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Jornal Regional de Campinas
jornal brasil atual
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nº 05
Constituinte exclusiva
Distrib
Gratuuiição ta
Dezembro de 2013
política
reforma política Movimentos sociais defendem novo modelo de democracia; plebiscito será em 2014
Dilma em alta Avaliação positiva do governo federal sobe para 43%
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saúde
transparência Conselho aponta deficiência na gestão do Hospital Ouro Verde
Pág. 5
Educação TRABALHO
Ato público na câmara municipal repudia pl 4330 Especialistas comentam o Projeto de Lei que visa terceirizar todas as atividades trabalhistas Pág. 3
Campanha Mobilização por universidade federal já reúne 5.000 assinaturas
Pág. 7
Campinas
2 Política
Governo Dilma em alta
editorial Para fechar o ano, vamos dar uma rápida volta no tempo. Na verdade, 2013 começou em 2008, com a grave crise financeira internacional que levou a uma dura recessão no mundo. Ou seja, menos emprego, menos dinheiro, menos poder aquisitivo, menos resultados para as empresas, demissões, etc. O Brasil seguiu o caminho inverso e apostou em criar mercado interno com inúmeros programas de inclusão social dos mais pobres, que alavancaram o consumo e os lucros recordes das empresas. Se 2013 não foi um grande ano, ainda assim o Brasil se saiu muito melhor do que vários países considerados desenvolvidos. E o povo sente a diferença: a quantidade de empregos é recorde e a massa salarial cresce acima da inflação. Mas se você prestar muita atenção no que falam os jornais da velha mídia, controlada por meia dúzia de famílias e por economistas a serviço dos bancos – que o Estado precisa cortar gastos, que é preciso privatizar, que os juros têm de subir ainda mais –, vai ficar intoxicado de pessimismo. Claro que nem tudo vai bem, como a educação, a saúde e a segurança. O transporte público é caro e de péssima qualidade. É nesse caminho que levantamos a nossa voz. Como não temos medo de cara feia, continuamos à luta em 2014 – que será desafiadora, com Copa do Mundo de Futebol e eleições gerais – e reafirmamos o nosso compromisso com você leitor: de apresentar um jornalismo popular e democrático, a serviço da construção de um novo Brasil para todos os brasileiros. Portanto, um ano bom para todos. Um 2014 muito melhor que este 2013.
A aprovação do governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) subiu seis pontos percentuais e alcança agora 43% do eleitorado, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada no dia 13 de dezembro. Na pesquisa anterior, de setembro, a soma de “ótimo” e “bom” para o mandato da presidenta era de 37%. A avaliação de “regular” foi de 39% para 35%, enquanto os índices de “ruim” ou “péssimo” caíram de 22% para 20%. Também cresceu, segundo o levantamento, a aprovação ao desempenho pessoal de Dilma, que foi de 54% em setembro para 56% agora, enquanto a desaprovação caiu de 40% para
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Avaliacão de “ótimo” e “bom” sobe para 43%
36%. A confiança na presidenta manteve-se em 52%. Os que não confiam foram de 43% para 41%, dentro da margem de erro, e 7% não souberam ou não quiseram responder.
Segundo a pesquisa, de setembro para novembro “verifica-se uma melhora na avaliação da população com relação às políticas específicas do governo”. A única área com percentual de aprovação superior ao de desaprovação é do combate à fome e à pobreza (53%). Itens como combate ao desemprego (47% de aprovação, crescimento de oito pontos percentuais) e meio ambiente (47%) mostram-se praticamente iguais. As piores avaliações são em saúde (72% de desaprovação, cinco pontos a menos em relação à sondagem anterior), impostos (71%) e segurança pública (70%, quatro a menos).
