Jornal Regional de Praia Grande
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Praia Grande
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nº 02
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Outubro de 2012
vale o que vier
neymar da praia grande Os primeiros lances no Jardim Glória, quando ele era jogador do Grêmio
fim de feira Pessoal do Canto do Forte reclama do lixo da feira livre
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transporte
vai mal Tarifa cara, filas e superlotação deixam passageiros bronqueados
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habitação mortalidade infantil
morre muita criança na região Enquanto o índice cai no Brasil, na Baixada Santista ele só sobe. E já preocupa Pág. 6
sítio da cebola Ameaçada de despejo, mulher mora num galinheiro!
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Praia Grande
2 Eleições 2012
Deu Mourão, do PSDB Novo prefeito de Praia Grande teve 62,45% dos votos
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A cidade de Praia Grande foi palco da disputa de quatro candidatos a prefeito e 295 candidatos a vereador nas eleições 2012. Os eleitores foram às urnas e escolheram, com 62,45% dos votos, Alberto Mourão, do PSDB, para ser o
novo prefeito da cidade. Além dele, foram eleitos 17 vereadores: três do PSB, dois do PMDB, dois do PSDB, dois do PDT, dois do PPS, um do PT, um do PRTB, um do PTB, um do PSD, um do PMN e um do PTN.
Pela quarta vez no poder
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Alberto Mourão é paulistano e nasceu no dia 26 de abril de 1954. É casado com Maria Del Carmen Padin Mourão, tem duas filhas e quatro netos. Formado em Direito pela Universidade Católica de Santos e empresário da construção civil, ele é sócio-proprietário da Mourão Construtora. Iniciou a
carreira política em 1982 no PMDB, eleito o mais jovem vereador de Praia Grande. Foi presidente da Câmara Municipal nos anos de 1987 e 1988 e, no final do mandato, elegeuse vice-prefeito. Em 1992 foi eleito prefeito; em 1998 foi o primeiro deputado federal da história da Praia Grande. No ano 2000, Mourão se ele-
geu prefeito pela segunda vez e em 2003 filiou-se ao PSDB e se tornou o líder do partido. Em 2004 foi reeleito prefeito da cidade e em 2010 tornou-se novamente deputado federal. A partir de 2013, Mourão começa a desempenhar suas funções públicas como prefeito do município. Pela quarta vez.
vale o que vier Rede
Uma nova comunicação para um novo brasil jornal brasil atual
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Moramos há mais de 13 anos no Canto do Forte, em Praia Grande, e temos problemas com a feira livre, que ocorre às quarta-feiras, na Avenida Marechal Maurício José Cardoso. Às três horas da manhã, os caminhões encostam e começa a barulheira. Homens gritam. Caixas são atiradas no chão. O incômodo continua. As barracas de peixe jogam os restos de pescado no bueiro. As calçadas ficam cheias de escamas. Conclusão: os esgotos entopem, o fedor de peixe infesta o ambiente e há moscas varejeiras pra todos os lados. Aparecem ratos e baratas. Quando chove, é um horror. A gente pisa nessa água imunda. Já acionamos o fiscal local que diz que são os mendigos que espalham o lixo. Reclamamos na prefeitura, e nada! Não temos nada contra a feira, mas não é possível conciliá-la com a higiene e o respeito aos moradores locais. Moradores do Canto do Forte
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jornal on-line Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões jornalba@redebrasilatual.com.br Expediente Rede Brasil Atual – Praia Grande Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Enio Lourenço e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem 15 mil exemplares Distribuição Gratuita
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transporte
Carros lotados, tarifa cara e longa espera nos pontos Essas são as principais reclamações dos passageiros que pedem mais qualidade nos ônibus Em nota, o secretário de Trânsito e Transporte, João Carlos Moreno Galego, diz que “a Praia Grande tem 75 ônibus municipais, que transportam 1,5 milhão de passageiros por mês”. O documento destaca que, de dezembro de 2010 – quando foi assinado contrato com a Viação Piracicabana – para cá, “a cidade recebeu seis novos ônibus com sistema de transporte para portadores de deficiência”. Para o vereador Euvaldo Reis, o Vitrolinha, a Praia Grande tem uma das passagens mais caras do mundo por qui-
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Ônibus municipais e intermunicipais superlotados, o longo tempo de espera e o valor mínimo da passagem – R$ 2,90 – para quem circula só na cidade traçam o perfil de um problema dos praia-grandenses: a qualidade do transporte público. No terminal rodoviário Tatico, o estagiário de corretor de imóveis Giovane de Souza lamenta que, ao perder o ônibus para ir trabalhar, ele aguarde mais de 20 minutos por uma nova condução. “Tem de ter mais ônibus na linha” – diz o jovem.
