Anuário Colégio Satélite 2017 by Ledier Design

Anuรกrio 2017

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alta qualidade qualidad Ensino de

Educação Infantil n Ensino Fundamental n Ensino Médio n Ensino Técnico

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ColegioSatelite

ade

colegiosatelite.com.br Rua Mimas, nยบ 205 Jardim Santa Bรกrbara Telefone: (11) 2919-0282

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Í N DI C E Visão de Futuro Família e educadores que atuam como facilitadores na adolescência. Investimento garantido: Feira das Profissões e Projeto de Orientação Profissional.

Família Parceria família-escola garante jovens bem sucedidos e felizes. Festa da Família e Projeto Respeitando Nossos Avós: experiências que resultam em união.

Escrita e Leitura A contação de histórias como importante instrumento na alfabetização dos alunos. Manhã de Autógrafos: leitura e produção de texto construindo conhecimento. Expo 9° Ano: literatura, história e arte dando significado à prática leitora e a cidadania.

Tecnologia Aulas tecnológicas como estratégia de ensino inovador – ferramentas on line, robótica e APPs – e formação que estimula o raciocínio lógico, o espírito crítico e criativo. Alunos do Colégio Satélite participam da Maratona de aplicativos da FIAP.

Fases da Vida Contextualização do processo educativo - situações reais, concretas e contextualizadoras. Projeto de Vida do Colégio Satélite: do Projeto Identidade ao Projeto de Orientação Pessoal e Profissional. Formaturas: encerramento dos ciclos educacionais marcam a transição importante na vida dos alunos.

Habilidades Socioemocionais Na contramão do bullying: a sensibilidade para olhar o outro, as diferenças e crenças. O trabalho do Colégio Satélite na formação de virtudes, de valores e ética.

Atividades Físicas Sedentarismo na rotina da modernidade também é um desafio da escola. Projetos Brinquedos e Brincadeiras e Escola de Esportes: motivação para a prática da atividade física.

Metodologias Ativas Para a formação integral do aluno-cidadão é fundamental sua participação efetiva na aprendizagem com a construção de conhecimentos pelo próprio indivíduo. Projeto Estudos do Meio: aprendizagem além dos muros da escola. História da Matemática: mediadora e provedora no processo de ensino-aprendizagem, uma motivação para o conhecimento.

CSONU Projeto CSONU: autonomia e reflexão sobre o meu lugar no mundo. Por meio de pesquisas, imersões e debates, o Colégio Satélite buscou uma forma diferente de trabalhar o conhecimento na qual os alunos assumiram o papel de protagonistas da própria vida.

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A N U Á RIO

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Diretora Alissandra Leite Vice-Diretora Kelly Cristina Castro Professores autores e colaboradores Adriana Gabanelli • Amanda Grandi • Carla Affonso • Daniel Burgos • Danilo Rodrigues • Edna Boniolo • Eliete Schafer de Freitas • Erick Braga Boccatto • Fábio Luiz Barreto • Flavia Pina • João Bosco Jr. • Rafael Cavalcante • Shirley Nathali da Silva Neves • Tatiana Bolonha • Thais Cristine Santos • Vanessa Sidneya Costa da Silva. Jornalista responsável Alberto Luchetti Neto • MTb 16414 Design gráfico e editoração eletrônica Ledier Design

Impressão Elyon Indústria Gráfica e Editora Tiragem 2.000 unidades Distribuição gratuíta aos alunos e responsáveis, colaboradores e fornecedores do Colégio Satélite. Rua Mimas, 205, Jd. Santa Bárbara, São Paulo, SP. Telefone: (11) 2919-0282.

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C O N TAT O Escreva para nós e dê sua opinião sobre o conteúdo dessa edição: colegiosatelite@colegiosatelite.com.br

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E D ITO R I A L

escola

Nossa 1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

m 11 de janeiro de 2016, o Colégio Satélite comemorou seus 25 anos de existência e

Criamos uma educação pautada

com essa comemoração toda a comunidade escolar se envolveu numa retrospectiva, num

na transparência, diferenciações

“recordar é viver”. O que relembramos e descobrimos foi fantástico…

e criatividade, valorizando sempre

Fundado no ano de 1991, o Centro de Recreação Infantil

as pessoas envolvidas,

Pinguinhos, este, berço do Colégio Satélite, nasceu com uma proposta inovadora, dinâmica e séria antecipando

proporcionando um mundo

uma nova forma de educar.

de novos saberes e amizades

Queríamos ser diferentes, sermos os melhores, com a missão de nos tornarmos referência na área educacional, acreditando no ser humano como ser único, livre e capaz. Já em 1994, com o início das operações dos Ensinos

Hoje, com 26 anos de existência, nossa missão continua

Fundamental e Médio que se deu de maneira progres-

focada em nossos alunos e em como fazê-los acreditar

siva e consciente, baseados nos mesmos princípios de

de que o futuro lhes é promissor, ter a certeza de suas

sua fundação, o CRI Pinguinhos, passou a se chamar

capacidades intelectuais e de liderança, ter a certeza

Colégio Satélite.

de que sonhar, criar e realizar é possível.

Construímos apertos de mãos, “ois”, “até logos”, “volte sem-

Essas etapas são construídas a várias mãos, dentre

pre”... isso porque nosso trabalho começa no momento

elas, considerada por nós como fundamental, está

em que priorizamos conhecer a fundo nossos pais e alunos

a relação família–escola como base principal na

e descobrirmos o que realmente eles querem e valorizam.

formação de um aluno bem sucedido e feliz, respeitando sempre valores como o comprometimento, respeito

Trabalhamos para conquistar a confiança das famílias,

ao próximo, responsabilidade, profissionalismo, integri-

oferecendo uma bela escola, criando um modelo de

dade, espírito de equipe, honestidade e ética.

relacionamento no qual todos os profissionais envolvidos desprendem tempo, dedicação e conhecimento

Importante ressaltar que não há uma boa escola

para atender as questões pertinentes à vida escolar

sem professores competentes. No Satélite nossos

de seus alunos, respeitando-os como indivíduos,

professores são fontes de inspiração, pois ele é o

visando seu bem estar e zelando sempre por seu

planejador, o condutor do processo de aprendiza-

aprendizado e segurança.

gem e o grande incentivador e administrador da

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Acervo: Colégio Satélite.

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nossa 2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

história 2013

2014

2015

2016

curiosidade de nossos alunos, é aquele que ensina a

Tais fatos podem ser comprovados por testemunhos

aprender, e aprende ao ensinar a partir de um relacio-

de nossos alunos, ex-alunos, pais, funcionários e

namento saudável, suporte intelectual e emocional

amigos conquistados durante todo esse percurso.

na interação com o meio. Assim ao escrever a abertura desse primeiro anuário do Com grande experiência adquirida durante esse

Colégio Satélite, percebemos quanta reponsabilidade,

período, elegemos alguns fatores primordiais para a

dedicação, agradecimento, envolvimento e parceria são

realização de nossos objetivos educacionais: amar

perceptíveis nesse longo caminhar.

a vida e não desistir de lutar, refletir e se reestruturar quando necessário, acreditar nos valores humanos e ser otimista sempre.

Escolas são formadas por sonhos, Acreditamos que o que vale nesse processo não

pessoas e objetivos, e juntos,

é apenas o ponto de chegada, mas sim toda nossa caminhada, que os sonhos são movidos por amor,

com sinergia podemos

e que sem sonhos a vida não tem brilho; sem metas os sonhos não tem alicerce e sem planejamento os

MUDAR O MUNDO!

sonhos não se tornam reais.

A lei da mente é implacável:

Ambiciosos? Talvez, mas nossos alunos nos ensinaram a ser assim. Junto deles o céu é nosso limite. n

o que você pensa, você cria; Sobre a autora:

o que você sente você atrai; o que você acredita torna-se realidade; que há uma força muito maior do que qualquer combustível:

Alissandra Leite é Diretora do Colégio Satélite, Pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia e Didática do Ensino Superior e mestrada em Formação de Professores.

a vontade.

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quem é Diretora Escolar do Colégio Satélite.

Alissandra Vaneli Nogueira Leite

Recepcionista. No Colégio Satélite desde 2015.

Amanda Fontes Bezerra

Professora do Ensino Fundamental I e II. No Colégio Satélite desde 1998.

Andreia Santiago Affonso

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2017.

Carolina Santos Ferreira

Responsável Financeiro. No Colégio Satélite desde 2008.

Creusa de Moura Resk

Professor de Geografia. No Colégio Satélite desde 2015.

Danilo Santos Rodrigues

Técnico de Manutenção. No Colégio Satélite desde 2006.

Edson Moura

Auxiliar de Classe. No Colégio Satélite desde 2017.

Emy Cristini da Silva De Mello

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2017.

Fernanda Batista Cardoso

Professora de Química. No Colégio Satélite desde 2017.

Adeliane Silva Amaral

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2007.

Amanda Grandi de Souza

Professora da Educação Infantil. No Colégio Satélite desde 2012.

Ariene Rodrigues da Silva

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2012.

Caroline Frassi Floriano Barboza

Professora de Inglês. No Colégio Satélite desde 2014.

Cristiane Amadeu Fernandes

Recreacionista. No Colégio Satélite desde 2016.

Denise Alves da Silva Barbosa

Auxiliar de Limpeza. No Colégio Satélite desde 2017.

Elenice Cordeiro de Lima Alves

Professor de Educação Física. No Colégio Satélite desde 2012.

Erick Braga Boccatto

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2013.

Fernanda Nakaione Alves Lima

o Colégio Satélite?

Professora de Matemática. No Colégio Satélite desde 2016.

Adriana Luiz dos Santos Gabanelli

Recepcionista. No Colégio Satélite desde 2017.

Amanda Martines de Paula

Assistente Administrativo. No Colégio Satélite desde 2014.

Barbara dos Reis Matias

Professor de Espanhol. No Colégio Satélite desde 2016.

Claudemir Sanchez

Professor de Filosofia e Sociologia. No Colégio Satélite desde 2013.

Daniel Burgos Ferreira da Silva

Vigia. No Colégio Satélite desde 2012.

Denivaldo Siqueira da Silva

Professora de Artes. No Colégio Satélite desde 2015.

Eliane Dalla Torre Bin

Professora de Educação Física. No Colégio Satélite desde 2006.

Evanete da Costa Zaparolli

Professora de Educação Física. No Colégio Satélite desde 2009.

Fernanda Parmejani Casado Carrion

Técnico de Esportes. No Colégio Satélite desde 2017.

Alexandre Eduardo Oliveira da Silva

Instrutora de Ballet. No Colégio Satélite desde 2017.

Ana Carolina Soares de Jesus

Auxiliar de Limpeza. No Colégio Satélite desde 2011.

Benicia Xavier Teixeira de Oliveira

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2015.

Claudia Minei

Professora da Educação Infantil. No Colégio Satélite desde 2015.

Daniela Cristina Siqueira

Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. No Colégio Satélite desde 1998.

Edna Regina Coltro Boniolo

Auxiliar de Limpeza. No Colégio Satélite desde 2014.

Eliane Maria Silva Alves

Professor de Matemática. No Colégio Satélite desde 2013.

Fabio Luiz Barreto da Silva

Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2006.

Flavia Regina Vano Pina

Auxiliar de Desenvolvimento Infantil. No Colégio Satélite desde 2017.

Alinny Carol Costa Marques Melo

Professor de Informática. No Colégio Satélite desde 2017.

André Luís Denani

Recreacionista. No Colégio Satélite desde 2008.

Carla Cristina Pedro Affonso

Inspetora de Alunos. No Colégio Satélite desde 1995.

Cleonice dos Santos da Silva

Professora de Inglês. No Colégio Satélite desde 2011.

Daniela Simone Dani

Auxiliar de Manutenção. No Colégio Satélite desde 2016.

Ednei Gomes da Costa

Professora de Língua Portuguesa. No Colégio Satélite desde 2015.

Eliete Schafer de Freitas

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2010.

Fernanda A. Sanchez Maia da Silva

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2014.

Gisele Cardoso Moya

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Professor de Educação Física. No Colégio Satélite desde 2016.

Analista do Departamento Pessoal. No Colégio Satélite desde 2013.

Gustavo Henrique Mendes Silva

Inês Aparecida Gennari Fresneda

Auxiliar de Limpeza. No Colégio Satélite desde 2017.

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2015.

Jovania Almeida dos Santos

Vice-Diretora. No Colégio Satélite desde 1998.

Kelly Cristina Castro

Professor de Espanhol. No Colégio Satélite desde 2017.

Marcelo Lopez

Professora da Educação Infantil. No Colégio Satélite desde 1991.

Marilene da Silva Santos

Professora de Língua Portuguesa. No Colégio Satélite desde 2015.

Rita de Cassia Soares de Araujo

Supervisora de Limpeza. No Colégio Satélite desde 1999.

Rosilene Pedro da Silva

Professora de Educação Física. No Colégio Satélite desde 1996.

Tatiana Regina Bolonha

Jovanilda Aparecida da Silva Batista

Motorista. No Colégio Satélite desde 2014.

Leonice Fresneda dos Santos Stati

Professor de Matemática. No Colégio Satélite desde 2016.

Marcio de Almeida

Professora de Inglês. No Colégio Satélite desde 2015.

Milena Alves Iartelli

Porteiro. No Colégio Satélite desde 2014.

Robson Xavier da Silva

Professora de Ciências. No Colégio Satélite desde 2012.

Rosimeire da Silva Melo

Professora de Língua Portuguesa. No Colégio Satélite desde 2012.

Tatiane Evangelista Mendanha

Auxiliar de Limpeza. No Colégio Satélite desde 2017.

Janaina Jordana da Silva

Nutricionista. No Colégio Satélite desde 2017.

Joyce Nunes de Oliveira

Auxiliar de Apoio Pedagógico. No Colégio Satélite desde 2014.

Leticia Bueno Luiz

Professor de Física. No Colégio Satélite desde 2016.

Marcio Luis da Silva

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2017.

Milena Cardoso Goi

Inspetora de Alunos. No Colégio Satélite desde 2002.

Rosaney Alves de Souza

Professora de História. No Colégio Satélite desde 2007.

Shirley Nathali da Silva Neves

Auxiliar de Limpeza. No Colégio Satélite desde 2014.

Thais Andrade de Jesus

Assistente Financeiro. No Colégio Satélite desde 2013.

Auxiliar de Eventos. No Colégio Satélite desde 2002.

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2013.

Thais Roberta Amancio de Souza

Valeria Regina da Silva Santos

Vanessa Sidneya Costa da Silva

Professor de Artes. No Colégio Satélite desde 2009.

Jeferson Gomes de Oliveira

Auxiliar de Limpeza. No Colégio Satélite desde 2017.

Justinete de Souza Brito

Professora de Língua Portuguesa. No Colégio Satélite desde 2017.

Letícia Camargo Moreira

Auxiliar de Cozinha. No Colégio Satélite desde 2005.

Maria Aparecida de Souza

Assistente de Marketing. No Colégio Satélite desde 2007.

Nicole Cristina Vano

Auxiliar de Secretaria. No Colégio Satélite desde 2012.

Rosangela Gomes Cardoso Mata

Auxiliar de Limpeza. No Colégio Satélite desde 2013.

Sueli Maria dos Santos

Professora de Informática. No Colégio Satélite desde 2014.

Thais Cristine Martin dos Santos

Professora da Educação Infantil. No Colégio Satélite desde 2009.

Viviane Aparecida Teixeira Barata

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Professor de Literatura. No Colégio Satélite desde 2013.

João Bosco Jerônimo de Freitas Jr.

Técnica de Esportes. No Colégio Satélite desde 2017.

