Jornal brasil atual catanduva 17

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Jornal Regional de Catanduva

Distrib

catanduva

www.redebrasilatual.com.br

jornal brasil atual

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Gratuuiição ta

nº 17

juventude

Maio de 2013

aposentados

baladas da hora Os embalos – inclusive de sábado à noite – da moçada catanduvense

pra eles, nada Servidores municipais ficam de fora do aumento da Prefeitura

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sindicato

jovem de 50 anos Bancários de Catanduva e Região comemoram meio século de lutas

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trabalho transparência

carnaval, uma festa bem mal contada Vereador Amarildo quer saber como foi gasta a verba de Momo. E promete recorrer até à Promotoria Pág. 2

assédio moral Casos se multiplicam em bancos e no funcionalismo público

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2

outono

Catanduva transparência

E o balanço do carnaval? O vereador Amarildo Davoli (PT) encaminhou requerimento ao Executivo, solicitando um balanço detalhado dos gastos e arrecadações da Prefeitura com o Carnaval 2013. Valores levantados por meio de patrocínios, estacionamentos e venda de camarotes foram questionados pelo parlamentar, que ainda exigiu cópias de processos licitatórios, contratos e notas fiscais referentes aos serviços contratados para a realização da festa.

O tempo passa, os rostos se renovam, mas os embalos noturnos da rapaziada, malgrado a diferença de gostos e de época, continuam sendo a grande pedida para um passeio nada furtivo nem dissimulado: é, sim, nos bares e nas boates que a moçada vai em busca de música, paquera e diversão. Esta edição do jornal Brasil Atual mostra alguns dessses locais cobiçados pelos jovens – que, em alguns casos, resumem-se a um posto de gasolina! Afora isso, há alguns assuntos polêmicos. O carnaval é um deles. A festa, que já teve seus dias mais gloriosos na cidade, tornou-se objeto de desconfiança. Muita gente acredita em desvio do dinheiro destinado à folia de Momo. Também há os casos de assédio moral – que agora assola os bancos e o funcionalismo público –, que se multiplicam em ambientes de trabalho ruins, molestando as pessoas, que se veem às voltas com essa nova praga. Sem falar nos coitados dos aposentados – gente que trabalhou a vida toda e não tem direito nem a míseros R$ 150 de abono da Prefeitura – e em nossa tenaz luta contra a ideia de se construir aqui um Centro de Progressão Penitenciária. A tudo, dizemos não. É isso. Boa leitura!

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“Queremos saber quanto foi gasto com os quatro shows, trio elétrico, serviço de segurança, sanitários químicos, camarotes e arquibancadas. O prefeito apresentou seus números para a população, mas nós queremos documentos.

Queremos detalhes” – afirma. Segundo Davoli, a mesma solicitação foi feita por ele em fevereiro, juntamente com Wilson Paraná (PT), Cidimar Porto (PMDB) e Nilton Cândido (PTB), mas o pedido foi ignorado pelo Chefe do Executivo. O vereador ressalta que se os documentos solicitados não forem encaminhados ao Legislativo, o caso poderá ser levado à Promotoria Pública do Estado de São Paulo.

saúde

Dengue: estado de emergência Como a população deve colaborar, segundo a EMCAa A Equipe Municipal de Combate ao Aedes Aegypti (EMCAa) confirmou 522 casos de dengue em Catanduva. Por isso, a Secretaria de Saúde declarou estado de emergência. Agora, as ruas da cidade estão sendo pulverizadas, algo só feito quando o município está em estado de emergência – o fumacê causa impactos ambientais e aumenta a resistência do mosquito –, e não será realizada em toda a cidade. A EMCAa mapeou as áreas de maior transmissão, onde foi feita a pulverização. Segundo o Ministério da Saúde, a epidemia de dengue ocorre quando o núme-

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editorial

divulgação

Amarildo cogita levar caso à Promotoria do Estado

ro de pessoas contaminadas é maior do que 333 para 100 mil habitantes. “É o caso de Catanduva, que tem população estimada de 112 mil pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)” – diz Antônio Pereira Souza Júnior, secretário de Saúde. Para conter a doença, o catanduvense deve colaborar, pois 90% dos criadouros ficam

nos quintais das casas. Fique de olho em pneus, calhas, vasos, garrafas, feche as lixeiras e não jogue o lixo em terrenos baldios, evitando água parada. Também facilite a fiscalização, permitindo o acesso dos agentes de combate ao interior das residências. Para denunciar locais onde há focos de dengue, ligue para a EMCAa, telefone (17) 3521-4087.

