Jornal Regional de Campinas
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nº 01
saúde
Agosto de 2013
revista
Campo grande doente Falta de médicos e estrutura hospitalar faz moradores desistirem de tratamento jornalismo Desde 2006, Revista do Brasil escuta a “voz das ruas”
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transporte
má qualidade Usuários reclamam de serviço caro e pedem transparência
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música Propinoduto tucano
siemens denuncia cartel em licitações Renato Teixeira Multinacional confessa conluio entre empresas nas obras dos trens Cantor se apresenta em festival na Lagoa e Metrô no Estado de São Paulo do Taquaral Pág. 4-5
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Campinas
2 Revista do Brasil
Jornalismo cidadão As demandas do povo que o veículo anuncia desde 2006
editorial Caro leitor, você tem em mãos o primeiro número do jornal Brasil Atual, edição de Campinas, cujo compromisso é o direito à informação. O nosso veículo de comunicação trará notícias do Brasil, do mundo e, é claro, reportagens sobre os problemas locais, de um ponto de vista dos interesses dos trabalhadores e da comunidade. Por isso, convidamos você a fazer parte deste projeto. Leia, discuta, opine, sugira, critique, ligue, envie cartas, mensagens por Facebook e Twitter, que publicaremos seu conteúdo e transformaremos as ideias em material jornalístico. Construa o Brasil Atual com a gente. Neste mês, nas páginas centrais, trazemos uma matéria sobre a denúncia da empresa alemã Siemens, que confessou a existência de cartel nas licitações do Metrô e da CPTM, desde 1997. O esquema teria desviado recursos públicos e envolvido o pagamento de propinas a diretores e membros do alto escalão do PSDB paulista. Oferecemos, ainda, uma reportagem a respeito da saúde na região do Campo Grande, que está uma lástima, e outra sobre o transporte público coletivo, que nos prova que a luta pela redução da tarifa foi apenas o primeiro passo. Os campineiros querem mesmo dignidade e transparência nas contas deste serviço caro e ruim. Boa Leitura!
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A sequência ao lado reúne algumas das 85 capas da Revista do Brasil nos últimos sete anos. Em agosto de 2006, a edição Quem não faz, toma, debateu a importância de as pessoas assumirem sua responsabilidade ao decidir quem governa. Na manchete seguinte, de junho de 2010, Projetos em jogo, a imagem de uma manifestação no estádio do Pacaembu expressou o empenho do movimento sindical para incluir as pautas dos trabalhadores nas decisões do governo e do Congresso. Na última capa da fileira superior, a edição de março de 2011 destacou o Fôlego jovem, com a foto de uma militante do Movimento Passe Livre, uma das diversas personagens da reportagem Fé na moçada, que mostra uma juventude inquieta com as desigualdades e as injustiças. Na capa de abril do ano passado, Manso com os ricos, a polêmica foi em torno de projetos como o imposto so-
bre as grandes fortunas e um sistema tributário mais justo. No mês seguinte, o Apagão no transporte trouxe um painel de como as cidades brasileiras se recusam a acompanhar o exemplo de grandes centros urbanos do mundo e fazer do transporte coletivo uma solução para a mobilidade. Que a Dilma nos ouça, na edição de abril deste ano,
mostrou novamente a luta dos sindicatos por espaço na agenda das decisões nacionais. A RdB recuperou bandeiras dos atos das centrais sindicais em todo o país – redução da jornada, proteção ao emprego, fim do fator previdenciário, democratização da mídia –, em um momento em que a imprensa tradicional ainda não ouvia “as vozes das ruas”.
