Jornal brasil atual limeira 28

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limeira

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Jornal Regional de Limeira

jornal brasil atual

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Gratuuiição ta

nº 28

pedágios

Agosto de 2014

opinião

relações perigosas

CPI revela contratos escusos entre governos tucanos e concessionárias em SP

bradesco Sindicalista expõe relação entre lucros bilionários e avanço do assédio moral

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trabalho

Infância roubada Indústria de joias explora trabalho de crianças e adolescentes

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videogame reforma política

plebiscito indaga sobre Constituinte Exclusiva Consulta sobre mudanças no sistema político será realizada entre os dias 1º e 7 de setembro em todo Brasil Pág. 6

Kabum! e-sports Equipe limeirense é campeã brasileira e disputa seletiva mundial

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Limeira

2 Opinião

Bradesco: Gestão do Inferno

Na edição de junho da Revista do Brasil, do grupo Rede Brasil Atual, a reportagem de capa “Eles vêm aí, de novo” tratou do tema da especulação nas eleições, principalmente das inúmeras manifestações do mercado financeiro com viés puramente eleitoral. Em 1989, quando Lula disputou sua primeira eleição presidencial e perdeu para Collor – que recebeu uma boa ajuda da TV Globo e depois deu no que deu –, o empresário Mario Amato chegou a vaticinar que, se Lula ganhasse, os empresários iriam embora do país. Após 12 anos, Lula ganhou e provocou enorme mudança na política econômica em meio a crises internacionais, fazendo crescimento a partir da inclusão social: pôs dinheiro no bolso do povo, mexeu no crédito, fez desonerações fiscais e o Brasil acelerou seu crescimento. Desta vez foi o banco espanhol Santander que se meteu em fazer política, reiterando o discurso dos especuladores sobre “o fim do Brasil”, com um pretenso comunicado a clientes de alta renda. O banco sofreu a mais dura invertida em toda sua trajetória no Brasil. A Internet “bombou” condenando a posição do banco dirigido por Emilio Botín, mesmo após a sua retratação e demissão do gerente responsável pela mensagem. Estamos a pouco menos de dois meses das eleições e o tiroteio é forte. Recomendamos que os leitores do jornal Brasil Atual deixem de lado o ódio e procurem se informar com opiniões seguras e de credibilidade. O que está em discussão é um retrocesso aos governos neoliberais ou o avanço em conquistas populares e sociais.

jornal on-line Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique <www.redebrasilatual.com.br/jornais> e escolha a cidade. Críticas e sugestões jornalba@redebrasilatual.com.br ou jornalbrasilatual@gmail.com facebook jornal brasil atual twitter @jorbrasilatual

à população, que já paga altas tarifas e está cada vez mais insatisfeita com o Bradesco.

configura em assédio moral. Os funcionários devem ser tratados com respeito e dignidade. A pressão e o desrespeito faz com que os bancários adoeçam, e não contribuem em nada para a melhoria no atendimento

Dalva Radeschi, 58, é diretora do Sindicato dos Bancários de Limeira e diretora da Fetec-Cut/SP.

Gênero

Mulheres contra a violência Evento celebra oito anos da Lei Maria da Penha No dia 7 de agosto, o Conselho da Mulher, a Procuradoria Especial da Mulher e o Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom) de Limeira realizaram um evento, na Praça Toledo de Barros, para celebrar os oito anos da Lei Maria da Penha – que coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. O ato ofereceu orientação jurídica, assistência social e um espaço de beleza, onde as mulheres puderam renovar o visual, além de exames básicos de saúde.

giovanni giocondo

editorial

No balanço divulgado pelo Banco Bradesco, o lucro do primeiro semestre de 2014 foi de R$7,2 bilhões, representando um crescimento de 22,9% em relação ao mesmo período o ano passado. Porém, nem todo esse lucro é o bastante para que o banco invista na qualidade de sua gestão. Com métodos ultrapassados, ainda na “lei do chicote”, as reuniões são pautadas por ameaças aos bancários e terrorismo para o cumprimento das metas. Demissões e transferências são temas constantes e presentes no cotidiano das agências, onde sobra trabalho e faltam funcionários. Tudo isso se

divulgação

Lucros bilionários não fazem banco frear assédio moral

A presidente do Ceprosom, Ana Maria Sampaio, considera que a ação em conjunto é necessária para que se conquistem direitos e difundam os debates sobre questões de gênero.

