Jornal Regional de Itariri
jornal brasil atual
Distrib
Itariri
www.redebrasilatual.com.br
jorbrasilatual
Gratuuiição ta
nº 8
entrevista
Dezembro de 2012
jureia
“estou ansiosa” Prefeita eleita Rejane Silva fala o que vai fazer no comando de Itariri
povo quer ficar Impasse que envolve 300 famílias parece estar perto do fim
Pág. 2
energia
luta pela luz Programa Luz para Todos ilumina 17 bairros da cidade
Pág. 6
atletismo fim de governo
obras inacabadas, marca de Dinamerico Na lista há creches, quadra esportiva, ruas sem asfalto e falta de saneamento básico Pág. 3
fim da picada Prefeito não dá ônibus e equipe não participa do torneio Pés Velozes
Pág. 7
Itariri
2 Jureia
A solução vem este ano?
editorial As eleições municipais mostraram ao País que a mídia comercial tem, sim, um lado: o da incondicional defesa de um projeto nacional que não tolera a vitória dos partidos afeitos à causa dos trabalhadores, pela inclusão e contra a miséria e a barbárie. Este ano, essa tal mídia – chamada de PIG, o Partido da Imprensa Golpista – teve a seu lado os homens que vestem a capa escura do Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar aqueles que eram tidos como responsáveis pelo Mensalão e a culpá-los com as penas da lei, sem ao menos terem uma prova contra os acusados. Valeram, sim, os indícios de culpabilidade, acomodados na tese do Direito do domínio do fato. Nem mesmo o jurista e professor alemão Claus Roxin, de 81 anos, autor da tese, considerou justa a atitude incriminatória do STF. No fim, eles apanharam de novo. De São Paulo veio a derrota maior, com o tucano José Serra bicado de morte pelo “poste” Fernando Haddad. Resta o exemplo nefasto do PIG, para que se evite, no futuro, essa afronta à democracia. Nesta edição, a gente mostra ainda como termina um governo fraco, batido nas urnas, que chega ao fim de forma melancólica, sem ao menos concluir as obras a que se propôs. Ao triste fim de Dinamerico Peroni contrasta-se a vontade da prefeita eleita Rejane Silva de assumir logo a cidade, arregaçar as mangas e pôr-se a trabalhar, sabendo das dificuldades que enfrentará, mas contando com a participação e a torcida de todos. É isso. Boa leitura!
As cerca de 300 famílias tradicionais – caiçaras, indígenas e quilombolas – que vivem na Estação Ecológica JureiaItatins querem ver aprovada a lei que cria as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) – que permitem a presença humana na região –, na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) ainda este ano. “As RDS estão definidas. As famílias que vivem isoladas vão ser incorporadas a outras comunidades que farão parte das RDS” – garante o deputado estadual José Zico (PT), membro substituto da Comissão de Meio Ambiente. Porém, as famílias que chegaram à Jureia nos últimos anos, consideradas não tradicionais, serão removidas. “A perspectiva é de que ninguém fique sem moradia” – diz o
Luciano Faustino
José Zico (PT) quer garantir moradias à população
deputado, ao relembrar que o projeto de lei capta recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para proteger a Mata Atlântica. “A luta é para incluir na lei uma indenização para quem chegou depois à região.” Zico defende urgência na votação no plenário,
devido a Ação Judicial do Ministério Público (MP-SP), que prevê, desde julho, a retirada de todos os moradores da região. “Fizemos um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para eles não executarem a sentença enquanto estamos tramitando a questão na Casa.”
