Jornal brasil atual bauru 04

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Jornal Regional de Bauru

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Gratuuiição ta

nº 04

pedágios

Agosto de 2014

transporte

relações perigosas

CPI revela contratos escusos entre governos tucanos e concessionárias em SP

emdurb Comissão investiga procedência no aumento da tarifa e fiscalização

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diversidade

parada Sétima edição do evento defende a diversidade familiar

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esporte reforma política

plebiscito indaga sobre Constituinte Exclusiva Consulta sobre mudanças no sistema político será realizada entre os dias 1º e 7 de setembro em todo Brasil Pág. 3

tênis de mesa Associação Nova Era revela atletas de alto rendimento

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Bauru

2 Transporte

EMDURB sob investigação

editorial Na edição de junho da Revista do Brasil, do grupo Rede Brasil Atual, a reportagem de capa “Eles vêm aí, de novo” tratou do tema da especulação nas eleições, principalmente das inúmeras manifestações do mercado financeiro com viés puramente eleitoral. Em 1989, quando Lula disputou sua primeira eleição presidencial e perdeu para Collor – que recebeu uma boa ajuda da TV Globo e depois deu no que deu –, o empresário Mario Amato chegou a vaticinar que, se Lula ganhasse, os empresários iriam embora do país. Após 12 anos, Lula ganhou e provocou enorme mudança na política econômica em meio a crises internacionais, fazendo crescimento a partir da inclusão social: pôs dinheiro no bolso do povo, mexeu no crédito, fez desonerações fiscais e o Brasil acelerou seu crescimento. Desta vez foi o banco espanhol Santander que se meteu em fazer política, reiterando o discurso dos especuladores sobre “o fim do Brasil”, com um pretenso comunicado a clientes de alta renda. O banco sofreu a mais dura invertida em toda sua trajetória no Brasil. A Internet “bombou” condenando a posição do banco dirigido por Emilio Botín, mesmo após a sua retratação e demissão do gerente responsável pela mensagem. Estamos a pouco menos de dois meses das eleições e o tiroteio é forte. Recomendamos que os leitores do jornal Brasil Atual deixem de lado o ódio e procurem se informar com opiniões seguras e de credibilidade. O que está em discussão é um retrocesso aos governos neoliberais ou o avanço em conquistas populares e sociais.

jornal on-line Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique <www.redebrasilatual.com.br/jornais> e escolha a cidade. Críticas e sugestões jornalba@redebrasilatual.com.br ou jornalbrasilatual@gmail.com facebook jornal brasil atual twitter @jorbrasilatual

A planilha apresentada pela Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (Emdurb) para justificar o aumento na tarifa do transporte coletivo, que passou a custar R$ 3,00 a partir do dia 23 de agosto, foi alvo de investigação pela Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) da Câmara Municipal. De acordo com o vereador Moisés Rossi (PPS), relator do caso, ficou evidente a “fragilidade com o que é acompanhado no serviço público e com o que é apresentado na planilha de custos”. No relatório final, apresentado pela CFC, diz que “qualquer análise da questão é capaz de expor indícios de falhas, não só nas planilhas, como em todo o sistema de transporte público da cidade”. O presidente da Comissão, Roque Ferreira (PT), protocolou

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Tarifa aumenta e relatório aponta fragilidades na fiscalização

uma ação junto ao Ministério Público Estadual requerendo o cancelamento do decreto que aumentou a tarifa e a invalidação da licitação do transporte. Ele acusa as empresas concessionárias de se negarem a fornecer as notas fiscais dos gastos com insumos, conforme já publicado pelo Brasil Atual. Licitação De acordo com Roque, o processo licitatório foi “desenhado desde o início”.

Hoje, dois terços da frota de ônibus estão sendo licitados. Três empresas participam do processo. Mas, de acordo com a Prefeitura, apenas a Grande Bauru estaria apta a operar o serviço. A empresa já é uma das concessionárias, ao lado da Baurutrans e da Cidade Sem Limites. As duas outras empresas concorrentes, a Viação Urbana Guarulhos S/A e a Circular Santa Luzia, entraram com recurso junto à Prefeitura para recorrer da decisão.