Ela lembra que em breve a cidade terá a Rede Mulher, que ampliará as ações em defesa das mulheres. Para a vereadora Érica Monteiro (PT), integrante da Procuradoria Especial da Mulher, “quando as mulheres começam a lutar por seus direitos, passa a haver uma conscientização da população. A mulher ganha com uma nova estrutura, porque ela fica mais forte no trabalho e na família, mas ainda é preciso muita luta para que os casos de agressões sejam reduzidos”.

Expediente Rede Brasil Atual – Limeira Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Secretário de Redação Enio Lourenço Redação Ana Lucia Ramos, Giovanni Giocondo, Ivanice Santos e William da Silva Revisão Malu Simões Foto Capa <vozdoaposentado.org.br> Diagramação Leandro Siman Telefone (19) 99264-6550 – (11) 3295-2820 Tiragem: 15 mil exemplares Distribuição Gratuita


Limeira

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trabalho

A exploração do trabalho tem o rosto jovem Indústria de joias segue utilizando crianças e adolescentes em linhas de produção informais

giovanni giocondo

Um estudo elaborado em 2007 pelos pesquisadores Rodolfo Vilela e Marcos Antonio Ferreira, da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) constatou que 27% dos alunos da rede pública estadual de Limeira trabalhavam na montagem e na solda de joias e bijuterias. Desse total, 20% tinham menos de 17 anos, e estavam dentro de um fluxo produtivo que continua a se proli-

ferar na cidade: o trabalho infantil, precário e prejudicial à saúde, à educação e ao desenvolvimento físico e psíquico. Segundo informações do Sindicato das Indústrias de Joias (Sindijoias), mais de 150 empresas clandestinas operam na cidade e cerca de 12.000 trabalhadores atuam na informalidade. O negócio é lucrativo para as grandes corporações,

que estão no final desta cadeia produtiva, e responde por cerca de 40% da economia limeirense. No entanto, o mesmo retorno financeiro não ocorre entre os trabalhadores terceirizados: um soldador experiente (não é o caso dos adolescentes), por exemplo, recebe uma média de R$ 500,00 por mês (menos que um salário mínimo, atualmente em R$ 724,00).

Erradicação do trabalho infantil

Segundo Luis Eduardo Lacorte, Coordenador do Núcleo de Vigilância em Saúde do Trabalhador do Programa deSaúde do Trabalhador (PST) de Limeira, as indústrias pagam entre R$ 5 e R$ 10 pela montagem de 1.000 peças simples – na soldagem pode chegar até R$ 25. “A produção informal chega às casas de pessoas de baixa renda e é feita de forma descontrolada, dentro de um sistema de metas, que força o trabalhador a extrapolar seus limites”, conta. Tiago Santana, auxiliar de serviços gerais no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro CECAP, diz que, entre os 11 e os 16 anos, produziu joias em uma linha de montagem dentro da própria casa. “Eram 3.000 peças por dia, mas eu fazia isso pra ganhar meu dinheiro, não era obrigado”, revela. O artigo “Trabalho Infantil

Em 2007, foi instalado o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que passou a discutir a implantação de políticas públicas para enfrentar esse desafio. Entre as entidades participantes está o Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom), que congrega centros comunitários e o CRAS. Segundo Sonia Bovi, assistente social do Ceprosom, as entidades têm oferecido às famílias o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

na Indústria de Semijoias e suas Repercussões nos Processos de Escolarização”, elaborado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e da Universidade Federal de Sergipe (UFSE), mostra outra realidade. Em um universo de 183 crianças limeirenses, com idades entre 8 e 12 anos, 73 afirmaram trabalhar com semijoias para garantir o próprio sustento e completar a renda familiar. O estudo de Vilela e Ferreira, de 2007, indicou que aproximadamente 6.000 crianças e adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos, trabalham cerca de 7 horas por dia na montagem, cravação ou soldagem de joias e bijuterias. Para 38,1% dos entrevistados desta pesquisa, “trabalhar dá sono e cansaço na escola”, o que faz com que eles não respondam aos estímulos de aprendizagem e, mais tarde, continuem na periferia das situações de trabalho.

