catanduva
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Jornal Regional de Catanduva
jornal brasil atual
jorbrasilatual
nº 13
cultura
Distrib
Gratuuiição ta
Dezembro de 2012
procon
cem anos de forró Como Gonzagão, o maior sanfoneiro do Brasil, tornou-se o rei do baião
sempre eles Bancos lideram as reclamações da população brasileira
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trabalho
antes tarde Vigilantes vão ganhar adicional de periculosidade
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Atletismo negritude
o que há para comemorar? Os negros são tratados com absurda desigualdade pela sociedade brasileira Pág. 6
dupla dinâmica Valéria e Altobeli, dois atletas de Catanduva que correm pra burro
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Feliz Natal
Procon
Bancos lideram reclamações
Esta edição natalina do jornal Brasil Atual – Catanduva traz, em suas páginas centrais, uma reportagem sobre um ícone brasileiro: Luiz Gonzaga, o Gonzagão, rei do forró e o sanfoneiro mais popular que o Brasil já teve. Gonzagão começou sua carreira artística depois de levar uma “surra caprichada” de seu pai, seu Januário, quando, com ares de valentia, se arvorou a ameaçar de morte o pai de uma donzela por quem andava apaixonado. Porém, o resultado só foi favorável. Gonzagão se mandou para o Rio de Janeiro e, de modesto tocador de tangos de Gardel, virou o grande nome da música nordestina – e brasileira. Ele e o filho, Gonzaguinha, das músicas de protesto, são agora retratados no cinema por Breno Silveira, no longa metragem Gonzaga – de Pai pra Filho. Outro assunto importante é sobre a crescente, mas ainda insuficiente, consciência que os negros vêm assumindo sobre seu papel na sociedade brasileira. Eles devem ser agentes da história, e não meros coadjuvantes. Muito foi feito, mas ainda há muito a fazer. É isso. Boa leitura!
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de segunda a sexta-feira, das 9 h às 16 h, no piso térreo da Prefeitura, Praça Conde Francisco Matarazzo, 1, no Centro, ou na Rua São Leopoldo, 80, no bairro Solo Sagrado. Os telefones são: 35319138 e 3521-1931.
O Procon realiza dois tipos de atendimento, o pessoal e o via telefone. Antes de registrar a reclamação, o órgão intermedeia possíveis acordos com os consumidores. Quem se sentir lesado, deve procurar o órgão,
Os bancos e o meio ambiente Os bancos têm péssima atuação com o meio ambiente. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Organização Não Governamental Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, lançaram o GBR – Guia dos bancos responsáveis, que avalia a responsabilidade socioambiental dos bancos que funcionam no Brasil. O resultado foi negativo. Chegou-se à conclusão de que, além de melhorar a relação com os bancários e os
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editorial
Os bancos de Catanduva lideram o ranking de reclamações no Procon neste ano, com 2.152 queixas. Em segundo lugar, aparece a telefonia fixa; em terceiro, a telefonia móvel; e em quarto lugar, os cartões de crédito. “Isso não é novidade para a gente que recebe muitas reclamações de usuários de bancos” – explica o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Paulo Franco. Ele diz ainda que o Sindicato quer a ampliação do horário de atendimento à população, a contratação de mais funcionários e o fim das metas que forçam os bancários a venderem produtos que os clientes não precisam
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Seguem-se telefonia fixa, móvel e cartões de crédito
clientes, os bancos devem definir parâmetros na concessão de crédito a projetos com impacto ambiental. A avaliação foi baseada em um questionário respondido pelos seis maiores bancos brasileiros – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander –, a respeito de suas políticas referentes aos trabalhadores, consumidores
e critérios socioambientais para financiamentos. “O Guia é um trabalho que resulta na construção de uma ferramenta de avaliação das instituições financeiras, que contribua na relação com os trabalhadores e com os usuários dos serviços financeiros” – afirma Antônio Júlio Gonçalves Neto, diretor do Sindicato e funcionário da Caixa Econômica Federal. A íntegra do levantamento e as respostas dos bancos podem ser acessadas no Portal do Guia dos Bancos em <www. gbr.org.br>/<www.guiadosbancosresponsaveis.org.br>.