Expediente Rede Brasil Atual – Campinas Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de Redação Paulo Salvador Secretário de Redação Enio Lourenço Redação Ana Paula Pereira, André Moraes, Alyson Oliveira, Edilson Damas, Flaviana Serafim, Juliano Ribeiro, Lauany Rosa, Lílian Parise, Marcos Álves, Nilceu Francisco, Vanessa Ramos, Vanessa Ribeiro e Wanderley Garcia Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem: 8 mil exemplares Distribuição Gratuita
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TRABALHO
Ato público na Câmara Municipal condena PL 4330 O Projeto de Lei (PL) 4330/2004, que propõe regular a terceirização do trabalho, foi enfaticamente condenado durante ato público realizado no plenário da Câmara Municipal de Campinas, no dia 28 de novembro. Para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Leandro Horie, o PL 4330 legaliza a precarização do trabalho e beneficia tão somente as empresas. Em 2012, segundo estudo do Dieese, 25,8% da força de trabalho formal era terceirizada – o que representa 12,2 milhões de trabalhadores. No que se refere aos salários, esse exército de explorados recebia 21% a menos que os trabalhadores contratados de forma direta. “A terceirização resulta também em maiores
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Especialistas explicam males do Projeto de Lei que visa terceirizar todas as atividades laborais
rotatividade e jornada”, destacou Horie. Segundo ele, com a jornada normal, baseada em acordos coletivos, seriam criados 800 mil novos postos de trabalho. O economista ainda destacou que a terceirização fragmenta a atividade sindical. Para a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região (Campinas) Eleonora Bordini Coca, o PL 4330 rompe com
um dos pilares da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que é a proibição em terceirizar a chamada atividade-fim. Esta súmula é hoje a única regulação existente e permite a terceirização da atividade-meio especializada. A exceção são os serviços de limpeza e vigilância. “O PL 4330 não prevê a responsabilidade solidária, apenas mantém a subsidiária prevista na Sú-
mula 331 do TST. É o pior dos mundos. O mais duro golpe sobre os direitos trabalhistas”, ressaltou a desembargadora. O vice-presidente da Associação de Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra 15), Luis Rodrigo Fernandes Braga, explica que a responsabilidade solidária é “importante e decisiva. O PL 4330 fragmenta o poder de negociação dos trabalhadores. E acontece num momento, digamos, de pleno emprego. O Brasil precisa deixar de ser o país do agronegócio. Temos que ser um país que produza alta tecnologia. Produzir aqui e não lá fora”. Já o presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson Boava, chamou atenção para a estratégia dos empresários, que é a de disseminar vários projetos de lei sobre o mesmo tema no
Congresso Nacional. “Temos centrado fogo contra o PL 4330, o que impediu até agora que ele tramitasse livremente. Porém, o Senado também debate o Projeto de Lei do Senado (PLS) 87/2010, igual em tudo ao da Câmara. O movimento sindical tem como papel combater todo projeto que propõe reduzir direitos dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, construir alternativas. É preciso manter as conquistas e ampliar os direitos.” Deise Recoaro, que representou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), elogiou a iniciativa do vereador André Von Zuben (PPS) e enfatizou que o “debate tem que estar na boca do povo. A experiência mostra que a terceirização nunca veio para melhorar a vida do trabalhador”.
Terceirização pode criar dois tipos de trabalhador O ato público contra o PL 4330, iniciativa do mandato do vereador e diretor do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região André von Zuben, contou com a participação de 14 sindicatos (incluindo o dos bancários de Campinas, Rio Claro e Sorocaba); as centrais sindicais CUT, Força Sindical,
CTB e CGTB; Contraf-CUT, Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul e Dieese. O Projeto de Lei 4330/2004 é de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDBGO). Ele tramitava na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) na versão do substitutivo apresen-
tado pelo deputado federal Artur Maia (PMDB-BA). Atualmente, está na Coordenação de Comissões Permanentes (CCP), que pode redistribuir para outras comissões ou remeter à votação no plenário da Câmara dos Deputados. Se for aprovado como está, autoriza a terceirização em qualquer etapa do pro-
cesso produtivo – seja do setor público (inclusive fere o princípio constitucional do concurso público), seja do setor privado, rural ou urbano –, desde que a empresa seja unicamente considerada especializada. Quer dizer, no mesmo espaço de trabalho, onde realiza a mesma atividade, uma parte dos traba-
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lhadores terá mais direitos que a outra. Estarão criados, assim, de pronto, num ‘passe de mágica’ dois tipos de trabalhador: o de primeira e o de segunda classe. Sem falar que os correspondentes bancários estarão isentos da exigência de especialização para a condição de prestação de serviços terceirizados.