anuncie Aqui! 3295–2800 E-mail: jornalba@redebrasilatual.com.br jornalbrasilatual@gmail.com Telefone: (11)
jornal on-line Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões jornalba@redebrasilatual.com.br ou jornalbrasilatual@gmail.com facebook jornal brasil atual twitter @jorbrasilatual
jornal brasil atual |
jorbrasilatual
Expediente Rede Brasil Atual – Itariri Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Enio Lourenço e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita
Itariri
3
fim de governo
Obras inacabadas são marcas do prefeito Dinamerico
a creche municipal e a escola infantil não foram inauguradas. A empregada doméstica Vânia Rodrigues, 34, diz que uma vizinha perdeu o emprego num sítio de banana porque não tinha com quem deixar o filho pequeno. Já Giovana de França, 18, mãe de Nicolas, 3, está desempregada e deixa o filho com a mãe para procurar trabalho. Mas mantém a esperança: “Acho que a creche sai até o final do ano”. O prefeito Dinamerico também atribui a culpa da não entrega dessa creche à gestão anterior. “Ao assumir, a gente constatou que a obra não tinha qualidade e suspendeu o contrato com a empresa que estava construindo. Daí, fomos a Brasília e conseguimos mais recursos para entregá-la até o final deste ano.” Pança, contudo, discorda. Ele diz que a construção da creche e da escola infantil, erguida com recursos do Ministério da Educação (MEC), iniciouse em 2008 e foi entregue à
atual gestão com 30% das obras concluídas. Já na divisa com Peruíbe, a construção de uma quadra poliesportiva na Rua 32, em Nova Itariri (oficialmente chamada de Loteamento Estância dos Eucaliptos) foi licitada em junho, por R$ 125 mil, mas só a terraplanagem foi realizada. A estudante Bárbara Santos, de 16 anos, mora em frente à futura quadra e conta que a obra só trouxe transtornos. “Quando chove a rua fica alagada. É uma lamaceira até as canelas.” Ela acha que seria melhor investir o dinheiro em iluminação, jogar cascalho na rua ou asfaltá-la. “A quadra pode até movimentar a rua, mas pode virar um ponto de venda de drogas, aglomerando muitos ‘noias’ (usuários).” Para o engenheiro do Departamento de Obras da Prefeitura, Roberto Horácio, tudo está atrasado por falta de pagamento da União. “Ainda não iniciamos a concretagem, porque o governo federal não pagou.
Boa parte das ruas de Nova Itariri não foram asfaltadas, caso das Ruas 9, 12 e 13. Em algumas, parte do calçamento foi iniciado, mas parou. Em outras, apenas parte da sarjeta foi feita. E, na maioria, as vias de terra batida prevalecem. A moradora da Rua 12, Daiane Santos da Silva, 20, diz que “no período eleitoral os políticos falam que vão asfaltar as ruas, mas, no máximo, começam a construir as guias”. Ela também reclama da inexistência de saneamento básico, que re-
sulta no alagamento das valas entre as casas e as ruas nos dias de chuva. “Muitas crianças caem nas valas e ficam doentes. Já conheci gente que foi embora de Itariri por causa disso.” O engenheiro Roberto Horácio afirma que a pavimentação dessas ruas está parada por causa do mau serviço da EDE Terraplanagem. “Notificamos a empresa para saber por que ela não executou a obra. Podemos, inclusive, rescindir o contrata”. Segundo o engenheiro, os recursos do governo federal não são suficientes para asfaltar todas as ruas. Ele também diz que o saneamento básico dos bairros é responsabilidade do programa Onda Limpa, da Sabesp, do governo estadual. Horácio garante que o sistema de esgoto já foi feito em Nova Itariri, mas que há problema na interligação com a Estação de Tratamento de Esgoto de Peruíbe, o que hoje faz com que as valas das ruas do bairro fiquem cheias de dejetos.