Expediente Rede Brasil Atual – Catanduva Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Enio Lourenço, Florence Manoel e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 12 mil exemplares Distribuição Gratuita


Catanduva

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aposentados

Excluídos do aumento, inativos cobram vereadores Mais de quatro meses depois de tomar posse, o prefeito de Catanduva, Geraldo Vinholi (PSDB), concedeu aumento aos servidores públicos municipais, uma de suas promessas de campanha. Na proposta aprovada em abril pela Câmara dos Vereadores consta um reajuste de 6,5%, sendo 6,3% referentes ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e 0,2% de aumento real a todo o funcionalismo. A negociação realizada en-

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Abono de R$ 150,00 não é extensivo aos aposentados que mais uma vez saem perdendo

tre a Prefeitura e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Catanduva (Sim-

cat) exclui uma parcela significativa dos trabalhadores dos próximos benefícios – em ju-

lho, a categoria passa a receber R$ 150,00 de abono, com exceção dos cerca de 500 aposentados. A esperança do servidor aposentado Wanderley Azevedo, é de que o Legislativo recuse o projeto nos moldes atuais. “O abono tem de passar pela Câmara e nós vamos cobrar uma postura justa de nossos representantes. Estarei presente no dia da votação para olhar nos olhos de cada vereador e ver o que eles acham dos idosos” – afirma.

Wanderley está indignado com a condição atual dos aposentados, colocados à margem da sociedade. “Não estamos falando de vagabundos, mas de pessoas que já deram a sua contribuição. Muitos idosos mantêm famílias com os salários já defasados que ganham” – protesta. O vereador Amarildo Davoli (PT) já sinalizou que irá defender os aposentados. “Vamos cobrar da Prefeitura que toda a categoria seja beneficiada” – diz.

Mobilização dos Aposentados

A Prefeitura fez duas propostas ao Simcat: reajuste de 2,5% para toda a categoria ou abono de R$ 150,00 para os funcionários da ativa. Houve votação em assembleia, mas os aposentados, que são minoria, levaram a pior. A opção discriminatória tornouse vantajosa para a maioria – um servidor que recebe R$ 800,00 teria R$ 20,00

Aposentados e pensionistas realizarão uma passeata em Catanduva no dia 10 de maio. “Nese protesto, vamos combater a desoneração da folha, exigir o fim do fator previdenciário, reajuste igual para os aposentados e mais médicos nos postos de saúde” – explica Warley Martins Gonçalles, presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas

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Escolha da maioria

de aumento se rejeitasse o abono. “Faltou insistência do Simcat, para defender a categoria como um todo” – afirma o aposentado Wanderley Azevedo.

(COBAP) e da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Catanduva e Região. O presidente da COBAP defende que os aposentados se unam para reivindicar seus direitos. “Em Catanduva há cerca de 32 mil aposentados, dos quais cinco mil são filiados à associação que os representa. Além disso, muitos sindicatos não apoiam os trabalhadores inativos” – diz Warley Gonçalles.

A concentração para o ato público será no Clube da Velha Guarda, às 9 h. Em seguida, eles percorrerão o Centro da cidade, seguindo para a Praça da República, onde haverá um Ato Ecumênico. O senador Paulo Paim (PT), a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PV), e 22 federações de todo o país confirmaram presença.

cultura

Casal homossexual conta experiência sobre adoção Juntos há 20 anos, Vasco e Júnior lançam Dois Pais – a primeira adoção com dupla paternidade Os cabeleireiros Vasco da Gama e Júnior de Carvalho lançaram o livro Dois Pais – História da 1ª Adoção com Dupla Paternidade do Brasil, na pérgula da Praça da República, dia 10 de maio. O trabalho retrata a iniciativa do casal que, em 2005, adotou a garota