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4 Reforma política
Movimentos sociais defendem Constituinte Exclusiva Os protestos de junho de 2013 não puderam ser camuflados ou totalmente manipulados pela grande mídia. Milhões de jovens indignados ocuparam as ruas do país e se manifestaram contra os problemas de infraestrutura, além do atual modelo político do país. Em junho, como resposta às manifestações, a presidenta Dilma Rousseff fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV e propôs a adoção de cinco pactos (responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte e educação). A convocação de uma constituinte para debater a reforma política foi um dos temas mais polêmicos e
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Democracia participativa e financiamento público de campanha são as principais urgências
imediatamente refutado por grupos que se encontram no poder. A ideia, naquele momento, não avançou, mas a esperança de mudar permaneceu
viva aos olhos dos maiores interessados: os movimentos sociais e sindical propõem um plebiscito ao povo brasileiro. Esses movimentos defen-
dem uma constituinte exclusiva para 2014. Ou seja, a realização de uma assembleia de representantes eleitos pelo povo, que debata especifica-
mente temas e regras para o sistema político – a Constituição Federal é de 1988 e organiza todas as leis e princípios do país. De acordo com o secretário de Políticas Sociais da CUT/SP, João Batista Gomes, a Constituição vigente carrega heranças do período ditatorial brasileiro. “Hoje, são os grandes grupos econômicos e as grandes empresas que têm força para eleger deputados e senadores. Isso precisa mudar.” Dentre as mudanças defendidas pela CUT, está a democracia participativa, que possibilita a construção de referendos, plebiscitos e a participação efetiva do povo em conselhos e conferências.
Dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostram que há uma distorção no sistema eleitoral: dos 594 parlamentares (513 são deputados e 81 senadores) eleitos há três anos, 273 são empresários, 160 são ruralistas, 66 fazem parte da bancada evangélica e apenas 91 são da bancada sindical. Ou seja, os que falam pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil representam uma minoria, quando deveria ser o contrário. As entidades populares e sindicais são unânimes em afirmar que a maioria das cadeiras do Congresso Na-
cional é ocupada por homens brancos e que em grande parte representam a elite econômica, com interesses privatistas. A distribuição no parlamento também exclui quase por completo afro-descendentes, populações tradicionais, grupos que lutam por igualdade de gênero e lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT). As mulheres, por exemplo, mesmo sendo a maioria da população, ocupam 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no Senado. A coordenadora da Marcha Mundial de Mulheres, Sônia Coelho, defende que mulheres, negros, indígenas e outros
grupos excluídos ocupem as cadeiras do Congresso, para uma efetiva democracia representativa. “Levaremos, a partir de agora, o plebiscito por uma constituinte exclusiva e a reforma política como temas centrais a serem discutidos nos espaços da sociedade, como nas escolas. Trabalharemos focadas nessa questão no dia 8 de março de 2014 (Dia Internacional da Mulher)”, afirma. A militante do Levante Popular da Juventude Juliane Furno afirma que o próximo ano será um momento de disputar a consciência dos jovens brasileiros pela defesa de uma maior participação da juven-
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Representacão no Congresso é pouco democrática
tude no Congresso, que hoje é sub-representada. “Vamos dialogar de forma pedagógica com os nossos, pois os jovens
devem ocupar os espaços de poder, para lutar também pela reforma política e pela soberania popular do país.”
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5 saúde
Financiamento
Crise no Hospital Ouro Verde
dos recursos totais da campanha eleitoral. Para o secretário da CUT, esses números indicam as causas do agravamento das crises de representação política observadas em junho e julho. “Como ter certeza de que as empresas não esperam ou exigem nada em troca? Isso, inevitavelmente, provoca desconfiança no povo brasileiro. Como diz o ditado popular: quem paga a banda, escolhe a música”, alerta João Batista. Os movimentos sociais e os sindicatos, em geral, sugerem o financiamento público de campanha eleitoral, para que os candidatos não dependam do dinheiro de grandes empresas. A proposta tem como objetivo inibir a corrupção, a força do poder econômico e baratear as eleições.
Plebiscito: como será? A consulta popular ocorrerá entre os dias 1º e 7 de setembro de 2014 e uma única pergunta será feita à população: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”
Em São Paulo, o Comitê Estadual do Plebiscito Popular foi criado no dia 30 de novembro de 2013. Até março de 2014, outros comitês serão formados por regiões e cidades do interior e litoral.
