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Jornal Regional de Limeira
jornal brasil atual
Distrib
jorbrasilatual
Gratuuiição ta
nº 24
história
Janeiro de 2014
Cidade
A luta deu certo Saiba como os “sem casa” superaram o preconceito e fizeram o bairro Dom Oscar Romero
zoológico Prefeitura atrasa mais uma vez a entrega e responsabiliza pichações
Pág. 5
saúde
Dengue 22 agentes são contratados para evitar epidemia de 2013
Pág. 6
Perfil Constituinte exclusiva
movimentos sociais querem reforma política José Heflinger
Entidades populares defendem novo modelo de democracia; plebiscito será realizado em setembro
O historiador autodidata referência em imigracão europeia
Pág. 4-5
Pág. 7
Limeira
2 Cidadania
Animais em adoção no CCZ
editorial Vamos falar bem claro, o fato mais importante do ano será o mundial de futebol. Depois as eleições presidenciais. E a gente torce por uma “Copa de Rolezinho”. Isso mesmo, que o futebol seja jogado no estilo rolezinho: na manha, no estilo brasileiro. E, sim, vão acontecer mais rolezinhos nos shoppings, porque é a democracia racial acontecendo na prática em espaços blindados das cidades, que só oferecem muros e condomínios aos cidadãos. E também vai haver mais protestos na Copa – alguns até contra o evento. Mas sejamos claros: a Fifa sempre foi isso que agora estamos vendo em nosso quintal, com seus esquemas de controle de propaganda, preços e acessos. É preciso lembrar que ela e a CBF são entidades privadas, controladas por meia dúzia de dirigentes, que não prestam contas a ninguém. E isso dá motivo para que muitos queiram comparar as carências populares por transporte, saúde, educação e segurança com os custos da realização da Copa do Mundo. Ainda assim, ter novamente o mundial de futebol por aqui é um sonho para milhões de brasileiros. O país vai parar para torcer. E assim foi na Copa de 70, no México, durante a ditadura civil-militar, ou nos mundiais da Nova República, da época dos neoliberais e das privatarias tucanas. Independentemente do governo, o gosto pelo futebol e por torcer pelo Brasil fala mais alto. E a gente torce para que o jogo jogado dentro do campo seja tão criativo e contundente como foram as manifestações e os rolezinhos.
Centenas de cães e gatos estão disponíveis para adoção no Centro de Controle e Zoonoses (CCZ) de Limeira. Os animais – de cores, idades e raças variadas – foram, em sua maioria, recolhidos do abandono das ruas e estão saudáveis, vacinados, castrados, vermifugados e possuem microchip de identificação. Os interessados na adoção devem comparecer de segunda a sexta-feira, das 13 às 18 horas, ao CCZ, que está localizado no Jardim Campos Elíseos, na Rua Prof. Sólon Borges dos Reis, 251. É necessário que o futuro dono seja maior de idade e esteja munido de RG, CPF e comprovante de residência. O pretendente à adoção gratuita também tem uma entrevista antes da realização do Registro Geral do Animal (RGA), que o identifica e a seu proprietário. “O RGA vin-
lauany rosa
São mais de 300 cães e gatos que aguardam por um dono
cula o animal ao dono. Então, se por acaso encontrarmos o animal pela rua, com o leitor conseguimos identificar se está cadastrado conosco e localizamos o responsável pelo abandono”, explica Hilton Lang, coordenador do CCZ. Segundo Lang, os animais adultos têm maior dificuldade em ser adotados. Porém, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, eles se adaptam
à rotina facilmente, desde que tratados com amor e carinho, como ocorre com os filhotes de cães e gatos. “A pessoa que adotar um animal deve estar consciente de que será responsável por ele durante todo o período de sua existência. É preciso alimentar, educar e cuidar”, complementa. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3441-3548 ou 3451-3546.
