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Jornal Regional de Jundiaí

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nº 16

Cidade

Junho de 2013

política

reforma urbana Conferêrencia Municipal cria Conselho e indica prioridades de investimento

tribuna livre Câmara cria espaço para população se manifestar nas sessões

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manifestações

Conservadorismo Manifestantes agridem militantes de partidos de esquerda

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Esporte Transporte

setor apresenta carências Greve pressiona governo, que não aumenta a tarifa e reconhece deficiência Pág. 4

Vôlei feminino Equipe adulta da AABB pretende representar a cidade

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Jundiaí

2 política

Câmara cria Tribuna Livre

editorial No final de maio, dois fatos mostraram que a cidade precisa melhorar com urgência no quesito mobilidade urbana. Primeiro ocorreu uma greve de três dias dos trabalhadores rodoviários, que reivindicaram legitimamente melhores condições de trabalho e reajuste salarial de 13% (a categoria conquistou 10% e ainda tem outras pautas a serem julgadas no TRT). Logo depois aconteceu a 4ª Conferência Municipal de Cidades, com o tema “Reforma Urbana Já!”. Neste evento, o tema da mobilidade urbana voltou à tona e o prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) reconheceu a debilidade do setor e versou sobre a necessidade de reestruturar o transporte público coletivo sem aumentar a tarifa neste ano (que já está nos caros R$ 3,00). A criação do bilhete único e novos modais são algumas das propostas em estudo. Este é o tema das páginas centrais desta edição. Em São Paulo, movimentos sociais e partidos políticos de esquerda, convocados pelo Movimento Passe Livre, saíram às ruas, em junho, reivindicando a revogação do aumento das tarifas do transporte público e obtiveram êxito. No entanto, o ato de celebração da conquista, ocorrido no dia 20, na Avenida Paulista, foi marcado pelo oportunismo de setores conservadores, que levantavam a difusa bandeira “Contra a corrupção”. Valendo-se de uma maioria despolitizada e de um claro sentimento ufanista – que inclusive contou com o apoio da FIESP –, esse manifestantes agrediram os militantes vermelhos e roubaram suas bandeiras, acuando-os a ponto de fazê-los recuar do ato. A história nos mostrou que governos fascistas são os que se utilizam da retórica de proibir a organização partidária em nome da pátria. O último que usou deste expediente no Brasil foi Fernando Collor de Melo, no início dos anos 90, e deu no que deu. Nessa hora é necessário uma Frente Única que defenda as liberdades democráticas conquistadas com muito sangue da juventude e dos trabalhadores.

No dia 28 de maio, a população jundiaiense conquistou mais uma ferramenta de manifestação dentro da Câmara dos Vereadores. Aprovado por unanimidade, o Projeto de Resolução nº 799, apresentado pela bancada do PT, altera o Regimento Interno e institui a Tribuna Livre: um espaço dedicado a dar voz à população. A Tribuna Livre ocorre em todas as sessões ordinárias da Câmara dos Vereadores, com duração de 15 minutos, divididos em no máximo três inscrições. O cidadão interessado em se manifestar neste espaço deve ser necessariamente eleitor do município ou representante legal de associação de bairro, associação profissional, sindicatos ou entidade declarada de utilidade pública. O presidente da Câmara, Gérson Sartori (PT), enalteceu os demais vereadores pela aprovação do projeto, “que dão a cada dia um caráter mais

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Espaço permite à população participar das sessões

democrático à casa de leis”. Para Sartori, a Tribuna Livre garante o espaço sempre aberto para as manifestações sociais. “Estamos colaborando no fortalecimento da democracia, na construção de uma política mais participativa e também no desenvolvimento social” – avaliou o petista. Já o líder do governo no Poder Legislativo, Paulo Malerba (PT), também agradeceu aos seus pares pela aprovação do projeto e explicou que a Tribuna Livre é chamada “ca-

