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A MAGIA DO CARNAVAL
from Revista Leia
by Revista Leia
O Carnaval é fantasia, é magia, é deslumbramento. É a maior festa popular brasileira, e felizmente em Marataízes estamos vivenciando a ressurreição do Carnaval, principalmente agregando as famílias de turistas e moradores numa alegria geral e irrestrita.
O que representa o Carnaval para cada um de nós? Por que uma festa popular consegue agregar multidões e mobilizar tanto o povo brasileiro? O que há de tão especial nessa festa?
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Tentarei analisar por vários ângulos. Primeiro, porque o Carnaval é a oportunidade que o povo tem de externar sua alegria, sua descontração durante quatro dias, sem censura e sem códigos ou padrões que o impeça de simplesmente ser o que se é. No Carnaval liberam-se as fantasias, abrem-se mil possibilidades, pode-se ser um palhaço, um pierrô, um pirata, ser aquilo que a imaginação sugere, sem medo de ser feliz. E para quem não gosta de fantasias, basta colocar uma máscara, uma roupa mais ousada ou colorida e partir para a folia.
É a festa mais democrática que existe, nas ruas todos se divertem, independente das condições sociais de cada um. Basta um batuque ou uma bateria que o povo vai atrás
E a beleza do Carnaval é que ele simboliza uma esperança que não morre, no próximo ano tem mais. Os Car- navalescos em geral já chegam na quarta feira pensando no ano seguinte. E existe algo melhor do que se ter esperanças e fantasias? E no meio das agruras da vida ter um objetivo, que ajude a carregar os problemas de forma mais leve e descompromissada? Afinal, nem toda a alegria é para sempre, como nem todas as tristezas são infinitas. No meio disso tudo temos o Carnaval, para nos divertir e nos tirar do sério por alguns dias. É um recarregar das baterias para nos deixar abastecidos por mais um ano.
Carnaval tem história e respeita a história, basta observarmos as homenagens feitas pelas Escolas de Samba aos fatos e personagens que merecem ser destacados e surge do empenho de tantos para alegria e pela confraternização de muitos. E por amar o Carnaval e a cultura há mais de 30 anos realizo um Baile de Carnaval em Marataízes, tentando manter à tradição. Por conta da pandemia tivemos dois anos de recesso e neste ano retornamos com uma parceria que promete dar um novo impulso à nossa folia – A Revista Leia através do seu Diretor Jackson Júnior, o maior organizador de eventos do sul do Estado! Venham curtir conosco!
Na física, resistência que a matéria oferece à aceleração. Para nós brasileiros: apatia; indolência. Fico impressionado com a passividade do povo brasileiro. Impressionado com a minha própria apatia, na verdade, indiferença. Fico no entorno do Itapemirim, alegre com as chuvas recentes, com o aumento do volume da água e som do nosso rio. Alegre com o retorno dos pássaros e o sol forte. Mesmo sabendo que isto tudo me parece passageiro, logo o rio voltará a me preocupar com a perda de sua força ou com enchentes repentinas. Mas nem sempre foi assim. Existem bons exemplos em nossa história. Homens e mulheres que fizeram diferença: Nize da Silveira, Ana Nery, Oswaldo Cruz, Anália Franco, Emilio Ribas, Adolfo Lutz, Bernardo Horta... Há cento e dez anos, Pereira Passos refez a cidade do Rio de Janeiro, era a capital do Brasil, começava um novo século, o século da nossa República. Criou novas avenidas, derrubou cortiços, construiu áreas no entorno do Porto, modernizou a cidade. Unia nova arquitetura nos moldes parisienses. Iniciou a cidade maravilhosa, juntou belas artes à natureza. Na ocasião, convidou Oswaldo Cruz, um jovem médico sanitarista, conhecedor das doenças infecciosas. Pereira Passos, político e modernizador, sabia que precisava intervir, além da
O MUNDO INTEIRO, arquitetura, na higiene pública. O Rio de Janeiro era infestado pelo mosquito atual – Aedes aegypti, na ocasião transmitia a febre amarela. As pessoas morriam, além da febre amarela, pela varíola e a peste. O mundo inteiro, devido nossas condições higiênicas, se afastava de nossas cidades, em especial do Rio de Janeiro. A determinação de Oswaldo Cruz livrou o Rio de Janeiro da varíola e febre amarela. Durante suas ações sofreu todo tipo de constrangimento e uma das maiores revoltas da nossa história: Revolta da Vacina. Suas ações foram reconhecidas internacionalmente anos depois. Além da apatia, possuímos perda de memória. Vivemos de emoções e ilusões. Esquecemos o que Oswaldo Cruz realizou há mais de cem anos. Durante longo tempo, o mosquito Aedes aegypti desapareceu de nossas cidades. Pela falta de higiene pública, obras e cuidados de saneamento básico não realizado pelos governantes, pela nossa falta de comprometimento com a limpeza pública, vivemos momentos de temor. Aliado a isso, a corrupção endêmica e incompetência do governo federal na condução dos rumos do Brasil, nos leva a apatia e tristeza imensa. Apresenta-se o ano novo que nos força a reagir.