Espaço Con(tacto)#20 Arte e Interculturalidade

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Índice 04

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Em privado com

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Editorial

Projeto

Pedro Calado

Jorge Oliveira

“O meu país no teu”

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Artistas Imigrantes

“O meu país no teu”

“O meu país no teu”

Alina Palamarciuc Yuga Hatta Paula Buschinelli Danu Figueira Itsuyo Terumoto, Vladimir Referda Luis Reina

Moldávia + Ucrânia (Alina Dudco) Japão (Tatsuya Kanda) Brasil (Adriana Moraes + Nilce Costa + Rosilda Portas) Marrocos (Hamou Amgoun)

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“Roteiro da interculturalidade”

Estatuto editorial Relatório e Contas

Contactos de entidades que desenvolvem projetos na área da interculturalidade em Portugal

Diretor e Editor – Jorge Oliveira Coordenadores – Cláudia Oliveira e Leonel Morais Editor de Fotografia – Luís Miguel Ferraz Fotografia – Luís Miguel Ferraz, Maria João Calisto Participação Especial – Pedro Calado – Alto-comissário para as Migrações Alina Palamarciuc, Yuga Hatta, Paula Buschinelli, Tatsuya Kanda, Danu Figueira, Itsuyo Terumoto, Alina Dudco; Rosilda Portas, Hamou Amgoun; Vladimir Referda, Nuno Ferreira e Luís Reina Parceiros: Centro Cultural Moldavo, Grupo de Dança Cinco Cantos do Brasil, Grupo Zumbi, Porto com Salsa, Batucada Radical; Allatantou;

Kalina – Associação dos Imigrantes de Leste, Código Simbólico – Associação Sociocultural, União Romani Portuguesa, Associação Alma Mater Artis, Associação Mais Brasil, Associação Amigos do Brasil no Porto, Fundação MOA Portugal; Associação Luso-africana Ponto nos Is; Associação Plano i; Comunidade do Bangladesh no Porto; Relações Públicas – Cláudia Oliveira Produção – Cláudia Oliveira, Leonel Morais Diretor Gráfico – Miguel Novo Design Gráfico – info@novodesign.pt Locução - Rádio Nova Diretora Financeira – Patrícia Cardoso Fotolitos, Montagem e Impressão –

Foto Reportagem Festa da Interculturalidade e Dias da Interculturalidade

A Revista Espaço Con(tacto) nº 20 é uma publicação editada pelo Espaço t, e cofinanciado pelo FAMI – Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração, através da autoridade delegada, ACM – Alto Comissariado Para as Migrações.

Lidergraf - Artes Gráficas, SA. | Rua do Galhano, Nº15 (E.N. 13) 4480 Vila do Conde Edição e Reprodução em CD – MPO (Portugal), Lda. Produção Braille – Santa Casa da Misericórdia do Porto, Centro Professor Albuquerque e Castro - Edições Braille, Rua Instituto S. Manuel, 4200-308 Porto Propriedade e Administração Espaço T – Instituição Particular de Solidariedade Social e Utilidade Pública. Publicado no Diário da República, III Série, nº 70 de 24 de Março de 1998 Depósito Legal nº 120345/98 Inscrição ICS/DR nº 121433 Nº de Pessoa Colectiva – 503532479 ISSN – 0874-3304 Revista nº 20; DEZEMBRO de 2017; 2000

exemplares. Proibida a reprodução total ou parcial dos artigos. A infração será punida segundo a lei. Capa / Dezembro de 2017, gratuito Espaço Con(tacto) Espaço T – Associação Para Apoio à Integração Social e Comunitária Sede do Editor – Rua do Vilar, nº 54 | 54 A, 4050625 Porto Telef.: 22 6081919 / Fax: 22 5431041 espacot@espacot.pt Sede da Redação Espaço Con(tacto) / Dept. Comunicação e Imagem Rua do Vilar, nº 54 | 54 A, 4050-625 Porto Telef.: 22 6081919 / Fax: 22 5431041 dci@espacot.pt


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EM

Pedro Calado Alto-Comissário para as Migrações

A diversidade enquanto vantagem – a lição da arte e da cultura Assiste-se nas últimas décadas a uma mudança global de paradigma relativamente à importância que a arte e a cultura podem assumir como agentes transformadores de territórios e populações. Alguns autores sublinham nesta conceção de cultura a sua função de integração e coesão social. Resulta no que se pode apelidar de “culturaação” por contraponto à “culturaornamento”, atribuindo à participação na atividade artística e cultural uma função relevante, promotora de mudanças sociais em vários domínios da vida individual e coletiva no seio de uma comunidade. No centro desta “nova” conceção de cultura está a atribuição de uma mais elevada responsabilidade ao setor no combate à exclusão social. Ou, se preferirem, e pela positiva, na promoção da inclusão. Segundo dados recentes, os estrangeiros representam 11% do total de trabalhadores das artes do espetáculo. Esta percentagem é particularmente significativa, sobretudo se considerarmos que, em 2016, a população estrangeira representava 3,8% do total da população residente em Portugal. Alguns estudos sobre a integração de imigrantes no sector das artes permitiram conhecer melhor esse universo: 1 - A presença de imigrantes neste sector veio a revelar-se determinante, sendo importante o seu contributo para a sociedade portuguesa - não

PRIVADO COM...

apenas enquanto criadores, mas também enquanto transmissores de conhecimento, tendo em conta a sua intervenção como professores nos conservatórios e nas diversas instituições de ensino artístico. 2 - Por outro lado, o sector artístico vem beneficiar da presença destes artistas imigrantes de um outro modo. A diversidade cultural é sem dúvida uma fonte de inovação, originalidade e criatividade, pelo que o sector artístico surge particularmente enriquecido em contextos de maior pluralidade. 3 - Também para os espectadores o contributo dos artistas imigrantes é igualmente inestimável, nomeadamente pela multiplicidade de expressões culturais a que podem ter acesso. 4 - Todos os estudos que analisam a integração de profissionais imigrantes no sector da cultura indicam que nas artes a diferença é uma vantagem competitiva, pelo que a integração de imigrantes neste domínio encontra-se mais favorecida que noutros domínios laborais. 5 - Alguns estudos demonstram, também, que no domínio das artes e da cultura a discriminação não se faz sentir da mesma forma que noutros domínios laborais, sendo este um espaço de maior tolerância e diálogo. Que melhor metáfora para um 2018 mais diverso e inclusivo poderíamos ter? Nas artes e na cultura sabemos muito bem que as migrações são fonte de conhecimento, criatividade e diversidade. Sabermos transpor esta realidade para outras dimensões da nossa vida quotidiana é o desafio ao qual temos procurado responder. Sem medos e sem muros, e em conjunto com parceiros como o Espaço T.