Expediente Rede Brasil Atual – Catanduva Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Enio Lourenço, Florence Manoel e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 12 mil exemplares Distribuição Gratuita
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Trabalho
Aprovado o adicional de risco de vida para vigilantes Trabalhador diz que sindicato deve lutar sempre pela ampliação dos direitos
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A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 13 de novembro, emenda do Senado ao Projeto de Lei que estende o adicional de periculosidade aos vigilantes e seguranças privados, de autoria da ex-deputada e agora senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). O próximo passo é a sanção presidencial. O adicional corresponde a 30% do salário, excluindo outras remunerações, inclu-
te de uma agência do banco Itaú em Catanduva, João Aparecido Padovani diz que “se trata de uma conquista muito importante para nós, fruto de uma briga que se arrasta há anos”. Para ele, além do salário – “muito defasado” – outras coisas precisam ser revistas, como o plano de saúde dos vigilantes. “Os sindicatos da categoria devem se mobilizar e ampliar nossos direitos” – afirma.
Greve
Sindicato
Fameca reduz mensalidade
Vitória da Chapa 2
Escola queria 12%; alunos, 4,5%. Reajuste fica em 10,5%
tavam descontentes com o desempenho do presidente derrotado havia muito tempo, que deixava muito a desejar nas lutas da categoria. Nos últimos anos, ele não organizou sequer um curso de qualificação e requalificação e pouco se preocupou em melhorar as condições de trabalho, os salários ou as demandas sociais dos associados”.
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Sérgio Urize, novo líder do Sinal A nova diretoria do Sindicato da Alimentação (Sinal) de Catanduva e região foi definida em eleição nos dias 12 e 13 de novembro. Após ficar 17 anos na presidência do Sindicato, João Agostinho Pereira, da Chapa 1, perdeu para Sérgio Urize, secretário geral da instituição, da Chapa 2, apoiada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), por 278 a 266. A transparência na contagem dos votos foi garantida pelo juiz do Trabalho Eliseu Cardozo Barcellos, que participou como observador, e dos oficiais de Justiça Alessandro Azevedo e Yasuru Yamanaka, que foram escrutinadores. Em entrevista à rádio Brasil Atual, Urize afirmou que “os trabalhadores já es-
sive o direito ao adicional de periculosidade para atividades sujeitas a acidentes de trânsito e de trabalho. O adicional vinculado ao risco de violência é direito dos trabalhadores de segurança pessoal e patrimonial. O presidente da Câmara, o deputado Marco Maia (PT-RS), filho de vigilante, agradeceu aos partidos pelo acordo que viabilizou a aprovação da proposta. Há mais de 13 anos vigilan-
Cerca de 230 alunos da Faculdade de Medicina de Catanduva (Fameca) fizeram greve contra o reajuste de 12% proposto pela instituição, que passava a mensalidade de R$ 3.455,73 para R$ 3.870,41. Os estudantes propunham aumento de 4,5%. Sem acordo,
houve paralisação por três dias. Enfim, os alunos conseguiram reduzir o reajuste para 10,5% e também vão poder analisar as contas da faculdade. Para Heitor Vieira Nogueira, membro do conselho de ex-presidentes do Centro Acadêmico Emílio Ribas, o
“aumento abusivo da mensalidade expressa a mercantilização geral do ensino”. Os estudantes informaram a população sobre os motivos da greve por meio de passeatas e da distribuição de panfletos explicativos nas Praças da República e da Matriz.