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Expediente Rede Brasil Atual – Campinas Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Edição Enio Lourenço Redação Ana Paula Pereira, Alyson Oliveira, Juliano Ribeiro, Lauany Rosa, Lílian Parise, Marcos Álves, Nilseu Francisco, Orlando Teixeira, Vanessa Ribeiro e Wanderley Garcia Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Fotos Capa Cecílio Serafim dos Santos e Governo do Estado de São Paulo Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita
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saúde
Atendimento é deficiente na região do Campo Grande Sem conseguir marcar consultas, moradores desistem de tratamentos
Cecílio Serafim dos Santos
A falta de profissionais e de estrutura hospitalar adequada começa a atordoar a população da região do Campo Grande. Os moradores têm procurado exaustivamente atendimento nas unidades, mas, como não obtêm sucesso, abandonam a empreitada. “Não levo mais meus filhos ao posto de saúde, pois sempre espero muito para ser atendida”, contou a empregada doméstica Sueli Rocha, usuária do Sistema Único de
Saúde (SUS). Ela diz já ter sido diagnosticada com um início de tumor no útero, mas não prosseguiu com os exames
justamente pela dificuldade em conseguir marcá-los. A conselheira de saúde do bairro Satélite Íris, Soeli
Por Vanessa Ribeiro e Wanderley Garcia
Monteiro Gava, explica que a população já percebeu que não há atendimento adequado. “Está diminuindo a procura pelo serviço público, porque as pessoas deixam de fazer a prevenção na rede básica e, com isso, aumenta a demanda no Pronto Atendimento, pois as pessoas vão ao médico quando a situação complica.” A região sofre com a falta de profissionais tanto no Pronto Atendimento (PA) como
nos nove Centros de Saúde (CS). Além do Campo Grande não contar com nenhum hospital público ou privado, no único PA faltam médicos e os que estão trabalhando não conseguem atender à demanda. No dia 18 de junho, em protesto contra o descaso na saúde, os moradores deram um abraço simbólico e silencioso em frente ao PA e seguiram em passeata até a Praça da Concórdia.
Demanda
O conselheiro de saúde do PA Campo Grande, Alcides Antônio Torquini, explica que o aumento da fila de espera na unidade piorou, desde que foi desfeito o convênio com o Hospital Cândido Ferreira, em março. Os médicos do Cândido que trabalhavam no PA saíram e não houve substituição. A infraestrutura do prédio também deixa a desejar. “Em dias de chuva, ninguém escuta nada lá dentro”, conta. No dia 25 de julho, quinta-feira, o PA estava vazio,
A construção dos conjuntos habitacionais Bassoli e Sírius, que têm cerca de 4.900 famílias, aumentou substancialmente a procura por atendimento médico na região, que não acompanhou a evolução da demanda. “As pessoas ligam no telefone 160 para agendar a consulta, mas nunca há horários. Assim, é preferível passar no acolhimento para ser atendido”, explica a conselheira Soeli, ressaltando que esta modalidade é o atendimento não agendado, quando o usuário apresenta algum problema que precisa de rápida solução. As locações dos CSs Satélite Íris e Campina Grande ainda enfrentam problemas estruturais. Os imóveis onde funcionam são pequenos, e os espaços provisórios e alugados estão ali há mais de quatro anos.
Farmácia Apenas os CS dos bairros Valença e Florence têm farmácias funcionando de segunda a sábado. Nos outros, a população precisa agendar a retirada dos medicamentos. O último concurso da Prefeitura para farmacêutico aconteceu em fevereiro de 2012 e ainda está em vigor, mas sem convocações.
Cecílio Serafim dos Santos
Faltam médicos no PA e nos CSs
com poucos pacientes. Não porque todos tenham sido atendidos, mas graças à ausência de médicos fez com que aqueles que buscassem atendi-
mento fossem encaminhados a outras unidades – exceção feita à pediatria e aos casos de emergência. A orientação dos recepcionistas foi pedir que os pacientes retornassem no dia seguinte, mas não antes de telefonar, para consultar a presença dos médicos. A dona de casa Rosângela Souza Santos também padeceu deste problema ao levar a filha doente ao PA e ter sido orientada a procurar o Hospital Ouro Verde ou o Mario Gatti, no Parque Itália, próximo ao Centro. “À noite, minha filha não con-
seguiu dormir direito, com dor nos ossos”, lamentou. No Centro de Saúde do Itajaí faltam clínicos gerais. O tempo de espera para uma consulta está em torno de três meses. “Quando a procura é urgente, algum médico que esteja no CS atende ou o paciente é encaminhado para algum profissional da enfermagem”, disse a recepcionista Cristiane Rodrigues. Entretanto, na ausência generalizada, em muitos casos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é chamado.
