FAAL – FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN
Estudos para intervenções no espaço urbano: o graffiti como arte contemporânea.
ALUNO: Leonardo de Campos Patrocinio ORIENTADORAS: Profa. MSC. Clarissa Ribeiro Profa. MSC. Renata La Rocca
LIMEIRA Dezembro de 2009
FAAL – FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN
Estudos para intervenções no espaço urbano: o graffiti como arte contemporânea.
ALUNO: Leonardo de Campos Patrocinio ORIENTADORAS: Profa. MSC. Clarissa Ribeiro Profa. MSC. Renata La Rocca
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora, como exigência parcial para a obtenção de título de Graduação do Curso de Design, Habilitação em Design Gráfico, da Faculdade de Administração e Artes de Limeira, sob a orientação da Profa. MSc Clarissa Ribeiro Pereira de Almeida (Etapa Monográfica – TGI) e da Profa. MSc. Renata La Rocca (Etapa de Projeto – TGII)
LIMEIRA Dezembro de 2009
FOLHA DE JULGAMENTO
Candidato (a) : Monografia defendida e julgada em : ___/___/______
__________________________________________
perante a Comissão Julgadora:
_______________
Profa. MSc. Renata La Rocca (orientador)
__________________________________________
_______________
Prof. MSc. Tomas Sniker (membro interno)
__________________________________________
_______________
Profa. Letícia Teixeira Mendes (membro externo)
__________________________________________ Prof. MSc. Tomas Sniker (coordenador do curso)
__________________________________________ Prof. Dr. Sebastião Orlando da Silva (diretor da Faculdade)
DEDICATÓRIA
Primeiramente a minha mãe, por ter sido a pessoa maravilhosa que é, e por estar sempre ao meu lado nos momentos mais difíceis. A minha namorada, por sempre me apoiar em minha caminhada. Aos meus irmãos, primos e amigos. E a todos que de alguma maneira contribuíram para tornar deste trabalho uma realidade.
Fazer do urbano uma imensa galeria, gratuita, repleta de uma arte tradicional e popular. (GITAHI, Celso, 2006).
RESUMO
O presente trabalho contempla uma pesquisa em que busca-se contextualizar o graffiti, enquanto movimento, no cenário artístico contemporâneo, ressaltando seu caráter transgressivo e apresentando alguns nomes que se destacam no percurso de ascensão status de ‘arte’ desse movimento das ruas. O objetivo é construir um quadro de referências capaz de nortear o desenvolvimento e a produção de um “piece book”, que se trata de uma peça gráfica onde o artista poderá expressar seu trabalho em tipos, formas e imagens. A fotografia, produção gráfica e as habilidades criativas, serão ferramentas essenciais para que se alcance com êxito a conclusão deste trabalho. Será desenvolvido um conceito a partir de características e estilo do artista, visando a criação de um objeto de linguagem exclusiva e autêntica, que tenha como função apresentá-lo e promove-lo ao cenário de arte sendo possível complementar o trabalho com um planejamento visual na montagem de uma exposição artística. Palavras chave: graffiti, contemporâneo, ruas, linguagem.
ABSTRACT
The work seeks to foster the importance of language graffiti, enhancing their identity and showing it as an object of extreme importance in the context of contemporary art. The art of striking presence in the urban scene, has been showing great artists of that street turn unclothe interest and attention of many people connected with the artistic medium. The recovery and recognition gave up due to the professionalism and dedication, generating the result of a development that increasingly tends to expand. The presence of graffiti in cities or even in various media is also a fundamental part in the recognition of this language. Through all this language of art history in Brazil, we show important stages of development and transgression, as well as some major names that contributed to it. Based on the conditions of some artists, we are showing the experience and experience within the movement and later examples of the ways they use to promote high order of original and authentic in this market and the world of the arts with their portfolios, exhibitions, and so on.
Keywords: graffiti, contemporary art, urban, language.
SUMÁRIO Introdução
11
Capítulo 1: Arte e Graffiti
14
1.1 Arte
14
1.2 Movimentos e Arte
16
1.3 Graffiti como arte no Brasil
18
Capítulo 2: Ruas e Galerias
27
2.1 Ruas e Expressões
27
2.2 Galerias
29
2.2.1 Galerias no Exterior
30
2.2.2 Galerias no Brasil
32
Capítulo 3: Artistas Urbanos
36
3.1 Alexandre “Anjo”
36
3.2 Hyper
37
3.3 Does
39
3.4 Léo
40
3.5 Os Artistas
42
Capítulo 4: Considerações Finais
45
Capítulo 5: Memorial Descritivo
48
5.1 Concepção Inicial
48
5.2 Objetivos
48
5.3 Necessidades
48
5.4 Estudos de Caso
49
5.5 Conceito
49
5.6 Painel Semântico Conceito
50
5.7 Perfil do Público-Alvo
51
5.8 Painel Semântico do Público-Alvo
51
5.9 Especificações Funcionais da Proposta
52
5.10 Design Preliminar da Identidade
52
5.10.1 Formato
52
5.10.2 Família Tipográfica
53
5.10.3 Esquema do projeto
56
Capítulo 6: Design Final
59
Capítulo 7: Conclusão
63
Dicionário de gírias e termos do graffiti
64
Referências
67
Iconografia
69
INTRODUÇÃO
O trabalho busca fomentar a importância da linguagem graffiti, valorizando sua identidade e evidenciando-a como objeto de extrema importância no contexto artístico contemporâneo. Esta arte de presença marcante no cenário urbano, vem revelando grandes artistas de rua que por sua vez despiram interesse e a atenção de muitas pessoas ligadas ao meio artístico. Essa valorização e reconhecimento deram-se devido ao profissionalismo e a dedicação, gerando fruto de uma evolução que tende cada vez mais se expandir. A presença do graffiti nas cidades ou mesmo em diversos meios de comunicação também é parte fundamental no reconhecimento desta linguagem. Através de toda trajetória desta linguagem de arte no Brasil, buscaremos mostrar importantes fases de evolução e transgressão, assim como alguns importantes nomes que colaboraram com isso. Baseado nas condições de alguns artistas, estaremos mostrando parte da experiência e vivência dentro do movimento e posteriormente exemplificaremos uma das formas que os mesmos utilizam para se alto promover de modo original e autêntico dentro deste mercado e no mundo das artes com seus portfólios, exposições, e etc. A pesquisa aborda o graffiti como linguagem no universo das artes, classificandoo como parte do contexto de arte contemporânea e o caracterizando dentro deste mundo. A velocidade com que este fenômeno ocorre, é bastante importante, pois se trata de uma realidade que atualmente vivemos e presenciamos. A palavra arte é abordada no âmbito de sua essência e seu significado. E seus artistas são apontados como parte da história de um determinado movimento, o graffiti. Capítulo 1 estrutura-se em três partes: 1.1 Arte, introduz o significado da palavra arte e alguns apontamentos da percepção visual; 1.2 Movimentos e Arte, aponta a relação do pop art com a arte urbana; 1.3 Graffiti como arte no Brasil, faz uma releitura do contexto histórico e da origem do graffiti no Brasil. 11
Capítulo 2 estrutura-se em duas partes: 2.1 Ruas e Expressões, mostra a essência da arte urbana apresentando algumas de suas formas de expressões; 2.2 Galerias, resume o papel das galerias no universo das artes e aponta algumas das galerias onde o graffiti e a arte urbana esteve presente; 2.2.1 Galerias no Exterior, algumas galerias estrangeiras; 2.2.2 Galerias no Brasil, algumas galerias no Brasil. Capítulo 3 estrutura-se em quatro partes: 3.1 Alexandre “Anjo”, descreve a trajetória do artista Anjo e alguns de seus trabalhos; 3.2 Hyper, comenta do caminho que o artista Hyper percorreu, abordando alguns tópicos para descrever suas obras; 3.3 Does, resume as obras e os trabalhos do artista Does no universo do graffiti e da arte urbana; 3.4 Léo, descreve o percurso e a evolução do artistas Léo, analisando sua obra e seus parâmetros e concepções de criação. A intervenção do espaço urbano provoca muita reflexão e interação. Dentro deste aspecto, a arte se posiciona como parte de um todo, onde sua função é livre de qualquer limitação. A liberdade de criar, vai além das possibilidades, proporcionando uma série de belas obras de arte, com um nível de excelente qualidade.