Katia Cristina Cruz Martins

Secretária Escolar. No Colégio Satélite desde 2014.

Lorena da Cruz de Paiva

Técnica de Esportes. No Colégio Satélite desde 2015.

Mariana Pereira Bernardo

Professor de Filosofia e Sociologia. No Colégio Satélite desde 2016.

Rafael Rodrigues Cavalcante

Supervisora de Cozinha. No Colégio Satélite desde 2013.

Roseli Paula de Souza

Professora do Ensino Fundamental I. No Colégio Satélite desde 2009.

Tatiana Costa da Rocha Vicentin

Recepcionista. No Colégio Satélite desde 2015.

Thais Gonçalves Ferreira da Silva

Supervisor de Vigilância. No Colégio Satélite desde 2008.

Walter dos Santos Junior

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V I S ÃO D E F U T U R O

crescer É tempo de

e pensar no futuro

que

Carmen Jansen de Cárdenas, Professora aposentada

permeiam a vida de todos, mas quando

da Universidade Católica de Brasília, aborda em sua

pensamos nos jovens isso vem vinculado a

tese de doutorado Adolescendo: um estudo sobre a

projetar um futuro, a tomar diversas decisões,

constituição da identidade do adolescente no âmbito

às vezes precoces e repletas de incertezas: ingressar

da escola (2000), que o adolescente se encontra

na universidade, morar sozinho, fazer intercâmbio,

num processo de conquista de autonomia e para ele o

relacionamentos afetivos, emprego–profissão–carreira.

futuro se coloca como uma interrogação. O presente

lanejar,

almejar,

sonhar.

Expressões

é objeto de constante questionamento, enquanto seus investimentos subjetivos são potencialmente capitalizados para o futuro. O adolescente vive no campo das virtualidades, o que o move à reflexão acerca do que pode vir a ser, buscando integrar suas experiências passadas, desenvolvendo a consciência de ser autor de seu próprio destino.

“Crescer custa, demora, esfola,

Além disso, essa fase é marcada por mudanças físicas,

mas compensa.

sexuais, psicológicas e cognitivas, ou seja, uma sequên-

É uma vitória secreta, sem testemunhas. O adversário somos nós mesmos.” – Marta Medeiros 1

cia de transformações biopsicossociais, bem como a necessidade de independência, a nova maneira de se relacionar com outros adolescentes e adultos e da conquista de uma identidade própria, quesitos estes que estão diretamente ligadas ao contexto sociocultural em que ele está inserido, sendo assim, uma fase que representa um grande desafio.

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Biopsicossocial é um conceito amplo que visa estudar a causa ou o progresso de doenças utilizando-se de fatores biológicos (genéticos, bioquímicos, etc), fatores psicológicos (estado de humor, de personalidade, de comportamento, etc) e fatores sociais (culturais, familiares, socioeconômicos, médicos, etc).

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da educação básica ao ensino superior).

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Divulgação.

1 MARTA MEDEIROS é jornalista, escritora, aforista e poetisa brasileira.

Mas como auxiliá-los a vivenciar essa fase de anseios e escolhas que trarão reestruturação à suas vidas? Como ajudá-los a responder a uma pergunta by Mirjoran is licensed under CC by 2.0.

que os atormenta: “o que eu quero pra minha vida?”. Assim como eles, pais e educadores também têm dúvidas sobre qual é o momento mais assertivo de se construir um projeto de vida consciente. Mas existe um momento, uma receita? A resposta é não. O que podemos é buscar entender como se dará esse processo de construção e quais fatores influenciarão, para ajudarmos a desenvolver ações que visem auxiliá-los no seu amadurecimento tanto psicológico como social, ou seja, podemos mediar sua relação com o mundo. Considerando que cada jovem tem sua história familiar, características próprias, predisposições individuais, convicções religiosas, valores e crenças, situação econômica que variam, a família virá como um dos principais fatores que ajudará (ou dificultará) esse caminho a trilhar.

JEAN WILLIAM FRITZ PIAGETT foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação epistemológica e fundou a Epistemologia Genética, teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano. Através da minuciosa observação dos seus filhos e principalmente de outras crianças, Piaget impulsionou a Teoria Cognitiva, em que propõe a existência de quatro estádios de desenvolvimento cognitivo no ser humano: os estádio da inteligência sensório-motora, pré-operatória, operatório concreto e operatório formal ou abstrato. Piaget influenciou a educação de maneira profunda. Para ele as crianças só podiam aprender aquilo para qual estavam preparadas assimilar. Aos professores, cabia aperfeiçoar o processo de descoberta dos alunos. 2

Jean Piaget2, um dos maiores pen-

riências profissionais, auxiliando na

sadores do século 20, explica que a

busca de ferramentas que possam

construção da identidade humana e

ajudá-los a detectar vantagens e

seus valores morais são construídos

desvantagens da profissão alme-

a partir da interação do sujeito

jada, trará um direcionamento de

com os diversos ambientes sociais.

uma escolha mais assertiva.

Sobre as autoras:

Ele ainda defende que é durante a convivência diária, principalmente

No que concerne à escola, cabe

com os pais, que construímos nos-

auxiliar o indivíduo a desenvolver

sos valores, princípios e preferências.

suas

Assim sendo, a influência dos pais e

dades. O potencial de cada pes-

de todas as pessoas com quem se

soa, em termos cognitivos e de

convive pode determinar as escolhas

habilidades, é desenvolvido em

futuras, mesmo que indiretamente.

seu

potencialidades

processo

capaci-

escolarização.

De acordo com a Lei de Diretrizes Cabe então aos pais, de maneira

e Bases da Educação Brasileira –

neutra, participar da escolha dos

LDB, é finalidade da educação o pleno

filhos sem imposições, permitindo

desenvolvimento do educando, bem

que eles se sintam seguros e con-

como seu preparo para o exercício

fortáveis com a profissão que irão

de cidadania e sua qualificação para

seguir. E isso não é opcional, pois

o trabalho, além de aprimorar a

o jovem precisa de direcionamento

formação ética e o desenvolvimento

de pessoas que conhecem suas

da autonomia intelectual, desen-

competências e facilidades como

volvendo seu pensamento crítico

ninguém. Atuar como conselheiros,

e orientando a contextualização

mostrando a realidade do mercado

dos conhecimentos para relacionar

de trabalho, falando de suas expe-

teoria e prática. n

Edna Boniolo é Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental II e Ensino Médio e Professora de Biologia. Graduada em Pedagogia e Gestão escolar, formada pela Universidade do Grande ABC e Biologia e Biotecnologia pela Universidade Federal de Lavras (MG).

Kelly Cristina Castro é Vice-Diretora do Colégio Satélite desde 2007. Graduada em Educação Física e Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Institucional e Gestão Escolar.

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V I S ÃO D E F U T U R O

Vitrine de

carreiras

eter Blos1, no livro Adolescência: Uma Inter-

todos dinâmicos e compartilhados entre orientadores

pretação Psicanalítica (1998), assinala que a

e orientando, espera-se propiciar um aprofundamento

profissionalização é o processo mais impor-

quanto

tante na direção da consolidação dos interes-

realidade do mundo do trabalho e do mercado

ses do ego, na fase final da adolescência.

autoconhecimento,

conhecimento

das profissões. O projeto ainda conta com visitas a universidades in loco, e também com nossa Feira das

A psicóloga Francy Ribeiro Moreira coloca em seu 2

Profissões que já se encontra em sua 5ª edição.

texto Escolha Profissional: Um Desafio Possível (2001): A inquietude, a curiosidade, a criatividade e a espon-

Esta é organizada com o objetivo maior de propiciar o

taneidade precisam ser, nesse momento, canalizadas

contato entre os futuros universitários, as instituições

para uma opção profissional criativa. O modo parti-

de ensino superior e as profissões existentes, além de

cular da escolha profissional de cada jovem expressa

ex-alunos, hoje profissionais, despertando a curiosidade

sua avaliação de passado e presente, criando os meios

do aluno, fazendo com que se sinta responsável nesse

para as projeções de futuro.

processo educativo e de crescimento pessoal. Nesse evento, nossos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental

Alinhados com esses fatos e preocupados com as

também são convidados a participar e receber informa-

exigências do mercado de trabalho que muitas vezes

ções sobre o funcionamento dos cursos em diversas áreas

nossos jovens encontram ao término da educação

e também sobre o mercado de trabalho das carreiras.

básica sem estar preparados, nosso colégio desenvolve um projeto direcionado aos alunos do Ensino médio,

Além de visitar a feira, os alunos do Ensino Médio

com maior ênfase nos alunos da 3ª série. A partir de mé-

realizam uma pesquisa de campo, que consiste em

Letícia Bueno Luiz.

entrevistas com diversos profissionais presentes e uma pesquisa sobre o tema em discussão, este decidido a partir do interesse dos mesmos.

“É um evento com

Nossos alunos são coadjuvantes desse processo e têm

atividades dinâmicas

opiniões que nos mostram a assertividade da proposta desse trabalho, como diz nossa aluna da 1ª série do

que despertam nosso

Ensino Médio, Naira Simões:

interesse e curiosidade.”

– A feira das profissões tem como objetivo incentivar, tirar dúvidas e oferecer oportunidades para nós, alunos, que ainda estudamos o Ensino Médio e desejam ingressar em uma carreira promissora de conhecer cursos, universida-

Naira Simões, aluna da 1ª sérIe do Ensino Médio em 2016.

des e profissões. É um evento com atividades dinâmicas que despertam nosso interesse e curiosidade.

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Reprodução.

1 PETER BLOS é um dos grandes autores da literatura mundial sobre adolescência. Seu livro Adolescência: Uma Interpretação Psicanalítica (Martins Fontes), é uma das contribuições mais importantes para a literatura psicanalítica sobre o tema.

Reprodução.

FRANCY RIBEIRO MOREIRA é Mestre em Psicologia pela UNESP – Assis – SP, membro efetivo do Departamento de Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae – SP. O texto citado está no livro Geração Delivery – Adolescer no Mundo Atual (2001), de organização de Cybelle Weinberg, publicado pela Sá Editora. 3

Gabriel Pereira Ribeiro, em 2016, na Oficina sobre Engenharia Elétrica em nossa 4ª edição da Feira das Profissões.

Já sua colega de classe, Ana Carolina Magalhães complementa dizendo que: – É um evento promovido pelo colégio que busca guiar os jovens nesse período marcado por tantas

ColegioSatelite

Wikimedia Commons . Public domain.

Letícia Bueno Luiz.

/ColegioSateliteOficial

CONFÚCIO foi um pensador e filósofo chinês nascido em 551 a.C. A filosofia de Confúcio sublinhava uma moralidade pessoal e governamental, os procedimentos corretos nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. Os pensamentos de Confúcio foram desenvolvidos num sistema filosófico conhecido por confucionismo.

dúvidas, pois não é fácil com tão pouca idade saber o que fazer da vida, por isso é essencial mostrar

Sobre as autoras:

as opções e caminhos possíveis. Outro trabalho que visa sensibilizar, motivar e orientar os participantes para que se tornem protagonistas uma atitude proativa e responsável perante seus objetivos é o projeto de orientação profissional, que trabalha testes vocacionais, pes-

Letícia Bueno Luiz.

de seus projetos de vida e adotem Ana Carolina Magalhães, aluna da 1ª série do Ensino Médio em 2016.

quisa de como escolher a melhor instituição para estudar, debates sobre como escolher, por que es-

Enfim, é nossa missão enquanto

colher, escolher pela razão ou pela

educadores que sonham que nos-

emoção, como estruturar um cur-

sos jovens se tornem cidadãos

rículo, dicas de sites e cursos que

humanos, críticos e responsáveis,

podem guiar os adolescentes na

bem como auxiliá-los a trilhar um

sua decisão, reflexões de textos

caminho em que se sintam em

sobre determinação, perseveran-

primeiro lugar felizes, pois como diz

ça e disciplina, ou seja, pequenas

Confúcio3: Escolha um trabalho que

atitudes diárias que fazem toda a

você ame e não terá que trabalhar

diferença.

um único dia de sua vida. n

Kelly Cristina Castro é Vice-Diretora do Colégio Satélite desde 2007. Graduada em Educação Física e Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Institucional e Gestão Escolar.

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COLEGIOSATELITE.COM.BR

FAMÍLI A

Família O

& Escola Uma parceria necessária

Colégio Satélite entende que a família e a escola são instituições que embora distintas, se completam, pois ambas são responsáveis por todo aprendizado

da criança. Especialistas como, Teresa Cristina Rego, mestre em história e filosofia da educação pela Universidade de São Paulo defendem a ideia de que a família é a base de toda a educação e formação da criança, mesmo estando ela enfrentando mudanças em seu contexto social, econômico e estrutural. A família, portanto, é a educadora primordial da criança, responsável pelos primeiros passos dados por ela, já que depois, ao longo da vida, surgirão novos aprendizados. Já a escola é a instituição que tem a função de educar o aluno, instruindo-o, abrindo-lhe os caminhos para conhecimento, tendo como responsabilidade garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários à socialização do aluno. Sendo assim, devemos

refletir como a parceria

família–escola pode contribuir para que a criança tenha mais segurança para explorar o mundo e descobrir sua própria identidade, construindo assim sua cidadania. Rousseau1 já afirmava que a educação é capaz de educar, formar e transformar o homem”, esta começa antes mesmo da criança falar, antes mesmo da criança ter noção de entendimento ela já é instruída e disciplinada a isso.

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Promover essa parceria harmoniosa da família com a escola, permite o maior envolvimento dos pais no processo de ensino aprendizagem, abrindo caminhos para que a criança possa desenvolver sua personalidade com êxito. O mestre em educação, Flávio Fernando de Souza, no livro Conversando com os Pais (2000), afirma que o amor incondicional que a criança recebe de seus pais é o que vai construir a base para uma autoestima positiva. Integrar a família na escola é algo que requer tempo, sabedoria e projetos pedagógicos que a envolvam na participação das atividades escolares, entre outras formas de envolvimento que os façam perceber

Wikimedia Commons . Public domain.

/ColegioSateliteOficial

ColegioSatelite

JEAN-JACQUES ROUSSEAU foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço do século XVI. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo. Para ele, as instituições educativas corrompem o homem e tiram-lhe a liberdade. Para a criação de um novo homem e de uma nova sociedade, seria preciso educar a criança de acordo com a Natureza, desenvolvendo progressivamente seus sentidos e a razão com vistas à liberdade e à capacidade de julgar. 1

o quanto é importante acompanhar a vida escolar dos filhos. Assim, nós do Colégio Satélite, acreditamos que a presença da família em nossa escola é imprescindível, faz parte da nossa filosofia, pois por meio do relacionamento família–escola que construímos o alicerce para um aluno bem sucedido e feliz. Temos como nossos valores o comprometimento, respeito ao ser humano, responsabilidade, profissionalismo, espírito de equipe, integridade, honestidade e ética. É nisso que acreditamos e julgamos

Saklakova. Fotolia 113917551.

ser necessário para a criação mais justa e perfeita. n

Sobre as autoras:

urante todo o ano

leitura de livros, Reuniões de

letivo promovemos

Pais e Mestres Dialogadas pro-

encontros com o in-

pondo a discussão de temas

tuito de aproxima-

de acordo com a característica

ção, buscando criar espaços

de cada sala de aula, entrevis-

para a troca com as famílias,

tas individuais, de cunho for-

tanto no dia a dia, como em

mativo e informativo, projetos

momentos específicos como

interdisciplinares e eventos.

Encontros de Pais com uma São nesses momentos que

cologia, abordando assuntos

procuramos integrar os pais ao

pertinentes a cada faixa etária,

nosso meio educacional, pro-

propondo a troca de experiên-

porcionando ao longo do tem-

cias e indicando sugestões de

po ricas trocas de experiência.

