauru, muitos trabalhadores sobrevivem das apresentações musicais nos bares e restaurantes. Isso sem falar no conjunto de categorias profissionais envolvidas no setor”, ponderou Francisco Monteiro, coordenador da CUT na região de Bauru.


Bauru

8 foto síntese – Parque Vitória Régia

Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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O número cuja divisão por dois não deixa resto (Mat.)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

© Revistas COQUETEL

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Barra fundamental de motores à explosão De canto melodioso (a ave)

De canto melodioso (a ave)

www.coquetel.com.br (?) majoritário: tem o poder na empresa O "outro mundo" Organização civil Cora (?), jornalista e escritora brasileira

3/ars — ong. 4/cosi — torá. 5/biela — irara — retrô. 7/panteon.

Saudação comum no dia a dia

Cada parte da sequência de um concurso

Armadilha da aranha Cidade do Redentor

1 4

8

S T A D E T R E S P O N T O S

6

Assim, em italiano Norte (abrev.) Artifício para enganar alguém (pop.)

7

Barra fundamental de motores à explosão

"(?) Rebeldes", minissérie de TV

R I N I T E

dedicado a todas as divindades © Revistas COQUETEL

3 6

Templo romano dedicado a todas as divindades

Elemento da Química Orgânica (símbolo)

P E R S O N A G E M C O M I C O

A etnia es-os espaços (?) na Preencha vazios comElemento algarismos de"(?) 1 Rea 9. cravizada manga: a da Química beldes", no Brasil "arma Orgânica Os algarismos nãosecreta" podem se repetir nas linhasminissérie verticais e (símbolo) de TV Templo romano horizontais, nem nos quadrados menores (3x3).

(?) na manga: a "arma secreta"

T

"O Tronco do (?)", romance regionalista

A etnia escravizada no Brasil

"O Tronco do (?)", romance regionalista

C A N O

1 4

9

Letrasímbolo do tamanho pequeno

9 1

Rogério (?), maior goleiroartilheiro

Rogério (?), maior goleiroartilheiro

RA

8 2

Letrasímbolo do tamanho pequeno

O N G

Animal conhecido como papa-mel Inflamação da mucosa nasal

Animal conhecido como papa-mel Inflamação da mucosa nasal

A R A

6

www.coquetel.com.br

Corrente reforçada Arte, em latim

Corrente reforçada Arte, em latim

Órgão estadual de trânsito (sigla) O Pentateuco da Bíblia hebraica

L R

© Revistas COQUETEL

Órgão estadual de trânsito (sigla) O Pentateuco da Bíblia hebraica

marcada na piscina olímpica

tung, estadista chinês

Faixa demarcada na piscina olímpica

P A

A forma do sifão

pelo comér- vazios com algarismos de 1 Oa alerta Preencha os espaços 9. cio (sigla) orgânico Que perdeu Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e a posição dominante (fig.) horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). (?) TseFaixa desudoku

(?) Tsetung, estadista chinês

L

Maltratar fisicamente O estilo vintage Instituição mantida

A forma do sifão O alerta orgânico

R I O

O número cuja divisão por dois não deixa resto (Mat.)

Instituição mantida pelo comércio (sigla)

Dirigir uma nação Criação como Valéria Pultz ("Zorra Total") Peça (?)-se: ou Mr. Bean derrubada ficar com no boliche vergonha Breve conselho (bras.)

Parte do corpo que pode indicar febre

3/ars — ong. 4/cosi — torá. 5/biela — irara — retrô. 7/panteon.

Arremesso preciso no basquete, fora da linha dos 6,75 m Nelson Sargento, sambista

Denominação pela qual é conhecido o papa

Maltratar fisicamente O estilo vintage

S T P A D D E T R N E S P C O N T O S

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

Dirigir uma nação Criação como Valéria Pultz ("Zorra Total") Peça (?)-se: ou Mr. Bean derrubada ficar com vergonha no boliche Breve conselho (bras.)

Arremesso preciso no Parte do basquete, fora da linha corpo que dos 6,75 m Nelson pode indiSargento, sambista car febre

Denominação pela qual é conhecido o papa


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