lômetro rodado. “A passagem devia custar R$ 2,00, para equiparar-se às cidades que têm transporte público mais eficiente. A gente vive numa cidade plana, que não causa danos aos veículos.” Para o secretário, são outros os critérios levados em conta para o preço da passagem, como o aumento do preço do óleo diesel, a instalação de novos abrigos de ônibus, as reformas nos terminais e a instalação de uma central de monitoramento de ônibus, que será inaugurada em outubro.
Profissão motorista e cobrador causa danos à saúde
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Em 1999, a Câmara dos Vereadores aprovou a catraca eletrônica nos ônibus municipais, considerada pela Prefeitura como “uma mudança para modernizar e aperfeiçoar o trabalho”. Desde então, os motoristas são também cobradores. Segundo o vereador Vitro-
linha, ex-cobrador de ônibus, de lá para cá, mais de 60% dos motoristas-cobradores foram afastados por estresse e problemas psicológicos. “É muita pressão ter de dirigir e cobrar a passagem.” Ele é contra a dupla função, mas não defende a volta do cobrador, por acreditar que a Câmara não vai acei-
tar: “A solução é o cartão de transporte. Eu vou entrar com um mandado de segurança junto à Comarca, como já foi feito em Santos”. Segundo a Prefeitura, com a instalação das catracas eletrônicas nenhum trabalhador foi demitido. “Todos foram remanejados para atividades
administrativas ou venda de bilhetes e cartões.” Ela firma ainda que a mudança melhorou a segurança. “O cartão eletrônico diminuiu o dinheiro nos carros e resultou em menos furtos e assaltos nos ônibus, aumentando a segurança dos passageiros e motoristas.”
Em outubro de 2012, a reportagem do jornal Brasil Atual embarcou, às 8h10, no ônibus intermunicipal linha 927 – Jardim SamambaiaPonta da Praia – no terminal Tatico (a poucos quilômetros do ponto inicial), com 10 pessoas. Em 15 minutos, na Vila Guilhermina, os 39 assentos do coletivo estão ocupados. A vendedora Luiza Gomes usa a linha diariamente. Ela mora na
Vila Sônia e trabalha no Canal 2, em Santos. “Existem poucos ônibus até Santos – município onde parte considerável dos praia-grandenses trabalha ou estuda – e todos lotam rapidamente. A maioria viaja em pé. Os usuários perdem muito tempo para atravessar um trajeto de 25 quilômetros. Sempre fico mais de uma hora no ônibus” – comenta Luiza. Em São Vicente é preciso
enfrentar um engarrafamento comum às manhãs, naquele horário. Os oito quilômetros até Santos levam cerca de 30 minutos para serem percorridos. A auxiliar de serviços gerais Josi Santana trabalha em uma padaria no Canal 4 de Santos. Do Jardim Anhanguera até o serviço, ela leva uma hora e meia. “O patrão reclama do atraso, mas o que posso fazer se o ônibus demora a passar?” – lamenta. A jo-
vem Cristina Mariana reclama: “A população de Praia Grande aumentou, mas a frota de ônibus não acompanhou”. Quando, às 9h40, o coletivo chega à Ponta da Praia, em Santos (onde fica o Ferry Boat para o Guarujá), a impressão é de que os R$ 3,75 cobrados pela passagem são um preço elevado para a população das três cidades, que viaja sem conforto num trajeto quase em linha reta.
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Linha intermunicipal é desconfortável e demorada
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Neymar em Praia Grande, no tempo em que era Juninho
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Neymar da Silva Santos Júnior nasceu em Mogi das Cruzes e teve uma infância nômade devido às empreitadas futebolísticas do pai, também ele um atacante. Antes de a família Silva Santos desembarcar na Baixada Santista, eles moraram em Várzea Grande, no Mato Grosso, onde o Seu Neymar vestiu a camisa do Operário Futebol Clube e se sagrou campeão estadual, em 1997, quando Neymar Júnior tinha cinco anos de vida. Chegando ao litoral paulista, a família viveu na casa da avó paterna do craque, em São Vicente. Com o nascimento de Rafaella, a caçula da família, o espaço tornou-se pequeno e os quatro se mudaram para a Praia Grande, onde viveram nove anos. No Jardim Glória, na peri-
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O garoto esbanjava talento entre a molecada e o time de várzea do Jardim Glória
Neymar e as lembranças da Praia Grande: a família, o primeiro time e o amigo Jonathan
feria da cidade, o garoto foi se habituando a fazer do futebol o seu estilo de vida. “Cheguei a ter 50 bolas em casa” – revelou Neymar, aos 14 anos, em entrevista à TV Tribuna. Como a maioria das crianças, ele conciliava os estudos com a brincadeira predileta, jogar futebol. Os amigos do bairro contam que podia ser em
casa – num campinho de areia no quintal, feito pelo pai –, na rua, no campo do Grêmio, o “Juninho”, como era chamado, estava sempre chutando uma bola. Jonathan Santos Marcelino, 20, repositor em uma transportadora de tintas, era um dos amigos de Neymar. Ele lembra que almoçava na
casa do atacante e vice-versa e sempre jogava vídeo game. “A gente estudava no Tio Baptista (Escola Municipal José Júlio Martins Baptista), onde fomos campeões dos jogos escolares. Foi uma época muito boa.” O jovem conta que reviu o amigo famoso apenas uma vez, depois que a família de Neymar mudou para Santos. “Houve
Por Enio Lourenço
um jogo da Seleção Brasileira de Futsal, com o Falcão, no Ginásio Poliesportivo Municipal, e o Neymar deu o pontapé inicial da partida. Nesse dia, ele saudou o meu irmão, mas não me viu.” Das fortes lembranças de Jonathan, as que mais o empolgam são as da molecada jogando bola nas ruas do Jardim Glória. As peladas iam de depois das aulas até o anoitecer. “Teve um dia em que o Neymar trouxe os amigos dele do Gremetal (clube de Santos onde jogava futsal) e chamou a gente para jogar contra eles na rua. Um dos moleques do time do Neymar era o Alan Patrick (ex-jogador do Santos, hoje no Shakhtar Donetsk), mas não conseguiram nos vencer. O jogo terminou 20 a 19 para nós” – diz, entre risos.
A referência em futebol no Jardim Glória é o Grêmio Praia Grande. Localizado ao lado da Via Expressa Sul, o clube – basicamente um campo de futebol –, fundado em 1969, é conhecido nos campeonatos amadores da Baixada Santista. O presidente do Grêmio é o pedreiro Celiano Alfredo da Silva, o Celinho, de 62 anos. Ele conta que é difícil manter categorias de base na agremiação e não mede esforços para manter o que chama de trabalho social. “Muitos garotos treinam
sem ter o que comer. Então, a gente compra pão, mortadela e suco pra eles, antes dos treinos e jogos.” Neymar era vizinho do Grêmio Praia Grande e resolveu jogar na várzea do bairro, dos nove aos onze anos. O seu técnico foi Eugênio Silva Rosa, o Biro. Mecânico e ex-jogador de futebol, ele treinava o time pré-mirim do Glória, no início dos anos 2000. “O Neymar era um menino tímido, falava pouco, mas no campo era diferente dos outros. Não existia timidez com a bola rolando. Mesmo os garotos
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Os primeiros chutes no campo do time de várzea
Celinho, presidente do Grêmio, e Biro, primeiro técnico
mais velhos não conseguiam segurá-lo.” Celinho e Biro se recordam de que Roberto Antônio dos Santos, o Betinho – olheiro santista, que revelou Robinho e depois levou Ney-
mar para a Vila Belmiro – esteve “umas vezes no campo do Grêmio”, observando os jovens jogadores. “Pouco depois o Neymar já jogava nas categorias de base do Santos.”
Ambos lamentam apenas que o astro da seleção brasileira fale pouco de seu passado no Jardim Glória. “A gente fica triste porque ele não fala nada da época em que esteve no Grêmio. Talvez porque os empresários achem que a gente vai querer alguma coisa” – diz Celinho. Os dois mantêm a esperança de que Neymar faça uma visita para conversar com os garotos do bairro ou doar material esportivo para ajudar jovens que têm vontade de um dia se tornar em iguais a ele.
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Em todas as ruas nomeadas por letras do Jardim Glória sempre se encontra alguém que tenha alguma lembrança do pequeno menino franzino, tímido, que falava baixo e para
bola, da destreza e da facilidade com que a manuseava com os pés. Outros moradores se sentem orgulhos por viverem no mesmo lugar onde um dia morou um dos maiores fenômenos do futebol e da mídia. “O pessoal do Glória se sente orgulhoso do sucesso do Neymar na Seleção Brasileira e no Santos. Quem sabe um dia ele não aparece aqui para dar um abraço na gente” – afirma de maneira esperançosa o seu ex-técnico Biro.
dentro, mas que com a bola nos pés – seja no asfalto quente, na quadra ou no campo – fazia os outros gritarem por ele. Nas escolas Estadual Oswaldo Luiz Sanchez Toschi e na Municipal José Júlio Martins Baptista nenhum funcionário fala da vida escolar do famoso ex-morador do bairro. Mas, nas ruas do bairro, quase todos dizem ter a honra de conhecê-lo. E quem o conheceu, criança, fala de boca cheia das habilidades do craque com a
Pequeno milionário Aos 13 anos, Neymar despontava nas categorias de base do Santos, chamou a atenção dos clubes da Europa e foi convidado a fazer estágio no Real Madrid. Na iminência de perder o craque, o ex-presidente do alvinegro praiano, Marcelo Teixeira, ofereceu à família Silva Santos R$ 1 milhão em luvas, para o jogador permanecer no Brasil. No ano seguinte, Neymar Jr.
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Um orgulho do Jardim Glória
passaria a ganhar cerca de R$ 25.000,00 mensais – valor superior ao que recebem muitos jogadores profissionais no Brasil.
“A nossa infância era estudar e jogar bola. Eu e o Neymar fazíamos campeonatos de futebol na rua. Todo mundo do Jardim Glória parava para assistir. A maioria dos moleques do bairro é habilidosa, porque jogam bola desde criança o tempo todo.” Diferente do célebre amigo de infância e companheiro de peladas de rua, Yago Vieira da Cruz, de 20 anos, é um meia-esquerda que ainda luta por um lugar no futebol. Segundo a mãe, a empregada doméstica Tatiane Vieira, o filho “disputou a primeira Copa TV Tribuna (na qual Neymar se destacou pelo colégio Liceu São Paulo, de Santos, aos 12 e 13 anos), mas na época não era televisionada”. Graças aos torneios da escola, o garoto teve algumas propostas para estudar em colégios particulares, mas recusou: “Não queria sair do meu bairro”. A primeira experiência
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Amigo de infância luta para virar jogador de futebol
de Yago no futebol de campo foi a mesma de Neymar. No campo do Grêmio Praia Grande, os dois eram parceiros ofensivos. “Os treinos eram no fundo do campo, atrás do gol, porque éramos muito pequenos. Na época, o espaço parecia gigante.” Aos 12 anos, os jovens se separaram. Yago fez um teste no Corinthians. “A gente treinava no terrão de Itaquera, mas depois de três meses eu voltei, porque não me adaptei à casa de uma tia e sentia falta da minha família e do Glória” – conta Yago. Ao retornar à Praia Grande,
Yago seguiu no futsal e na várzea até ser descoberto pelo exponta-direita do Santos Manoel Maria e levado a atuar pelo Jabaquara Atlético Clube, de Santos. “Fiquei três anos, nas categorias infantil e juvenil, e disputei um ótimo Campeonato Paulista Sub-17.” Nessa época, o jogador e sua família assinaram um contrato com a CFS Sports. A empresa se tornou dona dos direitos esportivos de Yago por quatro anos (dos 14 aos 18) e estabeleceu multa rescisória de R$ 250.000,00. “Do Jabaquara eu tinha chance de ir para o Santos, porque o Manoel Maria era muito influente e já havia levado o Geovânio, hoje atacante reserva do Peixe. Bastava eu ficar mais um pouco por lá. Mas o meu empresário (que ele não diz o nome) vetou a minha permanência.” Yago, então, começou a pingar de clube em clube do Brasil. Aos 16 anos, ele estava no América Mineiro. Lá, o meia-esquerda conquistou os dirigentes e treinadores com o seu
estilo de jogo, fazendo com que eles se interessassem em adquirir os direitos federativos da CFS Sports. “Estávamos no hexagonal final do campeonato mineiro e meu empresário precisava levar o documento à federação autorizando a minha transferência, mas a CFS melou a negociação.” Yago chamou a atenção de Mauro Fernandes, ex-coordenador das categorias de base do Atlético Mineiro – hoje treinador do time profissional do América Mineiro. No Galo, Yago ficou três meses, mas quebrou o tornozelo e ficou oito meses afastado dos campos. Ao se recuperar, disputou torneios por times de empresários e, em 2011, foi para o Vasco da Gama. “Foi o lugar onde passei mais dificuldade na vida”. Nos quatro meses em que permaneceu no Rio de Janeiro, a CFS nunca o ajudou financeiramente. “Houve dias em que eu fiquei sem comer. Eu ia para o treino à base de água. Às vezes algum amigo me dava biscoito para comer”
– comenta entre lágrimas o jogador que não contou a situação à mãe, para não atormentá-la. Sem resposta sobre a sua permanência no Vasco, Yago aguardou o fim do contrato com a CFS Sports, para reaver sua autonomia. Ele voltou a jogar na várzea de Praia Grande e chamou a atenção de novos empresários que o levaram a uma peneira em São Bernardo. De cerca de 100 jovens, ele se destacou e foi convidado a fazer uma pré-temporada, a fim de se recondicionar fisicamente, com uma equipe profissional de Maria da Fé, no interior de Minas Gerais – no dia da entrevista, Yago se preparava para viajar. Ele diz que existem propostas para realizar seu sonho em outro país: “Não é nada concreto, mas me falaram sobre propostas de Portugal, Alemanha, Suíça e Vietnã. Espero que dê tudo certo. Quero realizar meu sonho e não vou desistir.”
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6 mortalidade infantil
Baixada Santista tem índices mais elevados do Estado Praia Grande reduziu de 25,1 mortes, em 2010, para 13,6 mortes, em 2011, e ocupa o terceiro lugar na Baixada com menores índices de mortalidade infantil. A cidade ficou atrás de Santos (13) e Bertioga (13,4). Segundo a Secretaria de Saúde municipal, a queda se deve ao incentivo dos exames pré-natais e ao acompanhamento da gravidez de risco e do pós-parto. Peruíbe teve média de 21 mortes em mil nascimentos.
A pediatra e presidente do Comitê de Redução de Mortalidade Infantil de Itanhaém, Iloma Girrulat, lembra que os altos níveis de mortalidade na Baixada ocorrem devido à falta de investimento. “É preciso ter estrutura nos hospitais e criar um planejamento familiar municipal.” Segundo ela, a poluição e a falta de saneamento afetam a saúde da criança e causam doenças infecciosas e má-formação nos recém-nascidos – dados da
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Eles subiram de 15,15 mortes, em 2010, para 16,87, no ano passado, em mil nascidos vivos
Secretaria Estadual de Saúde mostram que 50% das mortes
acontecem na primeira semana de vida.
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam às grávidas que passem por seis consultas de pré-natal para garantir o crescimento saudável do bebê. A pediatra Iloma lembra que esse não deve ser o único cuidado. “Aleitamento materno, cuidados pós-parto, consultas médicas periódicas e vacinação em dia garantem vitalidade às crianças e o fortalecimento do sistema imunológico” – complementa.
Previdência
Aposentados querem o fim do fator previdenciário O fator previdenciário, criado em 1999 na reforma da Previdência pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), é um cálculo que define o pagamento das aposentadorias pelo tempo de contribuição à Previdência e pela idade com que o trabalhador se aposenta, considerando a expectativa de sobrevida, medida pelo IBGE: quanto menor o tempo de contribuição, maior o redutor no cálculo; quanto maior a expectativa de sobrevida, menor o benefício. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINTAPI), filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), tenta derrubar o fator previdenciário, porque ele achata os benefícios.
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“Não é justo que eles não tenham aumento igual ao reajuste do salário mínimo” – diz CUT
Para o pedreiro Francisco Daniel, presidente em exercício da entidade, “não é justo que o aposentado não tenha reajuste proporcional ao aumento do salário mínimo” – em 2012, aposentados e pensionistas tiveram reajuste de 6,08%, enquanto a elevação do salário mínimo foi de 14,13%. O SINTAPI considera que, com a fórmula atual, vai chegar uma hora em que todos os aposentados vão ganhar
salário-mínimo, independentemente de como contribuíram para a Previdência. Por isso, Daniel defende a proposta da CUT, do Fator 85/95, que garante aposentadoria integral quando a soma da idade do segurado com o seu tempo de contribuição resultar em 85 para a mulher e 95 para o homem – pela regra atual, esse segurado tem fator previdenciário 0,879, ou seja, 87,9% do benefício integral.
A Praia Grande é um berço dos aposentados. Muitos trabalhadores de grandes cidades – São Paulo, Campinas, São José dos Campos – a escolhem para viver a Terceira Idade, mas as políticas públicas do município não acompanham as demandas da população. “Em muitos lugares do Brasil, as pessoas de 60 anos são respeitadas como idosos e, por exemplo, não pa-
gam a passagem de ônibus. Aqui, só há esse benefício para quem tem 65 anos” – diz Daniel. O sindicalista destaca a necessidade de mobilização dos aposentados e pensionistas: “Somos mais de 29 milhões de pessoas no país. Se dobrar esse número, a gente elege um presidente da República. Merecemos mais respeito”.
Outra posição A Central Sindical CSP-Conlutas acredita que o trabalhador deve ter acesso ao benefício integral com 35 anos de contribuição, independentemente de sua idade. “Para o filho do rico, que começa a trabalhar aos 25 anos de idade, ao completar os 35 anos de trabalho, aos 60 anos de vida, ele atingirá os 95 da fórmula (35+60 = 95); para o filho de pobre, que trabalha desde os 15 anos, quando completar 35 anos de contribuição (35+50 = 85) ainda faltarão dez anos para ele se aposentar com o benefício integral.”
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Habitação
Sítio da Cebola: famílias temem ação de despejo Na altura do km 287 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, entre Praia Grande e São Vicente, está o Sítio da Cebola, terreno onde vivem 15 famílias, há oito anos. Nos últimos meses, a empresa RPA Terminais de Containers, vizinha à ocupação, avançou com obras de terraplenagem no sentido das casas de madeira e alvenaria. Os mais de 60 moradores vivem a ameaça de despejo. Em agosto, dona Ivanilda Silva Borges, 52, foi a primeira vítima. A catadora de material reciclável teve a casa, segundo ela feita de madeira e telhas de boa qualidade, demolida e queimada pela Prefeitura, numa manhã, enquanto saíra para comprar pão. “Ao voltar da padaria, vi a casa pegando fogo” – diz. O chefe da seção de Contenção a Inva-
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Moradora teve casa incendiada e habita um galinheiro; área seria de preservação ambiental
Acima, a casa incendiada de Ivanilda, que hoje dorme no seu antigo galinheiro
sões, da secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente, Marcos Macedo, afirma que na hora da demolição a casa estava vazia. “Não havia condições de
ninguém morar lá. O barraco, de dois andares, tombava para o lado; por isso, demolimos.” Marcos conta que as madeiras podres foram queimadas, para
que as pessoas não construíssem novos barracos. “Já havíamos retirado a mesma senhora de outro terreno irregular.” Ivanilda mora no Sítio
da Cebola há seis anos – seu marido morreu atropelado na rodovia. Ela permanece no local, vivendo num galinheiro, única estrutura que sobrou de sua casa. “Não vou para debaixo da ponte. Pelo menos, aqui é quentinho, eu tomo café, almoço”. A Prefeitura não sabe precisar de quem é o Sítio da Cebola. Macedo conta que os responsáveis pelos 15 barracos foram notificados a apresentar título de propriedade. “Eles devem se inscrever na Secretaria de Habitação” – diz. Segundo outra moradora, Mirian Ferreira, 24 anos, desde que a RPA Terminais de Containers se instalou na área, há obras de terraplenagem e corte de mata nativa da região. “É a devastação do meio ambiente: o fundo do Sítio da Cebola, ninguém vê, mas está todo desmatado.”
