Jornal brasil atual bebedouro 33

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Jornal Regional de Bebedouro

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Bebedouro

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jornal brasil atual

jorbrasilatual

Gratuuiição ta

nº 33

educação

nota zero Pesquisa revela decadência das escolas públicas no governo Alckmin

Agosto de 2014

eleições 2014

voto em trânsito 92 cidades com mais de 200 mil eleitores estão habilitadas

Pág. 2

cidade

funcionalismo Servidores não conseguem se aposentar por insalubridade

Pág. 6

perfil transporte

licitação não assegura melhorias no sistema Tarifa pode aumentar ainda mais e qualidade é incerta; passageiros reclamam do custo-benefício Pág. 3

adilson manoel O ex-volante que foi um andarilho do futebol interiorano

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Bebedouro

2 Eleições 2014

Voto em trânsito atinge 92 cidades

editorial E a Copa do Mundo deu certo. Opa, dentro dos gramados foi uma decepção, mas fora, apesar da intensa campanha pessimista, o resultado foi positivo. O debate sobre os custos do Mundial e as prioridades sociais sempre foi legítimo, embora com muita manipulação de informação. “A mídia brasileira nos enganou”, disseram as equipes e a mídia internacional. Nosso leitor já havia lido aqui nossos alertas contra essas manipulações. A British Broadcasting Corporation (BBC) considerou a melhor de todas as Copas já realizadas. No transcurso dos jogos tivemos uma inversão total rumo à alegria e à certeza de que o Brasil está mudando para melhor, pois inclui os pobres em seus projetos econômicos, ao contrário do que fazem as elites, que só pensam em si mesmas e em continuar enriquecendo. Nesta edição destacamos uma reportagem baseada em pesquisa da Apeoesp (sindicato do professorado paulista), que revela um quadro bem ruim na educação durante a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os dados estatísticos, no entanto, sugerem que mudanças podem ser feitas, como valorizar os professores, forjar nova relação com as famílias dos alunos e com a comunidade, criar um programa de ensino mais profundo, etc. Pesquisas como essa jogam luzes na trajetória a ser perseguida, assim como constatam que é preciso ter, no governo do Estado de São Paulo, pessoas que busquem o melhor para a população.

Nas eleições gerais de outubro, o eleitor que estiver fora do seu domicílio eleitoral poderá exercer o direito ao voto em trânsito para a escolha do presidente e do vice-presidente da República. Diferente das eleições de 2010, a novidade é que neste ano não são apenas as capitais que oferecerão o benefício, mas todas as cidades com mais de 200 mil eleitores (leia o quadro abaixo). Os interessados têm até o dia 21 de agosto para habilitar o direito junto à Justiça Eleitoral, confirmando a cidade em que pretendem votar. A partir do momento em que o eleitor

www.tse.jus.br

Escolha para presidente poderá ser fora da seção original

solicitar o voto em trânsito, ele não poderá mais votar na sua seção de origem, a não ser que cancele a habilitação ou altere a cidade – a data limite é a mesma. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) indicarão o local onde as urnas do voto em trânsito serão instaladas nas respectivas cidades. No entanto, essas seções deverão ter no

mínimo 50 e no máximo 600 eleitores. Caso esses números não sejam atingidos, o TRE deverá informar aos eleitores da impossibilidade de exercer o direito. A habilitação do voto em trânsito será cancelada e os eleitores deverão justificar a ausência ou votar na seção de origem. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições gerais de 2010, quando a possibilidade ficou restrita às capitais, 80.419 eleitores registraram o pedido para votar em trânsito no primeiro turno e 76.458 no segundo turno.