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4 cultura
Ele fugiu de casa e virou o rei do baião
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O início da trajetória que o coroaria rei do baião foi curioso. Apaixonado por uma moça de sua cidade – Exu, no sertão pernambucano –, ele tomou umas doses, apurou a valentia e ameaçou de morte o pai da donzela, que o chamou de “tocadorzinho”. No fim, ele não matou ninguém e levou uma “surra caprichada” dos próprios pais, seu Januário e dona Ana, conhecida como Santana. A surra doeu no corpo e na alma: o garoto, que ia fazer 18 anos, vendeu a sanfona, arribou de casa, alistou-se no Exército e ganhou o mundo. Foi ser artista no Rio de Janeiro. Dia 13 de dezembro, faria 100 anos. Morreu em 1989, aos 76. Nomeado Luiz com z por ter nascido no Dia de Santa Luzia; Gonzaga por causa do sobrenome do são Luís; e Nascimento por vir ao mundo no mesmo mês que Jesus, ele era o segundo de nove filhos. O pai tinha a rotina dura da roça e era famoso na região – o Sertão do Araripe, na divisa do Ceará –
Por Vitor Nuzzi
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Luiz Gonzaga, o Gonzagão, faria 100 anos em dezembro
por tocar e consertar sanfonas. Dona Santana vendia cordas de sisal na feira e era voz marcante nas novenas. Depois da surra e da fuga, Gonzaga voltou para casa já famoso, em meados dos anos 1940. Mas não escapou da bronca; afinal, tinha de respeitar Januário, com quem aprendeu os segredos da sanfona, e isso rendeu Respeita Januário, dele e do médico cearense Humberto Teixeira, parceiro constante, retratado no documentário O Homem Que Engarrafava Nuvens (2009), produzido pela
filha, a atriz Denise Dumont – dessa dupla saíram sucessos como Assum Preto, Qui nem Jiló, No meu Pé de Serra, Asa Branca e Baião, compostas nos anos 1940 e 1950, época de ouro do baião. O ritmo invadiu o país do samba-canção, mas perderia espaço na década seguinte, com o surgimento da bossa nova, até que os tropicalistas resgatassem Luiz Gonzaga. “Ele pôs o Nordeste no mapa da MPB. Não foi o pioneiro, porém o mais completo, consciente e talentoso promotor da
música regional” – escreveu o crítico e pesquisador Tárik de Souza. “Antes dele, não há referência ao forró” – diz o jornalista Assis Ângelo, garimpeiro da cultura popular, com 150 mil itens em seu acervo. Ele enumera: desde 1941, Gonzaga gravou 625 músicas, em 125 discos de 78 RPM, 41 compactos de 33 e 45 RPM e outros quatro, de 12 polegadas. É o autor mais regravado da música brasileira. Assis Ângelo dá mais destaque a Luiz Gonzaga no panteão musical brasileiro do que a Tom Jobim.
Argumenta: “Tom teve o jazz americano como fonte, Gonzaga buscou na própria terra”. A vida brasileira se acha na obra de Gonzagão, a partir do Nordeste. A denúncia vinha em canções como Vozes da Seca, dele e de outro parceiro perene, Zé Dantas: “Seu doutô, os nordestino têm muita gratidão/ Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão/ Mas, doutô, uma esmola/ A um homem qui é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. E alegria sobrava em pérolas como Lorota Boa: “Dei uma carreira num cabra qui mexeu c’a Maroquinha/ Começou na Mata Grande e acabou na Lagoinha/ Corri mais de sete légua, carregado como eu vinha/ Pois trazia na cabeça um balaio de galinha”. Homem da terra, Gonzagão eternizou o assassinato de seu primo, o boiadeiro Raimundo Jacó, em 1954. Além da composição A Morte do Vaqueiro, ajudou a criar a Missa do Vaqueiro, celebrada a partir de 1971.