Prefeitura não atende reportagem A Secretaria de Saúde de Campinas e o Distrito Noroeste não responderam aos questionamentos do Brasil Atual sobre a falta de médicos e a previsão de contratação e concursos para as unidades de saúde do Campo Grande. A reportagem apurou que
a Prefeitura abriu 35 vagas para médicos no PA Campo Grande. Porém, apenas um profissional se interessou em trabalhar no local. Em seu site, a Prefeitura informa que neste ano foram convocados 203 médicos, para atuar em toda a cidade,
mas não diz quantos foram efetivamente contratados e para quais regiões foram destinados. Em uma inserção publicitária na televisão, o governo do prefeito Jonas Donizete (PSB) informa ter contratado 371 profissionais em 2013.
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4 Propinoduto tucano
Superfaturamento em serviço ferroviário de São Paulo Revista IstoÉ divulgou esquema de multinacionais no Metrô e na CPTM com alto escalão do PSDB Na edição 2279, de julho de 2013, a revista IstoÉ publicou a reportagem O esquema que saiu dos trilhos, que aponta fraudes nos processos licitatórios na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e na Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), desde o governo Mario Covas, em 1997, passando pelo primeiro mandato do governador Geraldo Alckmin (PSDB), até o do ex-governador José Serra (PSDB), em 2008. Segundo a publicação, um
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cartel formado pelas empresas multinacionais Siemens, Alstom, Bombardier, CAF, TTrans e Mitsui manteve um esquema de desvios de recursos públicos e pagamento de propina a políticos tucanos e membros do alto escalão do governo e empresas públicas de São Paulo, em troca de favorecimento nas licitações de aquisição e manutenção de trens, construção de linhas, entre outros serviços ferroviários. A informação surgiu a partir de um acordo de leniência
assinado pela Siemens com o Conselho de Defesa Econômica (Cade), órgão federal ligado ao Ministério da Justiça, pelo qual a multinacional alemã e seus executivos podem se beneficiar de imunidade civil e criminal, dada a violação das leis brasileiras antitrustes no período em que participou do esquema com as outras empresas. Ainda de acordo com a IstoÉ, o superfaturamento das licitações causou um rombo de pelo menos R$ 50 milhões aos cofres públicos do Estado de São Paulo.
O subsecretário da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo, Edson Aparecido, negou que o governo tinha conhecimento do cartel em licitações do Metrô e da CPTM e acusou o Cade de ser instrumentalizado pelo governo do Partido dos Trabalhadores (PT). “O que estamos vendo é um desvirtuamento de um órgão de Estado que deveria garantir a livre concorrência, mas se tornou um instrumento de polícia política.” Em nota, o Cade afirmou que “repudia qualquer acu-
Lalo de Almeida/Folhapress
Tucanos negam e acusam Cade de “polícia política”
sação de instrumentalização política das investigações” conduzidas pela autarquia. O órgão apura denúncia de formação de cartel entre empresas vencedoras de licitações
para operar contratos de linhas de trens e metrôs “no Brasil”. Ainda segundo o conselho, “o inquérito administrativo que apura o caso é sigiloso” e “somente tiveram acesso ao
acordo de leniência e aos documentos que o acompanham as partes investigadas e os órgãos que assinaram o acordo: o Cade, o Ministério Público do Estado de São Paulo e o Ministério Público Federal”. O ex-governador José Serra, em entrevista a Rádio Gaúcha, foi questionado sobre o escândalo do “propinoduto” tucano e negou envolvimento no esquema. “Tudo que eu quero é saber quais eram os entendimentos desses cartéis e que eles devolvam o dinheiro. Isso não é uma coisa com o governo. Em nenhum momento, nem no [gover-
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no] Covas, nem no Alckmin, nem no meu foi dada qualquer autorização para que os fornecedores se entendessem a respeito de preço”, afirmou. Para Serra, o Cade é “um organismo de Brasília, que é do governo do PT” e “não apresentou os documentos, vazou por baixo”. “Você não tem condição de controlar o que as empresas que participam numa concorrência conversam entre si. Se o Cade descobriu, está ótimo, foi uma lesão ao Estado e vão pedir o dinheiro de volta. Só isso”, resumiu.
