Jornal brasil atual peruibe 18

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Jornal Regional de Peruíbe

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nº 18

saúde

Julho de 2013

Segurança

Está melhorando Usuários reconhecem avanço da nova gestão, mas apontam antigas deficiências

Costão Bairro enfrenta onda de criminalidade e tem policiamento precário

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entrevista

APLetras Presidente Marcos Caramico fala do trabalho da entidade

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Perfil protestos

Conservadorismo em são paulo Manifestantes agridem bloco dos partidos de esquerda e movimentos sociais na Avenida Paulista Pág. 5

Strongman Vereador Marcos Mohai, o homem mais forte do Brasil

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Peruíbe

2 Segurança

Criminalidade cresce no Costão

editorial Depois de longos meses em crise, parece que a saúde pública da nossa cidade começa a se aprumar. Neste mês, ouvimos diversos usuários dos equipamentos de saúde, para saber o que melhorou e piorou no último semestre. Uma grande parte reconheceu os avanços, mas não deixou de apontar as debilidades, principalmente referentes a demora dos atendimentos, falta de médicos e distribuição de senhas para especialistas. Este é o tema da reportagem da página 3. Em São Paulo, movimentos sociais e partidos políticos de esquerda, convocados pelo Movimento Passe Livre, saíram às ruas, em junho, reivindicando a revogação do aumento das tarifas do transporte público e obtiveram êxito. No entanto, o ato de celebração da conquista, ocorrido no dia 20 de junho, na Avenida Paulista, foi marcado pelo oportunismo de setores conservadores, que levantavam a difusa bandeira “Contra a corrupção”. Valendo-se de uma maioria despolitizada e de um claro sentimento ufanista – que inclusive contou com o apoio da Fiesp –, esses manifestantes agrediram os militantes vermelhos e roubaram suas bandeiras, acuando-os a ponto de fazê-los recuar do ato. A história nos mostrou que governos fascistas são os que se utilizam da retórica de proibir a organização partidária em nome da pátria. O último que usou deste expediente no Brasil foi Fernando Collor de Melo, no início dos anos 90, e deu no que deu. Nessa hora é necessária uma Frente Única que defenda as liberdades democráticas conquistadas com muito suor e sangue da juventude e dos trabalhadores.

O bairro do Costão é conhecido por reunir mar, cachoeira e montanha em um só lugar. O conjunto atrai moradores e turistas em busca da bela paisagem e de sossego. Porém, nos últimos meses, o Costão foi assolado por uma onda de criminalidade. Roubos, assaltos e invasões domiciliares tornaram-se frequentes e pessoas passaram a aproveitar as pedras da praia para usar e traficar entorpecentes. O baixo movimento durante a semana e os poucos pontos comerciais do bairro que dá acesso à Serra dos Itatins, atrelados à falta de policiamento, têm facilitado a ação dos bandidos e deixado a população insegura e indefesa. Os irmãos gêmeos Marcos e Mauro Panteleiciuce, de 42 anos, foram assaltados no início do ano, na rua onde vivem. Para Mauro, a violência tomou conta de toda a Baixada Santista: “Perdemos nossa liberdade. Não se pode mais ficar na porta de casa conversando com o pessoal, temos que nos trancar. Vivemos com

lauany rosa

Assaltos e invasões domiciliares assolam moradores

medo em nosso próprio bairro”. Marcos comenta que a ausência de um posto policial no bairro faz com que a criminalidade aumente. “Não temos segurança. Aqui não existe ronda e a delegacia mais próxima é a do Centro.” O aumento da criminalidade também afeta o turismo local. “Não dá para visitar a bica d’água, porque eles ficam nas pedras fumando e ninguém é doido de se aproximar”, relata um turista que, por medo, preferiu não se identificar. A aposentada Ana Almeida, de 71 anos, vem à cidade a cada três meses e sempre se hospeda na Colônia dos Enfermeiros

do Costão. Ela se surpreendeu com a violência. “O bairro é sempre tão gostoso de passear, mas dessa vez me avisaram para ter cuidado, porque a coisa está quente.” Para o vereador Ricardo Corrêa (PT), o problema no bairro do Costão é consequência da falta de investimento do governo do Estado em segurança. “A Secretaria de Segurança Pública não investe em pequenos municípios como Peruíbe. Sem verbas, não conseguimos construir postos policiais e, infelizmente, não temos a quantidade necessária de policiais militares para atender à demanda da cidade.”