12
13
1. ARTE E GRAFFITI
1.1 ARTE
A palavra arte é algo com muitas definições e de inúmeras explicações. No campo das artes existe um universo muito complexo e dificilmente desvendado. Dentre as definições para o que é arte, abordaremos alguns tópicos considerando-a como um todo, porém fazendo uso de exemplos da arte visual. Pode parecer que a arte corre o risco de ser sufocada pelo palavrório. Raramente nos deparamos com um novo conceito que estejamos dispostos a aceitar como arte genuína. Muitas vezes nos apresentam através de imensidões de livros, artigos, dissertações, discursos, conferências, guias – todos prontos a nos dizer o que é e o que não é arte. É muito provável que este seja um diagnóstico superficial, se procurarmos suas causas com algum cuidado, descobriremos que herdamos uma situação cultural que, além de ser insatisfatória para criação da arte, ainda a considera de modo errado. Nossas idéias e experiências muitas vezes tendem a ser comuns, mas não profundas, ou profundas, mas não comuns. Temos evitado o dom de compreender as coisas através de nossos sentidos. O conceito está separado do que se percebe. Arnheim, afirma que, “Nossos olhos foram reduzidos a instrumentos para identificar e para medir; daí sofrermos de uma carência de idéias exprimíveis em imagens e de uma capacidade de descobrir significado no que vemos. É natural que nos sintamos perdidos na presença de objetos com sentido apenas para uma visão integrada e procuremos refúgio num meio mais familiar: o das palavras.” (ARNHEIM, Rudolf, 1904)
14
O simples contato com as obras-primas acaba não sendo o suficiente. As pessoas de um modo geral, visitam museus e colecionam livros de arte sem conseguir acesso a mesma. A capacidade inata de entender através dos olhos está adormecida e deve ser despertada. Umas das maneiras utilizadas como exercício para despertar essa percepção é manusear lápis, pincéis e talvez câmaras, ou mesmo objetos diversos utilizados como ferramenta de composição e criação de obras. Mas mesmo assim, muitas vezes maus hábitos e conceitos errôneos costumam bloquear o caminho daquele que trabalha sem orientação. Na maioria das vezes a evidência visual ajuda-o com mais eficácia e apontando seus pontos fracos ou mesmo apresentando-lhe bons exemplos. Segundo, Arnheim, “Os seres humanos têm excelentes razões para se comunicarem através das palavras. Acredito que isto seja verdade também no campo das artes. [...] Podem afirmar, antes de tudo, que é impossível comunicar as coisas visuais através da linguagem verbal”. (ARNHEIM, Rudolf, 1904)
Quando olhamos um quadro de um determinado artista, aproximamo-nos de um mundo que nunca foi mostrado por qualquer outra pessoa, e penetrar neste mundo significa receber um clima único e o caráter de suas luzes e sombras, os rostos e gestos de seus seres humanos e a atitude face à vida por ele comunicada, recebê-lo através de nossos sentidos e sensações. Podemos afirmar que a obra de um artista, nos desperta atenção e envolvimento, tornando-a única, singular ou uma obra com aura. A unicidade presente em obras de arte está diretamente ligada ao conceito de aura. Benjamin, define, “Em suma, o que é aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante por mais
15
perto que ela esteja. Observar, em repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de montanhas no horizonte, ou um galho, que projeta sua sombra sobre nós, significa respirar a aura dessas montanhas, desse galho”. (BENJAMIN, Walter, 1955)
A reprodutibilidade técnica da obra de arte causa modificações na relação do público com a arte e da arte como tal. Afirma-se que a obra de arte perde legitimidade e se torna “banal” na medida em que avança o processo de reprodutibilidade técnica assim como sua aura tende cada vez mais se atrofiar. Benjamin, afirma que, “ Esse processo é sintomático, e sua significação vai muito além da esfera da arte. Generalizando, podemos, dizer que a técnica da reprodução destaca o domínio da tradição o objeto reproduzido. Na medida em que ela multiplica a reprodução, substitui a existência única dá obra por uma existência serial. E, na medida em que essa técnica permite à reprodução vir ao encontro do espectador, em todas as situações, ela atualiza o objeto reproduzido”. (BENJAMIN, Walter, 1955)
Uma vez que se reproduzida uma determinada obra, mesmo que se tornando intacto seu conteúdo, de qualquer modo elas desvalorizam, o seu aqui e agora.
1.2 MOVIMENTOS E ARTE
Alguns movimentos de arte nos mostram muitas semelhanças. Ao analisarmos
certos
períodos
na
história
da
arte,
encontraremos
características de diferentes movimentos bastante parecidas. Partindo deste princípio, poderemos afirmar não apenas que existem movimentos com características semelhantes, mas também muitos movimentos que buscam inspirações em outros anteriores a este. Assim, faremos uma
16
análise de um movimento de arte do passado que remete semelhanças em certas modalidades da linguagem visual urbana. Um movimento que marcou seu período e que com certeza é de grande importância a ser citado neste momento, é a Art pop. A Art pop tem como característica principal o uso da linguagem da arte através da cultura de massa, usando das seguintes ferramentas para suporte: cinema, propaganda, ficção científica, consumismo, mídia, comunicações, design de produtos e novas tecnologias que se originaram nos Estados Unidos e que então se espalhavam por todo o Ocidente em meados de 1950 e 60. Podemos ainda afirmar que a Art pop apesar de muito criticada em seu período de ascensão status arte, veio regada de muitos conceitos revolucionários para seu período, tanto como, bem dotada de argumentos para se solidificar diante de seu contexto. Adorno, nos mostra que, “ A Art pop defende uma moderna, irreal, que se comunique diretamente com o seu público por meio de signos e símbolos retirados do imaginário que cerca a cultura de massas e a vida cotidiana. A defesa do popular traduz uma atitude artística adversa ao hermetismo da arte moderna. Nesse sentido, esse movimento, que é considerado chato, se coloca na cena artística como um dos movimentos que recusa a separação arte/vida.” (ADORNO, Theodor W.)
