Jornal Brasil Atual - Bebedouro 22

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Jornal Regional de Bebedouro

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Bebedouro

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nº 22

Voleibol

bella ragazza

Outubro de 2012

SP-322

Cristiane, a bela moça de Bebedouro que fez um baita sucesso na Itália

obra tumultuada A duplicação da estrada pode isolar o Setor Norte da cidade

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eleições 2012

faltou voto Fernando Galvão elegeu-se prefeito com a menor votação da história

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Solidariedade ciência

edson silva/folhapress

o nióbio, uma pedrinha preciosa contra o câncer

Metal é raro no mundo; Brasil detém 95% das reservas mundiais Pág. 4-5

Exemplo de dedicação é a Fundação Abílio Alves Marques

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Bebedouro

2 Rodovia SP-322

Rolo na duplicação da estrada

editorial Antes de mais nada, é preciso desejar muito boa sorte ao prefeito eleito de Bebedouro, Fernando Galvão, do DEM, que assume a cadeira já enfraquecido, pois obteve a menor quantidade de votos já dada a um alcaide da cidade, 21,21% dos votos, culpa, em parte, da imprensa comercial local que abusou de seu direito de transformar o pleito num resultado de cartas marcadas. Por isso, Galvão precisará de um bom leque de alianças para governar, já que o principal aliado, o eleitor, faltou-lhe nas urnas. Nem se pode esperar que as promessas de campanha sejam cumpridas, pois não houve promessas. De nossa parte, estaremos de olho, denunciando qualquer ato que macule a probidade que se faz mister no homem público. Nesta edição, a gente chama a atenção para uma bela professora que, no passado recente, representou muito bem a nossa cidade nas quadras da Itália. Trata-se da jogadora de voleibol Cristiane Campanelli, cuja história vem contada adiante. Outra leitura gostosa é a das páginas centrais, que tratam do nióbio, uma pedrinha pra lá de preciosa que se dá ao luxo de ser rara em todo o mundo e tem de monte no Brasil. Descoberto nos anos 1950, esse mineral ganha grande peso internacional, graças às descobertas que se fizeram de sua utilidade em tudo que é indústria de ponta. Trata-se, portanto, de outra bela riqueza, quase exclusivamente nacional. Então, tintim, saúde! É isso. Boa leitura!

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A duplicação do trecho da Rodovia SP-322 poderá isolar o Setor Norte da cidade. Pelo projeto do Governo do Estado, o trevo no final da Avenida Raul Furquim deixará de existir. No local, seria feita uma alça que ligaria a Avenida ao Trevo que dá acesso à empresa LD Commodities. Para Luiz Carlos da Silva, 52 anos, morador do Jardim Cláudia, “isso é um absurdo, pois temos dois acessos à região, e eles querem fechar um! Tem de mudar o projeto, senão será um sufoco atravessar a cidade de uma região para outra” – protesta o morador. As pessoas já se mobilizam para exigir a continuação da Avenida Raul Furquim. Um

mauro ramos

Preocupação é o isolamento do Setor Norte da cidade

grupo de moradores e lideranças políticas já esteve reunido no local para dar início ao movimento que pretende mudar o projeto do Governo do Estado. Para Luiz Carlos de Freitas,

vereador eleito, o ideal seria o rebaixamento da pista, com a avenida passando por cima da rodovia. “Procuramos os deputados estaduais para engajá-los nessa luta” – diz Freitas.

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Rede

Uma nova comunicação para um novo brasil

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Expediente Rede Brasil Atual – Bebedouro Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Enio Lourenço e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


Bebedouro

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eleições 2012

Menor votação da história O prefeito eleito de Bebedouro, Fernando Galvão (DEM), obteve 21,21% dos 57.154 eleitores da cidade. Ele teve 12.123 votos, 29,55% do total dos votos válidos, o menor número de votos dado a um prefeito em Bebedouro, em sua história recente. Em 1996, o ex-prefeito Piffer obteve mais de 18 mil votos, mas o número de eleitores era bem menor. Em 2000, Davi Perez teve 19 mil votos. Em 2004, Helio Bastos foi eleito por 15 mil eleitores. Em 2008, Italiano ultrapassou os 17 mil votos. Galvão, portanto, terá dificuldades para

divulgação

Novo prefeito tem desconfiança de 80% da população

administrar, pois 78,79% dos eleitores não optaram por ele. O candidato do DEM defendeu que as secretarias virem departamentos e não fez uma grande promessa na campanha,

ficando no discurso de uma administração ética. Seu maior problema talvez seja a dúvida das pessoas em relação ao que ele fará com o Hospital Municipal Júlia Pinto Caldeira.