giovanni giocondo

Juventude roubada

Crianças e adolescentes de 6 a 18 anos fazem atividades de música, dança, circo, o que “garante aquisições progressivas de acordo com o ciclo de vida dos atendidos e, em con-

junto com outros trabalhos, previnem a ocorrência de situações de risco social”, explica Bovi. Para Luis Eduardo Lacorte, “enquanto o trabalho infantil não representar um problema para o empresariado e eles não se envolverem nessa transformação, dificilmente as políticas públicas existentes vão conseguir eliminar esse problema”. A Associação Limeirense de Joias (ALJ) não atendeu à reportagem.

Danos físicos permanentes A solda fria é a maior vilã para a saúde dos que trabalham com joias. Pelo procedimento, o ourives “banha” a peça em chumbo, boro ou cromo dentro de um pires e faz a liga com o metal por meio da solda movida a energia elétrica.

Sem proteção adequada, a fumaça da fundição e o contato com os produtos pode levar a perda das digitais, irritação das vias respiratórias e queima da pele. Para o Secretário de Saúde de Limeira, Luiz Antonio da Silva, esse é o maior problema com o qual o poder público se

depara. “As substâncias têm efeito cumulativo no corpo, e também vão para a comida e para a água, mas as pessoas não sabem do perigo.” As trabalhadoras ainda podem apresentar problemas na gestação, como abortos ou má-formação de fetos.


Limeira

4 pedágios

CPI revela contratos escusos dos governos tucanos em SP Tarifa mais cara do Brasil pode ter levado concessionárias a lucros irregulares de R$ 2 bi Por Giovanni Giocondo

giovanni giocondo

O valor da tarifa dos pedágios em 19 rodovias do Estado de São Paulo, que são concedidas à iniciativa privada desde 1998 (governo Mário Covas), sofreu reajuste médio de 5,29% no dia 1º de julho de 2014. O aumento foi adotado pouco mais de um ano após as manifestações de 2013, que levaram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a “congelar” os preços.

Paralelamente, ocorre na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), desde abril, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura suspeitas de irregularidades em contratos firmados entre gestões do governo estadual (todas do PSDB) e as concessionárias das rodovias – durante três anos, a CPI foi bloqueada pela base governista.

As investigações têm mostrado diversas medidas ilegais e cálculos errôneos adotados pelos governos tucanos (desde 1994 no Estado), como a concessão de lucros exorbitantes às concessionárias, e processos judiciais atabalhoados, que mexem no bolso dos paulistas, os mais afetados pelos valores estratosféricos das tarifas de pedágio no Estado.

Uso das rodovias afeta orçamento de trabalhadores gasta diariamente R$ 15,60 com pedágio. Em 20 dias úteis, são R$ 312,00 deixados nos bloqueios, o equivalente a um terço do valor da faculdade de Renan. “O valor é altíssimo tendo em vista o fluxo de veículos na Rodovia Cândido Portinari”, lamenta.

O representante comercial Yuri Pereira, de 28 anos, morador de Piracicaba, vive situação parecida. Ele viaja cerca de 580 quilômetros por dia pelas rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Marechal Rondon, Castelo Branco, Washington Luiz e Imigrantes.

arquivo pessoal

O trabalhador autônomo Renan da Silva, de 25 anos, morador de Brodowski (região nordeste do Estado), concilia o trabalho com a graduação em educação física na cidade vizinha de Batatais (22 km de distância). Para ir e voltar, ele

Yuri gasta 5% do salário com pedágios. Para ele, as estradas são boas, mas bem mais caras que as de outros Estados. “Uma mudança no sistema rodoviário deveria incluir a manutenção dos serviços, com preços mais baixos”, propõe.

