Jornal brasil atual bebedouro 30

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Jornal Regional de Bebedouro

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Bebedouro

www.redebrasilatual.com.br

jornal brasil atual

jorbrasilatual

Gratuuiição ta

nº 30

trabalho

em extinção Protocolo Agroambiental gera desemprego para cortadores de cana da região

Março de 2014

mídia

violência Apresentadora do SBT propaga discursos de ódio e vingança

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cultura

música Banda Gotas de Amor canta mensagens de união e amizade

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esporte segurança

Uma nova polícia para a democracia brasileira Sociedade debate mudanças no modelo autoritário, herdeiro da ditadura; PEC tramita no Senado Federal Pág. 4-5

taekwondo Filho incentiva pai, que se tornou faixa preta e referência na modalidade

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Bebedouro

2 MÍDIA

Violência na bancada de telejornal

editorial Um assunto frequente entre jornalistas e pessoas que se preocupam com a cidadania é a blindagem que os jornais do interior paulista fazem à gestão do PSDB e do governador Geraldo Alckmin. Blindagem significa que os noticiários escondem ou esfriam as notícias desfavoráveis à gestão tucana. Um exemplo: São Paulo está em segundo lugar em quantidade de pessoas inscritas no programa Bolsa Família – atrás apenas da Bahia. Como o Estado mais rico do país tem tal carência e dissemina tanto ódio ao programa que atende os mais pobres da população? Essa é uma contradição exemplar. A riqueza aqui é da elite, esta é a verdade que deveria estar nos noticiários. Outro exemplo: o Brasil vive, hoje, quase a pleno emprego. Em 12 anos, foram criados cerca de 22 milhões de empregos com carteira assinada. E qual noticiário tem coragem de dar essa notícia muito positiva para os brasileiros? O que se vê é o contrário, com os noticiários destilando pessimismo, fazendo voz aos bancos e aos empresários. Vários observadores de comunicação concordam que a notícia está longe da verdade dos fatos e distante dos interesses da imensa parcela da população trabalhadora. Com a circulação desta edição e com um temário voltado ao povo e ao trabalho, o jornal Brasil Atual caminha no sentido inverso, que é o de aumentar a qualidade do jornalismo popular e consciente.

Na primeira semana de fevereiro, um adolescente foi espancado, torturado e acorrentado a um poste após ser acusado de furto por um grupo de jovens da zona sul do Rio de Janeiro (região nobre) – autointitulados “justiceiros do Flamengo”. O caso ganhou ainda mais repercussão quando a apresentadora Rachel Sheherazade, do telejornal SBT Brasil, emitiu opinião em defesa da ação. “A atitude dos vingadores é até compreensível (...). O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado, contra um estado de violência sem limite”. Sheherazade foi alvo de críticas nas redes sociais. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética da entidade se manifestaram contra a declaração e a classificaram como “grave violação dos direitos humanos e do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros”. Eles também solicitaram a investigação da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), pois consideram ser algo “que ocorre de forma rotineira em programas de radiodifusão em nosso país”. A senadora Ana Rita (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado,

divulgação

Apresentadora do SBT prega justiça com as próprias mãos

encaminhou à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo um ofício cobrando providências em relação à jornalista. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) também entrou com uma representação no Ministério Público contra Sheherazade por apologia à tortura. No dia seguinte à polêmica, a jornalista se defendeu na bancada do SBT Brasil, afirmando ser contra a violência. “Eu defendo as pessoas de bem deste País, que foram abandonadas à própria sorte (...). O que eu fiz não foi defender a atitude dos justiceiros. O que eu defendi foi o direito da população de se defender quando o Estado é omisso.” Para o sociólogo e jornalista Lalo Leal, o episódio é um “caso gravíssimo de atentado aos direitos humanos e à democracia”. Segundo ele,

Sheherazade utilizou o canal de televisão de forma criminal. “O comentário da jornalista fere a Constituição, a mesma que diz que a televisão deve promover informação, educação e entretenimento. Ela utilizou a concessão [pública do canal televisivo] para promover e instigar a barbárie, realizando apologia à violência como forma de resolver problemas sociais”, explica. Lalo ainda lembra que é responsabilidade do Estado decidir se uma pessoa é delinquente. E se assim o for, deverá puni-la de forma adequada. “Os órgãos de fiscalização precisam ficar de olho. Os agressores do adolescente são verdadeiros fascistas e devem ser presos e julgados. A jornalista e a emissora também devem ser punidos por violação à Constituição e ao Estatuto da Criança e do Adolescente.”