As emissoras de rádio e os jornais comerciais de Bebedouro não resistiram à tentação e entraram na campanha por seus candidatos. Matérias, manchetes e fotos que os beneficiavam e pesquisas manipuladas deram o tom da mídia na campanha eleitoral – uma pesquisa deu mais de 40% para Fernando Galvão e 19% para Hélio Bastos! A mídia local espalhou, por exemplo, que a candidatura de Helio Bastos (PDT) estaria impugnada e que os votos dados a ele não seriam computados. A impugnação não se confirmou, mas o estrago já estava feito. Na dú-

reprodução

Mídia vira panfleto

vida, boa parte do eleitorado direcionou seus votos a Gustavo Spido (PV), que terminou em segundo lugar – seu crescimento à última hora não deu tempo de “contaminar” a chapa, que só elegeu um vereador. Os boatos tiveram a participação direta de rádios e jornais e influíram no resultado da eleição.

PT volta à Câmara

Candidato a vice-prefeito no pleito municipal, Carlos Orpham (PT) se destacou pelo desprendimento e compromisso com a cidade. Muitos queriam que fosse candidato a prefeito, ele demonstrou humildade e trabalhou, com Luiz Carlos de Freitas, presidente do PT local, para unir forças e diminuir o número de candidatos a prefeito. “Não podemos incorrer no mesmo erro da eleição passada, quando

Em 20 anos – de 1989 a 2008, o Partido dos Trabalhadores esteve na Câmara dos Vereadores de Bebedouro e governou a cidade, de 2001 a 2004, com o ex-prefeito Davi Perez – o partido elegeu, naquele ano, cinco dos 17 vereadores. Porém, de 2009 a 2012, ficou sem representantes. Agora, volta a ter um, Luis Carlos de Freitas, 51 anos, que já foi vereador duas vezes e preside a sigla na cidade. “Nossa aliança com o PDT de Helio Bastos foi acertada,

mauro ramos

Orpham: deputado estadual? havia sete candidatos a prefeito” – dizia o petista. Para ele, “a eleição foi perdida por causa do boato de uma suposta impugnação de Hélio Bastos, lançado pelos adversários. Se não fosse isso, eu seria vice-prefeito de Bebedouro e poderia trabalhar junto ao governo Dilma pela cidade”. Agora, o Diretório Municipal do PT pensa em Carlos Orpham como pré-candidato a deputado estadual, em 2014.

a gente fortaleceu o nome de Orpham e elegeu um vereador” – afirma ele, que vai continuar o trabalho de Orpham, quando vereador. “Manterei contatos com a presidenta Dilma por mais investimentos no município.” Agora, ele conversa com o pessoal eleito das coligações derrotadas para definir a bancada de oposição na Câmara. Três candidatos se destacaram no PT: Freitas, com 623 votos; Silvinho do Pão de Queijo, com 622; e Zezé Guessi, com 606.

mauro ramos

Ângelo Daólio, do PSDB, foi o vereador mais votado Com 1.287 votos, Ângelo Daólio (PSDB), proprietário da Funerária São João, foi o candidato a vereador mais votado. O tucano sonha em disputar a presidência da Câmara, mas seu sucesso na empreitada vai depender

de que lado o PSDB vai ficar, na oposição ou na situação. O médico Fernando Piffer completa a bancada tucana, que não teve candidato a prefeito, declarando-se independente. Sabe-se, porém, que Piffer quer ser

o diretor da Saúde. Se isso acontecer, mediante acordo entre DEM e PSDB, o sonho de Daólio será adiado, pois Beto Mazzeu e Sebastiana Camargo, ambos do DEM, também querem presidir a Câmara.