Mangostock: Fotolia 27345700.

especialista na área de psi-

Flavia Pina é Coordenadora Pedagógica, graduada em Matemática e Pedagogia pela Universidade do Grande ABC e pós graduada em Alfabetização. Atua na área da Educação na rede privada de ensino há 17 anos como Professora da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, e há 14 anos na rede estadual de ensino como Professora de Matemática com alunos do Ensino Médio.

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FAMÍLI A

Integração utro

momento

que

marcou

nosso

ano de 2016 foi a Festa da família.

Letícia Bueno Luiz.

tamanho Família

Nesta, procuramos promover momentos de união, que agregaram diversão,

interação, respeito, amizade e demonstrou muito amor entre pais, filhos e outros familiares presentes, buscando estreitar laços entre família e escola, que, conforme citado anteriormente, é de fundamental importância para o sucesso da educação de todos os alunos. Assim, desenvolvemos diversas oficinas que envolveram toda a família, como brincadeiras, contação de história, danças e momentos únicos de descontração e integração entre todos. O resultado desse dia foi famílias vivenciando intensamente cada segundo. Foi notável perceber a reflexão de cada família sobre seu importante papel na formação de seus filhos. n

Neste dia, me vi junto de minha família um enorme ninho, tamanho carinho.

Família Esmelardi Conegundes.

Cada detalhe, cada gesto, cada frase... tudo isso revestido com muita cor, música, luz e embebido por uma sensação incrível que será impossível esquecer.

Letícia Bueno Luiz.

– Família Mello agradece.

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/ColegioSateliteOficial

avó

om o mesmo intuito, outro evento que é o marco de série dos alunos dos 3º anos do Ensino Fundamental é o Projeto Respeitando nossos Avós. Numa tarde, as avós vivenciam com seus

netos momentos de homenagens, oficinas de culinária, contação de história e um lanche comunitário feito por cada uma delas (as avós). Letícia Bueno Luiz.

Chá da

ColegioSatelite

Sobre as autoras:

Avó Tereza e Gabriel Angheben Cavalcante, aluno do 4º ano do Ensino Fundamental, em 2016.

Família Melgacio Diniz.

Letícia Bueno Luiz.

Apresentação de homenagem para as famílias.

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E S C RI TA E L E I T U R A

Valorização

da Escrita e da Leitura

“Tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a história.” – Rubem Alves 1

alfabetização é o ato de saber ler e escrever, que envolve um processo de construção

conhecimento,

sendo

Pixabay.com. CC0 License.

uma prática social. u

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Divulgação. institutorubemalves.org.br.

1 RUBEM AZEVEDO ALVES foi um psicanalista, educador, teólogo, escritor e ex-pastor presbiteriano brasileiro. Foi autor de livros religiosos, educacionais, existenciais e infantis. É considerado um dos maiores pedagogos brasileiros de todos os tempos, um dos fundadores da Teologia da Libertação e intelectual polivalente nos debates sociais no Brasil. Foi professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Divulgação. letras.ufscar.br.

/ColegioSateliteOficial

2 LUIZ CARLOS CAGLIARI é um professor universitário brasileiro, que atua no campo da lingüística, com especialidade em fonética. É professor-adjunto no Departamento de Linguística da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP de Araraquara e livre-docente e professor titular pela UNICAMP. Antes disso, foi professor de Fonética e de Fonologia do Departamento de Linguística do IEL/Unicamp, durante muitos anos. É mestre em Linguística pela Unicamp, doutor pela Universidade de Edimburgoe pós-doutor na Universidade de Oxford.

Luiz Carlos Cagliari2 diz que quem inventou a escrita inventou ao mesmo tempo as regras da alfabetização,

ColegioSatelite

Sobre as autoras:

Shirley Nathali Neves é Professora de História do Ensino Fundamental II e Médio há 5 anos, graduada em História Licenciatura Plena pela Universidade Cidade de São Paulo.

ou seja, as regras que permitem ao leitor decifrar o que está escrito, entender como o sistema de escrita funciona e saber como usá-lo apropriadamente. A alfabetização é, pois, tão antiga quanto os sistemas de escritas. De certo modo, é a atividade escolar mais antiga da humanidade. Sabendo dessa importância, desenvolvemos desde cedo este trabalho com os nossos alunos, visto que o processo de alfabetização se dá desde a educação infantil e tem como um grande facilitador em nossa sala

Vanessa Silva é Professora do Ensino Fundamental I no Colégio Satélite desde 2013. Graduada em Pedagogia e Gestão Escolar. Cursando pós-graduação em Neuropsicopedagogia Institucional e Clínica pela Censupeg.

Anualmente, uma chance para seu filho conquistar uma

BOLSA de até

de aula a contação de histórias. A contação de histórias contribui para o resgate da tradição oral ampliando o repertório cultural das crianças, deve ser utilizada como um instrumento que aguce a curiosidade, o interesse e a vontade de buscar novos conhecimentos por meio das emoções que proporcionam. A finalidade é trazer o aluno ao mundo da aprendizagem, pois com ela é possível a medição para uma melhor compreensão de mundo. Permitindo que a criança enfrente, solucione seus conflitos e desenvolva o interesse, prazer na descoberta e a compreensão da representação da língua falada, a escrita. n

Eliete Schafer é Pedagoga, tem formação acadêmica em Letras, possui 24 anos de vivência em Educação, atuou por 10 anos como professora do Ensino Fundamental I e há 14 anos na área de Língua Portuguesa com alunos do Ensino Fundamental II – matéria que leciona no Colégio Satélite. Desde 2012, quando atuou no projeto Escola da Família, atua como vice-diretora na Rede Estadual de Ensino.

Para os cursos a partir do 6º ano ao Ensino Médio. Informe-se na secretaria do Colégio.

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E S C RI TA E L E I T U R A

Manhã de

Autógrafos

Letícia Bueno Luiz.

uiz Carlos Cagliari [vide box explicativo na página 21] afirma que o segredo da alfabetização é a leitura. Escrever é a decorrência do conhecimento que se tem para ler. Portanto, o

ponto principal do trabalho é ensinar o aluno a decifrar a escrita e, em seguida, aplicar esse conhecimento para produzir sua própria escrita. Por meio dos trabalhos iniciados na educação infantil, damos início aos projetos de leitura e escrita desde as séries iniciais do Ensino Fundamental.

Reprodução.

Letícia Bueno Luiz.

Aluna Sofia Ferrari dos Santos, 2º ano do Ensino Fundamental em 2016, com o autor Amir Piedade, durante o evento Manhã de Autógrafos.

Aluna Lorena Fuentes de Souza Ruiz, 2º ano do Ensino Fundamental em 2016 e família, com o autor Amir Piedade, durante o evento Manhã de Autógrafos.

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/ColegioSateliteOficial

A produção de texto tem como finalidade formar

Como se trata de uma prática

escritores competentes capazes de produzir textos

social, no decorrer do ano letivo

coerentes, coesos e eficazes, por isso, iniciamos esse

é trabalhado com nossos alunos

trabalho no 2° ano do Ensino Fundamental, primeira-

a diversidade de textos e as

mente de forma coletiva e aos poucos, os transforma-

diferentes formas de leitura com

mos numa produção independente e individual.

a apresentação de alguns gêne-

ColegioSatelite

ros textuais, fazendo com que os Os alunos participam de projetos em que produzem

alunos tenham uma base para sua

o seu próprio livro e participa de uma celebração

produção.

Sobre as autoras:

em que esses livros produzidos são autografados por eles em um dia muito especial – a nossa Manhã

Essa

de Autógrafos.

ta com uma linda ilustração,

produção

também

con-

em que o aluno dá vida a cada Eles iniciam uma grande aventura no mundo mágico

página escrita de forma fantásti-

da leitura, agora muito mais desafiadora, pois cada

ca e personalizada, expressando

um tem seu papel principal, a produção do seu próprio

seus sentimentos e criatividade.

livro, sendo ele agora o protagonista da sua escrita. A proposta interdisciplinar objetiLetícia Bueno Luiz.

va a construção do conhecimen-

Shirley Nathali Neves é Professora de História do Ensino Fundamental II e Médio há 5 anos, graduada em História Licenciatura Plena pela Universidade Cidade de São Paulo.

to através de diferentes ciências que dialogam e se completam. Uma proposta que valoriza os conhecimentos prévios dos alunos e desperta seu interesse à medida que ele observa por diferentes ângulos os conceitos antes visSala de leitura infanto-juvenil do Colégio Satélite.

tos fragmentados. O estímulo à leitura dos alunos do ciclo II envolve projetos que vão

de debates à exposição literária. Agradeço o maravilhoso projeto com meu livro O Aniversário do Seu Alfabeto, Editora Cortez,

O colégio possui um acervo cati-

desenvolvido no Colégio Satélite, pelas professoras

vante de livros infanto-juvenis e os

Vanessa, Gisele, Tatiana, Coordenadora Flavia e

alunos têm total acesso a eles.

Vice-Diretora Kelly. O livro auxiliou no processo de alfabetização e, depois, cada criança criou

Um dos projetos com grande acei-

seu próprio livro infantil. E, hoje, as famílias

tação é a escolha do próprio livro

participaram de uma manhã de autógrafos das

para a leitura trimestral. Sem impo-

crianças e do autor. Fiquei encantado! Parabéns

sição, o aluno tem a liberdade de

às professoras, crianças, famílias e Colégio.

escolher entre os livros existentes na biblioteca e, desta forma, cada

Amir Piedade, autor do livro

grupo apresenta sua leitura para

O aniversário do Seu Alfabeto.

os demais, fazendo com que todos conheçam diversas histórias. n

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E S C RI TA E L E I T U R A

EXP O

utro projeto existente é o Expo 9º Ano,

cuja leitura interdisciplinar envolve aspectos literários, históricos e artísticos.

Jeferson Gomes de Oliveira.

9º Ano

Exposições sobre a leitura de obras literárias que os alunos exploraram no projeto.

Neste projeto os alunos se envolvem com dois temas abrangentes sobre os quais refletem e transformam as ideias em uma exposição que contém releituras das obras que são expressas através de esculturas, quadros, apresentações teatrais, músicas e poemas. Quando o conhecimento passa a ter significado zerosas. Fazer uso da leitura para compreensão do mundo e de sua própria existência; se encontrar como sujeito pertencente a um grupo social e, num

Acervo: Colégio Satélite.

prático a leitura e a escrita tornam-se também pra-

tempo histórico, torna significativa a prática leitora, e assim as histórias presentes nas obras literárias “fascinam” o aluno-leitor, despertando a mesma necessidade de construir sua obra através de sua própria escrita. Como diz a professora Eliete Schafer, Uma casa sem livros é como um quarto sem janelas, então, a nossa missão é fazer com que os nossos alunos nunca deixem de construir suas janelas, para que eles tenham sempre a oportunidade de criar e recriar suas escritas de maneira significativa, prazerosa e cada vez mais autônoma. n

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ColegioSatelite

Jeferson Gomes de Oliveira.

Amanda Angelozzi.

/ColegioSateliteOficial

Jeferson Gomes de Oliveira.

Sobre as autoras:

O Satélite sempre oferece aos alunos projetos

Shirley Nathali Neves é Professora de História do Ensino Fundamental II e Médio há 5 anos, graduada em História Licenciatura Plena pela Universidade Cidade de São Paulo.

que os auxiliam em sua formação, tanto acadêmica quanto crítica e, no meu caso, a Expo 9º contribuiu muito para o meu aprendizado. Embora o nome só remeta ao produto final, esse trabalho, que dura praticamente um ano, vai muito além de ler um livro e apresentar as ideias “básicas” do autor. Para começar, os professores escolhem livros que tenham um tema central em comum. A partir daí, as turmas ficam encarregadas de ler as entrelinhas dos livros e absorver

Jeferson Gomes de Oliveira.

o que o autor disse e quis dizer – habilidades que serão muito importantes para os vestibu-

lares que irão prestar futuramente. Além disso, como há uma análise diferenciada dos textos, os alunos sentem um interesse maior pela leitura e pelas discussões, em que debatem os diversos pontos de vista de um mesmo texto. Na fase final do projeto, há uma junção de todos os tópicos debatidos que resultam em uma sala com várias representações dessas análises. Em resumo, é um projeto que dá uma bagagem que o aluno leva por muito tempo e do qual valeu muito a pena ter participado. Maria Luisa Vieira Nunes, aluna da 3ª série do Ensino Médio em 2016.

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TE C N O LO G I A

INOVAÇÃO C R I AT I V I DA D E Tecnologia além da ferramenta

uando discorremos sobre tecnologia, logo vem à mente uma palavra que permeia

Acreditamos que o computador e suas

esse ambiente: inovação. Palavra que vem

ferramentas devem ser usados para

do latim innovatio e que se refere a uma

potencializar a aprendizagem e a criatividade.

ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores e estão diretamente ligado ao ambiente escolar e sua rotina.

Pensar em tecnologia nos dias atuais não soa mais como “um bicho de sete cabeça”, muito pelo contrário. Ao longo das últimas décadas, o computador tem tido um desenvolvimento exponencial, tanto na velocidade de processamento das informações quanto na criação de programas que possibilitam os usos mais variados dessa tecnologia, sendo uma das tecnologias que mais têm contribuído para a promoção de mudanças sociais e econômicas. Um exemplo disso, segundo o gerente de TI da empresa FH Consultoria Rodrigo Batista, Batista é a área de comércio, no qual podemos observar a mudança ocorrida com as grandes redes varejistas brasileiras que, há pouco tempo, não tinham presença virtual e investiam no e-commerce apenas como uma forma de divulgar seus produtos e atrair os consumidores às suas lojas físicas. Contudo, hoje, é nítido que o comércio eletrônico representa um dos maiores pontos de venda dessas redes. Além disso, a popularização do acesso à informação e sua democratização trouxe grandes inovações a estrutura de ensino, que até pouco tempo atrás só beneficiava a poucos, além de ampliar e oportunizar novas formas de ver, ler e escrever o mundo, auxiliando na construção de conhecimento. Hoje, com qualquer dispositivo móvel e acesso à internet, consegue-se acessar uma Mark Strozier via Visual hunt / CC BY-NC-ND.

gama de informações e aprender qualquer coisa. Mas é importante ressaltar que a mera informação não é conhecimento. O conhecimento envolve o estabelecimento de relações entre informações isoladas. isoladas E é claro que a utilização do computador não deve, em hipótese alguma, ser utilizado como um fim em si mesmo, mas sim como uma ferramenta auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, despertando desta maneira algum tipo de interesse maior na questão do conhecimento.

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/ColegioSateliteOficial

68% estão em busca de informações complementares para trabalhos escolares ou para ampliação do conhecimento.

68%

ColegioSatelite

Numa recente pesquisa, O CETIC – Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, que monitora a adoção das tecnologias de informação no Brasil, divulgou um estudo que aponta o uso de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, por 82%

82%

das crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos de idade, para acessarem a rede mundial de computadores. Desse número, a pesquisa indica que 68% estão em busca de informações complementares para trabalhos escolares ou para ampliação do seu universo de conhecimento. Outro exemplo de avanço na inserção da tecnologia,

82% utilizam dispositivos móveis, como smartphones e tablets.

agora no âmbito escolar, são as Diretrizes de Políticas para a Aprendizagem Móvel da Unesco (2013) entendida como uma aprendizagem que envolve o uso de tecnologias móveis, isoladamente ou em combinação com outras Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, a fim de permitir a aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar. u Crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos de idade.