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O presidente da CUT/SP Adi dos Santos Lima afirma que a democracia vai além da escolha de candidatos nas eleições. “A população deve participar de forma direta das decisões políticas, inclusive as que envolvem o financiamento de campanha eleitoral. Isso é possível com um plebiscito”, explica. Para se ter ideia do poderio privado, o Banco Alvorada S.A foi multado em R$ 45 milhões pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, em novembro deste ano, por conta de uma doação de R$ 54 milhões a comitês de campanhas políticas no ano de 2010 (o banco ainda está recorrendo da decisão). De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2012, as empresas privadas doaram 95%
A ausência de transparência na gestão dos recursos públicos destinados ao Complexo Hospitalar Ouro Verde segue comprometendo a qualidade dos serviços prestados e aumenta a crise na saúde de Campinas. O equipamento de saúde da região do Campo Grande é administrado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), com recursos de aproximadamente R$ 9 milhões ao mês. De acordo com Gerardo Mello, do Conselho Municipal da Saúde, “não existe controle social do dinheiro público aplicado no hospital, pois as informações sobre número de atendimentos e valores gastos são vagos ou inexistentes”. Mello destaca que existem pacientes que chegam ao hospital e não são atendidos por falta
de vagas nos leitos. Porém, eles são transferidos para o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, que com os mesmos problemas de superlotação atende a todos os enfermos que chegam. O Conselho Municipal de Saúde defende a municipalização da gestão do Complexo Hospitalar Ouro Verde, como forma de realizar o controle dos recursos públicos e garantir o acesso à população.“A
Prefeitura de Campinas já deixou claro que não quer investir nos hospitais de sua administração, priorizando o repasse às organizações sociais de saúde, como a SPDM, e desrespeitando o controle social”, afirma o presidente José Paulo Porsani. Até o fechamento desta edição, a SPDM não se manifestou sobre os problemas apontados na reportagem.
Fila para especialistas
Protesto
Em Campinas, as especialidades médicas que a população considera mais deficientes (em geral, pela ausência de profissionais) são: oftalmologia, ortopedia, cardiologia e angiologia. Para consultas com um oftalmologista, o tempo de espera pode chegar a dois anos, afirma a conselhei-
No dia 27 de novembro, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e membros do Conselho Municipal de Saúde protestaram em frente à prefeitura de Campinas contra o abandono da saúde pública na cidade. Os manifestantes protocolaram um documento pedindo uma audiência ao prefeito Jonas Donizette (PSB), para encaminhar as demandas do setor, como o caso das farmácias públicas, a falta de infraestrutura para os profissionais e a precariedade dos hospitais, como o Mário Gatti.
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Augusto Coelho/CUT
Conselho de Saúde afirma que gestora não é transparente
ra de saúde Rosa da Silva. A cirurgia de catarata nos olhos pode levar até três anos.
Farmácias Públicas Em novembro, o fechamento da Farmácia Popular do Centro de Campinas agravou ainda mais o quadro da saúde na cidade. O atendimento foi interrompido, pois o local de funciona-
mento era alugado e o contrato não foi renovado. Nos centros de saúde, 80% das farmácias estão operando em horário reduzido e 10% estão fechadas por falta de funcionários.
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6 cidade
Barulho atormenta vizinhança da Praça da Concórdia Os moradores da vizinhança da Praça da Concórdia, na região do Campo Grande, reclamam da baderna e da falta de respeito dos jovens que frequentam o local. Os carros com o som ligado em volume alto, tanto na praça quanto nas calçadas de estabelecimentos comerciais próximos, têm incomodado devido ao horário, pois o movimento vai até altas horas da madrugada. Além do barulho, a aglomeração de pessoas junto aos veículos está associada ao grande consumo de álcool e drogas, muitas vezes feito por menores de idade. Luiz Carlos Felicidade é morador da região e frequentador da Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe, localizada na Praça da Concórdia, e diz que já presenciou a igreja fechando as portas por causa do barulho. “Por muitas vezes me deparei com situações em que os carros estavam com o som muito alto, e vi a igreja fechar as portas para conseguir celebrar. Entendo que todos nós temos o direito à
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Ela reclama das festas dos jovens, com som alto, durante as madrugadas no Campo Grande
