n.21
desamor GRร TIS ISSN 2182 -9578 Marรงo de 2019 Anual
CONTRA A VIOLÊNCIA
ÍNDICE Em privado com
Editorial
40R - Olhar o género
O amor não é um lugar comum - arte e género
Teresa Fragoso
Texto e Fotografia Maria João Calisto
Projeto pró-equal
Jorge Oliveira
Texto Marta Lima
Texto Nuno Ferreira e Catarina Oliveira | Fotografia Maria João Calisto
Campanha “A imaginação não é ficção. A violência domestica é uma realidade."
Teatro e igualdade - Circuito pró-equal Texto Joana Teixeira | Fotografia Luís Miguel Ferraz
Texto e Fotografia Maria João Calisto
Avaliação do projeto pró-equal contra a violência Texto de Margarida Azevedo | Stone Soup
Roteiro da igualdade
Diretor Geral e Editor: Jorge Oliveira Coordenação Projeto Pró-Equal – Contra a Violência: Delfino Manica Coordenação de Conteúdos Editoriais: Leonel Morais Coordenação de Produção e Relações Públicas: Cláudia Oliveira Produção: Catarina Oliveira Coordenação Artística Ateliê Olhar o Género: Maria João Calisto Assessoria & Consulta Jurídica Projecto Pro-Equal: Fátima Ferreira | Marta Lima Apoio ao Emprego Projeto Pró-Equal: Isabel Lago Apoio Social Projeto Pró-Equal: Marta Escudeiro Coordenação Artística Ateliê Arte e Género: Catarina Oliveira Coordenação Financeira: Patrícia Cardoso Editor de Fotografia: Luís Miguel Ferraz Fotografia: Maria João Calisto | Luís Miguel Ferraz | Carlos Cunha | Illia
Oksyota | Joana Valente | João Pedro Gomes | Joaquim Faria | Manuel Pinto | Maria do Ceu Azevedo | Maria Luísa | Paulo Costa | Sara Ferraz Texto: Marta Lima | Margarida Azevedo | Maria João Calisto | Nuno Ferreira |Joana Teixeira | Catarina Oliveira Autores das obras: Bruno Matos | Cristina Costa | Cristina Soares | Hugo Dias | Inês Almeida | João Filipe Rodrigues | José Fernando | Maria da Conceição Sequeira | Maria do Ceu Azevedo | Nelson Aguiar | Paulo Costa | Raul Pinto | Tiago Nunes Participal Especial: Teresa Fragoso Testemunhos: António Silva | Bruno Matos | Carlos Cunha | Cidália Almeida | Cristina Costa | Joana Carvalho | João Filipe Rodrigues | Jorge Sousa | José Marques | Mafalda Paiva | Maria do Céu Azevedo | Maria Sequeira | Nuno Ferreira | Paulo Jorge | Sandra Almeida | Sílvia Andreia | Sónia Moreira | Tiago Nunes
Estatuto editorial e RGC 2017
Diretor Criativo: Miguel Novo Design: NovoDesign.pt Impressão: Lidergraf Artes Gráficas, S.A.Rua do Galhano,15 – 4480 – 089 Vila do Conde Edição e Impressão Áudio: MPO Portugal Produção Braille: Centro Prof. Albuquerque e Castro Rua Costa Cabral, 1211 4200-227 Porto Locução: Universidade Fernando Pessoa Agradecimentos: Teresa Fragoso e Comissão para a Igualdade do Género – CIG|CIAD – Centro Integrado de Apoio à Deficiência | Centro de Reabilitação Condessa de Lobão | Cercigaia | Universidade Fernando Pessoa |Stone Soup Propriedade e Administração Espaço T – Instituição Particular de Solidariedade Social e Utilidade Pública. Publicado no Diário da República, III Série, nº 70 de 24 de Março
de 1998 Depósito Legal nº 120345/98 Inscrição ICS/DR nº 121433 Nº de Pessoa Colectiva – 503532479 ISSN – 0874-3304 Revista nº 21; Março de 2019; 2000 exemplares. Proibida a reprodução total ou parcial dos artigos. A infração será punida segundo a lei. Capa / Março de 2019, gratuito Espaço Con(tacto) Espaço T – Associação Para Apoio à Integração Social e Comunitária Sede do Editor – Rua do Vilar, nº 54 | 54 A, 4050625 Porto Telef.: 22 6081919 / Fax: 22 5431041 espacot@espacot.pt Sede da Redação Espaço Con(tacto) / Dept. Comunicação e Imagem Rua do Vilar, nº 54 | 54 A, 4050-625 Porto Telef.: 22 6081919 / Fax: 22 5431041 dci@espacot.pt
O ano de 2019 tem-se destacado pela visibilidade e tomada de consciência pública sobre as questões de desigualdade entre mulheres e homens, desigualdade que está na origem da violência contra as mulheres. Isto mesmo vem dizer a Convenção de Istambul - Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica, a qual reconhece que a natureza estrutural da violência exercida contra as mulheres é baseada no género. Ainda vivemos numa sociedade que remete homens e mulheres para papéis sociais distintos e desiguais, assentes em estereótipos de género, atribuindo às mulheres a principal responsabilidade na esfera privada, (tais como as tarefas domésticas e o cuidado das crianças) e aos homens a principal responsabilidade na esfera pública, (o “ganha-pão”, ou a tomada de decisão na economia e na política). Tais papéis sociais não são valorizados da mesma forma, sendo muito mais reconhecida, em termos de remuneração e estatuto, a participação na esfera pública do que a participação na esfera privada, a qual nem sequer é remunerada, levando a perceções erróneas de que as mulheres, por estarem associadas à esfera do privado, têm elas próprias um valor intrínseco inferior ao dos homens.