Theodora, aos quatro anos – a primeira criança a ter na certidão de nascimento os nomes dos dois pais. “Constam os nomes dos dois pais e também dos avós, sem especificar se são paternos ou maternos” – explica Vasco. Vasco diz que o projeto do

livro passou por um processo seletivo do Programa de Ação Cultural 2011 (Proac) e conquistou apoio do governo do Estado. “Fiz um apanhado dos materiais referentes à adoção de Theodora que acumulamos nesses anos todos. Matérias de revistas e posts que fizemos

para blogs, perguntas de estudantes e comentários sobre o nosso cotidiano em família” – diz. Vasco afirma que ele é o autor oficial de Dois Pais, porém a participação do parceiro foi determinante para a conclusão da obra. “Júnior colaborou com correções e al-

terações na maioria dos textos e a pequena Theodora também teve suas ideias publicadas. Ela é coautora do livro.” Editado pela Scortecci, o livro é vendido pelos sites <www. scortecci.com.br> e <www. asabeca.com.br> e na Livraria Santa Rita.


Catanduva

4 sindicato

Bancários: há meio século com o trabalhador

Em 7 de outubro de 1986, a diretoria liderada por Francisco Antonio Cinquaroli Bellíssimo, o Chico Belo, toma posse no Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, após derrotar a chapa encabeçada por Inocêncio da Silva e vinculada à Feeb-SP/MS – que há anos conduzia a entidade. Houve uma mudança de direcionamento, sem a postura assistencialista e paternalista como forma de contenção das insatisfações da classe trabalhadora, mas com a luta pela organização, valorização e fortalecimento da categoria, com a participação de cada bancário. A informação, a denúncia contra abusos e demissões, a organização e a formação político-social do bancário por meio da comunicação, com boletins semanais e específicos por banco e implantação de telex (não havia internet) imprimem-se como marca dessa nova visão de sindicato. Também há a sintonia com o movimento nacional: o sindicato filia-se ao Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (Dieese) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1º de maio de 1987. Depois, participa da criação da Federação dos Bancários da CUT/Fetec/SP. A diretoria triplica o qua-

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“Às 9h30 horas do dia 5 de maio de 1963, reuniram-se na sede do Clube dos Bancários, Edifício Gabrielle D’Annunzio, sito nesta cidade...” Assim começa a ata que registra a formação da Associação Profissional dos Bancários de Catanduva. Em 11 de janeiro do ano seguinte, ocorreu a transformação da Associação em Sindicato, que tinha base territorial em Catanduva e mais 19 cidades – hoje são 35 cidades. O primeiro presidente foi Jonas Amorim, numa época de tensão política: o militarismo se impunha e os sindicalistas sinalizavam resistência Por Luís Belíssimo

“O sindicato luta pela organização dos trabalhadores” dro de associados, implanta assistência jurídica gratuita, submete à votação o novo estatuto, abre subsedes em Monte Alto e José Bonifácio e faz assembleias amplamente divulgadas e com participação democrática. Em 1988, realiza a primeira Festa Junina para bancários e familiares, tornando-se uma tradição. Atuante no campo sociopolítico, ele participa com propostas das Constituições Federal (1988) e Estadual, nas ações de combate à fome e à miséria, defende os direitos da criança e do adolescente e torna-se protagonista do movimento contra a cobrança de taxas aos pa-

cientes do SUS. Ele incentiva a criação de sindicatos de outras categorias. Exemplos são o Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Alimentação, dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais, dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Catanduva e da Associação dos Aposentados de Catanduva e Região. O sindicato também garante a construção de casas próprias para bancários por meio de Programa de Financiamento e apresenta projetos de lei à Câmara, propondo melhorias nas agências bancárias para a segurança do trabalhador e do cliente. Fortalece movimentos de outras categorias profissionais e articula a formação de um Conselho Intersindical, empreendendo ações de interesse dos trabalhadores e da sociedade em geral, com bo-

letim específico para divulgação. Luta pelo fim da cobrança do imposto sindical e pela jornada de 40 horas semanais para o trabalhador.