Confira a relação dos municípios habilitados AC RIO BRANCO AL MACEIÓ AM MANAUS AP MACAPÁ BA FEIRA DE SANTANA BA SALVADOR BA VITÓRIA DA CONQUISTA CE CAUCAIA CE FORTALEZA DF BRASÍLIA ES CARIACICA ES SERRA ES VILA VELHA ES VITÓRIA GO ANÁPOLIS GO APARECIDA DE GOIÂNIA GO GOIÂNIA MA SÃO LUÍS MG BELO HORIZONTE MG BETIM MG CONTAGEM MG GOVERNADOR VALADARES MG JUIZ DE FORA MG MONTES CLAROS MG UBERABA MG UBERLÂNDIA MS CAMPO GRANDE MT CUIABÁ PA ANANINDEUA PA BELÉM PA SANTARÉM

PB PB PE PE PE PE PI PR PR PR PR PR RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RN RO RR RS RS RS RS RS SC

CAMPINA GRANDE JOÃO PESSOA JABOATÃO DOS GUARARAPES OLINDA PAULISTA RECIFE TERESINA CASCAVEL CURITIBA LONDRINA MARINGÁ PONTA GROSSA BELFORD ROXO CAMPOS DOS GOYTACAZES DUQUE DE CAXIAS NITERÓI NOVA IGUAÇU PETRÓPOLIS RIO DE JANEIRO SÃO GONÇALO SÃO JOÃO DE MERITI VOLTA REDONDA NATAL PORTO VELHO BOA VISTA CANOAS CAXIAS DO SUL PELOTAS PORTO ALEGRE SANTA MARIA BLUMENAU

SC SC SE SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP TO

FLORIANÓPOLIS JOINVILLE ARACAJU BARUERI BAURU CAMPINAS CARAPICUÍBA DIADEMA FRANCA GUARUJÁ GUARULHOS ITAQUAQUECETUBA JUNDIAÍ LIMEIRA MAUÁ MOGI DAS CRUZES OSASCO PIRACICABA RIBEIRÃO PRETO SANTO ANDRÉ SANTOS SÃO BERNARDO DO CAMPO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SÃO PAULO SÃO VICENTE SOROCABA SUZANO TAUBATÉ PALMAS

Expediente Rede Brasil Atual – Bebedouro Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de Redação Paulo Salvador Secretário de Redação Enio Lourenço Redação Giovanni Giocondo Revisão Malu Simões Foto Capa Leo Martins/Frame/Folhapress Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


Bebedouro

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transporte

Licitação não deve garantir aprimoramento do sistema População já sofre com o reajuste atual da tarifa de ônibus, que pode chegar até R$ 2,69 há previsão para que o edital seja tornado público (estão sendo feitas adequações nas planilhas de custos). A polêmica no setor começou em 2011, quando o ex-prefeito João Batista Bianchini, o Italiano, tentou romper o contrato com a Empresa Bebedourense de Transporte Urbano (EBTU) e firmar um convênio, sem licitação, com a empresa Expresso Ramazini. A tentativa resultou em ação civil pública por impro-

giovanni giocondo

Após quase três décadas de um regime precário de permissão à iniciativa privada, o transporte público de Bebedouro será organizado por uma licitação entre empresas de ônibus. A medida foi definida pela Prefeitura após pressão do Ministério Público Estadual (MP-SP) e do Sindicato dos Empregados das Empresas de Transporte Público de Ribeirão Preto (Seeturp). No entanto, o futuro do serviço é incerto, e ainda não

bidade administrativa contra o ex-prefeito e as duas companhias. Segundo o promotor de Justiça Herbert Oliveira, iniciou-se uma “via sacra” para o

cumprimento da liminar judicial, que obrigava o município a abrir licitação para o transporte público. Somente em fevereiro de

2014 saiu o edital, mas no mês seguinte duas das potenciais concorrentes (Jabotur e Madeturismo) conseguiram impugnar o documento junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), questionando o excesso de exigências de comprovação financeira par participar da licitação. Segundo o subdiretor de Compras e Licitação da Prefeitura, Paulo Sérgio García, as mudanças solicitadas pelo TCE não alteraram o conteúdo do edital.