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Sem sair da casa de paredes brancas, sob o olhar do rio Douro, deixei-me emocionar pelos movimentos da Itsyuo Teremoto, pelos sons da Danu Figueira, pelas cores da Alina Palarmiuciuc, da Paula Buchinelli, do Vladimir Referda e pelos registos do Yuga Hatta e do Luís Reina. E foi neste espaço ideológico que se criou um espaço real, no qual várias culturas se encontraram e aprenderam a interagir, criando uma casa de emoções ou uma casa do Mundo. Do Japão, passando pelo Brasil, Marrocos, Moldávia, Ucrânia, Bangladesh, entre outros, unimos esforços para mostrar e sentir que a Arte pode ser uma ferramenta essencial para a inclusão dos imigrantes em Portugal. Incluir um cidadão estrangeiro num país, não basta dotá-lo de documentos legais, residência, emprego, alimentação, saúde… é fundamental, também, que este cidadão não deixe de sentir a sua Cultura e possa cuidar dela no país de acolhimento, como se parte dele se tratasse. Esta será a forma ideal para a promoção da auto estima destes povos, agora parte de nós, deixando-os crescer na nossa cultura, sem nunca deixarem de alimentar a sua. Criar um modelo plural, onde todos/as somos uma cultura construída por várias culturas que se transmite por pequenos gestos, símbolos, hábitos, cheiros, formas de escrita e sentir os/as outros/as, irá certamente tornar esse País mais rico. “O Meu País no Teu”, projeto financiado pelo FAMI, tem por objetivo integrar imigrantes oriundos de países terceiros, através do desenvolvimento de práticas artísticas com o fim de criar laços, estabelecer pontos comuns e trabalhar a identidade de todos/as.

EDITORIAL

Jorge Oliveira Presidente do Espaço t

Ao longo de um ano percorremos países, de forma simbólica, festejamos nacionalidades, fomos para a rua cantar a interculturalidade. Criámos sorrisos em artistas que o foram nos seus países e agora vão sendo, entre outros trabalhos, mas sem nunca deixar de sonhar. E foi assim que surgiu a revista Espaço Con(tacto) n.º 20, intitulada “Arte e Interculturalidade”. Ao percorrê-la poderá conhecer artistas de vários países, como forma de documentar a sua passagem pela casa das paredes brancas, mas também como forma de dar a conhecer o seu trabalho artístico a um público mais abrangente. Numa outra rubrica viajamos por vários cantos do mundo através de testemunhos de responsáveis das Associações que representam os imigrantes. Por fim conheça, sob a forma de fotorreportagem, os nossos dias da Interculturalidade, bem como as festas da Interculturalidade. Mais do que um símbolo, queremos que esta Revista seja mais um passo para a construção de um caminho de criação de redes, onde possa surgir um país plural em que as definições de várias culturas se unam para criar uma verdadeira cultura do Mundo. Se gostou do que agora chega até si, não deixe de nos acompanhar pois continuamos na mesma casa branca, com um olhar sobre o rio Douro. Um abraço.


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MEU PAÍS NO TEU

Diálogo e Promoção Intercultural

O projeto “O Meu País no Teu”, desenvolvido pelo Espaço t, de janeiro a dezembro de 2017, promoveu um conjunto de iniciativas e eventos que visaram a promoção da interculturalidade, usando a arte, linguagem universal como instrumento de integração. Assim, pretendeu-se intervir em 2 domínios: - Promoção da Interculturalidade, através da realização de iniciativas de caráter cultural e workshops. Para tal foram dinamizadas 5 exposições na Galeria de Arte - Espaço Intercultural, onde foram expostas obras de arte (pintura, escultura, fotografia, instalação, desenho) de artistas imigrantes (NPT – nacionais de países terceiros); bem como a realização de 5 palestras e 5 workshops dedicados a diferentes artes e culturas dos países escolhidos (Moldávia, Japão, Brasil, Ucrânia e Marrocos). Foi ainda realizado um evento intercultural denominado Dias da Interculturalidade, onde aconteceram 2 conferências/palestras dedicadas à igualdade de género e imigração e ao diálogo inter-religioso e uma exposição coletiva de arte. Por último, realizamos duas festas da Interculturalidade em Setembro e Dezembro de 2017, a primeira na Praça Gomes Teixeira e a segunda no auditório da Biblioteca Almeida Garrett, ambas no Porto. - Edição, publicação e divulgação do número especial da Revista Espaço Con(tacto) dedicada à temática das artes e Interculturalidade. Estas iniciativas procuraram promover a interação entre os cidadãos nacionais e os cidadãos NPT, numa perspetiva de valorização da interculturalidade, através da arte.

Os grandes objetivos deste projeto passam pela dinamização de um espaço expositivo - Galeria de arte que vá de encontro à promoção e divulgação da cultura imigrante na comunidade local e no país de acolhimento, promovendo ao mesmo tempo diferentes culturas e usando a arte como processo de integração. Incrementar as sociabilidades locais e de proximidade na ótica da interculturalidade através da realização de iniciativas de caráter cultural foi, é e será o grande objetivo deste projeto. Não podemos deixar de sublinhar a grande importância da rede de parcerias criada, muito coesa, e que contribui para o fortalecimento e êxito do projeto. Não só o CCI – Conselho Consultivo Para a Interculturalidade (composto por uma dezena de associações de imigrantes) que foi um grande impulsionador do projeto, como muitas outras organizações da sociedade civil se juntaram a este projeto que tem como fim a promoção da tolerância, do respeito mútuo e do enriquecimento individual, através do diálogo intercultural. O Projeto “O Meu País no Teu” - Espaço Intercultural, é co-financiado pelo FAMI Fundo Asilo, Migração e Integração.