enio lourenço
A gestão que se encerra pode ser lembrada como a das obras inacabadas. Nos bairros de Nova Itariri e Ana Dias, o prefeito Dinamerico Gonçalves Peroni (PSDB) iniciou a construção de prédios municipais (ou continuou a tocar as obras da gestão anterior), mas, a pouco mais de um mês do fim de seu mandato, as obras seguem sem previsão de entrega. Duas creches não funcionam há quatro anos: uma em Nova Itariri, ao lado da Escola Estadual, foi entregue no fim da gestão do prefeito Daniel Silva (2005-2008), mas continua com as salas sem equipamento, com boa parte das vidraças quebrada e a grama do jardim sem corte. O estado é de total abandono. “A gente entregou essa creche, em outubro de 2008, com tudo completo: material e infraestrutura. Faltava só o pessoal, que a nova gestão da Prefeitura deveria contratar com concurso público” – diz Estanislau de Mattos, o Pança, vice-prefeito na gestão anterior. O prefeito Dinamerico Peroni contesta essa versão: “A creche de Nova Itariri não tinha equipamento nem infraestrutura. Existia apenas o prédio deteriorado. Agora, a gente ainda tenta equipá-la. Por isso, ela não está funcionando”. No distrito de Ana Dias, a situação das mães que têm de deixar os filhos numa instituição de educação é alarmante. Algumas relatam que até perderam o emprego, porque
enio lourenço
Na lista estão duas creches, uma quadra, asfaltamento de ruas e saneamento básico
Itariri
4 Entrevista exclusiva
Fala a educadora Rejane Silva, prefeita eleita de Itariri A pedagoga Rejane Maria Silva, 47 anos, prefeita eleita de Itariri, concedeu entrevista exclusiva ao Brasil Atual. No encontro, ela falou de sua trajetória profissional, de seu ingresso na política, da preocupação com investimentos e das novas parcerias que pretende promover. Mas é com a perspectiva da juventude itaririense, que carece de todo o tipo de políticas públicas, que ela mais se preocupa, assim como com a aplicação dos recursos do governo nas áreas sociais. A pouco mais de um mês de assumir a Prefeitura, a futura chefe do Poder Executivo resume seu sentimento: “A ansiedade é grande”. Fale de sua biografia. Eu sou formada em Pedagogia na Unisantos, com pós-graduação na área administrativa. Atuo na Educação há 27 anos. Comecei como professora de magistério, depois me tornei coordenadora da rede pública estadual por 11 anos. Em 1997, eu deixei de trabalhar no Estado e ingressei na Prefeitura de Itariri como diretora do Departamento de Educação – permaneci até 2000. No fim do mandato do prefeito Jesuitas Silva, eu fui para Peruíbe e fui cedida a Pedro de Toledo.
“Assumi a Educação em Pedro de Toledo. Agora, volto a Itariri numa função maior”
enio lourenço
Como ela pretende administrar o município nos próximos quatro anos
Em Peruíbe eu também atuei como coordenadora pedagógica, vice-diretora e assistente técnica na área pedagógica – vários cargos técnicos. Em 2005, voltei a Itariri e fiquei até 2008, novamente como Diretora de Educação. No ano seguinte, assumi o Departamento de Educação de Pedro de Toledo, onde estou até agora. Agora vou sair de lá e voltar para Itariri numa função maior (risos). Como foi sua gestão na Educação em Itariri? O maior impacto foi na qualidade do ensino. Em Itariri, como em Peruíbe e em Pedro de Toledo, nós aumentamos o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em Pedro de Toledo, a elevação foi de 4,2 para 5,4. A última medição indicou uma qualificação de 13% nesses índices. Além da infraestrutura, você tem de dar condições de trabalho ao professor, transformar a escola em um ambiente acolhedor, gostoso, não tornar
“Todas as áreas da cidade, sem exceção, precisam de investimentos” a aula um negócio cansativo. É necessário trabalhar com profissionais formados e laboratórios bem equipados. A gente deve cobrar sempre a capacitação dos professores e estabelecer uma política de valorização. É o primeiro passo: aumentar o salário deles, para que eles se motivem e, assim, possamos cobrá-los. Como começou a sua carreira na política institucional? Eu tinha muita resistência à política. Como atuo na educação há muitos anos, especializei-me na área e achava que não havia necessidade de mudar, pensava que não precisava ser prefeita para ser feliz. Só que a população me abordava na rua e pedia para eu me candidatar a prefeita de Itariri. Com o