No dia 7 de julho, após quase cinco anos, a Prefeitura de Bebedouro reajustou em 20% o valor da tarifa, que passou de R$ 2 para R$ 2,40. A empresa Rápido D’Oeste chegou a dizer à Prefeitura que não estava mais interessada em continuar à frente do transporte público (onde está desde 2013) se não houvesse reajuste da tarifa – o contrato foi prorrogado até o dia 13 de setembro. Ela ainda argumenta que o aumento compensaria perdas com a inflação, custos mais altos de manutenção e reposições salariais dos funcionários.

giovanni giocondo

Reajuste da tarifa X qualidade do serviço oferecido

A população já sente os efeitos do reajuste no bolso. O açougueiro Bruno Medeiros, de 26 anos, morador do bairro Pedro Paschoal, considera o aumento uma medida ruim para quem uti-

liza o transporte público diariamente. “A gente chega a esperar uma hora no ponto de ônibus, e leva mais uma hora para chegar em casa”, complementa. A trabalhadora doméstica Isabel Cruz, de 32 anos, acredita que o valor da tarifa não condiz com o serviço oferecido. Ela é enfática ao falar do sufoco que passa ao tentar usar o transporte público com a sua filha de dois anos. “De manhã, o ônibus vai lotado. O povo é mal-educado, não dá lugar para quem é mãe. Quando eu pego o circular, tenho que ficar em pé com a minha filha me equilibrando

para não cair, [o transporte] está horrível”, analisa. As reclamações dos moradores fazem sentido quando se analisa o edital. Segundo o presidente do Seeturp, João Henrique Bueno, as mudanças previstas no documento (ao qual ele teve acesso) não vão melhorar os problemas estruturais do atual sistema. “Está se criando uma expectativa tão grande com relação à nova concorrência, e ela vai ser frustrante para todos nós”, esclarece. O que pode garantir a melhora é o fato de que a vencedora da licitação terá de fornecer ônibus acessíveis a pessoas

com deficiência e uma frota mais “jovem” – com no máximo 5 anos de fabricação. Ambas as alterações são exigidas por lei federal. O sindicalista ainda explica que a licitação não prevê mudanças em linhas, horários, menores intervalos entre um ônibus e outro, e nem mesmo a aquisição de mais veículos, além dos oito existentes atualmente. O edital tampouco versa sobre a integração das linhas, que tornaria o transporte mais ágil e, consequentemente, traria mais passageiros e reduziria os custos da tarifa.

As esperanças e os medos do processo licitatório O novo edital é claro no que se refere ao teto do valor da passagem. A previsão é que a nova concessionária possa cobrar até R$ 2,69 pela tarifa. O subdiretor de Compras

e Licitação da Prefeitura, Paulo Sérgio García, diz que o documento prevê investimentos gradativos ao longo dos 15 anos de concessão, que são prorrogáveis por outros 15 anos.

Para o promotor Herbert Oliveira, o fato de o transporte público ser feito anteriormente por meio de um contrato precário fez com que a EBTU jamais melhorasse a qualidade do serviço.

“A esperança é de que agora uma concessionária com garantias contratuais tenha condições de investir, aprimorar e melhorar a prestação do serviço”, pondera. A equipe do Brasil Atual

fez contato com Eduardo Oliveira, responsável pela empresa Rápido D’Oeste em Bebedouro, mas ele não respondeu aos questionamentos da reportagem.


Bebedouro

4 Educação

Rede pública estadual é reprovada na gestão Alckmin Pesquisa mostra insatisfação de pais, alunos e professores, e sugere diretrizes Por Giovanni Giocondo

divulgação

Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e pelo Instituto Data Popular, no primeiro semestre de 2014, revelou que a educação é um dos segmentos mais problemáticos do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo o estudo, 50% dos pais de alunos entendem que as escolas de seus filhos são regulares, ruins ou péssimas. Entre os estudantes, esse índice salta para 67%.

O levantamento intitulado “Qualidade da Educação nas Escolas Estaduais de São Paulo”, que entrevistou 700 pais de alunos, 700 professores e 700 estudantes, confirma as impressões da sociedade paulista quanto à rede estadual de ensino: péssimas condições de trabalho aos professores, infraestrutura inadequada para o aprendizado dos alunos, administração antidemocrática das escolas, entre outras. Para a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo

Noronha, o estudo expressou o que há muito tempo vem sendo utilizado como palavra de ordem dos protestos realizados pela entidade. Já a deputada estadual Beatriz Pardi (PT), professora aposentada da rede pública estadual e integrante da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), entende que a pesquisa comprova o período de decadência mais rápida da história das escolas públicas de São Paulo.