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importantes do Estado. Desde 2008, viemos fazendo denúncia de irregularidades em contratos e não foram apuradas pelo MP-SP ou pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, disse o líder da bancada petista na Assembleia Legislativa. Segundo o deputado, a
ação do MP-SP é lenta. “Há letargia do Ministério Público em não fazer a investigação como deveria. Ainda não entendemos o porquê da demora na investigação dos casos.” Marcolino ressalta que a bancada do PT tentou instalar por três vezes Comissões Par-
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Financiamento de campanha
O analista político e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) Paulo Vannuchi, em seu comentário à Rádio Brasil Atual, aventou a possibilidade de o escândalo do propinoduto tucano, denunciado pela multinacional
Siemens ao Cade, estar por trás do financiamento das campanhas eleitorais do PSDB. “É provavelmente o fio da meada para explicar todo o sistema de financiamento de campanha das forças tucanas, porque todo mundo sabe no Brasil que enquanto não for aprovado o financiamento público de campanha, os par-
tidos recorrem a esquemas deste tipo, o das campanhas bilionárias.” Vannuchi sugeriu a reforma política como o caminho para resolver esse tipo de problema, que ele considera estrutural. “Todos os líderes partidários sabem que as campanhas são financiadas por esquemas como esse. Então tem que parar com esse cinismo, esse espetáculo que o ministro Joaquim Barbosa e o Supremo Tribunal Federal promoveram, como se houvesse apenas uma única força política no Brasil que praticasse irregularidades, “caixa 2”, quando todos estão cansadíssimos de saber que o fenômeno é generalizado. Precisa de uma medida estrutural que mude as regras.
lamentares de Inquérito (CPIs) na Assembleia Legislativa. “Nunca conseguimos instalar uma CPI, porque a base do governo e os partidos aliados se recusaram a apoiar a sua criação.” No entanto, para ele, o momento é favorável. “Com a denúncia da prática de cartel, agora será inadmissível que a bancada do governo na Assembleia não assine pela CPI. Quando a empresa vai a público e fala que manipulou contratos de licitação do governo do Estado, é necessário trazer a público que houve desvio de dinheiro.” Em julho, o também deputado estadual João Paulo Rillo (PT) protocolou pedido
de apuração de denúncias de desvios de recursos públicos do Metrô e da CPTM ao procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa. “Espero que depois de tanto debate sobre a necessidade da liberdade de investigação do Ministério Público e de se garantirem suas funções, elas sejam aplicadas neste caso também” – disse em referência ao debate sobre a Proposta de Emenda Constitucional 37, que limitava o poder de investigação do Ministério Público e foi engavetada pela Câmara dos Deputados também no mês passado.
Licitação fracassada
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Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT) afirmou que o Ministério Público Estadual (MP-SP) demora a agir no caso das manipulações dos contratos de licitação na compra de equipamentos ferroviários pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). “A impressão é que foi montada uma estrutura de corrupção entre a empresa Siemens e a Alstom, que é outra empresa que opera no Metrô e na CPTM, inclusive com repasses a executivos
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Deputado cobra agilidade nas investigações do MP
No dia 30 de julho, fracassou a licitação para a construção da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. O prazo venceu e não houve proposta de nenhuma empresa. O ramal ligará o bairro da Brasilândia, na zona norte da capital, à estação São Joaquim, no Centro. A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional divulgou nota segundo a qual “o governo do Estado de São Paulo, por meio do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas
(PPP), informa que devido à ausência de propostas na concorrência da Linha 6-Laranja do Metrô existe a necessidade de esclarecer vários pontos do edital que não foram totalmente compreendidos”. A Linha 6-Laranja do Metrô é a primeira do sistema que será totalmente construída e operada pelo setor privado. O governo de Geraldo Alckmin (PSDB) esclarece que vai “analisar e aperfeiçoar os principais aspectos do projeto, para que um novo edital possa ser publicado ainda este mês”.