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4 Ciência

Nióbio: elemento raro no mundo e abundante entre nós Um metal raro no mundo e abundante no Brasil começa a destacar-se: o nióbio. Usado em aços e ligas metálicas de grande rigidez, dureza e estabilidade térmica, em cápsulas espaciais, mísseis, foguetes, reatores nucleares, aparelhos de ressonância magnética, tomografia e semicondutores, ele mostra-se cada vez mais versátil. Exemplo: dois litros de um novo biodiesel mineral derivado dele, com qualidade testada e comprovada, estão nas prateleiras do Laboratório de Síntese e Análise de Produtos Estratégicos (Lasape), do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Falta apenas o interesse das indústrias para ser produzido em larga escala.

divulgação

Mais de 95% das reservas mundiais desse mineral estratégico estão no Brasil

No mesmo local, há mais de dez anos, foi criado o pentacloreto de nióbio, substância que revela resquícios de

sangue lavados de cenas de crime, o que facilita as investigações. Mais barata que o luminol original americano,

a versão brasileira já é usada pelo Instituto de Criminalística Carlos Eboli, da Polícia Civil do Rio de Janeiro. “Por ser

Por Cida de Oliveira

revelador de restos invisíveis de sangue, onde se proliferam as bactérias, o produto é usado contra infecção hospitalar” –, diz o farmacêutico Cláudio Cerqueira Lopes, coordenador das pesquisas da UFRJ. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisadores do laboratório de Metalurgia e Solidificação do Departamento de Engenharia de Materiais criaram, a partir do nióbio, uma prótese de quadril que, além de mais barata e resistente, não provoca reações inflamatórias e alérgicas no paciente. “Quando o produto for produzido em escala industrial, o país ficará independente da tecnologia estrangeira” – explica o engenheiro e pesquisador Éder Sócrates Najar Lopes.

Maior mina mundial

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), o Brasil concentra mais de 95% das reservas mundiais – outras fontes estimam 98%. Em 2010, a produção do concentrado do minério alcançou 63 mil toneladas, além de 53 mil toneladas de uma liga de ferronióbio, das quais 45 mil foram exportadas por US$ 1,56 bilhão. No mesmo período, 4 mil toneladas de óxido de nióbio foram produzidas, das quais foram exportadas 1.500, a US$ 44 milhões. O Plano Nacional de Mineração estima um cres-

A maior mina em operação é a da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), em Araxá, que produz 75% do nióbio usado no mundo. Ao ser criada, nos anos 1950, a CBMM era do grupo Moreira Salles, o mesmo que, até 2008, controlava o Unibanco, incorporado pelo Itaú. Todavia, nos últimos anos, 15% das ações da companhia foram vendidas para chineses, japoneses e coreanos. Segundo o site da CBMM, um contrato com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) prevê a

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Onde estão as nossas reservas

cimento de 5,1% no mercado interno e 3,8% no mercado externo até 2030. As principais reservas minerais estão nos municípios de Itambé (BA), Itapuã do Oeste (RO), Catalão e Ouvidor (GO), Araxá e Tapira (MG) e Presidente Figueiredo e São Gabriel da Cachoeira (AM). A de São

Gabriel, a maior, esteve na mira do governo FHC: em 1997, houve a intenção de vendê-la por R$ 600 mil. A reserva é capaz de abastecer o consumo mundial por mais de mil anos. O minério também pode ser encontrado em Roraima, na terra indígena Raposa Serra do Sol.

transferência de 25% de participação operacional nos lucros ao governo de Minas Gerais. A empresa tem subsidiárias na Holanda, em Cingapura e nos Estados Unidos. O segundo maior produtor brasileiro é a Mineração Catalão, em Goiás, controlada pela Anglo American, um dos maiores grupos de mineração e recursos naturais do mundo, que opera desde 1976. O ferronióbio produzido ali é exportado para Europa, América do Norte e Ásia. A empresa vendeu 4 mil toneladas em 2010 e cogita ampliar a produção.