dirigidas a desvantagens que ocorrem no cruzamento do sexo com outros fatores de discriminação, entre os quais a deficiência. Esta premissa implica a articulação com outras estratégias, planos e programas nacionais existentes dirigidos a determinados grupos, nomeadamente a Estratégia Nacional para a Deficiência. Tendo em atenção esta preocupação, o Plano de ação para a prevenção e o combate à violência contra as mulheres e a violência doméstica 2018-2021 – enquadrado na ENIND / Portugal + Igual inclui uma medida (2.1.2) Especialização da intervenção para outros tipos de violência na Convenção de Istambul e junto de grupos vulneráveis, que determina a criação de uma casa de abrigo para mulheres com deficiência e uma casa de abrigo para mulheres com doença mental – ambas já em funcionamento. Por outro lado, o Estado tem trabalhado nestas matérias sempre em parceria com organizações da sociedade civil, parceiras que pela sua especialização e proximidade junto da comunidade, são determinantes na prestação da boa resposta às necessidades da população. Neste sentido, ao longo dos anos têm também sido geridas pela CIG linhas de financiamento às quais as entidades da sociedade civil com experiência nestas áreas se podem candidatar. A promoção da igualdade entre mulheres e homens, da igualdade de género e a prevenção da violência contra as mulheres e violência doméstica são uma tarefa do Estado, mas também uma responsabilidade da sociedade como um todo e, portanto, de todas as pessoas e agentes que a compõem. É por isso fundamental que continuemos a trabalhar no sentido de sensibilizar para estas questões e educar para a igualdade – e todos/as somos necessários/as nesta missão!
Fotografia: Luís Barra
EM PRIVADO COM
TERESA FRAGOSO PRESIDENTE CIG
Esta situação coloca em causa quer a livre escolha e expressão dos talentos de umas e de outros, quer a independência económica das mulheres, e portanto a sua autonomia individual. Por outro lado, assistimos muitas vezes a uma educação dos rapazes que os incentiva a assumirem comportamentos de dominação e até de violência verbal e física, enquanto as raparigas são educadas para assumirem comportamentos de subordinação, e com enfoque no cuidado e nos afetos, resultando numa assimetria de poder entre mulheres e homens, raiz da desigualdade de género e, portanto, da violência com base no género. Se ao género, enquanto fator potenciador da violência contra as mulheres, se associar a deficiência, compreende-se como as mulheres com deficiência são um grupo particularmente vulnerável a abusos e violência de todos os tipos. Nesta linha, a Estratégia sobre a Deficiência 2017-2023, igualmente do Conselho da Europa, sublinha que as mulheres e raparigas com deficiência estão particularmente expostas a um risco elevado de violência baseada no género. Também a ONU, na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, reconhece que as mulheres e raparigas com deficiência estão muitas vezes sujeitas a maior risco de violência, lesões ou abuso, negligência ou tratamento negligente, maus tratos ou exploração, tanto dentro como fora do lar. Os abusos e a violência de todos os tipos, contra as mulheres e raparigas com deficiência podem surgir na sociedade, mas igualmente em contexto familiar ou institucional, dadas as suas potenciais incapacidades para a autodefesa ou para a comunicação. É, pois, fundamental que as políticas públicas estejam atentas e deem resposta a esta questão. Em Portugal, a Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 (ENIND) “Portugal + Igual” da qual a CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género é a entidade coordenadora, assume a perspetiva da intersecionalidade como premissa na definição de medidas
desAmor O amor é só amor, O amor não é propriedade de ninguém, O amor pode virar desAmor, Numa sociedade como a nossa, em que outros valores se tornam mais fortes que os sentimentos, É urgente pensar o amor, as relações, a vida entre as pessoas, os estados de alma… O amor pode e deveria ser sempre o foco principal para o caminho da Felicidade, mas a verdade, é que cada vez mais o amor, é um compromisso comercial, uma negociação, uma troca de serviços, ou mesmo de bens materiais… e muitas vezes volátil. Mas o amor não é tangível, apenas sentido através dos 5 sentidos…
Acreditamos que foi o início de uma longa caminhada, e pela avaliação externa realizada pela Stone Soup Consulting, baseada no modelo da OCDE, os resultados foram muito positivos. É por isso que queremos continuar este caminho de sensibilização desta temática utilizando práticas artísticas. É assim que surge a nossa revista Espaço com(tacto) n.21 dedicada a esta
temática com o tema de capa desAmor. Aqui pode ler um artigo da Sra. Presidente da Comissão para a Igualdade do Género Dra. Teresa Fragoso, na rúbrica em privado com… Pode conhecer em texto e imagens os dois grandes ateliês de suporte do projeto “Olhar o Género” com a exposição” 40R “ e “Arte e Género“ com a exposição ”O Amor não e um Lugar Comum.” Juntamos testemunhos dos nossos alunos/artistas, pois eles são a base de tudo… Mas quisemos ir mais longe e criámos a Campanha intitulada “A Imaginação não é Ficção, a Violência Doméstica é uma Realidade.” E porque o teatro também foi uma forma de trabalho neste projeto, dedicamos algumas páginas ao Circuito Pro -Equal e o” Teatro e a Igualdade”, Terminamos esta edição com um texto da Margarida Azevedo, da Stone Soup Consulting , que nos fala da avaliação do projeto. Por tudo isto espero que goste desta revista que também acaba por ser um registo para memória futura deste projeto realizado em dois anos . Esperamos continuar a lutar por um mundo melhor e para nós esse mundo melhor só fará sentido quando não for necessário criar revistas como a desAmor. Um abraço Jorge oliveira Fotografia: Maria joão Calisto
JORGE OLIVEIRA PRESIDENTE DO ESPAÇO T
Por isso, é urgente cada vez mais falar de relações saudáveis e também de violência doméstica, violência no namoro e de igualdade de género. Falar de amor, violência, nas pessoas com deficiência, ainda é um tabu. Foi por isso que o Espaço t realizou o projeto Pró- Equal Contra a Violência cofinanciado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) - Eixo Prioritário: Promover a Inclusão Social e Combater a Pobreza e a Discriminação. A verdade é que todas/os aqueles/ as que, por algum motivo, sofrem de uma deficiência, qualquer que ela seja, também sabem amar, precisam de amor e de serem amadas/os. É também esse, o caminho da sua felicidade. Mas também é verdade que muitos sofrem violência a vários níveis que deixam marcas como nos/as outros/as, nos quais a violência, já não é tão tabu. E foi assim que durante 2 anos, sensibilizamos jovens com essas problemáticas do Espaço t e de três outras instituições parceiras, CerciGaia, CIAD – Centro Integrado para a Deficiência e Centro de Reabilitação de Condessa de Lobão - Santa Casa da Misericórdia do Porto.