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ARTISTAS IMIGRANTES

Poderia escrever sobre tantos e tantos artistas, tais como Adriana Molder, Carlos Bunga, Carlos Noronha Feio, Carlos Roque, Edgar Martins, Filipa César, João Penalva, José Carlos Teixeira, Júlia Ventura, Marco Godinho, Maria Beatriz, Noé Sendas, Priscila Fernandes, Rigo, Rui Calçada Bastos, Rui Patacho… Em comum entre eles, o viverem fora do país que os viu nascer. No entanto, o país de origem destes artistas é o nosso. Portugal. E devo escrever sobre artistas imigrantes, que chegam à procura de oportunidades de trabalho, de oportunidades para uma vida melhor, nas artes e fora delas, porque antes de tudo o resto, são pessoas, têm os seus problemas, as suas necessidades, os seus objetivos, os seus sonhos…

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E é a partir dos nossos heróis, aqueles que singram no estrangeiro e que nos deixam cheios de orgulho de sermos portugueses, que devemos pensar na forma como receber estes artistas provenientes dos quatro cantos do mundo e que chegam até nós. Sim, porque Portugal, esta pontinha de terra no sudoeste europeu, este jardim à beira-mar, precisa destes artistas e deve-lhes uma oportunidade. Aquela que pedimos para os nossos e que estes souberam merecer. E não o escrevo por um sentimento altruísta e desinteressado. Novos olhares são precisos e urgentes. Ao darmos oportunidade a um artista estrangeiro de expor no nosso país, na nossa cidade, na nossa comunidade, abrimonos ao mundo e criamos momentos de partilha. Daí a importância de criarmos plataformas que facilitem o acesso a espaços expositivos por parte destes artistas deslocados, destes “outros” que com a sua visão culturalmente diversa da nossa (não necessariamente divergente) nos fazem refletir acerca da nossa própria forma de estar no mundo e de ver as coisas. Plataformas que facilitem a troca de ideias e promovam o contacto. Que criem pontes e deixem laços para o futuro. E que alguém no futuro escreva algo semelhante, enumerando os seus heróis, Alina Palamarciuc, Danu Figueira, Itsuyo Terumoto, Paula Buschinelli, Volodymyr Raferda, Yuga Hatta… Nuno Ferreira



Moldávia

Alina Palama _ marciuc _ 11

Artista Plástica natural da Moldávia, com formação académica em Belas Artes, atua na área da Arte Moderna e Contemporânea com exposições pessoais e coletivas de pintura. Atividades Artísticas no Ensino Básico, Formação Profissional, Eventos Culturais e Socias. De 1989 até 1993 estudou pintura e pedagogia no Colégio Pedagógico de Belas Artes “Alexandru Plãmãdealã. De 1993 até 1999 estudou na Academia de Teatro, Musica e Belas Artes, Faculdade de Pintura de Chisinãu, Moldávia. Licenciada em pintura e pedagogia, participa com a sua obra em diversas exposições na Moldávia, Roménia, Portugal e Reino Unido.

A interculturalidade é vivida por nós, emigrantes, como uma manifestação pessoal da identidade artística que é alimentada e cultivada com os valores culturais portugueses. É uma excelente oportunidade de crescimento e enriquecimento pessoal e profissional, tendo o contributo da riqueza patrimonial Portuguesa ao nosso contínuo alcance. Sou quem sou, por ter o privilégio de viver em Portugal! Sou quem quero ser, no momento que escolho aquilo que gosto e me alimenta a Alma! Estou infinitamente agradecida pela oportunidade de viver a minha atualidade no ambiente onde a pluriculturalidade transcende mentalidades e horizontes e tem vindo a completar a minha identidade enquanto Artista!



Japão

Yuga Hatta Yuga Hatta (b1987) O artista japonês vive e trabalha no Porto, Portugal. Licenciou-se na Escola de Arte e Design Central Saint Martins, em Londres. Além de exposições e projetos pessoais, ele também trabalha com profissionais socialmente envolvidos internacionalmente.

A rua de sentido único com espaço para estacionamento, filas de casas em granito, envelhecidas, abandonadas, e apartamentos dos anos 80 e 90. Pode-se encontrar velhas senhoras de aventais que conversam no passeio ou crianças que jogam futebol na rua, de vez em quando interrompidas pelos carros que passam. Um café / restaurante que se enche de trabalhadores à hora do almoço pode ser encontrado no final da rua. É um bairro típico da cidade. Passaram-se três anos desde que me mudei para esta rua, para uma casa que estava vazia há cerca de cinco anos. Eu sou apenas um residente japonês, embora pareça que a minha chegada não trouxe um novo ritmo à rua, o que também é típico da cidade. O vizinho estrangeiro não é uma coisa especial no nosso tempo. Eu também não encontro nenhum sentimento incoerente em mim enquanto eu levo a minha vida na rua. Numa época com maior mobilidade, a diversidade cultural da população aumentou enquanto o estilo de vida se tornou mais uniformizado com a globalização. Nos supermercados, posso encontrar produtos similares aos do meu país de origem. A perceção da informação visual e de outras informações sensoriais, que também se tornou cada vez mais universal, é inseparável do ambiente em que se cresceu, isto é, da cultura, da formação social e da história. Um vizinho pode encontrar uma emoção diferente num olhar, num cheiro e no som da rua, assim como cada indivíduo pode associar uma memória diferente a um objeto. Quando a minha rua e a rua do meu vizinho se encontram, a imagem desenvolvida da rua em que vivemos pode aparecer como algo que nunca antes vimos, enquanto ainda permanecemos na mesma rua.

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Brasil

Paula Busch_ schineli _ “Desde pequena que as casas me fascinam. Eu andava pelas ruas e olhava aquelas janelinhas com uma luz amarelada vindo de dentro, as sombras da TV piscando no ambiente, como se alguém tivesse dormido enquanto assistia… Cada casa ou cada parte dela significava uma história pra mim, um momento de aconchego e conforto que só um lar poderia oferecer. O mundo está lá fora, acontecendo. As portas abrem e fecham, chaminés estão sempre funcionando, as casas tem vida! Mas qual será a história que a minha casa conta? Será que minhas luzes e sombras contam histórias? Transmitem paz e satisfação como as janelas alheias? Não vejo minha janela pelo lado de fora e, sozinha, jamais saberei porque carrego minha vida mundo afora, todos os dias, pela porta da frente. Para desvendar esse mistério resolvi bater na porta de algumas pessoas e convidá-las a me emprestarem sua imaginação e relatarem essa história, me ajudando a construir um conceito de lar; letra a letra, tijolo por tijolo, até que eu descubra esse tão sonhado retrato do aconchego.”