Expediente Rede Brasil Atual – Bebedouro Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de Redação Paulo Salvador Secretário de Redação Enio Lourenço Redação Camila Jerônimo e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


Bebedouro

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trabalho

Profissão de cortador de cana está próxima da extinção O Estado de São Paulo é o principal produtor de cana-deaçúcar do país, sendo responsável por mais de 50% da produção. Em 2007, as elevadas taxas de gases emitidos durante a queima da cana fizeram com que usineiros e o governo paulista firmassem um acordo para substituir a Lei Estadual 11.241/2002. O novo Protocolo Agroambiental estipula que o fim das queimadas nas áreas mecanizáveis (previsto para 2021) ocorra até o final de 2014. Nas demais áreas, o prazo para a extinção da queima muda de 2031 para 2017. O documento contou com

adesão de mais de 170 unidades agroindustriais e 29 associações de fornecedores, que juntos representam mais de 90% dos produtores da cana paulista. Além da queima controlada, o acordo inclui a conservação do solo e dos recursos hídricos, a recuperação de nascentes e a proteção de matas ciliares. A diminuição da poluição causada pelos gases tóxicos das queimadas, a fumaça e a fuligem foi reivindicação que facilitou o avanço tecnológico nos canaviais. Os novos maquinários substituíram progressivamente a mão de obra e, por

divulgação

Protocolo Agroambiental beneficia o meio ambiente, mas gera desemprego na região

consequência, elevaram o índice de desemprego de várias regiões do Estado: cada colheitadeira de cana-de-açúcar substituiu de 80 a 100 trabalhadores – ela colhe em torno de 800 toneladas de cana por dia.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bebedouro, Gonçalves dos Santos, o Salo, a mecanização em Bebedouro começou em 2004 e intensificou-se nos últimos quatro

Por Lauany Rosa

anos, mas não causou desemprego no município. “A maioria dos cortadores de cana é de outros Estados. O desemprego foi maior em Viradouro e Terra Roxa, onde muitos trabalhadores são analfabetos e não conseguiram recolocação profissional.” Apesar do desemprego, Salo afirma que a mudança trouxe alguns benefícios. “Cortar cana é um trabalho muito sofrido, desgasta o trabalhador e causa problemas de saúde. O protocolo beneficiou o meio ambiente e deu a chance de a maioria dos cortadores de cana ser reaproveitada.”

O desemprego e o mea culpa dos usineiros Em algumas empresas foram oferecidos treinamentos e oportunidades aos antigos colonos em setores de operação ou serviços gerais. É o caso da Usina Pitangueiras Açúcar e Álcool (Pitaa), uma das maiores da região, que começou a mecanizar o corte da cana de açúcar em 2005. Atualmente,

ela está com 90% da lavoura mecanizada e deve atingir a marca de 98% até o final deste ano. “A nossa maior preocupação foi com o trabalhador. A gente sabe da dificuldade em manter uma família trabalhando, que dirá sem trabalho. Por isso, readaptamos e reaproveitamos alguns trabalhadores.

Mas muita gente ficou sem emprego”, explica Eduardo Prezinhas, gerente agrícola da Pitaa. A máquina colheitadeira custa em média R$ 850 mil e para funcionar precisa de mais dois tratores e quatro transbordos, levando a um investimento final de aproximadamente R$ 1,6 milhão – segundo Pre-

zinhas, um custo semelhante à colheita manual. A auxiliar de limpeza Dolores dos Santos, de 54 anos, é uma das trabalhadoras que mudou de ofício, após cortar cana por vinte anos. “Eu ganho um pouco menos na faxina, mas tenho horário fixo e minha coluna não dói.” José Carlos dos Santos, de 38

anos, também se realocou, mas atenta ao fato de que muitos de seus companheiros não tiveram o mesmo destino. “Trabalhei por duas safras e quando tive a oportunidade fui fazer o curso para mudar de profissão. Agora, sou tratorista, mas tenho muitos amigos que foram prejudicados com a mudança”, lamenta.