Poucos subsídios na tarifa

Em Bauru, a tarifa regular não é subsidiada. Apenas a tarifa de estudante recebe subsídio da Prefeitura. “Iniciamos o subsídio da tarifa do estudante e a Prefeitura

é que paga a diferença”, alega o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB). No momento, não existe perspectiva de novos subsídios da atual administração. Archimedes Raia Junior, dou-

tor em engenharia de transportes pela Universidade de São Paulo (USP), defende que “o transporte financiado apenas pelas tarifas é extremamente caro e impraticável ao cidadão”.

Manifestação contra o aumento Cerca de 200 pessoas bloquearam uma faixa da Avenida Rodrigues Alves, no dia 18 de agosto, em protesto contra o aumento da tarifa. Os manifestantes segui-

ram até a Câmara Municipal e a Prefeitura, onde queimaram duas catracas de papelão. Não houve confrontos com a polícia. “Já ficou claro que a população não aceita mais pa-

gar esse transporte, um dos mais caros do Brasil”, disse o professor Marcos Chagas. “Vamos construir novos atos juntos com a população”, prometeu.

Expediente Rede Brasil Atual – Bauru Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de Redação Paulo Salvador Secretário de Redação Enio Lourenço Redação Francisco Monteiro, Flaviana Serafim, Giovanni Giocondo, Henrique Perazzi de Aquino e João Andrade, Luiz Felipe Barbieri, Vanessa Ramos e Vitor Moura Revisão Malu Simões Foto Capa <vozdoaposentado.org.br> Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita


Bauru

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REFORMA POLÍTICA

Movimentos almejam 10 milhões de assinaturas Aumento da tarifa e insatisfação com a qualidade do transporte público, repressão policial, melhorias na saúde e na educação, reforma política, insatisfação com o mau uso da verba pública. Essas foram algumas das causas levadas às ruas do país, em 2013, por milhares de jovens. Em resposta às mobilizações, a presidenta Dilma Rousseff propôs a adoção de cinco pactos nacionais, dentre os quais a convocação de um plebiscito para uma Constituinte exclusiva sobre reforma

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Urnas do Plebiscito Popular Constituinte estarão espalhadas pelo país em setembro

política, o que permitiria aprofundar temas como a escolha

Dinheiro de empresas O plebiscito também levanta o debate sobre o financiamento das campanhas eleitorais. O gasto médio de alguns candidatos a deputado federal em São Paulo chega a R$ 4 milhões. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2012, 95% dos recursos totais das campanhas no Brasil vinham das empresas privadas. Para o professor de Direito Constitucional da Escola Paulista de Direito, Alessandro Soares, esse tipo de financiamento é uma violação ao princípio democrático. “Os representantes políticos são eleitos pelo povo, mas suas campanhas são pagas com recursos privados dos que têm maior poder econômico. Um parlamentar ou chefe do Poder Executivo dificilmente sabe quem foram seus eleitores,

mas sabe quem são seus financiadores”, alerta. Para Soares, a relação entre poder econômico e poder político é mais próxima e forte do que a relação do representante político com a população. “O financiamento privado é uma porta aberta para relações de corrupção e de violação de regras públicas”, diz. O secretário de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, João Batista Gomes, afirma que o dinheiro de empresas para candidatos abre precedentes para sua interferência na política. “É sempre bom lembrar o ditado de ‘quem paga a banda, escolhe a música’. Como é possível reduzir a jornada de trabalho para 40 horas se a maioria do Congresso é de empresários e latifundiários?”, ressalta.

de parlamentares e governantes, as formas de financiamen-

to das campanhas eleitorais, a proporcionalidade para eleição dos deputados, o fim do Senado, etc. A proposta sofreu oposição de vários setores. A recusa dos parlamentares do Congresso Nacional em aceitar um plebiscito legal, como permite a Constituição Federal, fez com que entidades, centrais sindicais e movimentos sociais organizassem o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Até o momento, já foram