Tecnologias da informação e comunicação é uma expressão que se refere ao papel da comunicação (seja por fios, cabos, ou sem fio) na moderna tecnologia da informação. Entende-se que TIC consistem de todos os meios técnicos usados para tratar a informação e auxiliar na comunicação, o que inclui o hardware de computadores, rede, telemóveis, bem como todo software necessário. Em outras palavras, TIC consistem em TI bem como quaisquer formas de transmissão de informações[1] e correspondem a todas as tecnologias que interferem e medeiam os processos informacionais e comunicativos dos seres.

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TE C N O LO G I A

O referido documento traz uma lista de desafios como

recem no incremento das práticas educacionais, além

potencializar a aprendizagem contínua e atualizada

de ser uma prática libertadora, pois contribui para a

por meio da computação em nuvem e criar pontes

inclusão digital.

entre as aprendizagens formal e não formal, com acesso a recursos suplementares.

Acreditamos com isso que o computador e suas ferramentas devem ser usados para potencializar a aprendi-

Desafios Educacionais

zagem e a criatividade, instigando a solução de problemas, desenvolvendo interesse e a ambição de vencer

Pensando nessas vertentes e em uma educação que

desafios que simulem problemas reais e que exigem,

necessita cada vez mais de recursos que cativem os

sem querer, a aplicação de múltiplos conhecimentos

alunos, que alinhem aos objetivos propostos, levan-

tecnológicos e curriculares.

do mais interatividade e transmitindo motivação, o Colégio Satélite tem investido cada vez mais nas

Essa visão tem influenciado diversas escolas no

aulas de educação tecnológica do Maternal ao Ensino

Brasil e incentivado a adoção de metodologias e

Médio Técnico com diferentes instrumentos tecnológi-

disciplinas que trabalham esse processo de aprendiza-

cos permeados de conceitos acadêmicos inovadores.

do, no caso da robótica, desenvolvimentos de jogos, animações, aplicativos para celular, plataformas de

Aulas estas, que empregam estratégias para uma

ensino personalizado, entre outros.

aprendizagem criativa, com uma tecnologia inovadora, que vem promover o desenvolvimento de habilidades

Além disso, as estruturas das salas de aulas de nossa

que tornem nossos alunos agentes de transformação

escola têm agregado lousas digitais, ambientes virtuais

ao se apropriarem criticamente dessas tecnologias, de

para os estudantes e até as projeções em 3D para as

modo que descubram as possibilidades que elas ofe-

salas de aula. Se antes os professores tinham poucos recursos para deixar as aulas mais

Letícia Bueno Luiz.

dinâmicas, hoje contam com a tecnologia como aliada para tornar as explicações mais atrativas e fazer com que o estudante tenha uma postura mais participativa.

Ferramentas que oportunizam real aprendizagem Pautados nessa nova perspectiva e na avaliação de nossos professores especialistas da área tecnológica, que se mantém em constante capacitação, foi eleito como um dos conteúdos a serem trabalhados com os alunos do Ensino Lucas Souza Alonso, aluno da 2ª Série do Ensino Médio, em 2017, utilizando a lousa digital.

Fundamental I, a ferramenta onli-

26 ColegioSatelite_Anuario2017.indd 26

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ne Code.org. Esse recurso, busca entender os conceitos da Ciência da computação e suas tecnologias, transmitindo uma aprendizagem cada vez mais lúdica e inovadora com conceitos lógicos de programação e desenvolvimento de jogos. Jogo acessado mundialmente, o Code.org estimula a criatividade na área tecnológica, e não só no meio educacional, mas também con-

ColegioSatelite

Fusão de imagens. Photo via Visualhunt. License: CC0 1.0 Universal (CC0 1.0) Public Domain Dedication.

/ColegioSateliteOficial

tribui para a formação do cidadão capaz de pensar por diferentes caminhos para a solução de problemas utilizando blocos de programação estruturadas com personagens conhecidos no mundo dos jogos virtuais.

Robótica & APPs

Durante a competição, os alunos foram divididos em equipes mistas de alunos do 6º e 7º ano e do 8º com 9º ano. Eles criaram um “grito de paz” identificados

alunos do 6º ao 9º ano, e tem como objetivo ser um

pela cor da equipe, construíram um Robô Móvel com

instrumento facilitador de habilidades para o raciocínio

o Kit Lego EV3, programaram, testaram e executaram

lógico, criatividade, ampliando o uso da programação

na arena os desafios propostos. u

para a computação estimulando a construção e funcionalidade dos robôs. Os alunos utilizam o conjunto de Lego Mindistormns Ev3 que com suas peças

Letícia Bueno Luiz.

As aulas de Robótica é um recurso, ensinado aos

de montagem, motores, sensores, conectores e ferramentas de construção, possibilitam um maior envolvimento entre si, por tratar-se de uma prática em grupo.

No ano de 2016, realizamos nosso primeiro minicampeonato de Robótica para dar maior ênfase às práticas de montagem.

O campeonato foi muito divertido, aprendemos muitas técnicas novas, trabalhamos em equipe e isso estimulou os alunos participantes a quererem aprender cada vez mais sobre a robótica – Isabella Faile Guimarães, aluna do 7º ano do Ensino Fundamental em 2016.

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TE C N O LO G I A

Ainda para o Ensino Fundamental II, trabalhando agora na área de aplicativos temos o Scratch, uma ferramenta que trata-se de uma linguagem de programação criada em 2007 pelo laboratório MIT Media Lab que permite a crianças acima de 8 anos, um aprendizado de conceitos matemáticos e computacionais. Nele os alunos, criam histórias animadas, jogos e outros programas interativos com personagens, diálogos, sons, interação e o que mais a imaginação permitir. Essa prática foi tão significativa, que a aplicação dessa ferramenta foi

MIT Media Lab faz parte do departamento de pesquisa da Escola de Arquitetura e Urbanismo da MIT (Massachusetts Institute of Technology). O Laboratório inclui rigorosas pesquisas, programas de graduação, com as disciplinas tradicionais sendo passadas com execelência. Designers de produtos modernos, nanotecnologias, visualização de dados, peritos, pesquisadores industriais, e pioneiros do computador interfaces trabalham lado a lado para inventar e reinventar experiência como seres humanos, podendo ser auxiliada por meio da tecnologia.

Divulgação.

utilizada como um recurso de uma prova oficial de nossa Gincana Cultural, que foi intitulada como uma inovação, pelos jurados presentes. Para o Ensino Médio Técnico, utilizamos O APP Inventor,

bem como, a compreensão do funcionamento do

também desenvolvido pela MIT Media Lab, um software

computador, suas configurações, criação de pro-

que permite a criação de aplicativos Android usando

gramas e integrações com outras áreas.

apenas um navegador de internet e um celular para codificação e testes. Toda criação do aplicativo é feita de forma

A metodologia de ensino tem seu foco no desenvol-

visual, unindo o modo designer com blocos encaixáveis

vimento de projetos que por meio de um diagnóstico

que de forma a construir o início, processamento e fim

sistemático, disponibiliza subsídios para o aperfeiçoa-

resultam no app de navegação.

mento do processo de aprendizagem, visando despertar no participante o raciocínio lógico, o espírito crítico

Em 2013 três alunos do Ensino Médio foram finalistas

e criativo.

dentre mais de 500 alunos na Maratona de aplicativos da FIAP – Faculdade de Informática e Administração Paulista, ficando em 4º lugar (Kevin Galoni) e 6º lugar (Rodrigo Marques) o que foi um grande orgulho para o Colégio Satélite. Uma outra vertente de trabalho, agora mais específica, é o curso do Ensino Técnico de Informática

Eduarda Dellacalle da 2ª série do Ensino Médio Técnico: o projeto foi uma oportunidade de dividir conhecimentos e práticas entre os alunos. Para os veteranos foi momento de relembrar as lições aprendidas e para os novatos uma oportunidade de conhecer melhor o futuro do curso.

três anos formar um profissional que seja capaz de aplicar adequadamente à realidade os conhecimentos adquiridos, sendo capaz de assimilar novas

Letícia Bueno Luiz.

integrado ao Ensino Médio, que objetiva ao final de

tecnologias, selecionando programas de aplicação que condigam com a necessidade do usuário; a capacidade de identificar as diversas arquiteturas de redes e como lidar com as mesmas; avaliar e especificar necessidades de treinamento e de suporte,

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/ColegioSateliteOficial

Um exemplo disso é o projeto integrado do curso, realizado ao final de cada ano letivo, que integra os alunos dos três anos para uma prática em equipe que acopla todos os conteúdos do currículo. As tarefas inseridas envolvem as áreas de arquitetura e montagem de microcomputadores, sistemas operacionais, técnicas de segurança de redes, designer, programação, banco

ColegioSatelite

Referências: Unesco. Diretrizes de Políticas para Aprendizagem Móvel. http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002277/227770por.pdf. Code.org. http://www.code.org. MIT. Scratch. https://ww.scratch.mit.edu.

Sobre as autoras:

de dados, lógica e empreendedorismo. Em 2016, esse projeto foi referente a comemoração dos 25 anos do Colégio Satélite, e os envolvidos, criaram recursos e estratégias de melhorias na área de informática para os diversos setores do Colégio, como: academia, cantina, integral, ensino e administração, desenvolvendo assim sistemas, web sites, plataformas digitais, recursos de marketing e propaganda, inserindo na prática os conteúdos curriculares.

Kelly Cristina Castro é Vice-Diretora do Colégio Satélite desde 2007. Graduada em Educação Física e Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Institucional e Gestão Escolar.

Enfim, com estes recursos, estamos alinhamos as ferramentas tecnológicas e criando meios acessíveis na informática que são capazes de fazer a reflexão e depuração das ideias. Os alunos aprendem de modo criativo, lúdico e divertido, sempre colaborando com o trabalho em equipe, liderança, planejamento e a solução de problemas. Em meio à discussão de uma reforma educacional, a conclusão que se chega é que as mudanças precisam ser mais profundas. Baseado nesse pensamento, os estudantes saem do posto de menos ouvintes e passa a criar por meio de implementação de atividade de aprendizagem “mão na massa” ambientes educacionais. n

Thais Cristine Santos é Professora de Informática e de Robótica Educacional para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio Técnico em Informática. Graduada em Informática, Licenciatura em Pedagogia e Pós graduação em MBA Sistemas de Informação. Atuante como educadora da área de tecnologia há 10 anos.

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FUTURO do seu filho.

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FAS E S DA V I DA

O aluno

do século XXI

atende às expectativas e desaﬁos da sua época?

“Quem foi educado para aprender, segue aprendendo a vida toda.” – Paulo de Camargo 1

ivemos um tempo de mudanças em que tudo se transforma constantemente. Com a educação não é e não poderia ser diferente! Frente a tantos desafios, nos vemos diante de um novo perfil de sociedade que

apresenta novas necessidades fazendo nossa, a função de, enquanto educadores, família e escola, sermos os responsáveis em acompanhá-las e respeitar nossos alunos em cada fase de suas vidas e no que se refere às suas necessidades em diversos aspectos, dentre eles: sociais, emocionais, políticos, intelectuais, entre outras. Comportamentos para lidar com um mundo complexo e em constante mudança comprovam o impacto e necessidade do desenvolvimento de diversas competências nas crianças, jovens e adultos. O jornalista Paulo Camargo afirma que a definição de competência traduz a ideia do conhecimento em ação, ou seja, a mobilização de saberes de diferentes áreas para produzir efeito sobre a realidade, seja na análise de contextos, na interpretação do mundo ou na produção de novos conhecimentos. Buscando atender as necessidades atuais e acompanhar tais transformações, nós do Colégio Satélite permanecemos em constante atualização e aperfeiçoamento para compreender o desenvolvimento

Photo by Faustin Tuyambaze on Unsplash.

humano, respeitando e compreendendo as características biopsicossociais de cada faixa etária e sua individualidade.

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professor desenvolva a cada aula um novo desafio, ques-

Divulgação.

Assim, acreditamos em numa metodologia em que o

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1 PAULO CAMARGO é jornalista especializado em educação, consultor em projetos de gestão e educação e mestre em Literatura pela Universidade de São Paulo.

Divulgação.

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2 JULIO FURTADO é Pós-graduado em Orientação Educacional, Gestalt-terapia e Dinâmica de grupo. Psicopedagogo e Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Havana, Cuba. Mestre em Educação pela UFRJ.

tões que despertem o interesse do aluno, dinâmicas que os encaminhem a descobertas e as aprendizagens quase que autonomamente a fim de alcançarmos uma aprendizagem mais significativa. A ideia de competência abrange também um conjunto de atitudes e comportamentos, como a cooperação, persistência diante do fracasso, saber lidar com frustrações, por fim, um projeto de vida. Portanto, se desafios e resolução de problemas são primordiais para tal desempenho, enfatizamos nossos diversos projetos pedagógicos ao longo do ano letivo para tal reflexão e sua sistematização. A aprendizagem significativa caracteriza-se pela interação cognitiva de conhecimentos novos e conhecimentos prévios. Desta forma, os novos conhecimentos adquirem significados e os prévios se tornam mais elaborados.

Aprender a aprender;

Julio Furtado2 afirma que se torna fundamental enquanto educadores fazermos uma diferenciação

Aprender a fazer;

entre significado e sentido. O sentido é formado de maneira rápida, a partir de correlações diretas que o

Aprender a conviver (viver juntos);

aluno faz entre o novo e o prévio. Estas, depuradas pelo educador, seus familiares e comunidade, se

Aprender a ser.

converterá em um significado socialmente aceito e cientificamente comprovado. Os pilares da educação contemporânea, propagados

Desta forma, negociar sentidos exige uma atitude

pelo Relatório da Unesco – Organização das Nações

de predisposição para identificar os elementos que

Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, trazem

constituem nossos alunos dentro de cada faixa etária e

como base para a educação humanizada, no terceiro

elaborarmos nossas aulas a partir de metodologias que

milênio, um ensino fundamentado nos quatro pilares

visem a análise de situações reais, concretas e contex-

da educação, que são:

tualizadas que despertam o interesse dos mesmos. u

E N S I N O

Educação Infantil

Ensino Fundamental

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Ensino Médio

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Ensino Técnico

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FAS E S DA V I DA

Para tanto, diversas estratégias são utilizadas em

Em cada ciclo educacional, respeitamos o aprendizado

nossa rotina escolar: a problematização, o diálogo, a

que se inicia com o nascimento ou até mesmo antes

corresponsabilidade, a solidariedade, a interatividade, a

dele e se prolonga até a morte. Assim, buscamos com-

liderança, a autonomia e o respeito às diferenças, além

preender o comportamento e as atitudes humanas, os

de despertar a criatividade, a curiosidade, o interesse

ideais e as crenças, as habilidades e os conhecimentos

e o desejo de aprender.

que caracterizam qualquer ser humano. n

Para elucidar tal prática, alinhamos nosso planejamento do desenvolvimento sócioemocional desde a Educação Infantil ao Ensino Médio. Iniciamos com o Projeto Identidade, pois acreditamos que o desenvolvimento desta está intimamente ligado aos processos de socia-

É pela aprendizagem que o homem se afirma

lização e ampliação de laços afetivos que as crianças

como ser racional,

estabelecem umas com as outras e com os adultos e terminamos com o trabalho de orientação pessoal e

constitui sua

profissional visando suas escolhas acadêmicas e por consequência sua futura área de atuação profissional. A psicóloga Halina de Matos, Gerente de Inovação, Desenvolvimento e Carreira, relata que há uma distân-

personalidade e se prepara para cumprir

cia considerável entre o que a escola ensina e o que

o papel que lhe é

o mundo do trabalho espera. Faltam jovens com capacidade de argumentação, exposição de ideais bem estruturadas e conscientes, de se antever aos desafios,

Sobre as autoras:

reservado na sociedade

prever cenários e propor soluções criativas.

a qual pertence.