EDITORIAL
O amor ”alimenta-nos” quase tudo, mas mesmo assim, os homens e mulheres…, não entendem que amar, é partilhar, dar e receber sem exigências. O amor é dar liberdade ao outro, quer ele seja um familiar, um/a amiga/o, um/a companheira/o. O amor é viver a dois com duas vidas que se complementam e em alguns pontos se fundem, mas não em todos… Mas cada vez mais, o amor não é isso para todas/os.
INTERSECCIONALIDADE E DISCRIMINAÇÃO: O CONHECIMENTO EMANCIPATÓRIO COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE E DIVERSIDADE POR MARTA LIMA
O combate à discriminação não vive de lutas isoladas, de nichos. A promoção da igualdade e da diversidade deve passar pela veiculação de conhecimento emancipatório e por um olhar transversalmente atento à pluralidade de formas de discriminação. Os modelos clássicos de compreensão
dos fenómenos de opressão dentro da sociedade, como os mais comuns, baseados no sexo/género, na raça/ etnicidade, na classe, na religião, na orientação social ou na deficiência não agem de forma independente uns dos outros; pelo contrário, essas formas de discriminação interrelacionam-se 1. Uma compreensão alargada deste fenómeno torna-se aliás tão mais premente à luz das mais recentes narrativas mediáticas envolvendo migrantes, cujos discursos binários ameaçam não apenas aumentar a
intolerância, mas igualmente fomentar uma maior distância entre o “Nós” da cultura dita dominante e o “Outro”. É neste terreno indispensável uma abordagem interseccional e imperativo examinar como as várias categorias (social e culturalmente construídas) interagem em diversos níveis para se manifestarem em termos de desigualdade social. Isto porque se verifica que pessoas pertencentes a grupos minoritários ou com maior vulnerabilidade podem experienciar opressão resultante da
PRÓ-EQUAL
interseccionalidade dessas pertenças 2. Veja-se, a título de exemplo, o caso de indivíduos que são pobres e pertencem simultaneamente a uma minoria, ou daqueles que são do sexo feminino e portadores de deficiência, que enfrentam numerosas barreiras que podem reforçar-se mutua e negativamente 3. Embora seja certo que as formas de discriminação social são hoje em dia muito mais subtis do que o eram antigamente – até porque são totalmente proibidas pela Constituição da República Portuguesa – as suas manifestações mais veladas continuam a fazer-se sentir. E porque esse ‘espólio’ de conhecimentos, valores e convicções, tende a assumir um papel normativo na modelação dos comportamentos individuais, não é fácil pôr em causa muitas crenças da sociedade. Porque elas fazem parte de uma herança cultural fortemente arreigada, historicamente constituída e promotora de um certo status quo, o qual é dificilmente criticável por quem nele se sente confortável. É ainda assim à educação que continua a caber a responsabilidade de alavancar as
mudanças necessárias a estas alterações 4. Pese embora não ser possível apagar os estereótipos da memória coletiva, pode levar-se as pessoas a identificarem-nos, a reconhecer o seu carácter historicamente construído, a questioná-los e a abolirem-nos das suas crenças, comportamentos e práticas. Como tal, não basta sensibilizar a sociedade pontualmente: as mudanças almejadas exigem um trabalho continuado e concertado entre várias instâncias, e numa perspetiva sistémica 5. O cruzamento das possíveis formas de discriminação – a chamada “interseccionalidade” – torna esta intervenção ainda mais complexa, mas uma cidadania ativa numa sociedade cada vez mais plural implica a aceitação do valor da igualdade dos direitos para todos e todas, implica um compromisso genuíno com a sociedade na sua diversidade, o respeito crítico pelas culturas, crenças, religiões, etc., e implica também abertura à solidariedade pela diferença, rejeitando qualquer tipo de exploração e recusando a discriminação sob qualquer forma 6.
1. Nogueira, Conceição; Oliveira, João Manuel de (organ.), Almeida, Miguel Vale de; Costa, Carlos Gonçalves; Rodrigues, Liliana e Pereira, Miguel, Estudo sobre a discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género, Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), Lisboa, 17 2. Nogueira, Conceição (in press), Introdução à teoria da interseccionalidade nos Estudos de Género, S. Neves (Ed.), Género e Ciências Sociais, Maia: Publismai.. 3. PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades e Reforçar a Resiliência, Relatório do Desenvolvimento Humano 2014, 6. 4. Vieira, Cristina C. (coord.), Nogueira, Conceição; Henriques, Fernanda; Marques, Fernando M.; Vicente, Filipa Lowndes; Teixeira, Filomena; Coelho, Lina; Duarte, Madalena; Loureiro, Maria Helena; Silva, Paula; Monteiro, Rosa; Tavares, Teresa-Cláudia; Pinto, Teresa; Toldy, Teresa; Ferreira, Virgínia, Conhecimento, Género e Cidadania no Ensino Secundário, Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), 1.ª ed., 2017, 113-114. 5. Vieira, Cristina C. et al., Conhecimento…, 111. 6. Vieira, Cristina C. et al., Conhecimento…, 18.