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Brasil

Danu Figue_ gueira _ 17

Danu Figueira é brasileira, nascida em Paracambi, no Rio de Janeiro. Artesã, cantora, atriz e compositora. Morou em Portugal por dois anos e meio, participou de feiras artesanais, em parceira no Projeto MACAPI, interpretou músicas do cantor brasileiro Gonzaguinha, no Clube Recreativo Raposense, em Almada, no carnaval de 2010. Nesta atura a artista regressa para o Brasil juntamente com a sua família para ser mãe. De volta a Portugal em 2017, estabeleceu outras parcerias que pudessem com isto contribuir para o seu crescimento artístico. Hoje é parceira e voluntária da Associação Amigos do Brasil no Porto no âmbito Sociocultural, desenvolvendo em conjunto a Música e seu Projeto de Artesanato, “De mãos dadas com a Arte”, oferece a visita ao seu canal Chica Rainha no blog chicarainha.blogspot.pt, administra seu site danufigueira. com , e desenvolve sua carreira de cantora e compositora, com as mais diversas apresentações em eventos no Porto, Portugal.

“Para mim foi uma experiência riquíssima ter participado do projeto “O Meu País no Teu” que ao mesmo tempo é acolhedor para nós, artistas migrantes. Difundi a interculturalidade não só para o Porto, mas para Portugal. É de extrema importância a meu ver projetos como este para toda a sociedade. Gostei imensamente de conhecer outras culturas, outras pessoas, participar em palestras e dividir o palco com amigos, estar junto foi muito bom, me senti abraçada por todos.”



Japão

Itsuyo Teru_ Terumoto _ Sou japonesa. Nasci em 1962 em Himeji. Hyogo, Japão. Estudei na escola de atores da televisão nacional japonesa e estudei pintura oriental em Tóquio. Desde de 1998 que vivo no Porto. Aqui estudei pintura óleo e desenho na FBAUP (formação continua). Nos tempos livres gosto de andar a cavalo, pintar aguarelas, tinta-da-china e de fotografia.

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Ucrânia

Vladimir Re_ _ Vladimir nasceu em Lutsk – Ucrânia em 1956. Estudou artes no Instituto de Design de Lutsk. Vive em Portugal desde 2000. Sempre trabalhou na área das artes e da publicidade. Em Portugal expôs os seus trabalhos em Braga e no Porto (Associação Kalina e Espaço t). Homem dos sete ofícios, versátil e experimentalista, pinta de tudo um pouco, principalmente paisagens. Vive e trabalha no Porto. Neste momento dedica-se profissionalmente à pintura em cerâmica e azulejo, numa empresa de sucesso no Porto.

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Portugal

Luís Reina O meu nome é Luís Reina. Nasci no Porto a 21 de Junho de 1962. Cedo nasceu a paixão pelo conhecimento do mundo exterior e com esta paixão o amor pela fotografia. Posteriormente abracei a arte da pintura a aguarela e da escrita. Foi no Espaço T que esta aventura começou, com a participação no meu primeiro curso de fotografia, ao que se seguiram outros em Serralves e no Museu Nacional de Arqueologia. Desde o ano de 2001 que tenho feito diversas exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro, tendo ainda participado em dois livros, um dos quais sendo um projeto da minha autoria.

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Ano da Graça de 2000. Ano em que tive o meu primeiro contacto com o Espaço T, e precisamente, para fazer o meu primeiro curso de fotografia. Estava bem longe de imaginar que 17 anos depois iria colaborar com esta mesma associação num projeto fantástico de multiculturalidade, sendo o único artista português a participar. Projeto que me fascinou, pela festa da diversidade cultural que idealizaram e realizaram. A minha presença, serviu para colorir ainda mais o evento dedicado a um país tão próximo e por vezes tão distante - Marrocos. Desta feita, com uma exposição sobre Erg Chebbi um deserto no Inverno… aqui começa ou acaba (dependendo do ponto de vista) esse deserto das areias douradas, fronteira entre uma África Mediterrânica e a África negra, que se dá pelo nome de Sahra. Uma exposição que me encheu de orgulho ter feito, pela partilha que me proporcionou com todos os que estiveram presentes e os demais que se deslocaram para a visitar posteriormente. Parabéns ao Espaço T por esta iniciativa e o meu muito obrigado pelo convite que me endereçaram. Bem hajam.


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O sucesso de um projeto social mede-se por um conjunto de fatores, entre os quais podemos destacar, o caráter diferenciador e inovador que representa, a abrangência e a resposta social que satisfaz, bem como o impacto social que revela, para falarmos aqui de alguns dos mais importantes. No entanto, a eficácia de um projeto, apenas se consegue quando se trabalha em rede e numa ótica win to win. Este foi o segredo do sucesso do projeto “O Meu País no Teu”! Apostou-se na diversidade dos parceiros/as, que mobilizaram vontades e equipas de excelência, sempre com o objetivo de juntos podermos promover uma maior aproximação das pessoas que residem em Portugal, com origens tão longínquas, como o Japão, passando pela Ucrânia, Brasil, Marrocos, Moldávia….. A verdade é que nos fizeram chegar às suas origens e tradições, viajamos com cada um/a e sentimos que estivemos lá…, sentimos que nos disseram o Meu País também é Teu! Descubra o que nos dizem a este propósito, os responsáveis pelas instituições parceiras:

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Moldáv Ucrâ Alina Dudco

A KALINA – Associação dos Imigrantes de Leste, que é uma associação representativa de cidadãos dos diversos países de leste (cerca de doze nacionalidades), imigrados em Portugal. A sua Fundadora e presidente Alina Dudco nasceu na República da Moldávia, é Licenciada e Mestre em direito na Moldávia reconhecido pela Universidade do Porto. É Intérprete Judiciária em Portugal desde 2003. Na qualidade de presidente da associação e pelo seu trabalho realizado em prol dos imigrantes e da Moldávia foi distinguida como pessoa de mérito pela Presidência de República da Moldávia e mais tarde recebeu das mãos do Primeiro-Ministro Moldavo o diploma de reconhecimento pelo seu trabalho e pela promoção da República da Moldávia, promovendo as suas tradições e as ligações dos imigrantes com a pátria de origem. A KALINA – Associação dos Imigrantes de Leste, disponibiliza apoio jurídico, aulas de português para estrangeiros, gabinete de apoio ao emprego e empreendedorismo, escola de fim-desemana para criança e jovens, ajuda alimentar para imigrantes carenciados, cursos de informática, cursos de russo para portugueses, entre muitos outros serviços. A associação tem ainda um coletivo vocal e um coletivo de dança composto por crianças. Dinamiza conferências, colóquios, encontros e eventos culturais. “Desde a primeira hora, quando fui convidada pelo Espaço t para ser membro do CCI – Conselho Consultivo para a Interculturalidade, participei em grande parte das iniciativas promovidas pelo Espaço t, no âmbito

da interculturalidade e imigração. Fui desafiada a apresentar o meu país – a Moldávia, ao Porto e a Portugal. A iniciativa “O Meu país no Teu – Moldávia”, foi um encontro, com uma exposição de pintura de uma artista Moldava, uma conversa/apresentação sobre a Moldávia e os Moldavos, com a minha participação, do Conselheiro da Embaixada da República Moldova em Lisboa - do presidente do Centro Cultural Moldavo da presidente da Associação Cultural Ar e do presidente do Espaço t. No final da conversa, foram apresentados momentos de música tradicional Moldava, onde o grupo de canto da Associação Kalina, interpretou várias canções tradicionais e o grupo de música do Centro Cultural Moldavo, interpretou e dançou também músicas moldavas. Houve ainda projeção de vídeos e degustação de vinhos e outras iguarias típicas da Moldávia. Foi um dia para dar a conhecer o meu país, a sua cultura e (re)ver alguns conterrâneos.

Meses depois o Espaço t voltou a desafiar-me para ajudar a desenvolver a iniciativa “O Meu País no Teu – Ucrânia” nos mesmos moldes do anterior, com uma conversa/palestra, uma exposição de pintura do artista ucraniano, momentos musicais e degustação de comida típica deste país. Desta vez contamos com a presença do Sr. Alto-comissário Para as Migrações, o Dr. Pedro Calado. Estas iniciativas, para os membros e associados da KALINA – Associação dos Imigrantes de Leste, são muito importantes, porque são uma oportunidade para mostrar as suas origens, a sua cultura, desmistificando potenciais preconceitos e potenciando a sua integração. Moldavos, ucranianos, bielorussos, russos, marroquinos, angolanos, guineenses, japoneses, chineses, brasileiros, portugueses e outras

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via ânia nacionalidades tiveram a oportunidade de estarem no mesmo local e partilharem as suas culturas, as suas crenças, os seus sucessos, e os seus fracassos, como imigrantes, mas acima de tudo como pessoas que estão num país – Portugal, onde apesar das várias dificuldades inerentes à condição de imigrante, se sentem bem e onde querem que a integração seja algo de natural…sem perderem a sua identidade”.

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Japão Tatsuya Kanda

Antes de mais, gostaria de agradecer por participar deste projeto. Eu acho muito significativo o facto do dia de cada país, incluindo o do Japão, ter sido planeado separadamente do dia da interculturalidade, realizado pelas organizações dos vários países. Devido à situação internacional em que o conflito ocorre em todo o mundo e o conflito de pessoas se intensifica, considero que essa atividade é muito importante, pelo que, agradeço à Associação Espaço T ter tomado a iniciativa. Aproveitando esta oportunidade, vou escrever sobre o que espero no futuro. Eu morei no Japão até aos 24 anos, sem viajar para o estrangeiro nem falar outras línguas. Desejei então participar num programa de atividades voluntárias, promovidas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e, trabalhei em Samoa Oeste, no Pacífico Sul, durante dois anos. Aprendi inglês e samoano, tendo sido muito importante toda essa experiência para o meu futuro. Para ajudar os outros, o que senti como mais importante, foi aprender a sua cultura, o sentido de valor do outro e o respeito pelo outro. Esta experiência mudou a direção da minha vida. Depois de voltar para o Japão, deixei de trabalhar como engenheiro e comecei a trabalhar na MOA (Mokichi Okada Association) Internacional. A MOA é uma organização sem fins lucrativos, inspirada na filosofia do pensador japonês Mokichi Okada. Alicerçando-se no amor universal, propõe uma atitude altruísta, assente em novos valores

de riqueza e atua para a formação de famílias e comunidades saudáveis. A MOA tem uma perspetiva e constituição magníficas, avançando com o nascimento de uma nova civilização onde prevalecerá a harmonia entre as culturas espiritualista e materialista, mas também a concretização de um mundo ideal. Okada elucidou que a Nova Civilização seria o resultado da fusão entre as civilizações oriental e ocidental. Atualmente, estou percebendo a importância da integração das culturas oriental e ocidental em Portugal, todos os dias. Para que o outro seja feliz, o mais importante é construir um diálogo a partir do ponto de vista do outro sem descartar os seus próprios valores. Para este propósito, proponho promover um projeto a implementar na sociedade, construindo um diálogo com um tema comum à humanidade. Especificamente, é reunir sabedoria de todos os países e culturas no campo da saúde, arte e meio ambiente. A saúde é um tema comum à humanidade. A arte é uma linguagem universal no mundo. A terra pertence a todos os seres humanos, e todos precisam respeitar a sua parte. Pensemos e corramos juntos pelo bem dos outros e pelo mundo, com o espírito de altruísmo.