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Apenas exportar o minério não basta. É preciso mais do Instituto de Física da Unicamp. O governo custeou instalações e equipamentos. O engenheiro Hugo Ricardo Sandim, professor da Escola de Engenharia de Lorena (EEL), no interior de São Paulo, participou do projeto. Ele conta que em 1978, quando a instituição ainda não estava incorporada pela Universidade de São Paulo (USP), teve

mauricio morais/rba

O Projeto Nióbio foi um esforço brasileiro em busca de tecnologia para valorizar esse mineral raro. Cláudio Cerqueira Lopes, da UFRJ, diz que “temos de desenvolver tecnologias para transformar as matérias-primas em riqueza. Se não a criarmos, corremos o risco de ficar exportando barato commodities, como o nióbio, e importando produtos caros feitos com ele e dependentes de tecnologia externa”. Para Adriano Benayon, ex-diplomata e professor de Economia aposentado da Universidade de Brasília (UnB), o fato de o Brasil ter mais de 90% das reservas e

rodrigo queiroz/spectrum/rba

O futuro é a busca de tecnologia

vendê-lo como commodity, sem investir em tecnologias que agreguem valor, não é diferente do que ocorre com outras matérias-primas, como o quartzo, usado em chips para computadores. “O nióbio não é valorizado na pauta de exportações brasileira. O governo recebe 2% do valor

declarado dos minerais em geral, que muitas vezes são subfaturados. Para completar, a lei isenta os minérios de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços” – explica. Benayon defende a estatização das reservas e lembra que os irmãos Fernando Roberto, João, Pedro e Walther Moreira Salles, que têm o controle de 20% da CBMM, figuram na lista dos mais ricos do mundo da revista Forbes. “O curioso é que os quatro têm fortunas avaliadas em US$ 2,7 bilhões. Como o Unibanco já vinha quase falindo, essa fortuna toda só pode ter vindo do nióbio” – acredita.

início a construção do laboratório. Hoje desativadas, as instalações preservam o forno de feixe de elétrons importado da Alemanha, que já foi o mais moderno do mundo. “Além de formar mão de obra qualificada, o projeto forneceu material para diversos laboratórios estrangeiros estudarem mais sobre o potencial do nióbio” – conta Sandim.

Há nióbio, há tântalo Seja qual for o aparelho de comunicação que tenha um display de LCD, ali há uma fina camada de tântalo. E, não é pouco, o minério é muito importante para a indústria química, uma vez que só perde para o vidro em termos de resistência à corrosão por ácidos minerais. Com seu pó é possível produzir capacitores de alta performance para celulares, por exemplo. Isso sem contar as aplicações militares. Versátil assim, o tântalo é tão raro e estratégico quanto o nióbio, porém bem mais valorizado no mercado internacional. Ambos aparecem juntos na natureza. “Onde tem um, tem

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Até a década de 1970, o Brasil exportava apenas o concentrado do minério, de pouco valor agregado. Em busca de tecnologia, o então Ministério da Indústria e Comércio criou o Projeto Nióbio, em parceria com a CBMM. A empresa fornecia o minério e pagava os salários de quase uma centena de pesquisadores chefiados por Daltro Garcia Pinatti,

o outro” – afirma o engenheiro Hugo Ricardo Sandim. Segundo o professor da Escola de Engenharia de Lorena, todo o tântalo extraído na Amazônia é contrabandeado. “Os navios entram, despejam fora a água do lastro e põem minério no lugar.” No mercado internacional, um quilo de tântalo puro vale US$ 800, preço até 20 vezes maior que o do nióbio.

O nióbio não aparece sozinho na natureza, mas em rochas compostas de vários outros elementos. Existe quase uma centena de rochas onde o nióbio pode estar. No Brasil, ela é abundante na columbitatantalita. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério de Minas e Energia, a

cbmm

Como ele aparece na natureza. E como processá-lo

columbita-tantalita encontra-se em rochas que foram resfriadas lentamente abaixo da superfície terrestre, nas quais podem ser

encontrados também quartzo, feldspato, mica, estanho, tungstênio e pedras preciosas como água marinha e topázio. Além do nióbio, as rochas reúnem níquel, cobre, titânio e minerais nucleares como tório e urânio. Até os anos 1950, o nióbio era obtido como subproduto do processamento das columbitas e tantalitas. Seu custo era ele-

vado e o seu uso limitava-se apenas a um tipo de aço inoxidável e a algumas superligas. Com as descobertas de significativas reservas de pirocloro no Brasil e no Canadá, e com sua viabilização técnica, houve uma transformação radical nos aspectos de preços e disponibilidade. Existem hoje diversas maneiras de extrair e processar

o nióbio. Em geral, depois de detonadas as rochas, o minério segue para britagem e moagem até a obtenção de grânulos (fragmentos) de tamanho bem pequeno. Depois há vários processos de separação para retirada das impurezas. O nióbio está então pronto para ser utilizado na produção de ligas metálicas altamente resistentes.


Bebedouro

6 Solidariedade

Fundação Abílio Alves Marques: o trabalho não para Graças à falecida benfeitora Aracy Marques Araújo e a uma equipe muito dedicada apoio médico aos portadores menos favorecidos, utilizando tratamentos paliativos (terapia da dor) e proporcionando suporte psicológico, assistência e desenvolvimento social aos pacientes e seus familiares. De acordo com dados fornecidos pela entidade, em 2011 foram destinados R$ 700 mil para o ambulatório e há

previsão de que a verba seja superior este ano. Esse dinheiro vem do rendimento das três fazendas doadas à Fundação por dona Aracy Marques de Araújo. A demanda pelo tratamento da doença aumenta a cada ano em virtude de hábitos como cigarro, bebidas, má alimentação e, sobretudo, o consumo de agrotóxicos.

mauro ramos

A Fundação Abílio Alves Marques trabalha há 23 anos, em Bebedouro, na prevenção, tratamento e combate ao câncer. Até hoje foram realizados mais de 550 mil atendimentos e procedimentos no Ambulatório Oncológico, localizado em prédio contíguo ao Hospital Municipal Júlia Pinto Caldeira. A instituição oferece

Quem foi Dona Aracy

A Fundação Abílio Alves Marques foi instituída em junho de 1989, por iniciativa de Aracy Marques Araújo, proprietária rural de Bebedouro, que destinou, em vida, suas propriedades para que a instituição se tornasse realidade. A Fundação é mantida pelos recursos obtidos da produção das Fazendas Santa Irene (Bebedouro), São Luiz

Aracy Marques de Araújo nasceu no dia 20 de dezembro de 1908, na Fazenda Santa Irene, filha de Abílio Alves Marques e de Irene Guimarães Marques e passou parte da infância e a juventude em São Paulo, estudando em colégio interno. De educação requintada, Dona Aracy conservou o gosto pelas coisas simples

arquivo pessoal

A Fundação

do Mandy (Barretos) e Congonha (Pirajuí). A entidade é tocada por uma diretoria executiva, que compõe um conselho curador e uma grande equipe de profissionais.

da vida, como a natureza. Desde que ficou viúva, administrou a Fazenda Santa Irene e a Fazenda São Luiz do Mandy, que adquiriu depois. Ao perder o pai vítima de um câncer, Dona Aracy deu atenção especial a portadores da doença, cultivando na comunidade de Bebedouro e região uma história de combate à doença e prestação de ser-

viços a pessoas desprovidas de recursos para o tratamento. Dona Aracy foi exemplo para a comunidade por seu amor à agricultura, pioneirismo e coragem, sobretudo pela instituição que fundou, a Fundação Abílio Alves Marques de Prevenção e Combate ao Câncer. Dona Aracy faleceu em 29 de janeiro de 2007.

comportamento

Ioga, uma contagiante união do corpo e da mente Rosângela Rodeguer, 48 anos, é professora de ioga e fala do assunto com uma empolgação contagiante. Natural de Itápolis, em Bebedouro há 25 anos, ela aprendeu a filosofia hindu na Escola Nataraja, na Vila Mariana, em São Paulo. A professora explica que o ioga é uma filosofia originária da Índia, criada por Shiva há 5 mil anos. Porém, diferentemente do que ocorre no país de origem, nos países ocidentais, in-

clusive no Brasil, o ioga deixa de ter uma conotação religiosa, embora trabalhe com conceitos transcendentais. “Qualquer pessoa pode praticar, independentemente de religião, sexo e idade” – explica Rodeguer. Segundo a professora, a filosofia ioga tem por objetivo trazer longevidade e evolução física e espiritual às pessoas, por meio de práticas respiratórias (pránáyámá), posições psicofísicas (ásanas) e relaxamentos

mauro ramos

Essa é a definição da filosofia hindu, como ensina a professora Rosângela Rodeguer