Por Maria João Calisto
O ateliê “Olhar o Género”, do Projeto Pró-Equal contra a violência doméstica, promovido pelo Espaço t, tinha por objetivo informar e sensibilizar as pessoas com deficiência e incapacidade, e o público em geral para as questões da igualdade de género e contra a violência doméstica, através da fotografia. Uma vez por semana, foram realizadas sessões em quatro instituições na área do grande Porto. As instituições abrangidas por este projeto foram para além do Espaço t, a Cercigaia, o Centro de Reabilitação Condessa de Lobão e o CIAD – Centro Integrado de Apoio á Deficiência da SCMP. O ateliê iniciou-se em janeiro e terminou em julho de 2017.
despertou-lhes a curiosidade e a vontade imediata para fotografar. Após a visualização do trabalho de alguns fotógrafos, partimos para o “terreno”. Um de cada vez, ou em pares, os alunos observavam e selecionavam objetos e zonas da instituição para registar. De forma livre e mais ou menos aleatória foram surgindo imagens de flores, de paredes, de mãos, umas demasiado escuras, umas demasiado claras, outras desfocadas. Cada um tirava três fotografias e passava a câmara a outro. A curiosidade em ver o resultado final era grande. Quem fotografou o quê, e como, era a pergunta recorrente. Mas o que eles queriam mesmo era fotografarse uns aos outros.
Enquanto formadora de fotografia, o primeiro passo foi dar-lhes a conhecer, de forma sucinta, as funcionalidades e potencialidades de uma máquina fotográfica profissional. O peso da câmara foi uma surpresa, mas
Posteriormente, foi introduzido o tema da violência doméstica e da igualdade de género. Debatemos e encenámos questões relacionadas com os diferentes tipos de violência existentes, sempre com a diferença
de género presente. Falaram acerca do que pensavam ser conceitos tão complexos e abrangentes, assim como, das atitudes que lhes estão inerentes. Uns mais tímidos que outros, mas todos tinham opinião. Na vivência intima e social de cada um adivinhavam-se algumas histórias de discriminação, de desigualdade e de abandono. Transpor todo este imaginário para a fotografia era o próximo desafio. Recorremos a acessórios e a cenários do dia-a-dia, na realização das imagens, para transmitir sentimentos, atitudes e formas de estar. Criamos diferentes personagens que nos levaram a uma reflexão acerca do que é a diferença, a deficiência, o isolamento, o silêncio. Exploramos o autorretrato. Neste ateliê, a ausência do medo de falhar aliada à inocência e à ingenuidade permitiram interpretar o real de uma forma muito particular. O humor foi uma presença constante nas sessões.
Fotografia | Maria Luisa · Orientação | Maria João Calisto
Fotografia | Nelson Aguiar · Orientação | Maria João Calisto
Fotografia | Joaquim Faria · Orientação | Maria João Calisto
Fotografia | Manuel Ribeiro · Orientação | Maria João Calisto
Fotografia | Joana Valente e Carlos Cunha · Orientação | Maria João Calisto
Fotografia | Manuel Pinto · Orientação | Maria João Calisto
Fotografia | João Pedro Gomes · Orientação | Maria João Calisto
Fotografia | Sara Ferraz · Orientação | Maria João Calisto
Fotografia | Illia Oksyota · Orientação | Maria João Calisto
ARTE E GÉNERO
Por Nuno Ferreira O amor não é um lugar-comum… O amor não é um lugar… O amor não é… Mas o amor pode ser… Pode ser um lugar… Um lugar de abrigo. O amor brinca, foge, esconde-se e mascara-se de muitas outras coisas, mas sempre o amor. Aquele parvo loirinho, de cabelos encaracolados, pequenino e rechonchudo, de riso pronto e flecha apontada. Esse... E o outro? Aquele escondido nos olhos de uma mãe que beija o rosto do filho, num beijo de boa noite. E aquele outro, que se sente nas mãos enrugadas de um avô sentado num banco de jardim, ao fim-da-tarde, contando estórias de encantar. Amores e desamores, recortados e colados num jogo que nunca acaba… até um dia em que acaba… e acaba. Quando acaba, o amor pode ser… Pode ser uma outra coisa, mas se acaba já não é amor… Ou será que é amor? Não… amor não é. Corta… cola… recorta… cola outra vez. Corta e dá de novo. Uma nova mão. Será desta? Pode ser… sim… talvez… mais forte ainda… diferente! Um novo amor! O amor pode ser… O amor pode ser um lugar… de abrigo!
Por Catarina Oliveira O ateliê Arte e Género, teve como objetivo informar e sensibilizar para a Igualdade de Género, prevenção e combate à discriminação em função do sexo e orientação sexual e contra a violência doméstica. O ateliê foi dinamizado para pessoas deficientes e com incapacidades, através da realização de sessões semanais de Artes Plásticas, com abordagem a estas temáticas. As obras realizadas neste ateliê, deram origem à exposição “O Amor não é um Lugar Comum”, realizada na Estação de Metro do Porto – S. Bento. Os depoimentos que apresentamos nesta revista foram também eles recolhidos durante as sessões do ateliê Arte e Género. É preciso explorar, não descobrir; Maravilhar, não controlar; Imaginar, não assumir; Valorizar, não avaliar e principalmente se tornar num ser Humano e não apenas sê-lo.