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Peruíbe

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saúde

Rede municipal avança, mas velhos problemas persistem A principal reclamação da população é a demora no atendimento

lauany rosa

Nos últimos anos, a saúde municipal vive profunda crise. Na última gestão, a Prefeitura terceirizou o serviço de saúde ao firmar contrato com a Organização Social e Educacional Paulistana (OSEP). O Brasil Atual acompanhou o processo e realizou uma série de denúncias das irregularidades no contrato e na prestação de serviços, como o quadro de funcionários insuficiente, a utilização de caixa dois para o

Em menos de um ano de funcionamento, a UPA já apresenta problemas estruturais. Ao final de maio, uma de suas portas de entrada estava substituída por uma chapa de madeirite. Adentrando, os bancos quebrados e rasgados não eram suficientes para atender os pacientes, que ficavam em pé ou encostados à parede aguardando a triagem. No entanto, as opiniões da

AME

Para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) utilizarem o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), antes devem passar pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Constatada alguma enfermidade mais grave, eles são encaminhados para fazer o acompanhamento com especialistas. O AME de Peruíbe oferece serviços de ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia,

pagamento dos trabalhadores e o descarte incorreto de material radioativo. Os problemas levaram a Prefeitura ao rompimento do contrato com a OSEP pouco antes das eleições municipais de 2012. Em meio à conjuntura adversa, a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) supriu minimamente a demanda e o atendimento emergencial foi assegurado. Neste ano, a gestão da prefei-

ta Ana Preto (PTB) tenta reestruturar o sistema de saúde. Porém, a lista de espera por consultas aumenta vertiginosamente. Algumas especialidades, como a oftalmologia, têm pacientes aguardando há mais de cinco meses e a distribuição de senhas nos postos de saúde continua precária. A reportagem foi aos equipamentos de saúde saber da população como está o atendimento e o que mudou nos últimos seis meses.

UBS população indicam melhorias e pontos a melhorar. Mariana de Souza, 30, foi mordida por um cachorro e notou diferença no atendimento emergencial. “Eles fizeram a minha ficha rápido e o atendimento melhorou em vista do antigo pronto-socorro.” Segundo Carlos Amaral, 41, houve melhora, mas ainda existem precariedades. “Eles precisam colocar mais médicos, para dar conta de atender toda a população.” Para a diarista Maria Rocha

Gomes, 39, que aguardava a liberação da mãe doente com bronquite e infecção no ouvido, a UPA é boa e os médicos atenciosos. Porém, faz ressalvas. “Levaram quase três horas para atender minha mãe, pediram para ela ficar em repouso, mas não tinham lençóis para colocar na cama. E ela estava na ala feminina, mas em vários leitos havia homens, estava tudo misturado.”

fonoaudiologia, dermatologia, clínico e cirurgia geral e gastroenterologia. Segundo uma funcionária do AME que preferiu não se identificar, ocorreram avanços na gestão do equipamento. Médicos foram contratados, uma ouvidoria para sugestões e reclamações foi criada e um sistema de senhas implantado. “Assim que a pessoa chega, uma senha é entregue. Nela consta o horário de chegada e a espe-

cialidade. O tempo de espera é de no máximo 15 minutos.” Ela ainda explica que diferente dos AMEs de outras cidades, mantidos pelo governo do Estado de São Paulo, o de Peruíbe funciona com recursos provenientes da Prefeitura. “De um governo para outro, muita coisa melhorou. Aqui todos os funcionários são concursados ou comissionados, não existe mais terceirização. A estrutura está boa e o que falta são mais profissionais.”

A maioria dos atendimentos ocorre nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros, onde são realizadas consultas, vacinações e demais serviços médicos. Lá também acontece a distribuição de senhas, para passar nos especialistas. A aposentada Fátima Silva, 61, moradora do bairro Ribamar, relata o procedimento que acontece em dois dias do mês: “Tem gente que chega às três da manhã, passa o dia todo no postinho e não consegue pegar a senha. No segundo dia, quando acabam as senhas, eles dispensam as pessoas que não conseguiram e falam para a gente tentar no próximo mês”. Desde abril do ano passado, Fátima aguardava uma consulta com o oftalmologista, que foi realizada apenas em maio deste ano. O aposentado Oscar de Araújo, 70, teve um Acidente Vascular Cerebral há dois anos e perdeu parte dos mo-