(Utara-Savásana). “Muita gente diz que ioga é zen, mas ele é força também, de maneira sere-

na” – diz Rosângela. “Quem o pratica se relaciona melhor com o universo e consigo mesmo.”

A professora conta que tem uma aluna com mal de Alzheimer e epilepsia que, sem deixar de tomar os remédios prescritos pelo médico, tem bons resultados com a prática. Rosângela Rodeguer dá aulas em Pirangi e Monte Azul Paulista. Em Bebedouro atende em seu Núcleo de Yôga Nataraja, na Rua Chile nº 184 – Vila Lurdes, e dá aulas no Bebedouro Clube às quartas e sextas-feiras.


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Voleibol

A jogadora bebedourense que brilhou na Itália

arquivo pessoal

arquivo pessoal

Aos 12 anos, Cristiane Campanelli começou a jogar voleibol nas aulas de educação física da escola. Adolescente, por insistência das amigas, participou dos Jogos da Primavera. Gostou tanto que, no ano seguinte, integrou a equipe adulta de Bebedouro nos Jogos Regionais do Interior. Como a cidade não oferecia estrutura para ela praticar o esporte, ela foi para Jaboticabal, onde atuou na Sociedade Italiana Pietro Mascagni, única equipe de vôlei federada do interior paulista que tinha categorias de base. “Até os 16 anos, eu gastava uma hora de ônibus para treinar das 17h30 às 21 h. Muitas vezes, estudava no ônibus.”

arquivo pessoal

Cristiane Campanelli, 40, hoje é professora de línguas portuguesa e italiana na cidade Por Enio Lourenço

Foi um início puxado, mas recompensador, pois a atleta foi convidada a atuar no time infanto-juvenil da Recreativa de Ribeirão Preto, que disputava competições mais importantes. “Morei lá e recebia ajuda de custo, alimentação. E

mesmo com a equipe juvenil, subimos para a divisão especial do esporte.” Em 1989, com um treinador japonês à frente da Recreativa, com quem ela não se deu bem, Cristiane foi para Santos, jogar a Superliga Fe-

minina num time bancado pelos patrocinadores RodrimarOvomaltine. O técnico era Antônio Rizola, com passagens pela superliga nacional, italiana e categorias de base da Seleção Brasileira – hoje ele é gerente da Confederação Bra-

sileira de Vôlei. Mas a aparente estrutura confortável do time praiano ruiu e a jogadora enfrentou um momento de crise. “No vôlei, todo final de ano é uma incerteza. Em Santos, a gente perdeu os patrocinadores no meio da temporada, viramos ‘descamisadas’. Surgiam apenas patrocinadores pontuais e os salários passaram a atrasar. Eu morava com a minha tia na cidade, mas outras garotas sofreram mais. Depois de um ano, comecei a ficar cansada do esporte: eram muitas lesões. Então, voltei a Bebedouro, prestei vestibular e fiquei dois meses parada, até que a Recreativa de Ribeirão me chamou, novamente, para jogar lá.”

Ao completar 18 anos, Cristiane foi jogar em Pistoia, na região toscana, na Itália. Seu time disputava a série B1 do Campeonato Italiano, equivalente à terceira divisão. A cidade – que mantém um cemitério projetado por Oscar Niemeyer e Burle Marx, em homenagem aos pracinhas brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial – receberia L’Universale, apelido da jogadora que atuava em todas as posições, em sua squadra de vôlei feminino. Lá, Cristiane só teve de se preocupar em jogar. “Eu achei até que teria problemas, pois o clube italiano devia pagar US$ 50.000 à Recreativa para liberar meu passe,