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4 segurança

Qual é o futuro das polícias brasileiras? Sociedade debate mudanças no paradigma autoritário que está em xeque

Fotógrafos ativistas

“Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar.” Desde as jornadas de junho, quando jovens (majoritariamente) saíram às ruas de todo o Brasil para barrar o reajuste das tarifas do transporte público e foram duramente reprimidos pela Polícia Militar, é comum ouvir essa palavra de ordem nas manifestações, tangenciando as pautas originais. Em São Paulo, no primeiro grande ato de rua do ano (com aproximadamente 4.000 pes-

Por Enio Lourenço

soas) – que contestava a realização da Copa do Mundo no Brasil diante da remoção de comunidades nas redondezas dos estádios, da morte de operários e do poderio da FIFA no país –, o estoquista Fabrício Proteus Nunes, de 22 anos, foi alvejado no tórax e na virilha pelas balas de três policiais enquanto tentava fugir da manifestação novamente reprimida pela PM, após caos generalizado no Centro da capital paulista.

A redemocratização do país assegurou as liberdades democráticas, o restabelecimento dos partidos políticos, o direito à livre organização sindical, entre outras garantias. Porém, trouxe consigo uma polícia carregada de métodos autoritários, que se utiliza dos mesmos expedientes repressivos da ditadura civil-militar: chacinas, desaparecimento de pessoas, truculência, em suma, observa e trata o cidadão como um potencial inimigo.

A tensão e a revolta com a Polícia Militar não são exclusividade dos manifestantes de junho. Os movimentos sociais sempre denunciaram as ações irregulares da PM contra os trabalhadores e estudantes, com especial atenção às periferias dos grandes centros urbanos. Para o dirigente da Central dos Movimentos Populares (CMP), Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, o tratamento dado pela polícia aos movimentos sociais e aos pobres sempre foi coerente com o tratamento dado pelo Estado: “com violência”. “A PM não protege a sociedade, ela persegue as pessoas, ameaça, reprime”, explica. Muitas vezes o militante foi perseguido devido a suas atividades políticas. Além das ameaças de morte, Gegê chegou a ser preso em 2004, quando o Estado lhe imputou um homicídio em uma ocupação disputada por traficantes e trabalhadores

Há um acirramento de posições dentro das Polícias Militares quanto à desmilitarização da instituição. Segundo o tenente Cesário – que comanda 400 policiais no batalhão de área da região central de São Paulo – não existe consenso entre os praças (soldados e militares de baixa patente), que em sua maioria defendem internamente a desmilitarização, e o oficialato da PM paulista, contrário à proposta – tal divisão é própria do militarismo. “Eu perguntei para os homens que eu comando e vi que aproximadamente 70% são a favor da desmilitarização. A carreira única seria positiva para a sociedade. Seria muito melhor que o policial que chegasse a comandar a instituição tivesse passado por todas as posições. Sou favorável à unificação das Polícias (Civil e Militar), porque existe até um terrorismo interno na cultura militar.

sem-teto no Centro de São Paulo (em 2011, após quase oito anos de cárcere à espera de julgamento, Gegê foi inocentado por falta de provas). “Quando a laranja tá podre, não tem mais jeito. Não é uma aula de Direitos Humanos que vai mudar a PM. Para o policial, a farda é sinônimo de poder, não é apenas para ganhar o pão. Os caras assaltam e matam. O governador diz uma coisa e eles fazem outra”, conta Gegê, pouco crédulo em uma reforma das polícias: “Pode até amenizar [a violência policial] por um período, mas nos momentos críticos ela vai voltar às mesmas práticas de sempre”.