Ilustração de Cristiana Soares
Ilustração de Raúl Pinto
Ilustração de Cristina Soares
Ilustração de Tiago Nunes
Ilustração de Hugo Dias
Ilustração de Nelson Aguiar
NUNO FERREIRA
“Violência no namoro é quando existe discussões e agressões. Muitas das vezes a violência pode levar a suicídios e a homicídios”
“O lado mau do namoro acontece quando a pessoa de quem gostamos já não quer estar connosco, já não gosta de nós. Isso deixa-nos derrotados e nervosos. É aí que se diz coisas que não devem ser ditas, pois acabamos por magoar o nosso parceiro”
JORGE SOUSA
“Não deve haver violência! Devíamos ficar todos juntinhos, com muitos beijinhos, abracinhos e carinho!” SÍLVIA ANDREIA
“ Não se pode bater a ninguém. Quem der socos é burro!”
Ilustração deJoão Filipe Rodrigues
Ilustração de Bruno Matos
Ilustração de Paulo Costa
CARLOS CUNHA
SÓNIA MOREIRA
“ Os Homens e as Mulheres devem ter os mesmos direitos. Se uma mulher quiser ir sair com as amigas, e ficar o Homem em casa a tomar conta dos filhos, tudo bem! Ambos os sexos tem o direito de fazer ambas as coisas.” MAFALDA PAIVA
“Um namoro saudável é quando sabem discutir com elegância, é não partir de imediato para a violência e resolverem os seus problemas” PAULO JORGE
“Eu não gosto nada de violência” CRISTIANA COSTA
Ilustração de Inês Almeida
“ A violência verbal é a pior. “Tu não prestas”, “Não devias ter nascido”, “Os deficientes escolheram ser deficientes” são frases que magoam. Uma pessoa fica presa e bloqueada, só nos apetece desaparecer” TIAGO NUNES
“Homem = Mulher” JOÃO FILIPE RODRIGUES
“O mundo não se resolve com violência”
Ilustração de Maria da Conceição Sequeira
Ilustração de Maria do Céu Azevedo
Ilustração de José Fernando
JOANA CARVALHO
“Fico triste quando vejo pessoas a bater nas outras pessoas, tenho medo que façam isso aos meus pais e avós” BRUNO MATOS
“Uma Mulher trabalha muito, os Homens também. Por exemplo, o meu Pai limpa as casas e os vidros das outras pessoas. Ele é o Homem das limpezas” CIDÁLIA ALMEIDA
“Com a violência não se pode fazer amor. Não acho justo fica mal” JOSÉ MARQUES
“Fraqueza e força” SANDRA ALMEIDA
“No amor não é bonito bater” MARIA SEQUEIRA
“Um namoro saudável é um amor para sempre” MARIA DO CÉU AZEVEDO
“As palavras magoam mais do que um estalo” ANTÓNIO SILVA
“Quando existe amor não há espaço para a violência”
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FICÇÃO É O Ã N O Ã Ç A A IMAGIN A VIOLÊNCIA
DOMESTICA É
A IMAGINAÇÃO NÃO É
FICÇÃO.
UMA REALIDA
DE.
ALIDADE. E R A M U É A IC T S E A VIOLÊNCIA DOM
ÇÃO. C I F É O Ã N O Ã A IMAGINAÇ
A VIOLÊNCIA DOMESTICA É UMA REALIDADE.
A IMAGINAÇÃ O NÃO É FICÇ
ÃO.
A VIOLÊNCIA DOMESTICA É UMA REALIDADE.
A VIOLÊNCIA
DOMESTICA É
A IMAGINAÇÃO NÃO É
UMA REALIDA
DE.
FICÇÃO.
A VIOLÊNCIA DOMESTICA É UMA REALIDADE.
A IMAGINAÇÃO N
ÃO É FICÇÃO. IA C N Ê L A VIO
ÉU A C I T S DOME
DE. A D I L A MA RE
É UMA
REALIDADE "FOTOGRAFIA É, ANTES DE TUDO, UM MODO VER. NÃO É A VISÃO EM SI MESMA." SUSAN SONTAG.
AO MESMO TEMPO... Por Maria João Calisto
A imaginação não é ficção. A violência domestica é uma realidade. Após alguns meses a orientar o ateliê Olhar o Género (Espaço T / Projecto Pró-Equal), em quatro instituições do grande Porto, cujo principal instrumento era uma câmara fotográfica, o espaço t desafiou-me a criar uma campanha que alerte o público em geral e as pessoas com deficiência, em particular, para a Igualdade de Género e a Violência Doméstica. A criatividade é uma característica inerente e transversal a todos os seres humanos, sendo, no entanto, muitas vezes anulada ou condicionada por filtros sociais que determinam o seu desenvolvimento. Trabalhar com pessoas diferentes é despirmo-nos de filtros, aceitar a diferença e descobrir um novo mundo. Um outro mundo. É questionarmo-nos acerca da nossa própria existência e refletir sobre conceitos tão abrangentes como a solidão, a diferença, a memória, a intimidade, a raiva, o ódio, a vida, a morte ou a felicidade. Sendo que, a conclusão será sempre e apenas o fragmento de uma verdade.
A forma idiossincrática como o Homem usa e interpreta a fotografia é indissociável da época histórica em que o faz. Captar o real através de um mecanismo automático remete-nos para os primeiros tempos da fotografia. Captar o que queremos e como queremos remete-nos para os dias de hoje. Comunicar por imagens é registar numa milésima fracção de segundos “a mensagem”. No entanto, a imagética da Violência Doméstica e da Igualdade de Género remete-nos para ambientes intimistas e fechados. Procurei representar de forma simbólica e nãolinear o tema. A ambiguidade óbvia das fotografias obriga o “espectador” a questionar-se acerca das mesmas. O referente está lá mas a mensagem nunca será igual para todos. Tal como, as diferentes memórias que duas pessoas guardam de um mesmo acontecimento que ambas vivenciaram, os objetos presentes nestas fotografias são metáforas (ou não) daquilo que podem ser. Escolhi o preto como cor dominante, porque, na sociedade ocidental, é uma cor associada tanto ao luxo como à morte, tanto à distinção como ao desprezo. Cada fotografia é uma pergunta aberta.