rinhosamente” de “Projeto Erazê Martinho”, em homenagem ao vereador que começou a discussão sobre a implantação deste projeto há muitos anos. “O foco principal do projeto é abrir as portas da Câmara de Jundiaí à sociedade” – destaca o vereador. Sobre as regras para o funcionamento da Tribuna Livre, o presidente destacou que é preciso bom senso, para que todos possam usar esta ferramenta de forma igualitária e pelo bem comum. Além disso, Sartori ressaltou o avanço que representa a alteração do horário das sessões da Câmara para o período noturno, “que trouxe a possibilidade de as pessoas e as entidades acompanharem os trabalhos legislativos”. As inscrições para a Tribuna Livre podem ser feitas pela Internet ou pessoalmente na Câmara entre o primeiro dia após a sessão e o último dia antes da sessão em que se pretende requerer a palavra.

Educação

Jundiaí realiza convênio com IFSP Aulas do ensino médio e superior devem iniciar-se em 2014 Ao final de maio, o Prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) anunciou o convênio com o Instituto Federal São Paulo (IFSP), para a criação de dois cursos de ensino superior e ensino médio na cidade. Os cursos de graduação e o número de vagas serão definidos em audiências pú-

blicas com a participação da sociedade civil, de sindicatos, associações, Poderes Executivo e Legislativo e outros. O instituto será instalado no complexo Argos, numa área de 1.200 metros quadrados, onde funcionava a Biblioteca Municipal até o ano passado. Bigardi ressaltou que esse

é um primeiro passo para a construção de uma universidade pública em Jundiaí. “O caminho é esse. Na medida em que o IFSP for crescendo, nós iremos buscar um novo terreno. Posteriormente poderemos ter mestrado e doutorado.” O instituto deve começar a funcionar a partir de 2014.

Expediente Rede Brasil Atual – Jundiaí Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Edição Enio Lourenço Redação Antonio Cortezani, Douglas Yamagata e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem 15 mil exemplares Distribuição Gratuita


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manifestações

Conservadorismo e intolerância em São Paulo “Isso dos vinte centavos foi só para enganar o povo”, acredita Ana Martins, de 20 anos, estudante de Arquitetura. “É muito fácil baixar esses vinte centavos, e aí volta todo mundo para casa. A gente quer mais saúde, educação e menos Copa.” Essa é apenas uma das dezenas de exigências que puderam ser vistas e ouvidas no dia 20 de junho, na Avenida Paulista, em São Paulo, durante a passeata que pretendia comemorar a redução da tarifa do transporte público na cidade. A mobilização, que começou no dia 6 de junho pelo Movimento Passe Livre (MPL), movimentos sociais e partidos de esquerda, massificou-se no dia 17 e ganhou cores que destoam totalmente das organizações que conduziram o processo. Temas como combate à corrupção, fim dos impostos, insígnias antipartidárias e críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37 – que limita o poder de investigação do Ministério Público – tiveram bastante apelo entre a massa. Também foi possível ver uma série de cartazes contra os gastos públicos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, que beiram os R$ 30 bilhões, e críticas à má qualidade do sistema de saúde e educação no país. A presidenta Dilma Rousseff (PT) também se tornou alvo dos ataques proferidos por faixas e cartazes. Uma jovem que puxava um bloco com o uso de um megafone pedia que as pessoas fossem à rua “contra o governo”, mas não sabia

Danilo Ramos/RBA

Protestos do transporte perdem espaço para bandeiras difusas da direita Por Gisele Brito e Tadeu Breda, da RBA

especificar contra qual administração estava protestando. “Não, a gente não é anarquista. A gente é contra esse governo. Todos os governos corruptos, esses governos que aumentam a passagem do ônibus, que roubam, são corruptos.” O próprio MPL – organizador dos atos que resultaram na revogação do aumento da passagem de ônibus, trem e metrô na capital – havia manifestado na manhã de ontem receio de que setores conservadores da sociedade tentassem se apropriar das manifestações. Depois do dia 13 de junho, quando houve maior repressão policial às passeatas de São Paulo e Rio de Janeiro, marchas passaram a ser realizadas em todo o país, mas aos poucos foram surgindo bandeiras e grupos mais heterogêneos, que não ti-