Uma determinada geração de alunos de Royal College of Art, incluindo R.B. Kitaj, Patrick Caulfield, Davis Hockney e Allen Jones incorporaram motivos da cultura popular a suas colagens entre 1959-62 alcançou notoriedade, principalmente com as exposições anuais intituladas Jovens Contemporâneos. A obra remetia a um imaginário urbano que se espalhava por todos os lugares, tais como o graffiti e a publicidade. Dempsey, afirma que,
17
“No início dos anos 60 o público viu pela primeira vez criações que, desde então, se tornaram internacionalmente famosas: as serigrafias de Marilyn Monroe, feitas por Warhol, os quadrinhos feitas a óleo de Lichtenstein, os enormes hambúrgueres e sorvetes de casquinha em vinil de Oldenburg e os nus de Wesselmann, colocados em ambientes domésticos que incorporam cortinas de chuveiro, telefones e gabinetes de banheiro de verdade.” (DEMPSEY, AMY, 2003)
A crítica se deu a favor e contra a nova arte. Alguns críticos ficaram de tal modo afrontados com o acolhimento da “baixa cultura” e com as técnicas da arte comercial que rejeitaram o pop, considerando-o uma não-arte ou antiarte. A arte pop espalhou-se pelo resto dos Estados Unidos e Europa, por meio de exposições, museus e galerias. Neste período, sobreviveram diferentes significados do pop: um deles, limitado, que se refere às belas-artes e outro uma definição cultural, mais ampla que engloba também a música pop, a ficção pop, a cultura pop, etc. Segundo Dempsey, “Como arte pop havia se inspirado no design comercial e na cultura popular, ela acabou se voltando para o design comercial, a propaganda, os produtos de consumo, a moda e a decoração de interiores. Duas das mais famosas criações pop no campo das artes gráficas foram de autoria de Milton Glaser (n.19290, do Push Pin Studio, fundado em Nova York em 1954: um rótulo adesivo com um coração e o texto “I Love New York”, em que se nota a influência de Robert Indiana, e o cartaz com Bob Dylan (1967). (DEMPSEY, AMY, 2003)
Podemos entender o quanto a arte pop, tem de semelhanças com a arte urbana de hoje ao compararmos os aspectos sociais e estéticos que as deixam muito próximas.
1.3 GRAFFITI COMO ARTE NO BRASIL
18
O graffiti nos dias atuais tem conquistado muitos espaços no mundo das artes. Assim fica bastante clara a influência de artistas do graffiti em estilos e movimentos de arte do passado. Muitos deles buscam inspirações e técnicas em outros movimentos a procura do diferencial em seus trabalhos. Desta forma muitos trabalhos acabam se assemelhando a estilos do passado, do ponto de vista técnico, estético até mesmo conceitual. No Brasil, o graffiti tem uma trajetória bastante evolutiva e diferenciada, veremos neste capítulo algumas idéias de como isso ocorreu e como reflete na atualidade. Os primeiros artistas e rebeldes que escreveram palavras de ordem nos anos 60, 70 e meados de 80 tinham uma relação diferente com o tempo do ato de pintar que se tem hoje. A ação tinha de ser rápidas e muitas vezes anônimas, pois, no início, eram freqüentemente executadas à base de piche. Na segunda parte dos anos 70 é que começaram a surgir as imagens daquele que viria a ser o principal precursor dessa arte no Brasil, Alex Vallauri, propondo uma poesia com elementos figurativos que dialogavam com as pichações poéticas de então. Seus graffitis tinham muito de carimbo de publicidade, coisas de iconografia de massas, que já estão no inconsciente coletivo. Sua intenção era apresentar imagens simplificadas para obter a identificação imediata das pessoas. Além dos carimbos, Alex também se apropriava de imagens do universo de história em quadrinhos e da história da arte, entre outros. O nome de Alex Vallauri é sempre associado ao graffiti, mas suas intervenções, de 1978 a 1987 na cidade de São Paulo, decorreram de uma vivência de duas décadas dedicadas à gravura.
19
Figura 1 - Acrobatas - Estêncil sobre papel, 1982 - Alex Vallauri
Em 1981, o graffiti alcança um reconhecimento oficial, quando Alex apresenta, a convite de Fábio Magalhães, e documentação de três anos de trabalho no audiovisual “Interferência urbana” – graffitis de Alex Vallauri em sua exposição “Muros de São Paulo”, na Pinacoteca do Estado. Convidado por Julio Plaza participa, ainda, da Exposição de Arte Postal, na XIV Bienal Internacional de São Paulo, sob a curadoria geral de Walter Zanini. Nesse mesmo ano, recebe o prêmio pelo conjunto de sua obra, “Arte Comunicação”, da Associação Paulista de Críticos de Arte. Dentre as várias obras de Alex, a bota preta de salto agulha é uma das mais emblemáticas.
20
Figura 2 - Bota - New York City, 1983 - Obra de Alex Vallauri
Alex Vallauri faleceu em 26 de março de 1987 e, já no dia seguinte amigos decidiram homenageá-lo grafitando o túnel da famosa Avenida de São Paulo, a Paulista. Essa data tornou-se não apenas um grande marco, mas também é considerada como o Dia Nacional do graffiti, onde todos os anos nesta mesma data artistas se juntam e prestam homenagens como forma de respeito e reconhecimento ao pioneirismo e generosidade desse grande artista. Na época, pela rapidez com que se tinha de grafitar, tanto pela repressão policial quanto pelo preconceito da população ao graffiti, devido a grande confusão que costuma fazer com a pichação, surgiram Matuck e Zaider, estudantes da FAU e também conhecidos por serem os primeiro companheiros de Vallauri. Eles trabalhavam pinturas monocromáticas pois 21
assim os trabalhos se tornavam muito mais ágeis na sua aplicação. Os mesmos trabalhavam imagens de baleias, dados, relógios entre outras.
Figura 3 - Mural Sesc Santos, 1886 - Carlos Matuck
Gitahy, afirma que, “A produção desse trio foi muito rica, todos já eram artistas plásticos e já estavam trabalhando antes de irem para rua, cada qual com seus trabalhos e pesquisas pessoais. Matuck passou a se identificar muito com Alex através dos carimbos de borracha e personagens de história em quadrinhos que ambos colecionavam e de onde surgiram as imagens que grafitavam
na
cidade
por
meio
de
estênceis.
Após
grafitarem
exaustivamente na capital paulista e participarem de exposições em galerias de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo foram convidados a participarem da XVIII Bienal Internacional de São Paulo”. (GITAHY, Celso, 2006)
22
Maurício Villaça, um dos principais parceiros e colaboradores de Alex em muitos projetos, também era uma dos principais ícones do graffiti nacional. Isso se deu tanto pela qualidade de suas obras e inteligência de seus temas quanto pelo seu ativismo.
Figura 4 – Pin-ups no Balcão Masp, 1988 – Maurício Vilaça
Segundo Gitahy, “Villaça foi o primeiro a apresentar o graffiti como ópera no espetáculo Arcazilium, que envolveu importantes grafiteiros no Masp”. (GITAHY, Celso, 2006)
A importância dos artistas assinarem suas obras, dentro da cultura do graffiti é sem dúvida essencial. Existem alguns costumes em que determinados artistas se juntam e formam um grupo, denominando-o este com um nome específico, posteriormente todos os integrantes deste grupo passam a assinar não só com seu pseudônimo artístico mas também com o nome do grupo. Este costume, na linguagem atual é chamado de Crew, palavra de origem do Inglês que por sua vez significa Grupo.
23
Figura 5 – Grupo Tupinãodá, Projeto SP Barra Funda, 1989
Gitahy, nos mostra, “O formidável grupo Tupinãodá, sem dúvida o primeiro coletivo de graffiti em São Paulo, Zécarratu, Jaime Prades e Carlos Delfino, principal núcleo do grupo passando pelo mesmo vários artistas: Milton Sogabi, Eduardo Duar, César Teixeira, Rui Amaral, Alberto Lima, Ciro Cozzolino, Claudia Reis, entre outros. Também trouxeram grande contribuição para consolidar o Graffiti como linguagem de arte no Brasil, pois de forma inusitada e criativa, produziram quase que a exaustão, grafitando muros, postes, viadutos, casas em demolição e praticamente tudo que viam pela frente, sempre obtendo perfeita integração e harmonia entre os trabalhos de cada um deles Com a dissolução do grupo que se manteve atuante até o fim dos anos 80, cada integrante do núcleo principal passou a ocupar-se com seus trabalhos pessoais, todos relacionados com arte, design, cenografia, esculturas etc”. (GITAHY, Celso, 2006)
A produção do grupo Tupinãodá é de extrema importância no cenário de produção artística e arte urbana. Principalmente pelo envolvimento e abrangência que seus trabalhos tinham no campo das artes no período em que atuavam.
24
Figura 6 – Av. Consolação SP, 1988 – Carlos Delfino
Sem dúvidas que a organização, a busca pelo conhecimento e o aumento nas
produções
e
na
atividade
dos
artistas,
colaboraram
com
reconhecimento do graffiti como linguagem de arte. Este foi um dos pontos de partida para uma evolução da arte do graffiti que ainda continua em constante crescimento.
25
26
2. RUAS E GALERIAS
2.1 RUAS E EXPRESSÕES
As ruas é sem dúvidas o berço do graffiti, é de onde toda sua identidade ganha originalidade e força. As intervenções artísticas de rua existem em abundância nas grandes metrópoles no mundo. Embora o graffiti seja o principal elemento de expressão das ruas, é apenas uma das formas de expressão existentes. Dentre elas existem os populares stickers e pôsteres, suportes em papéis adesivos ou não-adesivos, onde o artista cria uma determinada obra com sua personalidade e estilo. Em seguida o mesmo distribui essas folhas por vários pontos da cidade, colando-as nos lugares onde ele achar interessante e satisfatório. Ás vezes como um complemento ao graffiti, ou compondo uma instalação visual fragmentada. A idéia de existir fazendo parte do cotidiano da cidade e projetando a arte principalmente fora das galerias, em contato direto com a sociedade tendeu a uma evolução do que se tratava de meros cartazes com função publicitária ou informativa ganharem uma linguagem de expressão artística conhecida pelos críticos brasileiros de arte como, Intervenção Urbana. É uma arte livre, despojada de compromissos com estilo ou ideologia, e que não tem como meta a presença em galerias de arte ou museus. Seu lugar é nas ruas. Segundo, Gitahy, “Fazer com que a poesia se misture com a paisagem urbana, caótica e vertiginosa. Transformar em beleza um amontoado de prédios, portões e espaços vazios ou decadentes. Comunicar-se com todas as pessoas, todos os lugares, todos os dias, numa linguagem simples, direta e rápida. Revelar-se, afirmar as mais profundas expressões e idéias. Provocar reflexão nos olhos de quem passa. Fazer do urbano uma imensa galeria, gratuita, repleta de uma arte tradicional e popular. [...] A arte ilegal de rua não é mais novidade em nenhuma grande cidade do mundo. Entre as
27
formas de expressão artísticas mais populares, destacam-se (pela mobilidade e fácil aplicação) os stickers e pôsteres.”. (GITAHY, Celso, 2006)
Em meio ao horizonte de possibilidades que as atividades artísticas vêm se manifestando nos espaços urbanos, focaliza-se a arte urbana como crítica, tornando reflexivo e interativo ao espaço público. Essa interação e inserção em nossa vida diária se tornam tão absolutas que chegamos ao ponto de ao descobrirmos uma obra de arte, mesmo depois de descoberta, ser impossível de distingui-la de um objeto comum. Fazer de um lugar-comum, se tornar um lugar-diferente, reintroduzir valores, pois basta a intenção do espectador e do artista para qualificarem e definirem um objeto como arte e não arte. As práticas artísticas podem colaborar com a integração e alterações no espaço urbano, tornando a arte integrada ao cotidiano. Diante destes argumentos entendemos a grande importância da presença da linguagem do graffiti em permanência constante nas ruas.
Figura 7 – “Lamblambs” crew SHN, 2009
28
2.2 GALERIAS
A arte das ruas ganha nome, reconhecimento e respeito. Muitas oportunidades começam a surgir neste campo, novos espaços estão aparecendo e infinitas muitos estão se adequando. A cada momento surgem novas intervenções por todos os cantos da cidade. Como espaço dedicado a exposição e expressão da arte e dos artistas de rua é que surgem algumas galerias. Essas por sua vez visam trabalhar na valorização desta arte que ainda é pouco compreendida pelos olhares transeuntes das metrópoles. Dar suporte a essa expressão artística em um espaço institucional é a oportunidade para ampliar os caminhos e a força destes artistas á margem da legitimidade. Segundo Poato, “A arte de rua, antes tida como marginal, vem ganhando visibilidade e reconhecimento, invadindo cada vez mais espaços institucionalizados, como galerias e centros culturais, sobretudo da periferia. Experimenta paradoxalmente, um novo habitat. (POATO, 2006, pág. 136)
A maior força deste movimento reside não apenas na variedade e riqueza de linguagens que dão forma as propostas de intervenção urbana, mas também em seu impacto político e social. Este fenômeno está na reflexão fundamental sobre o papel que a arte tem diante da sociedade, e como o ser humano exerce a amplitude de sua subjetividade de forma independente, autônoma. Com o amadurecimento das idéias, surgem não apenas as necessidades, mas também as resoluções para os problemas encontrados, de modo que se encontre o caminho para o próximo nível de evolução desta linguagem, tornando-o independente e auto-suficiente. Novos artistas emergem das ruas, como expressão original espontânea e ilimitada, transformando o campo visual no cotidiano urbano.
29
2.2.1 GALERIAS NO EXTERIOR
TATE MODERN
É um museu britânico de arte moderna, localizado em Londres e compõe o grupo de museus juntamente com a Tate Britain (antiga Tate Gallery, renomeada em 2000), a Tate Liverpool, a Tate St. Ives e a Tate Online, do grupo atualmente conhecido simplesmente como Tate. Em 23 de Maio de 2008. Na primeira comissão a utilização do edifício, fachada icônica rio, bem como o primeiro grande museu público exibição de rua em Londres, a Tate Modern apresentou os trabalhos de seis artistas internacionais, cujo trabalho está intrinsecamente ligada ao ambiente urbano: Blu de Bologna, Itália; o artista coletiva Faile de Nova York, E.U.A.; JR de Paris, França; Nunca e Os gêmeos, ambos de São Paulo, Brasil e Sixeart de Barcelona, Espanha. A arte urbana na Tate Modern abriu ao mesmo tempo que a Tate Modern, quatro dias do festival de arte e de desempenho.
Figura 8 – Fachada da Tate Modern, exposição de arte urbana, 2008.
30
GRAND PALAIS
O Grand Palais, galeria de artes de Paris na França, é um dos mais importantes espaços de artes plásticas do mundo e está recebendo uma grande exposição com a participação de 150 grafiteiros de todo o mundo, inclusive o grande brasileiro Nunca. A exibição vai de 26 de março há 26 de abril. O evento está recebendo um grande número de elogios mas também é alvo de muitas críticas. Pois aparenta ser mais uma promoção pessoal do colecionador das obras do que da arte criada por grafiteiros. Esse argumento fica claro quando se atenta para o fato de não conseguirmos
encontrar
em
nenhum
lugar
o
nome
dos
artistas
participantes, nem mesmo no site oficial. Alguns nomes são citados apenas na reportagem da BBC Brasil. Apesar de ser um evento bastante polêmico é um importante marco para a história do graffiti.
Figura 9 – Fachada da Galeria Grand Palais.
31
2.2.2 GALERIAS NO BRASIL
CHOQUE CULTURAL
A Choque Cultural é um projeto contemporâneo de arte, sediado em São Paulo-SP Brasil, desde 2003. O principal objetivo da galeria é recepcionar a grande população jovem, que por sua vez está a cada dia mais interessada em arte. O compromisso principal está na energia, na emoção, e no espírito, fundamentos capazes de transformar a arte numa coisa legal, pop & real. O projeto Choque Cultural, como um todo, pretende criar pontes entre o mainstream e o underground, entre o tradicional aficionado e o jovem entusiasmado, entre o estabelecido e as vanguardas artísticas. A intenção é propor novos modelos de relacionamento, envolvendo audiência, mercado, escola, museu ou seja mexer com conceitos e paradigmas arcaicos, que não combinam com um futuro mais artístico, com muito mais gente colecionando e vivendo arte.
Figura 10 – Fachada da Galeria Choque Cultural.
32
GRAFITERIA
Galeria idealizada por 3 grafiteiros , a grafiteria nasceu em 2005 com a proposta de suprir a carência de espaços físicos para realização de exposições de arte urbana, e se projetou rapidamente como uma Galeria de vanguarda da chamada Street Art de São Paulo. Com o propósito de aproximar os artistas urbanos e jovens colecionadores a Grafiteria se propõe a quebrar a discriminação ainda existente em relação a Street Art. Trata-se de um espaço voltado ao fomento do graffiti e Gravuras , que reúne exposições , troca de idéias e informações para os apreciadores desta manifestação artística ainda mal compreendido e marginalizado nos muros da cidade. Durante 2 anos a Grafiteria funcionou como laboratório experimental , e projetou trabalhos e exposições de 200 artistas urbanos. Desta forma, o projeto filtrou obras relevantes e deu oportunidade de criação artística e aprendizado para estes artistas. A Grafiteria possui atualmente um acervo único da Street Art brasileira no mundo, que concentra obras de vários artistas que foram projetados para exposições em importantes galerias no Brasil e no exterior.
Figura 11 – Exposição na Galeria Grafiteria.
33
Em meio a esse imenso campo que a arte urbana abrange, ainda sim existe a necessidade de revelar sua essência através de meios comuns de demonstrações de arte. As galerias são uma das formas onde a arte passa a ter um novo olhar, tornando possível o acesso de uma nova classe ou mesmo despertando os interesses de pessoas que de alguma maneira ainda não a conhecia. A influência que o espaço onde se expõe um determinado artista é fundamental na interpretação de seu trabalho diante do público que o observa, tanto quanto a valorização e o reconhecimento de suas obras.
34
35
3. ARTISTAS URBANOS
O universo do graffiti é bastante amplo, diante disso sem dúvidas envolve um número relativamente grande de artistas praticantes desta arte. Faremos agora uma breve análise de alguns artistas, transcrevendo sua trajetória, estilo e seus trabalhos na área do graffiti e no mundo das artes.
3.1 ALEXANDRE “ANJO”
Alexandre “Anjo”, 27 anos teve seu primeiro contato com a arte de rua em Santo André, em um misto com a pichação e personagens distorcidos, no ano de 1997. Com seu estilo em constante evolução, o artista apresenta em seus trabalhos linhas suaves e cores fortes, relação do ser humano e a natureza, com uma dose de sensualidade. Mesmo ao observar o destaque de alguns artistas por seguirem um determinados artistas por seguirem um só estilo, anjo queria pintar um pouco de tudo onde o artista se colocava em situação de auto desafio. As referências do artistas vão desde os quadrinhos, como Spawn até a perfeição de Goya. Sua vivência como pichador influencia muito seus trabalhos refletindo o que o artista tenta ser: livre, sempre evoluindo e brincando. Foi colaborador nas Mostras Nacional e Internacional de Santo André, coordenou exposições em eventos de decoração como a “Casa Cor” e “The House”. Participou como convidado em exposições coletivas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Joinville, entre outras. Em 7 anos como arte educador ministrou oficinas no Projeto Quixote, FEBEM e em diversas instituições. Paralelo a essas atividades, trabalha também como Ilustrador e cenógrafo.
36
Em setembro de 2008, o artista fez sua primeira exposição no exterior, quando expôs suas obras na galeria Carmichael Gallery Of Contemporary Art em Nova York.
Figura 12 – Pintura do artista Anjo, 2009
3.2 HYPER
Hyper, que teve contato com a arte, desde criança. Por ser filho único, seus passatempos prediletos eram desenhos e leitura o que contribuiu muito para seu desenvolvimento na arte. Hyper conheceu o graffiti através da rua, ao observar trabalhos de uma crew antiga de Belo Horizonte, “Os Jets”. Assim, a partir de março de 1997, Hyper iniciou sua trajetória no graffiti. Umas de suas referências artísticas é o artista renascentista Leonardo da Vinci, que por sua vez lhe proporcionou conhecimento nas técnicas de 37
ilustração, luz, sombra e anatomia. A admiração de Hyper por artistas renascentistas é muito clara, pela qualidade e o realismo presente nas pinturas. Hyper afirma, “Gosto de observar máquinas, brinquedos, e aparelhos eletrônicos. Desde criança gosto de Ficção Científica, de Futurismo e de acompanhar a evolução da Ciência. [...] A observação me ajuda na técnica e na criação, e a leitura entra como a base do contexto na criação. O computador me dá uma grande base também, em idéias e técnicas.” (HYPER, 2008, pág. 09)
Hyper busca passar em suas obras, a visão que o artista tem sobre a realidade. As máquinas representam o físico, a matéria na qual o artista considera que vivemos presos, mas que no fundo não passa de pura energia, a mesma que compõe nossos pensamentos e que dão vida a nossas experiências, que o mesmo representa nas esferas de luz verde, que são a essência de tudo: a Consciência. As árvores representam a liberdade da mente, que ao libertar suas raízes dos padrões, fica livre para absorver os nutrientes de diferentes solos. O uso da “Alice”, em algumas de suas obras, representa a criação de um mundo surreal, onde o artista afirma ser a busca pelo auto-conhecimento.
38
Figura 13 – Pintura do artista Hyper, 2009
3.3 DOES
Does, nasceu em 1976, na cidade de Santo André. SP. Iniciou o graffiti usando técnica do stencilart há 20 anos atrás. Atualmente, em seu estilo mistura técnicas tribais indígenas, caligrafias árabes, arquitetura gótica etc. Além de qualidade e técnicas de grande conceito o artista é considerado no Brasil Viajou por diversos estados onde realizou trabalhos, entre eles: Rio Grande do Sul, Florianópolis, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Distrito Federal e até em Santiago e Valparaiso, no Chile.
39
Figura 14 – Artista Does em ação, 2009
3.4 LÉO
Léo, 23 anos, desenvolve sua arte pelas ruas de Rio Claro e outras cidades do Brasil desde 1998. Seus trabalhos já passaram por algumas fases em termos de estilo e conceito. Em seu primeiro contato com o graffiti, Léo desenvolvia um trabalho com estilo tradicional, fazendo uso de pieces, wildstyles e personagens, considerado por alguns críticos como “graffiti Hip Hop”. Nesse período, Léo praticava seus trabalhos junto a sua crew “DCO”, composta por mais quatro artistas: Amanda, Brutal, Déia e Lagarto. Após alguns anos de pesquisa, evoluindo suas técnicas e estilo, Léo buscou o que mais o agradava no aspecto visual. Com a concepção de levar em suas obras uma arte conceitual, realista e harmônica, o artista busca elementos visuais coerentes e agradáveis que contribuem para uma excelente e aceitável obra. Partindo deste principio, o artista revela um diferencial onde busca inspiração e identidade de seu trabalho no estudo de formas, cores e baseado na essência do design.