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Limeira
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história
O bairro que nasceu dos sonhos dos “sem casa” Moradores do Dom Oscar Romero venceram barreiras e preconceitos na luta por moradia Por Lauany Rosa do à construção do aeroporto municipal. No entanto, na primeira manhã, policiais retiraram os ocupantes a mando do ex-prefeito Jurandyr Paixão – um episódio que iria se repetir diversas vezes. “Eles vinham e desmanchavam os barracos, colocavam as pessoas e os pertences em uma caçamba, e despejavam tudo perto de Cordeirópolis. O Jurandyr Paixão não gostava dos ‘sem casa’ e nem de gente pobre”, afirma a líder comunitária Francisca Félix, a dona Chica, de 65 anos. Durante pouco mais de um ano, o grupo acampou em diversos pontos de Limeira. Comovidos com as dificuldades dessas pessoas, os padres e freiras da paróquia São José resolveram ajudar. O padre Geraldo Rondele tomou a iniciativa de reverter R$ 30 mil arrecadados na Campanha da Fraternidade de 1994 para esses desabrigados e criou a Pas-
reprodução
Muitas pessoas que passam pelo arborizado bairro Dom Oscar Romero e observam as ruas espaçosas, casas amplas e acabadas, centro comunitário, biblioteca, parquinho de criança e praça não imaginam que o local já foi conhecido como “bairro da lona preta”. Tudo começou em 1993, quando a união de cerca de 2.000 cidadãos autodenominados “sem casa”, com inspiração nos movimentos de moradia, resolveram mudar radicalmente sua história. “Tinha gente de Limeira, Campinas, Araras, Piracicaba, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará. As pessoas vieram em busca de melhores condições de vida, mas ao chegar se depararam com o desemprego e sem condições de pagar aluguel”, relembra a empregada doméstica Dinalva Barbosa, de 59 anos. A primeira ação do grupo foi ocupar um terreno no Jardim Ernesto Kuhl destina-
toral da Moradia, para debater as melhores alternativas de auxiliá-los. A solução encontrada foi a compra de um terreno na região leste da cidade. O problema, porém, foi o valor de R$ 65 mil. O padre, então, negociou com os proprietários e propôs ao grupo que o dinheiro arrecadado fosse empenhado como entrada para aquisição do terreno, sendo o restante pago pelas famílias que ali viveriam. “Nós aceitamos a proposta. O padre di-
Em 1996, 53 crianças, com idades variadas, viviam no Dom Oscar Romero. A maioria não estava matriculada na escola, não tinha certidão de nascimento, roupas e calçados. Os padres da Igreja São José mais uma vez intercederam com uma nova campanha, para atender essas urgências. Dona Chica foi a responsável por matriculá-los nas escolas. “Procurei vagas em todas, mas sempre recusavam. A maioria das diretoras sequer me atendia, porque a gente era sem-teto.”
lauany rosa
Crianças excluídas da escola
Inconformada, um dia ela levou todas as crianças que estavam sem estudar para a Escola Estadual Luigino Burigotto e as colocou em uma
sala de aula. A diretora não gostou do que viu e acionou a polícia. Entretanto, elas se recusaram a sair de lá até que depois de longas horas de negociação as vagas e as matrículas passaram a existir. “Foi tudo muito difícil, porque as crianças eram as excluídas das excluídas. Na escola, falavam que elas seriam prostitutas e trombadinhas. Mas no fim, das 53 crianças, saíram dois professores de educação física, um de capoeira e um engenheiro civil.”
vidiu o terreno em 43 partes e determinou que pagássemos R$ 25 ao mês por cada lote, que em cerca de sete anos daria para quitar o terreno”, conta dona Chica. No dia 3 de setembro de 1995, 46 famílias tomaram posse de um pedaço de terra. Inicialmente, as casas foram construídas com madeira e lona. “Quem tinha mais dinheiro fazia de ‘madeirite’ ou ‘brasilite’, os outros faziam de lona mesmo.” A aversão ao novo bairro que germinava era grande e
parte da população associava o lugar propositalmente a violência e a prostituição. “Nos outros bairros, as pessoas não gostavam muito da gente. Nos chamavam de ‘lona preta’. Mas todo mundo do bairro sempre foi trabalhador, só que não tínhamos condições financeiras. Era ruim ouvir o que falavam de nós”, lamenta a líder comunitária. O bairro foi crescendo timidamente, com o nascimento de ruas, até ser batizado de Dom Oscar Romero, em homenagem a um bispo de El Salvador morto durante o regime militar daquele país, na década de 1980, por defender os pobres e ser comprometido com a justiça social e a promoção da paz. Vencido o primeiro desafio da moradia, os moradores do novo bairro precisaram manter-se unidos, para se inserirem socialmente contra o preconceito.
A força da união Com muito esforço, as ruas do bairro foram asfaltadas, as redes elétrica e de esgoto instaladas e o bairro ganhou forma. Na terceira geração de crianças, o Dom Oscar Romero possui um centro comunitário, uma biblioteca, um parque para as crianças e uma praça, tudo construído com o dinheiro e a união dos moradores e voluntários doadores. No centro comunitário, projetos como o Reciclando Sonhos – em que as mora-
doras recebem o curso de costura, aprendem a reciclar materiais, confeccionar roupas e gerar renda para si – repercutem em toda a cidade. Além disso, anualmente, Dona Chica promove com a comunidade as festas de Dia das Crianças e de Natal. “A gente aprendeu a dividir o que tem e vimos que quando cada um dá um pouquinho, independente do que seja, conseguimos o bastante para fazer as coisas mudarem”, conclui a líder comunitária.
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4 Reforma política
Movimentos sociais defendem Constituinte Exclusiva Os protestos de junho de 2013 não puderam ser camuflados ou totalmente manipulados pela grande mídia. Milhões de jovens indignados ocuparam as ruas do país e se manifestaram contra os problemas de infraestrutura, além do atual modelo político do país. Em junho, como resposta às manifestações, a presidenta Dilma Rousseff fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV e propôs a adoção de cinco pactos (responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte e educação). A convocação de uma constituinte para debater a reforma política foi um dos temas mais polêmicos e
divulgação
Democracia participativa e financiamento público de campanha são as principais urgências
imediatamente refutado por grupos que se encontram no poder. A ideia, naquele momento, não avançou, mas a esperança de mudar permaneceu
viva aos olhos dos maiores interessados: os movimentos sociais e sindical propõem um plebiscito ao povo brasileiro. Esses movimentos defen-
dem uma constituinte exclusiva para este ano. Ou seja, a realização de uma assembleia de representantes eleitos pelo povo, que debata especifica-
mente temas e regras para o sistema político – a Constituição Federal é de 1988 e organiza todas as leis e princípios do país. De acordo com o secretário de Políticas Sociais da CUT/SP, João Batista Gomes, a Constituição vigente carrega heranças do período ditatorial brasileiro. “Hoje, são os grandes grupos econômicos e as grandes empresas que têm força para eleger deputados e senadores. Isso precisa mudar.” Dentre as mudanças defendidas pela CUT, está a democracia participativa, que possibilita a construção de referendos, plebiscitos e a participação efetiva do povo em conselhos e conferências.
Dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostram que há uma distorção no sistema eleitoral: dos 594 parlamentares (513 são deputados e 81 senadores) eleitos há três anos, 273 são empresários, 160 são ruralistas, 66 fazem parte da bancada evangélica e apenas 91 são da bancada sindical. Ou seja, os que falam pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil representam uma minoria, quando deveria ser o contrário. As entidades populares e sindicais são unânimes em afirmar que a maioria das cadeiras do Congresso Na-
cional é ocupada por homens brancos e que em grande parte representam a elite econômica, com interesses privatistas. A distribuição no parlamento também exclui quase por completo afro-descendentes, populações tradicionais, grupos que lutam por igualdade de gênero e lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT). As mulheres, por exemplo, mesmo sendo a maioria da população, ocupam 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no Senado. A coordenadora da Marcha Mundial de Mulheres, Sônia Coelho, defende que mulheres, negros, indíge-
nas e outros grupos excluídos ocupem as cadeiras do Congresso, para uma efetiva democracia representativa. “Levaremos, a partir de agora, o plebiscito por uma constituinte exclusiva e a reforma política como temas centrais a serem discutidos nos espaços da sociedade, como nas escolas. Trabalharemos focadas nessa questão no dia 8 de março de 2014 (Dia Internacional da Mulher)”, afirma. A militante do Levante Popular da Juventude Juliane Furno afirma que esse ano será um momento de despertar a consciência dos jovens brasileiros pela defesa de uma maior participação da juven-
divulgação
Representacão no Congresso é pouco democrática
tude no Congresso, que hoje é sub-representada. “Vamos dialogar de forma pedagógica com os nossos, pois os jovens
devem ocupar os espaços de poder, para lutar também pela reforma política e pela soberania popular do país.”
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5 cidade
Financiamento
Zoo sem previsão de inauguração
O presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, afirma que a democracia vai além da escolha de candidatos nas eleições. “A população deve participar de forma direta das decisões políticas, inclusive as que envolvem o financiamento de campanha eleitoral. Isso é possível com um plebiscito”, explica. Para se ter ideia do poderio privado, o Banco Alvorada S.A. foi multado em R$ 45 milhões pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, em novembro de 2013, por conta de uma doação de R$ 54 milhões a comitês de campanhas políticas no ano de 2010 (o banco ainda está recorrendo da decisão). De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2012, as empresas privadas doaram 95%
dos recursos totais da campanha eleitoral. Para o secretário da CUT, esses números indicam as causas do agravamento das crises de representação política observadas em junho e julho. “Como ter certeza de que as empresas não esperam ou exigem nada em troca? Isso, inevitavelmente, provoca desconfiança no povo brasileiro. Como diz o ditado popular: quem paga a banda escolhe a música”, alerta João Batista. Os movimentos sociais e os sindicatos, em geral, sugerem o financiamento público de campanha eleitoral, para que os candidatos não dependam do dinheiro de grandes empresas. A proposta tem como objetivo inibir a corrupção, a força do poder econômico e baratear as eleições.
Plebiscito: como será? A consulta popular ocorrerá entre os dias 1º e 7 de setembro e uma única pergunta será feita à população: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”.
Em São Paulo, o Comitê Estadual do Plebiscito Popular foi criado no dia 30 de novembro de 2013. Até março, outros comitês serão formados por regiões e cidades do interior e litoral.
O novo zoológico municipal de Limeira, que tinha a inauguração prevista para dezembro de 2013, segue sem previsão de inauguração e início das atividades. O zoo, localizado próximo ao Horto Florestal, começou a ser construído em 2008 e já custou mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos. Inicialmente, esse novo espaço, com capacidade para abrigar 250 animais, tinha previsão de entrega para junho de 2010. Os atrasos na obra e as irregularidades do projeto, como a falta de setores de nutrição, quarentena e ambulatório veterinário, fizeram com que a entrega fosse postergada para 2012. Entretanto, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) fez uma vistoria na-
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Augusto Coelho/CUT
Prefeitura responsabiliza pichações por novo atraso
quele ano e determinou a obrigatoriedade das adequações. O novo prazo passou para março de 2013, mas tão logo mudou para dezembro. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Bioatividades, uma nova vistoria no zoológico foi solicitada no mês de novembro, mas devido às pichações realizadas no primeiro dia de 2014, a pasta acredita não haver tem-
po hábil para a entrega (a vistoria é válida por 120 dias). Em nota à imprensa, o secretário Alquermes Valvasori informou que a entrega da obra pode atrasar ainda mais por conta do ato ocorrido: “O vandalismo realizado na forma de depredação de um bem público somente trouxe prejuízo aos cidadãos que, na sua grande maioria, anseiam pela abertura do novo zoológico”.
Pichações em forma de protesto No dia 1º de janeiro, o novo zoológico foi alvo de pichações. Ao contrário dos atos que atingiram o Parque da Criança, a Escola Estadual Professor Paulo Chaves, o moinho e a capela do Horto – que além de pichações também foram depredados e incendiados –, o episódio do zoo apre-
sentava determinações políticas explícitas nos dizeres “Libertação Animal” e “Qual crime esses animais cometeram?”, assinados pela “ALF” – sigla em inglês para Frente de Libertação Animal. Em nota, o secretário de Meio Ambiente Alquermes Valvasori afirmou que “atos de vandalismo que acarretam
prejuízos ao bem comum não condizem com a legítima expressão da democracia”. Segundo o documento, meios legais estão sendo utilizados para encontrar os responsáveis. Um Boletim de Ocorrência foi aberto na polícia e a segurança do Horto Florestal será reforçada.
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6 cidade II
Mais um mês de janeiro com enchentes e destruição Prefeitura instala pluviômetro e promete a construção de piscinão no Centro No Centro, alguns comerciantes perderam mercadorias. Elza Simonelli, presidente da Associação Mercado Modelo, conta como os associados do estabelecimento lidam com as enchentes: “A maioria tem contenção na entrada de suas lojas, mas sempre que começa a chover colocamos as mercadorias para cima”, diz, enfatizando que os comerciantes se mantêm na esperança de que o prefeito Paulo Hadich (PSB) construa um piscinão na região. A entrada do bairro Cecap, próxima à baixada do Ribeirão Barroca Funda também foi prejudicada pelos temporais. O aposentado Euclides Neto, de 84 anos, relembra que a região começou a sofrer com as enchentes após a construção de um muro na lateral da Avenida Fausto Esteves dos Santos (no trecho que passa sobre o rio).
reprodução
Chuvas torrenciais marcaram as primeiras semanas de janeiro e fizeram com que conhecidos pontos de Limeira voltassem a alagar, causando uma série de danos. Por todo o município, árvores foram arrancadas, bens ficaram destruídos e parte da população teve suas casas invadidas pelas águas – um cenário recorrente em todo início de ano. No dia 1º de janeiro, uma tempestade formou pontos de alagamento nas avenidas Laranjeiras, Araras, Piracicaba e na marginal do Ribeirão Tatu. O viaduto da Ponte Preta, a entrada do bairro Cecap e o Mercado Modelo ficaram intransitáveis. A abundante quantidade de água também fez com que caísse parte dos muros da Escola Estadual Ely de Almeida Campos e do cemitério da Saudade.
“A água bate no muro, que não a deixa passar e faz com que tudo alague. A chuva do dia 1º foi tão forte que levou a passarela.” Segundo o secretário de Obras Marcelo Coghi, desde o ano passado, a Prefeitura adota providências para amenizar os estragos das chuvas. “Foi realizado o desassoreamento de alguns córregos e bacias pluviais, além das limpezas e microdrenagens dos bueiros.”
Nos locais mais baixos, como a Avenida das Laranjeiras ou o Mercado Modelo, o secretário afirma que as bocas de lobo são insuficientes para o escoamento. “O lixo e os galhos de árvores que se juntam nos bueiros dificultam a passagem da água. Não basta apenas a Prefeitura limpar, a população tem que se conscientizar de que não pode jogar lixo nas ruas.” Entre os projetos de combate
às enchentes, está a construção de um piscinão no Jardim Piratininga. A obra custará R$ 25 milhões e será feita com verba do governo federal. “A construção começa neste ano. O piscinão deve demorar em torno de dois anos para ficar pronto e vai auxiliar no escoamento de água da região central, fazendo com que o Mercado Modelo deixe de alagar”, explica Coghi. Um pluviômetro automático foi instalado na ponte sobre o Ribeirão Tatu, próximo à Ponte Preta. O aparelho serve para registrar, através de dados computadorizados e fotografias, a quantidade de chuva e a elevação do nível do rio em tempo real – capaz de evitar possíveis danos. Além do aparelho instalado no Jardim São Paulo, outro equipamento deve ser instalado no Parque Nova Suíça.
saúde
Prefeitura contrata 22 agentes de controle da dengue O período de chuvas exige cuidado redobrado com os focos do mosquito da dengue. Em 2013, Limeira registrou 1.236 casos de infecção e decretou situação excepcional de emergência – no ano anterior, a cidade apresentou apenas 46 casos. Para evitar que o mesmo ocorra neste ano, 22 novos agentes de controle da dengue foram contratados e devem começar a trabalhar ainda em janeiro.
divulgação
Em 2013, cidade viveu epidemia da doença com 1.236 casos registrados
Segundo o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Hilton Lang, no primeiro semestre de 2013
poucos bairros foram visitados para o combate ao mosquito Aedes Aegypti devido à falta de agentes. “Quando alguém é infectado, a equipe da CCZ monitora oito quadras ao redor da casa da pessoa à procura de criadouros do mosquito. A cada caso, um trabalho de mapeamento é realizado e exige que as equipes deixem outros locais em segundo plano para focar na área em questão.” Lang ainda atenta ao perío-
do das férias de verão, que facilita o aumento do número de casos. “As pessoas viajam e a água pode ficar acumulada em alguns lugares da casa. Também tem muita gente que volta de outras cidades com dengue e vira foco da doença.” O órgão acredita que com os novos agentes pelo menos três visitas de vistoria poderão ser realizadas em todos os bairros da cidade em 2014. No entanto, o coordenador do CCZ alerta que além do
trabalho da Prefeitura, os limeirenses também devem guardar as garrafas de cabeça para baixo; manter a caixa d’água limpa e fechada; evitar o acúmulo de água em lajes, calhas, pneus e vasilhames expostos nas áreas externas; eliminar, furar, amassar e virar potes, pneus, latas, ou tratar com água sanitária e cloro esses itens, para combater os focos dos mosquitos transmissores da dengue.
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Perfil
A história de José Heflinger, um historiador autodidata Limeirense obteve reconhecimento por pesquisar a origem da cidade e a imigração europeia
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Um senhor de cabelos brancos, óculos de grau, que trabalha atrás de pilhas de papéis no Palacete Levy, tem a história particular intrínseca à história da cidade. Com mais de 20 livros publicados, o autodidata José Eduardo Heflinger, o Toco, tornou-se especialista em imigração europeia, reconhecido pelo mundo acadêmico em palestras que dá para mestres e doutores de universidades do Brasil e da Europa.
Desde muito cedo, Heflinger esteve cercado por livros. Seu pai era professor de história e português e sua mãe dona de casa. No entanto, ele demorou a desenvolver gosto pela escrita. Na juventude, viveu muitas aventuras ao lado da esposa Maria Helena (com quem teve cinco filhos), como a viagem pelo Brasil de carona. Naquela época realizou os mais diversos trabalhos para sobreviver: foi músico, deu aula de português
nos Estados Unidos até voltar ao Brasil para lecionar a língua nativa aos estrangeiros de empresas multinacionais. Aos 30 anos, o desemprego trouxe Heflinger de volta à cidade. Durante um ano, ele e a família venderam pães e sacarias nas fazendas da área rural, para tirarem o sustento. Foi quando um amigo o aconselhou a criar uma revista e surgiu o interesse pela pesquisa da história da cidade natal.
Revista Povo
A vida de pesquisador
Em 1984, Heflinger criou a revista Povo, que retratava os tipos populares de Limeira. “A primeira capa foi com o mendigo mais famoso da cidade, o Zé Sessenta. Depois, coloquei o maior vagabundo, o sujeito que fica pedindo esmola na praça”, conta. Com linguagem e diagramação simples, o periódico mensal conquistou os limeirenses, que se tornaram assinantes ou compravam os exemplares nas bancas. As peculiaridades da cidade também passaram a compor a revista. “Descobri
José Heflinger já dedica mais de três décadas à pesquisa sobre a história e a imigração em Limeira. Hoje, seu trabalho é financiado por empresários brasileiros e embaixadas europeias. “Eles me mandam para a Europa, onde fico por dois meses pesquisando a emigracão de determinado povo para o Brasil e os vestígios da emigração de parceria nos arquivos, museus e universidades.” A emigração de parceria foi criada pelo senador Nicolau Vergueiro e atraía ale-
que Limeira tinha uma história muito rica e que poucos conheciam. Comecei a pesquisar os documentos originais de sua fundação e do século XIX nos arquivos públicos e particulares. Quanto mais eu descobria, mais eu me interessava e queria pesquisar”, relembra. A revista Povo existe há 30 anos e “nunca falhou uma edição”, afirma o fundador. Embora tenha deixado de circular nas bancas de jornal, a publicação ainda possui mais de 600 assinantes.
mães, suíços e portugueses para trabalhar no Brasil na primeira metade do século XIX. O sistema oferecia terras para o plantio e moradia nas fazendas, com a condição de o imigrante doar um percentual do lucro da colheita ao Estado. Segundo Toco, aproximadamente 600 mil estrangeiros se instalaram no Brasil por meio desse sistema. As pesquisas de Heflinger dão-se em bases documentais. Nas viagens ao Velho Mundo, ele visita os ducados, condados e reinados que enviavam pessoas para participar do sistema de parceria e reúne e
microfilma o maior número possível de registros sobre a emigração. Todo esse trabalho já rendeu mais de 20 livros, que têm as edições mais antigas esgotadas. Contudo, é possível encontrar os títulos mais recentes em livrarias de todo país. Entre eles estão Memória de Varga; Ibicaba: o berço da imigração europeia de cunho particular; E os italianos chegaram; Recordações de infância de Carlota Schmidt no Ibicaba; Fazendas históricas da Província de São Paulo.
Projetos em andamento no Brasil e no mundo Nos últimos seis anos, Heflinger tem feito palestras sobre emigração no Congresso Alemão de Lusitanistas. Em 2012, a pedido do Ballinstadt Auswanderer Museum, de Hamburgo, na Alemanha, montou
a exposição Auswanderung nach Brasilien über das Halbpachtsystem (Emigração ao Brasil pelo Sistema de Parceria), que tem espaço fixo no museu, com 26 painéis retratando a história das fazendas que abrigaram colônias de
imigrantes europeus. O trabalho lhe rendeu o convite para assessorar na reformulação do Johann Jacobs Museum (Museu do Café de Zurich, na Suíça). No Brasil, ele auxilia estudos de mestres e doutores que
trabalham com imigração europeia. Toco também foi um dos idealizadores da Fundação Pró-Memória de Limeira, onde cuida da pasta de memória histórica. E o pesquisador quer mais. “Eu tenho muito material, mas
quanto mais você pesquisa e estuda, mais você descobre que é um ignorante no assunto, porque cada vez encontra um novo documento que lhe dá uma nova ótica e vontade de prosseguir pesquisando.”
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8 foto síntese – Ribeirão Tatu
Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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© Revistas COQUETEL
Loteria da Caixa em que se escolhe um clube do coração
Método usado em exa- Besouro, mes de gravidez ven- em inglês didos em País onde se localiza farmácia a Galileia
Cenário de "Procurando Nemo" (Cin.)
Objetivo; projeto 2, em romanos
Que acontece no período da tarde
Estado da Revolução Farroupilha (sigla)
Qualidade da pessoa higiênica
Instituto Nacional do Livro (sigla)
País asiático, tem o muay thai como esporte nacional
(?) Nin, autora feminista
Marco (?), ator de "A Grande Família" (TV) Fábrica de objetos de barro
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
Instituto Nacional do Livro (sigla)
Função da coluna, na Arquiwww.coquetel.com.br tetura Base da divisão social no Antigo Regime
(?) plásticas:
1 7 3 8 horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). 9 7 2 4 6 3 72 1 7 2 3 28 5 6 5 9 1 57 17 4 BANCO 7 3 8 7 Solução 9 7 24 5 5 15 1 4 4 7 9 2 5 5 1
Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. poluem o Os algarismos não podem sePreencha repetir nas linhas verticaisvazios e os espaços com ambiente algarismos de 1 a 9. Bucais Cofundador da Palavra de horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). ONG Gol ordem do Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais
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Falta de Chuva sucesso constante fina e prolongada Que possuem outro lugar de origem (fem.)
70
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I N I T I E N D T E O S P T R A A T U I S A I
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N A N O I L N I A R A I P A O I S O A C M O
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B M E MA P E R T I L A E S A S N O E A L I I O S A G E P O R A R O R A S
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5/anaïs. 6/beetle — status. 7/intento. 10/caiporismo.
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O traje da festa "black-tie"
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Falta de Chuva sucesso constante fina e prolongada Que possuem outro lugar de origem (fem.)
A modelo de passarela, por seu porte
Embarca© Revistas COQUETEL ção lu-
1 2 8 6 4 5 3 9 7
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Formação para se dançar o tango
A modelo de passarela, por seu porte
Embarcação luxuosa particular
GA LA RA S
Descuidada; negligente
Formação para se dançar o tango
A S S E I O
4 3 5 15 7 4 9
© Revistas COQUETEL
e
Descuidada; negligente
Ao acaso www.coquetel.com.br O deus do amor (Mit.)
A N A I S
apressado
Ao acaso O deus do amor (Mit.)
5/anaïs. 6/beetle — status. 7/intento. 10/caiporismo.
de Letra
Bucais Palavra de ordem do apressado
Cofundador da ONG Gol de Letra
OM
7
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T E S T E D E U R I N A
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Centro de estética Para (red.)
C
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Construiu a Arca Reprimenda
(?) plásticas: poluem o ambiente
I
Fragrância utilizada em pastas de dentes
Centro de estética Para (red.)
I A
Nascente
(?) Rebelo, ministro
Construiu a Arca Reprimenda
Fragrância utilizada em pastas de dentes
TE
muay thai como (?) Nin, esporte autora nacional© Revistas COQUETEL feminista
Base da divisão social no Antigo Regime
Nascente (?) Rebelo, ministro
E R O S
Qualidade
pessoaalgarismos de 1 a 9. Preencha os espaços vazios dahigiênica com Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e País asiático, horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). tem o sudoku
Função da coluna, na Arquitetura
A G O R A
Estado da Revolução Farroupilha (sigla)
Marco (?), ator de "A Grande Família" (TV) Fábrica de objetos de barro
P A R
Que acontece no período da tarde
Objetivo; projeto 2, em romanos
Cenário de "Procurando Nemo" (Cin.)
C A S T I G O
Método usado em exa- Besouro, mes de gravidez ven- em inglês didos em País onde se localiza farmácia a Galileia
ana lucia ramos
© Revistas COQUETEL
Loteria da Caixa em que se escolhe um clube do coração
F
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