vimentos da face. Ele também tem diabetes e precisa injetar insulina diariamente. Devido ao estágio avançado da doença, Oscar está perdendo a visão. A artrite e a artrose também enfraqueceram suas pernas, que o obrigaram a usar uma bengala e ter o auxílio da esposa para andar. Para chegar à UBS do bairro Caraguava, onde mora, ele reclama das ruas sem asfalto e dos buracos. “Não tem mais médico da família, nem atendimento em casa. Eu falei para o pessoal do posto de saúde que está ruim para chegar e a reposta deles foi que eu deveria comprar uma casa mais perto”, revela o aposentado que ganha um salário-mínimo.

enio lourenço

UPA

Por Lauany Rosa


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APLetras tem muitos sonhos e desafios pela frente Presidente Marcos Caramico quer ampliar o trabalho nas escolas e com a população

O que é e quais são as principais atividades da Academia Peruibense de Letras? A APLetras é uma entidade jurídica, privada, sem fins lucrativos. Apesar do nome “academia” ser forte, a ideia é reunir pessoas com o hábito de ler e escrever na cidade. Para fazer parte basta ser morador de Peruíbe e maior de 18 anos. Eu particularmente gosto de poesia. As reuniões são realizadas todas as últimas quintas-feiras do mês, às 20 horas, na sorveteria B-ICE (na Avenida São João com a Rua dos Pescadores). Elas são abertas e funcionam como saraus, quase sempre temáticos sobre a vida e a obra de escritores. A participação da população ainda é pequena. A APLetras desenvolve o projeto Literatura na Escola Integrada à Academia (LEIA) nas escolas estaduais. Alguns acadêmicos vão às salas do 6º ou 7º ano e discutem literatura, como

e por que escrever, dão dicas de redação, poesia, etc. Após três meses, as crianças participam de um concurso, com prêmios para os três primeiros colocados. No ano passado, oferecemos a coleção do Harry Potter. A cada dois anos, também lançamos uma publicação com contos, poesias e crônicas dos acadêmicos, tudo custeado por nós mesmos, a partir de uma mensalidade de R$ 15,00. Não recebemos nenhum fomento do poder público, mas estamos abertos à Prefeitura para qualquer parceria.

“Não recebemos nenhum fomento do poder público” Quem são os expoentes da literatura na cidade? Uma de nossas pioneiras de destaque no meio literário é a

escritora e tradutora Eugênia Flavian. Ela possui livros publicados pela Editora Ática, além de dicionários de inglês e espanhol. A Eugênia nasceu na Romênia e morou em outros países antes de se radicar em Peruíbe. Recentemente traduziu dois livros do romeno que foram muito elogiados pela crítica literária. Penso que ela coloca a alma dentro da tradução. Outro acadêmico é o escritor Arthur Meucci. Ele nasceu em São Paulo, mas teve as bases de sua formação cultural em Peruíbe. O professor universitário de filosofia e psicologia estudou em escola pública na cidade e por incentivo do professor Edwaldo de Camargo, também membro da APLetras, conseguiu se tornar um escritor renomado, com livros publicados pela Editora Vozes. Peruíbe é uma cidade leitora? Os dispositivos móveis, como celulares e notebooks,

têm ajudado as pessoas a ler mais? Os jornais e os livros ainda tem espaço nessa nova realidade? Peruíbe não é leitora. Eu e a minha esposa abrimos a Livraria Caramix até para suprir essa carência da cidade e semear cultura e literatura, porque se eu te falar que dá dinheiro, não dá. Uma cidade sem livrarias favorece a governos que não querem que as pessoas tenham acesso a informação e educação. Eu também acredito que a biblioteca pública, por ser a única, deveria ser maior. A informação está muito acelerada com as novas plataformas de mídia. Você está com o celular e com o computador e tem informação. A Internet pode estabelecer uma nova forma de leitura, mas depende muito de quem a usa, porque lá as pessoas também se perdem. Muitos ficam conectados apenas no Facebook. Eu acho que os jornais já estão esquecidos há um tempo. Haja vista Peruíbe, que tem quase 60 mil habitantes, e os assinantes de Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e A Tribuna não chegam a 1% da população. As pessoas vão buscar informação

nas novelas, que não induzem a pensar sozinho. Já dizia Castro Alves: “Bendito é aquele que semeia livros e faz o povo pensar”. Maldito é o que semeia informação pronta e deixa o povo burro.

“Bendito é aquele que semeia livros e faz o povo pensar” Quais são os sonhos e ambições da APLetras? Nós temos vários projetos. Como sonhar não paga imposto e não gasta nada, pensamos numa biblioteca ambulante, dentro de uma van, que percorresse os bairros, para levar os livros até as pessoas. Neste trabalho, gostaríamos de manter um contador de histórias, para envolver as crianças. Ter uma sede para a APLetras também seria bom para debater literatura e falar sobre o trabalho dos acadêmicos. O projeto LEIA, ainda, poderia ser implantado em todas as escolas da cidade, para estimular os estudantes a escreverem. Muitos professores já fazem isso e gostam do trabalho. Seria bom ampliá-lo.

arquivo pessoal

Em 1995, um grupo de moradores de Peruíbe, com interesses culturais em comum, resolveu criar a Oficina Cultural Tom Jobim, para suprir a ausência de atividades artísticas na cidade. A partir desse núcleo, apresentações teatrais, exposições de artes plásticas, encontros de corais começaram a ser realizados. O coletivo eclético possibilitou maior contato entre os escritores locais, que passaram a se encontrar frequentemente. Nove anos mais tarde, em 21 de novembro de 2004, 26 escritores (entre amadores e profissionais) fundaram a Academia Peruibense de Letras (APLetras). Em entrevista ao Brasil Atual, o presidente da entidade, Marcos Caramico, morador de Peruíbe há 15 anos, conta sobre os trabalhos desenvolvidos, as dificuldades do município na área da cultura, o avanço das novas tecnologias na leitura e na escrita e as projeções para o futuro.


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Protestos

Conservadorismo e intolerância em São Paulo “Isso dos vinte centavos foi só para enganar o povo”, acredita Ana Martins, de 20 anos, estudante de Arquitetura. “É muito fácil baixar esses vinte centavos, e aí volta todo mundo para casa. A gente quer mais saúde, educação e menos Copa.” Essa é apenas uma das dezenas de exigências que puderam ser vistas e ouvidas no dia 20 de junho, na Avenida Paulista, em São Paulo, durante a passeata que pretendia comemorar a redução da tarifa do transporte público na cidade. A mobilização, que começou no dia 6 de junho pelo Movimento Passe Livre (MPL), movimentos sociais e partidos de esquerda, massificou-se no dia 17 e ganhou cores que destoam totalmente das organizações que conduziram o processo. Temas como combate à corrupção, fim dos impostos, insígnias antipartidárias e críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37 – que limita o poder de investigação do Ministério Público – tiveram bastante apelo entre a massa. Também foi possível ver uma série de cartazes contra os gastos públicos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, que beiram os R$ 30 bilhões, e críticas à má qualidade do sistema de saúde e educação no país. A presidenta Dilma Rousseff (PT) também se tornou alvo dos ataques proferidos por faixas e cartazes. Uma jovem que puxava um bloco com o uso de um megafone pedia que as pessoas fossem à rua “contra o governo”, mas não sabia

Danilo Ramos/RBA

Manifestação do transporte perde espaço para bandeiras difusas da direita Por Gisele Brito e Tadeu Breda, da RBA

especificar contra qual administração estava protestando. “Não, a gente não é anarquista. A gente é contra esse governo. Todos os governos corruptos, esses governos que aumentam a passagem do ônibus, que roubam, são corruptos.” O próprio MPL – organizador dos atos que resultaram na revogação do aumento da passagem de ônibus, trem e metrô na capital – havia manifestado na manhã de ontem receio de que setores conservadores da sociedade tentassem se apropriar das manifestações. Depois do dia 13 de junho, quando houve maior repressão policial às passeatas de São Paulo e Rio de Janeiro, marchas passaram a ser realizadas em todo o país, mas aos poucos foram surgindo bandeiras e grupos mais heterogêneos, que não ti-

nham a qualidade do transporte público como prioridade. A mudança na composição do protesto foi tamanha que a manifestação do dia 20, na Avenida Paulista, contou com a presença de um tucano: o ex-deputado estadual Milton Flávio. Na primeira semana de mobilizações, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e seus aliados se posicionavam radicalmente contra o movimento pela redução da tarifa, tendo sido os responsáveis diretos pelo endurecimento da PM. “O movimento acabou permitindo que outras insatisfações viessem à tona: contra a corrupção, contra a péssima qualidade dos serviços públicos em função dos impostos altos que pagamos e a opção incorreta de dar circo pra população, fazendo Copa das Confederações, Copa do Mundo e as

Olimpíadas, quando o país tem outros desafios a enfrentar”, avaliou o ex-parlamentar. Esses manifestantes trajados de verde e amarelo, que até então bradavam a palavra de ordem “sem violência”, agrediram militantes de partidos políticos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais, para arrancar suas bandeiras e faixas – e o fizeram, inclusive queimaram algumas – sob urros de alegria da multidão. Por outro lado, grupos neonazistas passeavam à vontade com a bandeira do Estado de São Paulo. Demonstrações do tipo fizeram com que o estudante Luis Felipe Almeida afirmasse que é preciso tomar cuidado para não transformar uma vitória progressista em um avanço conservador. “O que unifica a gente aqui é uma crítica ao neonacionalismo que

surgiu nos últimos atos. Há 20 dias ninguém amava o Brasil tanto assim.” Mas houve exceções. O bloco encabeçado pelo Passe Livre não foi majoritário, mas manteve o foco na discussão sobre o transporte público de qualidade e com tarifa zero. “Dá para perceber que existem setores conservadores tentando cooptar o movimento”, concluiu o militante do MPL Pedro Brandão. “A pauta da corrupção está sendo colocada como pauta do movimento. Mas a pauta do MPL é o transporte. Lutar pelo transporte é enfrentar uma máfia que existe na cidade, que impede as pessoas de se locomoverem. O MPL vai continuar enfrentando isso.” Um pequeno grupo de punks e anarquistas marchou de cara fechada e sem a alegria dos jovens de cara-pintada, porque – lembravam – a polícia continua matando pobre todos os dias. “Quem está acompanhando o movimento desde o começo sabe que é um movimento pela esquerda”, defendeu William José Sega, de 21 anos, que carregava uma bandeira vermelha e preta. “O MPL tem uma tradição de caminhar pela esquerda, uma tradição anticapitalista. Assistir isso que vem acontecendo hoje é temerário. Sim, temos um avanço, uma vitória. Colocamos as pessoas massivamente nas ruas. Porém, com qual discurso? É a prova concreta de quem está vindo pra cima, e muito bem organizado: é a direita.”


política

Trocando em miúdos Departamento de cidadania

Em maio, o Departamento Municipal de Cidadania realizou o 1º Encontro de Lideranças Comunitárias, na Fundação dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio, que reuniu mais de 200 pessoas, entre líderes e representantes das associações de bairro. O objetivo da reunião era dar a oportunidade dos delegados populares se aproximarem da gestão pública e proporem melhorias às suas comunidades.

Setoriais do PT

O Partido dos Trabalhadores mais uma vez sai à frente demonstrando organização e preocupação com a sociedade. A exemplo da capital paulista, a macro baixada santista instalou três setoriais em cada uma das nove cidades: habitação, saúde e jurídico. Os setoriais servirão para discutir e buscar soluções aos problemas destas áreas. As pessoas interessadas podem procurar as sedes do Partido dos Trabalhadores, para fazer parte dos grupos de trabalho.

Vôlei paraolímpico

A Prefeita Ana Preto (PTB) recebeu os atletas paraolímpicos do vôlei masculino de Peruíbe, para parabenizá-los pelo esforço e superação na conquista do vice-campeonato brasileiro do ano passado e incentiválos para os Campeonatos Paulista e Brasileiro deste ano. Estamos torcendo por vocês. É uma honra ter o nome de Peruíbe sendo levado para todo o Brasil graças a vocês, campeões de superação!

Por Janaina Correa

Eleições no PT

O Partido dos Trabalhadores (PT) realizará, no dia 10 de novembro, o Processo de Eleições Diretas (PED) em todo o país - inclusive em Peruíbe. As eleições vão eleger os presidentes, diretoria executiva e os membros dos diretórios municipais, estaduais e nacional. O PT é o único partido do Brasil a escolher seus dirigentes através de eleições diretas. O PED é uma experiência de aprofundamento da democracia partidária que deu certo. Na cidade, o PED já conta com uma chapa em fase de composição: “PT Participativo – PT para Todos”.

Emendas parlamentares

Em apenas seis meses de mandato, o Vereador Ricardo Corrêa (PT) trouxe para Peruíbe R$ 160.000,00 para a aquisição de equipamentos médicos e mais R$ 150.000,00 para a estruturação da rede de serviços de atenção básica de saúde. O montante foi conseguido através das emendas do Deputado Estadual Marcos Martins (PT) e do Deputado Federal Ricardo Berzoini (PT), respectivamente. Ainda há uma terceira emenda já aprovada pelo Deputado Estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), para a compra de uma ambulância equipada.

Positivo

A cidade de Peruíbe conseguiu superar a meta estabelecida para a campanha de vacinação contra a gripe. De acordo com os dados do Ministério da Saúde foram imunizadas 12.224 pessoas no município – o que corresponde a 96,40% do público alvo da campanha e supera a meta proposta de 80%. Parabéns ao Ministro Alexandre Padilha. Cada vez mais é possível sentir as melhorias na saúde brasileira.

Negativo

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), implantou o “cartão-transporte” nos ônibus municipais. Esta medida trará incômodos aos moradores da Baixada Santista que forem atrás de serviços, como o Poupatempo, porque os veículos não aceitarão mais dinheiro como forma de pagamento da passagem. O tucano também desconsiderou os turistas que adquirem o cartão e talvez nunca mais voltem a utilizá-lo.

divulgação

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Perfil

O homem mais forte do Brasil O vereador Marcos Mohai Szab (PSDC), de 36 anos, desperta olhares por onde passa. O homem mais forte do Brasil, na modalidade atletismo de força (strongman), chama a atenção por seu porte físico pouco comum: 1,81 metros de altura e 150 quilos de peso. Um problema de saúde na infância foi determinante para ele alcançar este título. Mohai nasceu em São Bernardo do Campo e tornou-se atleta por acaso. Quando pequeno, ele apresentou um problema respiratório grave. Era como uma alergia à temperatura do ar que atacava seus pulmões e o fazia ter crises respiratórias – uma dessas quase o fez morrer. Os pais de Mohai procuraram um médico que os aconselhou a mudarem para um lugar com o clima mais ameno do que as cidades industriais do ABC paulista. O destino da família foi a Estação Ecológica Jureia-Itatins, em Peruíbe. A prática esportiva também era uma recomendação médica ao garoto.

arquivo pessoal

Vereador Marcos Mohai apresenta o strongman, o esporte que tenta popularizar

Aos oito anos, a natação e surfe eram as alternativas nas praias da Jureia. E logo os esportes aquáticos ajudaram na recuperação do seu aparelho respiratório. “Meus pulmões eram pequenos e só as atividades físicas poderiam me ajudar a melhorar. O esporte salvou a minha vida”, diz o vereador. A capoeira e o jiu-jitsu vieram depois. Mas aos 14 anos, Mohai começou a fazer musculação e notou que sua estrutura óssea suportava grandes cargas de peso. Assim, dois anos depois ele ganhou seu primeiro troféu no Campeonato Brasileiro de Levantamento de

Peso Básico (Powerlifting). Aos 19 anos, o atleta vai a Portland, nos Estados Unidos da América, competir no Mundial da categoria e obtém o terceiro lugar. Porém, ao voltar ao Brasil, Mohai resolveu migrar para outras modalidades. “O powerlifting não tem tanta visibilidade e não é tão valorizado. Comecei a me desinteressar, porque não tinha respaldo financeiro.” Em 2004, ele conhece o strongman. “Eu era um atleta que gostava de fazer força e queria ver meus limites superados.” Em fevereiro deste ano, Mohai (já como vereador) ga-

O que é o Strongman? Conhecido também como atletismo de força, as origens do strongman estão nas culturas grega, viking e escocesa. O esporte era praticado por gladiadores e exércitos que não tinham academia para treinar e utilizavam elementos da natureza, como pedras e troncos, para testar a força de diversas maneiras (arremessos, saltos, circuitos).

Nas competições atuais, os atletas movimentam pedras, estruturas metálicas e até veículos, para ver quem suporta mais peso, de forma mais rápida e ágil. Os eventos internacionais do World’s Strongest Man tiveram início em 1977. Porém, no Brasil, o esporte só vem se popularizando na última década, devido a ações contínuas do grupo de Marcos Mohai em vários Estados.

“A maioria dos investimentos esportivos no Brasil é voltada para o futebol, o que dificulta a sobrevivência dos outros esportes.” No entanto, Mohai vê a possibilidade de o esporte crescer, já que o treinamento do strongman é a base de todos os demais treinamento esportivos – a diferença está na carga de peso utilizada.

nhou pela sexta vez consecutiva o Campeonato Brasileiro na categoria absoluto, da União Brasileira de Strongman. As provas envolvem velocidade, força, raciocínio e concentração. “É um esporte muito dinâmico e inteligente, porque você tem que pensar fazendo força. Você tem que usar as leis da física em seu favor.” Mohai comenta ter sofrido preconceito ao longo da carreira, porque muitos não enxergam o strongman como esporte, e o estereotipam de “bobo” por carregar objetos pesados em circuitos. “O strongman é um esporte

altamente pensado, mas muitas pessoas não sabem disso. Muitas vezes, ao longo do percurso, chorei e me senti humilhado. Houve noites em que eu não dormi por sentir muita dor. Mas o esporte sempre vale a pena e salvou a minha vida.” A vida de Mohai é dividida em três ocupações: atleta, parlamentar municipal e empresário. “Na vereança eu cuido da cidade, das suas leis e projetos. Como atleta faço os meus treinos e como empresário cuido da minha academia, a Strong Gym.” Para manter a forma física e o título de homem mais forte do Brasil, ele treina cinco vezes por semana. A alimentação também é outra preocupação. “Tem épocas em que preciso aumentar a quantidade de calorias, para eu conseguir carregar os objetos.” Em alguns períodos, Mohai consome um quilo e meio de carne por dia. Ele também faz exames a cada dois meses para verificar o que o organismo está precisando (mais proteínas, carboidratos, aminoácidos).

Próximo desafio Mohai é conhecido nacionalmente pelas peripécias com elementos do strongman nos canais de televisão. Ele já puxou carros, caminhões e até mesmo um ônibus com passageiros, para chamar atenção para o esporte. Agora, o atleta se prepara para puxar um avião de 35 a 54 toneladas. “Quando você sente que já é bom o suficiente, você para de produzir. Eu sinto que preciso melhorar cada vez mais e mais.”

O desafio do avião não será um feito inédito, pois alguns atletas ao redor do mundo já realizaram esta proeza. Porém, Mohai pretende percorrer 15 metros em menos de um minuto com a aeronave. O evento ainda não tem data marcada, mas ele está em fase de preparação: “preciso ganhar 12 quilos, para poder exercer a tração de 2,8 toneladas necessária” – conclui.


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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato. p o r t u g u e s e s

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Horizontal – 1. Alongada 2. Muito bom, de muito valor; Energia Atômica; Ou, em inglês 3. Indivíduo de classe social inferior 4. Islamismo 5. Nome de certas flores coloridas, cultivadas como ornamentais; Produto de microeletrônica usado como sinalizador de avisos 6. Cabelo escuro entremeado de fios brancos 7. Arte, em inglês; Sigla do Paraná 8. The European Patent Network; Indolência, falta absoluta de energia 9. Capital do Cantão e mais ensolarada localidade suíça; Pôr toda a sua confiança em, fiar-se 10. Pessoa ou coisa divertida; Premiado seriado de televisão americano criado por Michael Crichton 11. Solitário; Exprime surpresa ou admiração; Serve para voar. Vertical – 1. Lusitanos 2. Via; Sigla de Roraima; 3,1416 3. Nascidos em Ormuz 4. Liga Oficial Pokémon; Escola Superior de Redes; Negação 5. Sigla do Espírito Santo; Convenção, assembleia; Relações Públicas 6. Matogrosso, cantor brasileiro; Sigla de Alagoas; Nome de um Estado do Norte do Brasil 7. Varredor de rua; Contiguidade de duas vogais pertencentes a sílabas diferentes 8. Capital da Noruega; A ti 9. Primeira nota musical; Fonema correspondente à letra L; Pequeno prato sobre o qual se assenta a xícara 10. Vestimenta metálica usada pelos guerreiros durante as batalhas; Deus do Sol do antigo Egito.

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