A insegurança, o medo de terem suas casas destruídas tomou conta dos habitantes do Sítio da Cebola. Mirian Ferreira, que mora lá desde criança, conta as formas de intimidação. “Uma vez cortaram a energia e retalharam a mangueira de água.” Ela afirma que no dia em que demoliram e queimaram a casa de Ivanilda, o pessoal da Prefeitura invadiu a sua casa e utilizou uma porta como ponte para atravessar a vala e demolir a casa de outro vizinho. “Hoje tenho medo de levar os meus
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Ameaças fazem parte do dia-a-dia. Medo ronda o lugar filhos à escola e não encontrar mais nada quando voltar.” Uélinton Oliveira de Jesus reitera as ameaças e confirma que recebeu uma notificação com o seguinte conteúdo: “Apresentar título de propriedade e desobstruir a área de preservação ambiental. Retirar submoradia”. Ele contesta o documento e alega que a família está há 23 anos no Sítio da Cebola. “Os funcionários da Prefeitura são arrogantes e nos perguntam por que moramos no mato. Chegaram a falar que a casa da Ivanilda era
ponto de venda de drogas. Um absurdo.” Marcos Macedo diz que quase todo dia vai ao Sítio da Cebola. “Fazemos a vistoria, porque a gente desocupa uma parte e eles refazem a cerca ou aparecem outras pessoas que se apossam do terreno para vender.” Já o chefe de Fiscalização de Obras da secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente, José Carlos Ribeiro, pensa que os ocupantes migram de um lugar para outro: “Se deixar eles lá, encosta outro, outro e fazem uma cidade”.
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Horizontal – 1. Que é pouco, escasso, minguado; Lugar em que se guardam pólvora, munição e instrumentos de guerra 2. A 17ª letra do alfabeto; Porco novo 3. Criminosa; Nome que no Oriente se dava às choças em que viviam os primeiros monges ou os anacoretas nos ermos; Sigla de Brasil 4. Indivíduo que conduz embarcações através dos mares, rios etc 5. Nome de um imperador romano; Ministério da Ciência e Tecnologia 6. Pedra pequeno e redonda em que se amolam facas; Abreviação de Relações Públicas; O deserto mais famoso do mundo 7. Que voa ou é capaz de voar 8. Cachaça; Matogrosso, cantor brasileiro; Instrumentos usados para cavar ou remover terra 9. Símbolo de Curie, unidade de medida de radioatividade; Antigo Testamento; Passado pelo coador 10. Casa usada pelos índios brasileiros como habitação; Pessoas que se deixam enganar facilmente. Vertical – 1. Nome de um Estado do Nordeste brasileiro 2. Que se areou; Sigla de Cartão de Identificação do Contribuinte 3. Roraima; Volta Redonda; Caminhe, ande 4. Tulha, granel 5. Designação comum às plantas ornamentais do sul da África, de belas flores e inúmeras variedades 6. Santana, cantor de sucesso; Contração de não é? 7. Que é afetada, pedante, pretensiosa 8. Associazione Italiana Avvocati Tennisti; As duas primeiras vogais; Ou, em inglês 9. Magnetismo pessoal; A maior ave brasileira; Genitor 10. Ordem dos Advogados do Brasil; Pessoa que presta serviços domésticos 11. Mentira; Sinal de pedido de socorro.
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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.
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