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De tocador de tango de Gardel a sanfoneiro do forró
Na zona portuária e de prostituição do Rio, ele começou tocando boleros, tangos, polcas, valsas. Era apaixonado por Carlos Gardel. Até que, provocado por um grupo de estudantes nordestinos que morava em
uma pensão no Rio – entre eles o futuro ministro da ditadura Armando Falcão, aquele do “nada a declarar” –, começou a tocar música de sua terra. A inspiração para usar uma indumentária regional veio do músico gaúcho Pedro Raimundo. “Ele foi o artista do século para o Brasil” – diz a cantora pernambucana Anastácia, a Rainha do Forró. Ela se recorda de Gonzagão como uma pessoa alegre, que fazia gracejos. “Às vezes se fechava no mundo dele, não
sei se lembrava da pobreza que via. Sentia que ele ruminava aquilo, pensando se pudesse mudar.” Anastácia lembra ainda uma temporada de três meses na qual ela e Dominguinhos, seu marido na época e uma das “crias” de Gonzaga, abriam as apresentações em circos e teatros. “Eu cuidava do dinheiro e várias vezes tinha de dar dinheiro a alguém porque ele falava que a pessoa estava precisando” – conta. Mas ele não ajudava alguém que bebesse
– e Assis Ângelo observa que isso vem do trauma da surra que levou dos pais, ainda mocinho. Depois daquilo, nunca mais tomou bebida alcoólica. Gonzaga ajudava quem podia, não só com dinheiro. “Distribuiu mais de 200 sanfonas” – diz Assis Ângelo. “E morreu pobre.” Vindo de São Bento do Una, no Agreste pernambucano, o cantor e compositor Alceu Valença lembra que cresceu ouvindo aboiadores, emboladores, cantadores de
feira, sanfoneiros de oito baixos, enfim, convivendo com gente que ajudou Gonzagão a formatar seu estilo. Segundo Alceu, nota-se na origem da obra de Luiz Gonzaga a presença de gêneros como a polca, a valsa e a mazurca. “Seu estilo foi apurado a partir de diversas manifestações artísticas do Agreste e do Sertão”. Alceu sabe que quando compõe um rock ou um blues, ele está dando a sua leitura para um estilo de música americano. “É como ir a um restau-
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Um baita filme
o menino ainda era pequeno. Os padrinhos, Dina e Xavier, ficaram com Luizinho, como ele era chamado. Diferentes fisicamente, no pensamento e na personalidade, Gonzagão e Gonzaguinha tiveram convivência difícil. Mas superaram barreiras e conseguiram se aproximar a ponto, inclusive, de fazer um show juntos, entre 1980 e 1981, A Vida do Viajante. O filho conheceu a dimensão da obra do pai, e o pai soube respeitar o trabalho do filho, que morreu em um acidente em 1991, menos de dois anos depois de Gonzagão. Eram artistas da estrada.
rante japonês. Mesmo que o sushiman seja cearense, ninguém diz que a comida é nordestina. Com música é a mesma coisa” – acrescenta ele, que lamenta quando um artista brasileiro troca a grandeza da nossa identidade cultural pela música de mercado. Essa reflexão, aliás, surgiu de um pedido feito a ele pelo próprio Gonzagão, para não deixar o “forrozinho” morrer.
“Outro dia, num aeroporto, um rapaz se aproximou e disse que era cantor e compositor. Ele disse: ‘Faço rap, porque parece com a embolada’. Daí eu indaguei: ‘Então, por que não faz logo embolada?’.” Alceu acha, com isso, que o Brasil precisa recuperar sua trilha sonora, “ser mais culto e menos cult” – diz ele que, em 1983, gravou com Gonzagão a música Plano Piloto, em homenagem a Brasília.
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No final deste ano de centenário foi lançado o filme longa-metragem Gonzaga – de Pai pra Filho, de Breno Silveira, o mesmo diretor de Dois Filhos de Francisco (2005). Baseado no livro Gonzaguinha e Gonzagão – Uma História Brasileira, de Regina Echeverria, o filme mostra histórias de pai e filho, a relação muitas vezes conflituosa e o reencontro, inclusive musical, no final da vida. Gonzaguinha nasceu em 1945. Não foi criado pelos pais. O pai artista tinha rotina de viajante e a mãe, Odaleia, contraiu tuberculose – morreu quando
No norte do Estado, a 618 quilômetros de Recife, Exu tem 32 mil habitantes, divididos de forma quase igual entre as áreas urbana e rural. Durante anos, conviveu com guerra entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva. O exuense Luiz Gonzaga se esforçou para pacificar sua terra, apelando até para o governo federal. E ajudou a levar melhorias à cidade, que foi recebendo luz, energia, telefone e até uma agência do Banco do Brasil. “Tive de convencer o gerente de que ele não seria morto na primeira semana” – disse ele em depoimento para o livro de Regina Eche-
verria. Em Exu fica o Parque Aza Branca (com “z” mesmo) e o Museu Luiz Gonzaga, na sua antiga fazenda. A música mais conhecida do sanfoneiro
era também a preferida dele, junto com A Triste Partida, do poeta Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré.