Professores ouvidos na pesquisa Apeoesp/Data Popular relataram que a baixa remuneração oferecida pelo governo do Estado de São Paulo – atualmente, profissionais com licenciatura plena ingressam na rede estadual ganhando R$ 2.415,89, em jornada de 40 horas semanais – os obriga a lecionar em mais de uma escola ou em vários períodos. O excesso de trabalho favorece a abstenção e compromete o tempo de preparação de aulas e correção de trabalhos e provas. O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), membro da Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública no Estado de São Paulo, entende que é necessário um plano estadual de educação, que compreenda metas, diretrizes e objeti-

vos. “A educação em São Paulo está à deriva”, critica. Para o parlamentar, que é diretor de escola pública, também deve ser criado um plano de carreira para os professores capaz de atrair novos profissionais. “Sem investimentos em salários dignos não há a mínima condição de avançar em outras áreas”, comenta. Ele ainda acusa o governador Geraldo Alckmin de desrespeitar a Lei do Piso, aprovada em 2008 pelo Congresso Nacional, por não atender às exigências trabalhistas firmadas. A norma diz que os professores devem utilizar um terço das 40 horas semanais de trabalho em atividades extraclasse, como a preparação das aulas e as correções de atividades. E para isso, o docente deve ser remunerado, o que o governo paulista não faz. A precariedade dos regi-

Marcelo Camargo/Abr

Falta de valorização do professor: o principal gargalo

mes profissionais do professorado paulista se evidencia nas distintas categorias com mais e menos benefícios. Os professores temporários da “categoria O”, por exemplo, não são estatutários, nem celetistas. “Se eles ficarem doentes, não podem usar o Iamspe (Instituto de Assistência Médica do

Servidor Público Estadual)”, complementa a sindicalista Maria Izabel. No ano passado, após intensa pressão da Apeoesp sobre o Palácio dos Bandeirantes, que incluiu 22 dias de greve na rede estadual, foi realizado o maior concurso público da história da educa-

ção paulista, que até o fim de sua vigência (2017) deve contratar quase 120 mil novos professores. O desafio, agora, é tornar o concurso periódico, estabelecendo um “gatilho” toda vez que o número de docentes temporários alcançar o índice de 10% do quadro de profissionais, conforme prevê o artigo 81 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). A pesquisa ouviu de 34% dos pais, 40% dos alunos e 39% dos professores a afirmação: “Professor qualificado e valorizado é sinônimo de educação de qualidade”. E para qualificar, a sindicalista e os parlamentares concordam que é necessária uma formação continuada aos docentes, com cursos adequados aos horários de trabalho.


Bebedouro

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Comunidade escolar refuta progressão continuada

divulgação

A progressão continuada, implementada em meados da década de 1990, é apontada como um dos itens prejudiciais ao ensino público no Estado de São Paulo. O estudo constatou que 94% dos pais, 75% dos alunos e 63% dos professores são contra o sistema. Na opinião do deputado estadual Carlos Giannazi, o método que originalmen-

te prevê a avaliação do aluno em ciclos foi distorcido para se tornar a simples aprovação automática. “A progressão continuada é importante porque ela respeita o estágio de aprendizagem e o ritmo de cada aluno. Ela é fundamental, mas nunca foi implantada de verdade no Estado de São Paulo”, explica. A Secretaria Estadual de

Educação, por meio de nota, defende-se informando que, ao final de 2013, aprimorou o sistema, ampliando as possibilidades de retenção e também permitindo a correção de eventuais defasagens de forma mais prematura. E como se garantir melhorias de ensino quando 46% dos estudantes entrevistados dizem já ter passado de ano sem ter

aprendido a matéria? A presidenta da Apeoesp, Maria Izabel, acredita que este método é uma forma de exclusão de oportunidades a longo prazo, seja no mercado de trabalho ou na continuidade dos estudos. “O aluno está sendo excluído do direito de acesso a um conhecimento que historicamente foi acumulado pela sociedade”, pondera.

