Jornal brasil atual bebedouro 36

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BEBEDOURO

www.redebrasilatual.com.br

Jornal Regional de Bebedouro

jornal brasil atual

jorbrasilatual

nº 36

TRANSPORTE

DÓI NO BOLSO Viação Guarulhos vai reajustar valor da tarifa de R$ 2,30 para R$ 2,70

DISTRIB

GRATUUIIÇÃO TA

Dezembro de 2014

MÍDIA

RÁDIO BRASIL ATUAL Programação de qualidade fideliza público na região

Pág. 2

ENERGIA

CIP Taxa aprovada pela Câmara gera revolta na população

Pág. 6

FUTEBOL NOVO GOVERNO

DILMA CONCLAMA UNIDADE NACIONAL Após eleição marcada pelo ódio, presidenta dá indícios de que deve avançar em reformas estruturais Pág. 5

JOGO DURO Clubes do interior lutam contra desmandos da alta cartolagem

Pág. 7


Bebedouro

2 MÍDIA

Nas ondas da Rádio Brasil Atual

EDITORIAL A eleição presidencial deste ano entrou para a história por alguns motivos peculiares. Um deles diz respeito às diversas oscilações nas candidaturas de oposição à presidenta Dilma, principalmente entre Aécio e Marina. As viradas quantitativas nas intenções de votos no primeiro e no segundo turno derrubaram muitos institutos de pesquisa. Registre-se ainda que Dilma firmou-se num sólido patamar de aceitação em torno dos 40% e ainda cresceu, apesar da enxurrada de críticas que recebeu. O enfrentamento eleitoral consolidou os votos favoráveis às mudanças trazidas pelo PT, como também encontrou no PSDB e em Aécio eco para a direita radical. Essas oscilações bruscas trouxeram um mosaico superlativo de ideias e propostas. Com elas veio também o aumento do ódio ao partido vencedor, desde sempre conduzido pela mídia comercial – que, antes mesmo do pleito, sobretudo a revista Veja, com a sua capa falaciosa referente às delações premiadas na apuração do Caso da Petrobrás, já alimentava o furor entre as pessoas. Quem tem saído às ruas para impugnar a nossa sétima eleição democrática consecutiva apresenta as piores e mais violentas facetas da sociedade: racismo, aversão aos pobres, nordestinos, homossexuais ou qualquer outro segmento que não esteja identificado com o status quo. Movimentos que só encontram referência nos momentos mais sórdidos da história mundial. É preciso saber perder, mas os vencedores também devem fazer do exercício do poder o exercício da construção do bem comum e da cidadania. A pauta, agora, é a retomada do crescimento do PIB, o controle da economia, a igualdade de oportunidades e, principalmente, o exercício da democracia. Criticar faz parte do jogo democrático, mas a violência não! O povo trabalhador, mais uma vez, saberá distinguir o joio do trigo.

A Rádio Brasil Atual Noroeste Paulista-102.7 FM foi criada em Pirangi com o intuito de difundir informação de qualidade na região, com debates sobre os temas que mais estão na boca do povo e notícias relevantes para o dia a dia. Com uma visão crítica e ponderada, a equipe comandada pelo jornalista Rafael Garcia tem ampliado o alcance de seu trabalho nas cidades do entorno. No jornalismo, a emissora se destaca pela ponte que faz

GIOVANNI GIOCONDO

Programas de qualidade criam público cativo na região

com os conteúdos nacionais produzidos pela Rede Brasil Atual e a realidade regional do interior do Estado. Assuntos relacionados à agricultura,

à economia, à educação, à saúde, à cultura, ao meio ambiente, ao trabalho e aos direitos humanos são as bases de sua programação cidadã.

Jornalismo popular e cidadão Um dos principais informativos da Rádio Brasil Atual é o Giro de Notícias. De segunda a sexta-feira, e em duas edições (das 8 h às 9 h, e das 12 h às 13 h), Rafael Garcia leva ao público as notícias de maior repercussão do dia. Já às 9 horas, a revista radiofônica Nossa Cidade,

conduzida pela comunicadora Kelly Camargo, proporciona interatividade com os ouvintes, de forma descontraída e franca. No programa, o quadro Na Boca do Povo leva a reportagem da rádio a pontos movimentados das cidades da região e dá voz para o povo comentar os assuntos em pauta.