Paulo Camargo afirma que se há uma mensagem

Amanda Grandi é professora do Ensino Fundamental I no Colégio Satélite desde 2007. Graduada em Pedagogia, Especialista em Educação Infantil. Pós graduada em Pedagogia Hospitalar e Empresarial.

central no estudo é o que as pessoas sabem e o que podem fazer com aquilo que sabem, isto trará impactos importantíssimos para a vida de cada um. Compactuando com tais afirmações, entendemos que todas as etapas do desenvolvimento são importantes e cada ano ou série de ensino deve ser planejado, executado e encerrado de forma contundente e significativa. Nossos alunos aprendem a compreender o mundo em rede, utilizam abstração e dedução para solucionar tarefas complexas, se utilizam de atividades lúdicas que favorecem o desenvolvimento das capacidades cognitivas e emocionais.

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FAS E S DA V I DA

O papel das

Formaturas

Cia Paulista Eventos.

o término de algumas fases do período educacional, temos que celebrar! Ao longo de toda nossa trajetória estudantil, temos a oportunidade de realizar diversas formatu-

ras como as da Educação Infantil, Ensino Fundamental (término do nono ano), Ensino Médio (término da terceira série do ensino médio). Mais do que simples comemorações, as formaturas típicas do fim de ano, que marcam o encerramento dos ciclos educacionais, são rituais importantes para o deCia Paulista Eventos.

senvolvimento de crianças e jovens. Para Selma Carvalho, no texto A Importância das Festas de Formatura (2014), um ritual ou rito de passagem é uma cerimônia que marca uma transição importante na vida de um indivíduo. Esses rituais marcam um período de mudança para a pessoa, e são celebrados por diferentes etnias no mundo e de diferentes formas de acordo com suas crenças. O primeiro pesquisador a se ocupar do tema, ainda no início do século XX, foi Van Gennep1, que em 1906 publicou o clássico Os Ritos de Passagem. Neste livro, ele dividiu os ritos de passagem em três grandes gruCia Paulista Eventos.

pos: ritos de separação, como a festa de formatura ou um sepultamento; ritos de margem, como o período da gravidez ou o do noivado; e os ritos de agregação, como batismo, casamento, primeiro dia de aula na escola ou na universidade.

Ritos de Separação; Ritos de Margem; Ritos de Agregação. Momentos das Formaturas da Educação Infantil, Ensino Fundamental II e Ensino Médio em 2016.

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Wikimedia Commons . Public domain.

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1 ARNOLD VAN GENNEP foi um antropólogo francês conhecido por suas descobertas sobre os ritos de passagem, mas também contribuiu muito no campo do folclore europeu propondo a substituição da orientação histórica e de busca das origens, por uma abordagem etnográfica comparativa. Realizou um estudo sistemático dos cerimoniais que em diversas sociedades marcam a transição dos indivíduos de um status para outro.

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CONQUISTE SUAS PRÓPRIAS VITÓRIAS

Fecha-se para cada faixa etária de forma característica uma palavra chamada ciclo. Ali vive-se tempos que ajudam a forjar caráter, conceituar ética, sentir o gosto de uma convivência com amigos e mestres que levarão para sempre. É impossível ficar alheio a esse cenário que fala de saudade. Isso ajuda a compreender as reações dos formandos em seus últimos dias de vida escolar. Para o Ensino Médio, encaram o desafio do vestibular e da universidade quanto rodam pelos corredores de suas escolas abraçando a todos, mestres e funcionários. Inventam brincadeiras, fantasias, riem por qualquer coisa em sala de aula. Voltarão, daqui algum tempo, para falar de vitórias e êxitos humanos e profissionais.

Sobre as autoras:

É preciso fazer o caminho da autonomia. Deixar para trás um tempo de vida que foi precioso

Anualmente, uma chance para você conquistar uma

pode ser um momento mágico que precisa ser vivido e construído com os principais protagonistas dessa passagem: a comunidade de alunos e suas famílias. Uma comunidade escolar criada numa geração que será seu cartão postal. Sim, eles passaram por aqui. Partem, deixando em nós, mestres de todos os conhecimentos, a sensação de que podemos fazer mais e

Amanda Grandi é professora do Ensino Fundamental I no Colégio Satélite desde 2007. Graduada em Pedagogia, Especialista em Educação Infantil. Pós graduada em Pedagogia Hospitalar e Empresarial.

BOLSA de até

melhor pelas gerações a nós entregues. O sentimento de pertencimento a uma instituição cuja história de vida está marcada para sempre. Eles comandam o ritual de esperança, exemplos que ficam para quem vai chegar no ano que vem e nos próximos. Por isso as formaturas são entendidas como o momento de comemoração e demonstração de um trabalho sério e cheio de muito amor. n Referências: Camargo, Paulo de. Competências para a Vida Toda. Educatrix, 2015. Furtado, Júlio. O Professor como Negociador de Sentidos. Escola Particular, Abril, 2017. Instituto da Cidadanai Brasil. Ritos de Passagem. http://institutocidadania.org.br/ritos-de-passagem. Carvalho, Selma. A Importância das Festas de Formatura. http://selmamcarvalho.blogspot.com.br/2014/11/a-importancia-das-festas-de-formatura.html.

Para os cursos a partir do 6º ano ao Ensino Médio. Informe-se na secretaria do Colégio.

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H A BI L I DA D E S SO C I O EM O C IO NAIS

Bullying

Sintoma da sociedade moderna

bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por uma ou mais pessoas, contra uma ou mais pessoas.

O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully,

Os esforços na esfera política são fundamentais na

que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma deno-

medida em que se entende como caso de saúde

minação em português, é entendido como ameaça,

pública, uma vez que é agravado ao observarmos os

tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

alarmantes índices de fatalidades, como o aumento da taxa de suicídio entre jovens brasileiros. Dados recentes

É uma das formas de violência que mais cresce no

apresentados pelo Mapa da Violência4 acusam o aumento

mundo, afirma Cléo Fante , educadora e autora do

de 10% nos últimos 15 anos e entre os fatores estão

livro Fenômeno Bullying: Como prevenir a Violência nas

ligados o uso de drogas, depressão e abusos sofridos.

Escolas e Educar para a Paz (Editora Verus). Segundo a especialista, o que à primeira vista, pode parecer

Frente a todas as dificuldades enfrentadas pelos

um simples apelido inofensivo pode afetar emocional

jovens, nesse ano infelizmente nos deparamos com a

e fisicamente o alvo da ofensa.

popularização de um nocivo jogo virtual: a Baleia Azul (Blue Whale em inglês), que deixou diversas famílias

Teuler Reis que é psicólogo, psicanalista e escritor do 2

e escolas em estado de alerta.

livro Bullying… Tô Fora, afirma que com algumas exceções, as práticas do bulliyng são frutos de crianças que por

O Baleia Azul é uma perigosa corrente virtual que surgiu

sua vez foram vítimas também, senão de ameaças e

nas redes sociais e que incita a violência, mutilação e

práticas de bullying, foram vítimas do descaso de adultos

em casos extremos, até o suicídio de jovens e crianças.

em lhes ensinar o caminho justo, o caminho da ética,

A existência desse mal trouxe à tona a importância de

do respeito pelo outro.

abrirmos ainda mais nossos olhos, ouvidos e corações para a juventude e impedirmos que fatalidades como a

Políticas internacionais estão sendo adotadas para

Baleia Azul, o bullying e a depressão continuem a atingir

reunir esforços no combate a esse fenômeno conforme

os nossos alunos, filhos, familiares, amigos e colegas.

relatório divulgado pela UNESCO em janeiro deste ano: 3

A ameaça generalizada da violência escolar e do bullying

Partindo desse pressuposto, se mostra de suma im-

é um desafio para todos os países, e são necessários

portância o desenvolvimento de campanhas como a

esforços globais para solucionar essa questão.

Baleia Rosa, http://baleiarosa.com.br, que incentiva jovens a fazerem o bem e se amarem exatamente como são. O jogo, que contém 50 desafios como “elogie alguém que sofra bullying” e “faça uma lista de suas qualidades em um minuto, agora leia em voz alta olhando para o espelho”, é uma tentativa de espalhar o bem e o amor.

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Reprodução. Reprodução.

as escolas e os familiares, para melhor desenvolver-

1 CLÉO FANTE é Doutora em Educação, pesquisadora e Escritora com publicações no Brasil e Colômbia sobre bullying escolar e cultura de paz.

2 TEULER REIS é psicólogo, psicanalista e escritor. Pós-Graduação em Temas Filosóficos pela UFMG e consultor familiar.

Reprodução.

Outro fator de grande importância é a parceria entre

JULIO JACOBO WAISELFISZ Mapa da Violência 2016. O estudo focaliza a evolução dos homicídios por armas de fogo no Brasil no período de 1980 a 2014. Também é estudada a incidência de fatores como o sexo, a raça/cor e as idades das vítimas dessa mortalidade.

mos as competências socioemocionais de nossos alunos. Por isso, o Colégio Satélite trabalha no sentido de formação de virtudes, de valores e ética. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais está claro que as disciplinas devem funcionar como ferramentas para se atingir a

ColegioSatelite

Reprodução.

/ColegioSateliteOficial

Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN são referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país.

UNESCO School Violence and Bullying Global Status Report.

AmazingWallpaperz.com.

cidadania. O alvo, portanto, é a cidadania. u

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H A BI L I DA D E S SO C I O EM O C IO NAIS

Diante desse quadro desafiador, nossos alunos envol-

Outro fator importante desen-

veram-se com projetos multidisciplinares que contribuí-

volvido nos projetos realizados

ram para o desenvolvimento das habilidades socioemo-

é o olhar para o trabalho coletivo.

cionais e a convivência. Desde a Educação Infantil até

Em uma sociedade imediatista

o Ensino Fundamental I, projetos como Identidade,

e individualista, nossas crianças,

Respeitando as Diferenças, Excluir Não É Legal e

através do simples contato com

Aprender a Conviver Melhor fomentaram a busca

o mundo, tendem a desenvolver

da formação humana através de reflexões, atividades

tais comportamentos. Por meio

lúdicas, produções artísticas e intelectuais.

de leituras, reflexões e produções em grupo, a socialização dos alu-

Além disso, todos os projetos desenvolvidos incenti-

nos e a capacidade de lidar com

varam nossas poesias vivas a terem sensibilidade em

as diferenças são desenvolvidas.

olhar o próximo, as diferenças e crenças. Já no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, projetos com a

É empolgante observar crianças engajando-se

mesma temática, no entanto com aprofundamento diferente, foram desenvolvidos em conjunto com

na responsabilidade de ser inteli(gente),

os alunos. Através de leituras a literatura infanto-juvenil e a litera-

não perdendo sua humanidade, pelo contrário,

tura universal, os alunos entraram em contato com histórias emocionantes que os levaram naturalmente

pautando-a nas relações sociais.

a visualizar o outro. Incorporamos de forma mais consciente o desenvolvimento das cha-

Working Word via Visualhunt.com / CC by ND.

madas habilidades não cognitivas ou socioemocionais, ou seja, comportamentos e atitudes relacionados ao melhor desempenho na vida e à realização pessoal. Tais habilidades envolvem atributos como ser persistentes, gerenciar a impulsividade, ouvir os outros com atenção, pensar com flexibilidade, levantar problemas e agir com criatividade dentre tantas outras ações.

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Rebecca Barray via Visualhunt / CC BY-NC-SA.

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Sobre os autores:

Houve nas produções intelectuais e artísticas dos alunos, a exposição clara do crescimento da autonomia esperada nesta fase. O engajamento social nas questões de cuidado, respeito e trato com o outro ocorreu. O mais interessante é que os alunos perceberam que o bullying é fruto de outras sementes de problemas. Todos realmente sofrem nessa situação, tanto o agressor como a vítima e a falsa plateia.

Importante também é compartilhar tais atitudes

Adriana Gabanelli 16 anos de experiência na área de Educação, atualmente é Professora de Matemática do Colégio Satélite. Cursando Pós-Graduação em Gestão Escolar e Libras pelo SENAC. Graduada em Pedagogia pela UNINOVE-SP e Licenciada em Matemática pela PUC-SP. Já atuou como Coordenadora Pedagógica e Vice-Diretora em Escola da Rede Pública de Ensino.

e conhecimentos adquiridos nesse processo com nossos pais e parceiros. Formar uma comunidade de aprendizagem das habilidades socioemocionais exige compromisso,

Daniel Burgos é Bacharel em Ciências Sociais pela PUC-SP e professor no Colégio Satélite desde 2013, onde leciona as disciplinas de Metodologia de Pesquisa e Sociologia.

confiança e vínculo e isto é construído por meio de conhecimento.

Para tanto é preciso que TODOS os envolvidos sejam informados sobre os caminhos que estamos trilhando. Disponibilizar informações, propor reuniões de pais dialogadas é no mínimo estabelecer uma relação construtiva e produtiva entre as partes envolvidas nesse processo educacional, pois família e escola na mesma sintonia, só poderão contribuir para excelentes resultados na formação de nossos alunos; grandes cidadãos. n

Referências: Furtado, Júlio. O Professor como Negociador de Sentidos. Escola Particular, Abril, 2017. Nova Escola. http://novaescola.org.br. Teuler Reis. http://teulerreis.com.br. Unesco. Novo Relatório da UNESCO sobre Violência Escolar e Bullying é lançado em Simpósio Internacional sobre questão que afeta milhões em todo o mundo. http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/new_unesco_report_on_school_violence_and_ bullying_to_be_rele. Julio Jacobo Waiselfisz. Mapa da Violência 2016. http://www.mapadaviolencia.org.br. Revista Escola Particular., págs. 26 e 27, junho de 2017. BBC Brasil. Crescimento constante: taxa de suicídio entre jovens sobe 10% desde 2002. http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39672513. MEC – Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf.

João Bosco Jr. é Professor de Literatura e Redação no Colégio Satélite desde 2013. Graduado em Letras e Especialista em Literatura Brasileira. Mestrando em Estudos Bíblicos.

Rafael Cavalcante é Mestre e graduado em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-Franca). Atualmente é professor de Sociologia e Filosofia do Colégio Satélite.

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ATIV I DA D E S F Í S I C AS

Atividade Física

Sedentarismo

escola e seus devidos atributos compõem

A rotina da modernidade que acarreta em uma vida

uma base privilegiada para o desenvolvi-

acelerada vem desencadeando problemas de saúde

mento do aluno. Nela, diariamente, são

que estão intimamente ligados ao sedentarismo.

inseridas práticas humanitárias, de ordem

Ao mesmo tempo em que trouxe vários benefícios e

plural e significativa que promovem o entrelaçamento

avanços para nossa sociedade como a facilitação de

estudantil em diversas áreas do conhecimento de si.

ações simples do cotidiano como não precisar mais

Assim, questões que envolvem a saúde e o bem-estar

levantar do sofá para trocar o canal da TV, nem descer

físico dos alunos são aspectos abordados em escolas

do carro para abrir o portão, solicitar alimentação por

de forma sadia e criteriosa.

aplicativos de fast-food entre outras, trouxe com ela os malefícios, sendo eles: doenças como a perda da

O sedentarismo é considerado um dos principais fatores

flexibilidade das articulações, hipertrofia da fibras

de óbitos, segundo a Organização Mundial de Saúde

musculares, o aumento do colesterol, hipertensão

– OMS1. Ele vem tomando proporções alarmantes.

arterial, diabetes, infarto do miocárdio e obesidade.

estética e tornou-se um problema de saúde pública de forma generalizada, citado até como epidemia global.

CC0 Creative Commons.