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Brasil

Adriana Moraes + Nilce Costa + Rosilda Portas

Separadas por um grande hiato de tempo as palavras de Ary BarrosoBrasil, meu Brasil Brasileiro / Meu mulato inzoneiro / Vou cantar-te nos meus versos |…| e as palavras de Cazuza” Brasil! / Mostra tua cara / Quero ver quem paga / Pra gente ficar assim |…|, têm em comum a intenção de retratar imagens desse país/continente onde encontramos diversificados Brasis! De modo semelhante, um dos nossos

objetivos é o de dar a conhecer o que é o Brasil: sua gente, sua história, seus costumes e tradições; e como nada é totalmente bom, igualmente aqui se aplica a necessidade de expor os problemas existentes, e se possível buscar soluções. Nesse sentido, no dia 30 de Setembro, celebramos o Dia do Brasil, com uma tertúlia abrilhantada pelas participações da socióloga Paula Guerra e pelo

Interculturalidade entre os irmãos Brasil e Portugal Quando pensamos em interculturalidade logo imaginamos a convivência entre culturas, com o objetivo de reforçar o diálogo “de onde tu vens para onde tu vais” para que essa sinergia favoreça o convívio e enriqueça a relação entre as diferentes culturas. A Associação Mais Brasil, entidade sem fins lucrativos que atua em Portugal no apoio aos imigrantes brasileiros sabe e interage com maestria nos dois polos: preserva a identidade brasileira de seus associados e também mostra os benefícios do novo caminho escolhido. Criada na cidade do Porto, em 1994 e reconhecida pelo Alto Comissariado para as Migrações -ACM como “representante de imigrantes e/ou de seus descendentes, nos termos da Lei 115/99, de 3 de agosto”, a Associação Mais Brasil tem como objetivo apoiar a comunidade brasileira, melhorar a sua integração e reforçar os laços, em todos os aspetos da interculturalidade entre os irmãos Brasil e Portugal.

Cônsul Adjunto do Brasil no Porto, Dr. Paulo de Tarso Jardim, a exposição de pintura, apresentação do Grupo Cinco Cantos do Brasil e um momento de confraternização à volta da mesa com produtos típicos brasileiros. Um encontro de partilha de culturas, em prol duma sociedade inclusiva. Rosilda Portas

Entre as várias atividades culturais, educativas, prestadoras de serviço, apoio e auxílio, que a Associação Mais Brasil exerce, destacam-se como carros-chefes: “A Hora do Conto Brasil em Portugal”, ministrada por Adriana Dihl e realizada uma vez por mês na Biblioteca Municipal Almeida Garrett e os dois Projetos “Reclusão Feminina e Masculina” , que visam a criação de condições de manutenção dos princípios de Cidadania e Identidade Cultural às reclusas e aos reclusos Brasileiros e Estrangeiros. No projeto “O Meu País no Teu”, A Associação Mais Brasil ainda participa e interage com os temas: legalização dos brasileiros em Portugal, contratos trabalho, reagrupamento familiar, além de disseminação da cultura brasileira na total sinergia Interculturalidade entre os irmãos. Adriana Dihl Moraes

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Durante o ano de 2017, podemos participar e partilhar nossas raízes, cultura e toda uma forma de ser da comunidade brasileira em Portugal, através da Aabp- Associação Atlântico Brasil em Portugal. Através dos eventos em que participamos pelo Conselho Consultivo, foi de forma bastante gratificante já que tivemos esta oportunidade e não só isso, o de poder partilhar outras nacionalidades todos pelo mesmo objetivo. O benefício desta participação é a forma em que trocamos juntamente com os amigos de outras culturas, são os contactos, amizades, costumes, gastronomias e acima de tudo, conhecer o outro país como ele é, o

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que torna muito benéfico, sermos vários num só. Com a Feira Intercultural, também conhecemos pessoas, pessoas que vão e pessoas que ficam, como foi o caso da nossa voluntária Danu Figueira, que veio e ficou, a ela só tenho em agradecer por toda disponibilidade para com a Aabp, fora a amizade que construímos. Uma bela voz que merece todo o seu valor. E assim faz-se uma associação, um conselho intercultural, incluindo trocas, doações e muito mais, uma grande troca de amor pela nossa raiz com o País de acolhimento. Nilce Costa


Marroc Hamou Amgoun

A Associação Essalam tem como missão, desenvolver ações de apoio aos imigrantes marroquinos e norte africanos e seus descendentes visando a melhoria das suas condições de vida. Para tal, o seu trabalho passa por: - Promover e estimular as capacidades próprias, culturais e sociais dos imigrantes de Norte de África e dos seus descendentes como elemento fundamental da sociedade em que se inserem. - Propor ações necessárias à prevenção ou cessação de atos ou omissões de entidades públicas ou privadas que constituam discriminação racial. - Defender e promover os direitos e interesses dos imigrantes norte africanos e seus descendentes não só na sua valorização de modo a permitir a sua plena integração e inserção na sociedade de acolhimento, Portugal, mas também aumentar a coesão entre os associados dos diversos países associados. - Estabelecer intercâmbios com associação congéneres nacionais e estrangeiras e promover associações comuns de informação ou formação. - Promover a cultura artística dos imigrantes Norte Africanos e dos seus descendentes, incentivando a criação de agrupamentos de danças e cantares e que executem preferencialmente obras dos países de origem. - Incrementar cursos de formação profissional nomeadamente o ensino e reciclagem da língua portuguesa e árabe e outras iniciativas de reconhecida utilidades com vista à sua promoção

socioprofissional. - Promover atividades desportivas entre os seus associados e entre estes e terceiros. A associação Essalam é membro fundador do CCI – Conselho Consultivo para a Interculturalidade e tem ao longo dos anos tido uma relação profícua de trabalho e de promoção da interculturalidade com o Espaço t. No âmbito do projeto “O Meu País no Teu” foi realizado um conjunto de eventos relacionados com Marrocos, que passaram por uma palestra / conversa sobre Marrocos e os marroquinos a residir em Portugal, um workshop de escrita árabe, musica e dança típica de Marrocos, exposição de artesanato marroquino e degustação de produtos típicos de Marrocos. Participamos ainda ativamente nas Festas da Interculturalidade promovidas pelo Espaço t e nas conferências e workshops dedicados aos mais variados assuntos e nacionalidades. Foi para a comunidade marroquina e do norte de Africa uma honra e orgulho, termos a oportunidade de mostrar os nossos usos e costumes, elucidar as pessoas de falsos estereótipos e confraternizar com todos os que estiveram presentes, das mais variadas nacionalidades e países de origem. Isto sim é uma forma eficaz de integração e de promoção da interculturalidade. Neste momento, a sede da Associação Essalam funciona no “O Meu País no Teu – Espaço Intercultural”, onde dispomos de espaço para desenvolver algum do

nosso trabalho, nomeadamente aulas de árabe para portugueses, aulas de árabe para crianças marroquinas, apoio jurídico (legalização, vistos, etc), e encontros temáticos.