40
As características de seu trabalho estão expressas nas pinturas realistas em contraste monocromático, ou em matizes de cinza, onde o artista busca enfatizar o equilíbrio entre retratos realistas em PB contrastando diretamente com formas e cores vibrantes na composição do todo. A rua é o suporte principal para o artista. A intervenção urbana e o impacto que seus trabalhos geram diante do observador é um de seus principais objetivos. A necessidade de causar a reflexão diante do público que compartilha o espaço é de extrema importância. Diante deste ponto de vista, o artista leva a arte para as ruas e transforma simples espaços que muitas vezes passam despercebidos no olhar da sociedade em suportes para magníficas obras de arte a céu aberto. Tornando-a disponível e acessível a todos. A arte diante da sociedade gera um diálogo direto criando uma ruptura nos padrões impostos por museus e galerias onde se torna homogêneo ao caos da paisagem urbana. O conceito junto a qualidade e estudo do artista, o torna diferente e excepcional em suas composições.
41
Figura 15 – Intervenção urbana do artista Léo, em Rio Claro 2009
3.5 OS ARTISTAS
A identidade contida no trabalho dos artistas, são um dos pontos de principal importância na concepção e valorização de suas obras. O conteúdo somado as técnicas formam a fusão onde o artista se posiciona dentro a um vasto campo de obras e artistas diferentes. Seu diferencial é o que traduz sua obra e seu talento, portanto faremos agora uma análise com as características fundamentais de cada artista, que colaboram para torná-los diferentes no ponto de vista artístico.
42
TABELA DE ESTUDOS DE CASO
43
44
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa mostra um panorama geral do que é a arte urbana no Brasil e como ela se desenvolveu. No decorrer da pesquisa a palavra arte é abordada, assim como suas aplicações e seu significado. É fundamental o estudo das raízes do movimento, para esclarecermos algumas tendências existentes neste universo. O foco da pesquisa analisa alguns estilos, movimentos e artistas envolvidos no contexto da arte urbana. A experiência dos vários casos estudados na pesquisa nos mostra algumas maneiras e caminhos pelos qual um artista tende a passar, quando opta em trilhar pelo mundo das artes. Decorrente destes estudos fica claro que é de extrema importância o conjunto de informações necessárias para apresentar o valor da obra de um determinado artista e seu diferencial e visão em relação ao mundo. O conjunto de informações de um artista pode denominar-se como sua imagem e auto-retrato, portanto assim o artista deve se organizar de modo que estabeleça uma linguagem única e coerente de seu trabalho, tornandoo exclusivo e bem apresentável. As técnicas visuais das obras do artista devem seguir uma linguagem harmônica e igualitária a seus respectivos trabalhos de mídia e alto-promoção. Baseado neste estudo será desenvolvido um “Piece Book”, contendo as obras de um determinado artista e uma breve história relatando sua trajetória e suas experiências. Contudo, além da confecção deste “Piece Book”, o artista montará uma exposição onde o mesmo fará de um espaço planejado, um suporte para expor suas obras da melhor maneira possível, tendo como princípio focar seu estilo e sua proposta como artista, passando sua mensagem ao público visitante. Para montar todo o material, serão utilizados recursos de fotografia, onde o artista colherá toda produção desenvolvida para sua exposição e seu desenvolvimento artístico. Após a coleta desse material fotográfico, o artista 45
terá de fazer uma trajetória pelas ruas de determinadas cidades, onde estará criando algumas obras, registrando-as e posteriormente fazendo uso dessas para compor seu “Piece Book”. Na montagem, diagramação e impressão deste “Piece Book”, o artista estará utilizando diversas ferramentas e softwares específicos da indústria gráfica, tais como Adobe Photoshop, Adobe Illustrator, Corel Draw, etc. Todo o material montado após o levantamento do conteúdo, terá de expressar uma única linguagem, esta por sua vez terá como base a identidade contida nas obras do artista.
46
47
5. MEMORIAL DESCRITIVO
5.1 CONCEPÇÃO INICIAL
A concepção deste projeto da-se através da pesquisa do cenário da arte urbana ou Street Art diante do contexto visto no Brasil e em determinados centros urbanos do mundo, onde a expressão se apresenta de maneira relevante.
A
partir
destes
estudos
foram
identificados
elementos
fundamentais de necessidade dos artistas urbanos na intenção de promover seus trabalhos. A criação de um Portifolio, onde aqui nomeamos de “Piece Book”, suporte no qual o artista utiliza para organizar e sistematizar sua trajetória, evolução e obras, se apresenta como oportunidade de expressar a obra do artista e também como mais uma parcela para o entendimento dessa arte.
5.2 OBJETIVOS
O objetivo principal do projeto é divulgar, promover e expressar através de um projeto gráfico o conceito, estilo e qualidade presentes no trabalho do artista urbano. Dessa forma faremos uso de possíveis ferramentas do design, onde na criação de um “Piece Book “ apresentemos o artista e transmitiremos a linguagem de suas obras com o máximo de fidelidade e transparência possível.
5.3 NECESSIDADES
48
Uma das dificuldades dos artistas urbanos para apresentação e promoção de seus trabalhos é o fato de não estarem munidos de um material profissional e eficaz para iniciarem novos projetos. Este empecilho acaba por sua vez limitando a expansão deste artista no cenário contemporâneo. Portanto, a necessidade de uma orientação adequada e um projeto coerente no âmbito da arte e da concepção em design será contribuinte no equilíbrio que auxiliará o traçar das guias para o sucesso.
5.4 ESTUDO DE CASO
Figura 16 – Esquema de Estudo de Caso, livros Onesto e Titi Freak.
5.5 CONCEITO
49
O conceito proposto para o projeto parte da idéia de representar o equilíbrio entre a ordem e caos. O princípio de ordem retrata a proposta no qual o design se sustenta e apresenta seus concertos e arranjos na magnitude de causar a melhor impressão visual possível diante dos olhos do leitor ou espectador e dialogam com o caos que a linguagem urbana através da Street Art exprime em meio aos traços das ruas embaraçadas nas metrópoles, diante dos arranha-céus infinitamente volumosos, suas cores e formas decorrentes da ação de artistas e idealizadores da mais pura arte contemporânea os frutos da necessidade de expressão em meio aos conflitos sociais, político-culturais e ambientais. A partir desse contexto será desenvolvido todo o projeto gráfico, visando estabelecer uma linguagem original e autêntica ao trabalho.
5.6 PAINEL SEMÂNTICO CONCEITO
Figura 17 – Representa o conceito de Ordem e o Caos.
50
5.7 PERFIL DO PÚBLICO-ALVO
O produto trata em primeiro momento de um público jovem, descolado e apreciador de arte. Dentre eles os estereótipos mais evidentes estão nos universitários, skatistas, emos, punks, militantes do hip-hop entre outros ligados a movimentos urbanos ou apenas simpatizantes dos mesmos. Por outro lado o projeto abrange outros públicos, tais como, designers, artistas, músicos, críticos de arte, freqüentadores de galerias, museus e simpatizantes de artes de um modo geral.
5.8 PAINEL SEMÂNTICO PÚBLICO-ALVO
Figura 18 – Apresenta diferentes estereótipos presentes no contexto urbano.
51
5.9 ESPECIFICAÇÕES FUNCIONAIS DA PROPOSTA
A principal função deste projeto é apresentar soluções gráficas coerentes buscando representar da melhor forma possível o artista no “Piece Book”. Faremos uso de diversas ferramentas de criação em processos que partem do uso de ferramentas analógicas e digitais. A princípio o projeto é apresentado na sua forma de esboço e posteriormente serão ajustados e configurados de acordo com a evolução do projeto. Para tanto serão utilizados softwares de edição de imagem e vetoriais, tais como: Adobe Photoshop, InDesign, Illustrator, Corel Draw, entre outros.
5.10 DESIGN PRELIMINAR DA PROPOSTA
5.10.1 FORMATO
A escolha para o melhor formato deste “Piece Book” se deu através da necessidade de encontrar o espaço ideal para representar e diagramar as imagens e textos do projeto, assim como a aplicação e melhor meio de produção custo benefício, visando a minimização dos recursos e evitando custos desnecessários. O formato final escolhido foi o de 200x150mm (formato fechado) e 400x150mm (formato aberto), conforme imagem abaixo.
52
Figura 19 – Ilustração do Formato “Piece Book”, nas condições de Aberto e Fechado.
5.10.2 FAMILIA TIPOGRÁFICA
A escolha da tipografia foi crucial na contextualização do conceito do projeto, pois na representação do Design e da ordem trabalharemos uma fonte com ausência total de cerifas e com traços duros, dialogando com a linguagem conceitual do tema proposto alem de proporcionar uma leitura agradável e uma forma harmônica. Em alguns pontos utilizaremos uma tipografia agressiva, e volumosa, baseada na origem da escrita das ruas, e mesclada a tipografia do design, com uma forma enfatizada ao urbano.
53
Figura 20 – Famílias tipográficas proposta para representação do Design.
Figura 21 – Famílias tipográficas proposta para representação da Arte urbana.
54
Figura 22 – Família tipográfica teste conceitual.
Figura 23 - Família tipográfica definida após testes e adaptações.
55
5.10.3 ESQUEMA DO PROJETO
Para organização das informações deste “Piece Book” estruturamos e dividimos o conteúdo em 3 partes. Apesar de ser um livreto com aproximadamente 60 páginas, o “Piece Book” tem em sua primeira parte o PREFÁCIO, um texto em que resumidamente apresenta características da história do artista. A segunda parte, chamamos de RUAS, capítulo que ilustra traços da produção do artista vivenciada em diferentes situações. Na terceira e última parte, nomeada RAÍZES, finalizamos com alguns dos trabalhos que o artista desenvolveu no decorrer de toda sua trajetória, onde é possível reconhecer os diferentes passos para evolução presente na estética de suas obras.
5.10.4 IDENTIDADE VISUAL
A identidade visual, é um fator de importantíssimo valor na composição do “Piece Book”, diante da proposta de refletirmos no olhar do leitor toda essência, estilo e alma incorporada nas obras do artista optamos pelos seguintes elementos: tipografia não cerifada para expressar modernidade e representar os traços limpos e duros presente em detalhes nas obras do artista. O grid criado visa evidenciar e apontar como elemento comunicador principal as imagens e figuras, tornando os demais elementos textuais apenas parte e complemento deste todo. As cores incorporadas no projeto se sustentam na proposta de utilização de cores características de obras do artista, portanto o verde, violeta e magenta utilizados formam o triângulo e equilíbrio cromático que representa o artista junto a idéia de jogos de gradiente em tons de cinza presentes em diversas partes do projeto onde buscou-se um comparativo novamente incorporado às obras do artista onde o mesmo ilustra retratos monocromáticos.
5.10.5 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS 56
O formato ideal projetado e escolhido para este “Piece Book” foi o formato paisagem de 200x150mm, onde encontramos a melhor solução espacial para distribuição dos elementos visuais. O miolo foi impresso em papel couchê fosco 90g, buscando um visual opaco, evitando brilho em excesso e proporcionando uma leitura e um manuseio agradável. A capa impressa em couchê 150g é aplicada sobre papelão e revestido em papel contacte, tornando desta uma capa dura e firme prolongando a vida útil e conservando o exemplar.
57
58
6. DESIGN FINAL
Após diversos testes, aplicações práticos e conceituais apresentaremos a concepção de design final do projeto. Veremos a seguir algumas partes do projeto gráfico consideradas fundamentais para a proposta.
Figura 24 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Sumário.
Figura 25 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Introdução de Capítulo.
59
Figura 26 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Conceito, Capítulo RUAS.
Figura 27 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Conceito, Capítulo RUAS.
Figura 28 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Conceito, Capítulo RAÍZES.
60
Figura 29 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Capa “Piece Book by Leo_dco”.
61
62
7. CONCLUSÃO
A contribuição deste trabalho para formação acadêmica foi indispensável. A evolução dos fundamentos de pesquisa do design e das aplicações práticas de projeto vividas na graduação aqui se traduz e nos permite enxergar o quanto a metodologia de design junto ao projeto de design são importantes no desenvolvimento de um bom projeto ou produto. Toda pesquisa aqui realizada não apenas impulsiona a evolução e a reflexão sobre o conhecimento adquirido no decorrer da graduação mas proporciona um avanço para um vasto campo do conhecimento que de alguma maneira ainda não tenha sido alcançado. Portanto a importância da realização e aplicação de tal projeto. Espera-se buscar com o projeto não apenas razões e méritos acadêmicos, mas ainda que este possa ir além, atingindo sua meta de modo exemplar viabilizando sua função esperada na prática e ainda atendendo sua demanda. O êxito do projeto “Piece Book” certamente será alcançado, pois trata-se de um projeto de design desenvolvido com serenidade e profissionalismo visando qualidade e acessibilidade para o usuário de modo a transmitir toda idéia e trabalhos do artista representado. Entende-se ainda que o repertório do designer é algo em constante evolução e de eterna soma. As diversas possibilidades e a alta velocidade com que a tecnologia avança refletem diretamente no campo do design, submetendo o profissional sempre a busca por novas pesquisas e estudos. Diante desta realidade, acredita-se que a graduação é apenas o início do que virá como uma longa e instigante trajetória pela busca implacável da forma definitivamente perfeita para o design.
63
DICIONÁRIO DE GÍRIAS E TERMOS DO GRAFFITI
3D-style – um dos mais sofisticados estilos de graffiti.Desenvolvido já no fim dos anos 80, o 3D é o “Salvador Dali” do graffiti, com suas letras e desenhos tridimensionais, que possibilitam, muitas vezes, a interpretação única de quem é do meio. All city – é considerado aquele que escreve por toda cidade, ou pelo país. Pode se referir a um writer individualmente ou uma crew. Além de escrever por tudo, tem que fazer todo tipo de escrita (piece, bomb, tag) e em todo tipo de local (muros, trens etc.). Back to back – muro preenchido de ponta-a-ponta. Quando for um trem, chama-se WHOLECAR. Bombing – forma agressiva de espalhar o tag; mais ligada ao vandalismo do que a arte. Graffitis que se realizam rapidamente, pouco adornados e com letras pouco elaboradas. Caps – cápsulas (bico do spray) que se colocam na saída das latas de spray. Existem caps específicos para cada tipo de traço pretendido. Pode ser fino (SKINNY) ou grosso (FAT). Crew – conjunto de grafiteiros que pintam juntos, existindo nos seus trabalhos uma assinatura ou sigla que identifica esse coletivo. Podem incluir writers, mc´s, dj´s e b-boys, ou apenas alguns deles. Grafite ou Graffiti – (termo latino graphiti, em italiano graffiti, plural de graffito) significa “marca ou inscrição feita em um muro”. É o nome adotado às inscrições feitas em paredes desde o Império Romano. Atualmente é utilizado em diversos idiomas para denominar o grafite hip-hop utilizado como instrumento de arte, comunicação e protesto. (fonte: Wikipedia). Graffiti – no sentido contemporâneo do termo. Spraycanart – Graffiti feito a mão livre, sem o uso de máscara ou molde. Stencilart – Graffiti feito a partir de molde ou máscara, facilita a rápida execução e disseminação de uma marca individual ou de grupo. 64
Grafiteiro, escritor, writer, grafiter – pessoa que manipula a lata de spray na realização dos graffitis. Hall of Fame – parede onde só pintam os mais respeitados e consagrados writers; Pode ser legal, mais na maioria das vezes acaba não sendo. Hip Hop – cultura urbana associada a comunidade graffiti, música, rap e break dance. Mural, produção – feita por um writer ou uma crew. Envolve no mínimo 2 pieces e alguns bonecos. Old school – o início, os percussores do graffiti, quem inventou os estilos clássicos de grafitar. New school – a nova escola, quem está atuando hoje em dia, aprimorando os conhecimentos passados pelos writers da velha escola. Pichação – S.f.1. ato ou efeito de pichar, pichamento. Escrever em muros e paredes (novo dicionário Aurélio). Pixação – Se refere ao ato de “pixar” (com “x”). Pixar é expressar e popularizar um nome, um pseudônimo, uma marca. Escrito com “x” pelos pichadores. Piece – graffiti a cores, bastante elaborado. Normalmente constituído por fundo trabalhados, letras estilizadas e adornadas com caracteres. Bem similar a forma dos hippies, este estilo pode ser considerado um dos primeiros na escala evolutiva do graffiti em Nova York. Piecebook – O livro com sketchs do writer. Também chamado de “blackbook”, “sketchbook” ou “writer’s bible” (Uma pasta). Stickers - Etiquetas – Forma de bombardear os lugares públicos, onde seria muito flagrante usar um marcador. Usa-se então adesivos que foram taggiados antes, que na maioria das vezes diz “Hello, my name is”. Tag – Assinatura do writer. Toy – graffiter (writer) em iniciação de “carreira”. Inexperiente. Throw-up – Estilo de pintura elaborada de forma rápida, sem muitos detalhes na estética, que simula algo proibido como a pichação, à base de
65
duas ou três cores apenas, através de rolos para encher as letras e desenhos e spray para contornos. Whole car – Um lado do trem pintado completamente. Wild style – graffiti caracterizado por uma forte estilização das letras, tornando-o praticamente ilegível. Um estilo complicado, com letras entrelaçadas. É considerado um dos estilos mais difíceis de se fazer. Writers – o mesmo de graffiter. Elementos da crew que se dedicam a pintar graffitis.