Por Vanessa Ramos

implantados 1.500 comitês do Plebiscito Popular Constituinte em mais de 1.000 municípios em todos os Estados do país. No Estado de São Paulo são cerca de 200 comitês. As organizações pretendem alcançar 10 milhões de assinaturas. As cerca de 10.000 urnas estarão espalhadas em locais como sindicatos, escolas, comércios, igrejas e praças, de 1º a 7 de setembro. E a pergunta será: Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político Brasileiro?

Minorias no Congresso Se na sociedade existem mais trabalhadores do que patrões, no Congresso Nacional é o contrário. Empresários e ruralistas são 72,8% dos parlamentares. Negros, indígenas, mulheres e jovens também são minoria entre os parlamentares. Para Rafael Locateli Tatemoto, um dos autores do livro Outro sistema político é possível, a representação pouco democrática no Congresso dificulta avanços. “Pautas como o combate à terceirização têm mais chances de sucesso com um sistema político capaz de representar os reais interesses da maior parte da sociedade.” O professor de direito Alessandro Soares afirma que os interesses privatistas e elitistas se sobressaem. “Temos como prova o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) do trabalho escravo, que prevê a expropriação de terras onde foi verificada essa prática, e demorou 19 anos para ser aprovado.” Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Sônia Auxiliadora, lembra que as mulheres ocupam apenas 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no Senado. “Queremos representação não apenas para dialogar sobre pautas que se referem à realidade das trabalhadoras, mas que podem beneficiar toda a sociedade.” A liderança da etnia Kaimbé, Égina Silva, destaca que o Congresso não representa os povos

indígenas. “Falta saúde de qualidade, demarcação de terras, reconhecimento dos indígenas que vivem na cidade e foram expulsos de suas aldeias por conflitos com fazendeiros. Se tivéssemos indígenas no Congresso que não fossem manipulados pelos interesses de poucos, essas mudanças seriam mais fáceis”.


Bauru

4 pedágios

CPI revela contratos escusos dos governos tucanos em SP Tarifa mais cara do Brasil pode ter levado concessionárias a lucros irregulares de R$ 2 bi Por Giovanni Giocondo

giovanni giocondo

O valor da tarifa dos pedágios em 19 rodovias do Estado de São Paulo, que são concedidas à iniciativa privada desde 1998 (governo Mário Covas), sofreu reajuste médio de 5,29% no dia 1º de julho de 2014. O aumento foi adotado pouco mais de um ano após as manifestações de 2013, que levaram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a “congelar” os preços.

Paralelamente, ocorre na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), desde abril, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura suspeitas de irregularidades em contratos firmados entre gestões do governo estadual (todas do PSDB) e as concessionárias das rodovias – durante três anos, a CPI foi bloqueada pela base governista.

As investigações têm mostrado diversas medidas ilegais e cálculos errôneos adotados pelos governos tucanos (desde 1994 no Estado), como a concessão de lucros exorbitantes às concessionárias, e processos judiciais atabalhoados, que mexem no bolso dos paulistas, os mais afetados pelos valores estratosféricos das tarifas de pedágio no Estado.

Uso das rodovias afeta orçamento de trabalhadores sair daqui para São Paulo. Estamos ilhados”, ratifica. O representante comercial Yuri Pereira, de 28 anos, morador de Piracicaba, vive situação parecida. Ele viaja cerca de 580 quilômetros por dia pelas rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Marechal Rondon, Castelo Branco, Washington Luiz

arquivo pessoal

O professor Ailton Paes Leme, de 37 anos, de Bauru, critica o valor do pedágio na rodovia Marechal Rondon, que impede as pessoas de frequentarem atividades culturais. “Para ir de Lençóis Paulista a Bauru assistir a um filme no cinema são R$ 9 de pedágio. Imagina

e Imigrantes. Yuri gasta 5% do salário com pedágios. Para ele, as estradas são boas, mas bem mais caras que as de outros Estados. “Uma mudança no sistema rodoviário deveria incluir a manutenção dos serviços, com preços mais baixos”, propõe.

