aRtE dE pRoTeStO
A
primeira edição da revista Tudo Design vem do levantamento do conceito de que o design, em todas suas aplicações, pode existir em locais ou situações onde não notamos ou percebermos, generalizando, tudo
é design. Relacionando com uma sociedade onde todos tem uma incessante necessidade de se apresentar, serem notados, criamos aqui um paralelo visual e textual mostrando aquilo que não possui tanta ênfase ou cai num senso comum, melhor dizendo, apresentamos o alternativo, algo representado fora da caixa de alienação que usualmente nos cerca.
Nossa proposta é apresentar influências e repertórios que, de maneira funcional, gerem um maior entendimento do que é o design, destacando o mesmo em todas suas aplicações e meios, assim proporcionando ao leitor uma maior abrangência e compreensão do design e não o limitamos a tendências, pois, sem querer criar redundâncias, colocamos ênfase ao reafirmar que tudo que se vê, sente, prova, enfim, tudo mesmo, é design.Abra os olhos, refine-os e enxergue uma nova perspectiva.
Esperamos que você saia da caixa e descubra aqui a abrangência que o design trás e tudo o que ele pode ser.
Boa Leitura!
CAPA: CAIO NASCIMENTO
PONTOS
ENDEREÇOS
Direção conceitual
Faculdades, colégios, cursos pré-vestibulares,
Av. Roque Petroni Jr., 630 – Morumbi
EVERTON PINA
universidades, feiras gráficas
CEP: 04707-000
Direção projetual
PERÍODO
tudo@td.com
ISADORA BRAGA
Publicação semestral
Os artigos assinados são de responsabilidade
Direção de planejamento
2° semestre de 2017 (atual)
dos autores e não refletem necessariamente
LEONARDO MOUSSE
TIRAGEM
a opinião da revista.
Direção textual
3.000 unidades
CAPA Guerrilla Girls
PAPEL DE PAREDE
INTERNACIONAL
Uma exposição de cartazes no MASP contra a desigualdade.
Viaje e explore o design Polonês.
06
10
LETRA
STREET POST
Conhecendo a tipografia nacional e o inesperado.
Design e sustentabilidade.
22
28
DIAFRAGMA
MUSEU
Metrópole em movimento.
Museu escondido? Acho que não!
12
20
FEIRA GRÁFICA Tinta, papel e Pixel.
30
Foto: Andrew Hindrak
INVASĂƒO NO MASP
Papel de parede
06
Guerrilla Girls, 2015.
07
Papel de parede
A força do empoderamento feminino atacando os Museus do mundo.
G
uerrilla Girls chegaram ao MASP abalando estruturas, com suas artes relacionadas diretamente ao ativismo feminista, querem expor os preconceitos étnicos e de gênero, assim como a corrupção na política e principalmente na arte, cinema e cultura pop. O grupo é constituído por ativistas anônimas e sua grande marca é o uso das máscaras de gorilas em suas aparições públicas e usando apenas pseudônimos para homenagear grandes mulheres - pintoras, fotógrafas, escritoras, artistas de diversas épocas, nacionalidades - mas mortas, como Paula Modersohn-Becker, Rosalba Carriera, Georgia O’Keeffe, Anais Nin, Meta Fuller, Tina Modot-
ti, Diane Arbus; outras mais. Completando, ainda bradam um slogan: “Reinventando a palavra com ‘F’ - feminismo!”. Surgido em 1985 como resposta a uma exposição realizada em 1984 no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York, que tinha como título International Survery of Recent Painting and Sculpture [Panorama internacional de pinturas e esculturas recentes] e a curadoria de Kynaston McShine, essa mostra incluiu 165 artistas e apenas 13 eram mulheres. Guerrilla Girls afirma combater a discriminação, agora não só contra mulheres, mas também contra a população LGBTQ,
e suas integrantes jamais revelam a identidade, por conta de represálias e backlash. Na verdade elas eram as “Gorillas Girls” e viraram Guerrilla Girls por conta de um lapso de uma redatora, que confundiu o nome do coletivo em uma reportagem. Usando fatos, humor e imagens ultrajantes chega trazendo debates sobre a real preocupação com um equilíbrio maior entre mulheres e homens artistas nos cenários da arte moderna e da arte contemporânea. “Queríamos que elas trabalhassem aqui e tivemos um diálogo bem franco”, conta Camila Bechelany, que está a frente da mostra. “Abrimos a porta do nosso acervo para trazer esse debate pra cá”. E após feito um levantamento podemos ver que as obras mostradas até agora nas galerias do museu apenas 6% dos trabalhos foram feitos por mulheres e 68% dessas estão retratadas nuas. Tentamos retorcer um assunto e apresentá-lo de uma maneira que não foi feita antes, com a esperança de mudar a cabeça de algumas pessoas”, afirma Käthe.
Fotografia Guerrilla Girls
Texto Isadora Braga Fotos Everton Pina
08
Exposição Guerrilla Girls no MASP inciada Setembro de 2017.