Universos que se tocam Daniel Gonzaga, 37 anos, filho de Gonzaguinha, segue a linha musical iniciada por “seu” Januário há mais de um século – o pai falava da liberdade, do povo, do desejo de mudança. O avô, certo dia, feliz de vê-lo em cima de um cavalo, em Exu, foi buscar um chapéu e o chamou de boiadeiro. “São dois universos complementares: o urbano e o rural, o político e o ingênuo. São dois universos que se descobriram e se tocam no fim. Uma mistura fantástica.” Gonzagão e Gonzaguinha, pessoas e artistas tão diferentes. Que lembranças eles trazem? Eles compõem seu xote relativo (título de uma canção de Daniel)? A definição já é fator de limite. Como se traduz uma personalidade? Pela força de seus atos? Quais atos? Acho
wilton montenegro/divulgação
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A terra e a guerra
que trabalhar com arte e sobreviver, seja em 1950, 1980 ou 2012, é coisa de gênio. São pai e filho, né? Se anulam e se completam. Meu avô gostava do povo, meu pai também. Meu xote relativo vem, sim, disso tudo e de outros fatores que me colocam na mesma linha de frente, diferente e igual. Soma e divisão.
Que canções você acha que melhor representam Luiz Gonzaga e Luiz Gonzaga Jr.? Acho que Asa Branca e O Que É o Que É representam um momento deles. E são emblemáticas de cada um. Pelo que você acompanhou, pai e filho conseguiram uma reconciliação plena? Sim. Meu avô no final da vida morava com meu pai, em Belo Horizonte. Meu pai ajudava nas festas de fim de ano em Exu e meu avô sabia muito mais da gente do que jamais soubera. O filme recém-lançado é fiel à história? Achei o filme bem fiel, sim. Minha reação foi bem doida, porque não dava pra saber se era filme ou a própria vida se desenrolando novamente. Uma emoção muito única.
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6 Negritude
Mês da consciência negra: o que comemorar? Os negros ainda são tratados com desigualdade pela sociedade brasileira
Quem foi Zumbi dos Palmares
Filmes: a cor da pele
Zumbi dos Palmares nasceu em 1655, quando a escravidão imperava no Brasil. Ele vivia no Quilom-
rante Domingos Jorge Velho organizou um ataque contra o Quilombo. Após sangrenta batalha, a sede do local, denominada “Macaca”, foi destruída. Zumbi fugiu, mas foi entregue à tropa dos bandeirantes por um companheiro e acabou degolado em 20 de novembro de 1695, aos quarenta anos.
bo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas, numa comunidade de 30 mil negros fugitivos das fazendas. Capturado na infância e batizado de Francisco, Zumbi retornou ao local de origem e, aos 25 anos, liderou o combate à escravidão. Guerreiro habilidoso, ele conduziu sua gente a várias vitórias contra os portugueses. Em 1694, contudo, o bandei-
Recentemente, tornou-se público, por meio do Facebook, o caso do ex-modelo Rafael Nunes, de 30 anos de idade, rapaz de descendência caucasiana e olhos claros, que vivia drogado pelas ruas de Curitiba. O “mendigo gato” comoveu a sociedade não pelas condições desumanas em que vivia, mas pela chocante decadência de um representante da supremacia estética europeia.
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Mendigo, o “gato” de Curitiba
A jornalista Adriana Moura, assessora de imprensa do Sincomercio, acha que a benevolência com os belos é instintiva. “As crianças mais bonitas salvas da guerra eram as que tinham mais chance de sobreviver. É hipocrisia fingir que o mundo não é assim” – diz. O jovem Rafael conseguiu apoio para se tratar e, de quebra, um convite para desfilar, louro e glamouroso, no Fashion Rio.