Por Enio Lourenço
tempo a ideia amadureceu. Eu nunca tive filiação partidária e entrei no Partido Progressista (PP) por indicação de tios que estavam no partido. Eu poderia ter entrado no PT ou em outro partido. A minha filiação ocorreu este ano para eu poder me candidatar porque minha parte é técnica: entrar e trabalhar, só isso. E, para ser franca, somente após as eleições eu tive contato com representantes externos do PP – além do presidente do partido no município, fiz contato com a assessora do deputado federal Beto Mansur, que veio com outros assessores a Itariri. O que você pensa do deputado federal Paulo Maluf? Falar de Paulo Maluf é difícil. Eu nunca participei da carreira dos políticos. Eu sempre me preocupei com o meu município e não tenho no que criticálo também. Quer dizer, existem pontos positivos e pontos negativos. Aqui em Itariri, por exemplo, ele ajudou a cidade quando foi governador (1979-1982). Talvez seja por isso que pessoas da minha família estão no PP. Ele realizou muitas obras, pontes, etc. Um município pobre, que depende de ajuda externa, de repente é beneficiado por uma pessoa que libera recursos! Foi o que ocorreu na época. O Maluf teve grande valor na cidade, fazendo muitos se filiarem ao PP devido aos recursos que ele liberou em seu governo. Como a senhora vê o governo Lula e o governo Dilma? Exemplar. Eu passei a gostar
do Partido dos Trabalhadores (PT) depois do presidente Lula. Nós temos na cidade um militante, o Pança, do PT, que corre atrás de recursos para a cidade com o governo federal. E sempre consegue. Tanto que, na última gestão em que estivemos juntos (2005/2008), eu como diretora de Educação e ele como vice-prefeito, conseguimos muitos recursos para a cidade. E isso ele faz independentemente de estar em cargo político. Ele é um representante do partido fortíssimo no município, talvez o único. Em que áreas a senhora pretende investir na cidade? Todas as áreas, sem exceção, precisam de investimento. Eu preciso priorizar algumas áreas. Na zona urbana é preciso ver a questão da limpeza, que está caótica. Tem de se fazer uma faxina em toda a cidade, inclusive no meio dos bairros. A última gestão não se preocupou em limpar a cidade e o lixo se acumulou. Vamos fazer um mutirão. Essa vai ser a primeira medida de governo. Outro ponto: vamos exercer o controle financeiro da máquina pública e enxugar as despesas para equilibrar as contas, porque precisamos ter algum dinheiro para investir na cidade. Não adianta pagar apenas as contas de água, luz e o salário dos funcionários. Como está hoje não sobra R$ 1,00 para investir em nada. Aí temos de ficar pedindo dinheiro fora. Eu ainda não sei os gastos da máquina pública. Vamos saber na transição de governo.
Itariri
5
A próxima gestão vai assumir sem dinheiro em caixa? Sem nenhum dinheiro. A cidade está endividada, mas eu não tenho documento dos valores. Esse é um dado que também saberemos na transição. Podem ser R$ 500 mil, R$ 3 milhões ou R$ 8 milhões. O que vou fazer? Vou buscar parcerias. Antes da eleição, eu já buscava parceiros, porque durante a campanha a gente descobriu gente interessada em investir em Itariri, que não tinha apoio. A USP, instituição famosa, quer desenvolver no município trabalho com a fibra da banana e eu quero firmar essa parceria com eles, porque isso gera emprego. Queremos também explorar a área do turismo. Eu sei que os recursos são poucos, mas é preciso. O município não está preparado para receber os turistas, já que eles chegam à cidade e ela está toda bagunçada, suja. No momento em que a cidade estiver limpa, a gente vai montar uma equipe para receber os turistas e cobrar uma taxa de visita para levá-los aos rios, às cachoeiras. E não é pensando em lucro, mas para manter as áreas que os turistas utilizam. Começaremos pelo bairro Igrejinha, uma das principais áreas de turismo da cidade, em que moradores se organizam como podem para receber os turistas. Hoje a cidade não tem política de turismo. A senhora pretende concluir as obras paradas?