AAMEEP

Divergências internas nas PMs

enio lourenço

Movimentos sociais

As posições diferentes daquelas centralizadas sofrem sanções administrativas, como transferências. Eu mesmo fiquei quase um ano trabalhando a 650 km da capital, sendo que a minha esposa trabalha na cidade, porque tive divergências com o alto comando”, explica o oficial. Já o vereador paulistano e ex-capitão das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) Roberval Conte Lopes se diz favorável à desmilitarização, mas não acredita nessa reforma. “Eu duvido que alguém tenha coragem de desmilitarizar a PM, porque é ela que é chamada para acabar com as inva-

sões dos alunos na Reitoria da USP, ou com as greves, como aquelas que o Lula fazia nos anos 70.” Para o policial reformado, contraditoriamente, a estrutura militar é a forma de manter a disciplina nos quartéis da polícia. “Se não for hierarquizada, qual é o policial que vai obedecer ao comando? Não funcionaria [a desmilitarização], porque se eles puderem decidir ninguém iria acordar cedo para fazer essas reintegrações. Os policiais têm que atender ao comando.” Conte Lopes ainda propõe a valorização da Rota (tropa de elite da PM paulista, conhecida por muitas execuções e pouco diálogo) como uma solução para a segurança pública. “É a única polícia em que eu confio no Brasil. E eu já falei para o governador que ele deveria ampliá-la e expandi-la para todo o Estado de São Paulo.”


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Ao final de 2013, entidades promoveram a aula pública “Que polícia queremos?”, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Lá, o pesquisador Renato Sérgio de Lima, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lembrou que uma polícia forte é uma polícia diferente de violenta. “No Brasil, a estrutura autoritária da polícia não é herdeira apenas da ditadura militar. Desde o período colonial, a polícia está a serviço do Estado e não da sociedade.” A estrutura e a morosidade do Poder Judiciário, assim como as legislações criminais

enio lourenço

A reforma da polícia (para além da desmilitarização)

arcaicas, também agravam as arbitrariedades das polícias, como se observa na grande quantidade de presos provisórios à espera de um julgamento. “Existe um padrão operacional anacrônico. Com

base na Lei de Acesso à Informação, percebe-se que a polícia mata muito e morre muito. O evento “morte” é esperado pelo policial”, complementa. Lima acentua a urgência de o Congresso Nacional ampliar

litar tem por atribuição fazer o patrulhamento ostensivo, enquanto a Polícia Civil cuida da investigação. No entanto, as duas instituições pouco dialogam e apresentam divergências entre si. Uma das consequências é a incapacidade de resolução dos crimes. “Mais do que desmilitarizar a polícia, é preciso refundá-la. Nós temos o ciclo incompleto. Já temos a polícia civil, que não é militar, e está longe de ser eficiente. Prova disso é que apenas 8% dos homicídios são esclarecidos por ela”, afirmou Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz.

esse debate de forma menos corporativa. “Nas manifestações de junho, adotou-se [os governos e as polícias] táticas do exército para reprimir a população. Esse sistema é falido. As evidências também estão nas mortes dos jovens negros nas periferias. Debater segurança pública não é algo exclusivo das polícias. O debate político é diferente do debate técnico. É preciso gerar uma nova doutrina.” A existência de duas polícias (militar e civil) em cada Estado proporciona uma falha no trabalho da segurança pública, já que a Polícia Mi-

Proposta de Emenda à Constituição Nº 51/2013 Está em trâmite no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 51/2013, de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que prevê uma reforma profunda na segurança pública brasileira. A formação de polícias municipais, estaduais e federal

desmilitarizadas, de ciclo único (patrulhamento ostensivo e investigação); e a criação de ouvidorias externas e independentes são algumas das medidas. “Acreditamos oferecer uma solução de profunda reestruturação de nosso sistema de segurança pública, para a trans-

formação radical de nossas polícias. A partir da desmilitarização da Polícia Militar e da repactuação das responsabilidades federativas na área, bem como da garantia do ciclo policial completo e da exigência de carreira única por instituição policial, pretende-se criar condições para que a provisão

da segurança pública se dê de forma mais humanizada e mais isonômica em relação a todos os cidadãos, rompendo, assim, com o quadro dramático da segurança pública no País.”, justifica o documento. A PEC está na Comissão Temporária de Segurança, e vai seguir para a Comissão

de Constituição e Justiça do Senado. A expectativa da assessoria do senador Lindbergh é que a matéria vá ao plenário ainda neste ano. Caso seja aprovada, a União, os Estados e os Municípios têm até seis anos para fazer a readequação ao novo modelo.