Desde a adoção do reajuste, a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) tem entrado em atrito com o governo estadual, porque queria um aumento maior. Em nota, a entidade disse que considera que a medida foi adotada “unilateralmente” e “sem respaldo jurídico”, por não compensar as perdas com a ausência de reajuste no ano passado, além de “colocar em risco a credibilidade do Programa de Concessão”. Para a Agência de Transporte do Estado de São Paulo

(Artesp), o reajuste está “totalmente previsto nos termos do contrato e da legislação” e “manteve o equilíbrio econômico e financeiro dos convênios”. A agência ainda informou que “não houve falta de diálogo com os representantes das administradoras de rodovias sobre o processo de reajuste tarifário dos pedágios”. Cristovan Granzina, do Movimento Passe Livre nos Pedágios (MPLP), afirma que o reajuste é uma medida de “bandeira falsa” do atual governo, Artesp e concessionárias. “O aumento é um disfar-

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O toma lá da cá do governo e das concessionárias

ce para que um teto superior [de cobrança] seja obtido nos tribunais e o ônus fique com o judiciário”, explica. Apesar do congelamento das tarifas em 2013, o governo do Estado soltou uma portaria em julho do mesmo ano, benefician-

do a arrecadação das concessionárias. A partir dela, o ônus variável pago pelas concessionárias à Artesp foi reduzido pela metade, de 3% para 1,5%. Para o deputado estadual Gerson Bittencourt (PT), relator da “CPI dos Pedágios”, o mecanismo “é frágil para um contrato dessa magnitude, sobretudo pela falta de termos aditivos para ratificar essa decisão”. A portaria também determinou que as empresas passassem a ter o direito de cobrar dos caminhoneiros a tarifa por eixo suspenso do veículo, nos mesmos moldes das rodovias federais.

Para Luiz Carlos Neves, presidente da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat), chegará um momento em que o caminhoneiro “terá de parar de trabalhar devido aos preços dos pedágios”. O caminhoneiro, que também reclama da segurança de algumas rodovias paulistas, ressalta que o custo final do frete das mercadorias, com as novas tarifações, é repassado ao comércio, à indústria, à agricultura e à população em geral.


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Outro fator nebuloso que impera no sistema rodoviário paulista é a cobrança das tarifas de pedágios baseada na conjuntura econômica do país. Em 67% das rodovias, os valores são reajustados conforme o avanço da inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Entre junho de 1998 e maio de 2013, a variação do IGP-M foi de 248%. No entanto, a inflação oficial (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) nesse período, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 152%. Essa é uma das pautas da CPI dos Pedágios. Segundo o deputado estadual Antonio Mentor (PT), vice-presidente

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Índices colocam tarifas e convênios em xeque

da Comissão, os aumentos adotados ao longo dos anos não levaram em consideração a “melhoria da situação econômica e a redução dos riscos de investimentos no Brasil”. Entre 1998 e 1999, quando as concessões das rodovias foram iniciadas em São Paulo, a taxa básica de juros (Selic) chegou a ultrapassar os 42% ao mês, nunca

ficando abaixo dos 19%. Como forma de garantir o aporte financeiro das empresas, o governo do PSDB estabeleceu em 70% das concessões uma Taxa Interna de Retorno (TIR) em torno de 20%, para que as empresas não tivessem prejuízo. Mesmo com os juros caindo gradativamente ao longo dos anos e fixados em 10,9% no último mês de julho, a