Várias obras de cinema foram produzidas para retratar o preconceito e a realidade social dos negros em diferentes épocas e lugares. Em 1984, o diretor Cacá Diegues mostrou nas telonas a vida dos fugitivos em Quilombo. O filme mostra a libertária figura de Zumbi e de seu antecessor e tio Ganga Zumba, também tema de filme de Cacá Diegues, em 1963. Alguns filmes dos EUA retratam a intolerância racial. Um deles é A Outra História Americana (1998). A trama tem como foco as ações de skinheads e de um personagem que fica preso três anos após matar dois negros. A obra é chocante. Outro, mais leve e engraçado, é o clássico Adivinhe Quem Vem Para Jantar (1967). A comédia mostra o preconceito velado na relação de um casal de classe média alta, aparente-
negros são excluídos em vários setores. Por isso, os grupos dominantes subordinam os negros nas relações sociais” – diz. Marcelo enfatiza as conquistas do governo de Dilma Rousseff. “A Lei das Cotas, criada pela presidenta, é uma tentativa válida de reverter o mal causado aos negros brasileiros ao longo da história.” Ele ressalta ainda que, no atual governo, o poder de compra dos negros aumentou bastante. “Nos últimos 10 anos, governos Lula e Dilma, o aumento foi de 123,2%.
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os afrodescendentes sobre os direitos desde os anos 1980. Entre 1998 e 2004, ele foi vereador e deu especial atenção à causa. “A gente promoveu palestras sobre doenças recorrentes em negros, como a anemia falciforme – quem possui hemoglobina de consistência anormalmente rígida, o que dificulta a circulação nos vasos sanguíneos – e expôs os problemas enfrentados pelos negros na sociedade, entre os quais a dificuldade em conquistar as desejadas vagas de trabalho. Os
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O dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares – ícone incontestável da luta contra a escravidão e a violência a que eram submetidos os negros no Brasil –, foi escolhido para incentivar a reflexão sobre a inserção e o papel do negro na sociedade brasileira. Graças a uma lei aprovada em 2003, tornou-se obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas. O bancário e militante do movimento negro Aparecido Augusto Marcelo conscientiza
mente liberal, que entra em choque quando descobre que sua filha está noiva de um médico conceituado, porém negro. Já o filme Histórias Cruzadas (2011), baseado no livro de mesmo título, mostra uma jovem jornalista do Mississipi nos anos 1960 que produz um trabalho baseado em entrevistas concedidas por empregadas domésticas negras, num período em que os negros não eram mais escravos, mas continuavam tratados como tais. O panorama dessas e de outras obras do cinema traz nova perspectiva sobre a pretensa supremacia étnica dos brancos.
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Atletismo
Catanduva vence Corrida Internacional de Barretos
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Agora, Valéria e Altobeli vão se preparar para a Corrida Internacional de São Silvestre
artesanato
mo Sub-23, integra a Seleção Paulista de Atletismo e recebe o apoio da Smelt Catanduva, da empresa Matilat Nardini e da Farmácia Poiani. Já Valéria se interessa pelo esporte há treze anos e participou da São Silvestre por quatro anos consecutivos. “Quanto à competição de Barretos, fiquei muito orgulhosa em vencer a Zeferina, um ícone para mim” – conta.
Campanha arrecada brinquedos
Renda vai para expansão do projeto
A Campanha do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, arrecada brinquedos e faz mais alegre o natal de crianças carentes de Catanduva. Esse projeto de solidariedade surgiu em 1994, quando o Sindicato deixou de enviar cartões de natal aos bancários e direcionou esse gasto para a compra de brinquedos para crianças desassistidas da cidade. “Na época, o professor Luís Belíssimo atuava como jornalista do
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Ela torna feliz o natal de milhares de crianças carentes
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-estar da comunidade. Tratase de uma organização sem fins lucrativos, que promove educação, cultura e cidadania. Todos os serviços prestados são gratuitos e contam com um grupo de voluntários. A Ecoarte funciona no Clube dos Bancários, na Rua Bocaina, 620, no Jardim Del Rey. Mais informações pelo telefone: (17) 3522-2356.