Conselhos escolares para democratizar a instituição

giovanni giocondo

Para a deputada estadual Beatriz Pardi (PT), a escola é uma das instituições que mais guardou “recordações” da ditadura civil-militar (1964-1985). A professora aposentada acredita que o autoritarismo da instituição começa pelas ordens da Secretaria Estadual de Educação, passando pelas diretorias regionais de ensino, até chegar às salas de aula, onde projetos impostos pelo governo transformam os professores em meros “operadores pedagógicos”. Parte da democratização

dessa estrutura verticalizada passa pela criação de instâncias e órgãos colegiados que interfiram na gestão das escolas. A pesquisa Apeoesp/Data Popular mostrou, por exemplo, que 70% dos pais entrevistados afirmaram nunca terem ido a uma reunião do conselho da escola do filho. Maria Cecília Luiz, professora e coordenadora do curso de Fortalecimento dos Conselhos Escolares da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) – desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação (MEC)

Investimentos providenciais em ordem” o que está fora de lugar, tornando a manutenção do sistema mais barata. Um dos diagnósticos da pesquisa é que a falta de infraestrutura nas escolas estaduais, visível na ausência de equipamentos e laboratórios, representa piora na qualidade da educação. Reportagem da Rede Brasil Atual feita em março mostrou, com base em dados da Secretaria da Fazenda, que o governo

estadual reduziu em 36,62% os investimentos na construção e ampliação dos prédios e na compra de materiais escolares, entre 2013 e 2014. No levantamento, quase 90% dos entrevistados dizem que faltam bibliotecas nas escolas. Datashow e televisão estão ausentes em 82% e 84% dos casos, respectivamente. “Uma criança que fica o dia inteiro olhando para a lousa não tem estímulo”, observa a deputada.

Papel da escola giovanni giocondo

A Constituição estabelece que todos os Estados devem investir no mínimo 30% de seu Orçamento na Educação. Ao observar a LDB na Comissão de Educação e Cultura da Alesp, a deputada Beatriz Pardi verifica que dificilmente esse índice é superado em São Paulo. Em sua opinião, o governo paulista deveria elevar o volume de recursos destinados ao setor durante um período de ao menos 10 anos para “pôr

–, considera este quadro preocupante. Segundo ela, não basta aumentar o número de membros nos conselhos, mas deve-se garantir que esses conselheiros compreendam a importância de sua participação nesses órgãos. “A escola é um espaço de construção da cidadania, de liberdade de expressão de ideias e de crescimento pessoal e social”, explica. A acadêmica entende que deve haver o envolvimento da comunidade local e dos profissionais da educação.

Para 48% dos pais, o principal papel da escola é formar cidadãos. Já 35% dos estudantes entendem que cabe à

escola preparar o aluno para o mercado de trabalho. Segundo a presidenta da Apeoesp, é “um sonho unir essas pretensões à transmissão do conteúdo das disciplinas”. Assim como “tornar a escola mais plural, com mais investimento, respeito aos professores e democracia nos projetos pedagógicos, mais condizentes com os objetivos da comunidade”, conclui Maria Izabel.


Bebedouro

6 Cidade

Servidores municipais não conseguem se aposentar Os servidores públicos municipais de Bebedouro estão enfrentando dificuldades para se aposentar, principalmente aqueles que trabalham em condições especiais de insalubridade (exposição a agentes nocivos à saúde). A denúncia foi feita por um grupo de funcionárias do setor da saúde, que continuam trabalhando após o tempo regulamentar de contribuição à Previdência Social e sofrem, sem exceção, perseguição por reivindicar o direito trabalhista – por esse motivo, seus nomes serão mantidos em sigilo

divulgação

Prefeitura não tem médicos e engenheiros do trabalho, que realizem perícias sobre insalubridade

nesta reportagem. O problema também atinge guardas-civis e funcionários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Bebedouro (SAAEB). Em abril de 2014, o Su-

premo Tribunal Federal (STF) editou a súmula vinculante nº 33, que regulamentou a Emenda Constitucional nº 47, de 2005, conforme explica André Marques, presidente do Insti-

ríodo equivalente à concessão do benefício.” Para conseguir se aposentar, os servidores municipais precisam atestar ter trabalhado nessas condições durante pelo menos 25 anos. O problema, porém, é que a Prefeitura de Bebedouro não possui um médico do trabalho e um engenheiro de segurança do trabalho, responsáveis pelo laudo pericial – Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) – e por monitorar ambientes insalubres, respectivamente. O PPP, quando apresentado ao INSS, garante a aposentadoria especial.

tuto dos Advogados Previdenciários (IAPE). O documento equiparou o servidor municipal ao servidor público em geral, por analogia à legislação do Regime Geral do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). “A Lei Federal 8.213/91, em seus artigos 57 e 58, previa expressamente a aposentadoria especial para aqueles trabalhadores que comprovassem a exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física pelo pe-

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bebedouro, Lourival Basílio, informa que vem alertando a Prefeitura há pelo menos cinco anos sobre a inexistência desses profissionais. Todos os avisos, no entanto, foram ignorados, assim como os pedidos da nossa reportagem, que não obteve resposta do Serviço Assistencial dos Funcionários e Servidores Municipais de Bebedouro (SASEMB). A diretora do órgão, Edna Soares, disse não ter autorização para falar do tema. As mulheres com quem a reportagem conversou afirmam trabalhar na “linha de frente das Unidades Básicas de Saúde”, e dizem ter em comum a rotina estressante e a subvalorização do trabalho. Uma técnica de enfermagem, constantemente ir-

ritada com o abandono dos órgãos públicos, diz já ter se afastado duas vezes do trabalho por motivo de saúde. Sua aposentadoria deveria ter saído há quatro anos. Outra funcionária denuncia o acúmulo de funções. De quatro pessoas, seu setor agora só tem duas para fazer a coleta domiciliar, inclusive a manipulação de amostras de sangue de pessoas soropositivas e com outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Além da atividade original, a servidora também atua como motorista sem receber gratificação extra. Ela deveria estar aposentada há três anos. O salário de R$ 764,53 é um dos receios quando o assunto é a aposentadoria. Mesmo querendo “descansar”, uma delas teme perder benefícios, como o do programa Estratégia Saúde da Família, que garante mais R$ 185 no

divulgação

Relatos das trabalhadoras com aposentadoria vencida

holerite. Ou até mesmo a cesta básica, cortada automaticamente no ato da aposentadoria. “Apesar de perder tudo isso, o que mais queremos é nos aposentar. Principalmente a nossa mente. Depois de 25 anos, ninguém aguenta mais”, explica. “Meu filho fala: ‘Mas todo dia você está estressada, mãe. Você trata os seus pacientes assim?’”, conta, desconfortável, outra técnica em enfermagem, que faz questão de lembrar que a remuneração baixa

faz com que ela e suas colegas se endividem com empréstimos bancários. Todas afirmam que são perseguidas constantemente e têm suas opiniões censuradas. A falta de médicos, de medicamentos e de equipamentos é cobrada delas, que dizem resolver os problemas diários com atenção, o que não ocorre da parte do poder público com elas. O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Lourival Basílio, enfatiza que

a entidade já impetrou cerca de 300 unidades de mandados de injunção na Justiça – recursos pelos quais o município é obrigado a conceder a aposentadoria especial aos servidores. Até que o STF decidisse em prol dos trabalhadores, em abril, mais de 5.000 mandados haviam sido interpostos judicialmente no país. Para o presidente do IAPE, André Marques, o prejuízo ao funcionário que continua na atividade após o período legal, além de financeiro, é médico, “pois sua saúde tende a piorar, quanto mais tempo ficar exposto aos agentes de risco”. Marques atenta que “o servidor poderá pedir ao município judicialmente indenização por danos morais ou materiais que entenda haver sofrido em face da demora em atender ao seu pedido de aposentadoria especial”.