“A briga agora é pela jornada de 40 horas semanais” Em 1992, os movimentos sociais e sindicais foram importantes para o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, repudiado pela maioria dos trabalhadores. O Sindicato entrou na batalha pela soberania do povo brasileiro, e saiu vencedor. Em 1994, a campanha Natal de Brinquedo reforça a imagem de sindicato-cidadão, estampada nos últimos 27 anos pelas lideranças que conduzi-

ram o Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região. Em 1995, Maria Heloísa Pereira é a primeira mulher a presidir o Sindicato dos Bancários, num período difícil para os trabalhadores, que perdem o poder aquisitivo devido à perversa política neoliberal implantada por Fernando Henrique Cardoso – o governo é marcado pela privatização de empresas estatais, com a descarada venda do patrimônio público brasileiro. Três anos depois, o Sindicato ganha novos rumos. A diretoria, encabeçada por Paulo Franco, busca a absorção total do conceito de sindicato-cidadão, que compreende as necessidades da categoria em um contexto mais amplo, de comunidade. Franco também se tornaria coordenador da subsede da CUT em São José do Rio Preto. Em 2002, fortalecida, a entidade apoia a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva e ajuda a eleger um governo popular e democrático que viria a ser responsável por mudanças estruturais na sociedade brasileira. Nesse novo contexto, a diretoria liderada por Luiz César de Freitas, o Alemão, assume e garante evoluções para a categoria. Entre as conquistas destacam-se o aumento real dos salários, direito à PLR e implanta-


Catanduva

5 presídio, não

Movimento intensifica mobilizações

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ção de políticas que defendem a igualdade de oportunidades entre pessoas de diferentes etnias, sexos e orientações sexuais. Em 2009, Alemão é eleito presidente da Fetec – a Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo, cargo que ainda ocupa. O progresso do Brasil no governo Lula possibilita a eleição da primeira presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Paralelamente, Amarildo Davoli assume a presidência do Sindicato que o elege vereador: ele conquista mais representatividade política para os bancários e toda a classe trabalhadora. As inúmeras vitórias que o Sindicato acumulou em 50 anos foram possíveis devido às ações de uma categoria mais do que especial, formada por uma espécie rara de cidadãos politizados, questionadores, verdadeiramente pensantes. Os bancários de Catanduva e Região são agentes de transformação social, homens e mulheres conscientes de seus direitos, capazes de se mobilizar e reivindicar justiça a qualquer momento. A partir de agora, a História continua, com expectativa de novas vitórias.

rou. Sou contra o presídio nos moldes atuais e acredito que o Movimento deva agir no âmbito judicial, sem deixar de esclarecer a população” – diz ele. Dom Octacílio criticou a degradação da sociedade, que implica na marginalização e na criação de unidades carcerárias. “A falha não está apenas nos presos, mas nas famílias, nas religiões, em todos nós.”

Na reunião, todos concordaram que devem atuar por meio de processos judiciais, realizar uma pesquisa para saber o que o catanduvense pensa do assunto e mobilizar a opinião pública sobre as consequências da instalação do presídio. Há um obstáculo para a construção imediata do CPP: a Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Presídio,

da Câmara Municipal, que investiga irregularidades na desapropriação da área onde ele deve ser construído. O vereador José Alfredo (PMDB) afirma que realizando um abaixo-assinado contra a construção. “Vamos conseguir mais o máximo de assinaturas. Se o prefeito insistir em ignorar a população, é caso de impeachment” – diz.

Passeata teve mais de duas mil pessoas O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região é contra a vinda do presídio desde 2009, quando ele foi anunciado pela primeira vez. “Como sindicato cidadão, nossa obrigação moral é defender a sociedade em que estamos inseridos. Por isso,

vamos combater o presídio até o final, assim como outras injustiças e mentiras políticas” – afirma o diretor do Sindicato e vereador Amarildo Davoli (PT) um dos organizadores do movimento. No início do mês, o Sindicato participou da passeata contra o presídio no Centro de Catan-

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“Lula possibilita a eleição da primeira presidenta, Dilma Rousseff”