nham a qualidade do transporte público como prioridade. A mudança na composição do protesto foi tamanha que a manifestação do dia 20, na Avenida Paulista, contou com a presença de um tucano: o ex-deputado estadual Milton Flávio. Na primeira semana de mobilizações, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e seus aliados se posicionavam radicalmente contra o movimento pela redução da tarifa, tendo sido os responsáveis diretos pelo endurecimento da PM. “O movimento acabou permitindo que outras insatisfações viessem à tona: contra a corrupção, contra a péssima qualidade dos serviços públicos em função dos impostos altos que pagamos e a opção incorreta de dar circo pra população, fazendo Copa das Confederações, Copa do Mundo e as

Olimpíadas, quando o país tem outros desafios a enfrentar”, avaliou o ex-parlamentar. Esses manifestantes trajados de verde e amarelo, que até então bradavam a palavra de ordem “sem violência”, agrediram militantes de partidos políticos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais, para arrancar suas bandeiras e faixas – e o fizeram, inclusive queimaram algumas – sob urros de alegria da multidão. Por outro lado, grupos neonazistas passeavam à vontade com a bandeira do Estado de São Paulo. Demonstrações do tipo fizeram com que o estudante Luis Felipe Almeida afirmasse que é preciso tomar cuidado para não transformar uma vitória progressista em um avanço conservador. “O que unifica a gente aqui é uma crítica ao neonacionalismo que

surgiu nos últimos atos. Há 20 dias ninguém amava o Brasil tanto assim.” Mas houve exceções. O bloco encabeçado pelo Passe Livre não foi majoritário, mas manteve o foco na discussão sobre o transporte público de qualidade e com tarifa zero. “Dá para perceber que existem setores conservadores tentando cooptar o movimento”, concluiu o militante do MPL Pedro Brandão. “A pauta da corrupção está sendo colocada como pauta do movimento. Mas a pauta do MPL é o transporte. Lutar pelo transporte é enfrentar uma máfia que existe na cidade, que impede as pessoas de se locomoverem. O MPL vai continuar enfrentando isso.” Um pequeno grupo de punks e anarquistas marchou de cara fechada e sem a alegria dos jovens de cara-pintada, porque – lembravam – a polícia continua matando pobre todos os dias. “Quem está acompanhando o movimento desde o começo sabe que é um movimento pela esquerda”, defendeu William José Sega, de 21 anos, que carregava uma bandeira vermelha e preta. “O MPL tem uma tradição de caminhar pela esquerda, uma tradição anticapitalista. Assistir isso que vem acontecendo hoje é temerário. Sim, temos um avanço, uma vitória. Colocamos as pessoas massivamente nas ruas. Porém, com qual discurso? É a prova concreta de quem está vindo pra cima, e muito bem organizado: é a direita.”


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4 transporte

Greve aponta necessidade de reestruturação do transporte

plano de mobilidade urbana. “A Lei de Mobilidade Urbana, que começou a vigorar no ano passado, exige das cidades um plano direcionado ao setor.

Estamos realizando estudos para ver qual a importância que daremos a cada tipo de modal (coletivo, individual, táxis, ciclovias).

A audiência realizada no dia 23 de maio, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas, pôs fim à greve dos cobradores e motoristas. O desembargador Henrique Damiano, em reunião com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Jundiaí e Região e as empresas de ônibus (Três Irmãos Ltda.; Viação Leme Ltda.; Viação Jundiaiense Ltda. e Rápido Luxo Campinas Ltda.), determinou que os trabalhadores retornassem em sua totalidade ao trabalho no dia seguinte, mediante o reajuste salarial de 10% – retroativo ao dia 1º de maio. Segundo o secretário geral do Sindicato dos Rodoviários, Reinaldo Dias Rabelo,