Cartaz exposição Guerrilla Girls, exposto no MASP em Setembro de 2017.
Exposição Guerrilla Girls no MASP inciada Setembro de 2017.
As mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu de Arte de São Paulo? Apenas 6% dos artistas do acervo em exposição são mulheres, mas 60% dos nus são femininos. Guerrilla Girls, 2017.
09
Internacional
Design gráfico na Polônia: cartazes, livros e discos contemporâneos Texto Leonardo Mousse
Ilustração e fotos de peças da Eye on Poland por Leonardo Mousse.
10
U
m olho me observando e um gato tocando guitarra, foi isso o que observei (ou o que me observou) as-
sim que eu entrei na exposição Eye on Poland no Tomie Ohtake. Diferente de cartazes comerciais ou de lambe lambes, os cartazes poloneses me impactaram logo de cara. Todos procuravam expor a informação das quais foram impostas, mas sem perder um elemento, a personalidade vibrante de autores criativos. Mais tímidos, mas sem serem diminuídos, expostos em mesas no centro da sala de exposição, estavam livros e cds. Eles possuíam a mesma cara dos cartazes, entretanto mais palpáveis, alguns até pulavam pra fora (pop ups). E foi com essa impressão que saí da exposição, renovado e em busca de novas formas de criar.
11
Diafragma
LUZES VELOCID
12
S DADE
13
14
"...É verdade, de fato nossa cidade é um grande turbilhão de movimento por suas ruas e avenidas, como veias pulsantes de um grande coração..." - Paulo Basile
15
16
17
Diafragma
18
No término da noite noite ela é luminosa, colorida, vazia, com um ou outro carro rasgando sua imensidão como um lazer de vida, dando um pouco de zunido em uma grande ferrugem silenciosa. Quem por ela passa nesse horário, deseja parar, deseja fotografar, olha para cima, olha para baixo, olha para ela. - Paulo Basile
19
Museu
50 anos retratados com vigor eterno
O
museu Lasar Segall se encontra perto do Metrô Santa Cruz no bairro Vila Mariana. Ele foi fundado em 1967 pela viúva de La-
sar Segall, Jenny Klabin Segall, e mostra como principal exposição a obra e vida do artista. Ele conta com oficinas artísticas, exposições temporárias e espaços para descanso. A exposição em destaque na matéria é a comemorativa de 50 anos do museus, ela abriu dia 23 de Setembro de 2017 e acabará um ano depois no dia 23 de Setembro de 2018. Ela possui dois andares, sendo o primeiro mais expositivo do próprio museu e o segundo mais dedicado ao próprio Lasar Segall. Ao adentrar nela, encontra-se um ambiente claro com escritas nas paredes explicando cada parte da exposição. Logo em seguida é vista uma linha do tempo completa explicando os principais eventos e entraves encontrados durante a vida do museu. Ainda no primeiro andar, encontram-se nomes e fotos dos apoiadores e uma TV, na qual passa um documentário sobre os 50 anos do museu. Já no segundo andar, o foco muda e passa a ser sobre a obra e vida de Lasar Segall. Além do comum de expor as obras, há o processo das principais obras e a história por trás das mais marcantes.
Fotos da exposição 50 anos do Museu Lasar Segall. Ele fica aberto a semana inteira com exceção de terça. Seu horário de funcionamento é das 11h às 19h, a entrada é gratuita e seu endereço é: Rua Berta, 111 - Vila Mariana, São Paulo - SP, 04120-040.
Texto e fotos Leonardo Mousse
21
Letra
22
E
stamos expostos a tipografia a todo momento, o papel principal das letras é comunicar, mas pou-
cos sabem que há um grande estudo por trás de tudo isso. As fontes e pesos podem dar diferentes vozes à um texto, desfrutar desses aspectos pode acabar sendo muito divertido. Nós brasileiros sempre nos destacamos na área criativa desde a criação da fotografia, avião e até mesmo do famoso escorredor de arroz. Não foi diferente em relação a tipografia, diversos autores vêm impulsionando o mercado tipográfico que sempre esteve presente na sociedade indicando traços da cultura local/época.
23
Letra Nesta edição traremos a tona o trabalho do artista plástico, fotógrafo e principalmente tipógrafo, Tony de Marco.