A IMAGINAÇÃ O NÃO É FICÇ
ÃO.
A VIOLÊNCIA DOMESTICA É UMA REALIDADE.
A VIOLÊNCIA
DOMESTICA É
Fotografia . Maria João Calisto | Campanha "A imaginação não é ficção. A violência domestica é uma realidade"
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A VIOLÊNCIA DOMESTICA É UMA REALIDADE.
Fotografia . Maria João Calisto | Campanha "A imaginação não é ficção. A violência domestica é uma realidade"
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Fotografia . Maria João Calisto | Campanha "A imaginação não é ficção. A violência domestica é uma realidade"
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A VIOLÊNCIA DOMESTICA É UMA REALIDADE.
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DOMESTICA É
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Fotografia . Maria João Calisto | Campanha "A imaginação não é ficção. A violência domestica é uma realidade"
ÇÃO.
DE.
TEATRO E IGUALDADE SUSANA, A PRINCESA QUE BATALHOU PELOS SEUS DIREITOS POR JOANA TEIXEIRA
Pró-Equal, um projeto sobre a igualdade de género, desenvolvida sob a forma de prática teatral, levada a cabo pelo grupo de teatro Aceno de Acenar, constituído por alunos do Espaço t tem colaboração com o CIAD – Centro Integrado de Apoio à Deficiência, da Santa Casa da Misericórdia do Porto, em duas peças de teatro diferentes. A primeira peça, Quanto mais me bates mais eu gosto de mim, debruçava-se sobre o paradigma da violência no namoro. Era uma vez uma rapariga chamada Susana, que gostava muito de sair à noite para dançar com amigas. Numa dessas noites, conheceu o Manuel, um rapaz um pouco mais velho, por quem se apaixonou e com quem começou a namorar, nessa mesma noite. Era uma vez uma rapariga chamada Susana, que deixou de sair à noite para dançar com as amigas, porque ficar ao balcão, ao lado do Manuel, só porque ele queria, era no mínimo aborrecido e como não se queria chatear com ele deixou de o fazer.
Era uma vez uma rapariga chamada Susana que um dia disse “basta!, se tu não queres ir, vou eu, e visto o que me apetecer, ainda que contra a tua vontade, e não, não preciso que trabalhes e ganhes dinheiro por mim e na minha ausência, podes muito bem aquecer uma pizza no micro-ondas”. Em vários destes momentos o público irrompeu em palmas para Susana. Num desses momentos, a mão de Manuel levantou e o pano caiu. Depois disso, as palmas ficavam para os atores e as perguntas ficavam no ar. Seguia-se um debate aceso, daqueles em que é preciso respirar fundo várias vezes e engolir em seco para conseguir argumentar. Porque nesses momentos era inevitável discutir a vida dos outros… e discutir as nossas próprias vidas. Com A princesa que queria ser rei, a partir do conto de Sara Monteiro, trabalhámos essencialmente a condicionante que são os estereótipos de caraterização de género. Desta vez, o insólito que uma história de fantasia pode conter, conferiu uma maior leveza a um assunto pesado e real. E é inegável, que no fim da representação e do debate procedente, um sentido de justiça, semelhante ao da princesa, se apoderava de todos nós. Foi assim em escolas, centros de reabilitação, centros de dia, auditórios e demais lugares por onde passámos. Se esta iniciativa contribuiu factualmente para que menos mulheres fossem discriminadas, isso são outras contas. O que é facto é que por onde passámos, não deixámos ninguém indiferente, e isso, por si só, é já um passo para a mudança.
FOTOGRAFIA: LUÍS MIGUEL FERRAZ
CIRCUÍTO PRÓ-EQUAL
Os testemunhos deixados por alguns dos envolvidos ilustram a importância desta iniciativa para o seu público-alvo, a atualidade e urgência de mais projetos inovadores como este para responder às necessidades da comunidade e do nosso território. Margarida Azevedo Stone Soup Consulting
AVALIAÇÃO DO PROJETO
O projeto ‘Pró-equal’ pretendeu sensibilizar as pessoas com deficiência e incapacidades e o público em geral para as questões da igualdade de género e contra a violência doméstica, através de uma equipa multidisciplinar e adotando a arte como ferramenta para explorar emoções, atitudes e como uma linguagem de comunicação. A Stone Soup Consulting avaliou este projeto, seguindo o modelo da OCDE/CAD da Comissão Europeia assente nos seguintes critérios: relevância, eficácia, eficiência, impacto e sustentabilidade. Conclui-se que o Pró-Equal foi um projeto extremamente relevante para o seu público-alvo, pessoas com incapacidades e deficiência e que veio responder a necessidades do território e das próprias entidades onde decorreram as ações. O projeto foi eficaz, no sentido em que foi cumprido o seu objetivo de sensibilizar e informar os públicos mais desfavorecidos (incluindo as pessoas com deficiência e incapacidade) para as questões da igualdade de género e contra a violência doméstica, através do recurso a atividades artísticas que exploraram de forma satisfatória, participativa, interativa, emocional e dinâmica os temas do projeto. Em termos de eficiência foi feita uma gestão cuidadosa dos recursos de forma a produzir o máximo de outputs e atividades com o mínimo de recursos. O projeto produziu impactos para todos os beneficiários envolvidos nas atividades, dos participantes, aos formadores às entidades parceiras. Concretamente, verificou-se um aumento do bem-estar emocional, da capacidade de comunicação, do conhecimento (sobre questões legais igualdade de género e contra a violência doméstica), da relação interpessoal, da empatia e do sentimento de suporte por parte dos participantes nas atividades. Bem como um aumento da empatia e compreensão da realidade das pessoas com incapacidades e um aumento da consciencialização e conhecimento sobre a violência doméstica e a discriminação de género e orientação sexual por parte dos formadores e das entidades envolvidas no projeto.