liberdade e à livre expressão, porém, ferimos a liberdade do próximo quando o desrespeitamos”, diz. Luiz Augusto Baggio, Secretário de Segurança Pública de Campinas, diz que a pasta tem conhecimento da reclamação dos moradores e busca solução. “Nós temos articulado medidas, inclusive com outros órgãos públicos, para melhorar a segurança do espaço”, afirma. “Essas medidas serão tomadas em breve, mas até lá o patrulhamento de rotina da Guarda Municipal tem sido feito com atenção especial
para a Praça da Concórdia”, complementa. O volume alto do som dos carros intimida os moradores, que têm medo de sofrer represálias. “É muito difícil tomar a iniciativa de pedir aos donos dos carros para diminuírem o volume. O que esperamos é que eles compreendam e colaborem para vivermos em um ambiente com os direitos de todos respeitados”, diz Luiz Felicidade. No dia seguinte às festas, a sujeira encontrada é muito grande. Os moradores lamentam não poderem usufruir da
praça nas manhãs de domingo, pois muitas garrafas são quebradas no chão durante os encontros dos jovens. Nas festas de final de ano, a Praça da Concórdia recebe um grande número de pessoas, que se reúnem para festejar entre amigos. No entanto, muitas brigas e conflitos com a Polícia Militar são recorrentes. Baggio diz que não tem conhecimento desses conflitos, mas reitera que a GM faz o patrulhamento do local. “Os espaços públicos costumam ter patrulhamento da Guarda, que é reforçado em eventos re-
alizados pela Prefeitura”, diz. A praça é monitorada por uma única câmera de segurança de longo alcance, que fica ligada durante as 24 horas do dia. Porém, segundo o Secretário de Segurança Pública, novos mecanismos estão sendo analisados. “A câmera instalada no local é uma das melhores do sistema, com imagens em HD (high definition/alta definição).” Luiz Carlos Felicidade é crítico quanto à condução do problema: “Acredito que as autoridades de segurança pública façam o seu trabalho, mas deveriam cuidar da segurança preventiva. O que vemos não é só problema de polícia, mas de políticas públicas que funcionem”. Uma medida já está sendo tomada pela Secretaria de Segurança Pública para atenuar as reclamações de moradores. “Já sugerimos zonas de estacionamentos proibidos para alguns locais, além de outras ações que serão praticadas em conjunto com outros órgãos fiscalizadores”, diz o secretário.
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Educação
Cresce a campanha por uma universidade federal Abaixo-assinado já reúne 5.000 assinaturas; agora, vestibulandos e consumidores são o foco
Mutirão no Centro Entre os dias 16 e 20 de dezembro, também estão programadas coletas de assinaturas na Rua 13 de Maio.
O público-alvo são os consumidores que vão ao Centro de Campinas fazer compras para as festas de final de ano.
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A campanha por uma universidade pública federal em Campinas vai buscar a adesão dos vestibulandos da cidade e da região neste mês e no começo de 2014, devido à realização dos vestibulares das principais universidades públicas do Estado de São Paulo e do país, como do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O abaixo-assinado é a principal ferramenta da campanha encabeçada pela Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara Municipal, criada em março deste ano, para discutir a viabilidade de instalar uma universidade federal na tercei-
ra maior cidade de São Paulo. A CEE é presidida pelo vereador Carlão do PT e tem os vereadores Paulo Búfalo (PSOL), como relator, e Cid Ferreira (SDD), como membro. O documento, que já reúne aproximadamente 5.000 assinaturas, será enviado ao ministro da Educação, Aloi-
sio Mercadante. As adesões podem ser feitas pelo modo tradicional – com a assinatura em folha impressa disponível nos gabinetes dos vereadores da CEE e em pontos de coleta – e também via Internet, no site Petição Pública < http:// www.peticaopublica.com. br/?pi=P2013N39711>.
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A Região Metropolitana de Campinas (RMC) é a única, entre as 20 maiores regiões metropolitanas do País, que ainda não tem uma universidade federal. De acordo com dados do IBGE e do Censo da Educação Superior no Brasil 2012, a Região Sudeste concentra a maioria da população (42,12%) e o maior Produto Interno Bruto do País (55,4%). Porém, não está entre as regiões com mais uni-
versidades públicas: 11,6% contra 88,4% particulares. A expectativa da CEE é de que uma universidade pública federal em Campinas, além de aumentar o número de vagas e oferecer novos cursos, também facilitará o acesso aos jovens mais pobres, aos negros e aos indígenas devido à maior amplitude das políticas de inclusão em vigor no ensino superior federal: a ação afirmativa das cotas.
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