Bebedouro

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Perfil

Adilson Manoel, um desbravador do futebol interiorano

arquivo pessoal

Muitas histórias a lembrar, e outras ainda para viver e compartilhar. Assim é que o bebedourense Adilson Manoel, de 54 anos, conta um pouco de sua trajetória. Durante muitos anos, esse caminho passou pelo relvado verde onde o coração pulsava em alto e bom som na ponta da chuteira. Sem filhos e atualmente funcionário de uma editora evangélica, o torcedor do Santos Futebol Clube guarda consigo memórias de um tempo em que o futebol era, acima de tudo, paixão e vontade de vencer. Volante de origem e destro, ele começou a jogar no campinho de terra que ficava na Praça de Nossa Senhora Aparecida (ao lado da Igreja). “Eu apanhei muitas vezes dos meus pais, porque o tempo todo eu queria estar num campo de futebol”, revela com bom humor. Outras brincadeiras dos tempos de criança, como soltar pipa, não tinham espaço. “O meu negócio era o fute-

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O ex-jogador bebedourense conta com nostalgia suas aventuras pelo mundo da bola

bol, e isso é notório até hoje”, constata o ex-volante, que se considerava um “coringa”, já que também atuava como meia-direita, meia-esquerda e lateral-esquerdo. Do divertimento infantil, o esporte passou a ser coisa séria na adolescência. No campo da Internacional de Bebedouro, Adilson passou de gandula a integrante das categorias de base do clube, logo aos 12 anos de idade, quando era treinado pelo saudoso Carlos Bento, o Pacau. E os desafios só aumentaram. Com a ajuda de Laudemir

Moreno, atleta do time profissional da Inter na época, e amigo até os dias de hoje, o volante chegou à Ponte Preta, onde atuou nas equipes juvenis entre os anos de 1976 e 1978. Em Campinas, ele conheceu um diretor chamado Luiz Carlos de Oliveira, o Bolão, que se interessou por seu futebol e passou a ser o seu agente. Para onde Bolão fosse trabalhar, Adilson ia com ele: Comercial (de Ribeirão Preto) e Noroeste (de Bauru) foram alguns desses clubes O desafio maior, entretantanto, veio com uma transfe-

rência para o Matsubara (do Paraná), que iniciava sua história no futebol. “Fui um dos pioneiros”, rememora. Pelo clube da pequena cidade de Cambará disputou a 1ª Divisão do Campeonato Paranaense, enfrentando os grandes clubes do Estado, como Atlético Paranaense e Coritiba. Do Matsubara, Adilson ainda passou pela Ferroviária (de Araraquara), Cruzeiro (do Vale do Paraíba), Andradina e Monte Cristo (de Goiânia). Um pouco desiludido com a carreira, com 25 anos, Adilson achou por bem retornar a

Bebedouro. Mas, ele foi surpreendido com um convite para voltar a jogar pela Internacional, quando estava trabalhando como frentista na cidade. O volante jogou por mais dois anos até encerrar o seu ciclo no futebol profissional. Hoje, Adilson Manoel ainda é visto em campo nos amistosos de futebol veterano. E não se furta a criticar o futebol atual, que considera muito voltado ao dinheiro e ao vigor físico, em detrimento da qualidade individual do jogador e da amizade entre os atletas. Como um analista dos jogos profissionais na televisão, ele diz ter previsto a fragilidade que levou à derrocada da seleção brasileira na Copa de 2014. Ainda assim, elege como “sucessor” na gana pelas vitórias e na entrega em campo um jogador que, se teve falhas, não deixou de lutar para chegar ao ápice: David Luiz. “Eu sempre fui assim, aguerrido. É um jogador com o meu estilo, admiro muito.”


Bebedouro

8 foto síntese – posto de saúde do Pedro Paschoal

Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

O número cuja divisão por dois não deixa resto (Mat.)

OR

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Solução

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Solução

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Solução

Agradecido

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Altar primitivo

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Vitamina antigripal

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(?) Piloto, projeto urbanístico de Brasília

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A energia necessária à fotossíntese

Cora (?), jornalista e escritora brasileira

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Agradecido

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O "outro mundo" Organização civil

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Saudação comum no dia a dia

Vitamina antigripal

© Revistas COQUETEL

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(?) Piloto, projeto urbanístico de Brasília

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BANCO

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A energia necessária à fotossíntese

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(?) majoritário: tem o poder na empresa

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Assim, em italiano Norte (abrev.) Artifício Preencha os espaços vazios com algarismos depara 1 aenga9. nar alguém Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais (pop.)