arquivo pessoal

As lembranças da L’Universale de Pistoia e Pisa

mas não: o clube pagou para eu vir buscar o documento. Voltei horas antes de se encerrarem as inscrições no campeonato e, sem treinar a semana inteira, estreei na Itália.” O primeiro ano de Cristiane no novo país foi vencedor: o Pistoia retornou à série A2, apesar de marcado pelo au-

mento de peso e seguidas lesões. “Eu comia muita massa. Morava numa casa em cima de uma pastetteria – local que vende café e doces – e sentia o cheiro de comida o tempo todo. Quanto às lesões, saí de uma cidade de 30 ºC para viver em outra de -10 ºC. Apesar das quadras aquecidas, eu tive distensão na coxa, no abdômen, dores nas costas.” Depois, L’Universale defendeu o time de Pisa. Com dificuldades: “Eu torci o joelho e rompi os ligamentos cruzados anterior, posterior e o menisco, lesão igual à do Ronaldo Fenômeno”. Então, o médico italiano sugeriu-lhe operar o menisco, para que ela voltasse mais depressa às quadras.

Porém, oito meses depois, no primeiro jogo, o joelho dela arrebentou de vez. Cristiane então volta a Pistoia e, para não ficar sem fazer nada, volta aos estudos. Ela, que iniciara Letras, em Ribeirão Preto, retoma o curso na Universidade de Florença. Mas o time caíra de novo à Série B1 do campeonato. Ela volta e tem atuações perfeitas: é a maior pontuadora da competição e a equipe é campeã invicta, com 23 vitórias. Assim ela decide parar de jogar vôlei, por causa das dores no joelho. “Eu não tinha mais cartilagem. Tomava anti-inflamatório para treinar e injeções para jogar. As flexões e os saltos deixaram meu corpo estressado.

Aos 26 anos, Cristiane volta ao Brasil, sem saber o que fazer nos seis primeiros meses. “Eu só jogava vôlei, não sabia fazer mais nada.” Então, uma amiga a convidou a lecionar italiano numa escola de línguas, e ela acabou abraçando o magistério como nova vocação. A professora Cristiane terminou a Faculdade de Letras e hoje leciona italiano no Celib e literatura e língua portuguesa na escola Espaço Livre. “Valeu jogar vôlei profissional na Itália. Aprendi sobre a cultura local, conheço os costumes, a gastronomia. Hoje, assisto à Seleção Brasileira sem nenhuma raiva: o vôlei ainda é uma grande paixão.”


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Horizontal – 1. Que é pouco, escasso, minguado; Lugar em que se guardam pólvora, munição e instrumentos de guerra 2. A 17ª letra do alfabeto; Porco novo 3. Criminosa; Nome que no Oriente se dava às choças em que viviam os primeiros monges ou os anacoretas nos ermos; Sigla de Brasil 4. Indivíduo que conduz embarcações através dos mares, rios etc 5. Nome de um imperador romano; Ministério da Ciência e Tecnologia 6. Pedra pequeno e redonda em que se amolam facas; Abreviação de Relações Públicas; O deserto mais famoso do mundo 7. Que voa ou é capaz de voar 8. Cachaça; Matogrosso, cantor brasileiro; Instrumentos usados para cavar ou remover terra 9. Símbolo de Curie, unidade de medida de radioatividade; Antigo Testamento; Passado pelo coador 10. Casa usada pelos índios brasileiros como habitação; Pessoas que se deixam enganar facilmente. Vertical – 1. Nome de um Estado do Nordeste brasileiro 2. Que se areou; Sigla de Cartão de Identificação do Contribuinte 3. Roraima; Volta Redonda; Caminhe, ande 4. Tulha, granel 5. Designação comum às plantas ornamentais do sul da África, de belas flores e inúmeras variedades 6. Santana, cantor de sucesso; Contração de não é? 7. Que é afetada, pedante, pretensiosa 8. Associazione Italiana Avvocati Tennisti; As duas primeiras vogais; Ou, em inglês 9. Magnetismo pessoal; A maior ave brasileira; Genitor 10. Ordem dos Advogados do Brasil; Pessoa que presta serviços domésticos 11. Mentira; Sinal de pedido de socorro.

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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas p e r n a m b u c o

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