apesar do desgaste, o movimento foi parcialmente vitorioso, pois a categoria solicitava um reajuste de 13%. As outras 12 reivindicações da pauta de negociações, como o vale refeição de R$ 15,00 e a participação nos lucros das empresas de R$ 1.000,00 deverão ser julgadas nos próximos meses pelo TRT. O Sindicato dos Rodoviários também luta para que o trabalhador tenha melhores condições de trabalho, principalmente nos terminais de ônibus. “Estamos lutando para que o trabalhador possa ter maior conforto nos terminais, refeitórios, sanitários exclusivos para funcionários e alojamentos” – afirma Rabelo. O sindicalista ainda aponta a união dos trabalhadores como determinante para as conquistas

Tarifa não aumenta

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Sindicato pleiteia melhorias

da greve. “Os patrões apostavam no enfraquecimento do movimento e que os trabalhadores não iriam à luta, que não teríamos coragem de parar por alguns dias. Nós mostramos que poderíamos ficar mais dias em greve. Isso mostra que a categoria está unida e acompanhando as decisões da Justiça. Estamos em alerta para, se for o caso, retomar o movimento.”

Ele ainda destacou que a Prefeitura tem feito um diagnóstico da estrutura dos serviços oferecidos à população. “A cidade passou por

algumas modificações importantes nos últimos anos, com ocupação de áreas que antes não eram habitadas, e nestes locais ainda não há estrutura básica.” Neste sentido, Folgosi lembrou que novos terminais foram instalados e a rede de linhas alterada, o que faz com que novos projetos de mobilidade urbana devam surgir. O bilhete único é outra proposta que o prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) trata como prioridade em seu mandato. “Estamos estudando o tema e possivelmente ainda neste ano teremos um cronograma de implantação desta política tarifária” – afirma o diretor.

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Entre os dias 21 e 23 de maio, Jundiaí viveu uma greve de motoristas e cobradores do sistema de transporte coletivo. Convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Jundiaí e Região, a greve apontou a necessidade de outras formas de mobilidade urbana como ciclovias, acessos exclusivos para transporte coletivo, anéis viários, entre outras. No último dia, a Justiça do Trabalho determinou reajuste de 10% do salário-base para a categoria. Segundo o diretor de Transportes de Jundiaí, Wilson Folgosi Brito, a administração municipal está preocupada em desenvolver um

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Governo realiza estudos de investimentos em novos modais e bilhete único

A tarifa dos ônibus, no valor de R$ 3,00, não será reajustada. Segundo Bigardi, a Prefeitura vai subsidiar a manutenção do valor, porque considera o transporte público uma questão social anunciada em seu programa de governo. “O poder público vai arcar com um subsídio de aproximadamente R$ 600 mil mensais. Este dinheiro não sairá de investimentos da cidade, ele vem da dívida ativa, que, com a renegociação

anunciada em abril, já gerou R$ 2 milhões de receita em um mês.” – afirma o prefeito. O diretor de Transportes Folgosi explicou que independentemente do anúncio da manutenção do preço das tarifas, a Prefeitura vai pedir melhorias nas condições do serviço oferecido pelas empresas concessionárias do transporte coletivo. “Necessitamos pedir a contrapartida para as empresas, como o aumento e a renovação da frota”.


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cidade

Jundiaí debate reforma urbana

Moradia A secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela Sutti, destacou a conquista da criação do Conselho da Cidade, que irá possibilitar a alteração das políticas públicas de moradia.“Toda a cidade que tem o Conselho pode participar do Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano, um programa do governo federal que destina verbas para infraestrutura, regularização fundiária, entre outros projetos voltados para o desenvolvimento urbano.”