Uma das discussões que deram o que falar neste ano, segundo o jornalista Garcia, foi a campanha de vacinação do Ministério da Saúde contra o HPV – doença sexualmente transmissível, que pode causar o câncer de colo de útero, entre outros problemas – para meninas pré-adolescentes.

Cultura e entretenimento Na Rádio Brasil Atual Noroeste Paulista a música tem papel primordial. A programação livre tem 12 horas de duração. De quinta a domingo, a partir das 5 horas, o apresentador Luiz Romera é o dono da banca, com a raiz da música caipira.

As tardes também são acompanhadas de música sertaneja. Ao final do dia, às 23 horas, é a vez da música popular brasileira, que promove o encontro de gerações com os clássicos do cancioneiro nacional. Já aos domingos, das 10 h às 12 h, o locutor Rogério Fer-

racine traz o melhor do rei Roberto Carlos no programa Um Milhão de Amigos. E para relaxar e dar risadas, a Hora da Kizomba é uma boa pedida. Diariamente, às 17 horas, Vandeco Deco envolve a audiência com seus causos e tiradas humorísticas.

Expediente Rede Brasil Atual – Bebedouro Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de Redação Paulo Salvador Edição Enio Lourenço Redação Giovanni Giocondo Revisão Malu Simões Capa Dilma (Roberto Stuckert Filho/PR) Foto Capa Futebol (Malavolta Jr/Jornal da Cidade) Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


Bebedouro

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TRANSPORTE

Nova empresa e nova tarifa: em 2015 será R$ 2,70 Viação Guarulhos, ligada à atual permissionária, vence primeira licitação da história do setor

GIOVANNI GIOCONDO

No dia 26 de novembro, a proposta da Viação Guarulhos S.A. foi aprovada pela Comissão Municipal de Licitação e, a partir de janeiro de 2015, ela será a primeira empresa concessionária da história do transporte público de Bebedouro. A empresa, que é controlada pelo mesmo grupo que comanda a Rápido D’Oeste (atual permissionária), pagará à Prefeitura R$ 755.000,00

como valor de outorga. Segundo o subdiretor do setor de Compras e Licitação, Paulo Sergio Garcia, o montante será utilizado para custear melhorias no sistema, o que inclui a reforma dos pontos, a compra de veículos seminovos, a implantação do modelo de bilhetagem eletrônica e de elevadores para acessibilidade de pessoas com deficiência. O contrato entre o muni-

Reclames da população

Histórico

Para a diarista Marlene Aparecida, de 57 anos, moradora do bairro Tropical, o aumento vai lhe causar problemas. “Nem todas as patroas pagam a condução. Para mim, que dependo do ônibus para trabalhar, vai ser pesado ter de gastar R$ 0,60 [ida e volta] a mais nos dias em que eu tiver serviço”, explica. Protegida do sol atrás de um abrigo de ônibus, já que a cobertura do ponto não

O serviço de transporte público de Bebedouro é, há 40 anos, considerado caótico pela população e pelo próprio poder público municipal. Até 2011, a Empresa Bebedourense de Transporte Urbano (EBTU) operava as linhas. Naquele ano, o ex-prefeito João Batista Bianchini tentou romper o contrato com a companhia e firmar novo convênio, sem licitação, com a empresa Ramazzini. A tentativa resultou em ação civil pública contra

cumpre sua obrigação, a estudante de fisioterapia Natiele Cardoso, de 24 anos, duvida que o dinheiro arrecadado com o aumento da tarifa vá resultar em melhorias: “Eu acho que é mais uma piada e prefiro esperar para ver”. Os moradores são unânimes em apontar o serviço prestado pela Rápido D’Oeste, permissionária desde 2013, como ineficiente. A principal reclamação é referente à falta de cumprimento de horários –

tanto por atrasos, quanto por partidas adiantadas – e a demora no percorrer do trajeto. Segundo Paulo Sergio Garcia, “em médio prazo”, a construção de um terminal de ônibus deve resolver esses problemas. Ainda de acordo com o subdiretor de Compras e Licitação, a Prefeitura vai discutir com a Viação Guarulhos a revisão das linhas atuais para adaptá-las à existência dos novos bairros.

cípio e a Viação Guarulhos S.A. será válido por 15 anos, prorrogáveis por mais 15. O edital leva em consideração, além do maior valor de outorga, a “menor tarifa de remuneração”. E é aí onde mora o problema para os usuários. Dos atuais R$ 2,40, a tarifa vai passar para R$ 2,70 a partir de janeiro de 2015, valor que foi endossado pela Comissão Municipal de Licitação.

ele e as duas companhias por improbidade administrativa. Fernando Galvão (DEM), em 2013, contratou a Rápido D’Oeste, após fechar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a promotoria do Ministério Público Estadual (MP-SP). A reportagem entrou em contato com o grupo Viação Guarulhos/Rápido D’Oeste, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno por parte da diretoria da empresa.


Bebedouro

4 SOCIAL

Uso do crack se espalha no interior de São Paulo Capital paulista aponta horizonte de combate com programa interdisciplinar “Braços Abertos” problemas por conta da chamada “epidemia” da droga. Há divergências nas formas de lidar com o vício. As mais comuns são: internação voluntária, internação compulsória e recuperação mediante trabalho ou religião, que se contrapõem. Para Dartiu Xavier, psiquiatra e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o uso do crack é um sintoma da conjuntura social desfavorável em que as pesso-

as se encontram. “A situação de rua sempre existiu antes do crack, ninguém vai para a rua por causa da droga”, informa. Dartiu explica que o fato de os usuários estarem sobrevivendo em condições insalubres dificulta a recuperação. “As pessoas acham que a dependência do crack é mais difícil de tratar que a do álcool. Isso não é verdade. Qualquer dependência é sempre difícil de tratar”, esclarece.

DIVULGAÇÃO/PREFEITURA-SP

Em 2013, um levantamento do Instituto Fiocruz identificou 370 mil usuários de crack no Brasil. O consumo da droga, antes restrito a áreas deterioradas das grandes cidades e às pessoas em situação de rua, popularizou-se em municípios do interior e atinge todas as camadas sociais. No Estado de São Paulo, segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios, 70% das cidades enfrentam

Paulo Sergio Souza, de 35 anos, é funcionário de uma empresa de limpeza pública em São Paulo, desde agosto. Há um ano, no entanto, o trabalhador fazia parte do enorme contingente de pessoas que habitam as calçadas da “cracolândia”, onde viveu durante seis anos sob as asas da droga. Em janeiro de 2014, ele passou a fazer parte do programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo, que consiste em frentes públicas de trabalho oferecidas para a população usuária de droga e moradora de rua em troca de salário, alimentação e

DIVULGAÇÃO/PREFEITURA-SP

“Braços Abertos” abre as portas para a superação

moradia (alugada em pensão). Atualmente, 470 pessoas são beneficiadas. Em julho, Paulo saltou para um trabalho formal com

carteira assinada. “Tinha perdido o emprego, a casa, e aí fui para a rua. Quando você entra ‘na droga’, fica com vergonha da sua família. Mas eles nunca

me viraram as costas. Hoje, eu voltei a ver a minha filha, que está com 10 anos, e a sensação é maravilhosa. O trabalho no projeto mostrou que a gente é capaz de virar o jogo e superar essa situação”, comemora. Mauricio Dantas, um dos coordenadores do programa social, frisa que o trabalho era uma demanda dos próprios usuários. “Eles precisavam de uma alternativa de renda e de interrupção da dinâmica da fissura que o crack provoca”, diz. Somente em 2014, foram realizados 28 mil atendimentos não compulsórios aos usuários que trabalham no projeto dentro da diretriz de redução de

danos, que por sua vez é o carro-chefe da Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras drogas. Semanalmente, Dantas é procurado por municípios do interior de São Paulo, de outros Estados e até mesmo por outros países do exterior. “Já recebi autoridades do Canadá e da África do Sul interessadas no projeto. O Braços Abertos ganhou visibilidade e tornou-se referência, mas é preciso lembrar que ele não pode ser transportado automaticamente para outro lugar. É necessária uma adaptação”, pondera.

“Nenhuma crença vai substituir o tratamento de saúde” Nas zonas rurais do interior proliferam-se os centros de acolhida, uma forma tradicional de tratamento aos usuários de drogas. No Esquadrão da Vida, em Marí-

lia, o tratamento é voluntário, mas, além da saúde, a religião também entra em pauta. “Nós usamos a Bíblia como material didático, porque achamos que a leitura aju-

da na libertação das drogas. A entidade é evangélica, mas ninguém precisa se converter”, explica Kin Cogu, coordenador de tratamento da entidade, que hoje abriga 14 homens.

Para Dartiu Xavier, apesar de bem-intencionadas, muitas dessas instituições não têm equipes de saúde suficientes. “Eu não tenho nada contra a religião, mas as pessoas não

podem confundir essas doutrinas com tratamento de dependência de droga. Nenhuma crença religiosa vai substituir o tratamento de saúde”, explica.


Bebedouro

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NOVO GOVERNO

Dilma pede unidade para os próximos quatro anos

No último mês, os derrotados partidários de Aécio Neves (PSDB) exacerbaram

Reforma política A reformulação do sistema político brasileiro ganhou força após os movimentos da juventude de junho de 2013. Em setembro deste ano, entidades e movimentos sociais reuniram mais de sete milhões de assinaturas em uma consulta popular que indagou: “Você é a favor de uma Assembleia Constituinte e Soberana sobre o Sistema Político?”. Confira trecho do documento que justifica a ação: Vemos, por exemplo, que os candidatos eleitos têm um gasto de Campanha muito maior que os não eleitos, demonstrando um dos fatores de poder econômico nas eleições. Também vemos que o dinheiro usado nas Campanhas tem

origem, na sua maior parte, de empresas privadas, que financiam os candidatos para depois obter vantagens nas decisões políticas, ou seja, é uma forma clara de chantagem. (...) Além disso, ao olharmos para a composição do nosso Congresso Nacional vemos que é um Congresso de deputados e senadores que fazem parte de uma minoria da População Brasileira. A reforma política é o “nó a ser desatado” para que o novo governo do PT consiga estabelecer políticas públicas mais progressistas. Esta é a análise de Paulo Vannuchi, ex-ministro de Direitos Humanos, em seu comentário na Rádio Brasil Atual, logo após a eleição.

preconceitos outrora velados. A falsa dicotomia de ideias criada entre norte e sul, pobres

e ricos, “ignorantes” e “esclarecidos” ruiu quando passeatas tentaram impugnar a eleição democrática com apelos à volta dos militares ao poder, forjadas em racismo, ódio de classe e de região. O jornalista Leonardo Sakamoto, em seu blog no UOL, atribuiu parte da incitação aos crimes de ódio que essas pessoas vêm praticando, principalmente nas redes sociais, à irresponsabilidade de colunistas e jornalistas dos principais meios de comunicação. “Esses crimes virtuais cometidos por zumbis incapazes de enxergar no outro um ser humano detentor do mesmo direito à dignidade foram

alimentados por argumentos construídos e divulgados, ao longo do tempo, por pessoas que não se preocuparam com o resultado negativo de seus discursos.” Nessa conjuntura, a reforma política e a democratização dos meios de comunicação ganharam força como agendas fundamentais do próximo governo. No entanto, a renovação de parte da bancada do Congresso Nacional, com a orientação “mais conservadora desde 1964”, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), dá indícios de que o próximo mandato exigirá de Dilma ainda mais tenacidade para aprovar essas propostas.

Regulação econômica da mídia A regulação econômica da mídia, reivindicação histórica dos movimentos sociais, também foi aventada pela petista na campanha. É o que acontece nos Estados Unidos, na Alemanha e no Reino Unido: o Estado regulamenta o setor para evitar monopólios e propriedade cruzada das mídias (radiodifusão e impressa). No Brasil, a Constituição Federal estabelece leis para o setor, mas que carecem de regras para funcionar. Dilma sinalizou caminhar nessa direção. “Por que qualquer setor tem regulação e a mídia não pode ter?”, questionou a presidenta em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo, em 6 de novembro. No mesmo mês, o Fórum

DIVULGAÇÃO

“Conclamo, sem exceção, a todas as brasileiras e todos os brasileiros para nos unirmos em favor do futuro de nossa pátria, do nosso país e de nosso povo. Não acredito, sinceramente, que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Entendo, sim, que elas mobilizaram ideias e emoções às vezes contraditórias, mas unidas por sentimentos comuns: a busca por um futuro melhor para o país.” O discurso conciliatório da presidenta Dilma Rousseff (PT) após o fechamento das urnas marcou uma das disputas mais vorazes da Nova República – a petista venceu pela diferença de 3.458.891 votos.

VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

Ódio e calúnias marcaram a eleição; reforma política e democratização da mídia entram na pauta

Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) publicou nota pedindo para a presidenta que o debate com os diversos segmentos sociais seja ampliado, visando a formulação do marco regulatório. Este novo marco regulatório deve responder às mudanças tecnológicas das últimas décadas e às demandas de uma sociedade mais complexa,

que clama pela garantia de seu direito à comunicação. E deve ser resultado de um amplo e plural debate com a população brasileira, há tanto tempo interditado por setores que, em nome da manutenção de seus interesses e privilégios, vêm se colocando sistematicamente contra a democratização da comunicação do Brasil.


Bebedouro

6 ESPORTE

Ginástica artística como trabalho social Projeto da Unifafibe promove assistência para crianças em situação de vulnerabilidade social

A prática esportiva

Mariana Souza, de 8 anos, é uma das participantes do projeto

GIOVANNI GIOCONDO

Avião, barco e canoa são reconhecidos meios de locomoção. Mas no mundo da ginástica artística, que ganha cada vez mais adeptos no Brasil, esses nomes representam movimentos básicos do esporte. O projeto social “Ginástica, Arte e Formação”, feito em parceria pelo Centro Universitário Unifafibe, Ministério do Esporte e empresários da região, tem proporcionado a 100 meninas e meninos, de 5 a 12 anos, a chance de executar essas manobras corporais para tentar reequilibrar suas vidas. Segundo o coordenador e diretor do Departamento de Educação Física da Unifafibe,

Marcelo Porto, “o objetivo é inserir no esporte as crianças que crescem em bairros de alta vulnerabilidade social”. A verba utilizada é captada via edital do Ministério do Esporte, e vem da renúncia fiscal de empresas que destinam

parte de seu Imposto de Renda à compra de equipamentos, uniformes e lanches. Os treinamentos ocorrem no contraturno escolar das crianças, no câmpus da Unifafibe, que também providencia o transporte gratuito.

nossa concentração.” “A ginástica artística fornece uma noção essencial de disciplina às crianças, e tem a brincadeira como prêmio”, explica o professor Tiago Pedicini. Com o sucesso do projeto, que será encerrado em 27 de janeiro, Marcelo Porto pretende batalhar por sua continuidade. “Apesar da burocracia e da dificuldade em convencer os empresários, nós vamos seguir tentando, para que esses jovens tenham acesso a essa estrutura”, afirma.

No tablado, a criançada se esforça para efetuar rolamentos e saltos. São piruetas e equilíbrios múltiplos, acompanhados de perto pelos monitores. Mariana Souza, de 8 anos, se estica sobre a trave e sorri quando pensa em como a ginástica pode lhe trazer bons frutos. “Eu penso em ser profissional, é um sonho”, conta. Luis Felipe Pereira, de 11 anos, comemora o fato de poder praticar um esporte diferente e se divertir. “Eu gosto muito de vir aqui, e acho que é importante para a

ENERGIA

CIP gera discórdia entre população e políticos Em novembro de 2002, o Congresso Nacional aprovou emenda à Constituição que transferia os ativos das distribuidoras de energia elétrica para os municípios, instituindo a Cobrança de Iluminação Pública (CIP) aos consumidores. Em 10 de dezembro de 2013, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) baixou resolução normativa para que todos os municípios brasileiros cumprissem a lei até 31 de dezembro de 2014. Em Bebedouro, a inclusão da CIP foi debatida pelos moradores em audiências públicas convocadas pela

Câmara Municipal durante o 2º semestre. A maioria da comunidade é contra a taxa, mas, na sessão realizada no dia 24 de novembro, os vereadores aprovaram a cobrança da taxa por seis votos a quatro (uma abstenção). A professora de caratê Erika Yoshino Muniz, de 51 anos, acredita que a CIP vai prejudicar a população de baixa renda. “É um absurdo a pessoa ter de arcar com um valor que corresponde a 30% do custo da sua conta, e sequer ter iluminação pública de verdade na rua de casa”, critica. A tabela elaborada pelos técnicos da Prefeitura estabe-

BEBEDORENSES CONTRA A CIP

Câmara aprova cobrança da taxa, mas moradores reclamam da precariedade dos serviços

lece que a cobrança será feita mediante as faixas de consumo, sem ser diretamente proporcional aos valores despendidos pelos clientes. Em bairros afastados do Centro, no entanto, a iluminação pública é deficitária, sobretudo pelo uso de lâmpadas de mer-

cúrio, que têm baixo índice de luminância e custo de manutenção alto, além de parte considerável dos braços dos postes estarem apodrecendo por falta de cuidados da CPFL. Para o vereador Luiz Carlos de Freitas (PT), a nova taxa tem relação com a cala-

midade das finanças da Prefeitura. “Além de estar com dívidas, o município ainda argumenta que vai usar o dinheiro da CIP para fazer investimentos, sendo que essa verba deve ser usada exclusivamente na manutenção de postes, lâmpadas e outros equipamentos”, explica. Segundo a assessoria jurídica da Prefeitura, o processo licitatório para a contratação de uma empresa que presta serviços de manutenção na rede elétrica foi aberto imediatamente após a aprovação do projeto na Câmara. O edital tem 90 dias para ser cumprido.


Bebedouro

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FUTEBOL

CBF e federações jogam contra clubes do interior

ARQUIVO PESSOAL

Nas últimas décadas, o futebol profissional tem se tornado cada vez menos democrático para os pequenos clubes do Brasil, geralmente localizados no interior. Dirigentes e torcedores dessas equipes são unânimes em apontar a ausência de um calendário “mais recheado” de competições ao longo de todo o ano como uma das causas, com o agravante da falta de recursos financeiros para sustentar a estrutura profissional. É o que pensa Luciano Sato, gerente de futebol e técnico das categorias de base do Esporte Clube Noroeste, de Bauru. Atualmente na 4ª Divisão do Campeonato Paulista, a equipe campeã da Copa

DIVULGAÇÃO

Calendário e falta de recursos são os principais entraves para atletas, torcedores e dirigentes Por Giovanni Giocondo

Jogadores do Independente Futebol Clube concentrados antes do jogo; Paulo Santana Neto, torcedor do Marcílio Dias

Paulista em 2012 (torneio para equipes que não disputam as divisões do Brasileirão e premia com vaga na Copa do Brasil) não disputou competições no 2º semestre deste ano. “A Copa Paulista é muito importante para os clubes do interior, mas financeiramente não compensa. Nós até con-

seguimos manter uma base de jogadores para a disputa da Série A-2 no ano seguinte [2013], mas perdemos nosso patrocinador principal e alguns atletas que se destacaram receberam propostas melhores de clubes que disputam o Campeonato Brasileiro e foram embora”, lamenta.

Como alternativa, Sato diz que o Norusca deve apostar nos jovens que disputarão a Copa São Paulo de Futebol Júnior, em janeiro, para formar a base da equipe profissional do ano que vem. O presidente do Independente Futebol Clube, de Limeira – que neste ano chegou

às semifinais da Copa Paulista e subiu para a Série A-2 do estadual –, Marcelo de Assis, entende que sem dinheiro, não há perspectiva de sobrevivência para as equipes menores. “A Federação Paulista de Futebol paga R$ 120 mil a cada clube da Segunda Divisão, mas tira R$ 40 mil para pagar arbitragem, exame antidoping e outras despesas. Quem consegue manter uma folha salarial, mesmo que barata, com esses valores?”, critica. Para efeito de comparação, os valores pagos aos clubes do interior que estão na Série A-1 variam entre R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões. São Paulo, Corinthians, Santos e Palmeiras recebem o dobro.

Ativismo de jogadores e sua pauta de reivindicações 2013 com o objetivo de tornar mais efetiva a participação dos atletas na gestão do futebol, também informa que cerca de 16 mil jogadores ficam desempregados ao fim dos campeonatos estaduais. Roberto Volpato, ex-goleiro da Associação Atlética Ponte Preta, é um dos integrantes

GUILHERMEDORIGATTI/PONTEPRESS

Levantamento do Bom Senso F.C. mostra que 583 clubes brasileiros ficam mais de seis meses sem disputar competições na temporada. Em média, essas equipes disputam apenas 17 partidas por ano, enquanto as grandes podem jogar até 85. O movimento, criado em

do Bom Senso F.C. O atleta afirma que é preciso urgência para mudar esse quadro. “Sou um atleta profissional, mas antes de tudo sou um cidadão. Por isso, além de defender os interesses do meu clube, volto o olhar para o lado social do futebol”, pondera. “Foi por esse motivo que me

uni ao Bom Senso, que apresentou ao público propostas com foco na democratização do calendário, incluindo a criação de uma Série E do Brasileiro, para que todos os clubes e atletas se mantenham em atividade, e os torcedores retomem sua paixão pelo esporte”, constata.

Torcida entra em campo para batalhar pelo futebol O professor Lucas Sartorelli, de 29 anos, é torcedor do Noroeste. Para ele, a reformulação do calendário do futebol brasileiro tem que partir da redução das datas dos campeonatos estaduais – o Paulistão chega a durar quatro meses – e da melhor distribuição das

equipes menores na Copa do Brasil e nas Divisões do Campeonato Brasileiro, gerando mais atividades ao longo da temporada. E quem bancaria os custos e as viagens? “A CBF, com seus lucros astronômicos”, responde Lucas. O torcedor considera inadmissível a situação

atual do Norusca. “Mas não dá pra culpar só a administração. Hoje, muitos dirigentes praticamente bancam a temporada do próprio bolso, porque de fato não há apoio financeiro”, conta. Não é somente no Estado de São Paulo que as dificuldades dos clubes pequenos se

transformam em suplício. Paulo Santana Neto, consultor empresarial de 24 anos, fã do Clube Náutico Marcílio Dias, de Santa Catarina, conta que seu time está inativo desde abril, quando terminou o estadual. “A Federação [Catarinense de Futebol], que tem o mesmo presidente há 30 anos, prome-

teu uma vaga na Série D e não cumpriu, além de não ter feito a Copa SC, que daria essa vaga. Agora, o clube só volta a jogar em fevereiro de 2015. O torcedor, obviamente, fica chateado com a situação, o quadro de sócios cai e não há como criar vínculo com o time”, explica.


Bebedouro

8 FOTO SÍNTESE –

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

O CAMPO E A CIDADE

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Capacidade identificada no programa de Silício (símbolo) calouros

Pode ser evitado com a redução do tempo no banho

© Revistas COQUETEL

Forma do movimento da cobra

Flagrante Adereço (?): evi- que Dilma dência de recebeu de Lula infração

Vigilância (?): interdita bares

Arte militar Fazer passar por um filtro (o café)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

© Revistas COQUETEL

Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). SUDOKU Adereço que Dilma recebeu de Lula

Empresa que publica livros e revistas

O hemisfério acima do equador (abrev.)