enio lourenço
“Vou assumir a Prefeitura sem nenhum dinheiro e com a cidade endividada”
Além de educação, é preciso criar emprego para evitar que os jovens deixem a cidade
Agora, na transição, eu também já pedi para saber porque há obras que não foram finalizadas, em que situação se encontram, quais os prazos, etc. A gente vai pegar esses convênios não executados e ver o que fazer, mas, com certeza, iremos garantir a continuidade do convênio, pedindo para finalizar essas obras. Problemas nós vamos pegar, e muitos. O desafio é enfrentá-los. Esporte, o que fazer? Muita gente atua na área esportiva e vamos investir nessas pessoas, dar suporte para o trabalho delas. Como eu sou educadora, vejo o esporte e a cultura como necessidades na educação, uma área faz parte da outra e eu pretendo amarrar essas áreas. Durante a campanha, lá em Nova Itariri, por exemplo, além do futebol descobrimos um grupo de jovens que me perguntou se eu iria apoiá-los com o minirrodeio. Temos de levantar a demanda de cada bairro e investir no que o eleitor exige. No corpo a corpo da campanha eu já pude mapear a necessidade bairro por bairro. Eu encontrei mulheres que pintam muito bem, que bordam muito bem, mas
que estão dentro de casa com os trabalhos delas. Eu preciso resgatar tudo isso e trazer pra fora. Aproveitar as habilidades de mulheres que têm máquina de costura em casa, que querem ensinar o ofício a outras pessoas. Vamos impulsionar o que já existe e explorar.
“É preciso dar oportunidade para que o jovem não tenha de ir embora de Itariri” Como a senhora vai tratar a falta de empregos e a evasão de jovens? O jovem se preocupa com uma política que dê oportunidades para eles ficarem em Itariri e não terem de ir embora. É claro que é uma utopia falar que vamos manter 100% dos jovens no município, mesmo porque se alguém resolve fazer uma faculdade de engenharia mecatrônica, que não tem por aqui, ele tem de ir embora para outra cidade. Mas, por exemplo, na área do turismo, eu quero trazer um jovem turismólogo itaririense, que eu soube estar em
São Paulo fazendo bicos, para trabalhar com a gente no governo. Eu pensei em pegar esse rapaz e outra pessoa, da Igrejinha, que já recebe turistas, tem o seu comércio e sabe o que o turista quer. Os jovens não têm oportunidade na cidade. Na minha administração eu pretendo dar essa oportunidade para eles. Qual é a plataforma da senhora na saúde? Na saúde, eu estou com a equipe montada e é uma das melhores da região. Claro que as demandas que temos de especialistas são atendidas em outros municípios. Aqui, temos o básico: o pronto-socorro e os postos de saúde nos bairros. Como já existe uma infraestrutura, vamos melhorar as deficiências. Já previmos a construção de uma nova unidade de saúde, porque a que existe está precária. Não dá pra construir um Hospital Municipal, a cidade não comporta. Mas podemos buscar recursos em parceria com os governos estadual e federal para construir um prédio novo para o Pronto Socorro. Não dá pra ampliar mais o que já existe. A pessoa chega lá, vê aquele ambiente feio, acaba ficando mais doente.
E na educação? Os índices da educação caíram bastante nos últimos quatro anos e temos de melhorar muitas coisas. A merenda, o material escolar, o Ideb. Mas é uma área que não me assusta. Então, independentemente de quem eu escolher para a pasta, vou ajudar o tempo todo. O que Itariri pode esperar nos próximos quatro anos? Eu espero que as pessoas que depositaram confiança na minha pessoa e no meu profissionalismo, assim como as que não votaram em mim, vejam a olho nu e cru a mudança que vai acontecer em Itariri. Em quatro anos você não faz milagre, não dá pra consolidar muita coisa, mas dá pra iniciar um bom trabalho. O pessoal deve acreditar que o nosso município tem potencial para muita coisa, porém falta investimento e coragem para dar o pontapé inicial. E eu vou estar na Prefeitura só para isso: dar o pontapé inicial e depois deixar para outro continuar. Eu conto com a colaboração e a compreensão de todos os itaririenses, pois o primeiro ano é um ano difícil, de adaptação, de ajustes. Temos de enxugar muitas coisas, colocar a casa em ordem, para só depois o trabalho começar a fluir. Então eu espero a participação, colaboração e compreensão das pessoas para algumas situações. Fora isso, estou muito ansiosa e com vontade de começar logo a governar a cidade. Eu já estou trabalhando. Eu já fui a São Paulo buscar ajuda do governo estadual, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), na Secretaria de Esportes. Infelizmente ainda não posso fazer ofícios e desenvolver projetos. A ansiedade é grande.