120 projetos foram elaborados para Jundiaí nas áreas de planejamento e habitação, saneamento e meio ambiente e transporte e mobilidade. O encontro também elegeu os 22 delegados representantes da cidade na Conferência Estadual, a ser realizada em setembro. Outra deliberação foi a criação do Conselho da Cidade. O arquiteto Araken Martinho falou da mudança global nas cidades e da necessidade

de planejamento em longo prazo, para que as ações não fiquem defasadas em pouco tempo. “A maioria das coisas planejadas em matéria de urbanismo foram pensadas há mais de dez anos, ou seja, quando os municípios tinham um processo produtivo diferente de hoje.” Para o arquiteto, a globalização não tinha chegado efetivamente às cidades, como sugere a partir do atual quadro industrial do

município: “Jundiaí tinha 80 mil operários e não tem mais nenhum. Hoje temos um polo logístico muito forte”. A revitalização do Plano Diretor é uma das ações que Araken acredita ter urgência, uma vez que as demandas sociais são outras. “Temos que pensar a região e não apenas a cidade isolada. Nós somos uma Aglomeração Urbana. Não apenas em relação a saúde, educação, habitação, mas também o processo produtivo.” O especialista mencionou o caso de Jarinu para explicar sua ideia. Se os municípios da região considerarem a cidade como produtora agrícola, então será preciso que todos revertam parte de seus recursos, para que ela não se transforme em polo industrial. “São situações novas e por isso é necessária uma nova visão sobre as cidades.” Para o prefeito Pedro Bigardi (PCdoB), a Conferência

serve para fazer um acerto da política nacional, já que se discutem as diretrizes de uma área específica e o estabelecimento de políticas públicas para a região, com a participação da sociedade na discussão dos problemas existentes. “Quando assumi a Prefeitura, acreditava que os maiores desafios seriam na saúde e na mobilidade urbana. Na saúde já definimos a política: conseguimos investimentos e temos a capacidade de realizar grande mudança na gestão. Já em relação à mobilidade urbana ainda falta definirmos a política pública, os investimentos e qual modalidade de transporte é a mais adequada. Por isso a Conferência pode contribuir com a administração pública. Nos próximos meses vamos determinar as demandas e fazer os investimentos que a cidade precisa e almeja” – afirma o prefeito.

Papel do Legislativo Periferia Para o presidente da Câmara Municipal, Gerson Sartori (PT), os temas debatidos na 4ª Conferência das Cidades vão embasar os debates da construção orçamentária de 2014, do PPA (Plano Plurianual), e nas empreitadas dos vereadores em conseguir emendas parlamentares e verbas com os governos estadual e federal. “O nosso trabalho fica mais fácil ao sabermos dos caminhos e rumos que a cidade escolheu. A Conferência representa uma troca de informações muito importante. É a sociedade falando e o poder público participando. Muitas deliberações nortearão o nosso mandato.”

Sartori reiterou a preocupação do prefeito Bigardi. “É claro que os problemas na saúde, educação, habitação são importantes e devem ser discutidos. Porém, um dos pontos centrais de Jundiaí é a mobilidade urbana. Com o crescimento da cidade, a renda do jundiaiense também aumentou, o que fez com que muitos acabassem optando pela utilização do veículo particular no dia a dia e isso vem ficando complicado. Também houve um crescimento imobiliário significativo que precisamos rever para que a cidade não pare.”

Um dos representantes da sociedade a integrar a comissão da Conferência das Cidades é o aposentado João Osni Cunha, de 59 anos. Segundo ele, o crescimento da cidade propiciou o esquecimento de investimentos do poder público nos bairros mais periféricos, onde se encontram os maiores problemas e maior vulnerabilidade social. “A Conferência possibilita que o povo participe deste processo de distribuição de investimentos e criação de políticas públicas. Afinal, quem mais sabe das suas necessidades são os moradores desses locais. Não adianta o poder

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No dia 25 de maio, na Faculdade Anhanguera, foi realizada a 4ª Conferência Municipal de Cidades de Jundiaí com o tema: “Reforma Urbana Já!”. O encontro reuniu movimentos sociais, entidades de classe, sociedade civil e membros do governo municipal. As discussões foram baseadas no Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano (SNDU) e foram debatidos temas como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano, instrumentos de integração intersetorial e territorial de políticas de incentivo, implantação de instrumentos de promoção da função social da propriedade, criação e funcionamento dos conselhos municipais, planos de habitação, saneamento ambiental, mobilidade urbana e avaliação dos programas sociais do governo federal. Ao final da Conferência,

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Conferência municipal reuniu movimentos sociais e representantes do governo

público criar moradia para o cidadão, sem investimentos em seu entorno, como postos de saúde, áreas de lazer, vias de acesso, transporte de qualidade e outros benefícios que garantam a qualidade de vida com sustentabilidade e planejamento.”