“O PROJETO PRO-EQUAL FOI MUITO INTERESSANTE E PASSOU A MENSAGEM DA NÃO VIOLÊNCIA E DA IGUALDADE DE GÉNERO MESMO ENTRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, DE UMA FORMA ORIGINAL E ARTÍSTICA” Entidade parceira “FOI UMA EXPERIÊNCIA ENRIQUECEDORA A TODOS OS NÍVEIS PARTICIPAR ATIVAMENTE NESTE PROJETO E COM UMA COMUNIDADE TÃO ESPECIAL COMO AQUELA COM QUE TRABALHEI” Formadora
SE EU FOR VÍTIMA DE VIOLÊNCIA, O QUE É QUE POSSO FAZER?
SE FOR VÍTIMA DE VIOLÊNCIA QUEM POSSO CONTACTAR?
Posso contar a alguém em que eu confio; Posso entrar em contacto com uma linha telefónica ou Instituição que tenha apoio jurídico, médico, psicológico ou social para vítimas de violência; Devo denunciar na polícia; Manter sempre próximo de um familiar ou amigo quando o agressor estiver por perto; Procurar lugares que transmitem segurança; Posso pedir ajuda ligando para o 112 ou para o posto da GNR ou PSP; Pedir assistência médica, caso seja necessário.
LINHAS :
ONDE ME POSSO INFORMAR? Linha do Cidadão com Deficiência do Provedor de Justiça - 800 208 462 Linha do Cidadão portador de Deficiência – 217 959 545 Linha SOS Criança – 217 931 617 Linha verde - 800 202 651 Linha do Cidadão Idoso - 800 203 531 Linha da Juventude – 707 203 030 Linha SOS Mulher – 808 200 175 Linha SOS Igualdade no Trabalho e no Emprego – 800 204 684 Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género 217 983 000 (Lisboa) - 222 074 370 (Porto) Organizações/Instituições: Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género - 217 983 000 (Lisboa) - 222 074 370 (Porto) Associação Democrática de Defesa dos Interesses das Mulheres (ADDIM) Telm: 91 218 2861 Email: addim@net.novis.pt APD Porto Telefone/Fax: 225 107 036 Telemóvel: 935 807 679 Email: apd.porto@gmail.com APD Gaia Telefone/Fax: 223 711 483 Telemóvel: 935 807 687 Email: apdgaia@gmail.com CNOD – Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes Telefone: 218 394 970 mail: cnod.sede@gmail.com LINKS ÚTEIS:
CIG: http://www.cig.gov.pt ACM: http://www.acm.gov.pt CITE: http://www.cite.gov.pt Portal para a Igualdade www.igualdade.gov.pt
Linha SOS Criança – 21793161 Linha verde - 800 202 651 Linha do Cidadão portador de Deficiência – 217 959 545 Linha do Cidadão Idoso – 800 203 531 Linha da Juventude – 707 203 030 Linha SOS Mulher – 808 200 175 Linha SOS Igualdade no Trabalho e no Emprego – 800 204 684 Associação SOS Racismo – 217 552 700 WW Sexualidade em Linha - 808 222 003 Linha Nacional de Emergência Social (LNES) – 144 Saúde 24 – 808 24 24 24 Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica 800 202 148 Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) - 707 200 077 Telefone da Amizade (apoio em situações de crise emocional e/ou suicídio) - 808 22 33 53 Número Nacional de Emergência - 112 Número Nacional de Emergência para Surdos SMS 961010200 ENTIDADES/INSTITUIÇÕES:
ESPAÇO T | Tel: 226081919 | Email: espacot@espacot.pt FISOOT (Gabinete de Atendimento QREN)) Igualdade de Género e Violência de Género Tel: 225 089 062 Fax: 225 089 063 E-mail: fisoot@clix.pt União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), Porto Tel: 222 025 048 Tlmv: 91 813 91 63 Email: umarporto@ sapo.pt APAV Porto Gabinete de Apoio à Vítima Porto Tel. 225 502 957 Fax: 225 502 959 Email: apav.porto@apav.pt Comunidade de Inserção Engenheiro Paulo Vallada Rua da Vitória, Porto Tel.: 22 339 35 43 Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UP, Tel.: 22 040 06 00 / 22 607 97 00 (geral) Horário: 9.00 – 19.00 (D. Luísa Santos) Junta de Freguesia de Paranhos Espaço Ser Mulher, Porto Tel. 225 020 046 Fax: 22 550 37 14 Email: geral@jsparanhos.pt Horário: Terça (quinzenal) dos 09h00 às 12h00 Junta de Freguesia de Perafita - Gabinete de Psicologia Telefone: 22 – 999 84 20 Fax: 22 – 999 84 29 Gabinete de Atendimento Psicossocial, Porto Tel. 226 180 513 Fax: 226 171 998 Horário: Email: ssocial@jf-fozdodouro.pt info@jf-fozdodouro.