TIR não foi reduzida. Essa diferença pode ser sentida na disparidade entre o custo das viagens em rodovias sob o modelo tucano, mais caro, e aquele pago em rodovias federais, sob concessão em um sistema que privilegia o menor preço da tarifa. Uma ida de São Paulo a Presidente Prudente, que totaliza 558 km, custa R$ 77,70 só em pedágios de três rodovias. Já da capital paulista até Belo Horizonte, que dá 562 km pela rodovia Fernão Dias, gasta-se R$ 12,00 com os bloqueios. Um estudo da consultoria Austin Rating, de 2009, constatou que a rentabilidade média de 15 empresas concessionárias em São Paulo foi de 30%. Só a CCR/Autoban, que rege o sistema Anhanguera-Bandeirantes, teve alta de

80,5% nos lucros líquidos. Em 2013, juntas, as concessionárias arrecadaram R$ 6,891 bilhões, segundo projeções do Pedagiômetro – ferramenta que projeta faturamento das concessionárias com base em relatórios de arrecadação oficial. Até o dia 4 de agosto, as empresas acumulavam pouco mais de R$ 4,311 bilhões em 2014. Contudo, o valor absoluto é misterioso até mesmo para a Artesp. Em depoimento à CPI dos Pedágios, o engenheiro Alexandre Gonçalves, funcionário da holding que controla a concessionária Colinas/Triângulo do Sol, afirmou que a agência não tem acesso em tempo real à arrecadação das praças de pedágio.

Uma semana antes da abertura da CPI, em abril, o governo paulista, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), ingressou na Justiça com uma ação de nulidade de ato jurídico contra quatro concessionárias: Autoban, CCR Via Oeste, Ecovias e Colinas/ Triângulo do Sol, A ação pretende cancelar os aditivos contratuais assinados pela Secretaria Estadual de Transportes com essas empresas no final de 2006, quando os convênios foram renovados por mais oito anos, durante a gestão do governador Claudio Lembo – vice de Alckmin na época, que assumiu o cargo para o atual governador disputar a Presidência da República. Na ação, a PGE baseou-se em estudo elaborado pela Fundação Instituto de Pesqui-

sas Econômicas (FIPE), que demonstrou que o cálculo do reequilíbrio financeiro usado na época levou em consideração “receitas totais estimadas (fictícias), e não a receita real das concessionárias com a arrecadação dos pedágios”. A ação diz que a compensação “foi maior do que a perda sofrida pelas concessionárias” e “provocou o desequilíbrio das contas em favor das empresas”. Os aditivos contratuais também elevaram irregularmente a Taxa Interna de Retorno de 19,85% para 21,05%, e foram assinados sem o aval da consultoria jurídica da Artesp. Os cálculos da Fipe apontam um possível ganho extra de até R$ 2 bilhões pelas concessionárias, entre 2007 e 2012. Durante o depoimento à

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A “caixa preta” que pode guardar R$ 2 bilhões irregulares

CPI, o ex-diretor geral da Artesp, Ulisses Carraro (remanejado para outra função pelo governador Lembo), disse que as ações judiciais são um “desespero” do governo estadual para reduzir o valor das tarifas em 2014, ano eleitoral. O ex-secretário estadual de Transportes e ex-presidente da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), Dario Rais

Lopes, que também deixou o governo na época, disse à CPI que os aditivos foram aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e que o Ministério Público Estadual arquivou o processo que questionava a legalidade dos cálculos de reequilíbrio financeiro das concessionárias. Para o deputado Mentor, o governador faz muita “fuma-

ça” em cima do caso, nos mesmos moldes dos processos que envolveram o cartel do Metrô e da CPTM, denunciado pela multinacional Alemã Siemens. “Na resposta ao processo, o juiz disse que a ação era desnecessária porque o governo poderia cancelar a prorrogação administrativamente”, explica. Em depoimentos à CPI, os presidentes das empresas que são alvo da ação da PGE foram unânimes em afirmar que um acordo poderia ter sido feito para evitar o desgaste do processo. Agora, com o trâmite jurídico em pleno ano eleitoral, há um temor entre as pessoas que dependem das rodovias, que uma “guerra fratricida” entre o PSDB e seus aliados onere ainda mais os bolsos dos paulistas, os maiores interessados no serviço.