Itariri
6 Luz para Todos
Programa foi reivindicado por vários candidatos Em novembro de 2003, o ex-presidente Lula lançou o programa Luz para Todos de universalização ao acesso à energia elétrica, com o objetivo de erradicar a exclusão elétrica no país. O programa, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, proporciona o desenvolvimento socioeconômico das populações de baixa renda das áreas rurais. Até agora, quase 15 milhões de brasileiros foram beneficiados pelo programa do governo federal, dos quais 99 famílias – umas 400 pessoas – moram em Itariri, nos bairros e comunidades Ana Dias, Areado, Bom Jardim, Braço Feio, Três Barras, Fazendinha, Fazenda Branca, Igrejinha, Três Meninos, Gunhanhã, Laranja Azeda, Taquarussú, Parque Três Meninas, Sítio Rosália,
enio lourenço
Moradora diz que eles afirmavam ser os responsáveis pela chegada da energia elétrica
a Companhia de Energização e Desenvolvimento Rural do Vale do Itariri (CEDRI), cujo presidente é o prefeito Dinamerico Gonçalves Peroni. De acordo com Garrafão, as empresas de energia “instalam gratuitamente kits internos (lâmpadas e tomadas), o poste padrão e oferecem ainda tarifas diferenciadas para famílias de baixa renda, porém elas de-
Anta Gorda, Rio Calmo e Parque Serra Mar. Segundo o coordenador do programa no Vale do Ribeira e Litoral Sul, Cláudio Garrafão, os investimentos na cidade foram de R$ 500 mil. Quem não tem energia elétrica em casa deve se cadastrar nas concessionárias ou cooperativas de energia do município – a Elektro ou
vem procurar as companhias e solicitar o benefício”. Porém, no período eleitoral, teve candidato reivindicando a chegada de energia elétrica à área rural como obra sua. Uma moradora da Igrejinha, que não se identifica, ficou confusa com os boatos. Ela possuía energia emprestada de familiares e aguardou sete meses pelo cadastro na CEDRI. De repente, os políticos apareceram no bairro depois da instalação dos postes de energia. “Algumas pessoas dizem que foi o prefeito Dinamerico que colocou a luz aqui. Mas outro dia apareceu um vereador falando a mesma coisa, que ele era o responsável pela chegada da energia.” Cláudio Garrafão ressalta que as prefeituras são parceiras que passam as demandas
da população. “A prefeitura pode realizar um banco de dados dos solicitantes do programa, mas ela não é a responsável pelo ingresso deles. Já houve casos desses bancos de dados se perderem entre secretarias municipais e os solicitantes ficarem esperando sem estar cadastrados.” O agente aponta a mobilização das comunidades como preponderante para o acesso ao direito. “Muitas vezes a ação de empreender o Luz para Todos parte de lideranças comunitárias, que nos procuram para solucionar a demora nos atendimentos.” Para 2012 e 2013, a Elektro tem 18 solicitações de atendimento do programa Luz para Todos. Já a CEDRI tem uma demanda de 180 atendimentos para o biênio 2013/2014.
Tem gente no escuro
No fim de 2011, no Parque Serra Mar, perto do bairro Nova Itariri, cerca de 20 famílias foram beneficiadas com o programa Luz para Todos. A aposentada Dalva Cruz, de 69 anos, foi uma das lideranças da comunidade na conquista da energia elétrica para o bairro. Ela tinha energia em casa, porque o filho carregava uma bateria. Mas, os outros, era na base da lamparina. Ela lembra que se cadastrou no programa Luz para Todos, mas começou a demorar muito. O Ibama
O casal José Carlos de Souza, 44, e Maria Valdete, 63, saiu de São Paulo em busca de uma vida mais tranquila em Itariri. “Quero me dedicar àquilo que eu puder cuidar e plantar” – resume José. Ambos estão há um mês sem luz. “Sinto falta de tomar banho quente e assistir à novela. O banho de canequinha nunca fica bom como o do chuveiro” – conta Valdete. O marido diz que teve oferta para fazer um gato (ligação irregular), mas não aceitou. “Se fizer isso a situação vai piorar. Só espero que a minha es-
enio lourenço
Parque Serra Mar já tem luz
impedia a chegada de energia porque não podia cortar árvores. A gente fez um abaixo-assinado e enviou à Casa de Agricultura, para que ela
realizasse um projeto de reurbanização” – conta a aposentada que, após sofrer um infarto, deixou o bairro rural onde residia sozinha. Dalva recorda com felicidade o dia em que o engenheiro veio de São Paulo iluminar a vida no Parque Serra Mar: “Eu fui buscá-lo no trevo da cidade. Quando chegamos ao Serra Mar, ele tirou fotos e demarcou o terreno. Depois de uns 15 dias começaram as obras. O pessoal deixava os materiais da empresa, o trator e as ferramentas lá em casa” – rememora.