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É preciso modernizar a CLT? No último dia 1º de maio, o Dia Internacional do Trabalhador, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) completou 70 anos e um debate se instaurou: esta lei está defasada e necessita de modernização ou ainda cumpre o seu papel social? O líder do governo na Câmara Municipal de Jundiaí, Paulo Malerba (PT), explicou que existe uma discussão colocada na sociedade, pautada pelo empresariado, cobrando a “modernização da CLT”. Por isso, no dia 27 de maio, foi realizado um debate na Câmara Municipal, dentro do 2º Fórum do Trabalho com o tema “Reformar a CLT?”. O evento contou com a presença do deputado federal Ricardo

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Deputado Federal Ricardo Berzoini participa de debate na Câmara Municipal

Berzoini (PT), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. “Precisamos saber se de fato reformar a CLT é uma necessidade em nosso país e de qual tipo de modernização estamos falando” – explicou o parlamentar. Para Malerba, modernizar a CLT só faz sentido se

garantir mais direitos aos trabalhadores e não reduzir ou flexibilizar direitos, o que tem levado a uma precarização das relações trabalhistas. “Se quisermos nos modernizar em relação às leis trabalhistas, significa assegurarmos novos direitos, estabilidade de emprego, melhor remuneração e

boas condições de trabalho.” Na avaliação do vereador, a CLT tem sofrido uma série de assédios por parte de setores empresariais no sentido de retirar mecanismos de proteção do trabalhador. “Nesse contexto entendemos que, embora cumpra o seu papel, ela teve algumas flexibilizações realizadas ao longo dos anos, o que temos de olhar com cuidado. Bem como pensar em algumas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que não estão presentes nas normas constitucionais brasileiras, como por exemplo a Convenção 158, que prevê as formas de demissão, que não podem ocorrer de forma imotivada. O Brasil, que já é signatário desta convenção, tem

de pensar em como resgatar esta lei para melhor proteger seus trabalhadores”, lembrou Malerba. Já para Berzoini, que foi ministro da Previdência Social (2003/2004) e ministro do Trabalho e Emprego (2004/2005), a reforma trabalhista é uma prioridade para o Brasil. Contudo, alerta: “É preciso ter cuidado quando se fala em modernizar a CLT, pois há um lobby muito forte do setor empresarial para acabar com os direitos trabalhistas. Eles usam o exemplo do crescimento da China como argumento. É preciso fazer uma ampla reforma, que envolva um debate para a política industrial, tributária e considere os avanços tecnológicos”.

meio ambiente

Diretor discute desafios da pasta No dia 5 de junho de 1972, em Estocolmo, na Suécia, ocorreu a primeira Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o homem e o meio ambiente. Desde então, esta data foi instituída como o “Dia Mundial do Meio Ambiente”, para promover atividades de conscientização, proteção, preservação e alertar sobre o perigo de negligenciarmos os cuidados com a natureza. Este ano, a ONU propôs o tema: “Pense, Coma, Poupe”. Na avaliação do ambientalista Flávio Gramoleli Júnior, diretor municipal