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6 Diversidade

Parada chega a sua sétima edição em Bauru O tema deste ano defende a diversidade familiar e a maior conscientização da causa LGBT presidente da Associação Bauruense pela Diversidade. Aloísio também faz questão de ressaltar a parceria com a Secretaria Municipal de Educação. “Este ano a gente deu um passo muito grande, como a palestra para os profissionais da educação, que precisam saber como lidar com a homossexualidade”, conta. O secretário de Cultura, Elson Reis, reafirma a relação produtiva entre as entidades e o município na organização da Parada. “Toda estrutura de som, iluminação, palco, seguranças, sanitários químicos, bem como a contratação e pagamento do cachê do artista, ficam por conta da Secretaria de Cultura, que este ano deve investir cerca de 80 mil reais

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No dia 31 de agosto, a partir das 13 horas, na Praça da Paz, ocorre a 7ª edição da Parada da Diversidade, que faz parte da programação da Semana de Combate ao Preconceito e à Discriminação. O tema deste ano é “Em Defesa da Diversidade da Família” e a principal atração musical é a cantora Gaby Amarantos. “O ponto alto vai ser o casamento coletivo, para mostrar para a sociedade que nós também queremos constituir família, também somos família. Crianças criadas pelos avós também são família, criados por irmãos. Não são apenas os laços sanguíneos que constituem a família, mas também os laços de afeto”, explica Aloísio Pereira Júnior,

no evento”, destaca. Em 2013, a Parada reuniu cerca de 60 mil pessoas, entre jovens, famílias, idosos. “Foi muito contagiante, pois a música era boa, tinha várias pessoas heterossexuais e todos se divertindo e se respeitando. Não vi nenhum tipo de briga ou tumulto. Fora que a

organização é ótima, com shows sempre bem bacanas para o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transgêneros)”, conta Marcos Vinicius Barbosa Souto, de 21 anos. Já Skellington (que preferiu não identificar o nome verdadeiro), de 22 anos, afirma

que, embora o clima fosse positivo, muitos dos que foram ao evento estavam interessados apenas na diversão. “O clima era de festividade, quase uma micareta ao invés de um movimento em prol da causa. A Parada não é apenas o som e a diversão, mas um manifesto, que muitas vezes se torna banalizado”, defende. Com o objetivo de conscientizar a população, serão organizadas intervenções pontuais durante o evento intituladas “Parada Gay Não é Festa”. “A Parada em Bauru é festa, foi assim desde que começou. A maioria vai para se divertir, mas também é um momento de conscientização das lutas LGBT”, afirma Alan Maia, um dos organizadores.

Perfil

Renato Magu é o “cara” do hip-hop bauruense Nascido e criado no bairro Independência, zona oeste de Bauru, e torcedor fanático do Indempa – time do futebol amador bauruense –, Renato Moreira “Magu”, de 33 anos, é uma personalidade central no meio do hip-hop bauruense. “Comecei a curtir em 1992 e a compor em 1995. Hoje considero que o hip-hop é a minha missão.” Para Magu, as dificuldades da vida foram alguns de seus ensinamentos. O pai solteiro do Erick Daniel Moreira, de 12 anos, explica: “Aprendi a ser adulto

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Conheça um pouco da vida do músico que encabeça diversos projetos socioculturais

muito rápido. Meu pai cometeu suicídio quando eu tinha 3 anos. Aos 12, eu já trabalhava em um supermercado. Na época, não consegui associar

trabalho e estudo. Só depois de adulto voltei para a escola. Após o ensino médio, cheguei a estudar serviço social e história”, conta. Atualmente, o músico, que diz ter princípios políticos socialistas, dedica-se à coordenação do Ponto de Cultura Acesso Hip-Hop. O projeto nasceu em 2011 após Magu ter passado pelo Acesso Popular, de onde surgiram ideias para captação de recursos federais para o espaço dedicado ao movimento hip-hop. “Dentre os resultados está a criação da lei que inseriu no calendário oficial do município a Semana

do Hip-Hop”, frisa. Ele também faz parte da Frente Hip-Hop do Interior, que atinge 15 cidades paulistas. “Estamos trocando experiências com projetos no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, além de trabalhar na ampliação do movimento em todo o Estado de São Paulo.” Sobre o preconceito contra militantes do hip-hop, Magu considera que as redes sociais têm exercido papel importante na defesa do movimento. “Antes, a grande mídia imprimia sua visão do movimento. Uma visão de quem se ofende com a realidade vivida nas

periferias das cidades. Hoje temos condições de divulgar a nossa própria visão e fazer nosso próprio marketing por meio de diversos canais da Internet. O hip-hop é um movimento sociocultural que traduz a realidade da juventude e dos trabalhadores que vivem nas periferias. Logo, também sofre com essa onda de criminalização dos movimentos sociais”, analisa. Defina-se, Magu: “Sou apenas um pedreiro assentando mais um tijolo nessa construção que é o hip-hop. Sinto-me realizado e sei que esse sonho não é só meu”.


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Esporte

Associação Nova Era revela atletas do tênis de mesa Mesatenistas de ponta tornam equipe referência nacional, com destaque na modalidade adaptada Com uma equipe formada por 20 atletas de alto rendimento, a Nova Era tem campeonatos estaduais, nacionais e sul-americanos em sua sala de troféus. Atletas paraolímpicos também já passaram pela Associação, como Paulo Salmin, campeão parapan-americano em 2013 e representante brasileiro nos Jogos Paraolím-

Associação Nova Era de Tênis de Mesa de Bauru

A Associação Nova Era de Tênis de Mesa surgiu há três anos na Vila Falcão e já desponta como uma potência na formação de atletas da modalidade. O projeto começou a partir da iniciativa de Claudio Massad e Adilson Toledo, presidente e coordenador técnico da Associação, respectivamente.

picos de Londres. “Nós não trabalhamos somente com atletas de alto rendimento olímpico, mas paraolímpico também. Com o Paulo nós fizemos uma preparação bem no começo do projeto, para que ele chegasse a Londres, o que ele acabou conseguindo”, conta Adilson Toledo.

O mais novo desafio da Nova Era passa pelas mãos da paratleta Cátia Cristina, de 23 anos. A mesatenista, que era jogadora de futebol e tinha o sonho de vestir a “amarelinha”, iniciou a carreira após sofrer um acidente automobilístico em 2007, que a deixou paralisada do pescoço para baixo.

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A esperança nos Jogos Paraolímpicos Rio-2016 “Nós estávamos na rodovia que liga Piracicaba a Bauru, por volta das 11 horas. No desnível da linha do trem, perto de São Manoel, batemos na traseira de um carro. Eu estava deitada no banco de trás e quebrei a coluna cervical. À tarde, às 17 h, saiu a convocação da seleção brasileira feminina sub-17, e eu

estava na lista. Mas eu saí do hospital mexendo só o olho”, lembra Cátia. O episódio, que enterraria a autoestima e o sonho de muitos esportistas, para Cátia significou um recomeço. Mais do que jogar futebol, a vontade de representar o país falou mais alto. Ela recuperou os movimentos dos braços

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e hoje faz parte da seleção paraolímpica. Em setembro, Cátia vai disputar a seletiva dos Jogos Parapan-americanos de 2015, que acontecerão em Toronto, no Canadá. Caso ganhe a competição continental, ela se classifica automaticamente para os Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro em 2016.


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8 foto síntese – Zoológico de Bauru

Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

© Revistas COQUETEL Atriz brasileira indi-

(?) negra: iluminação de boates

cada ao Oscar por "Central do Brasil" Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Rua, em francês Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e sudoku horizontais, nemRegião noson-quadrados (3x3). Marca do menores SindicalisZorro tas cooptade vivem dos pelo governo Afonso (?), www.coquetel.com.br presidente do Brasil (1906-09) Consoante que recebe o til no espanhol Rapaz, em inglês Cavalo de pouco valor

Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Cogita Titã, em Vestuário relação a masculino insistenOs algarismos nãopara podem nas linhas verticais e Saturno temente ocasi- se repetir (Astr.) (fig.) ão formal Marília horizontais, nem nos quadrados menores(?), (3x3). atriz

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As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

2

A I T

C

U E V

A N T A

vale o que vier

Solução P A N G A R E

7 6

U E V

L

I L H A F I S C A L

X

Solução

"Arquivo (?)", série de ficção científica

P

L

O

L E I

2 7 3 5 6 9 1 4 8

Solução

BANCO

"(?) de Noiva", novela de Janete Clair

R

A

A T A

3/lad — oil — rue. 4/love — rain. 5/licor.

8 1 5 3 4 2 9 7 6

Solução

9 8 7

A vacina contra várias doenças Alto posto de representação diplomática

P

B

9

7 4 3 1 Solução 3 8 6 3 2 8 3 1 R E Q U I E M

3

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Solteirona (pop.)

V E

2 9 6 4 7 8 1 3 5 2

3

9

Chuva, em inglês Registro Norma da escrito de sociedade reunião (Dir.)

www.coquetel.com.br

"Arquivo (?)", série de ficção científica

5 2 7 1 9 3 8 6 4

BANCO

"(?) de Noiva", novela de Janete Clair

3 4 1 6 5 8 2 9 7

A vacina contra várias doenças Alto posto de representação diplomática

Chuva, em inglês Registro Norma da escrito de sociedade © Revistas COQUETEL reunião (Dir.)

6 9 8 2 7 4 5 1 3

União Europeia (sigla) Espetáculo do Cirque du Soleil com músicas dos Beatles (ing.)

Maior mamífero da fauna brasileira

União Europeia (sigla) Espetáculo do Cirque du Soleil com músicas dos Beatles (ing.)

Maior mamífero da fauna brasileira

Existirá; acontecerá Inclusive

Terceira nota musical

N E G

Bem muito valorizado em sedes da Copa

Bem muito valorizado em sedes da Copa

O

Longa-(?): duração de filme Repouso

D

Frangelico ou Amarula Tipo de vilão perseguido por Batman Estudo que buscava a pedra filosofal

Longa-(?): duração de filme Repouso

3/lad — oil — rue. 4/love — rain. 5/licor.

© Cointreau, Revistas COQUETEL

Rapaz, em inglês Cavalo de pouco valor

Cogita insistentemente (fig.)

Vestuário masculino para ocasião formal

A N T A

4

Afonso (?), presidente do Brasil (1906-09) Consoante que recebe o til no espanhol

Cointreau, Frangelico ou Amarula Tipo de vilão perseguido por Batman Estudo que buscava a pedra filosofal

7

Sindicalistas cooptados pelo governo

X

Óleo, em inglês

Marca do Zorro Óleo, em inglês

L E I

6

os gaúchos (abrev.)

Região onde vivem os gaúchos (abrev.)

Atriz brasileira indicada ao Oscar por "Central do Brasil" Rua, em francês

A T A

Destino de cães recolhidos pela carrocinha

(?) negra: iluminação de boates

B

Local de realização do último baile do Império, antes da Proclamação da República Diz-se do ambiente nocivo à saúde Lou Reed, músico do Velvet Underground (?) © Revistas COQUETEL Oiticica, criador do Parangolé

© Revistas COQUETEL

Destino de cães recolhidos pela carrocinha

O I N L R H E A T F I C S C R A E L Q U L I O V E E M

www.coquetel.com.br

GIRAFAMANIA

Local de realização do último baile do Império, antes da Proclamação da República Diz-se do ambiente nocivo à saúde Lou Reed, músico do Velvet Underground (?) Oiticica, criador do Parangolé


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