posa não vá embora para assistir à novela em outro lugar” – diz, rindo. A dona de casa Rose Santos, 29, chegou há cinco meses de Cotia e conta que em sua casa a energia cai de duas a três vezes por semana, quando a família (o marido e dois filhos) faz uso do chuveiro elétrico. E falta iluminação nas ruas. “Nós temos de instalar refletores para iluminar algumas áreas. O ideal seria ter um refletor em cada poste, pois a noite aqui é um breu. Temos de sair com velas ou lanterna. É muito perigoso.”
Itariri
7
Atletismo
Sem transporte, atletas não competem em São Vicente
Em outubro, a equipe de atletismo ATLES, do bairro Nova Itariri, foi convidada a participar do torneio Pés Velozes – o maior evento regional da modalidade para crianças e adolescentes, cujo objetivo é
descobrir futuros atletas para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro –, realizado no 2º Batalhão de Infantaria Leve (BIL), em São Vicente. No entanto, as 40 jovens promessas itaririenses, de 10 a
14 anos, não conseguiram ir à cidade da Baixada Santista disputar a competição, devido à recusa da Prefeitura de Itariri de emprestar ônibus ou vans para levar os esportistas. Segundo Pedro Virgulino da Silva, de 42 anos, representante da ATLES, a equipe nasceu de uma iniciativa voluntária de lideranças populares do bairro Nova Itariri e se mantém sem apoio do poder público municipal. “Nós queríamos apenas que a Prefeitura nos cedesse um ônibus para as crianças competirem em São Vicente naquele domingo. Eu falei com várias autoridades e me pediram para enviar um ofício solicitando o transpor-
te. Eu fiz isso na quinta-feira (véspera do feriado), o pedido foi protocolado, mas a Diretoria de Educação (responsável pelo transporte) negou.” O prefeito Dinamerico Gonçalves Peroni diz que a sua administração apoia as iniciativas esportivas na cidade. No caso da ATLES, que o prefeito diz desconhecer, ele alega que o impasse ocorreu pela falta de tempo hábil para colocar os veículos à disposição dos munícipes. “Eu nem sei quem é esse pessoal. Sei que não é da Prefeitura nem das escolas da cidade. É um trabalho voluntário. Como eles solicitaram o transporte de maneira não oficial, sem ofício, não houve tempo de viabilizá-
-lo.” Segundo Dinamerico, o transporte sempre foi cedido para os alunos irem a eventos que sejam benéficos à população. “Nesse caso não havia tempo hábil pra disponibilizar ônibus e motorista. Nunca vamos negar transporte aos alunos e esportistas” – diz o prefeito. Por outro lado, Pedro afirma que no dia da competição os transportes municipais se encontravam estacionados no pátio da Prefeitura. “Quem passou em frente ao paço municipal viu os ônibus estacionados na garagem. Um funcionário da Prefeitura já me falara que não haveria transporte no domingo, devido à festa do Dia das Crianças.”
política
RADAR Vereadores eleitos
maranauta.blogspot
Dos vereadores eleitos em outubro de 2012, as forças políticas ficaram definidas da seguinte maneira, conforme o grupo a que pertence o eleito: Grupo Rejane-Wilmar – Tenório, Maurício, Baiano, Sinval e Josimar; Grupo Dinamerico-Ione – Arlindo e Élcio; Grupo Carlinhos-Iza – Beatriz, Elias Daniel, Quinho e Sérgio Kian.
Por Pança
Dança das cadeiras II
Os três vereadores que conseguiram a reeleição foram Arlindo Leite (DEM), José Tenório (PV) (atual presidente da Câmara Municipal) e Luiz Alexandria (PDT), o “Quinho”.