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Para ele, desigualdade social e ausência de políticas públicas dificultam o debate ecológico

de Meio Ambiente, embora haja um crescimento na discussão sobre as questões ambientais, as ações ainda não são suficientes para a proteção do meio ambiente. “Conseguimos debater nas escolas, mas as políticas públicas de meio ambiente ainda não foram implantadas em muitas cidades. É preciso fazer com

que projetos saiam do papel e se transformem em prática, para que efetivamente a gente consiga maiores incentivos e efetividade na conscientização de se preservar o meio ambiente.” Enquanto estas políticas não se instalam plenamente, a sociedade permanece refém dos seus próprios atos. Gramoleli ilustra o problema com o período das secas que o Estado de São Paulo enfrenta nesta época do ano e favorece o aumento de queimadas. “Há quanto tempo se fala deste problema? E mesmo assim as pessoas colocam fogo no lixo em seus quintais ou ainda na

mata, causando um problema sério à própria população.” Para o diretor de Meio Ambiente, a educação ambiental é o caminho para elevar o nível de consciência do povo. “Depois de certa idade, quando a pessoa tem algum vício, como o de jogar lixo na rua, dificilmente conseguiremos mudar este comportamento. Por isso cabe às novas gerações este papel, que só virá por meio de educação ambiental, o que ainda não acontece.” O ambientalista também acredita que a discrepância observada na educação brasileira, que não oferece padronização dos conteúdos e

as mesmas condições de aprendizado, gera um problema social grave que impossibilita atingir qualquer tipo de conscientização ambiental. “Em São Paulo, por exemplo, uma das metrópoles mais ricas do mundo, existem locais sem a mínima infraestrutura: núcleos de moradia sem saneamento básico, onde as pessoas convivem com lixo, ratos e esgoto a céu aberto. Como reclamar conscientização ambiental, se muitas dessas pessoas não têm condições dignas de vida? Este é um grande empecilho – lamenta Gramoneli.”


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Esporte

Vôlei feminino da AABB quer representar Jundiaí Equipe vem de destacando nos campeonatos e pretende criar categorias de base em 2014 que era um torneio metropolitano.” A partir desses resultados, o clube resolveu reforçar o time para 2013 e conta com um elenco de 20 atletas. “É uma equipe com bom nível para disputar Jogos Regionais e Abertos do Interior, já que várias jogadoras, em outros anos, defenderam outras cidades em ambas as disputas” – comenta Oda. Este ano, as atletas disputam novamente os títulos do torneio estadual da AABB e

a Copa Sindclube, o que, para o diretor, “deve cativar o interesse das atletas”. Ainda segundo o diretor, a equipe da AABB vai disputar os

títulos do torneio estadual entre as associações e na Copa Sindiclube, o que deve cativar o interesse das atletas. “Estes torneios acabam sendo uma vitrine para

as jogadoras que sonham em jogar em grandes equipes. No entanto, a nossa intenção é que a equipe represente o vôlei de Jundiaí. Não da Prefeitura, mas da cidade de Jundiaí, independentemente da falta de patrocínio.” Para isso, a equipe da AABB pretende iniciar um trabalho de formação de atletas de base em 2014. “Essa perspectiva vai ajudar as meninas a trilhar uma carreira desde as categorias inferiores até a categoria adulta.”

requer quantidade maior de recursos. Enquanto não conseguimos, vamos nos destacando em campeonatos regionais e entre as AABBs, das quais somos os campeões.” Nessa modalidade o clube tem parceria com as ONGs Esporte e RA Esportes. O judô também é outro esporte desenvolvido pelo clube em parceria com a Academia Fagundes, a única da cidade.

A avaliação de Oda sobre as modalidades esportivas da AABB, no entanto, vai além das competições e resultados. “Nós realizamos um projeto social. Conseguimos tirar jovens das ruas, pois entendemos que se eles praticarem esportes, terão um ritmo de vida voltado aos treinamentos e competições, o que requer disciplina, dedicação, traba-

lho coletivo e distância das drogas, inclusive do álcool. Assim, ainda tem a chance de fazer parte de equipes profissionais.” As crianças e jovens interessados em participar das escolinhas de futebol de campo e de futsal podem entrar em contato com o treinador Vanderlei pelo telefone (11) 9 9760-0530.