O Movimento Contra o Presídio, que se opõe à instalação do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em Catanduva, ganhou fôlego no último dia 26, quando foi realizada uma reunião para discutir as estratégias de resistência do grupo, depois que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou as desapropriações, que devem começar em breve. Realizado na sede do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, o evento contou com lideranças políticas, sindicais e de associações, entre as quais a deputada estadual Beth Sahão (PT) e o bispo de Catanduva, Dom Octacílio Luziano da Silva, que se posicionou contra a instalação do presídio. “Sou a favor de prisões regionais, em que cada sociedade arque com os problemas que ge-

duva, com adesão de cerca de duas mil pessoas. Enquanto isso, o prefeito Geraldo Vinholi (PSDB) marcou presença na cavalgada promovida pelo Clube do Rodeio. “Ele desfilava a cavalo, enquanto a cidade pegava fogo” – alfineta Amarildo.

Participação maciça de adolescentes divulgação

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Dom Octacílio é contra instalação de Centro de Progressão Penitenciária

A passeata contra o presídio teve a adesão de políticos de vários partidos e pessoas de diversas idades. Beth Sahão (PT), deputada estadual avaliou como positi-

va a participação de um número expressivo de adolescentes na manifestação. “Nós ficamos muitos anos calados no Brasil, na época da ditadura, e isso acabou afe-

tando as gerações seguintes. Mas nós temos que ensinar essa juventude que ela tem direitos e, quando for o caso, tem que ir para a rua mostrar a sua indignação” – afirma.


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Assédio moral, maus-tratos no ambiente profissional As inúmeras exigências do estilo de vida atual, marcado pela pressa e pelo consumo, ocasionam a gradual precarização das relações de trabalho. Nesse contexto, agressões psicológicas são praticadas nas empresas e repartições e, muitas vezes, as vítimas não se dão conta delas, permanecendo expostas a um ambiente hostil, que compromete a saúde. De acordo com a psicóloga forense do trabalho Glaucia Amaral, o assédio moral “caracteriza-se pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes, repetidas durante a jornada de trabalho, que acarretam prejuí-

zos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização” – afirma. O assédio pressupõe intencionalidade – como, por exemplo, o objetivo de forçar o outro a deixar o emprego –, direcionamento – quando uma ou mais pessoas são escolhidas como “bode expiatório” –, insistência na agressividade, com degradação deliberada das condições de trabalho. A psicóloga ressalta que ambientes estressantes são terrenos férteis para a prática do assédio moral. “A situação evolui quando a vítima percebe a má intenção de que é objeto e as críticas a seu trabalho se tornam maldosas e

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Ambientes estressantes são terrenos férteis para o surgimento dessa nova praga

as palavras, injuriosas” – explica. Ela alerta que o assédio moral deixa marcas psicológicas na vítima, porém os levantamentos sobre o assunto no país não fornecem números muito confiáveis. “Quase

não há estatísticas sobre assédio moral no Brasil, porque isso só seria possível de duas maneiras: se os sindicatos de classe tivessem atendimento psicológico que fornecesse resultados reais ou se as em-

presas compartilhassem informações coletadas pelo setor de Recursos Humanos – o que não é de interesse delas” – comenta. Apesar da dificuldade em comprovar a agressão, porque vítimas e testemunhas têm medo de perder o emprego, o assédio moral é crime e gera até dois anos de reclusão. Provas de assédio moral costumam ser testemunhais, mas podem ser feitas por meio da apresentação de e-mails, atas de reunião, fichas de acompanhamento de desempenho ou gravações que comprovem a agressão. A gravação de uma conversa não é crime e pode ser uma prova legítima em alguns tribunais.

Assédio moral no funcionalismo público A Câmara de Catanduva criou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar um possível caso de assédio moral na Secretaria de Assistência Social. Ele veio a público em março, quando a assistente social Patrícia Rocha de Souza

Rodrigues faleceu devido a um acidente vascular cerebral (AVC) e sua mãe, Aparecida Rocha de Souza, responsabilizou a secretária da pasta, Carmen Pizarro, pelo ocorrido. Segundo Aparecida, Patrícia reclamava havia duas semanas da forma como era tratada pela

chefa. As colegas, inclusive, alertaram a assistente social sobre uma possível exoneração. Para o vereador Amarildo Davoli (PT), que propôs a CEI, o assunto põe em dúvida a credibilidade do poder público. “Se há assédio, deve ser punido; se for calúnia, deve ser

reparada” – afirma. Em abril, o vereador Wilson Paraná (PT) pediu, ao Executivo, a abertura de uma sindicância para investigar a prática de assédio moral no Centro de Saúde Dr. José Perri, o “Postão”. Segundo ele, os funcionários da unidade de saúde afirmam sofrer humi-

lhações e ameaças; alguns deles já teriam pedido transferência e aposentadoria antecipada por não suportar os abusos da chefia. Paraná também cogita a hipótese da formação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o caso.

Um bancário conta as humilhações de que foi vítima Um bancário de Catanduva, que não quer se identificar para não sofrer represálias, afirma ser vítima de assédio moral há cerca de um ano. Segundo ele, as perseguições começaram quando ele questionou as posturas adotadas pelos gestores, que ferem direitos conquistados

pela categoria. “Passaram a chamar minha atenção na frente de colegas e clientes quase diariamente, causando situações constrangedoras. Parece que há um complô orquestrado para manchar minha imagem” – afirma. A agressão se refletiu na saúde do trabalhador, que

desenvolveu pressão alta, tem falta de ar e tremor – sintomas de transtornos psicológicos causados pela ansiedade. Outro fator que motiva o assédio moral nos bancos é a pressão para o cumprimento de metas abusivas, já que os números atingidos pelos bancários

determinam, muitas vezes, o valor que vai para os bolsos de seus superiores. O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, afirma que as vítimas de assédio moral devem levar os problemas aos sindicatos, que têm a obrigação

de defender os trabalhadores e preservá-los, mantendo o anonimato. “Quando um caso chega ao Sindicato, nós apuramos e, comprovado o abuso, exigimos uma atitude radical do banco. Desta forma, já garantimos que vários assediadores fossem afastados ou desligados” – afirma.


Catanduva

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juventude

A noite continua sendo uma criança mimada

divulgava ao lado da bilheteria uma festa particular numa chácara, conta que no CTC “tem muita mulher”.

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ajudam na comida – o destaque é a hóstia de provolone fatiado na chapa ou no forno. O comerciante José Roberto Louzada, 67 anos, frequenta há longa data o Takashi e não titubeia: “Aqui tem o melhor bauru da cidade”. Ele vai ao bar duas vezes por mês, mas a filha, o filho e o genro vão todas as semanas. “O bar é de bom atendimento e dá chance de reencontrar velhos amigos. Só hoje reencontrei uns quatro.”

com uma noite especial para os estudantes – às quintas-feiras, eles pagam meia-entrada para shows sertanejos e pagodes. Depois, a programação fica por conta de um DJ. O preço da entrada varia de R$ 20 a R$ 30, com promoções como a open bar, a R$ 35. O segurança João Fernandez, 32 anos, trabalha há três anos na boate e garante haver paz no lugar. “Aqui não há confusão. Se a gente percebe alguma discussão, a gente retira as pessoas para fora da casa.”

superior e, quando podem, frequentam o pub do CTC. Elas gostam de balada, mas dizem que a cidade carece de cultura e de entretenimento. “Em Araraquara, há muitas festas universitárias, teatros, exposições, que faltam a Catanduva” – diz Sara. “Aqui tudo se resume a bares. Não tem mais nada” – complementa Anna Júlia. A cervejaria Santo Graal, na Rua 24 de Fevereiro, recebe nos fins de semana cerca de 400 pessoas por dia e conta

Chegados num posto

Bar do Takashi

Para os amantes da happy hour, a pedida é o Bar do Takashi, na esquina das Ruas Minas Gerais e Araraquara. As comidas de boteco, as cachaças e a cerveja gelada compõem o tradicional espaço. “Meu pai montou o bar em 1958, na Rua Urupês. Em 1979, viemos para cá e, após a morte dele, eu continuei a tocar o bar” – conta Cláudio Takashi, de 55 anos, que tem 10 funcionários, entre os quais a mãe e a esposa, que

As também universitárias Sara Nunes e Anna Júlia, ambas de 21 anos, vivem em Araraquara devido ao curso

Por Enio Lourenço

Comum nas cidades paulistas é a moçada encontrar-se nas lojas de conveniência dos postos de gasolina. A opção funciona como um “esquenta” para a balada – consumação de bebidas antes da ida às boates ou festas. Contudo, tem gente que faz do posto a própria balada, com o som dos alto-falantes do carro dando o tom da madrugada. O Auto Posto Bigatti, nas esquinas das Ruas Paraíba e Maranhão, representa bem essa tradição dos jovens. Os pindoramenses Mariana Antunes, 20, Jaqueli-

Estação

ne Stochi, 18, e Tiago Dorta, 25, vão lá sempre. “Em Pindorama há poucas festas. Existe o Pindorama Clube, mas só tem algo a cada dois meses. Por isso, a gente vem se divertir em Catanduva” – diz Jaqueline. O trabalhador rural Tiago acrescenta: “É aqui no posto que a gente começa e termina as noites de fim de semana. Bebemos cerveja antes e depois das festas”. Fã de moda caipira e funk, Mariana conta que o rock e o heavy metal não têm vez na trilha sonora do posto.

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Nas noites de sexta-feira, os jovens dão um “rolê” pela cidade. Sob chuva ou céu estrelado, o pessoal vai aos bares e às boates, em busca de bate-papo, música, paquera, amigos e diversão. A primeira parada pode ser no Clube de Tênis de Catanduva (CTC), que abriga shows de bandas e cantores da música brasileira, especialmente do rock, e oferece festas temáticas e um pub irlandês – CTC Irish Pub – na sua sede. O universitário Rafael Melotto, de 22 anos, que

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Brasil Atual desvenda alguns dos programas dos jovens catanduvenses

O bar Estação Blues resgatou a herança do Reciclagem, que existia ali na década de 1990, com shows e festas de rock. A falta de um espaço para roqueiros inspirou Marcelo Capachut, de 37, a fundá-lo. “Devido à lei do isolamento acústico para casas noturnas, repaginamos a casa com um projetor transmitindo shows de rock e blues.” Capachut diz que o bar compartilha músicas e histórias do rock and roll entre o público. “Mantemos a tradição da boa música para as novas gerações.” A radiologista Caroline Zanon, de 23 anos, fala da importância do bar para a cidade. “Eu venho ao Estação porque aqui é onde corre o sangue do rock, onde encontro os amigos e ouço hard rock, heavy metal, death metal.”


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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato. p o r t u g u e s e s

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Respostas

Horizontal – 1. Alongada 2. Muito bom, de muito valor; Energia Atômica; Ou, em inglês 3. Indivíduo de classe social inferior 4. Islamismo 5. Nome de certas flores coloridas, cultivadas como ornamentais; Produto de microeletrônica usado como sinalizador de avisos 6. Cabelo escuro entremeado de fios brancos 7. Arte, em inglês; Sigla do Paraná 8. The European Patent Network; Indolência, falta absoluta de energia 9. Capital do Cantão e mais ensolarada localidade suíça; Pôr toda a sua confiança em, fiar-se 10. Pessoa ou coisa divertida; Premiado seriado de televisão americano criado por Michael Crichton 11. Solitário; Exprime surpresa ou admiração; Serve para voar. Vertical – 1. Lusitanos 2. Via; Sigla de Roraima; 3,1416 3. Nascidos em Ormuz 4. Liga Oficial Pokémon; Escola Superior de Redes; Negação 5. Sigla do Espírito Santo; Convenção, assembleia; Relações Públicas 6. Matogrosso, cantor brasileiro; Sigla de Alagoas; Nome de um Estado do Norte do Brasil 7. Varredor de rua; Contiguidade de duas vogais pertencentes a sílabas diferentes 8. Capital da Noruega; A ti 9. Primeira nota musical; Fonema correspondente à letra L; Pequeno prato sobre o qual se assenta a xícara 10. Vestimenta metálica usada pelos guerreiros durante as batalhas; Deus do Sol do antigo Egito.

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