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6 transporte
Da redução da tarifa à luta por qualidade População exige transparência na prestação de contas as primeiras demonstrações de insatisfação dos estudantes contra o preço da tarifa, que contaram com o reforço de um abaixo assinado, com 10 mil assinaturas, para reivindicar a redução do valor e a revisão da planilha de custos do sistema de transporte público. Na Câmara Municipal, enquanto o presidente Campos Filho (DEM) recebia o documento dos estudantes, os vereadores Pedro Tourinho, Carlão e Ângelo Barreto (todos do PT) assinavam o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito
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A luta da população de Campinas contra os aumentos abusivos das tarifas do transporte coletivo urbano começou bem antes da onda de protestos de junho. Em dezembro de 2012, a cidade ficou conhecida como “a tarifa mais cara do Brasil”, quando o ex-prefeito Pedro Serafim (PDT) reajustou o valor das passagens em 10% e obrigou a população a desembolsar R$ 3,30 para cada viagem de ônibus das linhas municipais. Na volta às aulas, em fevereiro deste ano, o prefeito Jonas Donizette (PSB) enfrentou
(CPI), de autoria de Paulo Búfalo (PSOL), para iniciar as investigações. No começo de junho, antes
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Oposição na Câmara quer CPI Apesar da redução da tarifa, a insatisfação popular aumenta e a qualidade do transporte público continua na berlinda. Manifestantes chegaram a se acorrentar na entrada da Câmara Municipal, para pressionar a abertura da CPI dos Transportes em Campinas. Das 11 assinaturas necessárias dos vereadores, apenas cinco foram coletadas. A maioria dos parlamentares, que compõem a base do governo, aceitou a proposta do prefeito de fazer o debate com a convocação de uma audiência pública, ainda sem data marcada. No entanto, o petista Pedro Tourinho surpreendeu ao denunciar que as planilhas de custos da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) estão superfaturadas. “Se a planilha de
custos baliza o valor da tarifa, e ela está superdimensionada, é evidente que a respectiva tarifa também está superdimensionada”, afirma o vereador em representação entregue à Promotoria de Cidadania de Campinas, em 26 de junho, para provocar o Ministério Público Estadual (MP-SP) a instalar um Inquérito Civil Público. Em fevereiro, Tourinho constatou que os valores dos pneus dos ônibus na planilha chegam a custar 40% a mais que a média encontrada no mercado.
Por Lilian Parise e Marcos Alves
“Diante dos protestos nas ruas, a Emdec se posicionou e admitiu que os valores dos pneus têm como referência os valores reajustados pela inflação de 2005”, disse o vereador. O petista ainda argumenta que o lucro das empresas se dá à custa da população que paga a tarifa. “Isso é ainda mais grave, porque a planilha também é usada para calcular o subsídio que a Prefeitura concede às empresas. Hoje, o subsídio é de R$ 36 milhões por ano e, com a redução da tarifa para R$ 3,00, deve ser aumentado para R$ 71 milhões, com o risco de corte de investimentos em outras áreas, como a saúde e a educação” – alertou, em referência a entrevista do prefeito Jonas Donizete, que ameaçou o corte desses investimentos públicos ao reduzir a passagem de ônibus.
das grandes manifestações, a Prefeitura anunciou a redução de 3% no valor da tarifa, com a passagem caindo para
R$ 3,20. Na época, Donizete explicou que a redução era possível devido às medidas econômicas de desoneração nos transportes públicos do governo Dilma Rousseff (PT). Não deu tempo. A pressão dos maiores protestos da história de Campinas, em meados de junho, forçou o prefeito a rever a redução inicial de R$ 0,10 da passagem de ônibus e anunciar a volta aos R$ 3,00 do ano passado – coincidentemente, na véspera de uma grande manifestação convocada a partir das redes sociais.