32


cos


fo


torepo _

reportagem _ 35


01

02

03

04

05

06

07

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09

10

11

12

01.02.03.04.05 Dias da Interculturalidade “Diálogo Inter-religioso” Museu Nacional Soares dos Reis 06.07.08 Dias da Interculturalidade “As Questões de Género e a Imigração” Sede do Espaço t 09.10.11.12.13 Dias da Interculturalidade “Festa da Interculturalidade” Auditório da Biblioteca Almeida Garrett 13

37


01

02

05

04

01.02.03.04.05.06.07 Dias da Interculturalidade “Festa da Interculturalidade” Auditório da Biblioteca Almeida Garrett Porto 08.09.10.11 Festa da Interculturalidade Praça Gomes Teixeira Porto

06

07


08

03

09

10

11


R

ROTEIRO DA INTERCULTURALIDADE Contactos Úteis Em Portugal pode encontrar diversas instituições públicas e privadas, que disponibilizam apoio a imigrantes. Disponibilizamos aqui uma seleção de contactos de entidades, que embora não seja exaustiva, cobrem várias áreas de atuação e apoiam os imigrantes.

Alto Comissariado para as Migrações ACM, IP Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAI) Lisboa R. Álvaro Coutinho, 14 Tel. 218106100 acm@acm.gov.pt Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIM) do Norte Av. de França, 316, Edifício Capitólio Tel:22 207 38 10 informacoes@acm.gov.pt Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIM) do Algarve Loja do Cidadão; Mercado Municipal, 1º Piso; Largo Dr. Francisco Sá Carneiro informacoes@acm.gov.pt Linha de Apoio ao Migrante e Serviço de Tradução Telefónica 808 257 257 (fixo) . 218 106 191 (móvel) Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 800 204 684 Espaço t – Associação para o Apoio á Integração Social e Comunitária Rua de Vilar, 54 4050-625 Porto Tel: 226081919 espacot@espacot.pt Espaço t – CESFOR O Meu país no Teu - Espaço Intercultural Rua do Sol, 14, 2º andar 4000-527 Porto Tel: 223403712 dci@espacot.pt

CLAIM Maia - SOCIALIS – Associação de Solidariedade Social (IPSS) Trv. Dr. Carlos Felgueiras, 31, R/Ch Dto Telefone:229 407 120 claii@socialis.org.pt isabelpinto21@gmail.com CLAIM Valongo - Câmara Municipal de Valongo Rua da Fábrica da Cerâmica Tel:223 229 707 mariarosajorgecoelho@cm-valongo.pt avl@cm-valongo.pt Associação Atlântico Brasil em Portugal Rua 5 de Outubro, 156 Lj 1 A - Boavista 4100-172 Porto +351 226 090 102 +351 910 558668 www.brasilporto.com aabp@brasilporto.com https://www.facebook.com/ brasilportocom/ ASSOCIAÇÃO JUVENIL LUSO AFRICANA PONTO NOS IS Rua Santos Pousada 153 4000-478 Porto 910159071 pontosnosisala@gmail.com ASSOCIAÇÃO COMUNIDADE DE BANGLADESH DO PORTO Rua do Cativo, n.º 2 Tel:93 833 58 25 bangladeshcp2008@yahoo.com ASSOCIAÇÃO MAIS BRASIL Rua Âncora, s/n, Lordelo do Ouro Porto


AD ORIETOR EDADILARUTLUCRETNI CIaP - Centro Incentivar a Partilha Matosinhos Rua da Cruz de Pau, 153 Matosinhos Tel: 91 104 8199 www.maisbrasil.pt geral@maisbrasil.pt LIGA DOS CHINESES EM PORTUGAL Av da Boavista, 1588- 3.º, sala 314 4100 Porto Tel: 22 606 32 89 comunicacao@ligadoschineses.pt ESSALAM - Associação dos Imigrantes Magrebinos e de Amizade Luso-Árabe Rua do Sol, 14 – 2ºAndar 4050-625 Porto Tel: 96 494 39 29 essalampt@hotmail.com AMIZADE - ASSOCIAÇÃO DE IMIGRANTES DE GONDOMAR Rua Padre Joaquim das Neves, n.º 945, 2.º esq.º/Tr, Baguim do Monte 4435-776 Gondomar Tel: 910 159 068 associacao.imigrantesdoleste@hotmail. com KALINA - ASSOCIAÇÃO DOS IMIGRANTES DE LESTE Rua de Cervantes 428 4050 – 186 Porto Tel: 914 15 99 19 associacao.kalina@gmail.com CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO Rua Barão Forrester, 968 4050-272

41

R

Porto Tel: 228348460 geral@saocirilo.pt www.saocirilo.pt

APi - Associação Plano i R. João das Regras, 150 – 2ºDF 4000-291 Porto info@associacaoplanoi.org direcao@associacaoplanoi.org Centro Gis – Centro de Respostas às Populações LGBT Rua de Brito Capelo 223 4450-041 Matosinhos Tel: 966 090 117 gis@associacaoplanoi.org CÓDIGO SIMBÓLICO ASSOCIAÇÃO SÓCIOCULTURAL Tel: 939 361 086 / 915 461 363 codigosimbolico.sociocultural@gmail. com


E

ESTATUTO EDITORIAL

R

RELATÓRIO E CONTAS

FUNDOS PATRIMONIAIS E PASSIVO Fundos patrimoniais: 1 137,26

1 137,26

Excedentes Técnicos

0,00

0,00

Reservas

0,00

0,00

-142 585,42

-120 049,76

Fundos

13

Resultados transitados

13

Excedentes de revalorização

5

Outras variações nos fundos patrimoniais1

3

9 287,909

Resultado líquido do período

521 134,49

375 769,20

411 509,89

42 959,27-

Total do fundo do capital Passivo:

418 728,47

22 535,66 388 974,23

Passivo não corrente: 0,00

0,00

Financiamentos obtidos

14

153 706,84

165 114,14

Estado e outros entes públicos

14

172 597,15

133 394,00

Outras contas a pagar

15

0,00

0,00

326 303,99

298 508,14

20 042,37

30 967,19

Provisões

Passivo corrente: Fornecedores Adiantamentos de clientes

0,00

Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros

0,00

0,00

9 151,55

46 816,42

20 000,00

52 231,28

Estado e outros entes públicos

10

Financiamentos obtidos

0,00

Outras contas a pagar

15

83 633,00

90 680,83

Diferimentos

12

480 345,26

208 356,28

Outros passivos financeiros

ESPAÇO CON(TACTO) é uma revista anual de carácter social e cultural, orientada por critérios de rigor e criatividade editorial, sem qualquer dependência de ordem ideológica, política e económica. ESPAÇO CON(TACTO) aposta numa informação diversificada, baseada, sobretudo, em temas culturais e sociais e correspondendo às motivações e interesses de um público plural, com especial atenção às expectativas e necessidades de grupos sociais minoritários. ESPAÇO CON(TACTO) estabelece as suas opções editoriais atendendo à diversidade e individualidade de cada um, facultando a informação e o conhecimento ao maior número de pessoas sem fixar fronteiras regionais, nacionais, culturais e sociais. ESPAÇO CON(TACTO) garante a grupos tradicionalmente desfavorecidos o acesso à informação e ao conhecimento. ESPAÇO CON(TACTO) sensibiliza a comunidade para diferentes temáticas e problemáticas sociais utilizando a expressão jornalística e criativa como meios de comunicação privilegiados. ESPAÇO CON(TACTO) incrementa o jornalismo numa vertente de intervenção social e cultural, combatendo a discriminação e a exclusão social. ESPAÇO CON(TACTO) favorece a interacção entre as pessoas ditas normais e as pessoas com défices físicos, psíquicos, emocionais e relacionais. ESPAÇO CON(TACTO) reconhece como seu único limite o espaço privado dos cidadãos e tem como limiar de existência a sua credibilidade pública.

287,90

507 929,46

Total do passivo Total dos Fundos Patrimoniais e do Passivo

0,00

0,00

613 172,18

429 052,00

939 476,17

727 560,14

1 358 204,64

1 116 534,37

DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES Montantes expressos em EURO RENDIMENTOS E GASTOSN

otas

PERÍODOS 2016

2015

Vendas e serviços prestados

7

48 670,20

Custo das vendas e dos serviços prestados

6

11 469,35

8+18

391 571,02

16+17

378 985,85

5+18

48 989,30

37 200,85

Resultado bruto Outros rendimentos Gastos de distribuição Gastos administrativos Gastos de investigação e desenvolvimento Outros gastos Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

Gastos de financiamento (líquidos)1

796,72

9

Resultados antes de impostos

21 022,58

23 332,38

42 959,27

(22 535,66)

42 959,27

(22 535,66)

Imposto sobre o rendimento do período Resultado líquido do período

DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL DOS RESULTADOS POR NATUREZAS 31.12.2016 RUBRICAS

Montantes expressos em EURO NOTAS

PERÍODOS 2016

2015

RENDIMENTOS E GASTOS

Vendas e serviços prestados

7

21 834,88

48 670,20

Subsídios à exploração

8

458 085,76

373 940,13

Variação nos inventários da produção

6

0,00

-286,10

Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas

6

-14 254,75

-11 183,25

Fornecimentos e serviços externos

16

-117 034,61

-124 393,93

Gastos com o pessoal

17

-251 614,96

-254 591,92

Imparidade de inventários (perdas/reversões)

0,00

Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)

0,00

0,00

Provisões (aumentos/reduções)

0,00

0,00

0,00

0,00

Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) Aumentos/reduções de justo valor

0,00

0,00

0,00

Outros rendimentos e ganhos

18

16 161,99

17 630,89

Outros gastos e perdas

18

-23 962,08

-28 340,44

89 216,23

21 445,58

5

-25 234,38

-20 648,86

Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos Gastos/reversões de depreciação e de amortização Imparidade de investimentos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

0,00

0,00

63 981,85

796,72

0,00

Juros e rendimentos similares obtidos

0,00

-21 022,58-

23 332,38

Resultado antes de impostos

42 959,27

-22 535,66

0,00

0,00

Resultado líquido do período

42 959,27

-22 535,66

Juros e gastos similares suportados

19

Imposto sobre o rendimento do período

BALANÇO DO PERÍODO FINDO A 31.12.2016 Montantes expressos em EURO RUBRICAS

NOTAS

PERÍODOS 31.12.2016

31.12.2015

ATIVO Ativo não corrente: Ativos fixos tangíveis5

838 817,67

870 377,05

Ativos intangíveis

0,00

0,00

Bens do património histórico e cultural

0,00

0,00

Investimentos financeiros

0,00

0,00

Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros

0,00

0,00

838 817,67

870 377,05

17 765,52

10 585,80

Ativo corrente: Inventários

6

Adiantamentos a fornecedores Clientes Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros

0,00

0,00

429,71

13,20

0,00

0,00

Estado e outros entes públicos

10

0,00

0,00

Outras contas a receber

11

491 242,55

222 796,47

Diferimentos

12

5 910,57

5 847,95

Outros ativos financeiros Caixa e depósitos bancários4

Total do Ativo

0,00

43,14

4 038,62

6 870,76

519 386,97

246 157,32

1 358 204,64

1 116 534,37


43

escute-nos!


ESPAÇO T SEDE: Rua do Vilar, n.º 54 54A, 4050-625 Porto T | 22 608 19 19 F | 22 543 10 41 espacot@espacot.pt CESFOR - Centro de Empreendedorismo Social e Formação O MEU PAÍS NO TEU – ESPAÇO INTERCULTURAL Rua do Sol, n.º 14, 4000-527 Porto T | 223 403 712 F | 223 403 713 formacao@espacot.pt Projeto Cercar-te Programa Escolhas E6G Rua do Cerco do Porto Casa do Pinheiro Grande 4300 Porto T | 225 371 337 nuno.ferreira@espacot.pt DELEGAÇÃO DA TROFA Rua Infante D. Henrique, 246 /248 4785-353 Trofa T | 252 416 336 252 416 337 espaco-trofa@espacot.pt

O Projeto “O Meu País no Teu ” - Espaço Intercultural, pretende dar a conhecer criações artísticas de nacionais de países terceiros a residirem em Portugal. O projeto, onde se inclui esta revista é financiado pelo FAMI – Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração, através da autoridade delegada, ACM – Alto Comissariado Para as Migrações.


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