Montantes expressos em EURO
PERÍODOS
RUBRICAS
2017
2016
ATIVO Ativo não corrente: Ativos fixos tangíveis
819 719,76
838 817,67
Ativos intangíveis
0,00
0,00
Bens do património histórico e cultural
0,00
0,00
Investimentos financeiros
0,00
0,00
Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros
0,00
0,00
819 719,76
838 817,67
14 870,68
17 765,52
Ativo corrente: Inventários Adiantamentos a fornecedores Clientes Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros Estado e outros entes públicos Outras contas a receber Diferimentos Outros ativos financeiros Caixa e depósitos bancários Total do Ativo
0,00
0,00
454,71
429,71
0,00 0,00
0,00 0,00
665 691,55
491 242,55
5 442,97
5 910,57
0,00
0,00
6 568,70 693 028,61
4 038,62 519 386,97
1 512 748,37
1 358 204,64
FUNDOS PATRIMONIAIS E PASSIVO Fundos patrimoniais: 1 137,26
1 137,26
Excedentes Técnicos
0,00
0,00
Reservas
0,00
0,00
-99 626,15
-142 585,42
Fundos
anual de carácter social e cultural, orientada por critérios de rigor e criatividade editorial, sem qualquer dependência de ordem ideológica, política e económica. ESPAÇO CON(TACTO) aposta numa informação diversificada, baseada, sobretudo, em temas culturais e sociais e correspondendo às motivações e interesses de um público plural, com especial atenção às expectativas e necessidades de grupos sociais minoritários. ESPAÇO CON(TACTO) estabelece as suas opções editoriais atendendo à diversidade e individualidade de cada um, facultando a informação e o conhecimento ao maior número de pessoas sem fixar fronteiras regionais, nacionais, culturais e sociais. ESPAÇO CON(TACTO) garante a grupos tradicionalmente desfavorecidos o acesso à informação e ao conhecimento. ESPAÇO CON(TACTO) sensibiliza a comunidade para diferentes temáticas e problemáticas sociais utilizando a expressão jornalística e criativa como meios de comunicação privilegiados. ESPAÇO CON(TACTO) incrementa o jornalismo numa vertente de intervenção social e cultural, combatendo a discriminação e a exclusão social. ESPAÇO CON(TACTO) favorece a interacção entre as pessoas ditas normais e as pessoas com défices físicos, psíquicos, emocionais e relacionais. ESPAÇO CON(TACTO) reconhece como seu único limite o espaço privado dos cidadãos e tem como limiar de existência a sua credibilidade pública.
ESTATUTO EDITORIAL
ESPAÇO CON(TACTO) é uma revista
Resultados transitados Excedentes de revalorização Outras variações nos fundos patrimoniais Resultado líquido do período Total do fundo do capital
9 287,90
9 287,90
494 724,43
507 929,46
405 523,44
375 769,20
82 830,72
42 959,27
488 354,16
418 728,47
Passivo: Passivo não corrente: 0,00
0,00
Financiamentos obtidos
144 271,16
153 706,84
Estado e outros entes públicos
146 311,63
172 597,15
Provisões
Outras contas a pagar
0,00
0,00
290 582,79
326 303,99
Passivo corrente: 20 810,82
20 042,37
Adiantamentos de clientes
0,00
0,00
Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros
0,00
0,00
8 371,62
9 151,55
Financiamentos obtidos
20 000,00
20 000,00
Outras contas a pagar
74 718,60
83 633,00
609 910,38
480 345,26
Fornecedores
Estado e outros entes públicos
Diferimentos Outros passivos financeiros Total do passivo Total dos Fundos Patrimoniais e do Passivo
0,00
0,00
733 811,42
613 172,18
1 024 394,21
939 476,17
1 512 748,37
1 358 204,64
DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL DOS RESULTADOS POR NATUREZAS 31.12.2017 Montantes expressos em EURO PERÍODOS
RUBRICAS
2017
RENDIMENTOS E GASTOS Vendas e serviços prestados Subsídios à exploração Variação nos inventários da produção
2016
31 185,92
21 834,88
574 518,09
458 085,76
0,00
0,00
-24 881,24
-14 254,75
Fornecimentos e serviços externos
-160 523,15
-117 034,61
Gastos com o pessoal
-258 896,55
-251 614,96
Imparidade de inventários (perdas/reversões)
0,00
0,00
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
0,00
0,00
Provisões (aumentos/reduções)
0,00
0,00
Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
0,00
0,00
Aumentos/reduções de justo valor
0,00
0,00
24 133,08
16 161,99
-63 346,98
-23 962,08
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
Outros rendimentos e ganhos Outros gastos e perdas Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos Gastos/reversões de depreciação e de amortização Imparidade de investimentos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) Juros e rendimentos similares obtidos Juros e gastos similares suportados Resultado antes de impostos Imposto sobre o rendimento do período Resultado líquido do período
122 189,17
89 216,23
-24 728,62
-25 234,38
0,00
0,00
97 460,55
63 981,85
0,00
0,00
-14 629,83
-21 022,58
82 830,72
42 959,27
0,00
0,00
82 830,72
42 959,27
RGC 2017
BALANÇO DO PERÍODO FINDO A 31.12.2017
ESCUTE-NOS!
ESPAÇO T SEDE
Rua do Vilar, n.º 54 54A, 4050-625 Porto T | 22 608 19 19 F | 22 543 10 41 espacot@espacot.pt CESFOR - Centro de Empreendedorismo Social e Formação O MEU PAÍS NO TEU – ESPAÇO INTERCULTURAL
Rua do Sol, n.º 14, 4000-527 Porto T | 223 403 712 F | 223 403 713 formacao@espacot.pt Projeto Cercar-te Programa Escolhas E6G
Rua do Cerco do Porto Casa do Pinheiro Grande 4300 Porto T | 225 371 337 nuno.ferreira@espacot.pt DELEGAÇÃO DA TROFA
Rua Infante D. Henrique, 246 /248 4785-353 Trofa T | 252 416 336 252 416 337 espaco-trofa@espacot.pt
Com o apoio do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE), Eixo Prioritário, Promover a Inclusão Social e Combater a Pobreza e a Discriminação, o Espaço t - Associação para o Apoio à Integração Social e Comunitária promoveu o projeto Pro-Equal Contra a Violência, no distrito do Porto. Teve como objetivo principal o de sensibilizar as pessoas com deficiência e incapacidade, e o público em geral, para as questões da igualdade de género, da violência de género e violência doméstica. Projeto Pró-Equal, cofinanciado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE).