“Na Floresta do Alheamento [parafraseando Bernardo Soares]”
José Luís Seara
18 de setembro >> 30 de outubro
Depois do Espaço t, surge a Quase Galeria Espaço t, espaço de integração pela arte, numa perspectiva de inclusão total, sem tabus, estereótipos, preconceitos e tudo aquilo que segrega o valor humano. Valorizamos apenas a aceitação incondicional do outro. Numa perspectiva transversal da sociedade, dos ricos dos pobres, dos coxos aos esteticamente intitulados de belos, todos cabem no conceito. Num mundo cada vez mais desumanizado, solitário, onde todos são “colocados em gavetas”, verificamos que o homem apenas representa o papel que lhe é dado, e quase nunca mostra o seu verdadeiro interior. Com o Espaço t, aqueles que por ele passam ou passaram, crescem e entendem que o verdadeiro homem não é o do “gaveta” mas o do seu interior e entenderam também o que há na sua verdadeira essência, quer ela seja arte bruta, naife ou apenas arte de comunicar, é por si só a linguagem das emoções, a linguagem da afirmação do maior valor humano. O pensar e o libertar esse pensamento crítico sobre uma forma estética. Esse produto produz uma interacção entre o produtor do objecto artístico e o observador desse mesmo objecto; promovendo assim sinergias de identidade e afirmação melhorando dessa forma a auto estima e o auto conceito daqueles que interagem neste binómio e se multiplica de uma forma exponencial. Este é o Espaço t, E apesar de sempre termos vivido sem a preocupação de um espaço físico, pois sempre tivemos uma perspectiva dinâmica, e de elemento produtor de ruído social positivo, ruído esse que queremos que possa emergir para além das paredes de um espaço físico. Apesar de não priorizarmos esse mesmo espaço físico, pois ele é limitador e castrador foi para esta associação importante conseguirmos um espaço adaptado às necessidades reais e que fosse propriedade desta associação que um dia foi uma utopia. Com a ajuda do Estado, mecenas, e muitos amigos do Espaço t, ele acabou por naturalmente surgir. Com o surgir do espaço do Vilar, outros projectos surgiram tendo uma perspectiva de complementaridade e crescimento desse espaço, que apesar de real o queremos também liberto desse conjunto de paredes, fazendo do espaço apenas um ponto de partida para algo que começa nesse espaço e acaba onde a alma humana o quiser levar. Surgiu assim a ideia de nesse lugar criarmos outro lugar, também ele figurativo embora real, chamado Quase Galeria.
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Uma galeria de arte contemporânea com um fim bem definido: apresentar arte contemporânea Portuguesa nesse espaço, dentro de outro espaço, onde cada exposição será uma fusão de espaços podendo mesmo emergir num só espaço. Com este conceito pretendemos criar uma nova visão do Espaço t, como local onde outros públicos, outros seres podem mostrar a sua arte, desta vez não terapêutica mas sim uma arte no sentido mais real do termo que forçosamente será também terapêutico, pois tudo o que produz bem estar ao individuo que o cria é terapêutico. Com o apoio das galerias: Graça Brandão, Carpe Diem – Arte e Pesquisa, Carlos Carvalho, Presença, Reflexus /Nuno Centeno, Modulo, 3 +1, Jorge Shirley, Alecrim 50, Ateliê Fidalga (São Paulo/BR), Progetti (Rio de Janeiro/BR), Waterside
(Londres/UK),
Módulo, Vera
Cortes
(Contemporary Art Agency), Filomena Soares e com a Comissária e amiga Fátima Lambert, temos o projecto construído para que ele possa nascer de um espaço e valorizar novos conceitos estéticos contribuindo para a interacção de novos públicos no espaço com os públicos já existentes promovendo assim, e mais uma vez a verdadeira inclusão social, sem lamechices, mas com sentimento, estética e cruzamentos sensoriais humanos entre todos. Queremos que com esta Quase Galeria o Espaço t abra as portas ainda mais para a cidade como ponto de partida para criar sinergias de conceitos, opiniões e interacções entre humanos com o objectivo com que todos sonhamos – A Felicidade.
Jorge Oliveira O Presidente do Espaço t
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SEARA: “Na Floresta do Alheamento [parafraseando Bernardo Soares]” ou “O bodegón através da janela com vista para a floresta. As figuras alhearam-se.”
“Surge mas não apaga esta, esta da alcova tépida, essa de uma floresta estranha. Coexistem na minha atenção algemada as duas realidades, como dois fumos que se misturam.” Fernando Pessoa, Livro do Desassossego de Bernardo Soares “As noites do deserto podem ser frias, mas aquela havia sido um fogo” Jorge Luís Borges, Aleph
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A pintura de Seara estende-se por reinos que usufruem dos conhecimentos minuciosos e amplos, compilando [quase] tudo que o rodeia, próxima e longinquamente. A exposição consta de duas partes, situando-se em dois locais: na Quase Galeria e no Museu Nacional de Soares dos Reis. Acarreta olhar, quer as suas imagens de paisagens recortadas, quer uma natureza-morta dominadora (QuaseGaleria), quer ainda contemplar as figurações seriais que habitam as paisagens intimistas em fundo adamascado e que parecem não finalizar (“Museu Nacional de Soares dos Reis). Na história da pintura ocidental as temáticas representadas agonizaram nos inícios do séc. XX, quando as ausências (prováveis) propugnaram pela abstração – quer expressiva, quer geométrica. Por outro lado, a pintura durante décadas soube acumular elementos e matérias que desfizeram as fronteiras entre bidimensional e tridimensional, expandindo até aos limites os convencionalismos e gerando novos diálogos e confrontos “internos”. Assim se organizaram novas correntes, linguagens e assunções pictóricas e imagéticas. A pintura manteve, todavia, uma relação que se manifestou (e manifesta) intrínseca e inviolável com o espaço onde se aloca ou com o qual conversa. A tradição da incorporação de pintura na arquitetura interior reveste-se de diferentes modalidades, respondendo a propósitos celebratórios, ideológicos, estéticos ou artísticos. Os murais, os retábulos, os “frescos”, os baixos e/ou alto relevos pintados, iluminaram edifícios que cumpriram ou cumprem diferentes funções. Independendo dos objetivos e metodologias de realização, subjaz sempre uma dimensão simbólica que se amplia em distintas radicações culturais e miscigenações. As casas e as instituições podem ter pinturas nas suas paredes, tetos, portas ou fachadas. Objetos como biombos servem para dividir espaços com funcionalidades específicas ou somente ornamentativas. As pinturas podem ser autónomas quanto à sustentação, equilibradas em estruturas que as fazem viajar. No Oriente, a tradição de pinturas quase imensuráveis, desenrolava-se em rolos de papéis extraordinários – scroll – na vertical ou na horizontal, permitindo ir descobrindo à medida os conteúdos iconográficos plasmados, enunciados, por assim o entender/ver. As morfologias plasmadas nas composições picturais possuem sempre a diversidade da aparência de coisas que povoam o mundo. Os géneros da pintura privilegiaram os conteúdos representacionais (ou não) que os artistas em contexto sociocultural entendiam sublinhar o seu ambiente e circunstâncias. Os retratos: identificam pessoas – a celebrar, a lembrar, a testemunhar e guardar - ou inventam gentes nunca nascidas. Apresentam protagonistas de lendas, mitologias, tanto quanto, as personagens de relatos históricos, religiosos e outros. Depois, as paisagens tornaram-se imprescindíveis, em modo autónomo, celebrando5
se a si mesmas e não somente para comporem cenários com figuras. Por outro lado, os objetos, artefactos, os frutos e as flores organizaram-se em composições cada vez mais imbricadas e do maior requinte. Em Espanha tomaram a designação de bodegón. Qual a fronteira evidente a diferenciar aquela pintura que delimita as formas fechadas em si (propiciando reconhecimentos objetuais, por exemplo) e indicia sinais gráficos consolidados e aqueles desenhos que subsistem mediante a razão de serem pintados, adquirindo através da espessura e densidade cromática, as texturas ou a translucidez que interroga sistematizações e conceitos simultâneos…perguntar-se-ia. As obras apresentadas por Seara situam-se numa zona de sobreposicionalidade, criando uma consonância entre os dois termos de uma querela antiga que, progressivamente, se foi dissolvendo, pretendendo aferir situações emancipadas. As suas pinturas denotam o domínio do desenho que é a sua base de sustentação, sem todavia nele se esgotarem. O desenho serve de impulso, de fio condutor e de objetivo conclusivo. Os objetos presentificados são funcionais, existindo para razão contemplativas, para serem interpretados, serem possuídos mediante a (re)presentação, pois, que o artista deles faça. O Bodegón que Seara desceu da Galiza até ao Porto, manteve a sonoridade do vinho que escorre dentro dos jarros de barro cozido, à qual se sobrepõe a translucidez de frutos ainda por amadurecer, quase sem coloração. O dilema entre a objetualidade que se veja impositiva e, paradoxalmente, a leveza do desenho inscrito conduzem o espetador por endereçamentos subtis. Na tradição da pintura barroca, em particular, na espanhola, as naturezas-mortas são austeras e densas. Iluminadas por trevas afetuosas, as peças na composição de Seara ultrapassam essa condição, sabendo-se contudo a evocação mágica que pretendeu. São elementos que seguram o ambiente, garantem que a rotina dos dias durará mais, incentivam a estima. A forma preta que se destaca no Bodegón dialoga com as figuras esguias que se fixam na poética de alguns dos desenhos de pequeno formato apresentados num políptico quase existencialista, onde as ramagens das árvores emergem e suspendem contempladas por formas rochosas polidas e polícromas. Os ritmos suavizam a densidade fluída das figuras austeras de comprida gabardina que lhes retira a identidade pessoal. São grupos onde cada um está sozinho num mergulho de tinta. As pedras coloridas e grandes estabilizam-se no ar que é terra, assim desafiando a consciência dos elementos cosmogónicos. Ou seja, os pequenos desenhos complexos narram histórias que cada espetador potencia, caso assim o deseje, num exercício “contra-ekfrástico”… Talvez as figuras tenham parentesco mais firme do que as 6
ondulantes sombras, esses espectros que adentraram as pinturas de Dominguez Alvarez nas décadas iniciais do séc. XX portuense. Alvarez, de origem galega, frequentou a Escola de Belas-Artes, desenvolvendo uma obra onde o movimento fantasmático das personagens se envolvia no enredo das ruas contorcionadas e do casario ensimesmado. Na senda de um certo tenebrismo e, por outro lado, da languidez que estilizava as figuras de El Greco, as silhuetas exorcizadas por Alvarez reconheciam um século, onde as viagens já se apresentavam frequentes, num vaivém cúmplice entre o Porto/Norte de Portugal e a Galiza. Cumprindo este preceito, a pintura de Seara ocupa-se de motivações vividas, destacando-se num quotidiano, em que a observação conduzida à contemplação é uma ordem. Subitamente a árvore induz-nos a recordar o símile da árvore de Paul Klee que tanto contribuiu para a aceitação e compreensão das diferenças morfológicas e conceituais das linguagens da Arte na primeira metade do século passado. A analogia desenvolvida pelo pintor suíço, não fez mais do que retomar a intrínseca e hermética condição de exigência mútua entre o homem e a árvore. Evoca, aqui, as gravuras e os desenhos que se conhecem da figura do homem deitado, cujo falo ascende em forma de tronco, cuja copa se alarga numa configuração de semi-círculo – confronte-se o Manuscrito anónimo do século XIV ou mais recente a obra de Anselm Kiefer. Fleur de cendre, 1995. Constata-se, pois que a relacionalidade entre humano e vegetal é constitutiva, tem uma radicação mítico-simbólica incontornável, adaptando-se aos diferentes tempos em que os artistas a revisitam. Nas obras de Seara, acontece a separação destes dois motivos iconográficos. As árvores, as figuras-pessoas, as pedras, as nuvens, os frutos…possuem contornos individuados, não se confundindo ou gerando híbridos. Cada uma destas unidades visuais possui a sua razão, não se confundindo em termos picturais mas…concatenando-se e sendo concomitantes na composição – quer dentro da unidade quadro, quer no conjunto apresentado de séries específicas, como se disse.
Como já referi noutros contextos, também a propósito da pregnância do elemento visual “árvore” na obra de Seara, lembre-se o texto de Paul Klee, intitulado « Simile da Árvore ». Mediante esta alegoria, o pintor suíço quis explicar - mesmo justificar – a diferença e diversidade de linguagens plásticas detetadas nas produções dos artistas que emergiram nas primeiras décadas do séc. XX. Estes “artistas modernos” revelavam, exibindo os seus distanciamentos quanto à « imitação » no desenho, pintura ou escultura do que estava disponível para ser visto. Ou seja, o que é percecionado não tem de ser « demasiado igual» análogo ou idêntico ao que é representado. Perante esta heterogeneidade de linguagens plasmadas em obras e 7
produções, os públicos confundiam-se, interrogando-se quanto à axiologia, validação e legitimidade. Donde, Paul Klee apresentar esta alegoria, narrando-a numa progressão detalhista e icónica, confirmada pelas palavras pensadas. As raízes do sentir e do pensar crescem num tronco que é, visceralmente, alimentado pela seiva, desenvolvendo-se e frutificando, expandindo-se em caules, configurando uma copa ramificada e indómita …quase. O artista é essa árvore. O homem [a mulher] é essa árvore.
As árvores, por excelência, embora submetidas a contornos nítidos, sobrepõem os seus ramos, entrelaçando identidade. Sem folhas, num inverno permanente, são uma espécie de veias, artérias, terminais de existência ou organismos metamórficos. Transfiguram-se coloridas e dúcteis; estabelecem-se entre si e o mundo que é povoado de invocações mais ou menos antigas de viagens realizadas ou ficcionais. A seriedade emotiva das árvores é anulada pelo entrelaçar de ramos, numa estética eivada de subtileza, graciosidade e jogo. "Ah! What is not a dream by day To him whose eyes are cast On, things around him with a ray Turned back upon the past?" (...) Edgar Allan Poe, "A Dream” in Poems
Maria de Fatima Lambert setembro 2015
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Jose Luis Seara S/ TĂtulo 70cmX100cm Guache S/ Papel
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Jose Luis Seara S/ TĂtulo 70cmX100cm Guache S/ Papel
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Jose Luis Seara S/ TĂtulo 70cmX100cm Guache S/ Papel
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Jose Luis Seara S/ TĂtulo 70cmX100cm Guache S/ Papel
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Jose Luis Seara S/ Título Painel 15 peças 33cmX35cm Guache S/ Papel
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Jose Luis Seara S/ TĂtulo 33cmX35cm Guache S/ Papel
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Jose Luis Seara S/ TĂtulo 99cmX122cm Tecnica Mista S/ Madeira
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Jose Luis Seara Da Minha Janela 145cmX358cm Tecnica Mista S/ Madeira
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Seara Arcade 1957
Exposiciones Individuales 2015. Polas nubes (mural). Fundación Andrea, Chus (Centro Hospitalario Universidad de Santiago). Santiago de Compostela. 2015. Galería Cortiço – República das Artes. Vilanova de Cerveira. Portugal. 2014. Os Eternos, (esculturas en gres). Crio. Alberto Gonzalez-Alegre. Lilliput Galería. Vigo 2013. Callaron los oráculos, (Carpeta de 5 serigrafias). Tienda libreria Rescrómica, Marco (Museo de Arte Contemporáneo). Vigo. 2013. Callaron los oráculos, (Carpeta de 5 serigrafias). Fundación Eugenio Granell. Santiago de compostela. 2013. El desierto de los caminos que se bifurcan Work in progress. Por Amor a Arte Galería. Bienal de Cerveira. Portugal. 2013. Entre Bambalinas. Fac-Peregrina. Santiago de compostela. 2012. Cabeceiro Kupu. 50 ejemplares 219 X 196cm. Kupu muebles. A Coruña. 2012. My Garden o xardín. Espacio Patiodeluces. A Coruña. 2011. At The Night In My Garden. I cannot send you one single flower... (mural – instalación) Karnataka chitratala Parisishath. Bangalore. India. 2011. At The Night In My Garden. I cannot send you one single flower… (mural – instalación) Indian Council e Instituto Cervantes. Jaimini Roy Gallery, ICCR Tagore Center. Calcuta. India. 2010. At The Night In My Garden. I cannot send you one single flower... (mural - instalación) Embajada de España. Instituto Cervantes. Nueva Delhi. India. 2009. Por Amor a Arte Galería. Porto. Portugal. 2006. Galería Pm8. Vigo. 2004. Pinturas en el interior del velero “Sinnombre”. O Grobe. Pontevedra. 2003. Bolachas e Pegadas. Por Amor a Arte Galería. Porto. Portugal. 2001. Por Amor a Arte Galería. Porto. Portugal. 2001. 30 nubes en acero inoxidable efecto espejo. Intervención permanente en una antigua cantera. Plan leader Europeo. Covelo. Pontevedra. 2000. Galería Projecto. Vilanova de Cerveira. Portugal. 2000. TuTu danza -escaparate- Vigo. 2000. Ar-de-a-Noite (instalación). Project room. Por Amor a Arte Galería. Porto. Portugal. 1999. Galería Abel Lepina. Vigo. 1999. 37 Nubes 4 sofas (instalación). Espaço Pedras & Pessegos. Porto. Portugal. 1998. Pinturas interior de la goleta “Valle Inclan”. O Grobe. Pontevedra. 1995. Galería Alvarez y Por Amor a Arte Galería (exposición simultanea) Porto. Portugal. 1994. Becas unión fenosa. Estación marítima. A Coruña. 1993. Galería Ad-Hoc. Vigo. 1993. Galería Sargadelos. Santiago de Compostela. 1992. Pinturas interior del velero “Pelerin”. Palma de Mallorca. 1991. Galería Ad-Hoc. Vigo. 1991. Galería Art23cb. Salamanca. 17
1987. Galería Roma e Pavia. Porto. Portugal. 1986. Galería Roma e Pavia. Porto. Portugal. 1985. Galería Noveccento. Santiago de Compostela. 1984. Galería Joaquin Mir. Palma de Mallorca. 1983. Sala Modus Vivendi. Santiago de Compostela. 1981. Galería Labirinto. Pontevedra. 1978. Sala Matisse. Santiago de Compostela.
Exposiciones Colectivas 2015. Los Ojos de Ulises. Cria Cristina Cabaleiro. Fundación Exponav. Ferrol. 2015. Margen. Crios Nuno Ribeiro, Belkis Oliveira. Armazén. Porto. Portugal. 2014. Col. The Night in My Garden. Crio Miguel Von Hafe. CGAC (Centro Galego de Arte Contemporaneo). Santiago de Compostela. 2014. Van Doma. Pojecto Doma. curaduria Catarina Machado. Douro Marina. Gaia. Portugal. 2014. Casetes Saladas. Lilliput Galeria. Crio Anxel Cerviño. SinSal EG. Illa de San Simon. Pontevedra. 2014. Local Disponible. Do Parana Espazo Serigrafico. Santiago de Compostela. 2014. Masquelibros. stand Do Parana Espazo Serigráfico. Madrid. 2013. Cuarto Público, Hotel NH Obradoiro. Feria de arte contemporáneo. Stand Do Paraná.
Santiago de Compostela.
2013. Illados. Castelo de Santa Cruz. A Coruña. 2013. Emporart. Lalín. Pontevedra. 2012. Soporte Papel. Galería Marisa Marimón. Ourense. 2011. Bienal de Lalin. Pontevedra. 2009. XV Bienal de Vila Nova de Cerveira. Portugal. 2008. Feet to Feet. Por Amor a Arte Galería. Porto. Portugal. 2007. Red-Line. Bienal de Vila Nova de Cerveira. Portugal. 2004. Museo de Arte Contemporáneo. Salvador de Bahía. Brasil. 2003. Art Action Field Kodra 03. Grecia. 2003. Botella ao Mar. Casa das Artes. Vigo. 2003. Botella ao Mar. Auditorio de Galicia. Santiago de Compostela. 2003. A Nossa SeleÇao. Por Amor a Arte Galería. Porto. Portugal. 2001. Miart 01. Fiera d´ärte moderna e comtemporani. Stand Por Amor a Arte Galería. Milan. Italia. 2001. Art Per Tothom: Sol Sex y Futbol. Galería Sicart. Villafranca del Penedes. Barcelona. 2001. Arte no Porto no Século XX. “Puti club” (instalación) (exposición integrada en Porto 2001 capital europeia da cultura) Galería do Palacio. Porto. Portugal. 2000. Miart oo. Fiera d´arte moderna e comtenporani. Stand Por Amor a Arte Galería. Milan. Italia. 2000. Transito Toledo 2000. Por Amor a Arte Galería. Porto. Portugal. 1999. New Art 99. stand Por Amor a Arte Galería. Barcelona. 1999. IV Foro Atlántico de Arte Contemporanea Stand Por Amor a Arte Galería. Pontevedra. 1999. X Bienal Internacional de Arte de Vilanova de Cerveira. Vilanova de Cerveira. Portugal. 18
1999. Arco99. Stad Por Amor a Arte Galería. Madrid. 1999. 4ª Bienal Pintor Laxeiro.Lalin. Pontevedra. 1999. Gesamtliche Austellung mi Wrimnachten. Galería Carmen de la Calle. Jerez de la Frontera. 1998. Arco98. Stand Por Amor a Arte Galería. Madrid. 1998. Hotel Ingles. Stand Galeria Carmen de la Calle. Valencia. 1998. Tiempo de Flamenco. Galería Area Central. Santiago de Compostela. 1997. Arco97. stand Por Amor a Arte Galería. Madrid. 1997. III Foro Atlantico. stand Por Amor a Arte Galería. Estacion Maritima . A Coruña. 1997. IX bienal de Vilanova de Cerveira. Vilanova de Cerveira. Portugal. 1997. 3ª bienal Pintor Laxeiro. Lalin. Pontevedra. 1997. Galicia terra única. A Galicia Exterior. Estacion Maritima. Vigo. 1997. Galicia terra única. Galicia Hoxe 1990-1997. Fundacion Barrie de la Maza. A Coruña. 1996. Fac Forum. stand Por Amor a Arte. Matosinhos. Portugal. 1996. Arte Galega. Colección Caixa Vigo. A Coruña. 1996. Arte Galega. Colección Caixa Vigo. Vigo. 1996. Puxando o Ar (abanicos). Galeria Noroeste. Santiago de Compostela. 1995. Colección Fenosa. Museo Municipal de Ourense. Ourense. 1995. 2ª bienal pintor Laxeiro. Lalin. Pontevedra. 1995. Arte Contemporanea de Galiza e do Norte de Porugal. Forum da Maia. Portugal. 1995. VIII Bienal de Arte de Vilanova de Cerveira. Vilanova de Cerveira. Portugal. 1994. Premio de Pintura Concello de Tui. (adquisición). Pontevedra. 1993. Arco93. stand Galeria Ad-Hoc. Madrid. 1993. Premio de Pintura Gran Bazan (adquisición). Tremoedo. Pontevedra. 1992. Concurso internacional de Pintura Fundación Barceló. Palma de Mayorca. 1991. O Rostro do Tempo. Casa das Artes e da Historia. Vigo. 1991. Biombos de Autor. (itinerante) Madrid, Salvaterra, Santiago.... 1991. Museo Municipal de Ourense. Ourense. 1987. O Expresso do Norte. Galeria Pequeño Formato. Lisboa. Portugal. 1987. Marca Madeira. Stand Galeria Roma e Pavia. Madeira. Portugal. 1986. Murais Roma e Pavia.( Pintura para el 86) Galeria Roma e Pavia. Porto. 1986. 4 Pintores 2 Escultores. Kgb. Barcelona. 1986. Galeria dos Milacres. Coimbra. Portugal. 1986. Meridian. Porto. Portugal. 1986. Feira de Arte da Povoa do Varzin. stand Galeria Roma e Pavia. Portugal. 1986. Expolix. Lisboa. Portugal. 1985. Alternativa 80. (Artistas Galegos na frontera) Salvaterra. Pontevedra. 1985. Cara Ao Futuro. (outros artistas galegos) Centro Cultural Cidade de Vigo. 1985. Artistas Galegos. Instituto Xelmirez. Santiago de Compostela. 1985. Orixen e Final. Galeria Noveccento. Santiago de Compostela. 19
1985. Mar Aberto. Festival Interceltico Lorient. Francia. 1984. Imaxes Dos 80. Museo do Pobo Galego. Santiago de Compostela. 1984. Cinco Pintores de Galicia. Fundacion March. Palma de Mayorca. 1984. 6 Pintores. Galeria Noveccento. Santiago de Compostela. 1982. Tornillo. Sala Modus Vivendi. Santiago de Compostela. 1977. Mostra de Arte Xoven Galega. Museo do Pobo Galego. Santiago de Compostela. 1977. Mostra Da Imaxen Celta. Vilagarcia de Arousa. Pontevedra. 1977. Seman da Cultura Galega. Pazo de Fonseca. Santiago de Compostela. 1975. Grupo Foga Vilaxoan. Pontevedra.
Colecciones CGAC (Centro Galego de Arte Contemporáneo) Santiago de compostela. MAC. (Museo de Arte Contemporaneo Gas Natural union Fenosa) A Coruña. Coleccion Novacaixagalicia. Vigo. Coleccion Fernandez Iglesias. A Coruña. Museo de Arte .Vilanova de Cerveira.Portugal. Conselleria de Sanidade Xunta de Galicia. Concello de Tui. Pontevedra. Colección Manuel lencastre.Porto.Portugal.
Colecciones Particulares España. Francia. Venezuela. Portugal. Argentina. Inglaterra. EEUU. India.
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Ajo Diz
El hombre vuelve la vista atrás. Las chimeneas de las fábricas humean, el ruido del tráfico y las sirenas ensordecen su mirada. Comienza a caminar. El resplandor del sol en los edificios acristalados ciega sus pensamientos. Una sombra detiene sus pasos. Vuelven la vista atrás. La ciudad, apenas un destello en el horizonte calcinado del mediodía. Los hombres caminan por el desierto de los senderos que se bifurcan. Alcanzan la loma de los túmulos sagrados. Vuelven la vista atrás. El brillo opaco de las escalinatas del palacio de la Opera oscurece un rumor de calles y plazas. Los hombres ofrendan a los dioses los corazones de los vencidos.
SEARA O deserto dos Caminhos que se bifurcam, parafraseando Jorge Luís Borges técnica mista 55cm x 700cm
[Obra exposta no Museu Nacional de Soares dos Reis Rua D. Manuel II, 44 4050-342 Porto
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QUASE GALERIA Rua do Vilar, 54 4050-625 Porto dci@espacot.pt | www.espacot.pt Seg. a Sexta das 10:00h às 13:00h e das 14:00h às 18:00h
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