Pati Nakamura “Camadas Intrínsecas” 30 setembro »»» 26 outubro 2018
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20 anos a trabalhar com a Arte pela Inclusão Social A vida é feita de ciclos e hoje o Espaço t fecha mais um. 20 anos a trabalhar com a Arte pela Inclusão Social. Em 20 anos vivemos momentos mágicos, de sonhos, momentos utópicos, momentos reais, momentos de falta de espaço e momentos de excesso de ideias para concretizar. Vivemos 20 anos com toda uma força emocional que uma equipa pode ter. Podemos, afirmar, que valeu mesmo a pena! Contribuir, através da Arte, para transformar “Homens em Príncipes” e com eles fomos mais longe, difundimos a Cultura do Espaço t para além dos espaços físicos conquistados e assumidos como pontos de partida do trabalho do Espaço t. Hoje, ao fim de 20 anos, sabemos que valeu a pena ter momentos de crise, angústias, dúvidas e de muita resiliência… Mas sabemos que valeu a pena criar espetáculos de Teatro e Dança inclusivos, produzir revistas em negro, braille e áudio, realizar exposições para invisuais e para os outros, realizar congressos com temáticas tão complexos e simultaneamente tão simples como a Morte, o Desejo, o Sonho… Milhares de pessoas passaram pelo Espaço t e estamos certos que irão continuar a passar com a mesma vontade de encontrar caminhos para uma vida, onde a Felicidade é o sonho maior e essa é quase sempre tão singular e difícil de entender. No Espaço t não temos a pretensão de mudar o Mundo, temos apenas a vontade de contribuir para um Mundo melhor, mais inclusivo, mais emocional, onde a Arte tão bem consegue materializar esses desejos e sentimentos da subjetividade humana. Por isso, com a Quase Galeria, criamos um espaço de arte contemporânea, onde a Arte se funde com a essência da Casa da Felicidade. Com o Espaço Intercultural “ O Meu País no Teu” e a Galeria Espaço t(eu) iniciamos uma nova dinâmica socio cultural, para que os imigrantes, oriundos de países terceiros, e a residir em Portugal possam sentir-se menos imigrantes, através da Arte. No Cercar-te E6G continuamos a dotar meninos/as do bairro do Cerco de competências sociais, relacionais e outras, para poderem ser melhores Homens e Mulheres no futuro. Continuamos a realizar exposições, projetos de Arte Pública e tudo aquilo que nos possa fazer sonhar, tendo sempre como protagonistas os/as nossos/as alunos/as, pois são eles/as que nos fazem ver o Mundo de outra forma. São muitos os projetos que queremos concretizar e sonhar, mas sabemos que precisamos de mais 20 anos para os concretizar… Obrigado a todos/as os/as que desde a fundação do Espaço t nos ajudaram a chegar até aqui!
Jorge Oliveira (Presidente do Espaço t) 3
O MEU PAÍS NO TEU – Espaço Intercultural O Projecto Espaço t, “O Meu País no Teu” – Espaço Intercultural”, na área da imigração, dinamiza um espaço expositivo - Galeria de arte visa a promoção e divulgação da cultura imigrante na comunidade local e no país de acolhimento. Promove diferentes culturas e usa a arte como processo de integração. Incrementa as sociabilidades locais e de proximidade na ótica da interculturalidade através da realização de iniciativas de carácter cultural. Promove ações de sensibilização que visam a valorização da diversidade cultural. Promove a tolerância, o respeito mútuo e o enriquecimento individual, através do diálogo intercultural. Implementa ações de formação não formal. Em 2017 com o apoio financeiro do FAMI - Fundo Asilo, Migração e Integração e através das parcerias estabelecidas através do CCI - Conselho Consultivo Para a Interculturalidade, teremos 6 exposições de artistas nacionais de países terceiros (extracomunitários), 6 palestras / workshops que abordarão diferentes culturas, costumes e tradições e os Dias/Festa da Interculturalidade.
Galeria de Arte A Galeria do projeto “O Meu País no Teu” pretende ser um espaço de convergência de diferentes formas de Arte, de diferentes origens, culturas e nacionalidades. Este é um laboratório de experimentação artística, tendente à criação de novos conceitos de Arte, nomeadamente da arte como forma de comunicação transversal entre diferentes públicos e de integração de grupos, numa sociedade cada vez mais segregada e segregadora. Uma oportunidade para os imigrantes de países terceiros exporem, mas também para toda a comunidade interessada poder ter contacto e conhecer diferentes tipos de arte e cultura.
Workshops Dar Expressão às Artes e Culturas Direcionados para uma audiência de imigrantes de países extracomunitários, e para o público em geral, estes workshops teórico-práticos são realizados por convidados especialistas e abordam temas como a diversidade cultural, direitos culturais, a arte como processo de integração, bem como conversas com os artistas que expõem na Galeria.
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CAMADAS INTRÍNSECAS Em uma contemporaneidade de demasias, Patrícia Nakamura se radica no Porto e pauta sua produção na sutil retirada deste excesso - a lapidar o papel e a alma -, não na busca pela incólume pureza, mas ao visar a tórrida aventura da vida.
Aliar o kirigami à cosmovisão africana, ao clima latino-americano e a formas moçárabes, expressa a pluralidade de influências nas obras e mostra um caráter cosmopolita, fruto de sua passagem por dezenas de países.
Como um macramê de técnicas, Patrícia amarra ao papercutting a fotografia, o bordado e a pintura. Lança assim, uma produção dialética que semeia-se pelo caminho.
A exploração de suportes é, por si só, um salto no abismo, e em Camadas Intrínsecas é usada como trampolim, ao sustentar uma produção ainda mais profunda, que convida o observador a mergulhar dentro de si em uma série que tensiona a barreira do sensível.