"(?) de Elite", filme com Wagner Moura (?) da Agricultura Familiar: 2014 (ONU)

Desloco (o móvel) sem levantar do chão Medida de terrenos equivalente a 100 m2

Arte militar

Fazer passar por um filtro (o café)

Letra que www.coquetel.com.br

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Empresa os espaços O hemisfé(?) da ADesloco Preencha vazios comgricultura algarismos de 1 a 9. que publirio acima (o móvel) ca livros e do equador sem levanFamiliar: revistas tar do chão 2014 (ONU) Os algarismos não (abrev.) podem se repetir nas linhas verticais e Medida de terrenos horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). equivalen-

Soldado que coletava impostos e servia ao império, na época feudal do Japão

Brinquedo infantil que rodopia

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1 9 7 1 6espaços 5 vazios com algarismos de 1 a 9. 2 Preencha 9 os Os algarismos 7 6 não podem se repetir nas linhas verticais e 7 horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). 3 1 99 5 7 4 3 2 14 6 5 8 6 7 2 9 7 6 4 9 5 4 73 6 5 6 4 8 63 7 1 9 7 Impresso com informações de www.coquetel.com.br remédios

"Internacional", em OIT

© Revistas COQUETEL Brinquedo infantil que rodopia

Em consequência de

Soldado que coletava impostos e servia ao império, na época feudal do Japão

Curso popular de conservatórios Fantástico

Terra, em inglês

(?) dog, sanduíche com salsicha

Curso popular de conservatórios Fantástico

Dez, em inglês

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Zack Snyder, cineasta de "300"

Dom João (?): fundou o Banco do Brasil

Maior bioma do Brasil

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Peça dos óculos Cidade gaúcha

Parte da Imprimem movimento psique de rotação (Psican.) a

O que "trava" quando fala Ponto, no futebol O erro, para o perfeccionista

Terra, em inglês

te a 100 m2

5 7 2 4 1 8 3 6 9

6 8 1 7 3 9 4 2 5

7 4 9 1 8 5 2 3 6

8 1 6 3 7 2 9 5 4

2 3 5 6 9 4 8 1 7

9 2 7 5 4 1 6 8 3

3 6 8 9 2 7 5 4 1

1 5 4 8 6 3 7 9 2

Solução

6000243

4 9 3 2 5 6 1 7 8

VALE O QUE VIER As mensagens podem ser enviadas para jornalbrasilatual@gmail.com ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

O que "trava" quando fala Ponto, no futebol O erro, para o perfeccionista

3 7

BANCO

4

Carbono (símbolo) Vida, em francês Zack Snyder, cineasta de "300"

Dom João (?): fundou o Banco do Brasil

Maior bioma do Brasil

3/hot — ten — vie. 4/idos — land. 6/violão. 7/feérico. 12/inadmissível.

3 2

7

Em consequência de

76

Solução

I

"(?) de Elite", filme com Wagner Moura

Impresso com informações de remédios

"Internacional", em OIT

identifica o sotaque inglês

C O A R

Seguidoras de um artista

algarismos romanos

A N T E

© Revistas COQUETEL 52, em

Continente de origem do ginseng

F A I X PA R E S I D E N C I A L

O voto no candidato inexistente

Letra que identifica o sotaque inglês

V I E

Flagrante (?): evidência de infração

Vigilância (?): interdita bares

Seguidoras de um artista

D E G L O I T R O A B R U R L A A S T R O EM O N I V

Forma do movimento da cobra

52, em algarismos romanos

S S T R A T I A N U L I I T E I T N A N I T O R A Ã O I S A M L Ã O D H E R I C O AN T G O O L O A M A Z D M I S S

Capacidade identificada no programa de Silício calouros (símbolo)

Pode ser evitado com a redução do tempo no banho

Continente de origem do ginseng

D E A S P S E R E D P I C V IO D F E G A G U IN A

www.coquetel.com.br

GIOVANNI GIOCONDO

O voto no candidato inexistente


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