66
REFERÊNCIAS
ADORNO, Theodor W., 1903 – 1969. A Cultura de massa e o surgimento da Pop art, 2009, disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Pop_art >, acesso em 28/09/2009. ARNHEIM, Rudolf, 1904-1997. Arte e percepção visual, uma psicologia da visão criadora: nova versão / Rudolf Arnheim: tradução de Ivonne Terezinha de Faria. 2004. BENJAMIN, Walter, Arte A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, 1955. DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos. Título original: Styles, schools and movements. Tradução: Carlos Eugênio Marcondes de Moura, 304 p, 2003.
POATO, Sérgio. O graffiti na cidade de São Paulo e sua vertente no Brasil: estéticas e estilos, 207 p, 2006.
REBELO, Marques. O LIVRO NEGRO DO GRAFFITI, Rap Brasil Especial. Edição n 12.
REBELO, Marques. REVISTA ESPECIAL RAP BRASIL GRAFFITI, Edições n 39 e 43.
ALEXANDRE ANJO, disponível em: < http://programacontrolv.blogspot.com/2008/05/alexandre-anjo.html >, acesso em 25/05/2009.
CHOQUE CULTURAL, disponível em: < http://choquecultural.com.br/blogs/about >, acesso em 30/05/2009. 67
GRAFITERIA, disponível em: < http://www.grafiteria.art.br >, acesso em 30/05/2009.
GRAND PALAIS, disponível em: < http://blog.qaz-urbanart.com/page/3 >, acesso em 30/05/2009.
TATE MODERM, disponível em: < http://www.tate.org.uk/modern/exibitions/streetart >, acesso em 30/05/2009.
68
ICONOGRAFIA
Figura 1 - Acrobatas - Estêncil sobre papel, 1982 - Alex Vallauri Fonte: POATO, Sérgio. O graffiti na cidade de São Paulo e sua vertente no Brasil: estéticas e estilos, 207 p, 2006.
Figura 2 - Bota - New York City, 1983 - Obra de Alex Vallauri Fonte: POATO, Sérgio. O graffiti na cidade de São Paulo e sua vertente no Brasil: estéticas e estilos, 207 p, 2006.
Figura 3 - Mural Sesc Santos, 1886 - Carlos Matuck Fonte: POATO, Sérgio. O graffiti na cidade de São Paulo e sua vertente no Brasil: estéticas e estilos, 207 p, 2006.
Figura 4 – Pin-ups no Balcão Masp, 1988 – Maurício Vilaça Fonte: POATO, Sérgio. O graffiti na cidade de São Paulo e sua vertente no Brasil: estéticas e estilos, 207 p, 2006.
Figura 5 – Grupo Tupinãodá, Projeto SP Barra Funda, 1989 Fonte: POATO, Sérgio. O graffiti na cidade de São Paulo e sua vertente no Brasil: estéticas e estilos, 207 p, 2006.
Figura 6 – Av. Consolação SP, 1988 – Carlos Delfino Fonte: POATO, Sérgio. O graffiti na cidade de São Paulo e sua vertente no Brasil: estéticas e estilos, 207 p, 2006.
Figura 7 – “Lamblambs” crew SHN, 2009 Disponível em:<http://www.fotolog.com/shn > . Acesso em: 05 Jun. 2009.
69
Figura 8 - Fachada da Tate Modern, exposição de arte urbana, 2008. Disponível em: <http//www.google.com.br> . Acesso em: 10 Jun. 2009.
Figura 9 - Fachada da Galeria Grand Palais. Disponível em: <http//www.google.com.br> . Acesso em: 10 Jun. 2009.
Figura 10 – Fachada da Galeria Choque Cultural. Disponível em: <http//www.google.com.br> . Acesso em: 10 Jun. 2009.
Figura 11 - Exposição na Galeria Grafiteria. Disponível em: <http//www.google.com.br> . Acesso em: 10 Jun. 2009.
Figura 12 – Pintura do artista Anjo, 2009. Disponível em: <http//www.flickr.com/photos/anjotk> . Acesso em: 05 Jun. 2009.
Figura 13 – Pintura do artista Hyper, 2009. Disponível em: <http//www.flickr.com/photos/hyper-nyorai> . Acesso em: 05 Jun. 2009.
Figura 14 – Artista Does em ação, 2009. Disponível em: <http//www.flickr.com/photos/doeshdv> . Acesso em: 05 Jun. 2009.
Figura 15 – Intervenção urbana do artista Léo, em Rio Claro 2009. Fonte: Arquivo Pessoal.
70
Figura 16 – Esquema de Estudo de Caso, livros Onesto e Titi Freak. Fonte: Arquivo Pessoal. Figura 17 – Representa o conceito de Ordem e o Caos. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 18 – Apresenta diferentes estereótipos presentes no contexto urbano. Fonte: Disponível em: <http//www.wgsn.com > . Acesso em: 05 Ago. 2009.
Figura 19 –
Ilustração do Formato “Piece Book”, nas condições de Aberto e
Fechado. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 20 – Famílias tipográficas proposta para representação do Design. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 21 – Famílias tipográficas proposta para representação da Arte urbana Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 22 – Família tipográfica teste conceitual. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 23 - Família tipográfica definida após testes e adaptações. Fonte: Arquivo Pessoal. 71
Figura 24 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Sumário. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 25 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Introdução de Capítulo. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 26 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Conceito, Capítulo RUAS. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 27 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Conceito, Capítulo RUAS. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 28 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Conceito, Capítulo RAÍZES. Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 29 – Projeto Final “Piece Book” - Lâmina Capa “Piece Book by Leo_dco”. Fonte: Arquivo Pessoal.
72
73