Desde a adoção do reajuste, a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) tem entrado em atrito com o governo estadual, porque queria um aumento maior. Em nota, a entidade disse que considera que a medida foi adotada “unilateralmente” e “sem respaldo jurídico”, por não compensar as perdas com a ausência de reajuste no ano passado, além de “colocar em risco a credibilidade do Programa de Concessão”. Para a Agência de Transporte do Estado de São Paulo

(Artesp), o reajuste está “totalmente previsto nos termos do contrato e da legislação” e “manteve o equilíbrio econômico e financeiro dos convênios”. A agência ainda informou que “não houve falta de diálogo com os representantes das administradoras de rodovias sobre o processo de reajuste tarifário dos pedágios”. Cristovan Granzina, do Movimento Passe Livre nos Pedágios (MPLP), afirma que o reajuste é uma medida de “bandeira falsa” do atual governo, Artesp e concessionárias. “O aumento é um disfar-

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O toma lá da cá do governo e das concessionárias

ce para que um teto superior [de cobrança] seja obtido nos tribunais e o ônus fique com o judiciário”, explica. Apesar do congelamento das tarifas em 2013, o governo do Estado soltou uma portaria em julho do mesmo ano, benefician-

do a arrecadação das concessionárias. A partir dela, o ônus variável pago pelas concessionárias à Artesp foi reduzido pela metade, de 3% para 1,5%. Para o deputado estadual Gerson Bittencourt (PT), relator da “CPI dos Pedágios”, o mecanismo “é frágil para um contrato dessa magnitude, sobretudo pela falta de termos aditivos para ratificar essa decisão”. A portaria também determinou que as empresas passassem a ter o direito de cobrar dos caminhoneiros a tarifa por eixo suspenso do veículo, nos mesmos moldes das rodovias federais.

Para Luiz Carlos Neves, presidente da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat), chegará um momento em que o caminhoneiro “terá de parar de trabalhar devido aos preços dos pedágios”. O caminhoneiro, que também reclama da segurança de algumas rodovias paulistas, ressalta que o custo final do frete das mercadorias, com as novas tarifações, é repassado ao comércio, à indústria, à agricultura e à população em geral.


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Outro fator nebuloso que impera no sistema rodoviário paulista é a cobrança das tarifas de pedágios baseada na conjuntura econômica do país. Em 67% das rodovias, os valores são reajustados conforme o avanço da inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Entre junho de 1998 e maio de 2013, a variação do IGP-M foi de 248%. No entanto, a inflação oficial (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) nesse período, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 152%. Essa é uma das pautas da CPI dos Pedágios. Segundo o deputado estadual Antonio Mentor (PT), vice-presidente

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Índices colocam tarifas e convênios em xeque

da Comissão, os aumentos adotados ao longo dos anos não levaram em consideração a “melhoria da situação econômica e a redução dos riscos de investimentos no Brasil”. Entre 1998 e 1999, quando as concessões das rodovias foram iniciadas em São Paulo, a taxa básica de juros (Selic) chegou a ultrapassar os 42% ao mês, nunca

ficando abaixo dos 19%. Como forma de garantir o aporte financeiro das empresas, o governo do PSDB estabeleceu em 70% das concessões uma Taxa Interna de Retorno (TIR) em torno de 20%, para que as empresas não tivessem prejuízo. Mesmo com os juros caindo gradativamente ao longo dos anos e fixados em 10,9% no último mês de julho, a

TIR não foi reduzida. Essa diferença pode ser sentida na disparidade entre o custo das viagens em rodovias sob o modelo tucano, mais caro, e aquele pago em rodovias federais, sob concessão em um sistema que privilegia o menor preço da tarifa. Uma ida de São Paulo a Presidente Prudente, que totaliza 558 km, custa R$ 77,70 só em pedágios de três rodovias. Já da capital paulista até Belo Horizonte, que dá 562 km pela rodovia Fernão Dias, gasta-se R$ 12,00 com os bloqueios. Um estudo da consultoria Austin Rating, de 2009, constatou que a rentabilidade média de 15 empresas concessionárias em São Paulo foi de 30%. Só a CCR/Autoban, que rege o sistema Anhanguera-Bandeirantes, teve alta de

80,5% nos lucros líquidos. Em 2013, juntas, as concessionárias arrecadaram R$ 6,891 bilhões, segundo projeções do Pedagiômetro – ferramenta que projeta faturamento das concessionárias com base em relatórios de arrecadação oficial. Até o dia 4 de agosto, as empresas acumulavam pouco mais de R$ 4,311 bilhões em 2014. Contudo, o valor absoluto é misterioso até mesmo para a Artesp. Em depoimento à CPI dos Pedágios, o engenheiro Alexandre Gonçalves, funcionário da holding que controla a concessionária Colinas/Triângulo do Sol, afirmou que a agência não tem acesso em tempo real à arrecadação das praças de pedágio.

Uma semana antes da abertura da CPI, em abril, o governo paulista, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), ingressou na Justiça com uma ação de nulidade de ato jurídico contra quatro concessionárias: Autoban, CCR Via Oeste, Ecovias e Colinas/ Triângulo do Sol, A ação pretende cancelar os aditivos contratuais assinados pela Secretaria Estadual de Transportes com essas empresas no final de 2006, quando os convênios foram renovados por mais oito anos, durante a gestão do governador Claudio Lembo – vice de Alckmin na época, que assumiu o cargo para o atual governador disputar a Presidência da República. Na ação, a PGE baseou-se em estudo elaborado pela Fundação Instituto de Pesqui-

sas Econômicas (FIPE), que demonstrou que o cálculo do reequilíbrio financeiro usado na época levou em consideração “receitas totais estimadas (fictícias), e não a receita real das concessionárias com a arrecadação dos pedágios”. A ação diz que a compensação “foi maior do que a perda sofrida pelas concessionárias” e “provocou o desequilíbrio das contas em favor das empresas”. Os aditivos contratuais também elevaram irregularmente a Taxa Interna de Retorno de 19,85% para 21,05%, e foram assinados sem o aval da consultoria jurídica da Artesp. Os cálculos da Fipe apontam um possível ganho extra de até R$ 2 bilhões pelas concessionárias, entre 2007 e 2012. Durante o depoimento à

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A “caixa preta” que pode guardar R$ 2 bilhões irregulares

CPI, o ex-diretor geral da Artesp, Ulisses Carraro (remanejado para outra função pelo governador Lembo), disse que as ações judiciais são um “desespero” do governo estadual para reduzir o valor das tarifas em 2014, ano eleitoral. O ex-secretário estadual de Transportes e ex-presidente da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), Dario Rais

Lopes, que também deixou o governo na época, disse à CPI que os aditivos foram aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e que o Ministério Público Estadual arquivou o processo que questionava a legalidade dos cálculos de reequilíbrio financeiro das concessionárias. Para o deputado Mentor, o governador faz muita “fuma-

ça” em cima do caso, nos mesmos moldes dos processos que envolveram o cartel do Metrô e da CPTM, denunciado pela multinacional Alemã Siemens. “Na resposta ao processo, o juiz disse que a ação era desnecessária porque o governo poderia cancelar a prorrogação administrativamente”, explica. Em depoimentos à CPI, os presidentes das empresas que são alvo da ação da PGE foram unânimes em afirmar que um acordo poderia ter sido feito para evitar o desgaste do processo. Agora, com o trâmite jurídico em pleno ano eleitoral, há um temor entre as pessoas que dependem das rodovias, que uma “guerra fratricida” entre o PSDB e seus aliados onere ainda mais os bolsos dos paulistas, os maiores interessados no serviço.


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6 REFORMA POLÍTICA

Entidades querem Constituinte para sistema político Plebiscito ocorre entre os dias 1º e 7 de setembro; maior participação política está na pauta

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Entre os dias 1º e 7 de setembro, entidades e movimentos sociais realizarão um plebiscito em todo o país, que vai questionar a populacão sobre a criação de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o sistema político. O assunto, entretanto, ainda é desconhecido ou gera dúvida em parte considerável da população. De acordo com Arthur Ragusa, diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), a integração de toda a sociedade é fundamental para a campanha dar certo. “A discussão sobre empode-

Cidadania

ramento e participação política das mulheres, população negra, grupos LGBT é a mais importante para estruturar a nossa campanha. E para que o resultado dela reflita essa estrutura, queremos a Constituinte já”, explicou. O deputado estadual Antonio Mentor (PT) acredita que é fundamental engajar os mais diversos movimentos da sociedade civil nessa campanha, e conquistar a confiança da população. “As pessoas precisam entender que só conseguiremos avançar com as mudanças necessárias e estruturais que o Brasil precisa por meio da

reforma política”, ressaltou. Ana Lúcia Ramos, presidente do Sindicato dos Bancários de Limeira, destaca o modelo atual do financiamento das campanhas políticas. “Se as grandes empresas privadas financiam candidatos e partidos, elas irão cobrar essa fatura no futuro. É preciso corrigir isso.” Em Limeira, as urnas do plebiscito ficarão no Sindicato dos Bancários, no Terminal Rodoviário Urbano e na Praça Toledo de Barros. Algumas urnas itinerantes também percorrerão bancos, escolas públicas e fábricas da cidade.

Rodeio

Câmara de Vereadores Juniores auxilia parlamentares

Justiça proíbe violência contra animais

Em 2014, Limeira voltou a conceder protagonismo aos jovens na política com a retomada da Câmara de Vereadores Juniores, que é formada por 21 adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos. Eles são eleitos em suas escolas, com mandato de um ano. Os jovens políticos se reúnem a cada 15 dias na Câmara Municipal. Além de apresentarem, discutirem e debaterem projetos trazidos de suas comunidades, eles realizam curso de redação e oratória. Os projetos aprovados pelo grupo são encaminhados à Câmara Municipal, onde cada um tem o seu “vereador padrinho”, que acolhe as propostas e pode levá-las para votação.

Amanda Pompeu, de 16 anos, avalia a experiência positivamente, e acredita que a sua participação no projeto auxilie no seu primeiro voto. “Quem escolhe nas eleições? Somos nós. Muitos não entram na política por medo e não sabem o poder que têm na mão”, afirma. O presidente da Câmara de Vereadores Juniores, Gabriel

Ragazzo, de 17 anos, considera a vivência política válida. “Conhecemos o funcionamento dos partidos, das ideologias”, ressalta. Para ele, quem não se envolve com a política é facilmente influenciável. Gabriel, inclusive, já projeta uma carreira. “Eu me vejo concorrendo a um cargo eletivo”, diz. A ideia de Gabriel não é nova. Criador do projeto em 1998, o vereador Júlio dos Santos (DEM) lembra que, dos jovens daquela época, três concorreram à Câmara em 2012. “É importante despertar isso neles, porque tudo envolve política. Se abandonarmos os jovens, a situação da política ficará ainda mais caótica.”

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Fim das montarias

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Jovens políticos limeirenses

Os touros e cavalos não serão mais a principal atração do Rodeio de Limeira. A organização da 30ª edição do evento, que acontece entre os dias 4 e 14 de setembro, decidiu cancelar as provas de montaria para atender a decisão da Justiça. O parecer, tomado em

1ª instância em 2008 e ratificado pela 2ª instância em 2010, proíbe o uso de equipamentos como espora, peiteira, polaco e sedém, que causam sofrimento aos animais. Os espetáculos musicais programados para o rodeio, no entanto, serão mantidos.


Limeira

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Videogame

Limeira entra no mapa mundial dos games

giovanni giocondo

Equipe da Kabum! e-Sports é campeã brasileira e disputa seletiva mundial do jogo League of Legends Seis jovens limeirenses “por adoção”, da equipe Kabum! e-Sports, foram campeões do Circuito Brasileiro do jogo de computador League of Legends (LOL), e se credenciaram para disputar a seletiva mundial da modalidade nos Estados Unidos no final deste mês.

Em caso de classificação, eles devem ir para Taiwan, Singapura e Coreia do Sul, países onde o profissionalismo do videogame está em um patamar de grandes investimentos, a ponto de ter as partidas transmitidas ao vivo pela televisão.

A vida dos profissionais do videogame

O grupo mora em uma casa semelhante a uma república estudantil, em um condomínio de Limeira, que é regida por uma logística com horários definidos para as duas sessões de treinos diárias, alimentação, lazer e descanso. O técnico da equipe é o brasiliense Pedro Ferreira “Ziriguidum”, de 20 anos. Ele é o responsável pela parte teórica do jogo e trabalha com as informações dos adversários. Orientar

os companheiros é uma de suas tarefas. “Eles me respeitam, mas eu não mando neles”, conta. O carioca Daniel Dias, o “Dans”, de 24 anos, é o mais velho do grupo e faz parte do mundo do LOL há apenas um ano e meio. Sua experiência em outros jogos é fundamental para a equipe. “Com dedicação, foco e treinamento, é possível que qualquer um chegue a um patamar competitivo”, comenta. Outro garoto vindo do Rio

nato mundial, ele afasta a timidez da “vida real” quando uma batalha se inicia no League of Legends. “No jogo eu sou bem mais extrovertido”, revela com bom humor. Acostumado com o assédio conquistado nas últimas competições, Daniel Drummond, o “Danagorn”, não titubeia em ratificar que dar autógrafos, tirar fotos com fãs e ver seu nome ou nickname (apelido) em evidência é “muito legal”.

de Janeiro é Gustavo Alves, o “Minerva”, que valoriza a amizade criada com os companheiros de equipe. Aos 18 anos, ele demonstra amadurecimento ao falar dos desafios da rotina. “Quanto mais tempo juntos, com certeza a gente vai estar mais forte”, pondera sobre a sincronia “fora das telas”. Menos afeito aos holofotes, Tiago Sartori, o Tim, é o caçula da equipe, com apenas 17 anos. Para encarar a responsabilidade de um campeo-

Cuidados com a saúde Segundo o reumatologista Milton Helfenstein Junior, tanto os profissionais como os iniciantes precisam ter cuidados com a postura e o manuseio do mouse e do teclado. “É preciso fazer alongamentos nos dedos, punhos, costas, ombros e pescoço nos intervalos entre uma partida e outra, para impedir traumas nos tendões e articulações. A dica é observar o excesso de inclinações e desvios da cabeça e dos cotovelos.” Outras precauções incluem o preparo ergonômico da cadeira que será utilizada (sempre com curva anatômica do encosto e regulagem de altura) e o uso de apoio para os pés. A prática de outras atividades físicas também é recomendada.

Escolinha

Winner busca talentos para o futuro do basquete O “Jogando Junto” continua com as inscrições abertas para meninos dos 7 aos 15 anos. A escolinha de basquete da Winner/Kabum Limeira, em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, tem o objetivo social de iniciar as crianças no meio esportivo, além de lapidar futuros talentos para o time principal. O treinador da escolinha,

giovanni giocondo

Com o projeto “Jogando Junto”, equipe limeirense difunde esporte entre os mais novos Telmo Oliveira, que atuou durante seis anos na equipe profissional, explica que “a prática esportiva e a convivência também são importantes para o caráter desses jovens”. “Criamos uma metodologia de trabalho diferente para a escolinha, mas os alunos vão treinar em um horário pouco antes dos juvenis e dos profissionais. É um espelho, e eles vão poder conviver com os

atletas nessa rotina”, conta Renato Lamas Pinto, supervisor geral da Winner. Os treinamentos acontecem no ginásio Vô Lucato, às segundas, quartas e sextas-feiras, no período da manhã, e também em polos nos bairros Piratininga, Ouro Verde e Santa Eulália. Para participar, os meninos precisam levar a certidão de nascimento ou o RG.


Limeira

8 foto síntese – gruta municipal

Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

© Revistas COQUETEL Atriz brasileira indi-

(?) negra: iluminação de boates

cada ao Oscar por "Central do Brasil" Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Rua, em francês Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e sudoku horizontais, nemRegião noson-quadrados (3x3). Marca do menores SindicalisZorro tas cooptade vivem dos pelo governo Afonso (?), www.coquetel.com.br presidente do Brasil (1906-09) Consoante que recebe o til no espanhol Rapaz, em inglês Cavalo de pouco valor

Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Cogita Titã, em Vestuário relação a masculino insistenOs algarismos nãopara podem nas linhas verticais e Saturno temente ocasi- se repetir (Astr.) (fig.) ão formal Marília horizontais, nem nos quadrados menores(?), (3x3). atriz

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As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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A I T

C

U E V

A N T A

vale o que vier

Solução P A N G A R E

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U E V

L

I L H A F I S C A L

X

Solução

"Arquivo (?)", série de ficção científica

P

L

O

L E I

2 7 3 5 6 9 1 4 8

Solução

BANCO

"(?) de Noiva", novela de Janete Clair

R

A

A T A

3/lad — oil — rue. 4/love — rain. 5/licor.

8 1 5 3 4 2 9 7 6

Solução

9 8 7

A vacina contra várias doenças Alto posto de representação diplomática

P

B

9

7 4 3 1 Solução 3 8 6 3 2 8 3 1 R E Q U I E M

3

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Solteirona (pop.)

V E

2 9 6 4 7 8 1 3 5 2

3

9

Chuva, em inglês Registro Norma da escrito de sociedade reunião (Dir.)

www.coquetel.com.br

"Arquivo (?)", série de ficção científica

5 2 7 1 9 3 8 6 4

BANCO

"(?) de Noiva", novela de Janete Clair

3 4 1 6 5 8 2 9 7

A vacina contra várias doenças Alto posto de representação diplomática

Chuva, em inglês Registro Norma da escrito de sociedade © Revistas COQUETEL reunião (Dir.)

6 9 8 2 7 4 5 1 3

União Europeia (sigla) Espetáculo do Cirque du Soleil com músicas dos Beatles (ing.)

Maior mamífero da fauna brasileira

União Europeia (sigla) Espetáculo do Cirque du Soleil com músicas dos Beatles (ing.)

Maior mamífero da fauna brasileira

Existirá; acontecerá Inclusive

Terceira nota musical

N E G

Bem muito valorizado em sedes da Copa

Bem muito valorizado em sedes da Copa

O

Longa-(?): duração de filme Repouso

D

Frangelico ou Amarula Tipo de vilão perseguido por Batman Estudo que buscava a pedra filosofal

Longa-(?): duração de filme Repouso

3/lad — oil — rue. 4/love — rain. 5/licor.

© Cointreau, Revistas COQUETEL

Rapaz, em inglês Cavalo de pouco valor

Cogita insistentemente (fig.)

Vestuário masculino para ocasião formal

Marília (?), atriz "Três", em "triângulo"

7 4 3 9 1 3 7 8 6 4 8 6os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. 8 Preencha não podem se repetir nas linhas verticais e 7 4 3 3 Os92algarismos 7 horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). 1 3 8 8 3 1 6 8 6 2 7 39 2 7 6 4 8 3 8 3 5 1 6 "Três", em "triângulo"

Afonso (?), presidente do Brasil (1906-09)

A N T A

4

Sindicalistas cooptados pelo governo

Consoante que recebe o til no espanhol

Cointreau, Frangelico ou Amarula Tipo de vilão perseguido por Batman Estudo que buscava a pedra filosofal

7

Marca do Zorro Óleo, em inglês

X

Óleo, em inglês

Região onde vivem os gaúchos (abrev.)

Atriz brasileira indicada ao Oscar por "Central do Brasil" Rua, em francês

L E I

6

os gaúchos (abrev.)

(?) negra: iluminação de boates

A T A

Destino de cães recolhidos pela carrocinha

© Revistas COQUETEL

Destino de cães recolhidos pela carrocinha

B

Local de realização do último baile do Império, antes da Proclamação da República Diz-se do ambiente nocivo à saúde Lou Reed, músico do Velvet Underground (?) © Revistas COQUETEL Oiticica, criador do Parangolé

Local de realização do último baile do Império, antes da Proclamação da República Diz-se do ambiente nocivo à saúde Lou Reed, músico do Velvet Underground (?) Oiticica, criador do Parangolé

O I N L R H E A T F I C S C R A E L Q U L I O V E E M

www.coquetel.com.br

giovanni giocondo

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