Presidência
Em Baixa
A corrida pela presidência da Câmara Municipal de Itariri está a todo vapor. Hoje temos como pré-candidatos os vereadores eleitos: José Tenório (PV); Maurício (PV); Baiano (PR); e Quinho (PDT), entre outros postulantes.
Dança das cadeiras
No final de cada ano existe o corre-corre em busca de verbas dos orçamentos Estadual e Federal. Vários parlamentares, como o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), já mostram interesse em ajudar a nossa cidade, com emendas aos Orçamentos. Cabe a nós, do município, fazer os projetos e encaminhá-los aos respectivos ministérios ou secretarias para que as verbas possam ser liberadas. Portanto, pessoal, é preciso ir à luta.
O PSDB foi o partido que mais perdeu nas eleições em Itariri. Além de não reeleger o atual prefeito, a agremiação também não elegeu nenhum vereador, ficando sem qualquer representação em nossa cidade.
Dos 11 vereadores que irão terminar o mandato no final de 2012 – e mais os dois que foram cassados por terem mudado de partido, totalizando 13 vereadores – somente três conseguiram se reeleger. Dentre eles tivemos também um vereador que não concorreu à reeleição e outro que concorreu ao cargo de prefeito.
Verbas
divulgação
divulgação
Equipe de Nova Itariri não representa a cidade no evento Pés Velozes. O culpado? O prefeito
Itariri
8 foto síntese – Estação Ferroviária
palavras cruzadas 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1 2 3 4 5
divulgação
6
sudoku 3
6
10
2
4
9
5
2
Horizontal – 1. Grande macaco do Sudeste Asiático, de pelos avermelhados, braços muito longos e cauda ausente 2. Arte e técnica da dança, do uso preciso, harmonioso e expressivo do corpo em movimentos e posições coreografados ou improvisados; Causas, motivos, explicações 3. Designação de diversas árvores e arbustos elegantes, que dão lindas flores; Poeira; Mano, Irmão 4. Um dos criadores da Tropicália; Deslocar-se na água usando o corpo ou instrumentos como boias e pranchas 5. Estados Unidos da América; Nome de uma fábrica de automóveis 6. Alcoólicos Anônimos; Clube Atlético Paranaense; Matéria que forma o esqueleto do homem 7. Próprio de um dos polos da Terra; Contração do pronome te e do pronome a 8. Coisa que atrai; Alagoas; Cabelo, penugem 9. Forma de cumprimento; José, prenome de um cantor brega; Amapá 10. Partido, grei; A mais aguda entre as vozes masculinas.
7
7
3
4
8 9
8
6
7
7
3
6 4
2 1
6
6
3
2 1
Vertical – 1. Registros de óbitos 2. Pessoa matreira; Terceira nota musical 3. Cidadã da Alemanha; Peça usada para cavar ou remover terra 4. Nordeste; Cobalto; Sufixo que indica um álcool 5. Cada impulso dado sobre o pedal na bicicleta 6. Rezo; Pedra preciosa de cor leitosa e azulada 7. Está combinado; Notre Dame; Magnetismo pessoal 8. Que traz azar; Que denota precedência 9. Região em que ficam os Estados do Ceará e de Pernambuco 10. Parte amarela do ovo de ave ou réptil, que contém substâncias nutritivas; Sala destinada a reuniões e recepções sociais 11. Nome de um conhecido general brasileiro; Oficial Poker Rankings.
4 9
5 2
8
vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.
Respostas o b i t u a r i o s
r a a l p e o m s a a p m a i c
n g e p z e d c a o l a o d l a
o t r a o n o d p a r l a i t
Palavras cruzadas
p r e a z i a g o
n g o e r m d a e s s t a e l a n o
o p r o s o r i o
3 6 1 2 4 5 8 7 9
8 5 4 9 3 7 2 6 1
7 2 9 1 8 6 5 4 3
Sudoku
6 8 5 3 1 4 9 2 7
2 4 7 6 9 8 1 3 5
1 9 3 7 5 2 6 8 4
5 1 2 8 7 3 4 9 6
4 7 8 5 6 9 3 1 2
9 3 6 4 2 1 7 5 8