Na verdade, é uma questão que deixou de ser meramente

Segundo Bianca Assunção Iuliano, nutricionista, graduada e mestre em Saúde Pública pela FSP-USP, e a Organização Mundial da Saúde afirmam que, em 2014, o número de crianças abaixo de 5 anos de idade com sobrepeso ou obesidade chegava a 41 milhões no mundo. No Brasil, a Pesquisa de Orçamentos Familiares2 (2009), já apontava que uma em cada três crianças brasileiras, de 5 a 9 anos, está acima do peso ideal. Estes dados tendem a piorar, pois assistimos a um acréscimo médio de 1% ao ano nos índices de excesso de peso, em meninos e meninas nesta idade, entre 1989 e 2009. O acréscimo destes números não é menos preocupante em outras fases da vida. A OMS também alerta que, globalmente, o sobrepeso e a obesidade causam mais mortes do que a fome e que a escola é considerada o ambiente mais propício para começar as mudanças necessárias para reverter este quadro.

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que precisamos alterar nossos hábitos de vida de acordo

Reprodução.

É necessário mudar esta realidade, colocando em mente

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1 OMS Para medir a atividade física em adultos, a Organização Mundial de Saúde desenvolveu o Global Physical Activity Questionnaire, que ajuda os países a monitorar o sedentarismo como um dos principais fatores de risco das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs).

Reprodução.

/ColegioSateliteOficial

2 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A publicação sobre antropometria e análise do estado nutricional da população residente no Brasil tem por objetivo fornecer também informações sobre a composição orçamentária doméstica, a partir da investigação dos hábitos de consumo, da alocação de gastos e da distribuição dos rendimentos, bem como sobre a percepção das condições de vida da população brasileira.

com nosso estilo de vida e tempo disponível. Trocar elevador pela escada, deixar o carro em casa e ir a pé ou fazer caminhadas até o supermercado, descer antes do ônibus para andar um pouco mais podem ser ações simples que já ajudam o organismo a entrar em movimento. Não é preciso fazer exercícios pesados todos os dias, o importante é praticar principalmente exercícios aeróbicos como caminhadas, corridas ou andar de bicicleta, atividades que não tem custo algum, que pode ser realizada por pessoas de qualquer idade, e praticamente em qualquer lugar. Não é necessário ter nenhuma prática e melhor ainda é ter uma companhia para que o percurso se torne menos cansativo e mais agradável.

Muito se fala sobre a importância da prática de atividades físicas para a prevenção de doenças e a manutenção de uma boa saúde.

Porém as consequências do sedentarismo não são difundidas com a mesma intensidade. As aulas de educação física na escola podem contribuir para que os adolescentes compreendam melhor quais são os fatores de risco para a saúde, provenientes do sedentarismo. u

foco

Foco no desenvolvimento de projetos.

projetos

/ColegioSateliteOficial

Ensino Técnico em Informática O curso tem por objetivo formar um profissional que seja capaz de aplicar adequadamente à realidade os conhecimentos adquiridos, sendo capaz de:

Assimilar novas tecnologias;

Identiﬁcar as diversas arquiteturas de redes;

Avaliar e especiﬁcar necessidades de treinamento e de suporte.

Informe-se na Secretaria do Colégio.

colegiosatelite.com.br

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CC0 Creative Commons.

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ATIV I DA D E S F Í S I C AS

A nutricionista Bianca Assunção Iuliano, ainda afirma

óricos relacionados à atividade físi-

que hábitos alimentares inadequados desde a infância

ca e a saúde, com o intuito que

têm contribuído para o surgimento precoce de pro-

o aluno além de aprender

blemas de saúde, principalmente devido à atual

a importância da ativida-

redução do consumo de alimentos básicos tradi-

de física leve essas práticas

cionais brasileiros, como a combinação de arroz e

para o dia-a-dia. É o caso

feijão, além das frutas, verduras e legumes, riquíssi-

de João Paulo Inácio, alu-

mos em nutrientes essenciais para o crescimento e

no do 6º ano do Ensino Fun-

desenvolvimento adequados e manutenção da saúde.

damental (em 2017), que adora as aulas e

Agravando a situação, o consumo de alimentos in-

afirma que gosta de praticar exercícios quando

dustrializados ultraprocessados, com altas concen-

está em casa.

trações de açúcar, sal, gordura e aditivos, como refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote,

Sem contar que são poucas as crianças e adoles-

carnes processadas e macarrão instantâneo, é cada

centes que têm uma vida ativa em seu horário

vez mais frequente e excessivo em toda a população,

livre, diferente da infância de muitos pais, em

especialmente entre as crianças e adolescentes.

que as brincadeiras de rua predominavam, desde brincar de pega-pega até brincar de futebol. Porém,

Segundo artigo da Suraya Cristina Darido, Professora

preocupados com a violência, os pais muitas vezes

de Educação Física, Instituto de Biociências, UNESP -

pensam ser melhor manter seus filhos em frente

Rio Claro, entitulado A Educação Física na escola e o

ao computador, videogame e televisão, como

processo de formação dos não participantes de ativi-

uma forma de mantê-los seguros.

dade física (2004), entre outros autores, assinalam que este é o retrato da realidade atual e esclarece que os

A nutricionista Bianca Assunção Iuliano

professores de Educação Física devem atuar conscien-

cita que considerando a finali-

temente sobre a responsabilidade de interferir na redu-

dade da escola de formação

ção desta estatística negativa, por meio de discussões

de crianças e adolescen-

nas aulas de Educação Física, levantando questões so-

tes, bem como a pos-

bre saúde e bem-estar físico e mental, mostrando aos

sibilidade de amplia-

alunos a relevância da prática regular de atividade física

ção de conhecimento

para a conquista da qualidade de vida, dando aporte

para suas famílias e

para que o aluno pratique atividade física com prazer e

comunidades, o am-

não por exigência, formando de maneira simultânea ci-

biente escolar apre-

dadãos críticos e conscientes, preparando-os para utili-

senta-se muito favorá-

zar seus conhecimentos dentro e fora da escola.

vel à promoção da saúde, na medida em que reúne

Vida saudável é um dos objetivos da aula de Educação

grande número de pessoas em que nele passam grande

Física, e com esta preocupação os professores propor-

parte de seu dia trabalhando, estudando e aprenden-

cionam, não só as atividades esportivas, mas também

do. Neste contexto ainda, a alimentação e a formação

jogos pré-desportivos, jogos lúdicos, jogos cooperati-

de hábitos saudáveis são recursos educativos versáteis

vos, dança, ginástica, desenvolvimento de habilidades

para uma discussão prática e motivadora com toda a

motoras e viso motoras, apresentação de conceitos te-

comunidade escolar, devendo envolver alunos, profes-

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/ColegioSateliteOficial

sores, pais, funcionários da escola e lanchonete escolar

nidade de aprender mais sobre as

para a promoção de alimentação adequada e saudável,

reações provocadas no corpo hu-

não só do aluno, mas de todos os envolvidos, a partir

mano pelo sedentarismo e cons-

da visão integral e multidisciplinar do ser humano e da

truir conhecimento para encontrar

sua realidade familiar, comunitária e social.

o equilíbrio entre o “saber” e o “fa-

ColegioSatelite

zer”, ou seja, se motivar para incorPara diminuir esta situação do uso excessivo de brin-

porar na sua rotina diária e prática

quedos tecnológicos, os professores de Educação Fí-

de exercícios e atividade física.

sica trabalham com os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I o projeto Brinquedos e Brinca-

Como orientação para a família,

deiras Populares, que propõem aos alunos realizarem

já que o tempo para descanso é

um levantamento das brincadeiras do tempo de seus

curto, aproveite para gastá-lo com

pais e de seus avós e vivenciarem essas brincadeiras

quem está por perto e sempre te

em aula,, aproximando assim o aluno a uma cultura cor-

faz bem. Caminhadas, passeios

poral de movimento e proporcionando novas possibili-

de bicicleta, jogos em equipe ou

dades de brincadeiras em seus momentos livres.

pequenas gincanas são opções

Sobre os autores:

interessantes para se distrair com Com a vida acelerada em que vivemos, visando suprir

os filhos ou a família inteira e recu-

algumas das necessidades dos pais e das crianças,

perar o contato perdido com estas

cada vez mais as escolas vêm aderindo ao Ensino Inte-

práticas. Além de diversão e prazer,

gral, que tem como objetivo proporcionar o bem-estar

os benefícios da adoção das prá-

da criança como se fosse a extensão dos seus lares.

ticas saudáveis, são percebidos no sono, no apetite e no fortalecimen-

No caso de nosso colégio, esse ensino tem um ambien-

to dos ossos e músculos.

te próprio e exclusivo para os alunos, onde lhes são proporcionadas diversas atividades lúdicas, fazendo

Se “pintar” um feriado prolongado,

com que se exercitem brincando e oferecendo uma ali-

que tal arrumar as malas e partir

mentação saudável e equilibrada, sempre com a orien-

para uma viagem mesmo que a

tação de uma nutricionista. O objetivo de fazê-los se

uma cidade vizinha? Caminhada

sentirem em casa tem alcançado resultados satisfató-

por trilhas até cachoeiras, futebol

rios como relata nossa aluna Ludmila Do Nascimento

ou vôlei na areia são atividades

Ferreira, do 5º ano B (em 2017): Acho que o Colégio

em grupos interessantes e ajudam

incentiva as atividades físicas, pois além das aulas de

a espantar o sedentarismo! Além

Educação Física e Psicomotricidade, oferece gratuita-

disso, ao ar livre os músculos ficam

mente a Escola de Esportes aos sábados e no integral,

mais quentes e menos suscetíveis a

que brincamos muito mais do que assistimos TV.

lesões, e o cérebro recebe o dobro

Carla Aﬀonso é formada em Magistério e Graduada erm Pedagogia. Trabalha com crianças há 20 anos sendo 10 deles no Integral do Colégio Satélite como recreacionista.

Erick Braga Boccatto é Professor de Educação Física e Natação no Colégio Satélite desde 2012. Já atuou como personal trainer em academias. Graduado em Educação Física pela Universidade Bandeirantes (Uniban).

de oxigênio que receberia em um O desafio da escola, mais precisamente da educação

ambiente

física escolar, está em motivar as crianças e os jovens

seu desempenho. Assim, se exer-

para a prática da atividade física. O que se vê normal-

citem com prazer e tenham uma

mente é que os adultos têm consciência sobre a impor-

vida mais saudável e longínqua! n

tância do exercício, mas não o praticam. Já as crianças e os jovens normalmente gostam das aulas de educação física, praticam as atividades propostas, mas não adquirem a consciência e o conhecimento necessário para continuar se exercitando quando saem da escola. Torna-se necessário que os alunos tenham a oportu-

fechado,

aumentando

Referências: Portal da Educação Física. www.educacaoﬁsica.com.br. World Health Organization. Physical Activity, Fact Sheet. Updated February 2017. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs385/en. IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45419.pdf. Darido, S.C. A Educação Física na escola e o processo de formação dos não participantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes, v.18, n.1, p. 61-80, 2004. http://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/16551.

Tatiana Bolonha tem 23 anos de experiência na área de Educação, sendo 21 anos como professora no Colégio Satélite, atuando na área de Educação Física e também na Prefeitura de São Paulo. Graduada em Educação Física pela Unicastelo, pós graduada em Gestão Escolar e Ludopedagogia.

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COLEGIOSATELITE.COM.BR

CC0 Creative Commons.

M E TOD O LO G I AS AT I VAS

Estudo do

meio

um mundo em que as mudanças e transformações, bombardeios de informações, de imagens fazem parte de nosso cotidiano, precisamos estar preparados para superar

as expectativas e acima de tudo ter condições para acompanhar essa evolução. Para isso, surgem como alternativas de melhoramento educacional, tanto em termos de relação como processo pedagógico, os pilares da educação, abordados por Jacques Delors1 que são:

Aprender a aprender; Aprender a fazer; Aprender a conviver (viver juntos); Aprender a ser.

Jacques Delors aponta como principal consequência

através da organização, sendo que o organismo discri-

da sociedade do conhecimento a necessidade de uma

mina entre estímulos e sensações, selecionando aquele

aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada

que irá organizar em alguma forma de estrutura.

nos quatro pilares, que fazem parte do conhecimento e

A adaptação possui dois mecanismos opostos, mas

da formação continuada de cada indivíduo.

complementares, que garantem o processo de desenvolvimento: a assimilação e a acomodação. Segundo

Na perspectiva de Piaget [ver legenda na página 11], o

Piaget, o conhecimento é a equilibração/reequilibra-

começo do conhecimento é a ação do sujeito sobre o

ção entre assimilação e acomodação, ou seja, entre os

objeto, ou seja, o conhecimento humano se constrói

indivíduos e os objetos do mundo.

na interação homem-meio, sujeito-objeto. Conhecer consiste em operar sobre o real e transformá-lo a fim

Para Vygotsky2, a criança nasce inserida num meio social,

de compreendê-lo, é algo que se dá a partir da ação

que é a família, e é nela que estabelece as primeiras re-

do sujeito sobre o objeto de conhecimento. As formas

lações com a linguagem na interação com os outros.

de conhecer são construídas nas trocas com os obje-

Nas interações cotidianas, a mediação – necessária

tos, tendo uma melhor organização em momentos su-

intervenção de outro entre duas coisas para que uma

cessivos de adaptação ao objeto. A adaptação ocorre

relação se estabeleça – com o adulto acontece u

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ColegioSatelite_Anuario2017.indd 47

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COLEGIOSATELITE.COM.BR

espontaneamente no processo de utilização da lingua-

contemplar as propostas pedagógicas e os objetivos

gem, no contexto das situações imediatas. Essa teoria

a serem desenvolvidos em cada série.

apoia-se na concepção de um sujeito interativo que elabora seus conhecimentos sobre os objetos, em um pro-

A Coordenadora Pedagógica Edna Boniolo afirma que:

cesso mediado pelo outro. O conhecimento tem gênese nas relações sociais, sendo produzido na intersubjetivida-

Não importa a idade, todos gostam de participar.

de e marcado por condições culturais, sociais e históricas.

E não há melhor maneira de prender a atenção das crianças do que levá-las para passeios educativos.

O projeto Estudos do Meio é uma ferramenta metodoló-

Estudos do meio é uma ferramenta metodológica

gica auxiliar no cotidiano pedagógico para promover o

auxiliar no cotidiano pedagógico, que possibilita uma

aprendizado além dos muros da escola. São momentos

experiência que agrega vida à teoria estudada em

nos quais os alunos têm a oportunidade de levantar

sala de aula. Aprender passeando. Em geral, essas

hipóteses, descobrir novos conhecimentos e vivenciar

experiências ficam gravadas na memória do aluno.

na prática o que aprenderam em sala de aula. No ano de 2017, o Projeto Estudo do Meio proporcioO projeto Estudo do Meio é uma atividade coletiva

nou aos alunos algumas saídas que trouxeram exce-

que promove a aprendizagem e a convivência entre

lentes resultados ao processo ensino aprendizagem

professores, estudantes e equipe pedagógica. Além

de nossos alunos. Como por exemplo, a exploração do

disso, é um momento que gera expectativa e estimula o

projeto Tietê Vivo, um olhar para as águas que ficam

interesse dos alunos, promovendo o espírito científico

no Município de São José do Parahytinga, hoje Salesó-

e o olhar crítico sobre algo que se está pesquisando,

polis, berço do lendário e histórico rio dos Bandeiran-

conhecendo ou apenas evidenciando.

tes paulistas, Rio Tietê, localiza-se na região serrana, a 96 km da cidade de São Paulo, entre o verde das matas

Nossos educadores afirmam que o estudo do meio

e as águas cristalinas que dominam nossa paisagem.

permite que a criança entre em contato com certas dimensões da realidade que não estão nos livros e

Com 98,2% de seu território protegido pela Lei dos

buscam significado para o que observam e o relacio-

Mananciais, contempla dois importantes parques no

nam com fatos já estudados.

município: Parque Estadual das Nascentes do Tietê e o Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Padre Dória.