Reclamações As queixas dos usuários não se resumem apenas ao alto valor da tarifa, mas à péssima qualidade dos serviços de transporte: a superlotação dos ônibus, o não cumprimento de horários, falta de segurança no trajeto, falta de manutenção da frota, falta de fiscalização do itinerário. Para o conferente de cargas Márcio Batista, que mora na região do Campo Grande e utiliza ônibus para ir ao trabalho e voltar, a redução da tarifa foi importante, porque resultou em economia para o bolso dos usuários, mas faz ressalvas. “O valor da tarifa caiu, mas a qualidade continua do mesmo jeito. Os ônibus estão em péssimo estado de conservação, falta manutenção, os motoristas não respeitam a sinalização de trânsito e falta também
respeito aos direitos dos próprios usuários.” O não cumprimento dos horários de chegada e partida dos ônibus obriga os estudantes e trabalhadores a saírem mais cedo de casa, para não chegarem atrasados e sofrerem penalizações. A diminuição da frota e a superlotação dos veículos também é um drama diário. A promotora de vendas Tatiana Campos conta que o número de veículos de algumas linhas diminuiu, como a 2.15, que atende seu bairro, o Jardim Bassoli. “O intervalo entre um ônibus e outro era de dez minutos e agora passou a girar em torno de 20 minutos.” Os usuários também pedem a fiscalização do poder público às empresas concessionárias, para que os caros R$ 3,00 da tarifa tenham algum sentido.
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cultura
Festa de São João leva 15.000 à Praça da Concórdia No segundo final de semana de junho, entre os dias 7 e 9, ocorreu a 5ª Festa de São João da Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe, que fica no Parque Valença I, na região do Campo Grande. As festas juninas realizadas na igreja sempre supriram as expectativas dos moradores, mas dessa vez um recorde foi alcançado: segundo os organizadores, cerca de 15.000 pessoas estiveram presentes nos três dias da confraternização, que teve música, bingo e a tradicional venda de pastéis, lanches, bolos e bebidas. A festa ocorreu na Praça da Concórdia e foi organizada de forma independente, sem o apoio institucional da Prefeitura e da Secretaria de Cultura. Segundo um dos coorde-
Divulgação
Sem auxílio da Prefeitura, o quinto ano do evento supera expectativas da comunidade
nadores da festa, Luiz Carlos Felicidade, sem a dedicação das pessoas da comunidade, nada teria acontecido. “Nós nos reunimos desde janeiro para organizar os preparativos. Tudo exigiu muito empenho de cada um.” As apresentações musicais ficaram por conta das duplas
sertanejas Tony Marcos e Ruan, Jean Lucas e Rafael e da banda Sibole. O artista Buiu, do programa televisivo A Praça é Nossa, também marcou presença com seu carisma e irreverência característicos. Luiz comenta a existência de vários obstáculos para a realização de um evento desse
porte. Além de toda a burocracia, como licenciamentos e taxas, há também a falta de apoio da Secretaria de Cultura. “Eles deveriam olhar diferente para as entidades que fazem esse tipo de evento, pois além de levarmos arte e cultura de graça à população mais carente, conseguimos interagir e resgatar valores familiares.” A Guarda Civil Municipal, com um efetivo de cerca de 20 guardas em cada dia, esteve presente para fazer a segurança com a base móvel e câmeras. “Graças a Deus, todos os dias de festa foram supertranquilos, sem ocorrências, sem brigas e nem denúncias de uso de entorpecentes”, diz Wallace, Inspetor de Patrulhamento da GCM. A 5ª Festa de São João da Comunidade Nossa Senhora
agenda
de Guadalupe também teve um destaque social. As lideranças comunitárias aproveitaram o ensejo para coletar assinaturas em um abaixo assinado que visa melhorar o setor da saúde na região, que dentre várias reclamações tem na falta de médicos sua maior urgência (leia matéria na página 3). O desgaste dos organizadores foi recompensado pelo sucesso da festa. “No terceiro dia, o cansaço era nítido no rosto de cada agente que colaborou, porém, a satisfação de ver o enorme público presente supre tudo isso”, disse Luiz Carlos Felicidade. Não só no próximo ano, mas também nos próximos eventos da região do Campo Grande, eles esperam contar com o apoio da Secretaria de Cultura de Campinas.