Barra fundamental de motores à explosão De canto melodioso (a ave)

De canto melodioso (a ave)

www.coquetel.com.br (?) majoritário: tem o poder na empresa O "outro mundo" Organização civil Cora (?), jornalista e escritora brasileira

3/ars — ong. 4/cosi — torá. 5/biela — irara — retrô. 7/panteon.

Saudação comum no dia a dia

Cada parte da sequência de um concurso

Armadilha da aranha Cidade do Redentor

1 4

8

S T A D E T R E S P O N T O S

6

Assim, em italiano Norte (abrev.) Artifício para enganar alguém (pop.)

7

Barra fundamental de motores à explosão

"(?) Rebeldes", minissérie de TV

E

dedicado a todas as divindades © Revistas COQUETEL

3 6

Templo romano dedicado a todas as divindades

Elemento da Química Orgânica (símbolo)

TA

A etnia es-os espaços (?) na Preencha vazios comElemento algarismos de"(?) 1 Rea 9. cravizada manga: a da Química beldes", no Brasil "arma Orgânica Os algarismos nãosecreta" podem se repetir nas linhasminissérie verticais e (símbolo) de TV Templo romano horizontais, nem nos quadrados menores (3x3).

(?) na manga: a "arma secreta"

R I N I T E

"O Tronco do (?)", romance regionalista

A etnia escravizada no Brasil

"O Tronco do (?)", romance regionalista

P E R S O N A G E M C O M I C O

1 4

9

Letrasímbolo do tamanho pequeno

9 1

Rogério (?), maior goleiroartilheiro

Rogério (?), maior goleiroartilheiro

T

8 2

Letrasímbolo do tamanho pequeno

C A N O

Animal conhecido como papa-mel Inflamação da mucosa nasal

Animal conhecido como papa-mel Inflamação da mucosa nasal

RA

6

www.coquetel.com.br

Corrente reforçada Arte, em latim

Corrente reforçada Arte, em latim

Órgão estadual de trânsito (sigla) O Pentateuco da Bíblia hebraica

O N G

© Revistas COQUETEL

Órgão estadual de trânsito (sigla) O Pentateuco da Bíblia hebraica

marcada na piscina olímpica

tung, estadista chinês

Faixa demarcada na piscina olímpica

A R A

A forma do sifão

(?) Tsetung, estadista chinês

L R

Instituição mantida

pelo comér- vazios com algarismos de 1 Oa alerta Preencha os espaços 9. cio (sigla) orgânico Que perdeu Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e a posição dominante (fig.) horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). (?) TseFaixa desudoku

Que perdeu a posição dominante (fig.)

P A

Maltratar fisicamente O estilo vintage

A forma do sifão O alerta orgânico

3/ars — ong. 4/cosi — torá. 5/biela — irara — retrô. 7/panteon.

O número cuja divisão por dois não deixa resto (Mat.)

Instituição mantida pelo comércio (sigla)

Dirigir uma nação Criação como Valéria Pultz ("Zorra Total") Peça (?)-se: ou Mr. Bean derrubada ficar com no boliche vergonha Breve conselho (bras.)

Parte do corpo que pode indicar febre

L

© Revistas COQUETEL

Arremesso preciso no basquete, fora da linha dos 6,75 m Nelson Sargento, sambista

Denominação pela qual é conhecido o papa

R I O

www.coquetel.com.br

Maltratar fisicamente O estilo vintage

S T P A D D E T R N E S P C O N T O S

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

© Revistas COQUETEL

Dirigir uma nação Criação como Valéria Pultz ("Zorra Total") Peça (?)-se: ou Mr. Bean derrubada ficar com vergonha no boliche Breve conselho (bras.)

Arremesso preciso no Parte do basquete, fora da linha corpo que dos 6,75 m Nelson pode indiSargento, sambista car febre

Denominação pela qual é conhecido o papa


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