Tais metodologias são muito mais do que passeios rea-

Interessante localização geográfica (reverso da Serra do

lizados em grupo, pois durante as atividades, os alunos

Mar), com forte potencial regional nas questões e difi-

desenvolvem habilidades de observação, seleção, com-

culdades atuais climáticas e hídricas que estão sendo

paração e análise de dados, além de trabalharem com

enfrentadas, é um local ideal para se desenvolver rotei-

diferentes formas de registro e interpretação, que envol-

ros pedagógicos que levem a criação de uma visão crí-

vem a leitura, a escrita e diversas formas de expressão.

tica do“aluno-cidadão”. Teve como objetivo específico:

Por estarem em um ambiente fora de sua rotina, algumas

Conhecer o percurso do Rio Tietê da região me-

habilidades sociais são revisitadas pelos alunos durante os

tropolitana até sua nascente em Salesópolis, reco-

mesmos como responsabilidade, autonomia, respeito, coo-

nhecer o consumo sustentável dentro da realida-

peração, solidariedade, tolerância. É também a metodolo-

de que nos cerca, observar as consequências do

gia interdisciplinar colocada em prática integrando diversas

crescimento urbano sem planejamento, identificar

áreas e diferentes disciplinas – o aluno terá condições para

e analisar com senso crítico as problemáticas am-

desenvolver novos conceitos, habilidades e atitudes por meio da investigação do tema trabalhado em sala de aula.

bientais, suas causas e consequências; Incentivar a observação do meio natural e cultural e identificar as características da Mata Atlântica;

Para obter êxito, a equipe pedagógica planeja e programa as saídas de estudos do meio de modo a

Contrastar as características de um rio poluído e não poluído;

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atlânticas e exóticas;

CC by SA 3.0.

Comparar as características de florestas de mata

ColegioSatelite

1 JACQUES DELORS é o autor e organizador do relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, intitulado: Educação, um Tesouro a descobrir (1996), em que se exploram os Quatro Pilares da Educação.

CC by SA 3.0.

/ColegioSateliteOficial

EV SEMENOVITCH L VYGOTSKY foi um psicólogo e importante pensador do século XXI, proponente da Psicologia Cultural-Histórica. Esse conceito associa o desenvolvimento intelectual das crianças em função das interações sociais e condições de vida.

Reconhecer dentro de uma visão histórica os impactos do homem sobre o Rio Tietê; Reconhecer a necessidade da preservação do patrimônio histórico. Esse roteiro foi realizado em março de 2017 com os

alunos do 6º e 7º anos na perspectiva interdisciplinar.

CC by SA 3.0.

Outros roteiros foram: Santos – Rota do Café com os alunos dos 8º anos. Espetáculo teatral Dom Quixote com os alunos do 9º anos. Espetáculo teatral Sagarana com o Ensino Médio.

AULO REGLUS NEVES P FREIRE foi um educador, pedagogo e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial,tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira. 3

Acervo: Colégio Satélite.

Do mesmo modo em que se prepara o aluno antes da realização do estudo do meio, é importante que, após o mesmo, seja destinado um tempo em sala de aula para realizar a síntese e a organização dos noLei Estadual N. 9.866 – Lei Estadual de proteção dos mananciais no Estado de São Paulo foi promulgada em 1997 refletindo a necessidade de se estabelecer parâmetros com o fim de preservar ou tentar preservar o que restara dos mananciais paulistas. A lei trata da proteção e recuperação de condições ambientais específicas com o intuito de garantir a produção de água necessária para o abastecimento e consumo das gerações atuais e futuras.

vos saberes, um momento propício para que os alunos compartilhem com os colegas e professores as suas observações e conexões. Seja nas ruas, em museus, viagens ou na natureza, com a escola ou com a família, o estudante deve ter

Alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, em visita a Cidade de Santos em 2017.

em mente que pode estar sempre aprendendo e ampliando o seu re-

Sobre a autora:

pertório acadêmico e cultural. Nesse sentido, é importante que os pais e educadores incentivem seus filhos e alunos a irem em busca de novos saberes independentemente se o que ele tem interesse está relacionado ou não com os conteúdos escolares naquele momento. Essa pluralidade de conhecimentos promovida além dos muros da escola só tem a contribuir na formação integral do aluno-cidadão. Dizia Paulo Freire3 que ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar. n

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M E TOD O LO G I AS AT I VAS

Interface entre

História da Matemática e a sala de aula

educação deve se inserir dentro de uma concepção voltada para a construção do conhe-

cimento elaborado pelo próprio

Matemática Cuneiforme: Introdução e oficina de tabletes de argila.

aluno, tendo o professor, seu principal mediador, proporcionando assim sua inserção crítica na realidade

Fazer matemática é expor as pró-

riências, desafios e dificuldades

social em que vive e favorecendo

prias ideias, escutar a dos outros,

vão surgindo, fazendo com que

sua independência e autonomia.

formular, confrontar e comunicar

a criança, ao tentar solucioná-las,

procedimentos de resolução de

aprofunde

Dentro desta concepção e respei-

problemas, argumentar e validar

conhecimento das diversas noções

tando sua especificidade, pode-se

pontos de vista, antecipar resul-

matemáticas. Desde a educação

afirmar que desde a educação infantil,

tados e aceitar erros.

infantil é estimulado na criança o

a Matemática é de extrema impor-

pouco

desenvolvimento do pensamen-

tância para o desenvolvimento pleno

A matemática surge de maneira

to lógico quer pela riqueza das

de suas potencialidades, tanto para

espontânea e natural, com as

atividades

instrumentação para a vida quanto

primeiras experiências oferecidas

pela abertura quanto à flexibili-

para o desenvolvimento do raciocínio

à criança por seu meio sócio-

dade, curiosidade, criatividade e

lógico e da criatividade.

-cultural. A partir dessas expe-

descoberta.

desenvolvida,

quer

www.maa.org.

A YBC 7289 é um pequeno disco de argila contendo um rabisco de um quadrado e suas diagonais. Trata-se da representação mais antiga de um valor aproximado para a raiz quadrada de dois, escrita em caracteres cuneiformes e descoberta em 1912. Ao lado de uma das diagonais está escrito 1, 24, 51, 10, um número sexagesimal que corresponde ao número decimal 1,41421296.

50 ColegioSatelite_Anuario2017.indd 50

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/ColegioSateliteOficial

ColegioSatelite

Diego Vervo: Fotolia 134234390.

A partir do ensino fundamental, ressaltamos a importância da motivação pois qualquer atividade à ser apreendida deve ser afetada pela motivação. O “estar motivado” é importante tanto para os alunos quanto para os professores, porém cabe a estes o desafio maior: encontrar as mais variadas condições que motivem o aluno a apresentar o desejo pelo aprendizado. Como relata a escritora Gabriela Záboli1, no livro Práticas de Ensino e Subsídios para a Prática Docente (1999): Motivação é algo que leva os alunos a agirem por vontade própria. Ela inflama a imaginação, excita e põe em evidência as fontes de energia intelectual, inspira o aluno a ter vontade de agir, de progredir.

O diálogo entre historiadores e educadores de mate-

Em suma, motivar é despertar o interesse e o esforço

mática faz-se necessário na medida em que a interface

do aluno. É fazer o estudante desejar aprender aquilo

entre história e ensino não se encontram bem deline-

que ele precisa aprender.

ada, indicam os doutores. É a partir desse momento que nós, educadores, teremos que tomar os devidos

A História da Matemática é de uma importância ímpar

cuidados ao ensinar a História da Matemática.

não só na educação, mas no processo histórico das ciências, contudo, ao inserirmos ela no ensino, temos

Segundo os estudos de Fulvia Furinghetti, no artigo

que levar em consideração os processos de constru-

Teacher Education Through The History of Mathematics

ção do conhecimento que por diversas vezes são dei-

(2007), a História da Matemática não é um método de

xados de lado, sendo focados apenas os momentos

ensino, mas uma mediadora e provedora no processo de

históricos. A. R. Alexander2, no texto de introdução do

ensino-aprendizagem, sendo muito útil na construção do

livro Histórias Matemáticas (2006) diz Diferentemen-

conhecimento. Nesse ponto, nós professores do Colégio

te da História da Ciência, a História da Matemática

Satélite, tivemos que tomar alguns cuidados ao introdu-

não passou por uma revisão historiográfica nos últi-

zir a História da Matemática na aprendizagem, pois não

mos anos, porém a professora de História da Ciência

poderíamos esquecer que ao fazer isso, teríamos que

Ana Maria Alfonso-Goldfarb e a professor Maria He-

apresentar um cunho pedagógico nessa abordagem, e o

lena Roxo Beltran no livro Questões Sobre a Herméti-

objetivo pelo qual introduzimos a mesma nesse contexto.

ca: uma reflexão histórica sobre algumas raízes pouco conhecidas da ciência moderna (1994), mostra que a

Ao ensinar a História da Matemática em sala de aula,

História da Ciência se transformou nos últimos trinta

não podemos nos apoiar apenas na história apresenta-

anos renovando suas propostas.

da nos livros didáticos, que em sua maioria, apresenta uma vertente historiográfica tradicional. É nesse ponto

Em contrapartida, a História da Matemática esteve

que nós estreitamos os conhecimentos cronológicos

à margem das novas tendências historiográficas e

da História (que não é a História da Matemática, mas

foram poucas as iniciativas que procuraram contex-

sim, uma organização temporal de acontecimentos),

tualizar os objetos matemáticos. Assim, do ponto

com a Matemática a ser desenvolvida na sala de aula a

de vista do historiador da matemática, seria somente

partir de um conhecimento adquirido pelo aluno.

por meio de uma revisão historiográfica que a História da Matemática poderia contribuir de maneira

Esse cuidado pode evitar o erro de o aluno pensar que

mais profícua para o ensino, segundo artigo Interface

o matemático que fora estudado no início de uma aula

entre História da Matemática e Ensino, da professo-

e que viveu em um século anterior, teve os mesmos

ra Dra. Maria da Silva Dias e do Dr. Fumizaku Saito

objetivos e necessidades de “criar um teorema” que o

em História da Ciência.

matemático que viveu em outro século. u

51 ColegioSatelite_Anuario2017.indd 51

21/09/17 11:30

nista do conhecimento, sugerindo que toda a Histó-

Reprodução.

Esse anacronismo conduz a uma perspectiva evolucio-

1 GRAZIELLA ZOBOLI é escritora, professora de cursos de pós-graduação, professora planejadora, conteudista e validadora em EAD.

Divulgação.

COLEGIOSATELITE.COM.BR

2 A. R. ALEXANDER foi um educador, pedagogo e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial,tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira.

ria da Matemática teria convergido para o momento presente e que supostamente estejam relacionados à ele, fazendo uma comparação descontextualizada, segundo a professora Dra. Maria da Silva Dias e do Dr. Fumizaku Saito. Podemos, sem dúvida, ensinar aos nossos alunos, a História cronológica da Matemática, mas não podemos esquecer que esse ensino muitas vezes mostra somente a parte da contribuição matemática que foi desenvolvida em certo momento da história, e que valoriza os grandes nomes da Matemática e busca no passado os precursores da Matemática moderna sem relação com as necessidades humanas e outros aspectos sociais e culturais, segundo Maria Malta Campos, do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. ca e o ensino e aprendizagem da É possível fazermos a interface entre o processo histó-

Matemática. Para Sérgio Nobre em

rico do desenvolvimento matemático e o conceito foi

Leitura Crítica da História: Refle-

desenvolvido, segundo Dr. Fumizaku Saito.

xões sobre a História da Matemática, Para se chegar a um conhe-

Esse foi o motivo nos levou a trazer esse projeto

cimento, há todo o processo que

aos alunos como forma de fazer essa ligação entre a

envolve diferentes pessoas com

História da Matemática e o ensino como meio para

suas respectivas contribuições; é

mostrar a importância da evolução da matemática no

isso que o educador tem que ensi-

decorrer dos séculos.

nar junto a História da Matemática, a contribuição de outras pessoas,

O Projeto teve como principal objetivo levar aos alunos

que por muitas vezes, nem se quer,

dos 6º e 7º anos do ensino fundamental II uma visão

são mencionadas na História ou

atual da história da matemática na Antiga Mesopotâ-

não é dada a importância devida

mica, entre (c. 2000-1600 A.E.C.). Os temas abordados

nesse processo de construção do

mostraram uma visão geral da matemática cuneiforme,

conhecimento.

Sobre o autor:

tratando dos tipos de números e como eram produzidos. Essa visão geral seguida de um estudo das tabelas

Como finalização, os alunos se

numéricas, elementos chaves nas práticas de cálculos

mostraram entusiasmados e muito

mesopotâmicas. Nosso projeto exemplificou o uso des-

curiosos com a cultura mesopotâ-

sas tabelas, com casos concretos de tabletes escolares

mica da época, com a escrita em

do pré-babilônico. Na parte final do projeto, os alunos

si e como a matemática era tra-

participaram de uma oficina de tabletes, com o obje-

balhada naquela época. Sem essa

tivo de praticar em tabletes de argila a produção de

informação ao aluno, a História da

textos matemáticos da antiga tradição mesopotâmica.

Matemática “perde um pedaço” de sua essência e o perigo de se

A escrita cuneiforme mostrada no projeto serviu para

transformar apenas em historio-

mostrarmos essa interface entre História da Matemáti-

grafia se torna cada vez maior. n

Fábio Luiz Barreto é Especialista em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Bandeirante de São Paulo, oito anos de experiência em sala de aula, atualmente é Professor de Matemática no Colégio Satélite e Professor Efetivo da Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo. Tem experiência em ensino de História da Matemática e Astronomia.

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/ColegioSateliteOficial

ColegioSatelite

C S ONU

Aluno Autoral

Trabalhando a autonomia e superação

m abril de 2017, o Colégio Satélite realizou

Congresso de Viena de 1815. Os nossos alunos, porém,

sua primeira edição da CSONU. Mas o que,

foram preparados para integrar a Organização dos Es-

exatamente, é isso? De onde surgiu a ideia?

tados Americanos, o Comitê das Nações Unidas para

Vejamos:

Uso Pacífico do Espaço Exterior (COPUOS, sigla em inglês) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e

Em setembro de 2016, nosso colégio foi convidado a

Crime (UNODC, sigla em inglês).

participar de um evento em outro colégio, a JWONU, agora considerada a matriz daquele que fizemos aqui.

O desempenho desses nossos cinco alunos foi exem-

Essa JWONU acontece em São José dos Campos, no

plar. A capacidade de argumentação, relação de pro-

colégio da Embraer Juarez Wanderley (o JW do nome)

blemas, retórica e diplomacia mostrou as semanas de

e consiste na simulação de uma Assembleia da Organi-

preparo que tivemos. Com essa experiência na baga-

zação das Nações Unidas. Fomos convidados sem mui-

gem e a atuação excelente dos nossos alunos, volta-

ta certeza do que nos esperava e, assim, cinco alunos,

mos para São Paulo com o desejo de fazer um evento

Gustavo Martins, Eduarda Delacalle, Enzo Nogueira,

semelhante no Colégio Satélite.

Giovanna Salera e Lucas Martins se prepararam para enfrentar o que viesse. Acervo: Colégio Satélite.