música
Cultura caipira
5ª Festa da Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório
Renato Teixeira na Lagoa do Taquaral
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Mais festa no Campo Grande
Dias 17 e 18 de agosto, será realizada na Praça da Concórdia, no Campo
de dança Montana Country, da cantora Viviane Leitão, o cantor Francis Zaia e o grupo de pagode Arte & Poesia. No dia seguinte, os festejos recomeçam às 13 h, com as rodadas de bingo e o espetáculo da Orquestra de Violas “Cultura Caipira” de Valinhos. Segundo Luiz Carlos Felicidade, que também faz parte da organização desta festa, são esperadas mais de 15.000 pessoas para o final de semana em questão.
A Concha Acústica de Campinas recebe, no dia 25 de agosto, o projeto Moda de Viola: Cultura Caipira, que terá a participação especial do cantor e compositor Renato Teixeira. Durante o evento, o multi-instrumentista Paulo Dafilin, considerado um dos maiores violeiros do país, apresenta-se ao lado de artistas regionais como Tião Mineiro, Thiago Lima e o duo Gilson Bambuira e Ellê Carvalho, em um show que relembrará os maiores sucessos da música caipira.
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Grande, a 5ª Festa da Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório. No total, 13 Comunidades fazem parte da Paróquia e estarão trabalhando voluntariamente durante os dois dias. O evento contará com barracas de lanches, brinquedos e shows com artistas de Campinas e região. A abertura será às 18 horas do dia 17, com a bênção do padre Antônio Carlos Barreiro e a apresentação da dupla sertaneja romântica Lean e Leandro, seguidos pelo grupo
Serviço: Moda de Viola: Cultura Caipira Quando: 25 de agosto Horário: 10 horas Local: Auditório Beethoven – Concha Acústica – Avenida Heitor Penteado, s/n, Portão 2 – Lagoa do Taquaral – Entrada franca
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Horizontal – 1. Frutos da caramboleira 2. Fragmento de um objeto que se desbasta. Cômodo de reduzidas dimensões 3. Tirar tudo de algo ou alguém. Sigla de Alagoas 4. Nome do oitavo mês do calendário. Única 5. A sigla internacional que identifica o registro de um composto químico. Órgão do voo das aves. Brigada Militar 6. Segundo a Bíblia e o Alcorão, nome do homem do primeiro casal criado por Deus. Recobramento da saúde 7. Solitário. Transportes Aéreos Portugueses. Fleming, criador do personagem James Bond 8. Ação oposta a outra e provocada por ela. Reader’s Digest 9. Óleo mineral natural combustível, de cor escura 10. Sigla do Espírito Santo. Jornada, partida. Parte larga e chata do remo 11. Que coage, constrange ou obriga 12. Parte da peça teatral. Ranhura do parafuso Vertical – 1. Capital da Venezuela. Fruto da pereira 2. São usados na lousa negra 3. Mamífero ágil e de focinho pontiagudo. Extraterrestre. Símbolo do cobalto 4. Deus da guerra na mitologia grega. Sujeito fácil de enganar 5. Conjunto de bandidos ou vadios. Apressar, acelerar 6. Para os. O céu da boca 7. Tecnologia para reconhecer caracteres a partir de um arquivo de imagem (abr.). O Estado do Acre. Ordem dos Engenheiros. É, em inglês 8. Pequeno atabaque usado nos candomblés. Interjeição. Você, na internet 9. Aramar. Cidade de São Paulo 10. Anfíbio semelhante aos lagartos
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