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A Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) tem um projeto ambicioso: fazer da equipe adulta de vôlei feminino a representante da cidade nas principais competições da modalidade. O diretor Roberto Oda conta que o projeto nasceu de um torneio entre as AABBs do Estado. “Na competição do ano passado, conseguimos montar um time que se sagrou vice-campeão da Região Sudeste. Também disputamos Copa Sindiclube,

Outras modalidades O futebol de campo foi uma das primeiras atividades desenvolvidas na AABB. O projeto, coordenado pelo treinador Vanderlei da Mata (ex-jogador que atuou por clubes como Paulista de Jundiaí e Mirassol), oferece times das categorias Sub-7 até o Sub-17. “Nesta modalidade, em várias categorias, podemos dizer que temos as

melhores equipes de Jundiaí. O Sub-17, por exemplo, é tricampeão municipal, e as demais categorias também estão sempre brigando por títulos” – afirmou Oda, sobre o projeto que abriga mais de 400 crianças. A AABB também aposta no futsal, que vem obtendo resultados de time de ponta. “A nossa intenção era disputar o campeonato estadual, mas isso

Cultura

Secretaria promove festival de teatro nas férias escolares Os estudantes terão mais uma opção para as férias de julho. A Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Diretoria de Teatros, realiza de 15 a 26 de julho o 1º Festival de Férias, no Teatro Polytheama. Serão espetáculos para todas as idades de companhias locais e internacionais, como é o caso do musical Branca de

Neve e os Sete Anões. Alguns espetáculos terão entrada gratuita. “Lugar de criança é no teatro. A magia da arte encanta os pequenos, além de ser uma ferramenta para formar cidadãos mais responsáveis e íntegros. Queremos ser uma cidade modelo também em cultura, ampliando o acesso

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Diretora de Teatro acredita que evento cria “bases para o convívio social” com atrações de qualidade a todas as classes sociais” – afirma a diretora Carla Pagani. O festival deste ano irá acontecer em caráter experimental. No entanto, a expectativa da Secretaria é de que ele ocorra em todos os meses de férias escolares, e também de forma descentralizada nos bairros. “É importante que as

crianças tenham contato com os diversos segmentos da arte, que é a base para o convívio social, a aceitação das diferenças, a formação de opiniões e valores próprios, além de trazer uma infinidade de benefícios psicossociais” – diz Pagani A programação completa está no site <www.jundiai. sp.gov.br>.


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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato. p o r t u g u e s e s

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Respostas

Horizontal – 1. Alongada 2. Muito bom, de muito valor; Energia atômica; Ou, em inglês 3. Indivíduo de classe social inferior 4. Islamismo 5. Nome de certas flores coloridas, cultivadas como ornamentais; Produto de microeletrônica usado como sinalizador de avisos 6. Cabelo escuro entremeado de fios brancos 7. Arte, em inglês; Sigla do Paraná 8. The European Patent Network; Indolência, falta absoluta de energia 9. Capital do Cantão e mais ensolarada localidade suíça; Pôr toda a sua confiança em, fiar-se 10. Pessoa ou coisa divertida; Premiado seriado de televisão americano criado por Michael Crichton 11. Solitário; Exprime surpresa ou admiração; Serve para voar. Vertical – 1. Lusitanos 2. Via; Sigla de Roraima; 3,1416 3. Nascidos em Ormuz 4. Liga Oficial Pokémon; Escola Superior de Redes; Negação 5. Sigla do Espírito Santo; Convenção, assembleia; Relações Públicas 6. Matogrosso, cantor brasileiro; Sigla de Alagoas; Nome de um Estado do Norte do Brasil 7. Varredor de rua; Contiguidade de duas vogais pertencentes a sílabas diferentes 8. Capital da Noruega; A ti 9. Primeira nota musical; Fonema correspondente à letra L; Pequeno prato sobre o qual se assenta a xícara 10. Vestimenta metálica usada pelos guerreiros durante as batalhas; Deus do Sol do antigo Egito.

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3 2 4 9 6 8 5 7 1

2 3 5 6 7 9 4 1 8

4 9 6 1 8 2 7 3 5

7 1 8 4 5 3 2 9 6


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