Nasceu assim a ideia da CSONU

Mas essa ideia precisava de muito trabalho e ação para ser concretizada; sendo assim, já no segundo semestre de 2016 começamos com o trabalho de organização do nosso evento. Aos nossos alunos que participaram da JWONU coube a responsabilidade principal de organizar e disseminar a ideia da CSONU no corpo discente. Além disso, eles seriam os mediadores dos debates, Alunos Gustavo Martins, Enzo Nogueira, Eduarda Delacalle, Giovanna Salera e Lucas Martins, professor Danilo Rodrigues e coordenadora Edna Boniolo no JWONU em 2016.

pois utilizaríamos quatro órgãos da ONU na nossa si-

A JWONU, então, tinha aproximadamente quinze co-

ao encargo da Giovanna Salera; a UNODC foi de res-

mitês para debate, variando desde os mais conhecidos

ponsabilidade do Enzo Nogueira; o Lucas Martins su-

da ONU, como o Conselho de Segurança e a Unicef, até

pervisionou a PNUMA – Programa das Nações Unidas

uma sessão do Supremo Tribunal Federal sobre a ação

para o Meio Ambiente; para adequar às necessidades

de impeachment do Presidente Fernando Collor ou o

do tamanho do nosso Ensino Médio, precisamos contar

chamado comitê histórico, simulando as discussões do

com o trabalho de mais uma aluna, a Victoria Porto, u

mulação, com temas variados. A ONU-Mulheres ficou

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COLEGIOSATELITE.COM.BR

Acervo: Colégio Satélite.

para liderar as atividades do Conselho de Segurança – ela não tinha ido à JWONU, mas todos estávamos convencidos da sua capacidade de dar conta da tarefa. A Eduarda Delacalle e o Gustavo Martins ficaram com os cargos de Secretária Geral e Vice-Secretário Geral, respectivamente. Era inspirador ver o ímpeto de todos esses alunos para finalmente dar corpo à CSONU. O primeiro passo foi organizar o material para base de estudos. Todos os líderes dos comitês realizaram extensa pesquisa para a elaboração de uma apostila a ser usada por todos os alunos como preparação para os debates. A apostila da UNODC foi feita em inglês e a da PNUMA, em espanhol, visto que esses comitês teriam seus debates em língua estrangeira. Detalhes como os países representados, a quantidade de alunos

Alunos do CSONU:

por comitê, foram todos acertados ao longo de várias Gustavo Martins Santos, 1ª série do Ensino Médio, em 2016 • Vice-Secretário.

reuniões com a equipe organizadora no curso dos meses seguintes.

Manoela Gonçalves Penteado, 2ª série do

Com a entrada do ano letivo de 2017 e a aproxima-

Ensino Médio, em 2016 • Secretária de Mesa

ção do grande dia, começamos a preparar os demais

do Conselho de Segurança.

alunos para o que viria. Mostramos-lhe que papel de-

Victoria Alves Porto, 2ª série do Ensino Mé-

veria ser desempenhado na CSONU: por se tratar de

dio, em 2016 • Chefe de Mesa do Conselho

uma simulação das Assembleias da ONU, eles seriam

de Segurança.

delegados representantes de seus respectivos países,

Giovanna Garcia Salera, 2ª série do Ensino Médio, em 2016 • Chefe de Mesa da ONU Mulheres.

e não apenas alunos fingindo isso. Essa mentalidade era muito importante para o sucesso de um evento que tem a imersão como uma característica essencial. Para alcançar isso, foi instado que eles pesquisassem sobre

Lucas Martins Barreto, 2ª série do Ensino

todos os aspectos de seus países, como cultura, costu-

Médio, em 2016 • Chefe de Mesa do PNUMA.

mes, história, geografia, economia etc. para que seus

Eduarda Delacalle Apparecido, 2ª série do

argumentos fossem coerentes com a política externa

Ensino Médio, em 2016 • Secretária Geral.

do país representado. Até mesmo das alunas que re-

Bárbara Atena Soares Ribeiro de Oliveira, 1ª série do Ensino Médio, em 2016 • Secretária de Mesa do PNUMA.

presentariam países islâmicos foi exigido o uso de véu para cobrir os cabelos. Todos os alunos “islâmicos”, aliás, seriam retirados das salas de debates, durante o evento, em horários específicos para cumprir a obriga-

Amanda Giulia Reis dos Santos, 1ª série do

ção muçulmana das orações.

Ensino Médio, em 2016 • Secretária de Mesa Os alunos dirigentes dos comitês (auxiliados por mais

da ONU Mulheres. Larissa Leite de Lima, 2ª série do Ensino Médio, em 2016 • Secretária de Mesa UNODC.

mas para as discussões relacionados ao tema geral de cada um deles. O formato do debate era o do debate

Enzo Nogueira, 2ª série do Ensino Médio, em 2016 • Chefe de Mesa UNODC.

um aluno de sua escolha) tinham preparado alguns te-

moderado, com cada representante com a palavra tendo um tempo máximo de argumentação sem ser interrompido. Muitos alunos começaram tímidos, intimidados

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CPFL Cultura / Tatiana Ferro, CC by 2.0.

pelo tamanho do evento: todos os alunos do Ensino Médio com roupas formais, usando um vocabulário específico, resolvendo questões de preocupação global, tudo isso após uma cerimônia de abertura grandiosa com a performance de uma banda de muito talento formada por nossos alunos. Assim foi por dois dias.

ColegioSatelite

1 MARIO SERGIO CORTELLA é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar com outros intelectuais como Clóvis de Barros Filho, Leandro Karnal, Renato Janine Ribeiro e Luiz Felipe Pondé, questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

Nem só de delegados e debates viveu a CSONU. Cria-

e repleto de diferentes estímulos para o adolescente,

mos três outros departamentos, para abranger os alu-

o ambiente estéril da escola tradicional fica cada vez

nos do 9º ano também: Staff (responsável por toda a

mais defasado.

parte operacional do evento), Crise e Imprensa. É com esse diagnóstico em vista que o Colégio Satélite Durante o segundo dia da CSONU, para agitar ainda

busca diferentes formas de trabalhar o conhecimen-

mais os debates dos comitês, foram introduzidas as cri-

to. Um projeto como o da CSONU engloba a palavra

ses – preparadas nos meses anteriores com ensaios de

fundamental para a educação atualmente: autonomia.

cenas e falas por alunos específicos para isso. Entra aí o

Desde pensadores da área, como Paulo Freire [ver

departamento da Crise. Durante uma situação dessas,

legenda na página 49] a Mário Cortella1, até qualquer

todo o comitê fica trancado na sala, discutindo esse

professor com autocrítica desenvolvida percebem que

problema específico, apenas com autorização de sair

o aprendizado se torna realmente significativo para o

da sala quando o problema for resolvido. Para repor-

aluno quando se trabalha, paralelamente ao conceito

tar tudo isso, era necessária uma cobertura jornalística.

estudado, a autonomia. Em síntese, quando o aluno

Daí o nosso departamento de Imprensa. Seu trabalho já

toma nas mãos a responsabilidade, conjuntamente ao

começou nas semanas antecedendo ao evento, com a

seu professor, do seu aprendizado, o interesse surge

cobertura dos preparativos, servindo para despertar o

espontaneamente.

interesse dos alunos delegados. Mas seu trabalho ficou muito melhor (superando quaisquer expectativas, na

É por isso que nos dispomos a enfrentar todo o trabalho

realidade) durante os dois dias; até mesmo seus artigos

para a realização da CSONU. Foi para colocar nossos

de jornal deveriam simular o posicionamento político

alunos no papel de protagonistas da sua própria vida,

das mídias selecionadas. O trabalho foi tão magistral

tanto os alunos que organizaram o evento, quanto

que só despertou mais ideias para a próxima edição.

os delegados, os atores das crises, os jornalistas da imprensa e o staff operacional. E o resultado positivo ficava cada vez mais evidente quando cada muro de

Diante de tanto esforço e trabalho, pergunta-se:

apatia era derrubado pelos alunos interessados nos países que iam representar, verdadeiramente preocupados com o seu papel no mundo. n

Para quê? Qual é a finalidade

Sobre o autor:

de um evento como esse?

A resposta está no encontro entre as novas teorias educacionais e as últimas gerações de adolescentes. Na escola contemporânea, não cabe mais (ou seu espaço tem diminuído a cada ano) a educação tradicional, “bancária” – dos depósitos de conhecimento, a transmissão unilateral do saber do professor para o aluno. Diante de um cotidiano cada vez mais dinâmico

Danilo Rodrigues é Professor de Geografia, graduado pela Universidade São Marcos no curso de licenciatura de História, Pós-graduado pela Universidade São Judas Tadeu em História da Arte.

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O A LU N O CO M O P R OTAGO NISTA D E S EU CO NH E CIMEN TO

hackNY via Visualhunt.com / CC BY-SA.

Inovação na Necessidade ou opção?

aros amigos, este é o nosso 1º Anuário do Colégio Satélite. Com ele gostaríamos de repartir com pais, alunos, amigos e toda comunidade nossas práticas pedagógicas,

sentimentos e sonhos. Partimos da premissa de elegermos assuntos atuais e pertinentes a todas as faixas etárias, assim ficaria mais fácil terem uma real visão e entendimento de nossa Identidade escolar.

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/ColegioSateliteOficial

ColegioSatelite

educação Com certeza outros exemplares virão…. E com eles

Define-se socialmente o que as crianças e adolescentes

outros assuntos escolhidos com carinho para que

devem aprender, quais níveis de conhecimento devem

todos apreciem. Ao lerem nossos artigos perceberão

chegar, o que deve fazer parte do currículo e quais são

o alinhamento entre teoria e prática, estes sempre com

os livros aos quais se deve ter acesso, e também o que

embasamento científico.

não deve ser aprendido.

Como dito por Paulo Freire [ver legenda na página 49]:

A consultora Benina von Staa ainda reforça que hoje

Se a educação sozinha não transforma a sociedade,

na Era da Informação, em período de transformações

sem ela tampouco a sociedade muda.

aceleradas, de repente, o mundo está descobrindo que essa escola típica do período industrial não funciona

Quantas vezes já ouvimos “isso não dará certo” quando

mais. Não há empregos para tantas pessoas sem

tentamos fazer algo diferente em uma Instituição de

instrução. Mesmo os empregos das pessoas instruídas

ensino. Sugerir mudanças, sejam de locais de aprendi-

podem acabar a qualquer momento.

zagem, de práticas pedagógicas, de apoio ao aluno ou forma de avaliação, parece um ato de rebeldia que as-

Teremos de trabalhar até uma idade muito mais avan-

susta os alunos, pais, comunidade e demais envolvidos.

çada. O acesso à informação está a disposição de todos. A concorrência é global.

A consultora e autora Betina von Staa, em Como Desenvolver uma Escola Multimídia (2017), afirma que

Porém, um ensino inovador pode surgir de práticas

tão antigas quanto a humanidade, as práticas educativas

consideradas tradicionais e que uma roda de con-

foram se desenvolvendo lentamente ao longo do

versa na escolar pode ser tão ou mais revolucionária

tempo: algumas habilidades e conhecimentos se

quanto qualquer aplicativo educacional, pois quando

aprendiam em casa, de pais para filhos: bons modos,

estamos nos acostumando a uma inovação tecnoló-

higiene, cozinhar, costurar, construir; outras se apren-

gica, surge outra.

diam em comunidade: caçar, plantar, colher, construir poços; outras se aprendiam nos templos: valores e

Por isso, entendemos que o que torna um aluno

práticas religiosas; outras em locais específicos para

engajado é a reflexão constante, a troca de experi-

realizar educação, tais como academias, universidades,

ências, a diversidade de conhecimentos e opiniões

bibliotecas ou o que se chama atualmente de escola:

que ele aplica e vê aplicarem a um objeto de estudo,

ler, escrever, calcular, filosofia, ciências…

de forma digital ou analógica.

Em cada momento histórico e em cada região, define-se

Assim, enfatizamos sempre em nossas práticas a busca

o que cada membro da família e da comunidade deve

pelo conhecimento, muito conhecimento, conheci-

aprender, de maneira informal, em casa e na comunidade

mento que nem sabíamos que existe, e as habilidades

e de maneira formal, nas escolas, ou seja, o acesso ao co-

interpessoais que são cada vez mais necessárias para

nhecimento sempre foi controlado histórica e socialmente.

o momento atual. u

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oferecer opções divertidas de aprendizagem ou adotar

Reprodução.

Sim inovar é preciso. Não porque seja necessário

1 LARRY KEELEY é consultor e palestrante com reconhecimento global. É um dos autores do livro 10 Tipos de Inovação.

Charles Haynes , CC by SA 2.0.

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2 THOMAS L. FRIEDMAN é um jornalista americano,. autor e três vezes ganhador do Prêmio Pulitzer (prêmio norte-americano outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição musical. É administrado pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque).

tecnologias de última geração. É urgente porque nossa sociedade não pode mais perder tanta capacidade produtiva. É urgente porque, quando as instituições de ensino tradicionais não inovam ou garantem aprendizagem, os alunos desistem delas. É urgente porque, quando menos esperamos, alguma invenção pode disponibilizar recursos para ajudar pessoas de todas as idades a aprenderem o que precisam. É disso que se trata a educação: formar indivíduos engajados socialmente e que saibam aprender a conviver, a ser e a se relacionar.

tecnologia em sala de aula, não é a internet que entrará

“Inovar requer identificar problemas

na escola, e sim a escola que entrará na internet, isso porque a “Escola 3.0” será muito mais prática e com foco em soluções, deverá preparar os estudantes de

relevantes, compreendê-los

forma mais inovadora e com maior aprofundamento.

de forma sistemática e identificar

Para isso ser possível, um dos aspectos mais relevantes é que as escolas comecem a estudar o futuro, ou

soluções elegantes”

seja, que tenham ferramentas para especular o que vem pela frente, que ensinem seus alunos a traba-

– Larry Keeley1

lhar com a abundância de informações, filtrando e sintetizando tal fluxo, pois o mundo vem mudando rapidamente, inovações vão acontecer o tempo todo

Consideramos, então, que uma educação efetiva

e o ser humano precisará estar preparado para tomar

envolve motivação, acesso a conteúdo, persistência

decisões assertivas.

e prática – citação de Thomas Friedmann2, em Thank You for Being Late: An Optimist’s Guide to

Desta forma, nós do Colégio Satélite alinhamos nos-

Thriving in the Age of Accelerations (2016).

sas práticas à nossa Proposta Pedagógica pensando sempre que temos que ser uma Instituição de Ensino

Incluir ações de motivação, disponibilizar conteúdo,

que permita aos nossos alunos entrar em contato de

dar apoio à aprendizagem e desenvolver práticas como

forma sistemática com outros mundos, outros olha-

prioridade nas ações educativas é mais que urgente.

res, outros saberes, opiniões diferentes das nossas culturas até então desconheci-

Por isso, aliar a tecnologia ao ensino vem sendo uma

das, pois com essas metodolo-

tendência dos últimos tempos. Para isso, é preciso en-

gias propostas e desenvolvidas,

tender que a “Educação 3.0” nasce para sanar as ne-

além de promover o interesse

cessidades de uma “Sociedade 3.0”, esta, composta por

pelo conhecimento também esti-

pessoas mais conectadas, dinâmicas, inovadoras, com

mulamos atitudes de autonomia,

maior habilidade para resolução de problemas e mais

confiança e empreendedorismo.

propícia ao compartilhamento e a trabalhar em equipe. Esperamos sinceramente que tePara o jornalista, consultor e professor Carlos Nepo-

nham gostado desse nosso novo

muceno, embora muitos educadores procurem colocar

trabalho! n

Sobre a autora:

Alissandra Leite é Diretora do Colégio Satélite, Pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia e Didática do Ensino Superior e mestrada em Formação de Professores.

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Chegou a hora de estudar na

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