QUEM É ESSE? Sócio da Just in Type (empresa que produz fontes) e co-editor da revista Tupigrafia, hoje reside na capital paulista, onipresente nas artes da cidade, não está nem um pouco preocupado em se esconder, traz à tona diversos aspectos em seus trabalhos. Desenvolve projetos tipográficos desde 1989, tendo hoje em sua conta mais de 50 alfabetos. Tony de Marco
Garoa Hacker Club é uma organização sem fins lucrativos que disponibilza infraestrutura para encontros, eventos e projetos para interessados em áreas criativas e tecnológicas, localizada no centro de São Paulo. Tony de Marco e Diego Maldonado criaram a fonte que é utilizada no hacker-space em homenagem ao designer e tipógrafo americano Herb Lubalin. A Garoa Bold está disponível gratuitamente em: garoa.net.br/wiki/Fonte_Garoa_Hacker_ Clube_Bold
24
Amostra da fonte. Original do MyFonts.
tml
rrorista.h
e.com/te
intyp www.just
Terrorista é uma família tipográfica
Inspirada em tipos de madeira que
criada por Tony de Marco junto com Ber-
eram destacados nas manchetes dos jor-
nardo Faria em 2014.
nais, a fonte parte do mesmo desenho em
Com o intuito de homenagear os
seus diferentes pesos, sendo eles: Mari-
símbolos de resistência e luta pela demo-
ghella (Ação Libertadora Nacional); Dilma
cracia durante o golpe militar de 1964,
(Comando de Libertação Nacional) e La-
esses grupos defendiam a liberdade com
marca (Vanguarda Popular Revolucioná-
unhas, dentes e até mesmo com as pró-
ria), porém com detalhes específicos em
prias vidas, não se renderam aos tortura-
cada peso que você pode ver mais em:
dores, por conta disto foram consideradas
www.justintype.com/terrorista.html
terroristas e inimigos do regime militar.
25
Letra
Foto: Tony de Marco
A marca de Tony de Marco nas ruas é o Pixotosco, na maioria das vezes aparece como um dragão minimalista ao redor de São Paulo, que também já percorreu outras cidades do mundo. Vale a pena dar uma conferida no restante deste projeto que rola até hoje e em outras atividades do artista, o caminho é este aqui: www.tonydemarco.com.br
Foto: Carlos Ximenes
Pixotosco em Shangai
Pixotosco em Cubatão.
26
Foto: Tony de Marco Foto: Tony de Marco
Foto: Tony de Marco
Pixotosco na rua.
Pixotosco com RiR (Felipe Risada).
27
A Sala dos DragĂľes.
Street Post
LIXO
O que estรก morto, nunca morrerรก!
28
Peixes do rio pin heiros em exposi ção. Foto por Leonardo Mousse.
A
instalação Pintado na estação
Entretanto, essa não é a única atração
Pinheiros na parte da CPTM (linha
da instalação de Srur, flutuando pelo Rio
9 - Esmeralda) ocorre entre os dias 24
Pinheiros há um “Pintado” gigante dando
de Agosto ao dia 12 de Setembro. Ela se
vida ao rio e surpreendendo os desavisa-
trata de um projeto da virada sustentável
dos, atraindo ainda mais pessoas para a
dirigido por Eduardo Srur e sua equipe, e
inusitada instalação.
tem como meta conscientizar as pessoas sobre o estado deplorável do Rio Pinheiros através da arte e do design. Na conexão entre a Linha 9 - Esmeralda
"estado deplorável do Rio Pinheiros"
e a Linha 4 - Amarela há um aviso no vidro
A instalação ganha coro com a partici-
escrito peixaria apontando para o espaço
pação dos que passam, apesar de serem
da instalação. Lá se encontram peixes fei-
poucos, uma vez que o projeto se localiza
tos através de lixo, os considerados peixes
num lugar de trânsito e com pessoas
do Rio Pinheiros. Nesse mesmo, lugar há
ocupadas com os afazeres que o dia a dia
uma oficina de criação que abre às 10h e
proporciona e cega.
permite que o visitante crie um “peixe do Rio Pinheiros e o leve pra casa.
Ilustraçã o da foto de Leon por Leo ardo Mo nardo M usse ousse d flutuante o peixe do Rio P gigante inheiros.
29
Feira
ACABAMOS, MAS VOCÊ NÃO! Uma oportunidade de anos!
O
Pixel Show é um enorme evento de arte e criatividade. Ele conta com artistas de renome nas áreas de ilustração, mo-
tion graphics, design gráfico, quadrinhos, 3D, artes visuais, graffiti, moda, cinema, design de produto, arquitetura, publicidade, games e mais. Dentro dele você pode encontrar live painting, bandas, Art Makers (feira de cultura independente), arte, exposições, tecnologia, uma feira com marcas inovadoras, mangá festival, tattoo festival, espaço de simuladores etc. Portanto, se você gostou da revista e procura um evento para se aprofundar ainda mais nessa área, o Pixel Show aparenta ser uma ótima maneira, além de possibilitar o contato com outras pessoas. Obrigado! 2 a 3 de Dezembro saiba mais em:< http://pixelshow.com.br/>
Foto: Pixel Show
Foto: Pixel Show
Foto: John Madere
Texto Leonardo Mousse
Claudio Rocha e Marcos Mello da Oficina Tipográfica São Paulo participam de palestra e workshop com André Hellmeister (Estúdio Collages).
Apresentação do workshop de colagem e tipografia com André Hellmeister, Claudio Rocha e Marcos Mello no Pixel Show.
30
Foto: JoséMarcos Marcos Foto: José