daia, considerada a melhor do país na prova. A disputa foi difícil e decidida apenas nos últimos quilômetros. “Agora, vou fazer uma preparação específica para a São Silvestre fora do país, na altitude, para aumentar o meu número de glóbulos vermelhos e fazer com que respire melhor” – afirma Altobeli. Atualmente, ele é campeão brasileiro de atletis-
Natal
Mostra na Praça De 26 e 29 de novembro, o Instituto de Ecologia e Arte de Catanduva (Ecoarte) realizou uma exposição de artesanato no espaço cultural professor Luiz Carlos Rocha, na Praça da República. Na mostra havia panos de prato pintados à mão, caixas decupadas, garrafas e potes personalizados. A renda foi revertida na compra de material para a ampliação de seus projetos – a Ecoarte mantém também o projeto “Reviver”, com recreação, aulas de hidroginástica, alongamento, sessões de bate-papo e brincadeiras para o pessoal da 3ª idade. “Em 2013, serão desenvolvidas a escolinha de futebol e o apoio às mulheres mastectomizadas (que tiveram a mama retirada) – explica a coordenadora Valéria Gardiano. A Ecoarte surgiu em 2010 e é uma ideia liderada pelo Sindicato dos Bancários de Catanduva, visando o bem-
Os atletas catanduvenses Valéria Pietro e Altobeli dos Santos, da Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo (Smelt), venceram, em suas categorias, a 4ª Corrida Internacional Run Indoor, disputada no Parque do Peão, em Barretos. Ele completou os 10 km em 31 minutos, levando vantagem sobre os favoritos. Ela fez a prova em 36 minutos e venceu Maria Zeferina Bal-
Sindicato e batizou a campanha de Natal de Brinquedo. A população se sensibilizou e, desde então, é um sucesso” – diz o diretor do Sindicato, Paulo Franco. Quem quiser fazer doações, pode entregar os
brinquedos na sede do Sindicato, Rua Pernambuco, 568, no Centro. Também está sendo vendida uma rifa no Sindicato. O valor arrecadado será revertido em brinquedos.
Teste a sorte dando presentes A Associação Comercial e Empresarial (ACE) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) promovem a campanha Feitiço de Natal, que consiste na distribuição aos clientes de “seladinhas”, espé-
cies de raspadinhas, pelas lojas participantes. Premiada, a seladinha pode ser trocada por prêmios de R$ 50,00 nas lojas que aderiram à campanha. Os prêmios instantâneos chegam a R$ 15 mil. Em 27 de
dezembro, às 10 h, os prêmios maiores serão sorteados, na ACE. São eles: um Gol 0 km, uma TV LED 32 polegadas, um home theater, além de geladeira, fogão, tablet, notebook, bicicleta e câmera digital.
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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato. e n q u t r i c i o n a l
a v o c a d a
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Palavras cruzadas
e i r r e m a a n o i e m n d a i d a c o c a r g o
s a o a m e i g a r
Respostas
Horizontal – 1. Instrumento usado para criar texturas em paredes 2. Dom, personagem de Miguel de Cervantes; Banda de rock norte-americana, extinta em 2011 3. Pessoa perita em certo assunto; Mulher que deu à luz 4. Associação de Recursos Naturais; Nome da letra V; O mesmo que anum 5. Que fabrica instrumentos de corda; Conhecido site 6. Ocidental; Cheiro agradável; Ave corredora parecida com o avestruz 7. Cor azul esverdeada; Caminhar, ir 8. Espécie de macaco americano; Em, em inglês; Componente da psique 9. Ácido desoxirribonucleico; Fragmentos de vidros quebrados 10. Associação Acadêmica de Direito; Habitante do litoral que vive da pesca 11. Laboratório (abrev.); Extensão de água cercada de terra. Vertical – 1. Escola de Química; Pessoa que atribui a si próprio uma tarefa 2. Relativo à nutrição 3. Certo instrumento de cordas; Amarrada 4. Mensageiro que leva oferendas aos orixás; Deus da agricultura e da fertilidade, na mitologia havaiana 5. Tampouco, em inglês; Cada argola de uma corrente; Acre 6. Adorno, enfeite; Alagoas 7. Preposição que também indica motivo ou causa; Condição ou hábito de errante 8. Atlético Clube Goianiense 9. Mulher que participa de congregação ou grupo religioso; Publicação de uma obra (livro, revista, etc.) 10. Restitui o ânimo 11. Tratar com meiguice; Que goza de saúde física e mental.
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