Tiago Mazza - Crítico de Arte
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Passagem, 2017
“Cada passagem é única; muitas vêm munidas de adornos, ora mostram-se mais abertas, ora mais fechadas. O fato é que cada uma carrega consigo memórias, detalhes, sons e texturas próprias, cabendo a nós decidir como encará-las e encaixá-las em nossa história; decidir o que hei-de ficar ou passar.” Inspirado em um (dos muitos e belos) portão avistado pelo Porto. Desenhado pelo olhar e mãos de Tiago Mazza, para este projeto. 6
Holismo, 2018
“Acredito que, para conquistar (ao menos um pouco de) plenitude em nossa própria verdade, é preciso abraçar o sincero e o singelo; conectar um ponto de equilíbrio à força interior e assim desenvolver uma certa capacidade de manter-se em movimento, mesmo no balanço mais brusco ou inesperado.” Minha busca pela expressão artística começou – talvez – tardiamente, mas a cada passo nesse caminho, descubro o quanto ela já estava lá – só não conseguia sair. Decidí abrir o peito como nunca antes – e correr os riscos envolvidos – a me jogar nesse grande desconhecido, no qual tenho, pouco a pouco, me encontrado. 7
Travessia, 2018
“Deslocar-se exige não apenas o movimento em si, mas a gana de querê-lo. Transpassar momentos e lugares exige, de variadas formas, evoluir. Travessias podem ser feitas a cruzar mares, a enfrentar desafios, a travar batalhas ou mesmo a reconhecer que, às vezes, para alcançar o outro lado do caminho, é preciso largar aquele que pra trás ficou. As espumas da água dos oceanos sempre brincaram com minha imaginação. Elas tem a capacidade de lembrar-me, com sua delicadeza, sobre a efemeridade das coisas e de como, mesmo com as tormentas, o que há por baixo há-de (re)surgir.
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Sparkling Warrior, 2018
“A energia que emanava desse guerreiro maasai ia além do seu sorriso. A apresentação era trivial; mas ao pular, ao som da música entoada por seus companheiros, ele expandia seu corpo e espalhava seu brilho, tocando a alma.” Foto tirada em viagem ao Quênia, durante apresentação da ‘adumu dance’ por uma tribo maasai.
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Organic, 2017
“A mesma origem e várias facetas, na contradição entre o que é natural e como isso é representado ou nos apresentados.” Em minha primeira peça autoral, quis abordar sobre as concepções da vida, e aqui proponho complementar a experiência com a interação sensorial abaixo.
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Vibration, 2018
“A dança sempre me encantou; a maestria de movimentos que o corpo permite e a qualidade de conexões que o ser humano é capaz de exprimir nos gestos, faz com que me perca fitando olhares, adereços, mas principalmente mãos e pés. O som das sandálias no cimento, a complexidade dos trajes sobrepostos e a quantidade de influências incutidas naqueles materiais e naquele momento, culminavam na evolução do ritmo ao qual, ali, eu respirava.” Foto tirada durante apresentação de danças típicas no Abyssinia Cultural Embasador, em Addis Ababa - Etiópia.
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Identidades, 2018
“Sobre os valores que permeiam o caminho que a vida apresenta – que varia, assim como os desejos, as necessidades e o olhar sobre o entorno – e a infinita questão de reconhecer-se em sua própria essência.” Trocar as certezas de onde vim, pelas incertezas (e descobertas) do lugar onde decidi morar, me obrigou a – ou, deu a oportunidade de – olhar para dentro.
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Arise, Raise & Resist, 2018
“Essa força tem origem, tem raízes, ela protege e nutre, floresce e envolve. Ela não divide; unifica, expande e reflete. Delicada, vem propor paz quando surge e resiste na rispidez da vida – e nela há-de ser arada, transformada e multiplicada.” Peça inspirada em valores e no momento do feminismo, na questão de equidade de gêneros e etnias, que só hão-de ser, se entrelaçados.
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Pati Nakamura
Patricia Nakamura é descendente de japoneses e natural de São Paulo, Brasil. É bacharel em publicidade e tem pós-graduação em marketing, área em que atuou por muitos anos, até decidir migrar para Portugal.
Chegou ao Porto no início de 2017 e costuma dizer que "a cidade permitiu-lhe olhar para dentro, e então abrir-se para a arte".
Desde então, iniciou sua produção artística em papercut ('corte em papel') e sua exposição "Camadas Intrínsecas" já foi exibida duas vezes na Invicta em 2018.
Atualmente, Patrícia dedica-se a criar laços no lugar que escolheu como novo lar, participar de feiras para promover seu trabalho, e desenvolver sua técnica e novas formas de comunicação com seu entorno.
É possível acompanhá-la pela rede social Instagram, no perfil @NAKALIVRE ou contactá-la pelo e-mail nakalivre@gmail.com.
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O Projeto “O Meu País no Teu”, é cofinanciado pelo FAMI - Fundo Asilo, Migração e Integração e pretende dar a conhecer criações artísticas e a cultura de nacionais de países terceiros a residirem em Portugal, como forma de promoção da convivência ao nível local e a sensibilização e promoção da cultura dos países de origem.
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Promotor:
Apoio:
GALERIA Espaço t(eu) Rua do Sol, 14 2º Andar Escola EB1 do Sol 4000-527 Porto Contactos: Telemóvel: 916782792 dci@espacot.pt www.espacot.pt Horário: De Segunda a Sexta das 10.00h às 13.00h e das 14.00h às 18.00h Inaugurações e Workshops aos Sábados e/ou domingos das 15:00h às 19:00h
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