O professor de Gestão de Políticas Públicas da USP Pablo Ortellado acredita que o contexto das manifestações contra a realização da Copa do Mundo é propício para dar início à transformação das polícias brasileiras. “Para esses protestos, não há mais demandas atendíveis, pois as remoções, a Lei da Copa e os estádios já foram feitos. Mas uma reforma da polícia pode mitigar o antagonismo crescente entre manifestantes e governos.”

Para o acadêmico – que enfatiza não ser especialista em segurança pública –, algumas providências podem ser tomadas imediatamente: acabar com os “autos de resistência”, expressão usada nos boletins de ocorrência após mortes ou lesões em decorrência da intervenção policial; a criação de corregedorias com o controle da sociedade civil; a regulamentação das armas menos letais (bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, spray de pimenta) por meio de um protocolo disci-

Bruno Terribas

Protestos contra a Copa podem impulsionar mudanças

plinar do governo federal, que oriente as polícias estaduais. “Não houve reação por parte da presidenta Dilma Rousseff (PT) ou dos governadores

Geraldo Alckmin (PSDB) e Sérgio Cabral (PMDB) a essa reivindicação, que aparecia como transversal em junho. Atendê-la sinalizaria boa von-

tade por parte dos governos, uma nova disposição em tratar os movimentos sociais e da periferia, que sempre denunciaram o genocídio dos jovens negros e pobres. Representaria o diálogo”, disse Ortellado. E complementa: “Mas isso também implicaria o governo arriscar seu único instrumento de garantia da ordem: uma polícia violenta e assassina”. Em 2014, uma reposta a esse imbróglio deve começar a ser esboçada.


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6 Cultura

Banda Gotas de Amor canta o espiritismo Em 2011, jovens da Mocidade Espírita de Bebedouro (MEB) criaram o grupo musical Gotas de Amor, com o objetivo de transmitir a mensagem espírita relacionada à amizade e união entre as pessoas. Vitor Ferreira, de 26 anos, vocalista e violonista, explica como surgiu a iniciativa: “A vontade de unir amigos para fazer música já existia bem antes da formação da banda, mas a ideia concretizou-se a partir de uma apresentação do extinto grupo Mensagem de Amor, também da MEB. Gotas de Amor veio da ideia

de algo que espalha e toca a todos.” Além de Vitor, o conjunto tem Luan Henrique, 18, nos vocais e guitarra; o baixista Danilo Messias, 23; Luiz Felipe Paschoali, 18, na percussão; e Marcus Vinicius Duarte, 24, no vocal, violão e ukulelê (instrumento havaiano semelhante ao cavaquinho). O repertório do Gotas de Amor é formado por composições próprias. No entanto, o grupo não se furta a interpretar consagrados nomes da MPB. No meio espírita, as referências principais são o Grupo Arte

Nascente (GAN), a banda Alma Sonora e o cantor Denis Soares. A primeira apresentação dos músicos foi na Semana Cultural Espírita, organizada pela União das Sociedades Espíritas (USE), em Terra Roxa. Desde então, o grupo realiza apresentações em eventos espíritas e ecumênicos, concursos e festivais. Em 2013, a banda participou do 14º Festival da Canção e Encontro da Arte Espírita, em Franca, e foi classificada entre as finalistas com a canção Amizade Mais Bonita. “Foi uma honra ter sido clas-

o i d á r u e s o n o d Jornalismo premia Anelize Moreira e Marilu Cabañas são as duas repórteres da Rádio Brasil Atual que levaram o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos deste ano. Isso é reconhecimento ao talento das jornalistas e à presença da rádio no noticiário humanista.

Sintonize a frequência que dá as notícias que os outros não dão e ainda tem cultura, esportes e música brasileira www.radiobrasilatual102.com.br Ligue: 17 3386-3065 Contate: comercialnp@redebrasilatual.com.br

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Jovens da MEB divulgam mensagem cristã de união e amizade em suas canções

sificado para este evento, que é de grande referência para a arte espírita. Lá, trocamos experiências, fizemos novas amizades e aprendemos mais sobre música”, relembra Vitor. Neste ano, Gotas de Amor

pretende aumentar o número de apresentações e compor novas músicas. O trabalho dos jovens pode ser conhecido através da página na rede social Facebook: <facebook. com/grupogotasdeamor>


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esporte

De pai apoiador a faixa preta em taekwondo Em 2001, João Batista Alves, o JB, de 37 anos, saiu de Mossoró (RN) para ganhar a vida em Bebedouro. Ao chegar, o vigilante noturno, curiosamente, enveredou para a área de defesa pessoal. Ele tornouse faixa preta em taekwondo graças ao filho João Flávio, que aos quatro anos era “muito arteiro” e arrumava confusão com os colegas na escola. “A psicóloga recomendou que o colocássemos para praticar algum esporte. Tentamos o judô e o caratê, mas pela sua pouca idade não deu certo. Ele gostou do taekwondo, mas disse que só treinaria

se eu também treinasse ao seu lado.” Em três anos, JB já possuía a graduação máxima do esporte. O filho, hoje com 12 anos, também é faixa preta. Em 2010, o vigilante noturno montou a Academia Bebedouro TKD Bang. Nas horas vagas, João Batista ainda ensina taekwondo gratuitamente para 30 alunos, de 6 a 60 anos, no Centro Social Urbano (CSU), do Jardim Alvorada. “Este trabalho voluntário é uma forma de tirar as crianças da rua e ensinar-lhes o valor da disciplina, porque o taekwondo não é somente um

divulgação

O vigilante noturno João Batista Alves é uma das referências da arte marcial na região

esporte olímpico, mas sim um estilo de vida. É isso que eu tento passar para essas crianças”, conta entusiasmado. No ano passado, JB e seu parceiro Ruciel Silva, de 30

anos, (que ministra aulas na Feccib velha) firmaram uma parceria com o Departamento Municipal de Esportes (DME) e representam Bebedouro em diversos campeonatos. “Na

nossa última competição, em Valinhos, sagramo-nos campeões e recebemos R$ 2.000 em prêmios, que foram revertidos para a compra de materiais dos alunos dos dois projetos sociais”, explica JB. O taekwondo surgiu na Coreia há mais de 2 mil anos e tem sua base na disciplina. É uma técnica de combate e defesa pessoal, sem armas, envolvendo destreza no emprego das mãos e punhos, com pontapés, voadoras, esquivas e interceptações de golpes com as mãos, braços ou pés. Desde 1992, o esporte tornou-se uma modalidade olímpica.


Bebedouro

8 foto síntese – Seriguelas verdes

Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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© Revistas COQUETEL

Navio Licença usado por do taxista Cabral profis(Hist.) sional

Moeda corrente em 17 países (pl.)

Maior cidade do Vale Que é do Ribeira relativo a árvores (SP)

Condição da peça

Moeda corrente

em 17 paí- vazios Preencha os espaços 1 a 9. Ucom algarismos deencontrada ses (pl.) no museu Os algarismos não podemEscondese repetir nas linhas verticais e rijo de bandidos (p. ext.) horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). Cenário, sudoku Programa

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Escrevem a resenha de filmes

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Marcar com um furo Gema translúcida

Marcar com um furo Gema translúcida

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Padroeiro protetor da saúde da garganta

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A dos filhos é disputada após o divórcio

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Padroeiro protetor da saúde da garganta

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O tempo passado

Escrevem a resenha de filmes

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"Per (?)", sucesso de Zizi Possi Extirpar

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"Per (?)", sucesso de Zizi Possi Extirpar

Inclinação do seminarista

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Inclinação do seminarista

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Esconderijo de bandidos (p. ext.) divulgação

Tigre, em inglês Cachaça (pop.)

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Maior cidaQue é de do Vale do Ribeira relativo a árvores (SP)

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Navio Licença usado por do taxista Cabral profis(Hist.) sional

M R E E N T O V O C M A L

Prática recomen- (?) escolar: Bandeirante que dada a profissionais marca a desbravou da música e locu- frequência do aluno Goiás tores Jamais A do preço do dólar prejudica os exportadores brasileiros Sol, em inglês

© Revistas COQUETEL

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